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APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA


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1 
 
APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA 
UCL – FACULDADE DO CENTRO LESTE 
Serra 
Janeiro de 2013 
 
 
A disciplina de Introdução à Engenharia é de suma importância para a sua vida 
acadêmica do aluno ingressante em um curso de Engenharia; os conteúdos 
apresentados servirão de base para todo o curso e para que o aluno tenha uma 
idéia da sua futura atuação profissional também, portanto é necessário que você 
dedique tempo para a leitura do material e realize as atividades que se encontram 
ao final de cada capítulo. Algumas destas atividades não devem ser encaminhadas 
ao professor, outras deverão ser entregues na forma de relatórios, monografias ou 
outro tipo de documento; outras deverão ser atividades presenciais, na forma de 
seminários, dinâmicas de grupo ou algo semelhante. Elas foram elaboradas 
pensando em facilitar seus estudos e testar seus conhecimentos após o término da 
leitura de cada capítulo. 
 
Esta apostila não deve jamais ser utilizada como único material de estudos, e sim 
como um guia de estudos, complementando a leitura dos livros e outros materiais 
adotados nesta disciplina. Ela é um compêndio de textos e vários autores, que 
autorizaram sua publicação e uso. Leia esta apostila como uma referencia para seus 
estudos. 
 
Use o referencial bibliográfico contido no programa de disciplina para se basear em 
seus estudos. 
2 
 
SUMÁRIO 
 
Capítulo 1 Introdução 
O papel do professor no ensino superior 
4 
Capítulo 2 Chegando ao ensino superior 18 
Capítulo 3 A comunicação na engenharia - escrita 25 
Capítulo 4 A comunicação na engenharia - oral 30 
Capítulo 5 A história da engenharia 34 
Capítulo 6 Principais nomes da ciência mundial e no Brasil 41 
Capítulo 7 Ciência e Tecnologia 46 
Capítulo 8 A engenharia e suas áreas 80 
Capítulo 9 O engenheiro e suas funções 87 
Capítulo 10 Método de solução de problemas em engenharia 95 
Capítulo 11 Criatividade 97 
Capítulo 12 Projeto 113 
Capítulo 13 Modelo, Simulação e Otimização 119 
 Anexos 129 
 
 
 
 
 
 
3 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
A UCL – Faculdade do Centro Leste gostaria de agradecer a todos os autores e 
entidades que autorizaram o uso de seu magnífico material nesta apostila. 
Acreditamos que atitudes como estas ajudarão a formar um país mais competitivo, 
moderno e mais preparado para o futuro. Muito obrigado a todos 
colaboradores/autores que possibilitaram esta publicação, em especial ao professor 
João Ademar de Andrade Lima, à World Federation of Science Journalists, e demais 
autores pesquisados e autorizados. 
4 
 
 
 
CAPÍTULO 1 
 
1.1 APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ENSINO 
 
Um plano de ensino é um planejamento no qual o professor interliga os objetivos, os 
conteúdos e as metas que pretende atingir com os alunos em determinada 
disciplina. Um Plano de Ensino é como seu nome diz: um plano. O qual poderá e 
deverá ser adaptado as necessidades que possam surgir no decorrer do período. 
Portanto, acompanhe o plano de ensino. Veja o que está sendo dado e o que 
merece ser modificado. Assim teremos um resultado satisfatório no final do 
semestre. 
 
1.1.1 Ementa da Disciplina 
Conceito de engenharia; Histórico; Especialidades; Aspectos profissionais; Função 
Social; Currículo do curso; Ciência: conhecimento comum e conhecimento cientifico; 
Pesquisa cientifica; O uso da biblioteca; Leitura de textos teóricos; Documentação; 
Diretrizes para elaboração e apresentação de trabalhos científicos; Trabalho 
monográfico; Aplicações. 
 
1.1.2 Objetivos do Curso 
 
Conhecer o projeto UCL e as especificidades da profissão de Engenheiro; • 
Desenvolver habilidades de comunicação verbal e escrita, capacidade de análise e 
de síntese. • Desenvolver habilidades de trabalho em grupo. • Saber utilizar as 
técnicas e metodologias do conhecimento científico, desenvolvendo o espírito crítico 
quando da escolha e utilização de modelos investigativos, na elaboração de 
trabalhos acadêmicos segundo as normas técnicas vigentes. • Manter os contatos 
iniciais com os princípios estratégicos da engenharia; 
 
1.1.3 Metodologia Utilizada 
 
5 
 
Trabalhos em equipes; 
Palestras; 
Seminários; 
Leitura e Interpretação de textos. 
Aulas expositivas; 
 
1.1.4 Programa da Disciplina 
 
Aula 1 • Apresentação do programa: Objetivos, conteúdo detalhado, 
metodologia, bibliografia, forma de avaliação. 
• O papel do professor no ensino superior. 
• Análise do documento “Diretrizes do MEC” 
Aula 2 • Avaliação e discussão dos projetos de vida. 
• Capítulo 1 – Chegando à universidade 
• Visita Guiada às instalações da UCL 
Aula 3 • A comunicação na engenharia 
• Leitura e interpretação de texto 
Aula 4 • Leitura e interpretação de textos 
• Citações e referências 
• Redação 
• Apresentações das tarefas extra-classe. 
Aula 5 • A História da Engenharia 
• Cronologia Básica 
Aula 6 • Principais nomes da ciência mundial e no Brasil 
• A História da Engenharia de cada curso 
• Apresentação e Debate das tarefas extra-classe 
Aula 7 • Ciência e Tecnologia – Parte I 
Aula 8 • Ciência e Tecnologia – Parte II 
Aula 9 Prova 1 
Aula 10 • A engenharia e suas áreas 
• Trabalho em grupo 
• Apresentação dos cursos de Engenharia pelos coordenadores 
Aula 11 • O engenheiro e suas funções 
• Método de solução de problemas em engenharia 
• Trabalho em grupos 
Aula 12 • Apresentação dos cursos de Engenharia pelos coordenadores 
• Apresentação dos trabalhos sobre Resolução de problemas em 
engenharia. 
Aula 13 Prova 2 
Aula 14 • Criatividade 
Aula 15 • Utilizando técnicas de criatividade – trabalhos práticos 
Aula 16 • O Projeto em Engenharia 
Aula 17 • Modelo, Simulação e Otimização 
6 
 
Aula 18 • Trabalho em grupo 
Aula 19 • Apresentação dos trabalhos em grupo 
Aula 20 Exame semestral 
 
 
 
1.1.5 Referências da disciplina 
 
BAZZO, W.A.; DO VALE PEREIRA, L.T. Introdução à Engenharia. 6ª ed. revisada 
e ampliada.Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002. 
 
HOLTZAPPLE, M. T; REECE, W. D. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: 
LTC, 
2006. 
 
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. Atlas, 2002. 
 
Textos de artigos entregues em sala de aula (ou disponíveis no share point da 
disciplina) 
 
1.1.6 Sistema de Avaliação 
 
A disciplina Introdução à Engenharia prevê para este semestre um sistema de 
avaliação de desempenho discente composto de provas e trabalhos. As datas das 
provas e apresentações dos seminários e entregas dos trabalhos poderão ser vistos 
no plano de aula da disciplina. 
 
Os trabalhos serão compostos de exercícios; seminários; relatórios e etc. Os 
trabalhos devem ser descritos em forma de relatório técnico. 
 
A Nota N1, que equivale a 30% da Média Final, será o resultado da média aritmética 
das notas da Prova 01 (P1) e dos Trabalhos dados até a prova 01 (T1), conforme a 
equação seguinte: 
 
 
N1 = 0.15(T1) + 0.15(P1) 
7 
 
 
onde P1 e T1 valerão entre 0 e 10 pontos. E T1 será o resultado da soma das notas 
dos trabalhos dados até a prova 01. 
 
 
A Nota N2, que equivale a 30% da Média Final, será o resultado da média 
aritmética das notas da Prova 02 (P2) e do Trabalho 02 (T2), conforme a equação 
seguinte: 
 
 
N2 = 0.15(T2) + 0.15(P2) 
 onde P2 e T2 valerão entre 0 e 10 pontos. E T2 será o resultado da soma das notas 
dos trabalhos dados até o Exame Semestral. 
 
Haverá ainda uma avaliação - o Exame semestral (ES), que será elaborada pelo 
Colegiado dos cursos envolvidos e terá um peso de 40% da Média final. A data 
deste exame será marcada pela Coordenação Geral de Graduação. 
 
Todos os trabalhos escritos (ou a documentação dos trabalhos práticos) deverão ser 
entregues no rigor da Norma Brasileira (ABNT) que será apresentada durante o 
curso, fazendo uso de referências bibliográficasestritamente mencionadas no texto 
e usando SOMENTE Citações Indiretas (isto também deverá ser explicado durante 
o curso). Possíveis trabalhos em forma de artigos terão seus formatos previamente 
informados, de acordo com o programa/cronograma entregue no início das aulas, 
bem como as regras específicas para cada trabalho (a não adequação dos trabalhos 
com os formatos/regras indicadas acarretarão perda de pontos do trabalho). Cópias 
integrais ou parciais de qualquer material bibliográfico não serão tolerados, 
acarretando na anulação integral da nota do trabalho em questão. As notas dos 
trabalhos e seminários realizados em grupo serão referentes AO GRUPO, ou seja, 
não serão notas individuais. Caso o aluno não consiga que sua média final MF [onde 
MF = 0.3(N1)+0.3(N2)+0.4(ES)] seja igual ou acima de 5,0 pontos (considerado 
aprovado), ele será então considerado reprovado nesta disciplina. 
 
 
1.2 Apresentação da UCL 
 
8 
 
A UCL - Faculdade do Centro Leste, instituição de ensino credenciada através da Portaria 
Ministerial nº 1693/99, iniciou suas atividades no ano de 2000 com a oferta inicial de três 
cursos de graduação em Engenharia: Alimentos, Automação e Controle (Mecatrônica) e 
Produção Civil. Atualmente a Faculdade oferece, além do curso de Engenharia de 
Automação e Controle, os cursos de Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, 
Engenharia Civil, Engenharia Química, Engenharia de Produção, Engenharia de Petróleo, 
Administração, Tecnólogo em Logística, Tecnólogo em Marketing, Tecnólogo em Gestão da 
Qualidade, Design e Informática - Sistemas de Informação. A instituição está situada no 
município de Serra, na região urbana da Grande Vitória, e é mantida pela UCL - Associação 
de Ensino Superior Unificado do Centro Leste, entidade sem fins lucrativos. 
 
