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Curso Técnico de Petróleo da UFPR 
Site: www.tecnicodepetroleo.ufpr.br 
 1 
 
 
 
 
 
 
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
CURSO TÉCNICO DE PETRÓLEO 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTES INDUSTRIAIS 
 
 
 
Curso Técnico de Petróleo da UFPR 
Site: www.tecnicodepetroleo.ufpr.br 
 2 
 
CURSO TÉCNICO DE PETRÓLEO 
Professora: Msc. Marisa Soares Borges 
Universidade Federal do Paraná 
e-mail: marisa@ufpr.br Telefone: 3361-3424 Celular: 99831624 
1. Identificação da disciplina 
1.1 Tratamento de Água e Efluentes Industriais 
• O aluno deverá compreender a importância da água para a manutenção dos 
seres vivos no planeta, 
• Entender que os recursos hídricos são recursos naturais não renováveis e devem 
ser preservados usando racionalmente a água, tanto na vida diária bem como na 
indústria, como forma de desenvolvimento sustentável, 
• Conhecer os processos de tratamento de água e de efluentes líquidos utilizados. 
2. Pré-requisito 
Química Geral Aplicada 
3. Objetivos Gerais 
Fornecer ao aluno conhecimentos básicos de gestão ambiental, tratamento de água 
e efluentes industriais. 
• Objetivos do tratamento, 
• Nível do tratamento, 
• Estudos de impacto ambiental no corpo receptor, 
3.1 Objetivos específicos 
• Compreender os princípios de um sistema de gestão ambiental na indústria, 
• Como elaborar um programa de gestão ambiental e prevenção de poluição, 
• Conhecer sistemas de tratamento para efluentes industriais (tratamento 
preliminar, tratamento primário, secundário, terciário). 
4. Conteúdo programático 
• Conhecimentos básicos e aplicações de sistema de gestão ambiental (Legislação 
ambiental, ISO 14001, NBR 10004), desenvolvimento sustentável, 
• Estudo de impacto ambiental, 
• Gerenciamento de resíduos, 
• Prevenção de poluição, 
Curso Técnico de Petróleo da UFPR 
Site: www.tecnicodepetroleo.ufpr.br 
 3 
• Principais tipos de efluentes industriais e formas de tratamento. 
5. Metodologia de ensino 
 
Aulas expositivas, uso de projetor, multimídia, estudos dirigidos, seminários, espaço 
aberto para perguntas e sugestões. No decorrer do curso serão realizadas visitas a 
Indústrias para conhecer Estações de Tratamento de Efluentes. 
6. Avaliação 
A nota final resultará da média ponderada seguinte: 
Média das provas
 
+ nota seminário + listas de exercícios (2Pr+1S+1L)/3,5 = NF 
7. Recuperação (última avaliação) 
Será realizada através de prova escrita de todo o conteúdo programático. 
8. Cronograma 
• Desenvolvimento sustentável, 
• Gestão ambiental na indústria, 
• Prevenção de poluição, minimização de resíduos na fonte, 
• Tratamento de efluentes industriais, 
8.1 Tratamento de efluentes 
 
 
 
Curso Técnico de Petróleo da UFPR 
Site: www.tecnicodepetroleo.ufpr.br 
 1 
1. A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA PARA A MANUTENÇÃO DA VIDA 
 Calcula-se que 74% da superfície terrestre sejam constituídos de água. Por 
mais abundantes que pareçam os recursos hídricos na superfície da terra, a água 
disponível para consumo humano se restringe a 0,8% do total existente no planeta, 
incluindo não somente as águas superficiais, mas também as subterrâneas, que 
podem estar a uma profundidade de até 4.000 metros. O restante da água se 
encontra nos oceanos e nas geleiras. 
 A perspectiva é de que muitas disputas e guerras sejam deflagradas nos 
próximos anos devido à escassez de água. Alguns países do oriente médio já se 
encontram em situação crítica e até mesmo no Brasil, a cidade de São Paulo entre 
outras cidades já começam a enfrentar situações de racionamento de água. 
 As águas superficiais possuem múltiplos usos, servindo para o abastecimento 
público, processos industriais e agricultura. São diretamente utilizadas como 
receptoras de despejos industriais e domésticos. Indiretamente, são influenciadas 
por fontes difusas de poluição como agrotóxicos ou resíduos sólidos. As cargas 
atmosféricas também atingem as águas pelas chuvas ou mesmo diretamente 
através da queda de partículas em suspensão. 
 Para garantir a qualidade das águas e seus múltiplos usos são necessárias 
medidas de proteção e controle. O controle através das análises físico-químicas 
normalmente não é suficiente porque as condições analíticas são limitadas, 
considerando-se a existência de milhões de diferentes substâncias químicas no 
ambiente, que interagem continuamente originando novas substâncias. 
 
2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL 
Em 1987 foi publicado o “Relatório Brundland” ou o “Nosso Futuro Comum” 
que apresentou a proposta do “Desenvolvimento Sustentável”, sendo então definido 
como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem 
comprometer a capacidade das futuras gerações satisfazerem as suas próprias 
necessidades”(BRÜSEKE, 1995, p.33). 
Em 1992 foi realizada a Conferência Mundial sobre o Meio Ambiente e 
Desenvolvimento no Rio de Janeiro conhecida como a ECO-92 que tratou da crise 
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 2 
ambiental e suas repercussões nos diferentes âmbitos. Este encontro resultou na 
elaboração de um plano de ações necessárias à transição para um modelo 
“sustentável” de relação com o ambiente, a AGENDA 21. 
O “desenvolvimento sustentável” como uma solução para os problemas 
ambientais vem sendo discutida por diferentes segmentos da sociedade. Caso não 
ocorra uma profunda alteração da atual filosofia econômica, a contribuição mais 
otimista da sustentabilidade seria a de um adiamento da exaustão dos recursos. 
Quando se fala de desenvolvimento sustentável, tem que se considerar não 
só os aspectos materiais e econômicos, mas o conjunto multifacetado que compõe o 
fenômeno do desenvolvimento: aspecto político, social, cultural e físico, os quais 
repousam sobre parâmetros qualitativos tais como: harmonia social, cidadania, 
valores da sociedade (ético, moral) e o nível entrópico do sistema. 
 
3. PROCESSOS DE TRATAMENTO DE ÁGUA E EFLUENTES 
 Um dos principais problemas que qualquer cidade enfrenta é o da coleta e 
tratamento dos resíduos por ela gerados. Quanto maior o número de pessoas que 
vivem em uma determinada cidade, maior será a sua geração de resíduos. Cada 
resíduo possui características específicas, que levam à necessidade de diferentes 
formas de coleta, tratamento e disposição. Na maioria dos casos, o volume de 
resíduos gerados supera, em muito, a capacidade natural da assimilação do meio 
que circunda esses centros urbanos. O resultado é uma crescente deterioração nas 
condições ambientais com o aumento visível dos níveis de poluição. 
 Com relação aos resíduos provenientes de esgotos sanitários, durante muito 
tempo os investimentos foram realizados apenas para a construção dos sistemas de 
coleta. Em geral, ainda hoje, a maioria dos sistemas de esgotos existentes nas 
cidades brasileiras limita-se a despejar os resíduos brutos nos corpos de água, 
sendo responsáveis pelo agravamento dos problemas de poluição. 
 Essa crescente quantidade de esgoto urbano, gerado pelos grandes centros e 
depois lançados nas águas dos rios, representa um grande desafio para os 
pesquisadores e as autoridades no sentido de proporem alternativas seguras, 
socialmente aceitáveis e economicamente viáveis para o tratamento e a destinação 
final dos produtos gerados a partir dos esgotos sanitários. 
 
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 3 
3.1 Água residuárias ou esgoto: é o líquido conduzido pelas canalizações de 
esgotamento das comunidades. Possui características variáveis, em função de sua 
origem, da hora de produção ou amostragem, da extensão da rede coletora e do 
estado de conservação da mesma. 
O esgoto industrial é proveniente de processos industriais. A composição e 
função de tecnologia e do produtopodendo variar de orgânico a mineral, geralmente 
é composto de sólidos dissolvidos. 
Características físicas: 
� Teor de matéria sólida, 
� Odor, 
� Cor, 
� Turbidez, 
� Variação de vazão. 
Matéria sedimentável: sedimenta em um período razoável de tempo (entre 1 e 
2 horas). 
Matéria não sedimentável: não sedimenta no tempo arbitrário de 2 horas, só 
será removida por processos de oxidação biológica e de coagulação, seguida de 
sedimentação. 
Os odores característicos dos esgotos são causados pelos gases formados 
no processo de decomposição, a cor e a turbidez indicam o estado de 
decomposição do esgoto, as características químicas são de origem de matéria 
orgânica e inorgânica. 
A forma mais utilizada para se medir a quantidade de matéria orgânica 
presente é através da determinação da Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), 
que indica o grau de poluição de uma água residual. Quanto maior o grau de 
poluição orgânica, maior a DBO do corpo d'água. A variação da vazão dependerá do 
tipo de rede, dos despejos admitidos, qualidade do material empregado e 
principalmente da natureza da indústria. 
 
3.2 Coagulação e precipitação química: é a operação pela qual as substâncias 
químicas formadoras de flocos - coagulantes - são adicionadas a água com a 
finalidade de se juntar ou combinar com a matéria em suspensão decantável e com 
a matéria não decantável e com a matéria coloidal, com isso se formam os 
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agregados às partículas em suspensão, os flocos. Os coagulantes se precipitam 
depois de reagir com outras substâncias. Na precipitação, as substâncias dissolvidas 
são retiradas da solução, as substâncias químicas adicionadas são solúveis e 
reagem com as substâncias químicas do esgoto, por exemplo, a adição de cal em 
esgotos contendo ferro, produz flocos que sedimentam. 
 
