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1 APOSTILA DE INTRODUÇÃO À ENGENHARIA UCL – FACULDADE DO CENTRO LESTE Serra Janeiro de 2013 A disciplina de Introdução à Engenharia é de suma importância para a sua vida acadêmica do aluno ingressante em um curso de Engenharia; os conteúdos apresentados servirão de base para todo o curso e para que o aluno tenha uma idéia da sua futura atuação profissional também, portanto é necessário que você dedique tempo para a leitura do material e realize as atividades que se encontram ao final de cada capítulo. Algumas destas atividades não devem ser encaminhadas ao professor, outras deverão ser entregues na forma de relatórios, monografias ou outro tipo de documento; outras deverão ser atividades presenciais, na forma de seminários, dinâmicas de grupo ou algo semelhante. Elas foram elaboradas pensando em facilitar seus estudos e testar seus conhecimentos após o término da leitura de cada capítulo. Esta apostila não deve jamais ser utilizada como único material de estudos, e sim como um guia de estudos, complementando a leitura dos livros e outros materiais adotados nesta disciplina. Ela é um compêndio de textos e vários autores, que autorizaram sua publicação e uso. Leia esta apostila como uma referencia para seus estudos. Use o referencial bibliográfico contido no programa de disciplina para se basear em seus estudos. 2 SUMÁRIO Capítulo 1 Introdução O papel do professor no ensino superior 4 Capítulo 2 Chegando ao ensino superior 18 Capítulo 3 A comunicação na engenharia - escrita 25 Capítulo 4 A comunicação na engenharia - oral 30 Capítulo 5 A história da engenharia 34 Capítulo 6 Principais nomes da ciência mundial e no Brasil 41 Capítulo 7 Ciência e Tecnologia 46 Capítulo 8 A engenharia e suas áreas 80 Capítulo 9 O engenheiro e suas funções 87 Capítulo 10 Método de solução de problemas em engenharia 95 Capítulo 11 Criatividade 97 Capítulo 12 Projeto 113 Capítulo 13 Modelo, Simulação e Otimização 119 Anexos 129 3 AGRADECIMENTOS A UCL – Faculdade do Centro Leste gostaria de agradecer a todos os autores e entidades que autorizaram o uso de seu magnífico material nesta apostila. Acreditamos que atitudes como estas ajudarão a formar um país mais competitivo, moderno e mais preparado para o futuro. Muito obrigado a todos colaboradores/autores que possibilitaram esta publicação, em especial ao professor João Ademar de Andrade Lima, à World Federation of Science Journalists, e demais autores pesquisados e autorizados. 4 CAPÍTULO 1 1.1 APRESENTAÇÃO DO PLANO DE ENSINO Um plano de ensino é um planejamento no qual o professor interliga os objetivos, os conteúdos e as metas que pretende atingir com os alunos em determinada disciplina. Um Plano de Ensino é como seu nome diz: um plano. O qual poderá e deverá ser adaptado as necessidades que possam surgir no decorrer do período. Portanto, acompanhe o plano de ensino. Veja o que está sendo dado e o que merece ser modificado. Assim teremos um resultado satisfatório no final do semestre. 1.1.1 Ementa da Disciplina Conceito de engenharia; Histórico; Especialidades; Aspectos profissionais; Função Social; Currículo do curso; Ciência: conhecimento comum e conhecimento cientifico; Pesquisa cientifica; O uso da biblioteca; Leitura de textos teóricos; Documentação; Diretrizes para elaboração e apresentação de trabalhos científicos; Trabalho monográfico; Aplicações. 1.1.2 Objetivos do Curso Conhecer o projeto UCL e as especificidades da profissão de Engenheiro; • Desenvolver habilidades de comunicação verbal e escrita, capacidade de análise e de síntese. • Desenvolver habilidades de trabalho em grupo. • Saber utilizar as técnicas e metodologias do conhecimento científico, desenvolvendo o espírito crítico quando da escolha e utilização de modelos investigativos, na elaboração de trabalhos acadêmicos segundo as normas técnicas vigentes. • Manter os contatos iniciais com os princípios estratégicos da engenharia; 1.1.3 Metodologia Utilizada 5 Trabalhos em equipes; Palestras; Seminários; Leitura e Interpretação de textos. Aulas expositivas; 1.1.4 Programa da Disciplina Aula 1 • Apresentação do programa: Objetivos, conteúdo detalhado, metodologia, bibliografia, forma de avaliação. • O papel do professor no ensino superior. • Análise do documento “Diretrizes do MEC” Aula 2 • Avaliação e discussão dos projetos de vida. • Capítulo 1 – Chegando à universidade • Visita Guiada às instalações da UCL Aula 3 • A comunicação na engenharia • Leitura e interpretação de texto Aula 4 • Leitura e interpretação de textos • Citações e referências • Redação • Apresentações das tarefas extra-classe. Aula 5 • A História da Engenharia • Cronologia Básica Aula 6 • Principais nomes da ciência mundial e no Brasil • A História da Engenharia de cada curso • Apresentação e Debate das tarefas extra-classe Aula 7 • Ciência e Tecnologia – Parte I Aula 8 • Ciência e Tecnologia – Parte II Aula 9 Prova 1 Aula 10 • A engenharia e suas áreas • Trabalho em grupo • Apresentação dos cursos de Engenharia pelos coordenadores Aula 11 • O engenheiro e suas funções • Método de solução de problemas em engenharia • Trabalho em grupos Aula 12 • Apresentação dos cursos de Engenharia pelos coordenadores • Apresentação dos trabalhos sobre Resolução de problemas em engenharia. Aula 13 Prova 2 Aula 14 • Criatividade Aula 15 • Utilizando técnicas de criatividade – trabalhos práticos Aula 16 • O Projeto em Engenharia Aula 17 • Modelo, Simulação e Otimização 6 Aula 18 • Trabalho em grupo Aula 19 • Apresentação dos trabalhos em grupo Aula 20 Exame semestral 1.1.5 Referências da disciplina BAZZO, W.A.; DO VALE PEREIRA, L.T. Introdução à Engenharia. 6ª ed. revisada e ampliada.Florianópolis: Ed. da UFSC, 2002. HOLTZAPPLE, M. T; REECE, W. D. Introdução à Engenharia. Rio de Janeiro: LTC, 2006. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. Atlas, 2002. Textos de artigos entregues em sala de aula (ou disponíveis no share point da disciplina) 1.1.6 Sistema de Avaliação A disciplina Introdução à Engenharia prevê para este semestre um sistema de avaliação de desempenho discente composto de provas e trabalhos. As datas das provas e apresentações dos seminários e entregas dos trabalhos poderão ser vistos no plano de aula da disciplina. Os trabalhos serão compostos de exercícios; seminários; relatórios e etc. Os trabalhos devem ser descritos em forma de relatório técnico. A Nota N1, que equivale a 30% da Média Final, será o resultado da média aritmética das notas da Prova 01 (P1) e dos Trabalhos dados até a prova 01 (T1), conforme a equação seguinte: N1 = 0.15(T1) + 0.15(P1) 7 onde P1 e T1 valerão entre 0 e 10 pontos. E T1 será o resultado da soma das notas dos trabalhos dados até a prova 01. A Nota N2, que equivale a 30% da Média Final, será o resultado da média aritmética das notas da Prova 02 (P2) e do Trabalho 02 (T2), conforme a equação seguinte: N2 = 0.15(T2) + 0.15(P2) onde P2 e T2 valerão entre 0 e 10 pontos. E T2 será o resultado da soma das notas dos trabalhos dados até o Exame Semestral. Haverá ainda uma avaliação - o Exame semestral (ES), que será elaborada pelo Colegiado dos cursos envolvidos e terá um peso de 40% da Média final. A data deste exame será marcada pela Coordenação Geral de Graduação. Todos os trabalhos escritos (ou a documentação dos trabalhos práticos) deverão ser entregues no rigor da Norma Brasileira (ABNT) que será apresentada durante o curso, fazendo uso de referências bibliográficasestritamente mencionadas no texto e usando SOMENTE Citações Indiretas (isto também deverá ser explicado durante o curso). Possíveis trabalhos em forma de artigos terão seus formatos previamente informados, de acordo com o programa/cronograma entregue no início das aulas, bem como as regras específicas para cada trabalho (a não adequação dos trabalhos com os formatos/regras indicadas acarretarão perda de pontos do trabalho). Cópias integrais ou parciais de qualquer material bibliográfico não serão tolerados, acarretando na anulação integral da nota do trabalho em questão. As notas dos trabalhos e seminários realizados em grupo serão referentes AO GRUPO, ou seja, não serão notas individuais. Caso o aluno não consiga que sua média final MF [onde MF = 0.3(N1)+0.3(N2)+0.4(ES)] seja igual ou acima de 5,0 pontos (considerado aprovado), ele será então considerado reprovado nesta disciplina. 