O projeto pedagógico da Faculdade é bastante claro nos seus objetivos principais: oferecer 
cursos que aliem a qualidade técnico-científica a uma formação empreendedora, habilitando 
os formandos a aproveitarem e construírem oportunidades de trabalho. O espaço social e 
econômico onde a Faculdade atua é propício a essa proposta: o estado do Espírito Santo, a 
região da Grande Vitória e em particular o município de Serra têm apresentado um índice de 
desenvolvimento acima da média brasileira nas últimas décadas. Notadamente no setor 
industrial, a região possui hoje grandes empresas voltadas ao mercado externo (Vale, 
ArcelorMittal Tubarão, Fibria, Samarco Mineração, dentre outras) e um parque portuário 
importante na logística de comércio exterior tanto para os produtos do Estado (mármore, 
granito, frutas, café, etc.) como também para os produtos e insumos das regiões Sudeste e 
Centro-Oeste. 
 
Em virtude dessa atividade internacional e do padrão de exigência a que ela é submetida 
pela competição do mercado externo, muitas outras empresas de grande, médio e pequeno 
porte estão se instalando na região, todas elas submetidas a demandas de qualidade cada 
vez maiores. Com esta demanda, o setor de serviços também é favorecido e também, em 
conseqüência do aumento da população, o aumento do número de hospitais e clínicas 
médicas e odontológicas. Essa conjuntura abre uma procura natural pela educação de nível 
superior, nos níveis de graduação e de educação continuada, que prepare profissionais 
atualizados e afinados com as exigências da produção. 
 
Nesse ambiente, a UCL se colocou como uma instituição de ensino superior que contribui 
para o desenvolvimento regional através da oferta de cursos de graduação, programas de 
pós-graduação e atividades de pesquisa e extensão sintonizadas com as necessidades do 
9 
 
sistema produtivo. Através dos cursos atualmente oferecidos, a Faculdade já ocupa um 
espaço importante no quadro educacional da região. 
 
1.3 Organização da UCL 
 
Como toda empresa, a UCL possui uma organização funcional projetada para ser 
ágil, eficiente e enxuta. Esta estrutura administrativa pode ser mais bem visualizada 
no organograma da UCL mostrado na figura 1. 
 
 
Figura 1. Organograma da UCL – faculdade do Centro Leste 
 
 
Os principais atores que devem ser conhecidos no momento pelos alunos podem 
ser vistos no resumo listado a seguir: 
 
1. Diretorias: 
a. Administrativa e Acadêmica: Dra. Maria Ângela Loyola de Oliveira 
b. Planejamento e Desenvolvimento: Carlos Alberto S. de Oliveira, MSc. 
c. Financeira: Prof. Maurício Del Caro. 
d. Comunicação e Marketing: Sandro M. Lobato, MSc. 
2. Coordenações Gerais: 
a. Graduação: Roger Alex de C. Freitas, Msc. 
b. Pesquisa e Pós-Graduação: Dr. Bruno Venturini Loureiro. 
c. Extensão: Prof. Anselmo Frizera 
10 
 
d. Laboratórios e Projetos Institucionais: Dr. Fransergio Leite da Cunha 
3. Coordenações de Curso: 
a. Engenharia de Automação e Controle: Rafael Leal Silva, MSc. 
b. Engenharia Civil: Dra. Juliana Viana 
c. Engenharia Mecânica: André Luiz Perazzo Amaral, MSc. 
d. Engenharia de Materiais: João Pedro Quirino, MSc. 
e. Engenharia de Produção: Roger Rocha, MSc. 
f. Engenharia Química e Petróleo: Marcus Vinícius Lisboa Motta, MSc. 
g. Engenharia Biomédica: Dr. Fransergio Leite da Cunha e MDra. Karla 
Loyola de Oliveira Arantes. 
h. Informática (Sistemas de Informação): André Ribeiro da Silva, MSc. 
i. Design e Tecnólogos: Janaina de Avelar França, MSc. 
j. Administração e Tecnólogos: Dra. Alzira Bermudes Barcelos. 
4. Coordenação de Estágio e Atividades Complementares: 
a. Engenharias Civil e Automação: Fabíola Bermudes Cabral, MSc. 
b. Engenharias Mecânica, Materiais, Química, Produção, Petróleo, 
Administração e Tecnólogos: Fabíola Loyola Provedel Toscano. 
c. Design: Janaina de Avelar França, MSc. 
d. Sistemas de Informação: Zirlene Effgen, MSc. 
5. Secretaria 
a. Secretária: Liliane Barbosa. 
b. Auxiliares: Beth, Gianne, Éder, Tatiane, Camila. 
c. Responsável pelas bolsas de estudos e Fies: Princilônia. 
 
Todo detalhamento de cada função ou cargo é detalhada em um documento, que é 
o Regimento da UCL. 
 
1.4 Entendendo o número de matrícula 
 
Como curiosidade e para facilitar a memorização da identidade do aluno, que é o 
número de matrícula da UCL, na figura 2 há um esquema de como é gerado este 
número para cada aluno da Instituição. 
 
11 
 
 
Figura 2. Significado de cada número de matrícula 
 
 
1.5 A formação do engenheiro e a grade curricular dos cursos de engenharia1 
 
Para preparar profissionais que atuem com competência nas inúmeras áreas de 
engenharia, são necessários cursos bem estruturados que contemplem um conjunto 
consistente de conhecimentos que os habilitem para tal. Disciplinas teóricas bem 
fundamentadas, estágios no mercado de trabalho e aulas práticas são, portanto, 
mais que necessários, são essenciais para que se possam alcançar estes 
propósitos. 
 
Um dos objetivos de um processo educacional é capacitar indivíduos para que eles 
resolvam problemas técnicos específicos. E lógico que não se restringe apenas a 
isso o papel de um curso superior. Mas estamos agora tratando deste aspecto. 
 
Para atingir estes objetivos, os cursos são planejados de maneira a fornecer um 
conjunto de conhecimentos que habilitem cidadãos a dominar uma determinada área 
de atuação. Por exemplo, para atuar na área de extração de petróleo, devemos 
estudar topografia, geologia, petrografia, economia mineral, química etc. Mas estes 
campos de estudo não são essenciais, por exemplo, para que um engenheiro de 
alimentos ou um engenheiro naval desempenhe suas atividades profissionais mais 
clássicas. 
 
 
1
 Texto extraído do livro Introdução à Engenharia – W.A .Bazzzo, L. T. V. Pereira 
 
 
12 
 
• Formação Básica: comuns a todos os cursos de engenharia e que 
constituem a base de uma formação sólida para o restante dos cursos. 
o Matemática 
o Físicao Química 
o Mecânica 
o Processamento de dados 
o Desenho 
o Eletricidade 
o Resistência dos materiais 
o Fenômenos de transporte 
 
• Formação Geral: objetivam fornecer aos engenheiros conhecimentos que 
complementem a sua formação de uma maneira mais ampla. Abrangem, em linhas 
gerais, temas de natureza humanística e de ciências sociais. 
o Ciências sociais 
o Economia 
o Administração 
o Ciência do ambiente 
o Macroeconomia 
o Contabilidade e balanço 
 
• Formação Complementar: complementam a formação do engenheiro. 
o Estágio Supervisionado 
o Inglês 
o Atividades complementares 
o Visitas técnicas 
 
• Núcleo Profissionalizante ou disciplinas específicas: Os conteúdos 
profissionalizantes - cerca de 15% do currículo de um curso - abordam um conjunto 
de tópicos como os apresentados no quadro abaixo, sendo definidos por cada uma 
das instituições de ensino; por isso variam de uma para outra escola. Cada área da 
engenharia estuda alguns desses assuntos (figura 3). 
13 
 
 
 
Figura 3. Núcleo Profissionalizante ou disciplinas específicas 
 
1.6 Atividades para este capítulo 
 
Tarefa em sala de aula: Leitura das Diretrizes curriculares – fonte MEC. Em função 
do plano de ensino exposto, retirar do texto do MEC: 
• As habilidades e competências gerais que deverão ser desenvolvidas nesta 
disciplina. 
• Os tópicos abordados nesta disciplina que pertencem ao núcleo básico de 
engenharia recomendado pelo MEC. 
 
ORGANIZAÇÃO ATUAL DA FORMAÇÃO EM ENGENHARIA NO BRASIL 
14 
 
 
No Brasil, o Ministério da Educação e da Cultura (MEC) é responsável pelo 
planejamento, coordenação e supervisão do processo de formulação e 
implementação da política nacional da educação superior. A estrutura atual do 
sistema de educação superior pode ser representada como segue: 
 
Fonte: www.mec.gov.br 
 
As disciplinas são organizadas de forma modular seguindo um sistema de créditos. 
A formação proposta na maioria das instituições de ensino superior brasileiras dura 
quatro anos e meio a cinco anos. O aluno obtém o diploma de Bacharel em 
Engenharia, que deve ser reconhecido pelo MEC, e em seguida ele deve ingressar 
em um conselho profissional (sistema CONFEA/CREA) para o exercício da profissão 
(no Brasil). 
 
O MEC estabelece diretrizes que norteiam a construção dos currículos nacionais. 
Tais diretrizes estão detalhadas no Parecer CNE/CNS 1362/2001 e Resolução 
CNE/CNS11/2002, onde destacamos: 
 
“Art. 3º O Curso de Graduação em Engenharia tem como perfil do formando 
egresso/profissional o engenheiro, com formação generalista, humanista, crítica e 
reflexiva,capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua 
atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando 
seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética 
e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. 
 
Art. 4º A formação do engenheiro tem por objetivo dotar o profissional dos 
conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e 
habilidades gerais: 
 
I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à 
engenharia; 
II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 
15 
 
III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; 
IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; 
V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia; 
VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; 
VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; 
VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; 
VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; 
IX - atuar em equipes multidisciplinares; 
X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; 
XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; 
XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; 
XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. 
 