3.3 Remoção dos sólidos grosseiros em suspensão: é feita através de crivos, 
grades, desintegradores, os sólidos sedimentáveis são feitos com caixa de areia e 
centrifugadores, a remoção de óleos e graxas são feitos em tanques de retenção de 
gorduras, tanques de flotação, decantadores com removedores de escuma. 
 
3.4 Remoção do odor e controle de doenças: deve ser feita cloração, utilização 
de reagentes químicos e instalações biológicas. 
Eficiência da unidade: 
O tratamento preliminar é a remoção de sólidos grosseiros, remoção de 
gordura, remoção de areia. 
 
3.5 Tratamento primário: decantação, flotação (substâncias mais leves que a 
água), geralmente bolhas de ar ou compostos químicos, digestão e secagem do lodo 
e sistemas compactos (decantação e digestão). 
A separação sólido-líquido por decantação centrífuga é semelhante a 
sedimentação por gravidade, as partículas são aceleradas por uma força centrífuga, 
maior que a aceleração da gravidade. 
 
3.6 Tratamento secundário: é feito através de filtração biológica, processo de 
lodos ativados, decantação intermediária, lagoas de estabilização. 
 
3.7 Tratamento terciário: são as chamadas lagoas de maturação, cloração para 
desinfecção, ozonização para desinfecção, remoção de nutrientes, remoção de 
complexos orgânicos, eletrodiálise, osmose reversa, troca iônica, remoção de 
nutrientes. 
 
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 5 
3.8 Tratamento do lodo: espeçamento, digestão anaeróbia, centrifugação, 
filtração a vácuo, filtração por prensagem, condicionamento químico, 
condicionamento térmico, incineração, oxidação úmida. 
O grau de tratamento necessário será sempre em função do corpo receptor e 
das características do uso da água, condicionada ao uso da água a jusante do ponto 
de lançamento. 
A característica da vida de um rio é expressa pela quantidade de oxigênio 
dissolvido no seu meio e por sua capacidade de reduzir a poluição orgânica através 
de processos naturais, físicos e bioquímicos, os microorganismos, em particular, as 
bactérias que necessitam de oxigênio dissolvido da água para sua sobrevivência 
(decomposição biológica) chamada autodepuração. 
 
3.9 Lagoas de estabilização: onde a matéria orgânica é estabilizada pela ação 
das bactérias que produzem ácidos orgânicos sob condições anaeróbias, ou CO2 e 
água sob condições aeróbias. 
3.10 Lagoas anaeróbias: ocorrem sem a presença do oxigênio, são os 
fenômenos de digestão ácida; lagoas facultativas, a remoção da matéria orgânica se 
dá através dos fenômenos de fermentação anaeróbia. 
O lançamento de despejos industriais com características adversas ao 
equilíbrio biológico das lagoas de estabilização deverá ser submetido a um 
tratamento prévio antes de seu lançamento a rede de esgoto ou no corpo receptor. 
 
4. OBJETIVOS DO TRATAMENTO DOS EFLUENTES INDUSTRIAIS 
 As condições locais de uma instalação industrial mostram as necessidades do 
tratamento, se a mesma está localizada às margens de um grande rio ou de um rio 
de pequena vazão, o tratamento poderá ser dispendioso dependendo do tratamento, 
os processos e a experiência dos profissionais. 
 Dependendo da atividade industrial o rio será considerado poluído (sujo) ou 
contaminado (que transmite doenças). Toda água contaminada é água poluída, 
portanto, o objetivo do tratamento é evitar a poluição. 
 
 
 
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 6 
Tabela1: Processos de tratamento de efluentes líquidos 
 
Indicação Tipo de processo Sistema de controle 
de poluição 
observação 
Efluentes que 
contém sólidos 
flutuantes de 
grandes dimensões 
Processos físicos Grades, peneiras, 
caixa de areia, 
caixa de gordura 
Quando 
predominam 
compostos 
orgânicos o lodo 
decantado deve ser 
removido e disposto 
adequadamente 
Efluentes que 
contém óleo mineral 
Processos físicos Caixas separadoras 
água/óleo 
Se o óleo estiver 
emulsionado, é 
necessária a 
redução do pH. 
Efluentes que 
contém material 
coloidal, cor, 
turbidez, ácidos, 
álcalis, 
Processos químicos 
e físico-químicos 
Tanques de 
neutralização, 
trocador iônico, 
tanque de formação 
do precipitado 
A neutralização 
pode ser necessária 
como pré-
tratamento 
Efluentes que 
contém metais 
pesados 
Processos químicos 
e físico-químicos 
Elevação do pH, 
sedimento de 
filtração dos 
compostos 
insolúveis 
 
Efluentes que 
contém cianeto 
Processos químicos Oxidação química 
Efluentes que 
contém matéria 
orgânica 
Processos 
biológicos 
Lodo ativado, filtro 
biológico, lagoas 
aeradas, lagoa de 
estabilização 
Resíduo 
biodegradável 
DQO < ou = 3,0 
DBO 
Efluentes sanitários Processos Fossa séptica, 
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 7 
biológicos 
Efluentes 
domésticos 
Processos 
biológicos 
Lagoas de 
estabilização 
aeróbias ou 
facultativas. 
 
 
 
 
5. Sistema de Canalização Sanitária: O esgoto bruto recebe este tratamento, 
antes de ser depositado em fonte de águas naturais, seja rio, lago ou mar. O 
componente principal do esgoto, além da água é a matéria orgânica de origem 
biológica. Ocorre na forma de partículas, que vão desde o tamanho macroscópico, 
até as de tamanho microscópico e que se encontram na água em suspensão na 
forma de colóides, 
 
5.1 Tratamento primário (ou mecânico) de águas residuais: são removidas as 
partículas maiores, incluindo areia e lodo, o que permite o fluxo lento através de 
telas e ao longo de uma lagoa. No fundo da lagoa, forma-se um lodo de partículas 
insolúveis, enquanto que, na parte superior, forma-se uma camada superficial de um 
líquido oleoso (produtos formados pela reação do sabão com os íons de cálcio e 
magnésio) menos denso do que a água, que é retirada da superfície. Cerca de 30% 
da DBO da água residual é removida noprocesso do tratamento primário, mesmo 
sendo essa fase do procedimento de natureza totalmente mecânica. 
 O lodo das fases primária e secundária do tratamento está constituído 
principalmente por água e matéria orgânica e da remoção de água sobrenadante, o 
qual, na maioria das vezes é incinerado ou enviado para aterro sanitário, no entanto, 
este lodo mesmo sendo rico em nutrientes para as plantas, pode conter metais 
pesados e outras substâncias tóxicas. 
Após a passagem do lodo através do tratamento primário convencional, a 
água do esgoto torna-se mais clarificada, porém, apresenta ainda uma DBO muito 
alta (centenas de miligramas por litro) e é prejudicial para a biota. A alta DBO deve-
se principalmente à presença de partículas orgânicas coloidais. Na fase de 
tratamento secundário ou biológico, grande parte do material orgânico em 
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suspensão, como aquele dissolvido na água, é biologicamente oxidado por 
microorganismos até dióxido de carbono e água, ou convertido em lodo adicional 
que pode ser removido com facilidade. Com o objetivo de possibilitar as reações 
conduzidas pelos microorganismos, a água é aspergida sobre um leito de areia e 
pedregulho ou sobre um plástico coberto por bactérias anaeróbias, ou é bem agitada 
em um reator de aeração (processo de lodo ativado). O sistema é mantido bem 
aerado para acelerar a oxidação. Em essência, mantendo-se de forma deliberada no 
sistema uma alta concentração de organismos aeróbios, especialmente bactérias, é 
possível que sejam rapidamente efetuados ou mesmo processos de degradação 
biológica que requeriam semanas para ocorrer em águas abertas. 
As reações de oxidação biológica do tratamento secundário reduzem a DBO 
da água poluída a menos de 100 mg/L, o que constitui cerca de 10% da 
concentração original do esgoto não tratado. Em alguma extensão, ocorre também 
nitrificação, na qual os compostos nitrogenados orgânicos convertem-se em íons 
nitratos e dióxido de carbono. Em resumo, o tratamento secundário das águas 
residuais envolve reações bioquímicas que oxidam grande parte do material 
orgânico que não havia sido removido na primeira fase. Após a diluição da água 
tratada com uma grande quantidade de água natural, a vida aquática pode ser 
mantida. 
 
5.1.1 Cloração ou irradiação com luz UV: Em alguns casos, a água produzida 
pelo tratamento secundário é desinfetada antes de ser bombeada para um curso de 
água local. Pesquisas recentes efetuadas no Japão têm mostrado que a cloração do 
efluente antes de sua emissão produz alguns compostos mutagênicos, 
presumivelmente por interação das substâncias que contém cloro com a matéria 
orgânica que permanece na água. 
Procedimentos que aplicam o tratamento terciário (avançado ou químico) de 
águas residuais. Na fase terciária, são removidos produtos químicos específicos das 
águas parcialmente purificadas, antes de sua desinfeção final. Dependendo do local, 
o tratamento terciário pode incluir alguns ou todos os seguintes processos: 
• Redução da DBO por remoção da maior parte do material coloidal 
remanescente, usando sais de alumínio, em um processo no qual se forma 
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 9 
Al(OH)3 e que opera da mesma maneira descrita anteriormente para 
purificação da água potável. 
• Remoção de compostos orgânicos dissolvidos (incluindo o clorofórmio) e 
de alguns metais pesados, mediante sua adsorsão ao carvão ativado, 
sobre o qual a água flui. 
• Remoção de fosfatos, normalmente por meio de sua precipitação como o 
sal de cálcio Ca5(PO4)3OH, produzido pela adição de cal, Ca(OH)2. Parte 
do fósforo é removido na fase de tratamento secundário, visto que os 
microorganismos o incorporam como nutriente para o seu crescimento. 
• Remoção de metais pesados pela adição de íons hidróxido ou sulfeto para 
formar hidróxidos ou sulfetos metálicos insolúveis. 
•
 Remoção de ferro por aeração efetuada a um pH elevado, com o objetivo 
de promover sua oxidação para seu estado insolúvel de Fe+3, 
possivelmente em combinação com o uso de um forte agente oxidante , 
cuja função é destruir os ligantes orgânicos quelantes do íon Fe+3, que 
poderão impedir sua oxidação. 
 