1.2 Apresentação da UCL 8 A UCL - Faculdade do Centro Leste, instituição de ensino credenciada através da Portaria Ministerial nº 1693/99, iniciou suas atividades no ano de 2000 com a oferta inicial de três cursos de graduação em Engenharia: Alimentos, Automação e Controle (Mecatrônica) e Produção Civil. Atualmente a Faculdade oferece, além do curso de Engenharia de Automação e Controle, os cursos de Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia Química, Engenharia de Produção, Engenharia de Petróleo, Administração, Tecnólogo em Logística, Tecnólogo em Marketing, Tecnólogo em Gestão da Qualidade, Design e Informática - Sistemas de Informação. A instituição está situada no município de Serra, na região urbana da Grande Vitória, e é mantida pela UCL - Associação de Ensino Superior Unificado do Centro Leste, entidade sem fins lucrativos. O projeto pedagógico da Faculdade é bastante claro nos seus objetivos principais: oferecer cursos que aliem a qualidade técnico-científica a uma formação empreendedora, habilitando os formandos a aproveitarem e construírem oportunidades de trabalho. O espaço social e econômico onde a Faculdade atua é propício a essa proposta: o estado do Espírito Santo, a região da Grande Vitória e em particular o município de Serra têm apresentado um índice de desenvolvimento acima da média brasileira nas últimas décadas. Notadamente no setor industrial, a região possui hoje grandes empresas voltadas ao mercado externo (Vale, ArcelorMittal Tubarão, Fibria, Samarco Mineração, dentre outras) e um parque portuário importante na logística de comércio exterior tanto para os produtos do Estado (mármore, granito, frutas, café, etc.) como também para os produtos e insumos das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Em virtude dessa atividade internacional e do padrão de exigência a que ela é submetida pela competição do mercado externo, muitas outras empresas de grande, médio e pequeno porte estão se instalando na região, todas elas submetidas a demandas de qualidade cada vez maiores. Com esta demanda, o setor de serviços também é favorecido e também, em conseqüência do aumento da população, o aumento do número de hospitais e clínicas médicas e odontológicas. Essa conjuntura abre uma procura natural pela educação de nível superior, nos níveis de graduação e de educação continuada, que prepare profissionais atualizados e afinados com as exigências da produção. Nesse ambiente, a UCL se colocou como uma instituição de ensino superior que contribui para o desenvolvimento regional através da oferta de cursos de graduação, programas de pós-graduação e atividades de pesquisa e extensão sintonizadas com as necessidades do 9 sistema produtivo. Através dos cursos atualmente oferecidos, a Faculdade já ocupa um espaço importante no quadro educacional da região. 1.3 Organização da UCL Como toda empresa, a UCL possui uma organização funcional projetada para ser ágil, eficiente e enxuta. Esta estrutura administrativa pode ser mais bem visualizada no organograma da UCL mostrado na figura 1. Figura 1. Organograma da UCL – faculdade do Centro Leste Os principais atores que devem ser conhecidos no momento pelos alunos podem ser vistos no resumo listado a seguir: 1. Diretorias: a. Administrativa e Acadêmica: Dra. Maria Ângela Loyola de Oliveira b. Planejamento e Desenvolvimento: Carlos Alberto S. de Oliveira, MSc. c. Financeira: Prof. Maurício Del Caro. d. Comunicação e Marketing: Sandro M. Lobato, MSc. 2. Coordenações Gerais: a. Graduação: Roger Alex de C. Freitas, Msc. b. Pesquisa e Pós-Graduação: Dr. Bruno Venturini Loureiro. c. Extensão: Prof. Anselmo Frizera 10 d. Laboratórios e Projetos Institucionais: Dr. Fransergio Leite da Cunha 3. Coordenações de Curso: a. Engenharia de Automação e Controle: Rafael Leal Silva, MSc. b. Engenharia Civil: Dra. Juliana Viana c. Engenharia Mecânica: André Luiz Perazzo Amaral, MSc. d. Engenharia de Materiais: João Pedro Quirino, MSc. e. Engenharia de Produção: Roger Rocha, MSc. f. Engenharia Química e Petróleo: Marcus Vinícius Lisboa Motta, MSc. g. Engenharia Biomédica: Dr. Fransergio Leite da Cunha e MDra. Karla Loyola de Oliveira Arantes. h. Informática (Sistemas de Informação): André Ribeiro da Silva, MSc. i. Design e Tecnólogos: Janaina de Avelar França, MSc. j. Administração e Tecnólogos: Dra. Alzira Bermudes Barcelos. 4. Coordenação de Estágio e Atividades Complementares: a. Engenharias Civil e Automação: Fabíola Bermudes Cabral, MSc. b. Engenharias Mecânica, Materiais, Química, Produção, Petróleo, Administração e Tecnólogos: Fabíola Loyola Provedel Toscano. c. Design: Janaina de Avelar França, MSc. d. Sistemas de Informação: Zirlene Effgen, MSc. 5. Secretaria a. Secretária: Liliane Barbosa. b. Auxiliares: Beth, Gianne, Éder, Tatiane, Camila. c. Responsável pelas bolsas de estudos e Fies: Princilônia. Todo detalhamento de cada função ou cargo é detalhada em um documento, que é o Regimento da UCL. 1.4 Entendendo o número de matrícula Como curiosidade e para facilitar a memorização da identidade do aluno, que é o número de matrícula da UCL, na figura 2 há um esquema de como é gerado este número para cada aluno da Instituição. 11 Figura 2. Significado de cada número de matrícula 1.5 A formação do engenheiro e a grade curricular dos cursos de engenharia1 Para preparar profissionais que atuem com competência nas inúmeras áreas de engenharia, são necessários cursos bem estruturados que contemplem um conjunto consistente de conhecimentos que os habilitem para tal. Disciplinas teóricas bem fundamentadas, estágios no mercado de trabalho e aulas práticas são, portanto, mais que necessários, são essenciais para que se possam alcançar estes propósitos. Um dos objetivos de um processo educacional é capacitar indivíduos para que eles resolvam problemas técnicos específicos. E lógico que não se restringe apenas a isso o papel de um curso superior. Mas estamos agora tratando deste aspecto. Para atingir estes objetivos, os cursos são planejados de maneira a fornecer um conjunto de conhecimentos que habilitem cidadãos a dominar uma determinada área de atuação. Por exemplo, para atuar na área de extração de petróleo, devemos estudar topografia, geologia, petrografia, economia mineral, química etc. Mas estes campos de estudo não são essenciais, por exemplo, para que um engenheiro de alimentos ou um engenheiro naval desempenhe suas atividades profissionais mais clássicas. 1 Texto extraído do livro Introdução à Engenharia – W.A .Bazzzo, L. T. V. Pereira 12 • Formação Básica: comuns a todos os cursos de engenharia e que constituem a base de uma formação sólida para o restante dos cursos. o Matemática o Físicao Química o Mecânica o Processamento de dados o Desenho o Eletricidade o Resistência dos materiais o Fenômenos de transporte • Formação Geral: objetivam fornecer aos engenheiros conhecimentos que complementem a sua formação de uma maneira mais ampla. Abrangem, em linhas gerais, temas de natureza humanística e de ciências sociais. o Ciências sociais o Economia o Administração o Ciência do ambiente o Macroeconomia o Contabilidade e balanço • Formação Complementar: complementam a formação do engenheiro. o Estágio Supervisionado o Inglês o Atividades complementares o Visitas técnicas • Núcleo Profissionalizante ou disciplinas específicas: Os conteúdos profissionalizantes - cerca de 15% do currículo de um curso - abordam um conjunto de tópicos como os apresentados no quadro abaixo, sendo definidos por cada uma das instituições de ensino; por isso variam de uma para outra escola. Cada área da engenharia estuda alguns desses assuntos (figura 3). 13 Figura 3. Núcleo Profissionalizante ou disciplinas específicas 1.6 Atividades para este capítulo Tarefa em sala de aula: Leitura das Diretrizes curriculares – fonte MEC. Em função do plano de ensino exposto, retirar do texto do MEC: • As habilidades e competências gerais que deverão ser desenvolvidas nesta disciplina. • Os tópicos abordados nesta disciplina que pertencem ao núcleo básico de engenharia recomendado pelo MEC. ORGANIZAÇÃO ATUAL DA FORMAÇÃO EM ENGENHARIA NO BRASIL 14 No Brasil, o Ministério da Educação e da Cultura (MEC) é responsável pelo planejamento, coordenação e supervisão do processo de formulação e implementação da política nacional da educação superior. A estrutura atual do sistema de educação superior pode ser representada como segue: Fonte: www.mec.gov.br As disciplinas são organizadas de forma modular seguindo um sistema de créditos. A formação proposta na maioria das instituições de ensino superior brasileiras dura quatro anos e meio a cinco anos. O aluno obtém o diploma de Bacharel em Engenharia, que deve ser reconhecido pelo MEC, e em seguida ele deve ingressar em um conselho profissional (sistema CONFEA/CREA) para o exercício da profissão (no Brasil). O MEC estabelece diretrizes que norteiam a construção dos currículos nacionais. Tais diretrizes estão detalhadas no Parecer CNE/CNS 1362/2001 e Resolução CNE/CNS11/2002, onde destacamos: “Art. 3º O Curso de Graduação em Engenharia tem como perfil do formando egresso/profissional o engenheiro, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva,capacitado a absorver e desenvolver novas tecnologias, estimulando a sua atuação crítica e criativa na identificação e resolução de problemas, considerando seus aspectos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais, com visão ética e humanística, em atendimento às demandas da sociedade. Art. 4º A formação do engenheiro tem por objetivo dotar o profissional dos conhecimentos requeridos para o exercício das seguintes competências e habilidades gerais: I - aplicar conhecimentos matemáticos, científicos, tecnológicos e instrumentais à engenharia; II - projetar e conduzir experimentos e interpretar resultados; 15 III - conceber, projetar e analisar sistemas, produtos e processos; IV - planejar, supervisionar, elaborar e coordenar projetos e serviços de engenharia; V - identificar, formular e resolver problemas de engenharia; VI - desenvolver e/ou utilizar novas ferramentas e técnicas; VI - supervisionar a operação e a manutenção de sistemas; VII - avaliar criticamente a operação e a manutenção de sistemas; VIII - comunicar-se eficientemente nas formas escrita, oral e gráfica; IX - atuar em equipes multidisciplinares; X - compreender e aplicar a ética e responsabilidade profissionais; XI - avaliar o impacto das atividades da engenharia no contexto social e ambiental; XII - avaliar a viabilidade econômica de projetos de engenharia; XIII - assumir a postura de permanente busca de atualização profissional. Art. 5º Cada curso de Engenharia deve possuir um projeto pedagógico que demonstre claramente como o conjunto das atividades previstas garantirá o perfil desejado de seu egresso e o desenvolvimento das competências e habilidades esperadas. Ênfase deve ser dada à necessidade de se reduzir o tempo em sala de aula, favorecendo o trabalho individual e em grupo dos estudantes. § 1º Deverão existir os trabalhos de síntese e integração dos conhecimentos adquiridos ao longo do curso, sendo que, pelo menos, um deles deverá se constituir em atividade obrigatória como requisito para a graduação. § 2º Deverão também ser estimuladas atividades complementares, tais como trabalhos de iniciação científica, projetos multidisciplinares, visitas teóricas, trabalhos em equipe, desenvolvimento de protótipos, monitorias, participação em empresas Junior s e outras atividades empreendedoras. Art. 6º Todo o curso de Engenharia, independente de sua modalidade, deve possuir em seu currículo um núcleo de conteúdos básicos, um núcleo de conteúdos profissionalizantes e um núcleo de conteúdos específicos que caracterizem a modalidade. 