Art. 5º Cada curso de Engenharia deve possuir um projeto pedagógico que 
demonstre claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o perfil 
desejado de seu egresso e o desenvolvimento das competências e habilidades 
esperadas. Ênfase deve ser dada à necessidade de se reduzir o tempo em sala de 
aula, favorecendo o trabalho individual e em grupo dos estudantes. 
 
§ 1º Deverão existir os trabalhos de síntese e integração dos conhecimentos 
adquiridos ao longo do curso, sendo que, pelo menos, um deles deverá se constituir 
em atividade obrigatória como requisito para a graduação. 
§ 2º Deverão também ser estimuladas atividades complementares, tais como 
trabalhos de iniciação científica, projetos multidisciplinares, visitas teóricas, trabalhos 
em equipe, desenvolvimento de protótipos, monitorias, participação em empresas 
Junior s e outras atividades empreendedoras. 
 
Art. 6º Todo o curso de Engenharia, independente de sua modalidade, deve possuir 
em seu currículo um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos 
profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a 
modalidade. 
 
16 
 
§ 1º O núcleo de conteúdos básicos, cerca de 30% da carga horária mínima, versará 
sobre os tópicos que seguem: 
 
I - Metodologia Científica e Tecnológica; 
II - Comunicação e Expressão; 
III - Informática; 
IV - Expressão Gráfica; 
V - Matemática; 
VI - Física; 
VII - Fenômenos de Transporte; 
VIII - Mecânica dos Sólidos; 
IX - Eletricidade Aplicada; 
X - Química; 
XI - Ciência e Tecnologia dos Materiais; 
XII - Administração; 
XIII - Economia; 
XIV - Ciências do Ambiente; 
XV - Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania. 
 
§ 2º Nos conteúdos de Física, Química e Informática, é obrigatória a existência de 
atividades de laboratório. Nos demais conteúdos básicos, deverão ser previstas 
atividades práticas e de laboratórios, com enfoques e intensividade compatíveis com 
a modalidade pleiteada. 
§ 3º O núcleo de conteúdos profissionalizantes, cerca de 15% de carga horária 
mínima, versará sobre um subconjunto coerente dos tópicos abaixo discriminados, a 
ser definido pela IES. [...]” 
 
“[...]Art. 7º A formação do engenheiro incluirá, como etapa integrante da graduação, 
estágios curriculares obrigatórios sob supervisão direta da instituição de ensino, 
através de relatórios técnicos e acompanhamento individualizado durante o período 
de realização da atividade. A carga horária mínima do estágio curricular deverá 
atingir 160 (cento e sessenta) horas. 
 
17 
 
Parágrafo único. É obrigatório o trabalho final de curso como atividade de síntese e 
integração de conhecimento. 
 
Art. 8º A implantação e desenvolvimento das diretrizes curriculares devem orientar e 
propiciar concepções curriculares ao Curso de Graduação em Engenharia que 
deverão ser acompanhadas e permanentemente avaliadas, a fim de permitir os 
ajustes que se fizerem necessários ao seu aperfeiçoamento. 
 
§ 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nas competências, habilidades e 
conteúdos curriculares desenvolvidos tendo como referência as Diretrizes 
Curriculares. 
§ 2º O Curso de Graduação em Engenharia deverá utilizar metodologias e critérios 
para acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do próprio 
curso, em consonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definidos 
pela IES à qual pertence.” 
 
Tarefas complementares extraclasse: 
Leitura complementar: Capítulo I: Introdução à engenharia - W.A .Bazzzo, L. T. V. 
Pereira 
• Após leitura, fazer um projeto de vida segundo o modelo a seguir: 
18 
 
PROJETO DE VIDA 
Autor: _________________________________________ 
Curso: _________________________________________1. DIAGNÓSTICO 
• Quem sou eu? 
• O que eu faço atualmente? 
 
2. OBJETIVOS 
• O que eu quero ser? 
• O que eu quero ter? 
• O que eu quero fazer? 
 
3. JUSTIFICATIVA 
• Por que eu quero ser isto? 
• Por que quero ter essas coisas? 
 
4. ESTRATÉGIA 
• Como vou fazer para conseguir atingir os meus objetivos? 
• Que meios vou utilizar para isto? 
i.Recursos materiais: 
ii.Recursos não materiais: 
 
5. METAS 
• Quais são os passos que darei para conseguir fazer isto? 
• Estes passos devem ser mensuráveis (quantidade, tempo...) 
 
Observação: Este projeto deverá ser guardado para futuras consultas durante todo seu curso. De 
tempos em tempos, revise este documento, mas guarde a primeira versão. 
19 
 
CAPÍTULO 2 
 
2.1 Chegando ao Ensino Superior2 
 
A Universidade é o local onde as pessoas passam bons momentos em suas vidas, 
mas para bem aproveitar, é preciso participação ativa nas atividades. 
 
Uma observação importante que muda ao entrar em um ensino superior é que não 
se deve esperar que os professores passem todo o conhecimento relativo ao curso 
escolhido. É preciso buscar o conhecimento! Afinal, a qualidade do curso é 
proporcional à qualidade do estudante. É preciso estar motivado a cursar o ensino 
superior. É preciso que todos tenham em mento que a Universidade deve fazer parte 
de um projeto de vida. 
 
A universidade oferece muitas oportunidades para serem exploradas. Para bem 
aproveitar a universidade é preciso conhecê-la bem. A UCL oferece aos seus 
estudantes muitas opções de atividades extracurriculares que ajudam na formação 
geral do estudante. São projetos como o dos Carros Artesanais, Equipe de Robótica, 
O DCE, Projetos de extensão e Iniciação Científica, além de esportes e lazer. Mas é 
preciso ter tempo para estudar. Adotar uma metodologia de trabalho e ser 
responsável. 
 
Ao entrar no Ensino Superior, o estudante passa a ser agente ativo do processo 
educacional. Portanto, deve participar das aulas e trocar experiências com os 
professores. Por isso tem maior liberdade de escolhas e métodos. Isso traz maior 
maturidade e responsabilidade. Diante disso, o professor passa a ser um facilitador, 
orientador, e não apenas um educador ou um depositário de conhecimento. 
 
Muitas vezes, ao ingressar no curso superior, o estudante se vê obrigado a se 
adaptar aos novos ambientes – moradia, transportes, alimentação. E por isso deve 
dar atenção especial à saúde física. 
 
 
2
 Resumo do capítulo equivalente do livro Introdução à Engenharia – W.A .Bazzzo, L. T. V. Pereira 
20 
 
2.2 Por que estudar? 
 
A Engenharia pertence à área tecnológica e ciência e tecnologia tem uma evolução 
muito rápida, portanto necessita de um conhecimento contínuo e, logo, o engenheiro 
deve ter aprendizagem constante. É preciso aprender a estudar com eficiência. Isso 
significa saber usar os recursos disponíveis. 
 
2.3 Considerações sobre um método de estudo 
 
Um método de estudo eficaz não é apenas captar um assunto, mas, principalmente, 
organizar na mente, com fluidez, continuidade e encadeamento lógico, diversos 
tópicos, formando uma postura crítica e coerente. São condições imprescindíveis 
para se aplicar um método de estudo: preparação psicológica e programação do 
tempo. 
 
2.4 Observações a serem feitas para um estudo eficaz 
 
• Isolar-se quando estuda, intercalando o tempo com pequenos intervalos – mente 
cansada não funciona direito. 
• Adotar comportamentos diferentes para as diferentes disciplinas – para disciplinas 
práticas o melhor é praticar, para matérias teóricas, é melhor ler e escrever. 
• Estudar o assunto sob diversos ângulos, compará-los e refletir criticamente sobre 
eles – nem todo mundo pensa da mesma maneira, por isso é bom ver outros pontos 
de vista. 
• Saber fazer perguntas. Perguntas mal formuladas dão respostas sem sentido ou 
evasivas. 
• É preciso aprender a aprender!!!!! Isto é o que será mais importante a aprender 
em um Curso Superior. O aprendizado contínuo é pré-requisito na carreira 
profissional do engenheiro. Estamos na era do conhecimento. 
 
2.5 Condições para viabilizar o estudo 
 
Racionalização do tempo. 
21 
 
Não estudar apenas o que mais agrada. 
Não deixar o lazer prevalecer e prejudicar os estudos. 
Se possível, realizar estudos extra-classe. 
O horário de estudos deve ser cumprido, não pode ser rígido e inflexível. 
O estudante-trabalhador tem bom desempenho quando sabe dividir bem seu tempo 
de estudo. 
Tempo para descanso e lazer. 
 
2.6 Fases de Estudo 
 
Os objetivos da Engenharia são: estimular a criatividade, fornecer-lhe ferramental 
básico e estimular a adoção de uma postura crítica e consciente para com a 
sociedade. Por isso é imprescindível adotar um método de estudo eficaz. 
Este método de estudo possui 3 fases distintas: preparação, captação e 
processamento (veja a figura 4). 
 
Figura 4. fases de estudo 
 
 
Preparação 
É a fase preliminar. Começa com a escolha do ambiente que deve ser arejado, 
iluminado, silencioso e agradável. Deve se estudar sentado e apoiado sobre uma 
mesa. 
 
É importante estudar sempre, de preferência, nos mesmos lugares e horários, para 
que nosso corpo e cérebro “se acostume” com os estudos e assimile bem os 
conteúdos. 
 
22 
 
Organizar o espaço de trabalho e disponibilizar os materiais necessários Também é 
importante, assim como adotar atitudes psicológicas, como a perseverança. 
 
Ao falhar, procurar onde está o erro e proceder nova tentativa. Conscientizar-se de 
seu trabalho árduo. E, por fim, ter sempre em mente que não existem 
conhecimentos inúteis! 
 
Captação 
 
A captação ocorre, usualmente: 
 
• Quando da apreensão de conhecimentos trabalhados em sala de aula. 
• Quando os conhecimentos são construídos através da leitura de livros 
didáticos. 
• Através da participação em experiências e observações. 
• 
Existem 3 formas de captação: 
 
• Leitura: permite reflexões críticas e perfeita assimilação do conteúdo. Para 
ler é preciso: ambiente, motivação e técnica. Devem-se registrar palavras, frases, 
ideias e fórmulas. 
• Audição: utilizada em aulas, palestras e debates. Deve-se, constantemente, 
interrogar-se sobre o tema, organizando ideias. Leitura em voz alta – utilização de 
leitura e audição. 
• Observação: experiências e visitas. Utilizar de forma sistemática e com 
critérios. Para os engenheiros – identificação de variáveis para a execução de 
trabalhos. 
 