5.1.2 Demanda Química de Oxigênio: 
 É uma grandeza que diz respeito à quantidade de oxigênio consumido por 
materiais e por substâncias orgânicas e minerais que se oxidam sob condições 
experimentais definidas. No caso de águas, a grandeza caracteriza-se como um 
parâmetro particular importante para estimar o potencial poluidor (no caso, 
consumidor de oxigênio) de efluentes domésticos e industriais, assim como o 
impacto dos mesmos sobre os ecossistemas aquáticos. 
 Como a medida direta desse oxigênio é uma impossibilidade prática, o 
mesmo é convencionalmente substituídos por substâncias oxidantes que, tendo sua 
quantidade medida antes e depois do contato com as amostras, permite avaliar o 
poder redutor ou consumidor de oxigênio das mesmas. 
Dessas substâncias, o dicromato tem sido o oxidante mais empregado na 
determinação da DQO em águas e efluentes, com cujos redutores reage, na 
presença de íons Ag+ como catalizador e em meio fortemente acidificado com ácido 
sulfúrico. 
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 10 
Uma aplicação muito importante do dicromato de potássio é a titulação por 
excesso que visa a determinação ambiental da quantidade de oxigênio necessária 
para oxidar todo o material orgânico, numa amostra de água impura, como por 
exemplo no efluente de esgoto. 
Muitos tipos de matéria orgânica são oxidados por uma mistura fervente de 
ácidos crômico e sulfúrico. Uma amostra é refluxada em uma solução fortemente 
ácida com um conhecido excesso de dicromato de potássio. Após a digestão, o 
dicromato de potássio restante não reduzido é titulado com sulfato ferroso amoniacal 
para determinar a quantidade de dicromato de potássio consumida e a matéria 
oxidável é calculada em termos de oxigênio equivalente. O tempo padrão de refluxo 
de 2 horas pode ser reduzido se, em menor período de rendimento, o mesmo 
resultado for mostrado. Algumas amostras com baixíssima demanda de oxigênio ou 
com teor de sólidos altamente heterogêneos podem necessitar ser analisadas em 
replicata para produzir o maior dado de confiança. 
 
5.1.2.1 Interferentes 
A oxidação da maioria dos compostos orgânicos é de 95 a 100 % do valor 
teórico. Piridina e compostos relacionados de resistente oxidação e compostos 
orgânicos voláteis reagirão na proporção de seu contato com o oxidante. Compostos 
alifáticos de cadeia reta são oxidados mais efetivamente na presença de um 
catalisador sulfato de prata. 
O interferente mais comum é o íon Cl¯ . Cloreto reage com o íon Ag+² para 
precipitar cloreto de prata, e desta maneira inibe a atividade catalítica da prata. 
Brometo, iodeto e qualquer outro reagente que inativar o íon Ag+² pode interferir 
similarmente. Tais interferências tendem restringir a ação de oxidação do íon Cr2O7 
por si mesmo. Entretanto, são os rigorosos procedimentos de digestão para análise 
de demanda química de oxigênio que cloreto, brometo ou iodeto podem reagir com 
dicromato para produzir a forma elementar do halogênio e o íon Cr+³. As 
dificuldades causadas pela presença de cloreto podem ser superadas grandemente, 
embora não completamente, pela complexação com sulfato de mercúrio antes do 
procedimento refluxante. Apesar de que 1 g de sulfato de mercúrio ser especificado 
para 50 mL de amostra, uma quantidade mais baixa pode ser usada quando a 
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 11 
concentração de cloreto é conhecida para menos do que 2000 mg/L. Não usar o 
teste para amostras contendo mais do que 2000 mg/L de Cl/L. 
A interferênciade haleto pode ser removida pela precipitação com íon Ag+² e 
filtração antes de digestão. Esta aproximação pode introduzir erros substanciais para 
a oclusão e arraste de substâncias de demanda química de oxigênio para amostras 
heterogêneas. 
 A prata, o cromo hexavalente e sais de mercúrio usados nas determinações 
de demanda química de oxigênio e criam resíduos nocivos. O maior problema está 
no uso do mercúrio. Se a contribuição de cloreto para a demanda de oxigênio é 
desprezível, o sulfato de prata pode ser omitido. Quantidades menores de amostras 
reduzem o resíduo. 
5.1.2.2 Reativos utilizados: 
 Dicromato de potássio (K2Cr2O7): é o agente oxidante que vai reduzir a 
matéria orgânica. 
 Reagente de ácido sulfúrico/sulfato de prata: A reação ocorre em meio ácido. 
Sulfato de prata (Ag2SO4) e sulfato de mercúrio (Hg) são os catalizadores da reação. 
 Ácido sulfâmico (H3NO3S): Requerido somente se a interferência de nitritos 
está para ser eliminada. 
 Padrão de hidrogenoftalato de potássio: é utilizado como padrão 
(determinação da curva). 
5.1.2.3 Porque são utilizados estes reativos: 
 Dicromato age como o oxidante, reagindo com os redutores na presença de 
íons Ag+ e como catalizador em meio fortemente acidificado com ácido sulfúrico. 
 
5.1.2.4 Resíduos gerados: Resíduos de prata, resíduos de mercúrio, resíduos 
de cromo e ferro, Acidez: É neutralizada quando da remoção do cromo e do ferro. 
A decomposição de substâncias orgânicas e biológicas durante a fase 
secundária do tratamento de águas residuais resulta usualmente na produção de 
sais inorgânicos, muitos dos quais permanecem na água mesmo após a aplicação 
das técnicas já citadas. A água também pode se tornar salobra devido ao seu uso 
em irrigação, ou porque as unidades utilizadas para reduzir sua dureza tenham sido 
recarregadas e sua descarga descartada como esgoto. Os íons inorgânicos podem 
ser removidos da água (dessalinização) por meio das técnicas listadas a seguir: 
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6. Osmose reversa: A água tem sua passagem forçada sob pressão através de 
uma membrana que os íons não podem atravessar. Uma membrana semipermeável 
composta de um material orgânico polimérico, como acetato de celulose ou 
triacetato de celulose, sobre a qual aplica-se alta pressão é colocada no caminho da 
água contaminada. A camada superficial da membrana tem cerca de 2 µm de 
espessura e é relativamente pouco porosa, quando comparada com o restante da 
estrutura. Dado que através dos poros pode passar apenas água, o líquido que 
atravessa a membrana é água pura. Por outro lado, a solução contaminada torna-se 
com o tempo cada vez mais concentrada em sal, sendo finalmente descartada. Esta 
técnica é usada em Israel e em outras regiões para produzir água potável a partir de 
água salgada, e é uma técnica útil em hospitais e unidades de tratamento renais 
para produzir água livre de íons. Em águas poluídas, é especialmente indicada para 
remover íons de metais alcalinos e alcalinos terrosos, assim como sais de metais 
pesados. 
 
7. Eletrodiálise: nesta técnica, são colocadas verticalmente e de forma 
alternada no interior de uma célula elétrica uma série de membranas permeáveis 
somente a pequenos cátions ou pequenos ânions inorgânicos. Aplica-se uma 
corrente elétrica diretamente através da água, de modo que os cátions migram para 
o cátodo e os ânions para o ânodo. O líquido torna-se, em zonas alternadas, mais 
concentradas (enriquecido) ou menos concentrado (purificado) em íons. Finalmente, 
a água concentrada em íons pode ser descartada como salmoura e a água 
purificada pode ser liberada para o meio ambiente. Esta tecnologia também é 
empregada com o propósito de dessalinização e potabilização de água do mar. 
Em uma extensão interessante da eletrodiálise, obtém-se hidróxido de sódio 
eletrolíticamente a partir do sulfato de sódio residual. O Na2SO4 aquoso e 
concentrado entra no compartimento central de uma célula. Os íons sódio passam 
através da membrana permeável aos cátions e junto com os íons hidróxido 
produzido pela decomposição da água formam hidróxido de sódio. Os íons sulfato 
migram através da membrana permeável aos ânions, e em combinação com os íons 
hidrogênio da decomposição da água, formam ácido sulfúrico. 
 
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8. Troca iônica: Alguns sólidos poliméricos contêm sítios que podem reter íons 
de maneira relativamente fraca, o que torna possível que um tipo de íon, quando em 
contato com este sólido, possa ser trocado por um outro da mesma carga. As 
resinas de troca iônica podem ser formuladas para possuir tantos sítios catiônicos 
como aniônicos que funcionam da maneira já descrita anteriormente. Os sítios de 
troca de uma resina catiônica encontram-se inicialmente ocupados por íons H+, e os 
sítios de troca das resinas de troca aniônica estão ocupados por íons OH -. Quando a 
água poluída por íons M+ e X- substituídos por M+ e, a seguir, os íons OH- da 
segunda resina são substituídos por X-. Assim, a água que deixa a coluna de resina 
contém íons H+ e naturalmente, esses dois íons combinam-se imediatamente para 
formar mais moléculas de água. Portanto, a troca iônica pode ser usada para 
remover sais, inclusive os metais pesados presentes nas águas residuais. 
Em alguns casos, a água produzida no tratamento terciário é de uma 
qualidade suficientemente boa para ser usada como água potável. Alternativamente, 
a água do rio no qual foram despejados os efluentes das plantas de tratamento de 
esgoto é utilizada como água a ser potabilizada. A reutilização da água após sua 
purificação é particularmente comum na Europa, onde a densidade populacional 
consumidora é elevada os suprimentos de água corrente são menos disponíveis do 
que na América do Norte e América do Sul. 
Uma alternativa ao processamento de esgoto através de uma planta de 
tratamento convencional é o tratamento biológico em um pântano artificial 
(construído por alagamento de terra) que contém plantas como juncos, bambus e 
amentos. A descontaminação da água é processada por bactérias e outros 
microorganismos que vivem entre as raízes e os rizomas das plantas. Essas 
absorvem os metais através de seus sistemas de raízes e concentram os 
contaminantes no interior de suas células. Normalmente, nas instalações 
construídas para processar o esgoto, o tratamento primário destinado a filtrar e 
retirar sólidos e outros poluentes de uma lagoa é efetuado antes que as águas 
residuais sejam bombeadas até o pântano, no qual ocorre o equivalente aos 
tratamentos secundário e terciário. As plantas, no seu desenvolvimento, usam os 
poluentes, e aumentam o pH, o que serve para destruir certos microorganismos 
prejudiciais. 
 