16 § 1º O núcleo de conteúdos básicos, cerca de 30% da carga horária mínima, versará sobre os tópicos que seguem: I - Metodologia Científica e Tecnológica; II - Comunicação e Expressão; III - Informática; IV - Expressão Gráfica; V - Matemática; VI - Física; VII - Fenômenos de Transporte; VIII - Mecânica dos Sólidos; IX - Eletricidade Aplicada; X - Química; XI - Ciência e Tecnologia dos Materiais; XII - Administração; XIII - Economia; XIV - Ciências do Ambiente; XV - Humanidades, Ciências Sociais e Cidadania. § 2º Nos conteúdos de Física, Química e Informática, é obrigatória a existência de atividades de laboratório. Nos demais conteúdos básicos, deverão ser previstas atividades práticas e de laboratórios, com enfoques e intensividade compatíveis com a modalidade pleiteada. § 3º O núcleo de conteúdos profissionalizantes, cerca de 15% de carga horária mínima, versará sobre um subconjunto coerente dos tópicos abaixo discriminados, a ser definido pela IES. [...]” “[...]Art. 7º A formação do engenheiro incluirá, como etapa integrante da graduação, estágios curriculares obrigatórios sob supervisão direta da instituição de ensino, através de relatórios técnicos e acompanhamento individualizado durante o período de realização da atividade. A carga horária mínima do estágio curricular deverá atingir 160 (cento e sessenta) horas. 17 Parágrafo único. É obrigatório o trabalho final de curso como atividade de síntese e integração de conhecimento. Art. 8º A implantação e desenvolvimento das diretrizes curriculares devem orientar e propiciar concepções curriculares ao Curso de Graduação em Engenharia que deverão ser acompanhadas e permanentemente avaliadas, a fim de permitir os ajustes que se fizerem necessários ao seu aperfeiçoamento. § 1º As avaliações dos alunos deverão basear-se nas competências, habilidades e conteúdos curriculares desenvolvidos tendo como referência as Diretrizes Curriculares. § 2º O Curso de Graduação em Engenharia deverá utilizar metodologias e critérios para acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do próprio curso, em consonância com o sistema de avaliação e a dinâmica curricular definidos pela IES à qual pertence.” Tarefas complementares extraclasse: Leitura complementar: Capítulo I: Introdução à engenharia - W.A .Bazzzo, L. T. V. Pereira • Após leitura, fazer um projeto de vida segundo o modelo a seguir: 18 PROJETO DE VIDA Autor: _________________________________________ Curso: _________________________________________1. DIAGNÓSTICO • Quem sou eu? • O que eu faço atualmente? 2. OBJETIVOS • O que eu quero ser? • O que eu quero ter? • O que eu quero fazer? 3. JUSTIFICATIVA • Por que eu quero ser isto? • Por que quero ter essas coisas? 4. ESTRATÉGIA • Como vou fazer para conseguir atingir os meus objetivos? • Que meios vou utilizar para isto? i.Recursos materiais: ii.Recursos não materiais: 5. METAS • Quais são os passos que darei para conseguir fazer isto? • Estes passos devem ser mensuráveis (quantidade, tempo...) Observação: Este projeto deverá ser guardado para futuras consultas durante todo seu curso. De tempos em tempos, revise este documento, mas guarde a primeira versão. 19 CAPÍTULO 2 2.1 Chegando ao Ensino Superior2 A Universidade é o local onde as pessoas passam bons momentos em suas vidas, mas para bem aproveitar, é preciso participação ativa nas atividades. Uma observação importante que muda ao entrar em um ensino superior é que não se deve esperar que os professores passem todo o conhecimento relativo ao curso escolhido. É preciso buscar o conhecimento! Afinal, a qualidade do curso é proporcional à qualidade do estudante. É preciso estar motivado a cursar o ensino superior. É preciso que todos tenham em mento que a Universidade deve fazer parte de um projeto de vida. A universidade oferece muitas oportunidades para serem exploradas. Para bem aproveitar a universidade é preciso conhecê-la bem. A UCL oferece aos seus estudantes muitas opções de atividades extracurriculares que ajudam na formação geral do estudante. São projetos como o dos Carros Artesanais, Equipe de Robótica, O DCE, Projetos de extensão e Iniciação Científica, além de esportes e lazer. Mas é preciso ter tempo para estudar. Adotar uma metodologia de trabalho e ser responsável. Ao entrar no Ensino Superior, o estudante passa a ser agente ativo do processo educacional. Portanto, deve participar das aulas e trocar experiências com os professores. Por isso tem maior liberdade de escolhas e métodos. Isso traz maior maturidade e responsabilidade. Diante disso, o professor passa a ser um facilitador, orientador, e não apenas um educador ou um depositário de conhecimento. Muitas vezes, ao ingressar no curso superior, o estudante se vê obrigado a se adaptar aos novos ambientes – moradia, transportes, alimentação. E por isso deve dar atenção especial à saúde física. 2 Resumo do capítulo equivalente do livro Introdução à Engenharia – W.A .Bazzzo, L. T. V. Pereira 20 2.2 Por que estudar? A Engenharia pertence à área tecnológica e ciência e tecnologia tem uma evolução muito rápida, portanto necessita de um conhecimento contínuo e, logo, o engenheiro deve ter aprendizagem constante. É preciso aprender a estudar com eficiência. Isso significa saber usar os recursos disponíveis. 2.3 Considerações sobre um método de estudo Um método de estudo eficaz não é apenas captar um assunto, mas, principalmente, organizar na mente, com fluidez, continuidade e encadeamento lógico, diversos tópicos, formando uma postura crítica e coerente. São condições imprescindíveis para se aplicar um método de estudo: preparação psicológica e programação do tempo. 2.4 Observações a serem feitas para um estudo eficaz • Isolar-se quando estuda, intercalando o tempo com pequenos intervalos – mente cansada não funciona direito. • Adotar comportamentos diferentes para as diferentes disciplinas – para disciplinas práticas o melhor é praticar, para matérias teóricas, é melhor ler e escrever. • Estudar o assunto sob diversos ângulos, compará-los e refletir criticamente sobre eles – nem todo mundo pensa da mesma maneira, por isso é bom ver outros pontos de vista. • Saber fazer perguntas. Perguntas mal formuladas dão respostas sem sentido ou evasivas. • É preciso aprender a aprender!!!!! Isto é o que será mais importante a aprender em um Curso Superior. O aprendizado contínuo é pré-requisito na carreira profissional do engenheiro. Estamos na era do conhecimento. 2.5 Condições para viabilizar o estudo Racionalização do tempo. 21 Não estudar apenas o que mais agrada. Não deixar o lazer prevalecer e prejudicar os estudos. Se possível, realizar estudos extra-classe. O horário de estudos deve ser cumprido, não pode ser rígido e inflexível. O estudante-trabalhador tem bom desempenho quando sabe dividir bem seu tempo de estudo. Tempo para descanso e lazer. 2.6 Fases de Estudo Os objetivos da Engenharia são: estimular a criatividade, fornecer-lhe ferramental básico e estimular a adoção de uma postura crítica e consciente para com a sociedade. Por isso é imprescindível adotar um método de estudo eficaz. Este método de estudo possui 3 fases distintas: preparação, captação e processamento (veja a figura 4). Figura 4. fases de estudo Preparação É a fase preliminar. Começa com a escolha do ambiente que deve ser arejado, iluminado, silencioso e agradável. Deve se estudar sentado e apoiado sobre uma mesa. É importante estudar sempre, de preferência, nos mesmos lugares e horários, para que nosso corpo e cérebro “se acostume” com os estudos e assimile bem os conteúdos. 