A captação em sala de aula é o principal período de estudos, mas não se deve levar 
dúvidas para casa. Para entender a aula deve-se apreender a sua organização e 
objetivos, assimilando a ideia central da explanação do assunto, além de participar 
ativamente da aula – captar e anotar ideias com as próprias palavras. Também é 
importante estar sempre atento às informações que estão sendo transmitidas. 
23 
 
 
É na captação extraclasse que acontece a recomposição dos assuntos vistos em 
sala de aula. Para isso se faz necessário leituras e discussões com colegas para 
melhor fixação do conteúdo. É preciso uma boa programação de estudos de acordo 
com a necessidade e dificuldade em cada matéria e enfim, não deixar de estudar 
nenhuma matéria. 
 
Outras fontes importantes de captação são: 
 
Aulas de laboratório: versatilidade na vida profissional. Verificação da teoria. 
Relatório técnico. 
Estágios: contato direto com o futuro campo de trabalho. Interação com processos 
e equipamentos. Confecção de relatórios. 
Trabalho escolar: processo de realização e sublimação intelectual. Pesquisa 
bibliográfica. Desenvolvimento de capacidades. 
 
Processamento 
 
Essa fase serve para reter e integrar os assuntos, que se faz com revisões imediatas 
logo após as aulas ou leituras detextos, utilizando esquemas ou esboços. 
Esquema – todo sintético – simples, claro e objetivo. 
Resumo – compactação de um assunto com frases completas. Extração das ideias 
principais. Não se deve colocar seu ponto de vista. 
Revisões globalizadoras – integração de todos os assuntos estudados para se obter 
um todo homogêneo e concatenado. 
Avaliações = termômetro do aprendizado. 
 
É Fase que interliga todos os assuntos vistos no curso. 
 
2.7 Projeto de Vida 
 
Como todo projeto, o projeto da nossa vida precisa ser bem elaborado, seguindo o 
método e revisando continuamente. 
24 
 
 
Os elementos básicos de um bom projeto de vida são: 
Diagnóstico: análise do caminho que percorreu até o momento presente. 
Objetivos: o que a pessoa quer ter, o que quer ser e o que quer fazer. 
Metas: partes quantificadas do objetivo que se pretende alcançar. 
Meios: recursos necessários (materiais ou imateriais) para cumprir as metas e 
alcançar seus objetivos 
 
Dicas para seu projeto de vida 
 Estabelecer metas possíveis. 
 Flexibilizar e adaptar objetivos e metas (planejamento adaptativo) . 
 Priorizar e Planejar continuamente (cruzar importância com urgência) 
 Estabelecer parcerias para seu projeto de vida 
(cônjuge/família/amigos/sócios). 
 Estudar muito - o conhecimento confere competência e autoridade. 
 Valorizar a solidariedade e a amizade. 
 Disponibilizar tempo para família, amigos e vizinhos garante uma rede de 
proteção. 
 Desenvolver o espírito acabativo usando “garra” e perseverança. 
 
 
2.8 Atividades para este capítulo 
 
Tarefas de aula: 
• Apresentação dos projetos de vida. 
• Discussão sobre os esquemas feitos sobre o capítulo 1 – Chegando à 
Universidade. 
Leitura complementar: Capítulo II: Bazzo 
Tarefa extra classe: 
• Entrevista com coordenador de curso 
o Cada aluno deverá elaborar 5 questões sobre o curso para ser respondida 
pelo seu respectivo coordenador. 
• Relatório de visita: Descrição do campus, suas utilidades e laboratórios. 
25 
 
CAPÍTULO 3 
 
3.1 A comunicação na engenharia 
 
O bom profissional é aquele que sabe se expressar, sabendo comunicar com 
eficácia o seu trabalho, através da comunicação escrita e oral. Na área tecnológica, 
a comunicação tem como objetivo: buscar, selecionar e armazenar informações. 
Logo, a eficiência do engenheiro pode ser medida pela qualidade de seu trabalho e 
sua habilidade de fazer com que as pessoas o entendam. 
 
A escrita é a mais importante forma de comunicação, mas existem outras como: 
oral, gráfica ou através de modelos icônicos. Para se escrever bem, tem que ter o 
domínio do código isto é, conhecer as regras gramaticais. Para isto é importante a 
prática constante da redação e boa leitura. Durante a leitura, para uma melhor 
organização, deve-se fazer a documentação de tudo o que é feito durante seu 
desenvolvimento e redigir rapidamente para depois revisar. Escrever ajuda a 
lembrar, observar, pensar, planejar, organizar e comunicar. 
 
A linguagem técnica deve ser simples, clara e precisa, com frases curtas e palavras 
de sentido direto. Devem-se evitar expressões que emprestem atributos. São 
características da linguagem técnica: 
 
 - impersonalidade � redigir na 3ª pessoa. 
 - objetividade � evitar o uso de expressões de reserva ou ressalva. 
 - modéstia e cortesia � não desmerecer outros trabalhos. Sem expressões 
prepotentes. 
 - clareza e precisão � consulta a dicionários 
 
A redação técnica possui alguns artifícios que auxiliam a leitura. São eles: 
 
• Abreviaturas ( e símbolos): 
o evita repetições; 
o devem ser listados no início do trabalho. 
26 
 
• Ilustrações (mapas, gravuras, esquemas, fotografias e gráficos): 
o devem ser numerados e legendados; 
o próximo do texto que os explica. 
• Citações (idéias e frases): 
o com referência. 
• Notas de rodapé: 
o quando a frase ou citação não “combina” com o texto; 
o Referências do autor e obra das citações. 
 
Um trabalho acadêmico é o resultado de estudo ou pesquisa de um tema, exigido 
por disciplina, estudo independente ou curso. São exemplos, os trabalhos de 
graduação, as monografias, as dissertações e as teses. Os trabalhos acadêmicos 
possuem estruturas obrigatórias e não obrigatórias: 
 
• Elementos Obrigatórios: 
o Capa 
o Folha de rosto 
o Texto (Introdução, Desenvolvimento e conclusão) 
o Referências 
• Elementos Opcionais 
o Resumo 
o Sumário 
o Prefácio 
o Apêndice 
o Índice remissivo 
o Outros 
 
Sobre este assunto, veja no anexo as regras da ABNT – Associação Brasileira de 
Normas Técnicas (http://www.trabalhosabnt.com/regras-normas-abnt-formatacao) 
além de pesquisar as regras da UCL no share point 
(https://ww1.ucl.br/prodfor/trabalhos/default.aspx). 
 
27 
 
O Título deve ser conciso e sugerir o assunto. É a última decisão do autor. O uso da 
vírgula ou dos dois pontos com a supressão de palavras pode tornar o título mais 
incisivo. 
 
A Introdução é a apresentação do trabalho de forma clara e objetiva. Deve colocar o 
leitor a par do assunto que é tratado no decorrer do trabalho. Serve para: 
 
 Informar o objetivo final; 
Informar a relevância do trabalho; 
Descrever a forma como o trabalho foi desenvolvido e está organizado. 
- indicar a documentação e os dados utilizados; 
- indicar a metodologia empregada; 
Motivar o leitor a ler o trabalho. 
Explicar o tema: anunciar as ideias mestras e colocar o leitor a par do assunto que 
é tratado no decorrer do trabalho. 
 
A Conclusão é a apresentação das respostas aos temas levantados no início do 
trabalho. 
 
Qualidades fundamentais: 
 - essencialidade: deve convencer; é resumo das ocorrências mais importantes 
extraídas ao longo do trabalho. 
 - brevidade, é enérgico e exato. 
 - personalidade, passa a segurança do autor. 
 
Um instrumento de trabalho de muita utilidade para o engenheiro é o desenho. 
Todavia, deve-se salientar que o mais importante não é o fato de saber desenhar, 
mas sim visualizar os sistemas especialmente. Em substituição à tradicional forma 
de executar desenhos, com nanquim, papel vegetal, régua paralela, prancheta etc. 
Modernamente o uso da computação gráfica se expande em todas as áreas da 
engenharia. Os sistemas CAE, CAD e CAM têm proporcionado agilidade na tomada 
de decisões nas empresas que os usam. 
 
28 
 
3.2 Atividades para este capítulo 
 
Tarefa em sala de aula: Leia o texto – “A importância da boa comunicação na 
prática da engenharia” * de Maria Regina Leoni Schmid, Rudloff Sistema de 
Protensão Ltda. 
 
* O arquivo deste texto está disponível neste link: 
..\..\A_importancia_da_boa_comunicacao_na_pratica_da_Engenharia-2007.pdf 
Em seguida faça uma conclusão sobre o texto. 
 
Tarefas complementares extraclasse 
 
Redação técnica: 
 
Objetivo: Exercitar a redação de um email profissional. 
 
Cenário proposto: Suponha que você está em vias de concluir o seu Curso de 
Engenharia. 
 
 O Coordenador do seu curso é o Professor Dr. José João da Silva, conhecido 
carinhosamente entre os alunos por Professor Zezinho. Ele recebeu de um ex-aluno, 
atualmente trabalhando em uma empresa de desenvolvimento de equipamentos 
eletrônicos, a mensagem eletrônica abaixo, ofertando uma vaga de emprego. O 
Professor Zezinho distribuiu a mensagem abaixo aos formandos, incentivando-os a 
se candidatarem à vaga. 
 
