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Processo Civil I - Matéria nº 1 (Andre Melo)

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DDIIRREEIITTOO PPRROOCCEESSSSUUAALL CCIIVVIILL IIVV –– 22001177//22ºº SSEEMM 
PPRROOFF.. EESSPP.. AANNDDRRÉÉ LLUUIISS CCAAMMAARRGGOO MMEELLLLOO 
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1 
INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL CIVIL 
 
 O direito processual civil contemporâneo deve ser compreendido a partir de uma resultante 
das relações entre o Direito Processual e a Teoria Geral do Direito, o Direito Constitucional e o 
respectivo Direito Material. 
 
 “Não basta afirmar que o processo é uma relação jurídica, conceito lógico-jurídico que não 
engloba o respectivo conteúdo desta relação jurídica. É preciso lembrar que se trata de uma 
relação jurídica cujo conteúdo será determinado, primeiramente, pela Constituição e, em seguida, 
pelas demais normas processuais que devem observância àquela”. (Fredie Didier Júnior) 
 
 A visão do processo como um procedimento (ato jurídico complexo de formação 
sucessiva), ou, ainda, como um procedimento em contraditório na visão de Fazzalari, não faz 
abandonar a ideia de ser o processo também uma relação jurídica. O termo processo designa 
assim o ato processo como a relação jurídica que dele emerge. 
 
 O Direito Processual Civil é o conjunto das normas que disciplinam o processo jurisdicional 
civil – visto como ato-jurídico complexo ou feixe de relações jurídicas. Compõe-se das normas que 
determinam o modo como o processo deve estruturar-se e as situações jurídicas que decorrem 
dos fatos jurídicos processuais. 
 
 A Ciência do Direito Processual Civil é o ramo do pensamento jurídico dogmático dedicado 
a formular as diretrizes, apresentar os fundamentos e oferecer os subsídios para as adequadas 
compreensão e aplicação do Direito Processual Civil. O Direito Processual Civil (plano normativo) 
é o objeto desta Ciência (plano doutrinário). 
 
 O processo é um método de exercício da jurisdição. Esta caracteriza-se por tutelar 
situações jurídicas concretamente afirmadas em um processo. Situações jurídicas substanciais, 
que correspondem ao mérito do processo, ou simplesmente o direito material. 
 
 INSTRUMENTALIDADE 
 
 O processo deve ser compreendido, estudado, estruturado tendo em vista a situação 
jurídica material para a qual serve de instrumento de tutela. A essa abordagem metodológica do 
processo pode dar-se o nome de instrumentalismo, cuja principal virtude é estabelecer a ponte 
entre o direito processual e o direito material. 
 
 A relação que se estabelece entre o direito material e o processo é circular. O processo 
serve ao direito material, mas para que lhe sirva é necessário que seja servido por ele. 
 
“Continuarão existindo dois planos distintos, direito processual e direito material, 
porém a aceitação desta divisão não implica torná-los estanques, antes imbrica-
los pelo nexo de finalidade que une o instrumento ao objeto sobre o qual labora. 
Da mesma maneira que a música produzida pelo instrumento de quem lê a 
 
 
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partitura se torna viva, o direito objetivo, interpretado no processo, reproduz no 
ordenamento jurídico um novo direito”. (Hermes Zanetti Júnior). 
 
“Ao processo cabe a realização dos projetos do direito material, em uma relação 
de complementaridade que se assemelha àquela que se estabelece entre o 
engenheiro e o arquiteto. O direito material sonha, projeta; ao direito processual 
cabe a concretização tão perfeita quanto possível desse sonho. A 
instrumentalidade do processo pauta-se na premissa de que o direito material 
coloca-se como o valor que deve presidir a criação, a interpretação e a 
aplicação das regras processuais”. (Fredie Didier Júnior) 
 
CONSTITUIÇÃO E PROCESSO 
 
 A constitucionalização do Direito Processual é uma das características do Direito 
contemporâneo. Dimensões: 
 
 - Incorporação aos textos constitucionais de normas processuais, inclusive como direitos 
fundamentais, como o devido processo legal e seus corolários (contraditório, ampla defesa, juiz 
natural etc.). 
 