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9. Remoção de óleos e graxas: É feita através de tanques de retenção de 
gorduras, tanques de flotação, decantadores com removedores de escuma. 
 
10. Absorção em carvão ativado: O processo de adsorsão em carvão ativado 
pode ser usado para remover uma ampla variedade de contaminantes, orgânicos e 
inorgânicos. O sistema é eficiente e operacionalmente simples, com a vantagem 
adicional de poder reutilizar a fase sorbente após tratamento conveniente. 
 
11. Processos biológicos: Os processos biológicos são os mais econômicos 
dentre os utilizáveis na remoção de matéria orgânica. Por esse motivo, são 
amplamente utilizados no tratamento de efluentes líquidos. 
 Além da remoção de matéria orgânica, os processos biológicos podem ser 
aplicados para a oxidação de compostos reduzidos como nitrogênio amoniacal e 
sulfetos, bem como na redução de nitratos (desnitrificação) e de sulfatos. 
 
12. Tratamento de Cianeto e Metais em águas residuais: 
Os metais de transição poluentespodem ser removidos da água pelo uso de 
técnicas tanto de precipitação como de redução, para formar sólidos insolúveis. A 
precipitação de sulfetos ou hidróxidos foi mencionada, quando os hidróxidos são 
precipitados, o lodo volumoso produzido deve ser descartado de maneira adequada. 
A redução eletrolítica de metais leva a sua deposição no cátodo. Se em lugar do 
metal em estado elementar deseja-se uma solução aquosa concentrada do mesmo, 
o metal depositado pode ser reoxidado por via química, mediante a adição de 
peróxido de hidrogênio ou por via eletrolítica, invertendo-se a polaridade da célula. 
Os poluentes químicos dissolvidos em água São em geral compostos 
organoclorados, fenóis, cianetos e metais pesados. 
 
 
 
 
 
 
 
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 CARACTERIZAÇÃO DE ESGOTOS SANITÁRIOS 
 Tabela 2: Características químicas dos esgotos domésticos brutos 
Parâmetro Faixa de concentração Valor típico 
Sólidos totais 700-1350 mg/l 1100 mg/l 
Matéria orgânica 
Determinação indireta DBO5 
 
200 – 500 mg/l 
 
350 mg/l 
Nitrogênio Total 35 – 70 mg/l 50 mg/l 
Fósforo 5- 25 mg/l 14 mg/l 
pH 6,7- 7,5 7,0 
Alcalinidade 110-170 mgCaCO3/l 140 mgCaCO3/l 
Cloretos 20- 50 mg/l 35 mg/l 
Óleos e graxas 55-170 mg/l 110 mg/l 
Fonte: VON SPERLING (1996). 
 
13. PROJETOS PARA SISTEMAS DE TRATAMENTO DE ESGOTOS 
Em estudos ou projetos deve-se definir com clareza os objetivos do 
tratamento dos esgotos, e a que nível deve ser o mesmo processado. Quando os 
projetos são realizados sem um estudo cuidadoso as conseqüências são 
concepções superestimadas, subestimadas, ou desvinculadas de outros importantes 
aspectos que não apenas a remoção de DBO. 
Para dimensionar o sistema de tratamento ideal, os seguintes aspectos são 
de fundamental importância: 
� Objetivos do tratamento; 
� Nível do tratamento; 
� Estudos de impacto ambiental no corpo receptor. 
Para maior detalhamentos do projeto são necessários o conhecimento do volume de 
efluentes, procedência desses efluentes, área disponível para implantação do 
sistema e recursos a serem investidos para implementação e para manutenção do 
sistema. 
 
 
 
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14. NÍVEL DE TRATAMENTO 
A remoção dos poluentes no tratamento, de forma a adequar o lançamento a 
uma qualidade desejada ou ao padrão de qualidade vigente esta associada aos 
conceitos nível de tratamento e eficiência do tratamento. 
 O tratamento de esgotos é usualmente classificado através dos níveis de 
tratamento: preliminar, primário, secundário e terciário. 
 
14.1 Tratamento preliminar: objetiva apenas a remoção de sólidos grosseiros, 
gordura e sólidos sedimentáveis (areia), enquanto que o tratamento primário visa à 
remoção de sólidos sedimentáveis e parte da matéria orgânica. Em ambos 
predominam os mecanismos físicos de remoção de poluentes. A tendência continua 
sendo os decantadores primários e os floculadores. 
Deve-se lembrar que esta fase é de fundamental importância, pois, além de 
apresentar baixo custo, reduz bastante as impurezas contidas nos esgotos. 
 
14.2 Tratamento secundário: predominam mecanismos biológicos, o objetivo é 
principalmente a remoção de matéria orgânica e eventualmente nutriente (nitrogênio 
e fósforo). 
 
14.3 Tratamento terciário: objetiva a remoção de poluentes específicos 
(usualmente tóxicos ou não biodegradáveis) ou ainda, a remoção complementar de 
poluentes não suficientemente removidos no tratamento secundário. 
A eficiência do tratamento está relacionada com a porcentagem de remoção 
de determinados poluentes no tratamento ou em uma de suas etapas. Depende de 
vários fatores, diretamente relacionados às operações e processos, que nelas 
devem ocorrer. 
Por exemplo, a eficiência de remoção de partículas em decantadores 
depende da relação entre a velocidade de sedimentação dessas partículas e a taxa 
de escoamento superficial do líquido. A eficiência de unidades onde ocorrem 
processos químicos depende, dentre outros fatores, das propriedades químicas dos 
reagentes, das características físico-químicas do fluído a ser tratado, do tempo de 
reação e das características dos produtos formados. A eficiência de processos 
biológicos depende similarmente, da natureza e composição dos substratos 
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presentes no afluente, das características e concentração da biomassa presente nos 
reatores, das condições ambientais tais como pH, temperatura, presença de 
nutrientes, tempo de contato entre substrato e biomassa e dos fenômenos que 
governam o transporte de substrato às células. 
 
15. OPERAÇÕES, PROCESSOS E SISTEMAS DE TRATAMENTO. 
 A tabela abaixo apresenta um resumo dos principais sistemas de tratamento 
de esgotos sanitários domésticos, feitos em geral, a nível secundário. Cabe ressaltar 
que no Brasil o tratamento terciário para esgotos domésticos é bastante raro. 
 
Tabela 3: Operações, processos e sistemas de tratamentos 
freqüentemente utilizados para a remoção de poluentes de esgotos 
domésticos 
Poluente Nível de tratamento Operação, processo ou sistema 
de tratamento 
Sólidos em 
suspensão 
Preliminar Gradeamento, Remoção de areia, 
Sedimentação, Disposição no solo. 
Matéria orgânica 
biodegradável 
Secundário 
Primário (remoção 
parcial) 
Lagoas de estabilizações e 
variações, lodos ativados e 
variações, filtro biológico e 
variações, tratamento anaeróbico, 
disposição no solo. 
Patogênicos Terciário (principal) 
Secundário 
Lagoas de maturação, disposição 
no solo, desinfecção com produtos 
químicos, desinfeção com radiação 
ultravioleta. 
Nitrogênio Secundário 
Terciário 
nitrificação e desnitrificação 
biológica, disposição no solo, 
processos físico-químicos. 
Fósforo Secundário 
Terciário 
Remoção biológica, Processos 
físico-químicos. 
 
 
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15.1 TRATAMENTO PRELIMINAR 
O tratamento preliminar objetiva apenas a remoção de sólidos grosseiros 
como medida de proteção dos dispositivos de transporte de esgotos (bombas e 
tubulações) e das unidades de tratamento subsequentes. A remoção de areia é feita 
através de unidades especiais denominadas desareanadores. 
 
15.2 TRATAMENTO PRIMÁRIO 
O tratamento primário destina-se a remoção de sólidos sedimentáveis e 
sólidos flutuantes. Empregam-se tanques de decantação e fossas sépticas. 
 
