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Capítulo 10 SOLUÇÕES APROXIMADAS DA EQUAÇÃO DE NAVIER-STOKES 2 Neste capítulo, discutiremos várias aproximações que simplificam a equação de Navier- Stokes, incluindo o escoamento lento, onde os termos viscosos dominam os termos inerciais. O escoamento de lava de um vulcão é um exemplo de escoamento lento – a viscosidade da rocha fundida é tão grande que o número de Reynolds é pequeno, embora as escalas de comprimento sejam grandes. 3 Objetivos • Apreciar por que as aproximações são necessárias para resolver muitos problemas de escoamento de fluidos e saber quando e onde essas aproximações são apropriadas • Entender os efeitos da ausência dos termos inerciais na aproximação do escoamento lento, incluindo o desaparecimento da massa específica nas equações • Entender a superposição como um método para resolver problemas de escoamento potencial • Predizer a espessura da camada limite e outras propriedades da camada limite 4 10–1 ■ INTRODUÇÃO Na solução “Exata” as soluções se iniciam com a equação completa de Navier-Stokes, enquanto que na solução aproximada o inicio ocorre com uma forma simplificada da equação de Navier-Stokes. No Capítulo 9, derivamos a equação diferencial do momento linear para um fluido incompressível newtoniano com propriedades constantes .— a equação de Navier–Stokes. A grande maioria dos problemas práticos na mecânica dos fluidos não podem ser resolvidos analiticamente e exigem (1) aproximações (2) assistência computacional. Consideramos a opção (1) quando; Por simplicidade, consideramos os escoamentos incompressíveis de fluidos newtonianos. Temos de ter muito cuidado com as aproximações que se aplicam, e devemos sempre verificar e justificar nossas aproximações sempre que possível. 5 Uma aproximação particular da equação de Navier-Stokes é apropriada apenas em determinadas regiões do campo de escoamento; outras aproximações podem ser adequados em outras regiões do campo de escoamento. 6 10–2 ■ EQUAÇÕES DE MOVIMENTO ADIMENSIONAIS 7 O operador gradiente é adimensional pela 10–3, independentemente da nossa escolha de sistema de coordenadas. Navier–Stokes admensional: 8 Para semelhança dinâmica completa entre protótipo (subscrito p) e modelo (subscrito m), o modelo deve ser geometricamente semelhante ao protótipo, e (em general) todos os quatros parâmetros adimensionais, St, Eu, Fr, e Re, devem corresponder. Para escoamentos sem efeitos de superfície livre, a gravidade não afeta a dinâmica do escoamento — o seu único efeito é sobrepor uma pressão hidrostática sobre o campo de pressão dinâmica. 9 Pressão e distribuição da pressão modificada na face direita de um elemento de fluido no escoamento de Couette entre duas placas infinitas, paralelas, horizontais: (a) z = 0 na placa inferior, e (b) z = 0 na placa superior. A pressão modificada P é constante, no entanto a pressão atual P não é constante em qualquer um dos casos. A área sombreada em (b) representa a componente da pressão hidrostática. 10 10–3 ■ A APROXIMAÇÃO DE ESCOAMENTO LENTO O escoamento lento de um líquido muito viscoso como o mel é classificado como escoamento lento (a) Salmonella typhimurium invadirndo células humanas em cultura. (b) A bactéria Salmonella abortusequi nadando através da água. A primeira aproximação é a classe de escoamento de fluido conhecido como escoamento lento (Escoamento de Stokes ou escoamento a baixo número Reynolds). Quanto a este último nome indica, estes escoamentos ocorrem em número de Reynolds é muito pequeno (Re << 1). Por inspecção da definição do número de Reynolds, Re = VL/, o escoamento lento é encontrado quando , V, ou L é muito pequeno ou a viscosidade é muito grande (ou a combinação de alguns destes). 11 Na aproximação de escoamento lento, a densidade não aparece na equação dinâmica. Uma pessoa nada a um alta número de Reynolds, e os termos inerciais são grandes; assim, a pessoa é capaz de deslizar longas distâncias sem se movimentar 12 Um esperma de tunicado marinho Ciona nadando na água do mar; fotografias com “flash” a 200 frames por segundo. Uma criança que tenta mover-se em uma piscina de bolas de plástico é análogo a um micro-organismo tentar impelir-se sem as vantagens da inércia. 13 14 Arrasto de uma Esfera em Escoamento Lento A força de arrasto FD sobre um objeto tridimensional de dimensão característica L movendo-se em condições de escoamento lento à velocidade V através de um fluido com viscosidade é FD = constante· VL. Na análise dimensional não é possível prever o valor da constante, uma vez que depende da forma e orientação do corpo no campo de escoamento. Para o caso particular de uma esfera, Eq. 10–11 pode ser resolvida analiticamente. 