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O que é um antibiótico? Serve para matar “vida”, no entanto, não serve para todos os micro-organismos, apenas para bactérias, fungos e alguns tipos de protozoários. Não têm a capacidade de destruir vírus. Inclusive, existem antibióticos que agem sobre as células neoplásicas, inibindo a sua multiplicação. Os antivirais são de via sintética. Qual a diferença de um antibiótico para um quimioterápico? A quimioterapia utiliza substâncias químicas sintéticas, em geral. Enquanto que os antibióticos são produzidos a partir de organismos vivos (naturais - penicilinas), podendo ser alterados para ter uma melhor ação farmacológica (semi-sintéticos), ou até mesmo sintéticos (sulfas e anti-neoplásicos). OBS.: Os anti-neoplásicos irão inibir as replicação do DNA nas células com alto poder de multiplicação (células neoplásicas). A era da quimioterapia foi iniciada com a introdução das sulfonamidas, que são as sulfas. O antibiótico tem que ser tomado na hora certa devido ao alto poder de multiplicação das bactérias, que se reproduzem, no mínimo, a cada 4h. Tem que obedecer a cinética da bactéria. É importante ressaltar que o termo sulfa, apesar de se tratar de uma substância sintética, é equivalente a antibiótico, pois também tem ação sobre organismos vivos. Penicilinas Estrutura química: As penicilinas fazem parte de um grupo chamado de drogas beta-lactâmicas, onde também estão inclusas as cefalosporinas, entre outras drogas. O anel beta- lactâmico é o responsável pela atividade biológica. O que vai variar é os radicais que são substituídos com a finalidade de modificar os efeitos adversos, por exemplo. Penicillium – vai inibir a formação da parede celular da bactério; Antibiótico usado como antifúngico (Anfotericina B) – vai se ligar ao ergosterol presente na membrana do fungo. MITO! Os antibióticos não precisam ser tomados com leite. Sobretudo, é de suma importância ressaltar que se for feito uso de uma TETRACICLINA juntamente com leite, ela perderá seu efeito. Para saber qual é o antibiótico ideal para determinada doença, se faz necessário fazer um antibiograma para, assim, identificar qual o tipo de bactéria a ser atingido. Classificação Primeira geração: Penicilina G, Penicilina V e a Isoxazolil-penicilinas. Têm espectro de ação sobre bactérias Gram-Positivas. Mas, não é exclusivamente para essas bactérias, considerando que algumas cepas de bactérias Gram-Negativas também podem ser sensíveis a essas drogas. Segunda geração: Ampicilina, Amoxicilina e seus análogos e derivados. São de amplo espectro. Terceira geração: Carbenicilina, seus análogos e derivados. São específicos para bactérias Gram-Negativas. Quarta geração: Aciloaminopenicilinas, Sulfobenzilpenicilinas, Ureidopenicilinas, Amidinopenicilinas. Para bactérias Gram-Negativas. Local de ação dos antimicrobianos A vantagem sobre drogas que agem sobre a parede bacteriana está no fato de que elas vão agir sobre um elemento que existe apenas na bactéria, sendo, então, seletivas. (Bactericidas que agem apenas em elementos constituintes das bactérias) Bactérias Gram-Negativas – possuem maior resistência, pois possuem uma estrutura muito mais complexa do que a Gram- Positivas. Os antibióticos não seletivos agem sobre a síntese protéica e, assim, além de atingirem a bactérias, podem agir sobre a síntese protéica que ocorre na medula, promovendo a mielotoxicidade. Mecanismo de ação das drogas Beta-Lactâmicas (Penicilinas e Cefalosporinas) Interferem na formação da parede celular. A parede celular é formada por etapas, possuindo alguns precursores. Quando a parede está quase completamente formada é que as drogas beta-lactâmicas irão agir, pois elas irão inibir a enzima transpeptidase que constrói a malha de peptídeoglicano. A bactéria produz sua parede celular a partir de seus precurores, formando o peptídeoglicano que vai sendo incorporado à parede celular. A penicilina atravessa a parede se ligando ao receptor presente na membrana