22 Organizar o espaço de trabalho e disponibilizar os materiais necessários Também é importante, assim como adotar atitudes psicológicas, como a perseverança. Ao falhar, procurar onde está o erro e proceder nova tentativa. Conscientizar-se de seu trabalho árduo. E, por fim, ter sempre em mente que não existem conhecimentos inúteis! Captação A captação ocorre, usualmente: • Quando da apreensão de conhecimentos trabalhados em sala de aula. • Quando os conhecimentos são construídos através da leitura de livros didáticos. • Através da participação em experiências e observações. • Existem 3 formas de captação: • Leitura: permite reflexões críticas e perfeita assimilação do conteúdo. Para ler é preciso: ambiente, motivação e técnica. Devem-se registrar palavras, frases, ideias e fórmulas. • Audição: utilizada em aulas, palestras e debates. Deve-se, constantemente, interrogar-se sobre o tema, organizando ideias. Leitura em voz alta – utilização de leitura e audição. • Observação: experiências e visitas. Utilizar de forma sistemática e com critérios. Para os engenheiros – identificação de variáveis para a execução de trabalhos. A captação em sala de aula é o principal período de estudos, mas não se deve levar dúvidas para casa. Para entender a aula deve-se apreender a sua organização e objetivos, assimilando a ideia central da explanação do assunto, além de participar ativamente da aula – captar e anotar ideias com as próprias palavras. Também é importante estar sempre atento às informações que estão sendo transmitidas. 23 É na captação extraclasse que acontece a recomposição dos assuntos vistos em sala de aula. Para isso se faz necessário leituras e discussões com colegas para melhor fixação do conteúdo. É preciso uma boa programação de estudos de acordo com a necessidade e dificuldade em cada matéria e enfim, não deixar de estudar nenhuma matéria. Outras fontes importantes de captação são: Aulas de laboratório: versatilidade na vida profissional. Verificação da teoria. Relatório técnico. Estágios: contato direto com o futuro campo de trabalho. Interação com processos e equipamentos. Confecção de relatórios. Trabalho escolar: processo de realização e sublimação intelectual. Pesquisa bibliográfica. Desenvolvimento de capacidades. Processamento Essa fase serve para reter e integrar os assuntos, que se faz com revisões imediatas logo após as aulas ou leituras detextos, utilizando esquemas ou esboços. Esquema – todo sintético – simples, claro e objetivo. Resumo – compactação de um assunto com frases completas. Extração das ideias principais. Não se deve colocar seu ponto de vista. Revisões globalizadoras – integração de todos os assuntos estudados para se obter um todo homogêneo e concatenado. Avaliações = termômetro do aprendizado. É Fase que interliga todos os assuntos vistos no curso. 2.7 Projeto de Vida Como todo projeto, o projeto da nossa vida precisa ser bem elaborado, seguindo o método e revisando continuamente. 24 Os elementos básicos de um bom projeto de vida são: Diagnóstico: análise do caminho que percorreu até o momento presente. Objetivos: o que a pessoa quer ter, o que quer ser e o que quer fazer. Metas: partes quantificadas do objetivo que se pretende alcançar. Meios: recursos necessários (materiais ou imateriais) para cumprir as metas e alcançar seus objetivos Dicas para seu projeto de vida Estabelecer metas possíveis. Flexibilizar e adaptar objetivos e metas (planejamento adaptativo) . Priorizar e Planejar continuamente (cruzar importância com urgência) Estabelecer parcerias para seu projeto de vida (cônjuge/família/amigos/sócios). Estudar muito - o conhecimento confere competência e autoridade. Valorizar a solidariedade e a amizade. Disponibilizar tempo para família, amigos e vizinhos garante uma rede de proteção. Desenvolver o espírito acabativo usando “garra” e perseverança. 2.8 Atividades para este capítulo Tarefas de aula: • Apresentação dos projetos de vida. • Discussão sobre os esquemas feitos sobre o capítulo 1 – Chegando à Universidade. Leitura complementar: Capítulo II: Bazzo Tarefa extra classe: • Entrevista com coordenador de curso o Cada aluno deverá elaborar 5 questões sobre o curso para ser respondida pelo seu respectivo coordenador. • Relatório de visita: Descrição do campus, suas utilidades e laboratórios. 25 CAPÍTULO 3 3.1 A comunicação na engenharia O bom profissional é aquele que sabe se expressar, sabendo comunicar com eficácia o seu trabalho, através da comunicação escrita e oral. Na área tecnológica, a comunicação tem como objetivo: buscar, selecionar e armazenar informações. Logo, a eficiência do engenheiro pode ser medida pela qualidade de seu trabalho e sua habilidade de fazer com que as pessoas o entendam. A escrita é a mais importante forma de comunicação, mas existem outras como: oral, gráfica ou através de modelos icônicos. Para se escrever bem, tem que ter o domínio do código isto é, conhecer as regras gramaticais. Para isto é importante a prática constante da redação e boa leitura. Durante a leitura, para uma melhor organização, deve-se fazer a documentação de tudo o que é feito durante seu desenvolvimento e redigir rapidamente para depois revisar. Escrever ajuda a lembrar, observar, pensar, planejar, organizar e comunicar. A linguagem técnica deve ser simples, clara e precisa, com frases curtas e palavras de sentido direto. Devem-se evitar expressões que emprestem atributos. São características da linguagem técnica: - impersonalidade � redigir na 3ª pessoa. - objetividade � evitar o uso de expressões de reserva ou ressalva. - modéstia e cortesia � não desmerecer outros trabalhos. Sem expressões prepotentes. - clareza e precisão � consulta a dicionários A redação técnica possui alguns artifícios que auxiliam a leitura. São eles: • Abreviaturas ( e símbolos): o evita repetições; o devem ser listados no início do trabalho. 26 • Ilustrações (mapas, gravuras, esquemas, fotografias e gráficos): o devem ser numerados e legendados; o próximo do texto que os explica. • Citações (idéias e frases): o com referência. • Notas de rodapé: o quando a frase ou citação não “combina” com o texto; o Referências do autor e obra das citações. Um trabalho acadêmico é o resultado de estudo ou pesquisa de um tema, exigido por disciplina, estudo independente ou curso. São exemplos, os trabalhos de graduação, as monografias, as dissertações e as teses. Os trabalhos acadêmicos possuem estruturas obrigatórias e não obrigatórias: • Elementos Obrigatórios: o Capa o Folha de rosto o Texto (Introdução, Desenvolvimento e conclusão) o Referências • Elementos Opcionais o Resumo o Sumário o Prefácio o Apêndice o Índice remissivo o Outros Sobre este assunto, veja no anexo as regras da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas (http://www.trabalhosabnt.com/regras-normas-abnt-formatacao) além de pesquisar as regras da UCL no share point (https://ww1.ucl.br/prodfor/trabalhos/default.aspx). 27 O Título deve ser conciso e sugerir o assunto. É a última decisão do autor. O uso da vírgula ou dos dois pontos com a supressão de palavras pode tornar o título mais incisivo. A Introdução é a apresentação do trabalho de forma clara e objetiva. Deve colocar o leitor a par do assunto que é tratado no decorrer do trabalho. Serve para: Informar o objetivo final; Informar a relevância do trabalho; Descrever a forma como o trabalho foi desenvolvido e está organizado. - indicar a documentação e os dados utilizados; - indicar a metodologia empregada; Motivar o leitor a ler o trabalho. Explicar o tema: anunciar as ideias mestras e colocar o leitor a par do assunto que é tratado no decorrer do trabalho. A Conclusão é a apresentação das respostas aos temas levantados no início do trabalho. Qualidades fundamentais: - essencialidade: deve convencer; é resumo das ocorrências mais importantes extraídas ao longo do trabalho. - brevidade, é enérgico e exato. - personalidade, passa a segurança do autor. Um instrumento de trabalho de muita utilidade para o engenheiro é o desenho. Todavia, deve-se salientar que o mais importante não é o fato de saber desenhar, mas sim visualizar os sistemas especialmente. Em substituição à tradicional forma de executar desenhos, com nanquim, papel vegetal, régua paralela, prancheta etc. Modernamente o uso da computação gráfica se expande em todas as áreas da engenharia. Os sistemas CAE, CAD e CAM têm proporcionado agilidade na tomada de decisões nas empresas que os usam. 28 3.2 Atividades para este capítulo Tarefa em sala de aula: Leia o texto – “A importância da boa comunicação na prática da engenharia” * de Maria Regina Leoni Schmid, Rudloff Sistema de Protensão Ltda. * O arquivo deste texto está disponível neste link: ..\..\A_importancia_da_boa_comunicacao_na_pratica_da_Engenharia-2007.pdf Em seguida faça uma conclusão sobre o texto. Tarefas complementares extraclasse Redação técnica: Objetivo: Exercitar a redação de um email profissional. Cenário proposto: Suponha que você está em vias de concluir o seu Curso de Engenharia. O Coordenador do seu curso é o Professor Dr. José João da Silva, conhecido carinhosamente entre os alunos por Professor Zezinho. Ele recebeu de um ex-aluno, atualmente trabalhando em uma empresa de desenvolvimento de equipamentos eletrônicos, a mensagem eletrônica abaixo, ofertando uma vaga de emprego. O Professor Zezinho distribuiu a mensagem abaixo aos formandos, incentivando-os a se candidatarem à vaga. De: Luiz Mehl <mehl@creapr.org.br> Para: Zezinho <zezinho@ufpr.edu.br> Data: 13 de maio de 2013 Assunto: Disponibilidade de vaga Olá Professor Zezinho! 