 - Exame das normas processuais infraconstitucionais como concretizadoras das 
disposições constitucionais mediante a utilização do repertório teórico desenvolvido pelos 
constitucionalistas. 
 
 O art. 1º do NCPC do ponto de vista normativo, reproduz uma obviedade: qualquer norma 
jurídica brasileira somente pode ser construída e interpretada de acordo com a Constituição 
Federal 
 
NEOPROCESSUALISMO 
 
 O termo neoprocessualismo (formalismo-valorativo ou formalismo ético) didaticamente 
remete ao Neoconstitucionalismo (pós-positivismo, neopositivismo, positivismo jurídico 
reconstruído). Entendido como uma quarta fase evolutiva do direito processual (após o praxismo 
ou sincretismo, processualismo e o instrumentalismo), destaca a importância dos valores 
constitucionalmente protegidos na pauta dos direitos fundamentais na construção e aplicação do 
formalismo processual. 
 
 Pauta-se no reforço dos aspectos éticos do processo, com especial destaque para a 
afirmação do princípio da cooperação, decorrência dos princípios do devido processo legal e da 
boa fé processual. Explicita-se o aspecto da moralidade presente no ideário do 
neoconstitucionalismo. 
 
 
 
 
 
 
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NORMAS FUNDAMENTAIS DO PROCESSO CIVIL 
 
 Conjunto de normas processuais de formam o Direito Processual Fundamental ou Direito 
Processual Geral. 
 
• Norma fundamental: estrutura o modelo do processo civil brasileiro e serve de norte para a 
compreensão de todas as demais normas jurídicas e civis; 
• Essas normas ora são princípios (como o devido processo legal) ora são regras (como a 
proibição do uso de provas ilícitas); 
• O Direito Processual Fundamental não é composto somente por princípios; 
• Parte dessas normas fundamentais decorre diretamente da CF → Direito Processual 
Fundamental Constitucional; 
• A outra parte decorre da legislação infraconstitucional, em especial do CPC/2015 (arts. 1º 
a 12) → rol exemplificativo; 
 
PRINCÍPIOS 
 
• Principio: (do latim principium) iniciar, começar, abrir.; 
• Verdade básica imutável de uma ciência. Pilares fundamentais da construção de todo o 
estudo doutrinário; 
• Preceitos fundamentais que dão forma e caráter aos sistemas processuais; 
• Escopos sociais e políticos do processo em geral. Compromisso moral e ético. Conotações 
éticas, sociais e políticas que legitimam o sistema processual; 
• Os princípios constitucionais ocupam-se especificamente com a conformação do próprio 
processo, assim entendido o método de atuação do Estado-Juiz e, portanto, método de 
exercício da função jurisdicional. (Cássio Scarpinella Bueno). 
• São eles que fornecem as diretrizes mínimas, mas fundamentais, do próprio 
comportamento do Estado-Juiz. 
• CF/88: constitucionalização do processo; 
• Garantias: cláusulas pétreas; 
 
 
1. DEVIDO PROCESSO LEGAL 
 
 Confere a todo sujeito de direito, no Brasil, o direito fundamental a um processo devido 
(justo, equitativo etc.), consoante enunciado normativo do inciso LIV do art. 5º da CF. A locução 
corresponde à tradução para o português da expressão inglesa due process of law. 
 
 Law significa Direito e não lei (statute law). A observação é importante no sentido de que o 
processo deve estar em conformidade com o Direito como um todo e não apenas em consonância 
com a lei. “Legal” é adjetivo que remete a “Direito” e não a lei. 
 
 
 
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• Nenhuma norma jurídica pode ser produzida sem a observância do devido 
processo legal. Assim, fala-se em devido processo legal legislativo, devido processo legal 
administrativo e devido processo legal jurisdicional. 
 
• O devido processo legal é uma garantia contra o exercício abusivo do poder, 
qualquer poder. 
 