15 16 17 10–4 ■ APROXIMAÇÃO PARA REGIÕES INVISCIDAS DO ESCOAMENTO Uma região invíscida do escoamento é uma região onde as forças viscosas líquidas são insignificantes em comparação com as forças de inércia e/ou de pressão porque o número de Reynolds é grande; o próprio fluido é, ele próprio, ainda um fluido viscoso . Regiões invíscidas do escoamento são regiões de alto numero de Reynolds — o oposto são regiões de escoamento lento. A equação de Navier–Stokes perde o termo viscoso e se reduz na Equação de Euler. 18 Por causa da condição de não escorregamento em paredes sólidas, as forças de atrito não são desprezíveis em uma região do escoamento muito perto de uma parede sólida. Em tal região, conhecida como camada limite, o gradiente de velocidades normal à parede são grandes o suficiente para compensar o pequeno valor de 1/Re. A equação de Euler é uma aproximação da equação de Navier- Stokes, apropriada apenas em regiões do escoamento, onde o número de Reynolds é grande e em que as forças viscosas líquidas são desprezíveis em comparação com as forças de inércia e/ou de pressão. A aproximação da equação de Euler, não podemos especificar a condição de contorno de não escorregamento nas paredes sólidas, embora ainda especificamos que o fluido não pode fluir através da parede (a parede é impermeável). As soluções da equação de Euler, portanto, não tem significado físico próximo a paredes sólidas, nesta região ocorre o deslizamento do escoamento. 19 Dedução da equação de Bernoulli em regiões de escoamento sem viscosidade 20 Rotação de um corpo sólido é um exemplo de uma região não-viscosa do escoamento que é também rotacional. A constante de Bernoulli C difere de uma linha de corrente para outra mas ela é constante ao longo de uma determinada linha de corrente. 21 22 23 10–5 ■ A APROXIMAÇÃO DE ESCOAMENTO IRROTACIONAL Há regiões do escoamento do fluido no qual as partículas não têm nenhuma rotação resultante; estas regiões são conhecidas como irrotacional. Em general, as regiões do escoamento inviscido distantes das paredes sólidas e esteiras dos corpos são também irrotacionais, embora, conforme foi destacado anteriormente, haja situações nas quais uma região do escoamento sem viscosidade pode não ser irrotacional (por exemplo, rotação de um corpo sólido). Soluções obtidos para a classe de escoamento definido como irrotacional são, portanto, aproximações das soluções completas da equação de Navier-Stokes. Matematicamente, a aproximação é que a vorticidade é desprezivel. A aproximação do escoamento irrotacional é apropriada apenas em certas regiões do escoamento, onde a vorticidade é desprezada. 24 Equação da Continuidade A identidade vetorial da Eq. 10–20 é facilmente provada expandindo os termos em coordenadas cartesianas. Função potencial davelocidade Regiões do escoamento irrotacional também são conhecidos como regiões de escoamento potencial. 25 A equação de Laplace para a função potencial de velocidade é valida em duas ou três dimensões e em qualquer sistema de coordenadas, mas somente em regiões irrotacionais do escoamento (geralmente distante das parede e esteiras. Em regiões irrotacionais do escoamento, três componentes escalares desconhecidas do vetor velocidade são combinadas em uma função escalar desconhecida – a função potencial de velocidade. 26 Equação de Movimento A equação de Navier–Stokes reduz na equação de Euler em uma regiões de escoamento irrotacional, Uma região de escoamento irrotacional é uma região em que as forças viscosas líquidas são desprezíveis em comparação com as forças de inércia e/ou pressão por causa da aproximação irrotacional. Todas regiões irrotacionais do escoamento são portanto, também invíscidas, mas nem todas as regiões invíscidas do escoamento são irrotacional . O próprio fluido é ainda um fluido viscoso em ambos os casos . 27 Dedução da Equação de Bernoulli em Regiões Irrotacionais do Escoamento Se o gradiente de alguma quantidade escalar (a quantidade entre parênteses na equação) é zero em todos os lugares, a quantidade escalar em si deve ser uma constante. Em uma região irrotational do escoamento, a constante de Bernoulli é o mesmo em todos os lugares. A aproximação irrotational é mais restritiva do que a aproximação invíscida. O fluxograma para a obtenção de soluções em uma região de escoamento irrotacional. O campo de velocidades é obtido a partir de continuidade e irrotacionalidade, e, em seguida, a pressão é obtida a partir da equação de Bernoulli. 