29 Conforme conversamos por telefone no dia de ontem, vamos abrir algumas vagas no fim do ano aqui na empresa e temos interesse em entrevistar alunos que estejam se formando ai na faculdade e que tenham interesse em trabalhar com desenvolvimento de equipamentos digitais. Solicito portantodivulgar a vaga entre os alunos que tenham condições de se formar no final deste ano. Por favor, avise-os que não é necessário que eles nos enviem os currículos nesta etapa inicial. Basta mandar para mim um email com os dados pessoais e uma breve descrição de alguma experiência anterior de trabalho e/ou estágio. Entre os interessados, vamos então selecionar alguns para serem entrevistados pelo nosso Diretor de Recursos Humanos e pelo Diretor Fabril. Estamos procurando engenheiros que sejam criativos, responsáveis, com capacidade de iniciativa e que se adaptem facilmente ao trabalho em equipe. São imprescindíveis conhecimentos de eletrônica digital e programação de microcontroladores em C/C++. Também será dada preferência a candidatos com conhecimentos de inglês, uma vez que trabalhamos com alguns clientes estrangeiros. A nossa empresa localiza-se em São José dos Pinhais, próximo do Aeroporto, e é oferecido restaurante no local, Vale Transporte e Assistência Médica e Odontológica. Um abraço e obrigado por sua colaboração. Luiz -- Eng. Luiz Mehl mehl@creapr.org.br Technodigital Equipamentos Eletrônicos Ltda. Rua Harry Feeken, 1325 83040-420 – São José dos Pinhais – Paraná – Brasil Tarefa: Interessado em participar da seleção, sua tarefa é enviar (escrever) um email para o Eng. Luiz Mehl, apresentando-se como candidato à vaga. Referencia- se ao material fornecido para o estilo e conteúdo de sua mensagem. 30 CAPÍTULO 4 4.1 A comunicação oral Por que do estudo da comunicação na engenharia? Primeiro, porque comunicar-se é uma arte e, portanto, poucos sabem, logo, será um diferencial. Os engenheiros passam 80% do seu tempo de trabalho se comunicando e, embora não pareçam, as disciplinas “menos” importantes é que acabam fazendo a diferença. Um das grandes falhas dos engenheiros é incapacidade de comunicar-se, persuasão, conquistar, convencer, esclarecer e etc. Por isso utiliza-se muito a linguagem técnica. É uma exigência das empresas. A comunicação nas empresas é muito importante para o engenheiro e está presente em todos os setores: � Negociar um prazo. � Apresentar um projeto. � Tranquilizar um líder. � Vender uma ideia. � Dar ordens. � Liderar um projeto. � Resolver conflitos. � Pedir ajuda. Existem alguns fatores que envolvem a comunicação, que influenciam e que devem ser dominados: • Técnicas • Idiomas • Saúde • Disciplina 31 • Autocontrole • Determinação • Persistência • Percepção • Domínio No âmbito organizacional, existem algumas barreiras que impedem a boa comunicação: � Barreiras pessoais - quando o próprio indivíduo tem problemas de comunicação, como fatores físicos ou psicológicos; � Barreiras administrativas/burocráticas – quando o fluxo de informações não segue continuamente de maneira eficaz; � O excesso de informações – muita informação acaba “atrapalhando” e dando ruído. � As comunicações incompletas e parciais – comunicações incompletas podem gerar equívocos difíceis de reverter. 4.2 A Gestão da informação na engenharia Planejar é muito importante e a qualidade da informação é fundamental. Para solucionar problemas e trabalhos científicos (documentação indireta), o engenheiro utiliza-se dos projetos. Estes precisam de muita criatividade para a escolha das melhores estratégias. Para planejar, utiliza-se o Benchmarking, que é a busca das melhores práticas na indústria que conduzem ao desempenho superior. Não é simplesmente uma cópia, e sim um processo positivo e pró-ativo por meio do qual uma empresa examina como outra realiza uma função específica a fim de melhorar como realizar a mesma ou uma função semelhante. Essa comparação feita é chamada de benchmarking. Para a apresentação de uma idéia, projeto, trabalho, pesquisa, reunião, é importante seguir alguns passos (dicas): 32 • Definir os objetivos • Saiba quem é o público alvo • Organize o assunto com antecedência • Seja Breve • Simule a sua apresentação • Conheça o ambiente onde será a apresentação • Não confie na memória, leve um roteiro como apoio • Estude bem o assunto de sua apresentação • Controle a sua emoção • Use roupas adequadas • Evite gírias, use uma linguagem simples e palavras de fácil pronúncia • Use bem a gramática • Controle o tom de voz. À respeito da comunicação virtual, tome as seguintes precauções: • Etiqueta na NET • Cuidado com as informações via e-mail • Violação de privacidade • Você é Senhor daquilo que fala e escravo do que escreve • Analisar a veracidade das informações • Criar um e-mail alternativo (privativo) • Não acessar e-mail pela empresa (e-mail corporativo) • Evite falar sobre a empresa em msn, chats e etc • O mundo virtual não tem barreiras físicas, você não é mais senhor daquilo que escreve. 4.3 Atividades para este capítulo Tarefa em sala de aula: Leia o texto “Aprender a Aprender”, disponível no link ..\Aprender a aprender.pdf e faça o que se pede: 33 a. Escreva 1 citação direta com até 3 linhas b. Escreva 1 citação direta com mais de 3 linhas c. Escreva 1 citação indireta d. Escreva 1 citação de citação e. Faça a referência deste artigo f. Escreva uma conclusão para este artigo. Leitura complementar: Leia o capítulo III (Bazzo) Origens da Engenharia e faça uma síntese do capítulo. 34 CAPÍTULO 5 5.1 Evolução histórica da engenharia e personagens importantes O objetivo deste capítulo é apresentar uma retrospectiva da história da engenharia no Brasil e no mundo aos e futuros profissionais, mostrando tendências e desafios desta importante área do conhecimento. 5.2 A história da engenharia3 A história da Engenharia confunde-se com a história da própria humanidade e teve início há cerca de sete milhões de anos. De acordo com estudos de paleontologia, os primeiros hominídeos eram carnívoros e, como não possuíam dentes ou garras afiados, necessitaram de alguma ajuda para superar esse problema. Isto os forçou à fabricação de ferramentas, que inicialmente eram pedaços toscos de pedras lascadas para ficarem com a ponta aguçada e se transformarem em objetos cortantes. Assim, há milhões de anos, teve início o desenvolvimento tecnológico. Certamente o maior avanço tecnológico e cultural do homem primitivo foi a habilidade adquirida em lidar com o fogo, ocorrida por volta de 600.000 anos atrás, possivelmente a partir de algum incêndio causado por raios ou erupção vulcânica. O fogo significou calor e luz, possibilitando vencer o frio e a escuridão, e, portanto, abriu caminho para o homem primitivo sobreviver em regiões mais frias, ampliando a ocupação espacial da terra, além de cozer os alimentos, tornando-os mais palatáveis. Somente a partir de 50.000 anos os seres humanos começaram a produzir artefatos de caça mais elaborados, como os arpões, as lanças, e posteriormente o arco e a flecha. Este meio mais eficiente de matar a uma distância segura permitiu a caçada 3 Textos provenientes dos trabalhos e artigos de Mattos Junior, Pedro Alcantara de. O Processo de Compreensão da Norma Através da Técnica, Disponível em: http://www.mrcl.com.br/xivcobreap/tt46.pdf . Capturado em 29 de janeira do 2013. e Afonso, Ariston Alves e Fleury, Nélio. Para Conhecimento – História da Engenharia, junho de 2007. Disponível em: http://alexronald.wordpress.com/2007/06/30/para-conhecimento- historia-da-engenharia/. Capturado em 29 de janeira do 2013. 35 de animais perigosos e de grande porte, capazes de fornecer alimentos para grupos mais numerosos. O surgimento da agricultura, que se deu provavelmente no ano 10.000 a.C., assim como o domínio do fogo ou o adventoda fala, foram os acontecimentos mais marcantes da história da evolução humana. Após a agricultura, veio a domesticação de animais, explorados de diversas maneiras, como por exemplo, a ordenha para aproveitamento de leite, a coleta de ovos, a tração animal, além de criar o estoque alimentar de reserva. Assim, não havia mais necessidade de mudanças frequentes do local de residência para obtenção de alimentos. Nesse momento o homem passou a sedentário, e há aproximadamente 8 mil anos um ser humano não caçador não coletor, foi responsável pela origem das comunidades grandes e suficientemente permanentes para desenvolver uma arquitetura de tijolos e pedras. Nesse momento certamente nascia o primeiro engenheiro. Os restos de alguns destes vilarejos construídos de tijolos chegaram até nossos dias. O mais desenvolvido é o de Tell es-Sultan (Jericó), no oriente próximo. Outra mudança significativa que perpassa a era da civilização, foi a descoberta do uso do metal. A longo prazo, o metal mudou o mundo quase tanto quanto a agricultura. Entre 7.000 e 6.000 a.C. o cobre, o primeiro metal a ser aproveitado, foi aplicado inicialmente na elaboração de objetos para ornamentos, mas logo foi utilizado para fabricação de armas e ferramentas. O ferro passou a ser explorado no oriente próximo por volta de 1.500 a.C. e só foi amplamente divulgado depois do ano 1.000 a.C. As primeiras civilizações propriamente ditas que se tem conhecimento surgiram entre os anos 3.500 e 500 a.C., e a primeira delas é a Suméria, no sul da Mesopotâmia. As maiores contribuições tecnológicas legadas por ela foram a prática da irrigação e a construção e o desenvolvimento do sistema de governo. Pouco depois, sinais de civilização podem ser vistos também no Egito e datam de aproximadamente 3.000 anos a.C.. Sabe-se que os egípcios primitivos dominavam várias técnicas dentre as quais, as de construção de barcos de junco, de trabalhar pedra dura, de moldar o cobre, além de dominarem técnicas de irrigação. 