• São concretizações do devido processo legal e compõem seu conteúdo mínimo: 
contraditório e ampla defesa (art. 5º, LV, CF), igualdade/tratamento paritário (I), proibição 
de provas ilícitas (LVI), publicidade (LX), juiz natural (XXXVII e LIII), motivação das 
decisões (art. 93, IX, CF), duração razoável (LXXVIII), acesso a justiça (XXXV) etc. 
 
• Dimensões: 
 
• Devido processo formal ou procedimental: conteúdo composto pelas 
garantias processuais acima expostas e que usualmente chamamos de 
devido processo legal. 
 
• Devido processo legal substancial: o processo devido não é apenas aquele 
em que se observam exigências formais, mas sim o que gera decisões 
jurídicas substancialmente devidas. Nosso ordenamento constitucional o 
assimilou e considerando-lhe o fundamento das máximas/princípios da 
proporcionalidade e razoabilidade, também expresso no art. 8º do 
CPC/2015. 
 
A proporcionalidade e razoabilidade fornecem critérios os mais objetivos 
possíveis que deverão ser empregados para solucionar impasses de 
preponderância dos diversos princípios jurídicos em cada caso concreto; 
Regra que deve ser utilizada em todos os casos em que o intérprete ou o 
aplicador do direito não conseguir compatibilizar os princípios conflitantes; 
 
• Devido processo legal e relações jurídicas privadas: o STF firmou o entendimento 
que não pode ser restringido nas relações entre particulares (RE nº 201.819/RJ). 
 
2. DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA 
 
 Pode ser considerado como sobre princípio constitucional, do qual todos os princípios e 
regras relativas aos direitos fundamentais seriam derivação, ainda que com intensidade variável. 
Direito fundamental de conteúdo complexo, formado pelo conjunto de todos os direitos 
fundamentais previstos ou não no texto constitucional. 
 
 No CPC/2015, o art. 8º o impõe. Exemplos de sua aplicabilidade encontramos no art. 12 
que versa sobre o respeito à ordem cronológica e exceções; prioridade na tramitação no caso de 
pessoa com doença grave (art. 1.048) etc. 
 
 
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3. CONTRADITÓRIO 
 
 Reflexo do princípio democrático na estruturação do processo. Democracia é participação, 
e a participação no processo opera-se pela efetivação da garantia do contraditório. Exercício 
democrático de um poder. 
 
 Possibilita a participação – dimensão formal - (oportunidade de manifestação, audiência, 
comunicação, ciência) e a possibilidade de influência na decisão – dimensão substancial. 
 
 O contraditório não se efetiva apenas com a ouvida da parte. Exige-se a participação com 
a possibilidade, conferida à parte, de influenciar no conteúdo da decisão. 
 
• Aplicação judicial e administrativa (art. 5º, Inc. LV, CF/88). CPC/2015, art. 
9º. O parágrafo único do art. 9º do CPC/2015 não configura violação ao 
contraditório, que é diferido. 
• Dever do juiz zelar pelo efetivo contraditório (art. 7º, parte final, CPC/2015). 
 
4. AMPLA DEFESA 
 
 Direito fundamental das partes, consistente no conjunto de meios adequados para o pleno 
exercício do contraditório. Sob o aspecto substancial, a ampla defesa confunde-se com o 
contraditório. 
 
5. PUBLICIDADE 
 
 Garantia de independência, imparcialidade, autoridade e responsabilidade do juiz: os atos 
processuais são públicos. Processo devido é processo público. Regra: publicidade popular (arts. 
5º, LX e 93, IX e X, da CF e arts. 8º e 11 do CPC/2015). 
 
 Exceções: casos em que o decoro ou o interesse social aconselhem que eles não sejam 
divulgados (CPC/2015, art. 11, parágrafo único, art. 189) - publicidade restrita. 
 
6. DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO 
 
 Duração Razoável do Processo ou Tempestividade da Tutela Jurisdicional (art. 8º do Pacto 
de São José da Costa Rica, promulgado e incorporado ao ordenamento jurídico brasileiro pelo 
Decreto 678/1992), expresso no inciso LXXVIII, do art. 5º da CF, art. 4º. E art. 139, II, do 
CPC/2015. 
 