De: Luiz Mehl <mehl@creapr.org.br> 
Para: Zezinho <zezinho@ufpr.edu.br> 
Data: 13 de maio de 2013 
Assunto: Disponibilidade de vaga 
 
Olá Professor Zezinho! 
29 
 
Conforme conversamos por telefone no dia de ontem, vamos abrir algumas vagas 
no fim do ano aqui na empresa e temos interesse em entrevistar alunos que estejam 
se formando ai na faculdade e que tenham interesse em trabalhar com 
desenvolvimento de equipamentos digitais. Solicito portantodivulgar a vaga entre os 
alunos que tenham condições de se formar no final deste ano. 
Por favor, avise-os que não é necessário que eles nos enviem os currículos nesta 
etapa inicial. Basta mandar para mim um email com os dados pessoais e uma breve 
descrição de alguma experiência anterior de trabalho e/ou estágio. Entre os 
interessados, vamos então selecionar alguns para serem entrevistados pelo nosso 
Diretor de Recursos Humanos e pelo Diretor Fabril. 
Estamos procurando engenheiros que sejam criativos, responsáveis, com 
capacidade de iniciativa e que se adaptem facilmente ao trabalho em equipe. São 
imprescindíveis conhecimentos de eletrônica digital e programação de 
microcontroladores em C/C++. 
Também será dada preferência a candidatos com conhecimentos de inglês, uma vez 
que trabalhamos com alguns clientes estrangeiros. 
A nossa empresa localiza-se em São José dos Pinhais, próximo do Aeroporto, e é 
oferecido restaurante no local, Vale Transporte e Assistência Médica e 
Odontológica. 
Um abraço e obrigado por sua colaboração. 
Luiz 
-- 
Eng. Luiz Mehl 
mehl@creapr.org.br 
Technodigital Equipamentos Eletrônicos Ltda. 
Rua Harry Feeken, 1325 
83040-420 – São José dos Pinhais – Paraná – Brasil 
 
Tarefa: Interessado em participar da seleção, sua tarefa é enviar (escrever) um 
email para o Eng. Luiz Mehl, apresentando-se como candidato à vaga. Referencia-
se ao material fornecido para o estilo e conteúdo de sua mensagem. 
30 
 
CAPÍTULO 4 
 
4.1 A comunicação oral 
 
Por que do estudo da comunicação na engenharia? Primeiro, porque comunicar-se é 
uma arte e, portanto, poucos sabem, logo, será um diferencial. 
 
Os engenheiros passam 80% do seu tempo de trabalho se comunicando e, embora 
não pareçam, as disciplinas “menos” importantes é que acabam fazendo a diferença. 
 
Um das grandes falhas dos engenheiros é incapacidade de comunicar-se, 
persuasão, conquistar, convencer, esclarecer e etc. Por isso utiliza-se muito a 
linguagem técnica. É uma exigência das empresas. 
 
A comunicação nas empresas é muito importante para o engenheiro e está presente 
em todos os setores: 
 
� Negociar um prazo. 
� Apresentar um projeto. 
� Tranquilizar um líder. 
� Vender uma ideia. 
� Dar ordens. 
� Liderar um projeto. 
� Resolver conflitos. 
� Pedir ajuda. 
 
Existem alguns fatores que envolvem a comunicação, que influenciam e que devem 
ser dominados: 
 
• Técnicas 
• Idiomas 
• Saúde 
• Disciplina 
31 
 
• Autocontrole 
• Determinação 
• Persistência 
• Percepção 
• Domínio 
 
No âmbito organizacional, existem algumas barreiras que impedem a boa 
comunicação: 
 
� Barreiras pessoais - quando o próprio indivíduo tem problemas de comunicação, 
como fatores físicos ou psicológicos; 
� Barreiras administrativas/burocráticas – quando o fluxo de informações não segue 
continuamente de maneira eficaz; 
� O excesso de informações – muita informação acaba “atrapalhando” e dando 
ruído. 
� As comunicações incompletas e parciais – comunicações incompletas podem 
gerar equívocos difíceis de reverter. 
 
4.2 A Gestão da informação na engenharia 
 
Planejar é muito importante e a qualidade da informação é fundamental. Para 
solucionar problemas e trabalhos científicos (documentação indireta), o engenheiro 
utiliza-se dos projetos. Estes precisam de muita criatividade para a escolha das 
melhores estratégias. Para planejar, utiliza-se o Benchmarking, que é a busca das 
melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. Não é 
simplesmente uma cópia, e sim um processo positivo e pró-ativo por meio do qual 
uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar 
como realizar a mesma ou uma função semelhante. Essa comparação feita é 
chamada de benchmarking. 
 
Para a apresentação de uma idéia, projeto, trabalho, pesquisa, reunião, é importante 
seguir alguns passos (dicas): 
 
32 
 
• Definir os objetivos 
• Saiba quem é o público alvo 
• Organize o assunto com antecedência 
• Seja Breve 
• Simule a sua apresentação 
• Conheça o ambiente onde será a apresentação 
• Não confie na memória, leve um roteiro como apoio 
• Estude bem o assunto de sua apresentação 
• Controle a sua emoção 
• Use roupas adequadas 
• Evite gírias, use uma linguagem simples e palavras de fácil pronúncia 
• Use bem a gramática 
• Controle o tom de voz. 
 
À respeito da comunicação virtual, tome as seguintes precauções: 
 
• Etiqueta na NET 
• Cuidado com as informações via e-mail 
• Violação de privacidade 
• Você é Senhor daquilo que fala e escravo do que escreve 
• Analisar a veracidade das informações 
• Criar um e-mail alternativo (privativo) 
• Não acessar e-mail pela empresa (e-mail corporativo) 
• Evite falar sobre a empresa em msn, chats e etc 
• O mundo virtual não tem barreiras físicas, você não é mais senhor daquilo 
que escreve. 
 
4.3 Atividades para este capítulo 
 
Tarefa em sala de aula: Leia o texto “Aprender a Aprender”, disponível no link 
..\Aprender a aprender.pdf e faça o que se pede: 
 
33 
 
a. Escreva 1 citação direta com até 3 linhas 
b. Escreva 1 citação direta com mais de 3 linhas 
c. Escreva 1 citação indireta 
d. Escreva 1 citação de citação 
e. Faça a referência deste artigo 
f. Escreva uma conclusão para este artigo. 
 
Leitura complementar: Leia o capítulo III (Bazzo) Origens da Engenharia e faça 
uma síntese do capítulo. 
34 
 
CAPÍTULO 5 
 
5.1 Evolução histórica da engenharia e personagens importantes 
 
O objetivo deste capítulo é apresentar uma retrospectiva da história da engenharia 
no Brasil e no mundo aos e futuros profissionais, mostrando tendências e desafios 
desta importante área do conhecimento. 
 
5.2 A história da engenharia3 
 
A história da Engenharia confunde-se com a história da própria humanidade e teve 
início há cerca de sete milhões de anos. De acordo com estudos de paleontologia, 
os primeiros hominídeos eram carnívoros e, como não possuíam dentes ou garras 
afiados, necessitaram de alguma ajuda para superar esse problema. Isto os forçou à 
fabricação de ferramentas, que inicialmente eram pedaços toscos de pedras 
lascadas para ficarem com a ponta aguçada e se transformarem em objetos 
cortantes. Assim, há milhões de anos, teve início o desenvolvimento tecnológico. 
 
Certamente o maior avanço tecnológico e cultural do homem primitivo foi a 
habilidade adquirida em lidar com o fogo, ocorrida por volta de 600.000 anos atrás, 
possivelmente a partir de algum incêndio causado por raios ou erupção vulcânica. O 
fogo significou calor e luz, possibilitando vencer o frio e a escuridão, e, portanto, 
abriu caminho para o homem primitivo sobreviver em regiões mais frias, ampliando a 
ocupação espacial da terra, além de cozer os alimentos, tornando-os mais 
palatáveis. 
 
Somente a partir de 50.000 anos os seres humanos começaram a produzir artefatos 
de caça mais elaborados, como os arpões, as lanças, e posteriormente o arco e a 
flecha. Este meio mais eficiente de matar a uma distância segura permitiu a caçada 
 
3
 Textos provenientes dos trabalhos e artigos de Mattos Junior, Pedro Alcantara de. O Processo de 
Compreensão da Norma Através da Técnica, Disponível em: http://www.mrcl.com.br/xivcobreap/tt46.pdf . 
Capturado em 29 de janeira do 2013. e Afonso, Ariston Alves e Fleury, Nélio. Para Conhecimento – História 
da Engenharia, junho de 2007. Disponível em: http://alexronald.wordpress.com/2007/06/30/para-conhecimento-
historia-da-engenharia/. Capturado em 29 de janeira do 2013. 
 
35 
 
de animais perigosos e de grande porte, capazes de fornecer alimentos para grupos 
mais numerosos. 
 
O surgimento da agricultura, que se deu provavelmente no ano 10.000 a.C., assim 
como o domínio do fogo ou o adventoda fala, foram os acontecimentos mais 
marcantes da história da evolução humana. Após a agricultura, veio a domesticação 
de animais, explorados de diversas maneiras, como por exemplo, a ordenha para 
aproveitamento de leite, a coleta de ovos, a tração animal, além de criar o estoque 
alimentar de reserva. Assim, não havia mais necessidade de mudanças frequentes 
do local de residência para obtenção de alimentos. Nesse momento o homem 
passou a sedentário, e há aproximadamente 8 mil anos um ser humano não caçador 
não coletor, foi responsável pela origem das comunidades grandes e 
suficientemente permanentes para desenvolver uma arquitetura de tijolos e pedras. 
Nesse momento certamente nascia o primeiro engenheiro. Os restos de alguns 
destes vilarejos construídos de tijolos chegaram até nossos dias. O mais 
desenvolvido é o de Tell es-Sultan (Jericó), no oriente próximo. 
 
Outra mudança significativa que perpassa a era da civilização, foi a descoberta do 
uso do metal. A longo prazo, o metal mudou o mundo quase tanto quanto a 
agricultura. Entre 7.000 e 6.000 a.C. o cobre, o primeiro metal a ser aproveitado, foi 
aplicado inicialmente na elaboração de objetos para ornamentos, mas logo foi 
utilizado para fabricação de armas e ferramentas. O ferro passou a ser explorado no 
oriente próximo por volta de 1.500 a.C. e só foi amplamente divulgado depois do ano 
1.000 a.C. 
 