interna. Essa ligação faz com que haja a aceleração da atividade das auto-lisinas (que processam a parede celular). além de impedir a ligação cruzada. Além de inibir a ligação cruzada. Como conseqüência não há a integração dos peptídeoglicanos na parede e a bactéria não sobrevive. Farmacodinâmica Todos os antibióticos b-lactâmicos interferem na síntese da parede celular bacteriana. Inibição da transpeptidase, enzima responsável pela formação das ligações cruzadas entre os filamentos de peptidioglicano (3º estágio da síntese da parede celular bacteriana). Eles se ligam às proteínas de ligação da penicilina PPB, inibem a transpeptidação (transpeptidase), reação importante na ligação cruzada das cadeias peptídicas ao peptidoglicano. Ocorre o efeito bactericida por inativação de um inibidor das enzimas auto-líticas na parede celular levando a lise da bactéria. Farmacocinética Via oral: apresentam graus variáveis de absorção por esta via. Via parenteral: intramuscular, intravenosa e intratecal. Boa distribuição: ampla nos líquidos corporais, articulações, cavidade pleural e pericárdica, bile, saliva, leite. Atravessam a placenta, mas não a barreira hematoencefálica, a menos que estejam inflamadas. Característica importante: Eliminação é rápida e principalmente renal, por secreção tubular. Penicilinas de 1ª Geração PENICILINAS NATURAIS (BENZILPENICILINAS OU PENICILINAS G) Penicilina G (potássica ou sódica) – Essa ligação tem o objetivo de retardar a eliminação. - É formada pela reação do ácido fenilacético com o ácido penicilânico. - Vias: oral, intramuscular e intravenosa. - É mal absorvida por via oral, por isso são dadas por via parenteral. - Usos clínicos: infecções médias ou graves em prematuros e recém-nascidos. Penicilina G (procaína) via parenteral (IM) – É um sal cristalino lentamente absorvido por via intramuscular (1 vez por semana). - A penicilina G é ligada à procaína (anestésico) para minimizar a dor decorrente da aplicação parenteral e como maneira de a penicilina ter uma liberação controlada. Pelo fato de não possuírem capacidade de metabolização eficiente, devido ao seu fígado imaturo, os prematuros podem fazer uso dessa droga pela via oral de maneira que, assim, ela seria eliminada lentamente. - Usos clínicos: infecções causadas por bactérias sensíveis à penicilina G, principalmente as Gram-Positivas; infecções de média e pequena gravidade (pneumonia, amigdalite, erisipela,etc.); terapêutica de doenças graves no período de manutenção do tratamento (difteria, tétano, leptospirose, etc.); na gonorréia, é aplicada em associação com a probenecida, 1 hora antes da dose, para evitar a rápida eliminação da penicilina G. Penicilina G (benzatina) – Benzetacil - Pode ser administrada uma única vez ao mês, pois mantém-se em concentração plasmática por até quatro semanas. - É um sal insolúvel obtidode uma base de amônia com a penicilina G. - Produz níveis sangüíneos muito baixos, mas persistem até 3-4 semanas. - Droga de escolha nas infecções por Treponma pallidum (sífilis), Streptococcus pyrogenes (profilaxia da febre reumática) Em resumo, as penicilinas G ou benzilpenicilinas etão em formulações que fazem com que elas seja eliminadas de maneira mais lenta e vai ser direcionada contra bactérias Gram-Positivas. PENICILINAS SEMI-SINTÉTICAS Penicilinas V - Tem o mesmo espectro de ação da penicilina G (bactérias Gram-Positivas), no entanto ela é de uso oral. - É biossintética, pois durante sua produção em laboratório são adicionadas substâncias que vão torná-las administráveis por via oral. - É utilizada em odontologia (Penicilina V oral). Penicilinas penicilinases resistentes (antiestafilocócicas) - Vai tentar inibir as penicilinases. - Os estafilococos são os maiores produtores de penicilinases, por isso a especificidade. - Drogas semi-sintéticas obtidas com a finalidade de combater o Stafilococos aureus produtor de penicilinase. - METICILINA A probenecida vai competir com a penicilina G pela secreção tubular, fazendo