28 29 30 31 The lowest pressure occurs at the center of the tornado, and the flow in that region can be approximated by solid body rotation. 32 Nondimensional tangential velocity distribution (blue curve) and nondimensional pressure distribution (black curve) along a horizontal radial slice through a tornado. The inner and outer regions of flow are marked. 33 Regiões Irrotacionais do Escoamento Bidimensional Escoamento bi-dimensional é um subconjunto de escoamento tridimensional; em regiões bidimensionais do escoamento podemos definir uma função corrente, mas não podemos fazer isso em escoamento tridimensional. A função potencial de velocidade, no entanto, pode ser definida para qualquer região irrotacional de escoamento. Podemos supor bidimensionalidade em qualquer região do escoamento, onde apenas duas direções de movimento são importantes e onde não há variação significativa na terceira direção. Os dois exemplos mais comuns são: Escoamento planar (escoamento em um plano com variação insignificante na direção normal ao plano) Escoamento axissimétrico (escoamento em que existe uma simetria de rotação em torno de algum eixo). Também pode optar por trabalhar em coordenadas cartesianas, coordenadas cilíndricas, ou coordenadas polares esféricas, dependendo da geometria do problema. 34 Regiões de Escoamento Irrotacional Planares Componentes de velocidade e vectores unitários em coordenadas cartesianas para o escoamento bidimensional planar no plano xy. Não há variação normal a este plano. 35 Componentes de velocidade e vetores unitários em coordenadas cilíndricas para escoamento planar no plano r. Não há variação na direção normal a esse plano. Nas regiões planares irrotacionais do escoamento, curvas de constant (linhas equipotenciais) e curvas de constante (linhas de corrente) são mutuamente ortogonais, ou seja, elas se interceptam em ângulos de 90° em todos os pontos. 36 Regiões Irrotacionais do Escomento Axissimétrico Escoamento sobre um corpo axissimétrico em coordenadas cilíndricas com simetria rotacional em relação ao eixo z. Nem a geometria, nem o campo de velocidade dependem de ; e u = 0. 37 The equation for the stream function in axisymmetric irrotational flow (Eq. 10–34) is not the Laplace equation. Resumo das Regiões irrotacionais do Escoamento Bidimensional 38 Superposição em Regiões Irrotacionais do Escoamento Superposição é o processo de adição de duas ou mais soluções de fluxo irrotacionais em conjunto para gerar uma terceira solução (mais complicado). Se a região do escoamento irrotacional é modelado pela soma de dois ou mais campos de escoamentos irrotacionais separados, por exemplo, uma fonte localizada em um escoamento de corrente livre, podemos simplesmente somar as funções potenciais de velocidade para cada escoamento individual para descrever o campo de escoamento combinado. Na superposição de duas soluções de escoamento irrotacionais, os dois vetores de velocidade em qualquer ponto na região do escoamento somam-se vetorialmente para produzir a velocidade composta neste ponto . 39 Escoamentos Planares Irrotacionais Elementares Com a superposição podemos construir um campo de escoamento irrotacional complicado juntando campos irrotacional que sejam “blocos de construção”. Bloco de Construção 1 – Corrente Uniforme Stream 40 Linhas de corrente (sólidas) e linhas equipotenciais (tracejadas) para uma corrente uniforme na direção x. Linha de corrente (solida) e linhas equipotenciais (tracejada) para uma corrente uniforme inclinada de um ângulo . 41 Bloco de Construção 2 – Linha de Fonte ou Linha de Sumidouro Fluido emergindo uniformemente a partir de um segmento de linha de comprimento finito L. Quando L se aproxima do infinito, o escoamento torna-se uma linha de fonte e o plano xy tomado como normal ao eixo da fonte. Linha de fonte: A linha a partir da qual o fluido escapa. Intensidade da linha de fonte: O vazão volumétrica por unidade de profundidade. Linha de sumidouro: O oposto da linha de fonte; o fluído escoa para dentro da linha vindo de todas de todas as direções em planos normais ao eixo da linha de sumidouro. 42 ur é infinito na origem uma vez r é zero no denominador. Chamamos de ponto singular ou singularidade. 