As primeiras civilizações propriamente ditas que se tem conhecimento surgiram 
entre os anos 3.500 e 500 a.C., e a primeira delas é a Suméria, no sul da 
Mesopotâmia. As maiores contribuições tecnológicas legadas por ela foram a prática 
da irrigação e a construção e o desenvolvimento do sistema de governo. Pouco 
depois, sinais de civilização podem ser vistos também no Egito e datam de 
aproximadamente 3.000 anos a.C.. Sabe-se que os egípcios primitivos dominavam 
várias técnicas dentre as quais, as de construção de barcos de junco, de trabalhar 
pedra dura, de moldar o cobre, além de dominarem técnicas de irrigação. 
36 
 
Praticavam também a criação do gado para tração e criavam aves. Construíram 
obras públicas em pedra, insuperáveis para a época, das quais as mais famosas são 
as pirâmides e o primeiro arquiteto conhecido foi Imhotep, chanceler real. 
 
Com o surgimento da escrita foi possível a armazenar e transmitir conhecimentos e 
experiências com mais facilidade e precisão, de uma geração a outra. A cultura e a 
tecnologia acumuladas gradualmente se tornaram mais efetivas como instrumentos 
para mudar o mundo. Ficaram então mais fáceis, o domínio das complexas técnicas 
de irrigar as terras, de fazer as colheitas e armazená-las e assim melhorar a 
eficiência na exploração dos recursos naturais. 
 
Os gregos com seus conhecimentos de matemática, deram grande contribuição para 
o progresso da humanidade e o filósofo Pitágoras (Século VI a.C.), foi uma das 
primeiras pessoas a argumentar e forma dedutiva, ou seja, aplicando argumentos 
puramente lógicos a princípios e axiomas. Foi na Alexandria egípcia que viveu 
Euclides, o homem que sistematizou a geometria e deu-lhe a forma que perdurou 
até o século XIX. Esta base matemática foi fundamental para o desenvolvimento dos 
cálculos, amplamente utilizados na engenharia. 
 
No entanto, a partir das primeiras civilizações, Egito, Mesopotâmia e outras, as 
culturas foram se juntando e com a tecnologia de cada povo começa o processo de 
disseminação de técnicas de irrigar as terras, de fazer as colheitas e armazená-las e 
de técnicas e materiais de construção. As primeiras técnicas de construção 
utilizadas foram os blocos de tijolos ou blocos de pedra que se encaixavam, pois não 
era utilizado nenhum tipo de argamassa ou de um «cimento», para sedimentar a 
construção. Na Grécia utilizavam-se da madeira para a construção de casas. A 
engenharia civil romana foi rica em pontes, aquedutos, túneis, canais e estradas. 
Coube aos romanos a invenção do cimento, contudo foi no inicio do século XIX que 
apareceu o produto mais próximo ao que se conhece hoje como cimento. O surto 
de construção, ocorrido nos séculos XVIII e XIX, conduziria a novas técnicas, como 
o cimento hidráulico, o betão armado, o vidro e a utilização do ferro e do aço em 
construções. 
 
37 
 
O império romano chegou a dominar todo o mundo mediterrâneo por volta de 50 
a.C., e para tornar as cidades conquistadas mais confortáveis, os romanos 
construíram estradas, arenas de jogos, casas de banho, esgotos, aquedutos e 
cisternas de água potável. Os arquitetos foram os primeiros a se livrarem da 
necessidade de se apoiar grandes vãos de telhados em fileiras de pilares, 
inventando o teto em forma de abóbada. 
 
Durante a idade média, considerada a idade das trevas, o conhecimento ficou 
restrito ao círculo da Igreja e apresentou pequenos progressos. Neste período, as 
maiores contribuições foram nas áreas do aprimoramento da tração animal. Outro 
avanço ocorreu na construção civil, pois nesse período foram edificadas 
surpreendentes obras, que exigiram alta habilidade tanto de engenharia quanto de 
escultura em pedra, vistas até hoje nas igrejas paroquiais das ricas regiões italianas 
e inglesas. Ao mesmo tempo, o artesanato ganhou notoriedade e com isso, 
aumentou o número de artesãos cuja crescente importância pode ser vista no 
surgimento de regiões de manufatura especializadas. As mais notórias e ricas se 
especializaram na fabricação de artigos têxteis. A joalheria foi prestigiada e pela 
primeira vez uma união entre os joalheiros e artesãos, que ocorreu em Florença na 
Itália, estabeleceu alguns critérios de padronização. 
 
O aprendizado era feito em casa de um mestre do ofício, onde vários oficiais 
integravam uma equipe que resultavam em construção de catedrais, castelos ou 
palácios (pedreiros, ferreiros, carpinteiros, vidreiros etc.). Por causa disso o 
anonimato caracterizou a autoria da obra, pelo menos, até aos séculos XIII-XIV. 
 
Este núcleo de padronização, que posteriormente foi também aplicado aos 
construtores e artesãos da nobreza é o inicio do que viria a ser os Conselhos 
Profissionais. Este aglomerado florentino de construtores e artesãos era conhecido 
como Guildas e significava ordem ou clã e estabeleceu critérios básicos de estética 
e segurança nas construções. Foi a partir deles que em 1406 em Florença na Itália, 
surgiram as primeiras escolas e universidades de arquitetura e os primeiros 
arquitetos não práticos. 
 
38 
 
A profissão de engenharia, propriamente dita, apareceu no Renascimento 
englobando os inventores, utilizadores dos engenhos, empregados da agricultura e 
militares. Estes últimos foram responsáveis pela formação técnico-científica por 
causa do ensino da arte da guerra, que utilizava as fortificações para a defesa, e os 
engenhos como armas de ataque. 
 
Os avanços científicos dos séculos XVI e XVII significaram uma revolução no 
pensamento, e os homens procuraram cada vez mais descobrir modos de manipular 
e explorar a natureza. A Revolução Industrial -–transição da economia agrária para a 
industrialização -–marcou o início d de um novo período da história mundial. A 
economia baseada na produção industrial foi a alteração mais importante na história 
da humanidade desde o advento da própria agricultura, ou até mesmo da 
descoberta do fogo. No século XIX as máquinas começaram a substituir o trabalho 
braçal e os resultados puderam ser vistos em diversos seguimentos da economia. O 
vapor passou a ser utilizado para movimentar máquinas e puxar arados. Carros, 
bondes e bicicletas podiam ser vistos nas ruas das principais cidades, e nas 
fábricas, via-se os teares, os tornos e as furadeiras; nos escritórios e lojas apareciam 
caixas registradoras e máquinas de escrever. O advento das máquinas reforçou a 
preocupação com a maneira pela qual o trabalho era organizado e como eram 
moldadas as atividades.Surgiu então um conjunto de novas profissões. O termo 
“Engenheiro” teve seu significado ampliado, aparecendo diversas especializações, 
como em construção, em mecânica, em eletricidade, em embarcações, em produtos 
químicos, etc. 
 
A engenharia ganhou novos espaços com o desenvolvimento da física e na 
revolução industrial, os arquitetos e engenheiros tiveram escolas e currículos 
disciplinares diferenciados. 
 
Com o aumento populacional e a nova urbanização a partir do século XIX, torna-se 
uma preocupação de arquitetos e engenheiros a associação da paisagem 
arquitetônica com a qualidade de vida das pessoas. Essa preocupação incluía a 
natureza, de modo a constituir um conjunto harmonioso para os indivíduos. 
 
39 
 
Algumas escolas de arquitetura e engenharia merecem destaque e, como a École 
des Ponts et Chaussées, para a formação dos quadros superiores das obras 
Públicas, e a École des Beaux Arts, a que foi atribuída a concessão dos diplomas de 
arquitetura, na França. 
 
Instituições de educação técnica surgiram em muitos países para dar instrução 
avançada em engenharia. Algumas universidades começaram a ensinar estas 
matérias. Os engenheiros se consideravam como tendo uma profissão e em geral, 
se organizavam em associações profissionais que cuidavam dos seus interesses. 
Foram os primeiros egressos de cursos superiores a aglutinarem em associações 
classistas. A primeira associação formal de profissionais egressos de Universidades 
que se tem notícia é o Instituto dos Engenheiros de Londres, fundado em 1840. 
 
A evolução do ensino e das técnicas, juntamente como o desenvolvimento industrial 
e, mais tarde, a introdução e a generalização da eletricidade, levaram à 
diferenciação dos diversos ramos da engenharia: mecânica, eletrotécnica, química, 
entre outras. Mesmo assim, relacionadas com o tronco inicial da engenharia civil, 
contêm as tradicionais disciplinas de Resistência dos Materiais, Hidráulica, 
Construções Civis, Estradas, Caminhos-de-ferro e Canais e Portos de Mar. 
 
Atrelada à evolução dos caminhos da engenharia e das sociedades modernas, a 
preocupação com a responsabilidade civil torna-se um tema necessário para a 
proteção do bem-estar e segurança dos indivíduos. 
 
No Brasil, as atividades de profissionais especializados teve início no próprio 
descobrimento, ocasião em que foram utilizados conhecimentos de engenharia 
naval, de astronomia, de matemática, de cartografia, de medicina, dentre outros, 
para conduzir a frota de Cabral até nossas praias. Em seguida, com o advento da 
descoberta de minerais como o ouro, as atividades relacionadas com a geologia e a 
engenharia de minas foram intensificadas. 
 
40 
 
Com a vinda da família imperial para o Brasil em 1808, o conhecimento foi 
incrementado pela existência de diversos tipos de profissionais na comitiva. Logo em 
seguida foram criadas as primeiras escolas técnicas na colônia. 
 
Até por volta de 1900, o exercício profissional era livre no país, mas a partir dessa 
data, o governo se viu pressionado a elaborar legislações que visavam exercer 
controle sobre determinadas atividades profissionais, tentando limitar o exercício 
ilegal de algumas profissões. 
 
Assim, a primeira profissão a ser regulamentada foi a de Engenheiro Agrimensor. 
Em 1933 regulamentou-se as profissões de Engenheiro Agrônomo e Engenheiro 
Civil. Nesse ano foi também criado o Sistema CONFEA/CREA’S. 
 
5.3 Atividades para este capítulo 
 
Tarefa em sala de aula: Elabore uma linha do tempo sobre a História da 
Engenharia no Brasil. 
 