15.3 TRATAMENTO SECUNDÁRIO 
O principal objetivo do tratamento secundário é a remoção da matéria 
orgânica a qual pode estar nas seguintes formas: 
• Matéria orgânica dissolvida (DBO solúvel), a qual não é removida por 
processos meramente físicos. 
• Matéria orgânica em suspensão (DBO suspensa ou particulada), a qual é 
em grande parte removida no tratamento primário, cabendo ao tratamento 
secundário a remoção dos sólidos de decantabilidade mais lenta que 
persistem na massa líquida. 
A essência do tratamento secundário para esgotos domésticos é a inclusão 
de uma etapa biológica, onde a remoção de matéria orgânica é efetuada por 
reações bioquímicas, realizadas por microorganismos. Uma grande variedade de 
microorganismos toma parte no processo: bactérias, protozoários e fungos. 
A base do processo biológico é o contato efetivo entre esses 
microorganismos e o material orgânico contido nos esgotos, possibilitando que a 
matéria orgânica seja utilizada como alimento pelos microorganismos. Essa 
decomposição biológica do material orgânico requer a presença de oxigênio como 
componente fundamental dos processos aeróbicos, além da manutenção de outras 
condições ambientais favoráveis, como temperatura, pH, tempo de contato. 
O tratamentosecundário geralmente inclui unidades para o tratamento 
preliminar, mas nem sempre inclui unidades para o tratamento primário. Existe uma 
grande variedade de métodos de tratamento a nível secundário, sendo que os mais 
comuns são: 
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16. Lagoas de Estabilização e Variantes 
16. 1. Lagoa facultativa 
 O uso de lagoa facultativa é uma solução simples e de baixo custo, isto 
quando se dispõe de área com topografia adequada e custo acessível. Esta técnica 
exige o uso de tratamento preliminar, provido de grade e desarenador. 
 Esta é uma alternativa simples para a construção, e que exige operação 
mínima, sem qualquer necessidade de se contratar operador especializado. 
 
 
16 . 2 Sistema Australiano de Lagoas 
 Consiste numa lagoa anaeróbia, seguida de uma lagoa facultativa. É uma das 
melhores soluções técnicas, mas esbarra no problema de necessitar de uma grande 
área para sua implantação. 
 Na lagoa anaeróbia ocorre à retenção e a digestão anaeróbia do material 
sedimentável e na facultativa ocorre predominantemente a degradação dos 
contaminantes solúveis e contidos em partículas suspensas muito pequenas. 
 O lodo retido e digerido na primeira lagoa tem de ser removido em intervalos 
que geralmente variam de 2 a 5 anos. Na primeira, predomina o processo anaeróbio 
e na segunda o aeróbio, onde se atribui às algas, a função da produção do oxigênio 
a ser consumido pelas bactérias. 
 
16. 3 Lagoa Aerada Facultativa 
 Esta diminui a necessidade de grande área, mas em conseqüência da 
utilização de aeradores, aumenta o seu custo de operação. 
 Quando o sistema incluir um decantador primário, a lagoa aerada pode ter o 
tempo de detenção (ou retenção) menor, porém, quando somente se usa grade e 
caixa de areia, normalmente é empregado um tempo de detenção maior. 
 Na aeração há produção de lodo biológico, que tem de ser removido antes do 
lançamento dos efluentes no corpo receptor. Por este motivo emprega-se uma 
segunda lagoa que tem como função a retenção e digestão desse resíduo. 
 Devido à introdução da mecanização, as lagoas aeradas são menos simples 
em termos de manutenção e operação, comparadas com as lagoas facultativas 
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convencionais. A redução dos requisitos de área é conseguida empregando certa 
elevação no nível de operação, além do consumo de energia elétrica. 
 
16.4 Sistemas de Lagoas Aeradas de Mistura Completa (Lagoas de 
Decantação) 
 Uma forma de se reduzir ainda mais o volume da lagoa aerada é o de se 
aumentar o nível de aeração, fazendo com que haja uma turbulência tal que, além 
de garantir a oxigenação, permita ainda que todos os sólidos sejam mantidos em 
suspensão no meio líquido. 
O tempo de detenção típico da lagoa aerada é da ordem de 2 a 4 dias. 
A operação deste tipo de lagoa são mais complicados devido ao fato de se ter 
um menor período de armazenagem na lagoa, comparado com os outros sistemas. 
Caso a remoção de lodo seja periódica, tal ocorrerá numa freqüência aproximada 
em torno de 3 a 5 anos. A remoção do lodo é uma tarefa trabalhosa e cara. 
 
17. Sistemas de Lodos Ativados e Variantes 
17. 1 Lodos ativados convencional 
 Lodos ativados baseiam-se em processo biológico aeróbio e parte do 
princípio que deve ser evitada a fuga descontrolada de bactéria ativa, produzida no 
sistema e que, deve-se recircular de modo a se manter a maior concentração 
possível de microrganismos ativos no reator aerado. 
 Os microrganismos produzem flocos que podem ser removidos facilmente por 
sedimentação em decantador secundário (ou flotador por ar dissolvido). Parte do 
lodo secundário é descartada para tratamento e destino final. 
 Nos sistemas de lodos ativados os tanques são tipicamente de concreto, 
diferentemente das lagoas de estabilização. Para garantir economia em termos de 
energia no processo de aeração, parte da matéria orgânica (em suspensão, 
sedimentável) dos esgotos é retirada antes do tanque de aeração, através do 
decantador primário. Assim este tipo de tratamento tem como parte integrante 
também o tratamento primário. 
 O sistema de lodos ativados convencional ocupa áreas bastante inferiores às 
dos sistemas de lagoas. Exige uma capacitação para sua operação, e consumo de 
energia superior aos das lagoas aeradas. 
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 Dentre as variantes do processo de lodos ativados, temos aeração 
prolongada e o emprego de fluxo intermitente (Batelada). 
 O fluxograma do processo é grandemente simplificado, devido à eliminação 
de diversas unidades, comparado aos sistemas de lodo ativado de fluxo contínuo. 
No sistema de aeração prolongada por batelada, as únicas unidades de todo o 
processo de tratamento (líquido e lodo) são: grades, desarenadores, reatores, 
adensamento do lodo (opcional) e desidratação do lodo. 
 
18 Sistemas aeróbicos com biofilme 
18. 1 Filtros Biológicos de Baixa Carga 
 O processo de filtros biológicos consiste num conceito totalmente diferente 
dos processos anteriores. Ao invés da biomassa crescer dispersa em um tanque ou 
lagoa, ela cresce aderida a um meio suporte. 
 O filtro biológico configura-se em um reator denominado de leito fixo e filme 
fixo, ou seja, os microrganismos são mantidos aderidos a um material suporte, que 
constitui o recheio da unidade. 
 Basicamente, o filtro biológico aeróbio é composto por um leito de pedras ou 
de materiais inertes, com forma, tamanho e interstícios adequados, que permitam a 
livre circulação natural de ar, sobre o qual, dispositivos de distribuição lançam os 
esgotos sanitários que percolam por entre as peças que constituem o referido 
recheio. 
 Enquanto o líquido percola através do leito, ocorre o contato entre os 
materiais a serem degradados. É obrigatório, o uso de decantador primário e 
secundário. Em certos casos promove-se a recirculação do efluente do decantador 
secundário. 
 Nos filtros de baixa carga, a quantidade de DBO aplicada é menor. Com isso 
a disponibilidade de alimentos é menor, o que resulta numa estabilização parcial do 
lodo (autoconsumo da matéria orgânica celular) e numa maior eficiência do sistema 
na remoção da DBO, de forma análoga ao sistema de aeração prolongada nos lodos 
ativados. 
 
 
 
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18. 2 Filtros Biológicos de Alta Carga 
 Os filtros biológicos de alta carga são conceitualmente similares aos de baixa 
carga. No entanto, por receberem uma maior carga de DBO por unidade de volume 
de leito, o requisito de área é menor. Em paralelo, tem-se também uma ligeira 
redução na eficiência de remoção de matéria orgânica, e a ausência de 
estabilização do lodo no filtro. 
 Diferentemente do sistema de lodos ativados, a recirculação nos filtros de alta 
carga é do efluente, e não do lodo sedimentado. 
 A eficiência dos filtros biológicos é através da utilização de dois ou mais filtros 
em série. 
 
 18. 3 Biodiscos 
 O processo de biodiscos consiste de uma série de discos ligeiramente 
espaçados, montados num eixo horizontal. Os discos giram vagarosamente, e 
mantém, em cada instante, cerca de metade da área superficial imersa no esgoto, e 
o restante exposto ao ar. 
 Os discos têm usualmente menos de 3,6 metros de diâmetro, sendo 
geralmente construídos de plásticos leves. Quando o sistema é colocado em 
operação, os microorganismos do esgoto começam a aderir às superfícies rotativas, 
ali crescem até que toda a superfície do disco esteja coberta por uma fina camada 
biológica, com poucos milímetros de espessura. À medida que os discos giram, a 
parte exposta ao ar traz um película de esgotos, permitindo a absorção de oxigênio 
através do gotejamento e percolaçãojunto às superfícies de cada disco. 
 Quando a camada biológica atinge uma espessura excessiva, ela se desgarra 
dos discos. Esses organismos que se degradam são mantidos em suspensão no 
meio líquido devido à leve turbulência provocada pelo movimento dos discos, o que 
aumenta a eficiência do sistema. 
 Os sistemas de biodiscos são empregados principalmente para o tratamento 
dos esgotos de pequenas comunidades. Devido à limitação no diâmetro dos discos, 
será necessário um grande número de discos, o que torna difícil sua aplicação para 
o tratamento de grandes vazões. 
 