43 44 45 Some useful trigonometric identities. 46 Bloco de Construção 3 – Linha de Vórtice 47 48 49 Bloco de Construção 4 - Dipolo Linhas de corrente (solidas) e linhas equipotenciais (tracejadas) para um dipolo de intensidade K localizado na origem do plano xy e alinhado com o eixo x. 50 Escoamentos Irrotacionais Formados pela Superposição Agora que temos um conjunto de blocos de construção de escoamento irrotacionais, estamos prontos para criar alguns campos de escoamentos irrotacionais mais interessantes através da técnica de superposição. Limitaremos os nossos exemplos a escoamentos no plano xy. Superposição de uma linha de sumidouro e uma linha de vórtice Streamlines created by superposition of a line sink and a line vortex at the origin. Values of are in units of m2/s. 51 52 Superposição de uma corrente uniforme e um dipolo; a soma vetorial das velocidades é mostrada em uma posição arbitrária no plano xy. Superposição de uma Corrente Uniforme e um Dipolo – Escoamento sobre um Cilindro Circular Superposição: Intensidade do dipolo: Forma alternativa da função de corrente: Unhas de corrente adimensionais: A superposição de uma corrente uniforme e um dipolo produz uma linha de corrente que é um circulo. 53 Na superfície do cilindro: Esse escoamento representa escoamento potencial sobre um cilindro circular. Há dois pontos de estagnação neste campo de escoamento, um na frente do cilindro e um na traseira..54 55 56 (a) O paradoxo de D' Alembert é que o arrasto aerodinâmico sobre qualquer corpo sem sustentação de qualquer forma é previsto como zero quando se usa a aproximação do escoamento irrotacional; (b) em escoamentos reais há um arrasto diferente de zero sobre corpos imersos em uma corrente uniforme. O corpo de um peixe foi criado de forma que seus olhos estejam localizados próximos ao ponto de pressão zero de maneira que sua visão não seja distorcida enquanto ele nada. 57 As mesmas linhas de corrente adimensionais da Figura 10-61, exceto que a linha de corrente * = 0.2 é modelada como uma parede sólida. Esse escoamento representa o fluxo do ar sobre urna montanha simétrica. 58 59 60 61 62 63 64 65 10–6 ■ A APROXIMAÇÃO DA CAMADA LIMITE (a) Existe uma enorme distância entre a equação de Euler (que admite o deslizamento nas paredes) e a equação de Navier-Stokes (que mantém a condição de não-escorregamento); (b) a aproximação da camada limite vem preencher esse espaço. O conceito de camada limite de Prandtl divide o escoamento em uma região de escoamento externo e uma região de uma camada limite fina. (não está em escala). A aproximação da camada limite Divide o escoamento em duas regiões: uma região de escoamento externo que é inviscida e/ou irrotacional, e uma região de escoamento interno conhecida como camada limite—uma camada muito fina de escoamento próxima a uma parede sólida onde as forças viscosas e a rotacionalidade não podem ser ignoradas 66 Escoamento de uma corrente uniforme paralela a uma placa plana (os desenhos não estão em escala): (a) Rex ~ 102, (b) Rex ~ 104. Quanto maior o número de Reynolds, mais fina é a camada limite ao longo da placa em uma dada posição x. Em uma dada posição x, quanto mais alto for o número de Reynolds, mais fina é a camada limite. Visualização do escoamento de um perfil da camada limite laminar em uma placa plana. Fotografia tirada por F. X. Wortmann em 1953 visualizada com o método de telúrio. O escoamento é da esquerda para a direita e o bordo de ataque da placa plana está distante à esquerda do campo de visão. 67 Três regiões adicionais de escoamento onde a aproximação da camada limite pode ser apropriada: (a) jatos, (b) esteiras e (c) camadas de mistura. Comparação de linhas de corrente e as curvas representando como uma função de x para uma camada limite de uma placa plana. Como as linhas de corrente cruzam a curva (x), (x) não pode ser uma linha de corrente do escoamento. Transição da camada limite laminar sobre uma placa plana, para uma camada limite totalmente turbulenta. (não está em escala) 68 Espessura da camada limite sobre uma placa plana, desenhado em escala. As regiões laminar, de transição e turbulenta estão indicadas para o caso de uma parede lisa com condições de corrente livre calma. Um fio de disparo geralmente é usado para iniciar mais cedo uma transição para turbulência em uma camada limite (não está em escala). Nos escoamentos na prática, a transição para o escoamento turbulento usualmente ocorre de forma mais abrupta e muito antes (com um