Tarefas complementares extra-classe: 
 
1) Elabore uma linha do tempo sobre a História da Engenharia do seu curso 
(específico) 
2) Escolha um dos grandes nomes da engenharia mundial e faça uma pesquisa 
sobre ele. Não esqueça de colocar a introdução, o desenvolvimento, a conclusão e a 
referência. 
41 
 
CAPÍTULO 6 
 
6.1 Personagens importantes da engenharia4 
 
Ao estudar grandes nomes da engenharia mundial, pode-se perceber a evolução da 
mesma e fazer uma análise da importancia da profissão na sociedade. 
 
6.2 A Ciência 
 
Foi na época moderna que ciência alcançou maior prestígio. A partir do final do 
século XVIII, a ciência moderna passou a fazer parte de todos os atos da vida do ser 
humano. No período histórico denominado "iluminismo", a ciência ocupava papel de 
destaque. Era apenas a partir de um rigoroso planejamento científico que os 
governantes acreditavam ser possível administrar seus reinos; por isso, davam 
grande importância ao estudo e aconselhavam-no a todos que quisessem ocupar 
cargos diretivos. 
 
No século XIX, a concepção de ciência começa a se parecer com a que temos hoje. 
Entendemos, porém, que tal concepção já estava elaborada desde há muito tempo. 
No entanto, há autores que se referem ao período renascentista e outros que 
retrocedem à Idade Média para encontrar sua origem. 
 
Os primeiros encontram que vamos ter será com Parmênides de Eleita, no final do 
século VI, inicio do século V a.C. . Ele afirmava que há dois caminhos que o espírito 
humano pode percorrer: o da "episteme”. (verdade) e o da "doxa " ( opinião ). Este 
pensador grego afirmava que o verdadeiro deverá ser uno e imóvel, além de 
imutável. Portanto a ciência dos objetivos deste mundo não nos revela a verdade, 
somente a contemplação o fará. Contemporâneo a Parmênides encontra Heráclito 
de Éfeso, que afirmou que o verdadeiro só é aquilo que se move (ao contrário de 
Parmênide) ,pois faz parte do essencial da natureza, o movimento. 
 
4
 Texto obtido de ROSSONI, S. A História da Ciência e do Conhecimento: Algumas (in) certezas. Revista de 
Ciências Humanas. v. 4, n. 4 (2003). Disponível em 
http://www.revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/228/412, acessado em 01/11/12. 
 
 
42 
 
 
Mais tarde (séc. IV a.C.) surgiu Platão, que afirmava que o mundo conhecido por 
nós não é a verdade: o múltiplo e o móvel são mera representação do verdadeiro, 
que se encontra num mundo à parte, o “Mundo das Idéias’’. Portanto, para se 
conhecer a essência das coisas não se deve ir ao encontro da natureza, mas, pela 
reflexão filosófica, procurar penetrar no Mundo das Idéias”. Discípulo de Platão, 
Aristóteles introduziu uma concepção que perdura até hoje: a de que a essência de 
cada coisa está na própria coisa. Como defendia essa concepção, Aristóteles foi um 
dos primeiros a fazer pesquisas cientificas, buscando conhecer a coisa na própria 
coisa. 
 
Parecia que Aristóteles tinha descoberto o verdadeiro sentido do conhecimento, até 
que, idade moderna, René Descartes (1596 -1650) pôs em dúvida o pensamento de 
Aristóteles, pois começou a questionar até que ponto conhecia "mesmo" a verdade 
da realidade. Os homens se baseavam muito em opiniões, mas estavam longe de 
ter certezas. Descartes procurava, então, evidências: "ideias claras e distintas". Daí 
sua famosa frase que expressa a primeira evidência a que podemos chegar: "Penso, 
logo existo”. A partir desta época surgem as ciências empíricas, e foi o advento do 
movimento filosófico chamado Empirismo. De acordo com esta escola só é 
verdadeiro aquilo que é demonstrável pela experiência, ou seja, pelos sentidos. 
 
A princípio tudo indicava que os empiristas tinham plena razão, e a física de Newton 
vinha comprovar isso. Só que tal posição conduzia inevitavelmente a um ceticismo, 
no qual caiu David Hume (1711-1776). Hume não aceitava nem sequer a 
compreensão das relações entre os fatos, pois tais relações não podem ser 
demonstradas diretamente. Cai a difusão da ciência 
 
No século VIII surge Immanuel Kant que vem afirmar que o conhecimento humano 
é relativo ao próprio homem. Ao conhecer algo não é o homem, ou melhor, a mente 
humana que vai se adequar ao objeto, mas o objetoque se adapta à mente humana. 
 
6.3 A Técnica 
 
43 
 
No século XVI, com o advento da ciência moderna, a matemática aliou-se às 
ciências naturais. Isto permitiu que as leis da natureza fossem explicadas com base 
na objetividade e na precisão do cálculo. Progressivamente, a cosmologia valorativa 
de Aristóteles e astronomia geocêntrica de Ptolomeu seriam substituídas por uma 
nova concepção de universo, que tinha o sol como o centro. 
 
Surge, portanto, a tendência progressiva de colocar as forças da natureza ao serviço 
da técnica, na medida em que os conhecimentos fornecidos pelas novas ciências 
poderiam explicar como e por quê um determinado dispositivo técnico funcionava. 
Na ciência, foi a época de Copérnico, Bacon, Kepler e Galileu; na arte, conviveram 
Rafael, Michelangelo e Leonardo da Vinci, este último, síntese perfeita do artista 
com o cientista. 
 
Tornada realidade no princípio da Era Moderna, a interação efetiva de ciência e 
técnica abriu caminho para Revolução Industrial do século XVIII, quando teve início 
a substituição do homem pela máquina. 
 
A transformação decisiva tem lugar em meados do século passado, com o 
desenvolvimento da eletrotécnica. Nesse caso, ao contrário do que geralmente 
acontecia, na Antigüidade, na Idade Média e no início da própria Era Moderna, os 
princípios que regem a ciência e a técnicas escapam à percepção sensorial, 
deixando de ser comprometidos pela grande maioria das pessoas. As máquinas 
tornam-se cada vez mais sofisticadas, proporcionando enormes benefícios em todos 
os setores; o avanço da medicina traz alívio a muitas pessoas, as pesquisas 
interplanetárias revelam a existência de novos mundos, expandindo o conhecimento 
a limites jamais sonhados. 
 
6.4 Tecnologia 
 
Pode-se definir tecnologia também como a aplicação das descobertas da ciência 
aos objetivos da vida prática. De fato, a ciência teve quase sempre um importante 
papel no desenvolvimento tecnológico, mas nem toda tecnologia depende da 
ciência, pois a relação entre ambas atravessou diferentes estágios. No mundo 
44 
 
clássico, tanto no Ocidente quanto no Oriente, a ciência pertencia à esfera 
aristocrática dos filósofos que especulavam sobre as raízes e a substância do 
conhecimento, enquanto a tecnologia dizia respeito à atividade dos artesãos. A partir 
da Idade Média, alguns filósofos e cientistas defenderam a idéia da colaboração 
entre as duas disciplinas, com a formulação de uma tecnologia científica e uma 
ciência empírica baseada nos mesmos princípios fundamentais. Essa tese frutificou, 
sobretudo, no século XIX, quando os grandes inventores se inspiraram em idéias de 
cientistas: Thomas Edison desenvolveu os sistemas de iluminação elétrica a partir 
dos trabalhos de Michael Faraday e Joseph Henry; Alexander Graham Bell inventou 
o telefone com base em Hermann von Helmholtz; e Marconi construiu seu primeiro 
sistema de telegrafia sem fio baseado nas pesquisas de Heinrich Rudolf Hertz e 
James Clerk Maxwell. 
 
A evolução da tecnologia revela, a cada momento de sua história, uma profunda 
interação entre os incentivos e oportunidades que favorecem as inovações 
tecnológicas e as condições socioculturais do grupo humano no qual elas ocorrem. 
Pode-se dizer que há três pontos principais que determinam a adoção e divulgação 
de uma inovação: a necessidade social, os recursos sociais e um ambiente social 
favorável. 
 
6.5 Atividades para este capítulo 
 
Tarefas complementares extra-classe: 
 
1. Faça uma pesquisa sobre um grande nome da engenharia brasileira do 
século XX. Escreva com suas palavras a pesquisa e ilustre-a com suas obras. 
2. Dada a figura 5, identifique cada personagem, o período em que este 
personagem viveu e explique o que significa cada ilustração correspondente a cada 
personagem, relativo à sua contribuição à Ciência. 
 
45 
 
 
Figura 5. Cientistas e Ciência. Fonte: http://www.etsy.com/shop/meganlee. 
46 
 
CAPITULO 7 
 
7.1 Ciência e tecnologia5 
 
A ciência tem transformado o mundo moderno de maneira profunda e espetacular. 
Ela mexeu tanto com cada pedacinho da vida que é impossível escapar às suas 
garras, para o bem ou para o mal. 
 
Neste capítulo, o objetivo principal é descobrir o que é ciência. Primeiro, serão 
revisados os princípios e significados básicos que têm feito da ciência a melhor 
maneira de definir a realidade. Depois, serão introduzidos alguns pensadores do 
século XX que destacaram os limites e perigos da ciência. E finalmente será 
passada a lição com um olhar sobre aspectos muito específicos da ciência como é 
praticada hoje. 
 
No final da lição, você deverá ser capaz de: 
 
1. Compreender o que a ciência é e o que ela não é; 
2. Estar consciente de suas forças, mas também de suas limitações; 
3. Estar confiante para fazer perguntas sobre a qualidade da ciência aos seus 
praticantes. 
 
7.2 Diferentes caminhos para o conhecimento 
 
7.2.1 O que é o saber?6 
 
 
5
 Este texto foi gentilmente cedido pela World Federation of Science Journalists e pode ser encontrado, na sua 
forma íntegra, conforme a referência: 
Mbarga, Gervais e Fleury, Jean-Marc. Lição 5 - O que é ciência? – Módulo 5 do Curso On line de Jornalismo 
Científico da World Federation of Science Journalists. Disponível em: 
http://www.wfsj.org/course/pt/pdf/mod_5.pdf. Acesso em: 7 de novembro de 2012. 
Curso 
6
 Nota do tradutor do texto original: A palavra em inglês “know” pode ser traduzida tanto por “conhecer” quanto 
por “saber”. A tradução foi feita nesta lição ora por uma palavra, ora por outra, considerando as especificidades 
do português. 
 