36 Praticavam também a criação do gado para tração e criavam aves. Construíram obras públicas em pedra, insuperáveis para a época, das quais as mais famosas são as pirâmides e o primeiro arquiteto conhecido foi Imhotep, chanceler real. Com o surgimento da escrita foi possível a armazenar e transmitir conhecimentos e experiências com mais facilidade e precisão, de uma geração a outra. A cultura e a tecnologia acumuladas gradualmente se tornaram mais efetivas como instrumentos para mudar o mundo. Ficaram então mais fáceis, o domínio das complexas técnicas de irrigar as terras, de fazer as colheitas e armazená-las e assim melhorar a eficiência na exploração dos recursos naturais. Os gregos com seus conhecimentos de matemática, deram grande contribuição para o progresso da humanidade e o filósofo Pitágoras (Século VI a.C.), foi uma das primeiras pessoas a argumentar e forma dedutiva, ou seja, aplicando argumentos puramente lógicos a princípios e axiomas. Foi na Alexandria egípcia que viveu Euclides, o homem que sistematizou a geometria e deu-lhe a forma que perdurou até o século XIX. Esta base matemática foi fundamental para o desenvolvimento dos cálculos, amplamente utilizados na engenharia. No entanto, a partir das primeiras civilizações, Egito, Mesopotâmia e outras, as culturas foram se juntando e com a tecnologia de cada povo começa o processo de disseminação de técnicas de irrigar as terras, de fazer as colheitas e armazená-las e de técnicas e materiais de construção. As primeiras técnicas de construção utilizadas foram os blocos de tijolos ou blocos de pedra que se encaixavam, pois não era utilizado nenhum tipo de argamassa ou de um «cimento», para sedimentar a construção. Na Grécia utilizavam-se da madeira para a construção de casas. A engenharia civil romana foi rica em pontes, aquedutos, túneis, canais e estradas. Coube aos romanos a invenção do cimento, contudo foi no inicio do século XIX que apareceu o produto mais próximo ao que se conhece hoje como cimento. O surto de construção, ocorrido nos séculos XVIII e XIX, conduziria a novas técnicas, como o cimento hidráulico, o betão armado, o vidro e a utilização do ferro e do aço em construções. 37 O império romano chegou a dominar todo o mundo mediterrâneo por volta de 50 a.C., e para tornar as cidades conquistadas mais confortáveis, os romanos construíram estradas, arenas de jogos, casas de banho, esgotos, aquedutos e cisternas de água potável. Os arquitetos foram os primeiros a se livrarem da necessidade de se apoiar grandes vãos de telhados em fileiras de pilares, inventando o teto em forma de abóbada. Durante a idade média, considerada a idade das trevas, o conhecimento ficou restrito ao círculo da Igreja e apresentou pequenos progressos. Neste período, as maiores contribuições foram nas áreas do aprimoramento da tração animal. Outro avanço ocorreu na construção civil, pois nesse período foram edificadas surpreendentes obras, que exigiram alta habilidade tanto de engenharia quanto de escultura em pedra, vistas até hoje nas igrejas paroquiais das ricas regiões italianas e inglesas. Ao mesmo tempo, o artesanato ganhou notoriedade e com isso, aumentou o número de artesãos cuja crescente importância pode ser vista no surgimento de regiões de manufatura especializadas. As mais notórias e ricas se especializaram na fabricação de artigos têxteis. A joalheria foi prestigiada e pela primeira vez uma união entre os joalheiros e artesãos, que ocorreu em Florença na Itália, estabeleceu alguns critérios de padronização. O aprendizado era feito em casa de um mestre do ofício, onde vários oficiais integravam uma equipe que resultavam em construção de catedrais, castelos ou palácios (pedreiros, ferreiros, carpinteiros, vidreiros etc.). Por causa disso o anonimato caracterizou a autoria da obra, pelo menos, até aos séculos XIII-XIV. Este núcleo de padronização, que posteriormente foi também aplicado aos construtores e artesãos da nobreza é o inicio do que viria a ser os Conselhos Profissionais. Este aglomerado florentino de construtores e artesãos era conhecido como Guildas e significava ordem ou clã e estabeleceu critérios básicos de estética e segurança nas construções. Foi a partir deles que em 1406 em Florença na Itália, surgiram as primeiras escolas e universidades de arquitetura e os primeiros arquitetos não práticos. 38 A profissão de engenharia, propriamente dita, apareceu no Renascimento englobando os inventores, utilizadores dos engenhos, empregados da agricultura e militares. Estes últimos foram responsáveis pela formação técnico-científica por causa do ensino da arte da guerra, que utilizava as fortificações para a defesa, e os engenhos como armas de ataque. Os avanços científicos dos séculos XVI e XVII significaram uma revolução no pensamento, e os homens procuraram cada vez mais descobrir modos de manipular e explorar a natureza. A Revolução Industrial -–transição da economia agrária para a industrialização -–marcou o início d de um novo período da história mundial. A economia baseada na produção industrial foi a alteração mais importante na história da humanidade desde o advento da própria agricultura, ou até mesmo da descoberta do fogo. No século XIX as máquinas começaram a substituir o trabalho braçal e os resultados puderam ser vistos em diversos seguimentos da economia. O vapor passou a ser utilizado para movimentar máquinas e puxar arados. Carros, bondes e bicicletas podiam ser vistos nas ruas das principais cidades, e nas fábricas, via-se os teares, os tornos e as furadeiras; nos escritórios e lojas apareciam caixas registradoras e máquinas de escrever. O advento das máquinas reforçou a preocupação com a maneira pela qual o trabalho era organizado e como eram moldadas as atividades.Surgiu então um conjunto de novas profissões. O termo “Engenheiro” teve seu significado ampliado, aparecendo diversas especializações, como em construção, em mecânica, em eletricidade, em embarcações, em produtos químicos, etc. A engenharia ganhou novos espaços com o desenvolvimento da física e na revolução industrial, os arquitetos e engenheiros tiveram escolas e currículos disciplinares diferenciados. Com o aumento populacional e a nova urbanização a partir do século XIX, torna-se uma preocupação de arquitetos e engenheiros a associação da paisagem arquitetônica com a qualidade de vida das pessoas. Essa preocupação incluía a natureza, de modo a constituir um conjunto harmonioso para os indivíduos. 39 Algumas escolas de arquitetura e engenharia merecem destaque e, como a École des Ponts et Chaussées, para a formação dos quadros superiores das obras Públicas, e a École des Beaux Arts, a que foi atribuída a concessão dos diplomas de arquitetura, na França. Instituições de educação técnica surgiram em muitos países para dar instrução avançada em engenharia. Algumas universidades começaram a ensinar estas matérias. Os engenheiros se consideravam como tendo uma profissão e em geral, se organizavam em associações profissionais que cuidavam dos seus interesses. Foram os primeiros egressos de cursos superiores a aglutinarem em associações classistas. A primeira associação formal de profissionais egressos de Universidades que se tem notícia é o Instituto dos Engenheiros de Londres, fundado em 1840. A evolução do ensino e das técnicas, juntamente como o desenvolvimento industrial e, mais tarde, a introdução e a generalização da eletricidade, levaram à diferenciação dos diversos ramos da engenharia: mecânica, eletrotécnica, química, entre outras. Mesmo assim, relacionadas com o tronco inicial da engenharia civil, contêm as tradicionais disciplinas de Resistência dos Materiais, Hidráulica, Construções Civis, Estradas, Caminhos-de-ferro e Canais e Portos de Mar. Atrelada à evolução dos caminhos da engenharia e das sociedades modernas, a preocupação com a responsabilidade civil torna-se um tema necessário para a proteção do bem-estar e segurança dos indivíduos. No Brasil, as atividades de profissionais especializados teve início no próprio descobrimento, ocasião em que foram utilizados conhecimentos de engenharia naval, de astronomia, de matemática, de cartografia, de medicina, dentre outros, para conduzir a frota de Cabral até nossas praias. Em seguida, com o advento da descoberta de minerais como o ouro, as atividades relacionadas com a geologia e a engenharia de minas foram intensificadas. 40 Com a vinda da família imperial para o Brasil em 1808, o conhecimento foi incrementado pela existência de diversos tipos de profissionais na comitiva. Logo em seguida foram criadas as primeiras escolas técnicas na colônia. Até por volta de 1900, o exercício profissional era livre no país, mas a partir dessa data, o governo se viu pressionado a elaborar legislações que visavam exercer controle sobre determinadas atividades profissionais, tentando limitar o exercício ilegal de algumas profissões. Assim, a primeira profissão a ser regulamentada foi a de Engenheiro Agrimensor. Em 1933 regulamentou-se as profissões de Engenheiro Agrônomo e Engenheiro Civil. Nesse ano foi também criado o Sistema CONFEA/CREA’S. 5.3 Atividades para este capítulo Tarefa em sala de aula: Elabore uma linha do tempo sobre a História da Engenharia no Brasil. Tarefas complementares extra-classe: 1) Elabore uma linha do tempo sobre a História da Engenharia do seu curso (específico) 2) Escolha um dos grandes nomes da engenharia mundial e faça uma pesquisa sobre ele. Não esqueça de colocar a introdução, o desenvolvimento, a conclusão e a referência. 