valor mais baixo de Rex) do que os valores dados para uma placa plana e lisa com uma corrente livre calma. Fatores tais como rugosidade ao longo da superfície, distúrbios da corrente livre, ruído acústico, instabilidades do escoamento, vibrações e curvatura da parede contribuem para que a transição ocorra mais cedo. 69 70 As Equações da Camada Limite O sistema de coordenadas da camada limite para escoamento sobre um corpo; x segue a superfície e é tipicamente igual a zero no ponto de estagnação da frente do corpo e y em todos os pontos é normal em relação à superfície localmente. Vista ampliada da camada limite ao longo da superfície de um corpo, mostrando as escalas espaciais x e e escala de velocidadee U. U is the magnitude of the velocity component parallel to the wall at a location just above the boundary layer 71 Vista bastante ampliada da camada limite ao longo da superfície de um corpo, mostrando que a componente de velocidade v é muito menor do que u. A pressão pode mudar ao longo de uma camada limite (direção x), mas a alteração de pressão através de uma camada limite (direção y) é desprezível. A pressão através da camada limite (direção y) é aproximadamente constante. 72 A pressão na região irrotacional de escoamento fora de uma camada limite pode ser medida por tomadas de pressão estática na superfície da parede. A figura ilustra duas tomadas de pressão desse tipo. 73 74 O conjunto de equações da camada limite é parabólico, assim as condições de contorno precisam ser especificadas apenas em três lados do domínio do escoamento. 75 O Procedimento da Camada Limite Resumo do procedimento de camada limite para camadas limites permanentes, incompressíveis e bidimensionais no plano xy. 76 77 78 79 80 81 82 Espessura de Deslocamento Espessura de deslocamento definida por uma linha de corrente fora da camada limite. A espessura da camada limite está exagerada. Para uma camada limite laminar sobre placa plana, a espessura de deslocamento é aproximadamente um terço da espessura de 99% da camada limite. 83 A camada limite afeta o escoamento externo de uma maneira que a parede parece tomar a forma da espessura de deslocamento. A U(x) aparente difere da aproximação original. O efeito do crescimento da camada limite sobre o escoamento que está entrando em um canal bidimensional: o escoamento irrotacional entre as camadas limites do topo e da base acelera conforme está indicado por (a) perfis reais de velocidade, e (b) mudança no escoamento central aparente devido à espessura de deslocamento da camada limite (camadas limites muito exageradas para maior clareza). A espessura de deslocamento é o aumento imaginário na espessura da parede, como é visto pelo escoamento externo, devido ao efeito da camada limite que está se desenvolvendo. 84 85 86 Espessura do Momento 87 88 Camada Limite Turbulenta sobre uma Placa Plana lustração da transitoriedade de uma camada limite turbulenta; as linhas pretas finas e onduladas são perfis instantâneos, e a linha azul grossa é um perfil médio ao longo do tempo. Todas as expressões turbulentas discutidas são representadas por valores médios no tempo. Uma aproximação empírica comum para o perfil de velocidades médias no tempo, de uma camada limite turbulenta sobre placa plana é a lei da potência um sétimo Comparação dos perfis de camada limite de placa plana, laminar e turbulenta, adimensionalizada, pela espessura da camada limite. 89 90 91 92 93 Uma outra aproximação comum é a lei logarítmica, uma expressão semi- empírica que vem a ser válida não somente para camadas limite sobre placa plana, mas também para perfis de velocidade de escoamento turbulento totalmente desenvolvido em tubo. Na verdade, a lei logarítmica vem a ser aplicável para quase todas as camadas limites turbulentas limitadas por paredes, não apenas o escoamento sobre uma placa plana. A lei logarítmica é expressa comumente em variáveis adimensionais por uma velocidade característica chamada de velocidade de atrito u*. Uma expressão inteligente que é válida em todo o percurso até a parede é chamada de lei da parede de Spalding, 94 95 96 97 Camadas Limites com Gradientes de Pressão Camadas limites com gradientes de pressão diferente de zero ocorrem em escoamentos externos e internos: (a) camada limite desenvolvendo-se ao longo da fuselagemde um avião e na sua esteira; (b) camada limite desenvolvendo-se na parede de um difusor (a espessura da camada limite foi exagerada em ambos os casos). Quando o