 
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19. Tratamento Anaeróbio 
19. 1 Sistema Fossa Séptica ( Filtro Anaeróbio) 
As fossas sépticas são unidades de escoamento horizontal e contínua, que 
realiza a separação de sólidos, decompondo-os anaerobiamente. A fossa séptica 
não é um simples decantador ou digestor, mas sim, uma unidade que realiza 
simultaneamente várias funções como: decantação e digestão de sólidos em 
suspensão, que irá formar o lodo, sendo este acumulado na parte inferior, ocorrerá a 
flotação e uma retenção de materiais mais leves e flotáveis como: óleos e graxas, 
que formarão uma espuma na parte superior. Os microrganismos existentes serão 
anaeróbios e ocorrerá a digestão do lodo, com produção de gases. 
O sistema de fossas sépticas seguidas de filtros anaeróbicos tem sido 
amplamente utilizado em nosso meio rural e em comunidades de pequeno porte. A 
fossa séptica (usualmente do tipo Tanque Imhoff) remove a maior parte dos sólidos 
em suspensão, os quais sedimentam, e sofrem o processo de digestão anaeróbica 
no fundo do tanque. A matéria orgânica efluente da fossa séptica é conduzida ao 
filtro anaeróbio, onde ocorre sua remoção, também em condições anaeróbias. 
O filtro anaeróbio é constituído essencialmente por um tanque com recheios 
de pedras, peças cerâmicas de material sintético ou de outros materiais que servem 
de suporte para microrganismos. Nos interstícios do leito do reator também evoluem 
flocos ou grânulos, que possuem elevada participação de microrganismos que 
atuam na degradação dos contaminantes da água residuária. 
A eficiência do sistema fossa-filtro é usualmente inferior à dos processos 
anaeróbios, no entanto, o sistema é viável economicamente e apresenta-se como 
uma boa opção para pequenas quantidades de efluentes. A produção de lodo nos 
sistemas anaeróbios é baixa e o lodo já sai estabilizado, podendo ser dirigido 
diretamente para um leito de secagem. 
Os sistemas anaeróbios apresentam o risco de geração de maus odores, 
especialmente quando não são operados adequadamente. 
 
19. 2 Reator Anaeróbico de Manta de Lodo 
Freqüentemente denominados de Reatores Aeróbios de fluxo Ascendente 
(RAFA), nestes reatores, a biomassa cresce e se dispersa no meio. A biomassa ao 
crescer pode formar pequenos grânulos, correspondentes à aglutinação de diversas 
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bactérias. Esses pequenos grânulos, por sua vez, tendem a servir de meio suporte 
para outras bactérias. A granulação auxilia no aumento da eficiência do sistema, 
mas não é fundamental para o funcionamento do reator. A concentração de 
biomassa no reator é bastante elevada o que exige pequeno volume para os 
reatores anaeróbios, em comparação com todos os outros sistemas de tratamento. 
Reator anaeróbio de manta de lodo é uma unidade de fluxo ascendente, que 
possibilita o transporte das águas residuárias através de uma região que apresenta 
elevada concentração de microrganismos anaeróbios. 
O Reator deve ter seu afluente criteriosamente distribuído junto ao fundo, de 
maneira que ocorra o contato adequado entre os microrganismos e o substrato. O 
reator oferece condições para que grande quantidade de lodo biológico fique retida 
no interior do mesmo em decorrência das características hidráulicas do escoamento 
e também da natureza desse material que apresenta boas características de 
sedimentação, sendo esta a conseqüência dos fatores físicos e bioquímicos que 
estimulam a floculação e a granulação. 
Na parte superior do reator existe um dispositivo destinado à sedimentação 
de sólidos e à separação das fases sólidas - líquidas - gasosas. Esse dispositivo é 
de fundamental importância, pois é responsável pelo retorno do lodo e 
conseqüentemente, pela garantia do alto tempo de detenção celular do processo. 
Diferentemente dos filtros anaeróbios, não há necessidade de decantação 
primária, o que simplifica mais ainda o fluxograma da estação de tratamento. 
Os riscos da geração e/ou liberação de maus odores pode ser bastante 
minimizado com um projeto bem elaborado e operação adequada do reator. 
O texto abaixo exemplifica o funcionamento de uma estação de tratamento de 
esgoto (tratamentos preliminares, primários e secundários). 
A princípio, uma Estação de Tratamento de Esgoto - ETE, deve estar situada 
nas proximidades de um corpo receptor, que pode ser um lago, uma represa, ou um 
curso d'água qualquer. Em geral, o corpo receptor é um rio. 
O esgoto que chega na estação é chamado "esgoto bruto" e escoa por um 
tubo de grandes dimensões chamado "interceptor". A seqüência de tubulações 
desde a saída do esgoto das residências até a entrada na ETE é: 
• Tubulação primária: Recebe as águas residuárias residenciais; 
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• Tubulação secundária: Recebe contribuições das tubulações primárias e 
outras de águas residuárias das residências; 
• Coletor tronco: Além de receber as águas dos coletores secundários, 
pode receber eventualmente algumas contribuições isoladas residencial, 
sendo esta medida não aconselhável; 
• Interceptor: Este conduz o esgoto até a ETE e não pode receber 
nenhuma contribuição individual no caminho. 
Na entrada da ETE, geralmente existe uma Estação Elevatória que bombeia o 
esgoto para cima até o nível superficial onde começa o tratamento. 
O primeiro procedimento consiste em deter os materiais maiores tais como 
galhos de árvores, objetos conduzidos e arrastados pelo caminho, etc., os quais 
ficam presos nos sistemas de gradeamento que possui malhas com espaçamentos 
diferentes em vários níveis. 
A seguir, o esgoto passa pelos desarenadores ou caixas de areia para a 
retirada dos materiais sólidos granulares. 
A próxima etapa ocorre nos decantadores primários onde as partículas 
sólidas sedimentam no fundo do tanque. 
Entretanto, algumas partículas são muito pequenas e não possuem peso 
suficiente para precipitarem. Por isso, geralmente na entrada da ETE, é adicionada 
uma substância coagulante a fim de unir essas partículas formando outras maiores e 
mais densas que consigam sedimentar com seu peso próprio no decantador. 
O tempo necessário para que haja a precipitação é chamado tempo de 
detenção e é calculado levando em conta diversos fatores. No decantador o 
movimento da água não deve ter turbulência para facilitar a sedimentação. 
Os sedimentos acumulados no fundo do decantador são denominados "lodos" 
e são retirados pelo fundo do tanque, encaminhados para adensadores de gravidade 
e digestores anaeróbios. 
Nestes digestores as bactérias e microorganismos aeróbios consomem a 
maior parte da matéria orgânica constituinte do lodo. O material excretado é 
consumido no fundo do tanque pelos microrganismos anaeróbios. 
Assim ocorre uma diminuição do volume do lodo que pode ser encaminhado 
para filtros prensa e câmaras de desidratação onde ocorre uma diminuição ainda 
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maior de seu volume e daí são encaminhados para aterros sanitários ou como 
esterco para agricultura. 
Nos digestores, durante o processo de oxidação damatéria orgânica ocorre 
uma liberação de gás que geralmente é reaproveitado como combustível, muitas 
vezes para abastecer equipamentos da própria estação de tratamento como, por 
exemplo, os secadores térmicos. 
Em estações onde o tratamento primário é considerado suficiente o processo 
termina nesta etapa. No caso da necessidade do tratamento secundário, o esgoto é 
levado do decantador primário para tanques de aeração onde ocorre o tratamento 
por "lodos ativados" que nada mais é do que a recirculação do lodo acumulado no 
decantador secundário. 
No decantador secundário há novamente a sedimentação e, a seguir, a água 
já tratada é despejada no corpo receptor, que, em geral, é um rio ou lago. O 
escoamento até o corpo receptor é feito por uma tubulação denominada emissário. 
Esta água pode também ser tratada numa pequena estação de tratamento de 
água construída nas dependências da própria ETE, e ser reaproveitada para 
lavagem das dependências físicas da estação e seu abastecimento geral. 
 
20. TRATAMENTO TERCIÁRIO 
O tratamento terciário visa remoção de nutrientes, patogênicos, compostos 
não biodegradáveis, metais pesados, sólidos inorgânicos dissolvidos e sólidos em 
suspensão remanescentes. 
São exemplos de tratamentos terciários: 
 
20.1 CLORAÇÃO 
 Apesar de somente em 1880 ter sido demonstrado, que determinadas 
bactérias eram a causa de doenças específicas, desde 1832 dispõe-se de 
informações sobre a utilização de soluções de cloro na desinfecção de hospitais e 
também ampla utilização durante a grande epidemia de cólera, ocorrida na Europa 
em 1831. Na Inglaterra, em 1879, Wilian Soper usou óxido de cloro para o 
tratamento de fezes de pacientes portadores de febre tifóide, antes da disposição no 
esgoto. 
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Em escala de projeto, a primeira utilização do cloro como agente desinfetante 
de esgotos sanitários foi realizada em Hamburgo (Alemanha), em 1893. Desde 
então, o uso do cloro em águas residuárias teve um crescimento vertiginoso, em 
decorrência do desenvolvimento de técnicas apropriadas. Em 1958, nos Estados 
Unidos, servindo a uma população de mais de 38 milhões, empregaram esse 
método de desinfecção (Campos, 1990) 
 O cloro pode ser usado no tratamento de águas residuárias para uma série de 
outras finalidades além da desinfecção, dentre os quais, o controle do odor, remoção 
de DBO, controle de proliferação de moscas, destruição de cianeto e fenóis e 
remoção de nitrogênio. 
 O uso do cloro tem como problema, a produção de compostos de cloro que 
podem provocar danos à vida aquática. 
20.2 RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA 
 A radiação ultravioleta é gerada a partir de lâmpadas de baixa pressão de 
vapor de mercúrio, que emitem a maior parte de sua energia (85 a 90 %) no 
comprimento de onda de 253,7 nm, que é efetiva na inativação de microrganismos. 
O esgoto é exposto à radiação ultravioleta, pelo intervalo de tempo de 1 
minuto, obtendo-se com isso, eficiência elevada na remoção de microrganismos 
patogênicos. 
 As dosagens de radiação ultravioleta normalmente empregadas na inativação 
de microrganismos em esgotos sanitários são tão pequenas, podendo-se dizer que 
seus efeitos sobre as substâncias químicas presentes no efluente é insignificante, 
em relação a formação de novas substâncias, através de reações fotoquímicas. 
 O uso da radiação ultravioleta tem sido muito estudado nos países 
desenvolvidos. No Brasil, sabe-se que a Escola de Engenharia de São Carlos tem 
uma linha de pesquisa, com resultados estimulantes. 
 