41 CAPÍTULO 6 6.1 Personagens importantes da engenharia4 Ao estudar grandes nomes da engenharia mundial, pode-se perceber a evolução da mesma e fazer uma análise da importancia da profissão na sociedade. 6.2 A Ciência Foi na época moderna que ciência alcançou maior prestígio. A partir do final do século XVIII, a ciência moderna passou a fazer parte de todos os atos da vida do ser humano. No período histórico denominado "iluminismo", a ciência ocupava papel de destaque. Era apenas a partir de um rigoroso planejamento científico que os governantes acreditavam ser possível administrar seus reinos; por isso, davam grande importância ao estudo e aconselhavam-no a todos que quisessem ocupar cargos diretivos. No século XIX, a concepção de ciência começa a se parecer com a que temos hoje. Entendemos, porém, que tal concepção já estava elaborada desde há muito tempo. No entanto, há autores que se referem ao período renascentista e outros que retrocedem à Idade Média para encontrar sua origem. Os primeiros encontram que vamos ter será com Parmênides de Eleita, no final do século VI, inicio do século V a.C. . Ele afirmava que há dois caminhos que o espírito humano pode percorrer: o da "episteme”. (verdade) e o da "doxa " ( opinião ). Este pensador grego afirmava que o verdadeiro deverá ser uno e imóvel, além de imutável. Portanto a ciência dos objetivos deste mundo não nos revela a verdade, somente a contemplação o fará. Contemporâneo a Parmênides encontra Heráclito de Éfeso, que afirmou que o verdadeiro só é aquilo que se move (ao contrário de Parmênide) ,pois faz parte do essencial da natureza, o movimento. 4 Texto obtido de ROSSONI, S. A História da Ciência e do Conhecimento: Algumas (in) certezas. Revista de Ciências Humanas. v. 4, n. 4 (2003). Disponível em http://www.revistas.fw.uri.br/index.php/revistadech/article/view/228/412, acessado em 01/11/12. 42 Mais tarde (séc. IV a.C.) surgiu Platão, que afirmava que o mundo conhecido por nós não é a verdade: o múltiplo e o móvel são mera representação do verdadeiro, que se encontra num mundo à parte, o “Mundo das Idéias’’. Portanto, para se conhecer a essência das coisas não se deve ir ao encontro da natureza, mas, pela reflexão filosófica, procurar penetrar no Mundo das Idéias”. Discípulo de Platão, Aristóteles introduziu uma concepção que perdura até hoje: a de que a essência de cada coisa está na própria coisa. Como defendia essa concepção, Aristóteles foi um dos primeiros a fazer pesquisas cientificas, buscando conhecer a coisa na própria coisa. Parecia que Aristóteles tinha descoberto o verdadeiro sentido do conhecimento, até que, idade moderna, René Descartes (1596 -1650) pôs em dúvida o pensamento de Aristóteles, pois começou a questionar até que ponto conhecia "mesmo" a verdade da realidade. Os homens se baseavam muito em opiniões, mas estavam longe de ter certezas. Descartes procurava, então, evidências: "ideias claras e distintas". Daí sua famosa frase que expressa a primeira evidência a que podemos chegar: "Penso, logo existo”. A partir desta época surgem as ciências empíricas, e foi o advento do movimento filosófico chamado Empirismo. De acordo com esta escola só é verdadeiro aquilo que é demonstrável pela experiência, ou seja, pelos sentidos. A princípio tudo indicava que os empiristas tinham plena razão, e a física de Newton vinha comprovar isso. Só que tal posição conduzia inevitavelmente a um ceticismo, no qual caiu David Hume (1711-1776). Hume não aceitava nem sequer a compreensão das relações entre os fatos, pois tais relações não podem ser demonstradas diretamente. Cai a difusão da ciência No século VIII surge Immanuel Kant que vem afirmar que o conhecimento humano é relativo ao próprio homem. Ao conhecer algo não é o homem, ou melhor, a mente humana que vai se adequar ao objeto, mas o objetoque se adapta à mente humana. 6.3 A Técnica 43 No século XVI, com o advento da ciência moderna, a matemática aliou-se às ciências naturais. Isto permitiu que as leis da natureza fossem explicadas com base na objetividade e na precisão do cálculo. Progressivamente, a cosmologia valorativa de Aristóteles e astronomia geocêntrica de Ptolomeu seriam substituídas por uma nova concepção de universo, que tinha o sol como o centro. Surge, portanto, a tendência progressiva de colocar as forças da natureza ao serviço da técnica, na medida em que os conhecimentos fornecidos pelas novas ciências poderiam explicar como e por quê um determinado dispositivo técnico funcionava. Na ciência, foi a época de Copérnico, Bacon, Kepler e Galileu; na arte, conviveram Rafael, Michelangelo e Leonardo da Vinci, este último, síntese perfeita do artista com o cientista. Tornada realidade no princípio da Era Moderna, a interação efetiva de ciência e técnica abriu caminho para Revolução Industrial do século XVIII, quando teve início a substituição do homem pela máquina. A transformação decisiva tem lugar em meados do século passado, com o desenvolvimento da eletrotécnica. Nesse caso, ao contrário do que geralmente acontecia, na Antigüidade, na Idade Média e no início da própria Era Moderna, os princípios que regem a ciência e a técnicas escapam à percepção sensorial, deixando de ser comprometidos pela grande maioria das pessoas. As máquinas tornam-se cada vez mais sofisticadas, proporcionando enormes benefícios em todos os setores; o avanço da medicina traz alívio a muitas pessoas, as pesquisas interplanetárias revelam a existência de novos mundos, expandindo o conhecimento a limites jamais sonhados. 6.4 Tecnologia Pode-se definir tecnologia também como a aplicação das descobertas da ciência aos objetivos da vida prática. De fato, a ciência teve quase sempre um importante papel no desenvolvimento tecnológico, mas nem toda tecnologia depende da ciência, pois a relação entre ambas atravessou diferentes estágios. No mundo 44 clássico, tanto no Ocidente quanto no Oriente, a ciência pertencia à esfera aristocrática dos filósofos que especulavam sobre as raízes e a substância do conhecimento, enquanto a tecnologia dizia respeito à atividade dos artesãos. A partir da Idade Média, alguns filósofos e cientistas defenderam a idéia da colaboração entre as duas disciplinas, com a formulação de uma tecnologia científica e uma ciência empírica baseada nos mesmos princípios fundamentais. Essa tese frutificou, sobretudo, no século XIX, quando os grandes inventores se inspiraram em idéias de cientistas: Thomas Edison desenvolveu os sistemas de iluminação elétrica a partir dos trabalhos de Michael Faraday e Joseph Henry; Alexander Graham Bell inventou o telefone com base em Hermann von Helmholtz; e Marconi construiu seu primeiro sistema de telegrafia sem fio baseado nas pesquisas de Heinrich Rudolf Hertz e James Clerk Maxwell. A evolução da tecnologia revela, a cada momento de sua história, uma profunda interação entre os incentivos e oportunidades que favorecem as inovações tecnológicas e as condições socioculturais do grupo humano no qual elas ocorrem. Pode-se dizer que há três pontos principais que determinam a adoção e divulgação de uma inovação: a necessidade social, os recursos sociais e um ambiente social favorável. 6.5 Atividades para este capítulo Tarefas complementares extra-classe: 1. Faça uma pesquisa sobre um grande nome da engenharia brasileira do século XX. Escreva com suas palavras a pesquisa e ilustre-a com suas obras. 2. Dada a figura 5, identifique cada personagem, o período em que este personagem viveu e explique o que significa cada ilustração correspondente a cada personagem, relativo à sua contribuição à Ciência. 45 Figura 5. Cientistas e Ciência. Fonte: http://www.etsy.com/shop/meganlee. 46 CAPITULO 7 7.1 Ciência e tecnologia5 A ciência tem transformado o mundo moderno de maneira profunda e espetacular. Ela mexeu tanto com cada pedacinho da vida que é impossível escapar às suas garras, para o bem ou para o mal. Neste capítulo, o objetivo principal é descobrir o que é ciência. Primeiro, serão revisados os princípios e significados básicos que têm feito da ciência a melhor maneira de definir a realidade. Depois, serão introduzidos alguns pensadores do século XX que destacaram os limites e perigos da ciência. E finalmente será passada a lição com um olhar sobre aspectos muito específicos da ciência como é praticada hoje. No final da lição, você deverá ser capaz de: 1. Compreender o que a ciência é e o que ela não é; 2. Estar consciente de suas forças, mas também de suas limitações; 3. Estar confiante para fazer perguntas sobre a qualidade da ciência aos seus praticantes. 7.2 Diferentes caminhos para o conhecimento 7.2.1 O que é o saber?6 5 Este texto foi gentilmente cedido pela World Federation of Science Journalists e pode ser encontrado, na sua forma íntegra, conforme a referência: Mbarga, Gervais e Fleury, Jean-Marc. Lição 5 - O que é ciência? – Módulo 5 do Curso On line de Jornalismo Científico da World Federation of Science Journalists. Disponível em: http://www.wfsj.org/course/pt/pdf/mod_5.pdf. Acesso em: 7 de novembro de 2012. Curso 6 Nota do tradutor do texto original: A palavra em inglês “know” pode ser traduzida tanto por “conhecer” quanto por “saber”. A tradução foi feita nesta lição ora por uma palavra, ora por outra, considerando as especificidades do português. 