7. IGUALDADE PROCESSUAL (PARIDADE DE ARMAS) 
 
 O art. 5º, caput, da CF é fonte normativa do princípio da igualdade processual. No plano 
infraconstitucional, no CPC/2015, está previsto no art. 7º, primeira parte. A igualdade dever 
observar quatro aspectos: 
 
 
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a) Imparcialidade do juiz (equidistância em relação às partes); 
b) Igualdade no acesso á justiça, sem discriminação (gênero, orientação sexual, 
raça, nacionalidade etc.); 
c) Redução das desigualdades que dificultem o acesso à justiça, como a 
financeira (concessão da gratuidade da justiça – arts. 98-102, CPC/2015), 
geográfica (possibilidade de sustentação oral por videoconferência – art. 937, § 
4º, CPC/2015), a de comunicação (garantia de comunicação por Libras – art. 
162, III, CPC/2015) etc. 
d) Igualdade no acesso às informações necessárias ao exercício do contraditório 
 
 Revela-se com mais clareza nos casos em que se criam regras para tratamento 
diferenciado. Ex. nomeação de curados especial (art. 72, CPC/2015), proibição de citação postal 
do incapaz (art. 247, II, CPC/2015), tramitação prioritária de processos (art. 1.048, CPC/2015) etc. 
 
 Com esta visão substancial, o princípio da igualdade pode confundir-se com o devido 
processo legal substancial. 
 
8. EFICIÊNCIA 
 
 O processo para ser devido deve ser eficiente. Resultante do art. 37, caput, da CF, que 
também aplica-se ao Poder Judiciário, embora norma de direito administrativo. Como norma 
processual está expresso no art. 8º do CPC/2015. 
 
 O princípio repercute sobre a atuação do Poder Judiciário em duas dimensões: 
a) Sobre a Administração Judiciária: aplicabilidade do art. 37, caput, da CF, o 
que se corrobora com a criação do CNJ e suas competências – art. 103-B, § 
4º, da CF. Nesse sentido, é norma de direito administrativo; 
 
b) Sobre a gestão de um determinado processo: aplicado ao processo 
jurisdicional, impõe a condução eficiente de um determinado processo pelo 
órgão jurisdicional. 
 
Dirige-se ao órgão Poder Judiciário não na condição de ente da 
administração, mas sim órgão jurisdicional, que observará as seguintes 
premissas: 
 
o Gestor/administrador de um determinado processo, com os 
respectivos poderes de condução. Orienta o exercício dos poderes 
para a prestação do serviço jurisdicional; 
o Econômica: obter o máximo de um fim com o mínimo de recursos 
(eficiência) e com um meio, atingir o fim ao máximo (efetividade). 
 
 
 
 
 
 
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9. BOA-FÉ PROCESSUAL 
 
 Os sujeitos processuais devem comportar-se de acordo com a boa-fé (objetiva), que deve 
ser entendida como uma norma de conduta, que se extraí do art. 5º do CPC/2015. Impõe 
condutas em conformidade com a boa-fé objetivamente considerada, independentemente da 
existência de boas ou más intenções. 
 
 Existência de regras de proteção á boa-fé, que concretizam o princípio da boa-fé e 
compõem a modelagem do devido processo legal brasileiro, como no exemplo as normas sobre 
litigância de má-fé (arts. 79-81, do CPC/2015). 
 
 O princípio daboa-fé impõe deveres de cooperação entre os sujeitos do processo. 
 
10. EFETIVIDADE 
 
 Extraível da cláusula geral do devido processo legal, determina que os direitos além de 
reconhecidos devem ser efetivados. Processo devido é o processo efetivo. Garante o direito 
fundamental à tutela executiva. O art. 4º do CPC/2015, reforça esse princípio como norma 
fundamental do processo civil brasileiro, ao incluir o direito à atividade satisfativa, que é o direito à 
execução. 
 
 “Garantia de acesso à ordem jurídica justa” (Kazuo Watanabe), consubstanciada em uma 
prestação jurisdicional tempestiva, adequada, eficiente e efetiva. 
 
