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Direito Privado Profa. Andreia Ribeiro Semana 2 1) DIREITO E MORAL A palavra “direito” origina-se do latim directum = aquilo que é reto, que está de acordo com a lei. O Direito nasceu com o homem, que é um ser eminentemente social. Destina-se a regular as relações humanas, assegurando as condições de equilíbrio da coexistência dos seres humanos, da vida em sociedade. Assim, de acordo com Radbruch, o Direito seria:“o conjunto das normas gerais e positivas, que regulam a vida social” (Introducción a la filosofía del derecho, p. 47). O “ser” faz parte do mundo da natureza: Os fenômenos da natureza, sujeitos às leis físicas, são imutáveis, O “dever ser” faz parte do mundo jurídico que caracteriza-se pela liberdade na escolha da conduta. Direito, portanto, é a ciência do “dever ser”. 1) DIREITO E MORAL - Na vida em sociedade, deve-se observar, além a normas jurídicas, outras normas (religiosas, morais, de urbanidade etc.) - Tanto as jurídicas e quanto as morais tem̂ em comum o fato de constituírem normas de comportamento. - No entanto, distinguem-se pela sanção: � no direito é imposta pelo Poder Público para constranger os indivíduos à observância da norma; � na moral somente pela consciência do homem, traduzida pelo remorso, pelo arrependimento, porém sem coerção. Também diferem pelo campo de ação, que na moral é mais amplo. Algumas vezes tem acontecido de o direito trazer para sua esfera de atuação preceitos da moral, considerados merecedores de sanção mais eficaz. 2) DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL •Direito positivo é o ordenamento jurídico em vigor em determinado País e em determinada época. •Direito natural é a ideia abstrata do direito, o ordenamento ideal, correspondente a uma justiça superior. •O jusnaturalismo (Direito Natural) foi defendido por Santo Agostinho e São Tomás de Aquino, bem como pelos doutores da Igreja e pensadores dos séculos XVII e XVIII. Hugo Grócio, já no século XVI, defendia a existência de um direito ideal e eterno, ao lado do direito positivo, sendo considerado o fundador da nova Escola de Direito Natural. 2) DIREITO POSITIVO E DIREITO NATURAL •A Escola Positivista, entretanto, refuta o jusnaturalismo, atendo-se à realidade concreta do direito positivo. •É, realmente, inegável a existência de leis anteriores e inspiradoras do direito positivo, as quais, mesmo não escritas, encontram-se na consciência dos povos. EXEMPLO/DIFERENÇA: •Para o direito positivo não é exigível o pagamento de dívida prescrita e de dívida de jogo. •Mas para o direito natural esses pagamentos são obrigatórios. 3) DIREITO OBJETIVO E DIREITO SUBJETIVO •Direito objetivo é o conjunto de normas impostas pelo Estado, de caráter geral, a cuja observância os indivíduos podem ser compelidos mediante coerção. •Esse conjunto de regras jurídicas comportamentais (norma agendi) gera para os indivíduos a faculdade de satisfazer determinadas pretensões e de praticar os atos destinados a alcançar tais objetivos (facultas agendi). •Entende-se por direito subjetivo a faculdade individual de agir de acordo com o direito objetivo, de invocar a sua proteção. É o meio de satisfazer interesses humanos e deriva do direito objetivo, nascendo com ele. Se o direito objetivo é modificado, altera-se o direito subjetivo. •As teorias de Duguit e de Kelsen (Teoria Pura do Direito) integram as doutrinas negativistas, que não admitem a existência do direito subjetivo. Para Kelsen, a obrigação jurídica não é outra coisa senão a própria norma jurídica. Sendo assim, o direito subjetivo não é senão o direito objetivo. Predominam, no entanto, as doutrinas afirmativas, que se desdobram em: •TEORIA DA VONTADE: o direito subjetivo constitui um poder da vontade (Windscheid). •TEORIA DO INTERESSE: O direito subjetivo é o interesse juridicamente protegido (Ihering). •TEORIA MISTA: conjuga o elemento vontade com o elemento interesse. Jellinek o define como o interesse protegido que a vontade tem o poder de realizar. • Direito subjetivo e direito objetivo são, portanto, aspectos da mesma realidade. Direito subjetivo é a expressão da vontade individual, e direito objetivo é a expressão da vontade geral. O Direito Subjetivo é um poder atribuído à vontade do indivíduo, para a satisfação dos seus próprios interesses protegidos pela lei, ou seja, pelo direito objetivo. 4) DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO •Embora a divisão do direito objetivo em público e privado remonte ao direito romano, até hoje não há consenso sobre os seus traços diferenciadores. •Na realidade, o direito deve ser visto como um todo, sendo dividido em direito público e privado somente por motivos didáticos. •Costuma-se dizer, sempre, que direito público é o destinado a disciplinar os interesses gerais da coletividade, enquanto o direito privado contém preceitos reguladores das relações dos indivíduos entre si. •Ou, ainda, e mais correto: que público é o direito que regula as relações do Estado com outro Estado, ou as do Estado com os cidadãos, e privado é o que disciplina as relações entre os indivíduos como tais, nas quais predomina imediatamente o interesse de ordem particular. 4) DIREITO PÚBLICO E DIREITO PRIVADO - O direito civil é considerado o cerne do direito privado. Dele destacaram-se outros ramos, especialmente o direito empresarial, o direito do trabalho, o direito do consumidor e o direito agrário. - Integram, hoje, o direito privado: o direito civil, o direito empresarial, o direito agrário, bem como o direito do trabalho e o direito do consumidor. Os demais ramos pertencem ao direito público. - Normas de ordem pública são as cogentes, de aplicação obrigatória. Normas de ordem privada ou dispositivas são as que vigoram enquanto a vontade dos interessados não convencionar de forma diversa, tendo, pois, caráter supletivo. - No direito civil predominam as normas de ordem privada, embora também existam normas cogentes, de ordem pública, como a maioria das que integram o direito de família. Próxima aula Direito Civil - Conceito e Histórico - A Codificação - O Código Civil Brasileiro - Direito Civil-Constitucional - GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro: parte geral. www.unifran.edu.br Av. Dr. Armando Salles Oliveira, 201 14404 600 Franca SP Brasil T 55 16 3711 8888 F 55 16 3711 8886
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