47 Nesta parte da lição, você vai aprender sobre o método de produção do conhecimento científico e verá como distinguir a ciência de outras formas de acúmulo de conhecimento. É uma preocupação legítima, nesta etapa, perguntar-se o que é essa coisa chamada ciência, quando ela começa e até onde ela vai. A ciência começa com: “Eu quero saber” “Saber” é tão natural e direto que tentar definir o que isso significa pode parecer estranho. Mas, na verdade, explicar o que se quer dizer com “saber” pode ser extremamente complexo, já que este conceito pode ter muitos significados. Se for redigida uma lista de sinônimos, será facilmente verificado que “saber” pode significar conhecer, compreender, ler ou ver, sentir, avaliar, reconhecer, considerar, analisar, praticar ou dominar. “Conhecer” alguém significa que encontramos uma pessoa (pessoalmente ou por meio de seus feitos), que se pode reconhecê-la dentro de um grupo e que se está ciente de sua existência. Mas, para realmente conhecer alguém, deve-se conhecer a pessoa de tal forma que possa prever seu comportamento e suas reações, assim como compreendê-la o bastante para explicar sua personalidade a terceiros. “Conhecer” um tema, fato ou fenômeno significa que se pode descrevê-lo visual e virtualmente, explicar como ele interage com outros objetos ao seu redor e dizer como ele influencia seu ambiente e é influenciado por ele. No contexto da ciência, “saber” significa exercitar a curiosidade, observar e coletar informação suficiente para identificar, distinguir e descrever as diferentes características da realidade da forma mais verdadeira. Essa “realidade” pode ser real, virtual, concreta, natural, artificial, abstrata, física ou metafísica. E o exercício da curiosidade produz conhecimento. 48 Na maioria das vezes, o conhecimento torna possível usar a razão e eventualmente desenvolver argumentos racionais. Você é racional ou irracional? Racionalidade é a essência do que é racional, é o produto da razão. A raiz da palavra “racionalidade” (do latim ratio) significa “cálculo”.Razão não é o mesmo que intuição, sensação, reação espontânea, emoção ou crença. A razão começa com o senso comum e se desenvolve por meio da habilidade de contar, medir, ordenar, organizar, classificar, explicar e argumentar. O discurso racional, então, é aquele que é coerente, ponderado e construído numa espécie de “cálculo” lógico, o que é bem diferente de uma opinião pessoal. Este tipo de discurso deve ser universalmente verdadeiro. A irracionalidade, porém, se recusa a estar submetida à razão. Um indivíduo irracional não segue a lógica e age segundo propósitos desordenados. Suas decisões são frequentemente incoerentes. O mundo irracional pode ser relacionado também ao mundo do desconhecido, da superstição, do misticismo e do inacessível, incluindo o que acontece contra a razão. Onde começam as crenças? Se começa a desvendar “qual é o significado do conhecimento” quando há uma reflexão sobre o que é “conhecer”. O conhecimento objetivo ocorre quando analisa- se as coisas como elas são, mantendo uma certa distância das próprias opiniões pessoais. É um modo erudito de conhecimento e avaliação, que traz em si um tipo de poder de rejeitar, refutar, adotar, manter certa distância e até modificar a maneira como as coisas são. O conhecimento vem com a obrigação de fazer perguntas e desafiar a própria ignorância. “Conhecer” alguma coisa torna possível aplicar a razão, observar e analisar. 49 Uma forma diferente de conhecimento são as crenças. Crenças são uma maneira de explicar o universo atribuindo-lhe capacidades, qualidades, sentimentos e emoções. Crenças dão às coisas um significado intrínseco. Por exemplo, para algumas pessoas, o número 13 é considerado um mau agouro. Em algumas culturas, o arco- íris é um aviso de que coisas ruins estão para acontecer – ele é a espada de Deus – , enquanto, em outras, ele pode indicar onde está escondido um tesouro – é, portanto, um bom presságio. Crenças requerem aceitação e compromisso imediatos; elas criam raízes no íntimo de cada um. Crenças religiosas são uma busca pessoal e íntima pela verdade. As declarações e proposições que vêm com as crenças precisam ser aceitas por seu valor intrínseco. O conhecimento religioso requer aceitação de fatos e enunciados que não podem ser demonstrados. A existência de Deus não é um objeto da ciência, mas uma crença, já que não há maneira de demonstrá-la ou negá-la. Budismo, judaísmo, hinduísmo, cristianismo e islamismo são algumas das grandes religiões que influenciaram e continuam influenciando a história da humanidade. 7.2.2 Conhecimento do senso comum ou cotidiano O que é conhecimento do senso comum? E como ele se difere do conhecimento científico? Na prática, “saber” exige fazer perguntas, duvidar e checar os fatos, objetos e ideias. Mas podem existir diferentes graus de questionamento. Na vida diária, os objetos com os quais todos interagem dão uma experiência concreta e imediata das coisas. Os sentidos, por meio do que se pode ver, tocar, cheirar, provar e ouvir automaticamente – sem pensar –,dão respostas diretas, evidentes e familiares sobre a realidade. Essas respostas têm sua raiz na tradição. Esse conhecimento do dia-a-dia também é chamado conhecimento do senso comum, sensível, primário, empírico ou imediato. Suas explicações são baseadas em enunciados amplos, a maioria proveniente da tradição oral. Essas explicações são aceitas sem questionamento. Elas são, frequentemente, 50 generalizações rápidas e brutas. São baseadas em observações simples: É dito que o Sol levanta-se e se põe, pode-se ver que o céu é muito “alto”. O conhecimento do senso comum não planeja mudar as coisas. Como é criado o conhecimento de senso comum Se constroe o conhecimento de senso comum por meio de acasos com que cada indivíduo se depara ao longo da vida. Grande parte dele passa de uma geração para a outra sem evoluir. O conhecimento de senso comum aparece do contato humano diário com o ambiente e com a maneira como as culturas descrevem o universo. Ele é construído e transmitido pelas famílias, parentes, amigos, vizinhos, parceiros, tribos ou comunidades. É essa comunidade humana, comunidade mais importante, que compartilha suas formas de viver, alegrias, preocupações, dores, desejos para o futuro, percepções do presente e lembranças acerca do passado e das tradições. E esse conhecimento do senso comum envolve superstição. No que diz respeito ao que se aprende pelos sentidos – no contexto do conhecimento do senso comum –, atribuí-se à natureza virtudes e emoções, intenções e reações similares às dos seres humanos. Apesar das limitações do conhecimento de senso comum da tribo ou comunidade, a vida não seria possível sem esse conhecimento. Haveria uma possível racionalização o tempo todo, hesitando e sempre decidindo tarde demais. O conhecimento de senso comum oferece respostas prontas para questões corriqueiras, cotidianas, frequentes. Conhecimentos de senso comum existem em todas as culturas e civilizações. Cada um entra em contato com o conhecimento de senso comum em suas vidas diárias e interações com os outros membros da comunidade. Os próprios cientistas começam com o conhecimento de senso comum, mas vão além dele. 51 Experimente o conhecimento de senso comum É muito fácil ver ou experimentar o conhecimento de senso comum. Basta comentar algum achado recente em alguma questão muito comum com um colega. Por exemplo: “Em algumas estradas alemãs há sinais de redução do limite de velocidade e estudos mostram que o resultado é um fluxo mais rápido de veículos”. A primeira reação do seu interlocutor, em geral, é rejeitar essa nova informação e defender o que ele ou ela acredita como verdade – que reduzir o limite de velocidade vai resultar num fluxo mais lento de veículos. Este é um exemplo de conhecimento do senso comum. 7.2.3 Para além das coisas do dia-a-dia Conhecimento em profundidade? O conhecimento em profundidade, sistemático ou secundário começa com a decisão de libertar alguém da ditadura imediata de seus olhos, orelhas, boca, nariz e toque, e questionar as impressões de “pare” e “continue” que eles fornecem a cada dia. A pessoa decide, então, observar de forma mais sistemática, por exemplo, dando mais atenção a detalhes comuns ou imaginando novas dimensões, aprofundando os detalhes do nosso conhecimento, procurando por características incomuns. Em outras palavras, vai além das aparências e repetições. O conhecimento sistemático requer ir além dos caminhos já viajados e de fácil acesso. Ele não tenta ser definitivo. Aceita ser questionado. Desvenda respostas. Com o conhecimento sistemático, as coisas e suas descrições são aprimoradas. O conhecimento exige provas. Gera argumentos. Coloca questões. Nada é incondicional. O conhecimento põe de novo na berlinda o que era aceito ontem. Aprofunda-se tanto no desconhecido quanto no que é conhecido. É uma eterna busca, sem tabus nem áreas proibidas. 52 O conhecimento sistemático é uma construção, está em construção. Diferentemente do conhecimento cotidiano, que é extraído todos os dias daquilo que cerca toda a sociedade, o conhecimento sistemático forma instituições. Requer disciplina pessoal, até sacrifícios. Deve ser aprendido passo a passo em aprendizagens e formações e tem que ser apoiado pela pesquisa. A aprendizagem tem de seguir uma pedagogia que será a garantia de que o conteúdo será transmitido, incluindo as atitudes necessárias de objetividade, humildade diante dos fatos, paciência e abnegação. Muitas vezes, a linguagem do conhecimento sistemático é um jargão com palavras em códigos diferentes da linguagem comum. Frequentemente, ele fornece referências,