20.3 OSMOSE REVERSA 
Neste processo empregam-se membranas sintéticas porosas com tamanhos 
de poros tão pequenos que filtram os sais (íons) dissolvidos na água. Para que a 
água passe pelas membranas, é necessário pressurizar a água com pressões acima 
de 10 kgf/cm2. Os fabricantes de membranas estão realizando constante esforço no 
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sentido de desenvolver novos produtos que proporcionem maior eficiência na 
filtração. 
Atualmente a osmose reversa é largamente empregada para melhoria de 
qualidade de água que participará de processo. Exemplificando: indústrias de 
alimentos e bebidas. 
 
20.4 OZONIZAÇÃO 
O interesse no uso do ozônio para tratamento de efluentes deve-se ao seu 
alto potencial de oxidação (somente excedido pelo flúor e radicais hidroxila), aliado a 
outras características interessantes para esta aplicação, como o fato de sua pressão 
parcial ser bastante inferior à do gás oxigênio, sendo facilmente absorvido pela água 
numa interface de bolhas (50 vezes mais rápido que o gás oxigênio). 
Seu uso em instalações de tratamento de efluentes visa principalmente a 
oxidação de compostos orgânicos não biodegradáveis. Como efeito da utilização do 
ozônio no tratamento de efluentes, são destruídos compostos por desassociações 
oxidante (quebra de cadeias); reduz metais às suas formas insolúveis 
(normalização); solidifica (mineraliza) compostos orgânicos dissolvidos, causando a 
sua precipitação; eleva o potencial redox da água, causando microfloculação dos 
patogênicos e pirogênicos destruídos, que podem ser removidos por filtração. 
Uma das dificuldades de utilizar ozônio é o fato dele ser altamente reativo e 
instável. Estas características impossibilitam seu transporte e armazenamento, ou 
seja, exige que seja produzido no local de sua aplicação. Sua utilização é bastante 
difundida em países como França, Itália e Espanha e mais recentemente vem 
ganhando forte aceitação nos Estados Unidos. 
As altas concentrações e quantidade de ozônio produzido requerem 
monitoramento cuidadoso e constante, bem como a eliminação do O3 residual no ar 
por catálise, irradiação UV ou passagem por carvão ativado. 
As principais vantagens em relação a outros métodos residem no menor 
consumo operacional, na não formação de resíduos sólidos e na sua adaptação em 
sistemas integrados. 
 
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 29 
20.5 TRATAMENTO ELETROLÍTICO 
 Essa alternativa explora os fenômenos físicos e químicos que ocorrem em 
cubas eletrolíticas, possibilitando a ocorrência várias reações de oxi-redução, além 
de liberação de gases, da migração de íons, da flotação, da corrosão dos eletrodos, 
e das reações secundárias. O conjunto dessas ações leva a formação de lodo, 
sendo este separado do líquido, através da flotação ou decantação. 
 
20.6 TROCA IÔNICA 
Resinas heterodispersas (granulometria entre 0,3 mm até 1,2 mm) estão 
sendo substituídas pelas monodispersas (granulometria uniforme entre 0,6 e 0,7 
mm), de modo a minimizar problemas como o de entupimento dos coletores dos 
trocadores iônicos. 
20.7 SISTEMAS INTEGRADOS DE TRATAMENTO 
São amplas as possibilidades do emprego da associação de dois ou mais 
sistemas de tratamento com o objetivo de somar suas vantagens em benefício de 
devolver a natureza um efluente mais adequado. 
Exemplo: Ozônio e Ultra Violeta. 
 
20.8 DISPOSIÇÃO DE EFLUENTES LÍQUIDOS 
 As formas mais comuns de disposição final de efluentes líquidos tratados são 
os cursos de água e o mar. No entanto, a disposição no solo é também um processo 
aplicado em diversos locais do mundo. 
A aplicação no solo pode ser considerada uma forma de disposição final, de 
tratamento (primário, secundário ou terciário). Os esgotos aplicados no solo 
apresentam, basicamente, três possíveis destinos: retenção na matriz do solo; 
retenção pelas plantas e aparecimento na água subterrânea. Sabe-se que vários 
mecanismos de ordem física, química e biológica atuam na remoção dos poluentes 
do solo, a questão é a toxicidade associada a esse efluente. Até que ponto pode-se 
afirmar que a degradação desses efluentes ocorra antes que eles atinjam as águas 
subterrâneas.20.9 DISPOSIÇÃO DO LODO (FASE SÓLIDA) 
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 30 
De uma maneira geral, o lodo de esgoto pode ser caracterizado como um 
material bastante rico em matéria orgânica, com alto teor de umidade e com 
concentração relativamente elevada de nitrogênio e outros minerais. Quanto ao pH o 
lodo pode ser considerado praticamente neutro, valores em torno de 6 e 7. 
Quando bem conduzido, o tratamento de esgoto sanitário, produz um lodo 
que não apresenta características desagradáveis, seja de aspecto ou de odor. 
 
20.10 ALTERNATIVAS DE DISPOSIÇÃO FINAL PARA O LODO DE ESGOTO 
Dentre as diversas alternativas de disposição final de lodo de esgoto, podem 
ser citadas: Aterros Sanitários, áreas de recuperação do solo, disposição no mar, 
incineração, aplicação em áreas agrícolas e/ ou florestais. 
A reciclagem dos lodos em sistemas de produção agrícola é freqüentemente 
citado com uma das melhores alternativas. Mas, para que esta alternativa venha a 
ser implementada é necessária a adoção de processos que estabilizem os 
biossólidos, tornando-os seguros para a aplicação proposta. 
Atualmente alguns processos de estabilização de lodos de esgotos urbanos 
tem sido sugerido e testado, entre eles está a compostagem, o tratamento químico 
alcalino com cal e a Estabilização Alcalina Avançada com Secagem Acelerada, 
também conhecida na literatura como Processo N-Viro. 
 
30. DEFINIÇÃO DE TERMOS 
“Lodo de esgoto”: denominação genérica para o resíduo sólido gerado pelos 
sistemas de tratamento de águas residuárias (SANEPAR, 1997). Trata-se de um 
material heterogêneo cuja composição depende do tipo de tratamento empregado 
para tratamento do esgoto e das características das fontes geradoras (população e 
indústrias). 
� Lodo não tratado: lodo passado apenas pela caixa de areia ou por 
gradeamento. 
� Lodo digerido: lodo proveniente de digestor secundário. 
� Lodo ativado: lodo proveniente do decantador secundário. 
 
 
 
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30.1 DEMANDA BIOQUÍMICA DE OXIGÊNIO (DBO) 
A DBO retrata a quantidade de oxigênio, requerida para estabilizar, através de 
processos bioquímicos, a matéria orgânica carbonácea, tratando-se, portanto, de 
uma indicação indireta do carbono orgânico biodegradável. 
A estabilização completa da matéria orgânica leva cerca de 20 dias, 
correspondendo assim, à Demanda Última de Oxigênio (DBO5). Entretanto, para 
evitar que o teste de laboratório fosse sujeito a grande demora, e permitir uma 
comparação entre diversos resultados, foram efetuadas algumas padronizações: 
Convencionou-se, proceder à análise da DBO no 5o dia, devido ao tempo de 
detenção hidráulico dos rios Europeus. Para esgotos domésticos típicos, esse 
consumo do quinto dia pode ser correlacionado, com o consumo total final (DBOu). 
Determinou-se, que o teste fosse efetuado à temperatura de 20oC, já, que 
temperaturas diferentes interferem no metabolismo bacteriano, alterando as relações 
entre a DBO5 e a DBOu. 
Teste da DBO no dia da coleta determina-se a concentração de oxigênio 
dissolvido (OD) da amostra. Cinco dias após, com a amostra mantida em um frasco 
fechado e incubado a 20oC, determina-se a nova concentração, já reduzida, devido 
ao consumo de oxigênio durante o período. A diferença entre teor de OD no dia zero 
e no dia cinco representa o oxigênio consumido, para a oxidação da matéria 
orgânica, sendo, portanto, a DBO5. 
 
30.2 DEMANDA QUÍMICA DE OXIGÊNIO (DQO) 
 A Demanda Química de Oxigênio (DQO) indica a quantidade de oxigênio que 
é consumida quimicamente, por diversos compostos orgânicos, sem a intervenção 
de microrganismos; fornecendo na forma de oxigênio consumido, a quantidade de 
matéria orgânica oxidável presente na água residuária. A DQO é utilizada como uma 
medida do equivalente em oxigênio da matéria orgânica, contida em uma amostra, 
sendo esta, susceptível à oxidação, por um agente oxidante forte. Para amostras de 
uma fonte específica bem conhecida, a DQO pode ser associada empiricamente, à 
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO), carbono orgânico ou quantidade de 
matéria orgânica. O teste da DQO será útil para monitoramento e controle depois de 
estabelecida a correlação com a DBO. 
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 32 
31. NOVAS TENDÊNCIAS PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES 
Processos oxidativos avançados: Tais métodos visam mineralizar os 
poluentes e converte-los em CO2, H2O e ácidos minerais. 
POAs são, por definição, processos fundamentados na geração de radical 
hidroxila, de características fortemente oxidantes. Uma das principais características 
deste tipo de processos está representada pela sua alta inespecificidade, permitindo 
a completa mineralização de inúmeros substratos de relevância ambiental, em 
tempos usualmente bastante curtos (segundos) (NOGUEIRA e JARDIM, 1993; 
BAIRD, 1999; RODRIGUES, 2001; WANG et Al, 2002). 
Radicais hidroxilas podem ser gerados in situ, através de processos 
homogêneos ou heterogêneos, irradiados ou não ex. fotocatálise heterogênea 
(ZAMORA et al, 1999;CHEN et al,2000; WANG et al,2002; BÉLTRAN et al,2002, 
citados por ZAMORA, 2003). Em geral, sistemas homogêneos e irradiados 
apresentam uma elevada eficiência de degradação o que, junto com a sua 
simplicidade operacional, concede boas características como para servir de base 
para o desenvolvimento de rotinas de remediação, principalmente de substratos 
resistentes à degradação. 
 
32. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL NO CORPO RECEPTOR 
 O aspecto positivo da eficiência de um sistema de tratamento de efluentes 
tem como vantagens, diminuição da carga orgânica lançada nos rios, 
Diminuição da carga microbiológica descarregada no ambiente, 
Geração de parques ecológicos e manutenção da capacidade de reprodução 
dos ecossistemas. 
O aspecto negativo da ineficiência de um sistema de tratamento de efluentes 
é a contaminação da água subterrânea por elementos contaminantes não removidos 
pelo sistema de tratamento, presença de elementos potencialmente tóxicos na biota 
e sendo transmitida ao longo da cadeia alimentar, geração de odores 
desagradáveis, presença de vetores, contaminação do solo, do ar e da água, 
ocasionando graves danos ao meio ambiente. 
 
 
 
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33. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL 
• Em 1980 os Estados Unidos estabeleceram um programa chamado superfund, 
com o objetivo de limpar depósito de lixos tóxicos abandonados ou ilegais, que 
poluíam as águas subterrâneas. Os contaminantes perigosos mais comuns 
nestes locais são os metais pesados: chumbo, cádmio e mercúrio e os 
compostos orgânicos: benzeno, tolueno, xileno, etilbenzeno e tricloroetileno. 
Uma substância é chamada perigosa quando constitui um risco para o 
ambiente, especialmente para os seres vivos. Assim, os resíduos perigosos são 
substâncias que foram descartadas ou designadas como resíduos e que, 
representam um risco. A maioria dos resíduos perigosos são substâncias comerciais 
ou subprodutos resultantes de sua fabricação. 
A normatização brasileira praticamente é uma transcrição, com adaptações, 
da legislação americana promulgada no inicio da década de 80. Decorridos quase 
dez anos da vigência das Normas da ABNT, NBR 10004 a 10007 e atual ISO 14001 
que trata dos critérios classificatórios de Resíduos, faz-se necessário promover 
alterações. 
A Norma ISO 14001 consiste de cinco elementos estruturais e sucessivos 
relacionados entre si, sendo assim descritos: 
� Política ambiental – responsabilidade ambiental da organização. 
� Planejamento – inventário da situação ambiental. 
� Implementação e operação – estruturas apropriadas de pessoal, de 
organização e de processopara que os objetivos possam ser 
alcançados. 
� Verificação e ação corretiva – realização de auditorias ambientais. 
� Avaliação pela alta administração – verificação e avaliação periódica 
para garantir adequação e eficácia; circulo de Deming - “plan – do – 
check – act” (planejar – executar – avaliar – melhorar). 
 
34. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL NA INDÚSTRIA 
 O ponto inicial da gestão ambiental se encontra na conceitualização de um 
projeto de desenvolvimento, entendido como um conjunto complexo de atividades e 
transformações planejadas para transformar o ambiente natural e humano e que 
envolve o investimento de capital (tanto econômico como cultural) e de tecnologia. 
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Tais projetos de desenvolvimento são as ações necessárias para a materialização 
de um modelo de desenvolvimento, entendido como um processo ou série de etapas 
que envolvem múltiplos aspectos da vida social, sobre os que devem se efetuar um 
processo de mudança induzido em direção a uma situação modernizante, conforme 
o modelo dos chamados países desenvolvidos. Neste modelo, o investimento de 
capital e progresso tecnológico constituem os fatores principais do desenvolvimento. 
 Os grandes projetos da infra-estrutura ou os de inclusão e implementação de 
processos de transformação das regiões para acrescentar ou otimizar as atividades 
produtivas constituem projetos de desenvolvimentos por si próprios mesmo que 
façam parte de projetos de desenvolvimentos mais amplos tais como os que têm a 
ver com o desenvolvimento econômico, político e social de uma nação. Nesta ordem 
de idéias, o impacto ambiental pode se questionar de uma maneira genérica com a 
introdução de fatores exógenos de mudança nas relações entre a natureza e cultura, 
ambiente e sociedade, habitat e populações, ocasionadas pela construção e 
operação de projetos de desenvolvimento. 
 A gestão ambiental contempla de maneira integrada todos os aspectos que 
compõe o meio humano e o meio natural em sua interação com os projetos de infra-
estrutura, enquanto que vetores se introduzem modificações significativas ao 
mesmo. Mesmo que os possíveis arranjos disciplinares sejam numerosos, se 
trabalhará com base em cinco divisões analíticas: física, biológica, econômica, 
cultural e política. 
 Os impactos ambientais, específicos para o contexto particular de cada 
projeto e sua identificação, avaliação, prevenção, mitigação ou compensação, 
constituem o objeto da gestão ambiental. 
 O fato de ser o impacto ambiental o centro da gestão, obriga a sua 
identificação e avaliação e a definição de planos e programas para o manuseio de 
cada impacto e em suma, a articulação das considerações ambientais em cada uma 
das fases dos projetos seguindo o esquema: 
Diagnóstico === > avaliação dos impactos === > manuseio === > custos 
É importante ressaltar o fato de que a realização duma gestão ambiental 
responsável, que aponta o desenvolvimento sustentável e a consolidação de 
processos democráticos, implica em processos de participação comunitária, e 
aquelas comunidades que de alguma outra maneira se sintam afetadas pelos 
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impactos derivados do projeto. Portanto, um estudo de impacto ambiental, deve ser 
construído com a comunidade e cada medida de gestão deve ser avaliada pela 
comunidade, através de um processo de informação e consulta. 
O estudo dos impactos de um projeto é um só e se desenrola através de 
diferentes fases, de uma maneira progressiva, avançando desde o reconhecimento 
geral do meio no qual se circunscreve o projeto a identificação preliminar dos 
possíveis conflitos e impactos ambientais, passando por um dimensionamento e 
evolução detalhada dos impactos, até chegar-se ao projeto posto em prática, 
seguimento e evolução expostos do plano de manejo ambiental. 
O processo de estudos ambientais é um projeto de desenvolvimento e infra-
estrutura, obedece a lógica de prevenir ou mitigar os impactos ambientais; 
compensar danos ou perdas e potencializa vetores de desenvolvimento em 
benefício da região envolvida com o projeto. 
 
35. PREVENÇÃO DE POLUIÇÃO 
 A poluição ambiental tem sido apontada como um dos maiores problemas que 
afeta a sociedade moderna e se deve basicamente ao aumento populacional, 
acompanhado do desenvolvimento industrial e agrícola e a intensificação de outras 
atividades humanas, gerando cada vez mais resíduos domésticos e industriais. 
Resíduos domésticos muitas vezes dispostos indiscriminadamente em áreas 
sem controle apropriado, bem como os efluentes industriais. Porém, atualmente 
percebe-se maior adesão da população aos programas de coleta seletiva de 
resíduos sólidos. 
 E no contexto industrial, é visivelmente significativa a mudança em relação à 
qualidade ambiental devido a um mercado operativo, globalizado e altamente 
competitivo que é apontado como um agente catalisador de mudanças. 
 A disposição inadequada de resíduos têm resultado em diversos impactos ao 
meio ambiente. 
 A atual conscientização da sociedade com relação à questão ambiental, o 
processo de globalização e a normatização crescente ratificam a necessidade da 
criação de um programa de gestão de resíduos. A própria criação da ISO 14000, 
que versa sobre a gestão e auditoria ambiental, é um reflexo de que a questão 
ambiental é cada vez mais importante. Até mesmo as indústrias já estão começando 
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a descobrir que a redução e o reciclo são alternativas melhores que a disposição 
final de resíduos, uma vez que mundialmente há três grandes razões para isso: 
custos, legislação e imagem corporativa. Diante desse cenário, tem-se observado 
em âmbito mundial, grande ênfase nos programas de minimização de geração de 
resíduos, seu reciclo e reuso. 
A iniciativa privada tem também se dedicado à exploração de sistemas 
alternativos de tratamento e disposição final dos mais diversos tipos de resíduos 
industriais e domésticos contendo metais pesados. 
 De duas décadas para cá é que os regulamentos ambientais tem sido mais 
rigorosos quanto aos riscos ecológicos e a contaminação ambiental associada à 
saúde humana aumentando a conscientização. 
 Em muitos casos as tecnologias de tratamento convencional têm suas 
limitações apenas transferindo estes contaminantes para outra fase. 
Entretanto, várias alternativas de tratamento tecnológico têm se desenvolvido 
nestes últimos anos requerendo que se encontre um ajuste ambiental. 
 
36. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
As novas tecnologias estão sendo desenvolvidas principalmente da 
necessidade de proporcionar um nível mais apurado no tratamento de efluentes. 
A relação custo/benefício que um sistema de tratamento de esgotos pode 
propiciar, depende com que se elabora o projeto, executa-se a obra e realiza-se a 
operação, não somente do processo escolhido, mas, também da competência e 
honestidade. 
Os efluentes líquidos e sólidos de uma estação de tratamento de esgoto 
devem produzir o menor impacto possível a natureza e eventualmente serem 
reaproveitados. Este é grande objetivo e desafio das novas tecnologias que estão 
sendo estudadas. 
É importante salientar que em nosso país a consciência quanto às questões 
ambientais é mínima na população e inexistente na maioria de nossos 
administradores públicos. Quando uma empresa atende a legislação, que é bastante 
branda quanto aos efluentes lançados nos corpos receptores, a tendência geral é 
achar que ela esta cumprindo sua obrigação. Maior que a obrigação legal é a 
responsabilidade com as gerações atuais e principalmente com as futuras. 
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SANEAMENTO AMBIENTAL 
 
Assegurar os

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