com que haja mais penicilina dixponível. - NAFCILINA - ISOXAZOLIL-PENICILINAS (Oxacilina, Cloxacilina e Dicloxacilina) Tratamento das infeçcões mistas por estreptococos beta hemolítico (A), por pneumococos ou estafilococos produtores de penicilinase - É uma droga que já combate a resistência da bactéria. - No entanto, produzem efeitos adversos importantes e, por isso, foram retiradas do mercado. - Não são muito usadas. Penicilinas de 2ª geração SEMI-SINTÉTICAS - Penicilinas de amplo espectro. - Ampicilina - uso oral ou parenteral. Ativa contra G + e principalmente sobre gram - (E. coli, H.influenzae ,Proteus, Salmonella e Shigella) - Amoxicilina - uso apenas oral, não sofre interferência dos alimentos. Não é tão eficaz contra Shigella. Penicilinas de 3ª Geração ANTIPSEUDOMONAS São drogas ativas contra germes problemas como Proteus indol-positivo, Escherichia coli e Pseudomonas (germes que causam infecção hospitalar). Carbenicilina análogos e derivados – drogas de uso exclusivamente hospitalar, que são introduzidas no soro. - Administração intravenosa, eliminação rápida (aplicações de 6-6 horas). - Usados com a gentamicina (aminoglicosídica) para evitar os bacilos carbenicilino- resistentes. A associação de drogas é cada vez mais freqüente para aumentar o espectro de ação e, sobretudo, para diminuir o problema da resistência, pois se eu tenho duas drogas com mecanismos de ação diferentes, eu aumento a probabilidade de matar a bactéria e evitar a resistência. Penicilinas de 4ª geração Drogas caras e não disponíveis no Brasil. Ativas nas infecções graves causadas por Pseudomonas aeroginosa, Proteus e Enterobactérias. - Aciloaminopenicilinas (piperacilina) - Ureidopenicilinas (sulfacilina) - Amidinopenicilinas (azlocilina) - Sulfobenzilpenicilinas (amdinopenicilina) Resistência bacteriana - Produção de beta-lactamases (penicilinases); - Modificação nas proteínas ligadoras de penicilinas ou PBP – ou se alteram ou a bactéria, simplesmente, não o produz; - Ausência de receptores específicos PBP; - Alteração da permeabilidade das camadas externas (bactérias G -) - dificultando ; - Alteração nos sítios de ligação dos betalactâmicos (meticilina); - Aparecimento do fenômeno de tolerância – é muito raro a bactéria já ser tolerante. PRODUÇÃO DE BETALACTAMASES EM BACTÉRIAS GRAM POSITIVAS - São enzimas solúveis e extracelulares; - Os estafilococos são os principais patógenos produtores de beta lactamases; - São codificadas por plasmídios ou transposons; - Sorologicamente são classificadas em: A, B, C e D; - Hidrolisam preferencialmente as penicilinas e são induzíveis na maioria das cepas. PRODUÇÃO DE BETALACTAMASES EM BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS - Localizam-se no espaço periplasmático entre as membranas interna e externa. - Penicilinases de amplo espectro hidrolizam com a mesma velocidade a benzipenicilina e cefaloridina. - Oxacilinases hidrolizam a oxacilina rapidamente. - Carbenicilinases que destroem a carbenicilina. Efeitos adversos A hipersensibilidade é o efeito adverso mais característico das penicilinas, além de ser imprevisível, por isso não é uma reação frequente. A estrutura química das drogas beta-lactâmicas são muito alergênicas, produzindo substâncias desse tipo em pessoas que já possui predisposição genética à hipersensibilidade. Essas reações podem se apresentar desde uma simples urticária, até o choque anafilático. Existem outros efeitos adversos, no entanto, eles não estão bem explicados. É possível ser sensibilizado pela penicilina sem antes ter entrado em contato direto com ela. Isso acontece pela alimentação, pois os animais são tratados com a droga, assim, ocorre a sensibilização indireta. Pode ocorrer flebite com a aplicação parenteral. Pessoas com problemas renais podem apresentar reações, pois essas drogas SAP de excreção renal. Alterações hepáticas podem ocorrer quando o paciente possui insuficiência ou metaboliza lentamente.
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