escoamento na região de escoamento externo sem viscosidade e/ou irrotacional (fora da camada limite) acelera, V(x) aumenta e P(x) diminui. Chamamos isso de um gradiente de pressão favorável. Ele é favorável ou desejável porque a camada limite em um escoamento em aceleração como esse é usualmente fina, permanece próxima da parede e, portanto, não tende a se separar da parede. Quando o escoamento externo desacelera, V(x) diminui, P(x) aumenta, e temos um gradient de pressão desfavorável ou adverso. Como o próprio nome diz, essa condição não é desejável porque a camada limite usualmente é mais grossa, não permanece próxima da parede e tem muito mais tendência a se separar dela. 98 A camada limite ao longo de um corpo imerso em uma corrente livre é tipicamente exposta a um gradiente de pressão favorável na parte da frente do corpo e a um gradiente de pressão adverso na parte de trás do corpo. Exemplos de separação de camada limite em regiões de gradiente de pressão adversa: (a) uma asa de avião a um ângulo de ataque moderado, (b) a mesma asa com um alto ângulo de ataque (uma asa entrando em estol) e (c) um difusor de ângulo aberto no qual a camada limite não pode permanecer ligada e se separa em um lado. A linha de corrente fechada indica uma região de escoamento recirculante chamada de bolha de separação. 99 100 Cálculos pelo software CFD do escoamento sobre urna lombada: (a) solução da equação de Euler com linhas de corrente de escoamento externo no gráfico (sem separação do escoamento), (b) solução de escoamento laminar mostrando separação de escoamento no lado a jusante da lombada, (c) visualização ampliada das linhas de corrente próximo do ponto de separação e (d) visualização ampliada dos vetores de velocidade, mesma visualização que em (c). 101 102 103 Cálculo CFD de escoamento turbulento sobre a mesma lombada da Figura 10-124. Comparando com o resultado laminar da Figura 10-124b, a camada limite turbulenta é mais resistente à separação do escoamento e não se separa na região do gradiente de pressão adversa na parte posterior da lombada. Observe que a camada limite turbulenta permanece ligada (não há separação de escoamento), em contraste com a camada limite laminar que se separa da parte posterior da lombada. No caso turbulento, a solução de escoamento externo de Euler (Figura l0-l24a) permanece válida sobre toda a superfície já que não há separação de escoamento e a camada limite permanece muito fina. 104 A Técnica Integral de Momento para Camadas Limites Em muitas aplicações práticas de engenharia, não precisamos conhecer todos os detalhes internos da camada limite; em vez disso, procuramos estimativas razoáveis das características gerais da camada limite como sua espessura e coeficiente de atrito superficial. A técnica integral de momento utiliza uma aproximação de volume de controle para obter essas aproximações quantitativas das propriedades da camada limite ao longo de superfícies com gradientes de pressão zero ou diferente de zero. Ela é válida tanto para a camada limite laminar quanto para a turbulenta. Volume de controle (linha vermelha grossa tracejada) usado na dedução da equação integral de momento. 105 Balanço de fluxo de massa no volume de controle da Figura 10-127. 106 A regra do produto é utilizada ao contrário na dedução da equação integral do momento. 107 108 109 110 111 Escoamento sobre uma placa plana infinitesimalmente fina de comprimento L. Os cálculos CFD foram feitos para ReL variando de10-1 a 105. 112 113 114 Sumário • INTRODUÇÃO • EQUAÇÕES DE MOVIMENTO ADIMENSIONAIS • A APROXIMAÇÃO DE ESCOAMENTO LENTO Arrasto em uma esfera em um escoamento lento • APROXIMAÇÃO PARA REGIÕES INVISCIDAS DO ESCOAMENTO Derivation of the Bernoulli Equation in Inviscid Regions of Flow • A APROXIMAÇÃO DO ESCOAMENTO IRROTACIONAL Equação da Continuidade Equação da Quantidade de Movimento Dedução da Equação de Bernoulli na Região Irrotacional do Escoamento Regiões Irrotacionais Bi-Dimensionais Irrotational do Escoamento Superposição nas Regiões Irrotationais do Escoamento Escoamento Irrotacional Elementar Planar Escoamentos Irrotacionais Formados pela Superposição • A APROXIMAÇÃO DA CAMADA LIMITE As Equações da Camada Limite O Procedimento da Camada Limite Espessura de Descolamento Espessura de Momento Camada Limite Turbulenta sobre uma Placa Plana Camadas Limites com Gradientes de Pressão A Técnica Integral de Momento para Camadas Limites
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