47 
 
Nesta parte da lição, você vai aprender sobre o método de produção do 
conhecimento científico e verá como distinguir a ciência de outras formas de 
acúmulo de conhecimento. 
 
É uma preocupação legítima, nesta etapa, perguntar-se o que é essa coisa chamada 
ciência, quando ela começa e até onde ela vai. 
 
A ciência começa com: “Eu quero saber” 
 
“Saber” é tão natural e direto que tentar definir o que isso significa pode parecer 
estranho. Mas, na verdade, explicar o que se quer dizer com “saber” pode ser 
extremamente complexo, já que este conceito pode ter muitos significados. 
 
Se for redigida uma lista de sinônimos, será facilmente verificado que “saber” pode 
significar conhecer, compreender, ler ou ver, sentir, avaliar, reconhecer, considerar, 
analisar, praticar ou dominar. 
 
“Conhecer” alguém significa que encontramos uma pessoa (pessoalmente ou por 
meio de seus feitos), que se pode reconhecê-la dentro de um grupo e que se está 
ciente de sua existência. Mas, para realmente conhecer alguém, deve-se conhecer a 
pessoa de tal forma que possa prever seu comportamento e suas reações, assim 
como compreendê-la o bastante para explicar sua personalidade a terceiros. 
 
“Conhecer” um tema, fato ou fenômeno significa que se pode descrevê-lo visual e 
virtualmente, explicar como ele interage com outros objetos ao seu redor e dizer 
como ele influencia seu ambiente e é influenciado por ele. 
 
No contexto da ciência, “saber” significa exercitar a curiosidade, observar e coletar 
informação suficiente para identificar, distinguir e descrever as diferentes 
características da realidade da forma mais verdadeira. Essa “realidade” pode ser 
real, virtual, concreta, natural, artificial, abstrata, física ou metafísica. 
 
E o exercício da curiosidade produz conhecimento. 
48 
 
 
Na maioria das vezes, o conhecimento torna possível usar a razão e eventualmente 
desenvolver argumentos racionais. 
 
Você é racional ou irracional? 
 
Racionalidade é a essência do que é racional, é o produto da razão. A raiz da 
palavra “racionalidade” (do latim ratio) significa “cálculo”.Razão não é o mesmo que 
intuição, sensação, reação espontânea, emoção ou crença. A razão começa com o 
senso comum e se desenvolve por meio da habilidade de contar, medir, ordenar, 
organizar, classificar, explicar e argumentar. 
 
O discurso racional, então, é aquele que é coerente, ponderado e construído numa 
espécie de “cálculo” lógico, o que é bem diferente de uma opinião pessoal. Este tipo 
de discurso deve ser universalmente verdadeiro. 
 
A irracionalidade, porém, se recusa a estar submetida à razão. Um indivíduo 
irracional não segue a lógica e age segundo propósitos desordenados. Suas 
decisões são frequentemente incoerentes. O mundo irracional pode ser 
relacionado também ao mundo do desconhecido, da superstição, do 
misticismo e do inacessível, incluindo o que acontece contra a razão. 
 
Onde começam as crenças? 
 
Se começa a desvendar “qual é o significado do conhecimento” quando há uma 
reflexão sobre o que é “conhecer”. O conhecimento objetivo ocorre quando analisa-
se as coisas como elas são, mantendo uma certa distância das próprias opiniões 
pessoais. É um modo erudito de conhecimento e avaliação, que traz em si um tipo 
de poder de rejeitar, refutar, adotar, manter certa distância e até modificar a maneira 
como as coisas são. O conhecimento vem com a obrigação de fazer perguntas e 
desafiar a própria ignorância. “Conhecer” alguma coisa torna possível aplicar a 
razão, observar e analisar. 
 
49 
 
Uma forma diferente de conhecimento são as crenças. Crenças são uma maneira de 
explicar o universo atribuindo-lhe capacidades, qualidades, sentimentos e emoções. 
Crenças dão às coisas um significado intrínseco. Por exemplo, para algumas 
pessoas, o número 13 é considerado um mau agouro. Em algumas culturas, o arco-
íris é um aviso de que coisas ruins estão para acontecer – ele é a espada de Deus –
, enquanto, em outras, ele pode indicar onde está escondido um tesouro – é, 
portanto, um bom presságio. 
 
Crenças requerem aceitação e compromisso imediatos; elas criam raízes no íntimo 
de cada um. Crenças religiosas são uma busca pessoal e íntima pela verdade. As 
declarações e proposições que vêm com as crenças precisam ser aceitas por seu 
valor intrínseco. O conhecimento religioso requer aceitação de fatos e enunciados 
que não podem ser demonstrados. A existência de Deus não é um objeto da ciência, 
mas uma crença, já que não há maneira de demonstrá-la ou negá-la. Budismo, 
judaísmo, hinduísmo, cristianismo e islamismo são algumas das grandes religiões 
que influenciaram e continuam influenciando a história da humanidade. 
 
7.2.2 Conhecimento do senso comum ou cotidiano 
 
O que é conhecimento do senso comum? E como ele se difere do 
conhecimento científico? 
 
Na prática, “saber” exige fazer perguntas, duvidar e checar os fatos, objetos e ideias. 
Mas podem existir diferentes graus de questionamento. Na vida diária, os objetos 
com os quais todos interagem dão uma experiência concreta e imediata das coisas. 
Os sentidos, por meio do que se pode ver, tocar, cheirar, provar e ouvir 
automaticamente – sem pensar –,dão respostas diretas, evidentes e familiares sobre 
a realidade. Essas respostas têm sua raiz na tradição. 
 
Esse conhecimento do dia-a-dia também é chamado conhecimento do senso 
comum, sensível, primário, empírico ou imediato. Suas explicações são 
baseadas em enunciados amplos, a maioria proveniente da tradição oral. Essas 
explicações são aceitas sem questionamento. Elas são, frequentemente, 
50 
 
generalizações rápidas e brutas. São baseadas em observações simples: É dito que 
o Sol levanta-se e se põe, pode-se ver que o céu é muito “alto”. O conhecimento do 
senso comum não planeja mudar as coisas. 
 
Como é criado o conhecimento de senso comum 
 
Se constroe o conhecimento de senso comum por meio de acasos com que cada 
indivíduo se depara ao longo da vida. Grande parte dele passa de uma geração para 
a outra sem evoluir. 
 
O conhecimento de senso comum aparece do contato humano diário com o 
ambiente e com a maneira como as culturas descrevem o universo. Ele é construído 
e transmitido pelas famílias, parentes, amigos, vizinhos, parceiros, tribos ou 
comunidades. É essa comunidade humana, comunidade mais importante, que 
compartilha suas formas de viver, alegrias, preocupações, dores, desejos para o 
futuro, percepções do presente e lembranças acerca do passado e das tradições. E 
esse conhecimento do senso comum envolve superstição. 
 
No que diz respeito ao que se aprende pelos sentidos – no contexto do 
conhecimento do senso comum –, atribuí-se à natureza virtudes e emoções, 
intenções e reações similares às dos seres humanos. 
 
Apesar das limitações do conhecimento de senso comum da tribo ou comunidade, a 
vida não seria possível sem esse conhecimento. Haveria uma possível 
racionalização o tempo todo, hesitando e sempre decidindo tarde demais. O 
conhecimento de senso comum oferece respostas prontas para questões 
corriqueiras, cotidianas, frequentes. 
 
Conhecimentos de senso comum existem em todas as culturas e civilizações. Cada 
um entra em contato com o conhecimento de senso comum em suas vidas diárias e 
interações com os outros membros da comunidade. Os próprios cientistas começam 
com o conhecimento de senso comum, mas vão além dele. 
 
51 
 
Experimente o conhecimento de senso comum 
 
É muito fácil ver ou experimentar o conhecimento de senso comum. Basta comentar 
algum achado recente em alguma questão muito comum com um colega. Por 
exemplo: “Em algumas estradas alemãs há sinais de redução do limite de 
velocidade e estudos mostram que o resultado é um fluxo mais rápido de veículos”. 
 
A primeira reação do seu interlocutor, em geral, é rejeitar essa nova informação e 
defender o que ele ou ela acredita como verdade – que reduzir o limite de 
velocidade vai resultar num fluxo mais lento de veículos. Este é um exemplo de 
conhecimento do senso comum. 
 
7.2.3 Para além das coisas do dia-a-dia 
 
Conhecimento em profundidade? 
 
O conhecimento em profundidade, sistemático ou secundário começa com a decisão 
de libertar alguém da ditadura imediata de seus olhos, orelhas, boca, nariz e toque, 
e questionar as impressões de “pare” e “continue” que eles fornecem a cada dia. 
 
A pessoa decide, então, observar de forma mais sistemática, por exemplo, dando 
mais atenção a detalhes comuns ou imaginando novas dimensões, aprofundando os 
detalhes do nosso conhecimento, procurando por características incomuns. Em 
outras palavras, vai além das aparências e repetições. 
 
O conhecimento sistemático requer ir além dos caminhos já viajados e de fácil 
acesso. Ele não tenta ser definitivo. Aceita ser questionado. Desvenda respostas. 
Com o conhecimento sistemático, as coisas e suas descrições são aprimoradas. 
 
O conhecimento exige provas. Gera argumentos. Coloca questões. Nada é 
incondicional. O conhecimento põe de novo na berlinda o que era aceito ontem. 
Aprofunda-se tanto no desconhecido quanto no que é conhecido. É uma eterna 
busca, sem tabus nem áreas proibidas. 
52 
 
 
O conhecimento sistemático é uma construção, está em construção. 
 
Diferentemente do conhecimento cotidiano, que é extraído todos os dias daquilo que 
cerca toda a sociedade, o conhecimento sistemático forma instituições. Requer 
disciplina pessoal, até sacrifícios. Deve ser aprendido passo a passo em 
aprendizagens e formações e tem que ser apoiado pela pesquisa. A aprendizagem 
tem de seguir uma pedagogia que será a garantia de que o conteúdo será 
transmitido, incluindo as atitudes necessárias de objetividade, humildade diante dos 
fatos, paciência e abnegação. 
 
Muitas vezes, a linguagem do conhecimento sistemático é um jargão com palavras 
em códigos diferentes da linguagem comum. Frequentemente, ele fornece 
referências,