11. ADEQUAÇÃO 
 
 Pode ser visualizado em três dimensões: a) legislativa, como informador da produção 
legislativa das regras processuais; b) jurisdicional, permitindo ao juiz, no caso concreto, adaptar o 
procedimento às peculiaridades da causa que lhe é submetida; c) negocial: o procedimento é 
adequado pelas próprias partes, negocialmente. 
 
 Não basta a adequação legislativa do processo, que é sempre prévia e feita em abstrato. É 
preciso que o processo seja adequado também in concreto. A adequação, nesse caso, é dever do 
órgão jurisdicional, que deve observar os mesmos critérios de adequação. Surge assim a 
adaptabilidade, elasticidade ou adequação judicial do procedimento, ou seja, o magistrado deve 
efetuar as devidas correções e adequações, observando-se o contraditório. 
 
12. COOPERAÇÃO 
 
 Os princípios do devido processo legal, da boa-fé processual e do contraditório, juntos, 
servem de base para o surgimento de outro princípio: o da cooperação, que define como o 
processo civil deve estruturar-se (art. 6º do CPC/2015). 
 
 
 
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 O contraditório é valorizado como instrumento indispensável ao aprimoramento da decisão 
judicial, e não apenas como uma regra formal que deve ser observada para que a decisão seja 
válida. 
 
 A condução do processo deixa de ser determinada pela vontade das partes (marca do 
processo liberar dispositivo). Também não se pode afirmar que há uma condução inquisitorial do 
processo pelo órgão jurisdicional, em posição assimétrica em relação às partes. Busca-se uma 
condução cooperativa do processo, sem destaques para qualquer dos sujeitos processuais. 
 
13. RESPEITO AO AUTORREGRAMENTO DA VONTADE DO PROCESSO 
 
 Direito ao autorregramento dispõe que todo sujeito tem de regular juridicamente os seus 
interesses, de poder definir o que reputa melhor ou mais adequado para a sua existência. Por sua 
vez, o princípio do respeito ao autorregramento da vontade do processo visa a obtenção de um 
ambiente processual em que o direito fundamental de autorregular-se possa ser exercido pelas 
partes sem restrições irrazoáveis ou injustificadas. 
 
 Visa tornar o processo jurisdicional um espaço propício para o exercício da liberdade. 
 
14. PRIMAZINA DA DECISÃO DE MÉRITO 
 
 Deve o órgão julgador priorizar a decisão de mérito, tê-la como objetivo e fazer o possível 
para que isso ocorra (art. 4º, CPC/2015). 
 
15. PROTEÇÃO DA CONFIANÇA 
 
 Subprincípio do princípio da segurança jurídica (§ 2º do art. 5º da CF). O princípio da 
segurança jurídica e o princípio da confiança são facetas que se complementam semanticamente. 
 
 O processo jurisdicional como produtor de ato normativo serve como base da confiança a 
ser protegida, sendo inegável o exemplo da coisa julgada, expressão dessa confiança e de 
proteção jurídica. 
 
REGRAS 
 
• Art. 2º, CPC/2015: 
 
a) Instauração do processo por iniciativa da parte, salvo exceções como execução 
de sentença que impõe prestação de fazer, não fazer ou dar coisa distinta de 
dinheiro (arts. 536 e 538, CPC/2015); 
 
b) Desenvolvimento do processo por impulso oficial. Não se estende à fase 
recursal ou impede a desistência da demanda. 
 
 
 
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• Art. 12, CPC/2015: 
 
a) Regra da preferência à ordem cronológica de conclusão: forma de concretizar 
o princípio republicano da igualdade, impõe que os juízes e tribunais observem 
preferencialmente a ordem cronológica de conclusão do processo quando for 
proferir uma decisão final. 
 
Conclusão é o ato do escrivão (chefe da secretaria ou outro servidor) que certifica 
que o processo esta pronto para a decisão judicial. 
 
b) Exceção ao dever de respeito à ordem cronológica de conclusão: § 2º do art. 
12, CPC/2015. 
 
c) Extensão da regra à atuação do escrivão ou chefe da secretaria: art. 153. 
CPC/2015

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