Buscar

CCJ0040-WL-C-AMMA-21-Reunião e Separação de Processos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

AULA 21
PROCESSO PENAL I
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Incidente de insanidade mental do acusado: Inimputabilidade por doença mental; A superveniência da doença mental durante o processo e na execução da pena; a aplicação da medida de segurança (o CP. e a lei 10.216/01). O procedimento: Nomeação de curador, os peritos e suas conclusões, oportunidade para arguição. Exame de dependência toxicológica (Lei nº 11.343/06). Prazo. Suspensão do processo. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Incidente de falsidade documental: Falso material e falso ideológico. Legitimidade. Exigência de poderes especiais.Iniciativa do juiz. Procedimento. Efeitos no processo principal.
Medidas cautelares reais/medidas assecuratórias: sequestro, arresto e especialização de hipoteca legal.
A busca e apreensão. A inviolabilidade do domicílio na CRFB.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Restituição de coisa apreendida: Confisco na CRFB e o CP. A Lei de Tóxico nº 11.343/06 e A Lei 10.826/03. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Restituição das coisas apreendidas
 
 
Os arts. 118 a 124 do CPP tratam do tema.
 
Na verdade, a apreensão das coisas é que tem natureza de medida cautelar, sendo a restituição das coisas apreendidas uma contracautela.
 
As coisas podem ser apreendidas por iniciativa própria da autoridade policial (art. 6º, II, do CPP) e em cumprimento a mandado de busca e apreensão expedido por ordem judicial.
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
 A apreensão tem os seguintes objetivos: retornar a coisa ou valor ao seu proprietário ou possuidor, restabelecendo o estado anterior ao delito; permitir que o juiz conheça todos os elementos materiais para a elucidação do crime. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
 Na fase do inquérito policial, a autoridade policial pode restituir diretamente a coisa apreendida, desde que:
 
(a) se trate de objeto restituível e não haja qualquer interesse na sua retenção.
 
(b) não houver dúvida quanto ao direito do reclamante.
 
(c) não houver sido feito a apreensão em poder de terceiro de boa-fé.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
A restituição das coisas apreendidas deve observar o seguinte.
 
(a) antes do trânsito em julgado (art. 118 do CPP):
se não interessar ao processo, devolve.
se interessar ao processo, não devolve.
 
(b) depois do trânsito em julgado (119 do CPP):
em regra, devolve.
nos casos do art. 91, II, do CP, em regra, não devolve, mas, havendo direito da vítima ou de 3º de boa-fé, devolve.
 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
O art. 91, II, a, do CP, trata dos instrumentos do crime, que consistam em coisa cujo fabrico, alienação, uso, porte ou detenção constitua fato ilícito, e o art. 91, II, b, do CP, trata do produto do crime ou de qualquer bem ou valor que constitua proveito auferido pelo agente com a prática do fato criminoso. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Medidas assecuratórias
 
Exercício Suplementar da semana 12.
 
1-Com relação ao sequestro como medida assecuratória, assinale a opção correta, de acordo com o CPP.
A- Se o indiciado tiver adquirido bens imóveis utilizando os proventos da infração, caberá o sequestro desses bens, desde que não tenham sido transferidos a terceiro.
B- Para a decretação de sequestro, é necessária a existência de certeza acerca da proveniência ilícita dos bens.
C- O sequestro pode ser embargado pelo acusado, mas não, por terceiro a quem os bens tenham sido transferidos a título oneroso.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
D- Se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em julgado, o sequestro será levantado.
 
São verdadeiras medidas cautelares mal posicionadas no CPP, que possuem as seguintes espécies: sequestro, arresto e hipoteca legal.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
No CPP, sequestro é a retenção do bem adquirido com os proventos da infração, sendo necessária a presença de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens, ou seja, fumus boni iuris, conforme o art. 125 do CPP.
 
A expressão “proventos da infração” abrange os produtos diretos e os produtos indiretos da infração.
Em regra, o sequestro incide sobre bem imóvel (art. 125 do CPP), mas excepcionalmente ele pode incidir em bem móvel (art. 132 do CPP), quando não for possível a busca e apreensão (arts. 240 a 250 do CPP). 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
O sequestro admite as seguintes defesas:
(a) embargos de terceiro estranho (art. 129 do CPP).
(b) embargos do acusado (art. 130, I, do CPP).
(c) embargos de terceiro de boa-fé (art. 130, II, do CPP)
 
Apenas os embargos de terceiro estranho podem ser julgados antes de passar em julgado a sentença condenatória (art. 130, parágrafo único, do CPP). 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Os objetivos do sequestro são os seguintes (art. 140 do CPP):
(a) garantir a indenização da vítima.
(b) garantir o pagamento das despesas processuais (art. 804 do CPP).
(c) garantir o pagamento da pena de multa.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
ARRESTO
O arresto pode ocorrer nas seguintes hipóteses:
(a) como medida preparatória da hipoteca legal (art. 136 do CPP).
(b) quando o acusado não possui imóveis suficientes, cabe o arresto dos bens móveis (art. 137 do CPP).
 
O art. 137 do CPP só admite o arresto dos bens móveis suscetíveis de penhora. 
Como medida preparatória da hipoteca legal, o arresto é revogado se em quinze dias não for promovido o processo de inscrição da hipoteca (art. 136 do CPP). 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
HIPOTECA LEGAL
A hipoteca legal é medida cautelar que incide nos imóveis do acusado, que não tenham sido adquiridos com os proventos da infração, desde que haja a certeza da infração e os indícios suficientes da autoria (art. 134 do CPP). 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Os objetivos do arresto e da hipoteca legal são os seguintes (art. 140 do CPP):
(a) garantir a indenização da vítima.
(b) garantir o pagamento das despesas processuais (art. 804 do CPP).
(c) garantir o pagamento da pena de multa.
 
O levantamento do arresto e o cancelamento da hipoteca ocorrem (art. 141):
(a) quando for julgada extinta a punibilidade com trânsito.
(b) quando houver sentença absolutória com trânsito. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Incidente de falsidade
 
 
Os arts. 145 a 148 do CPP tratam do incidente de falsidade.
 
A falsidade pode ser material (arts. 297 e 298 do CP) e também pode ser ideológica (art. 299 do CP).
 
No primeiro caso, ocorre um vício extrínseco, que pode ser constatado através da prova pericial. No segundo caso, ocorre um vício intrínseco.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
A verificação da falsidade pode ser feita das seguintes formas:
(a) de plano pelo juiz, sem necessidade de incidente (art. 147 do CPP).
(b) havendo necessidade de maior averiguação, com o incidente.
	
Observação: Se o exame necessário for o grafológico, aplica-se o art. 174 do CPP, cujo inciso IV não foi recepcionado pelo princípio do silêncio previsto no art. 5º, LXIII, da CF, que permite que o réu não produza prova contra si.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Contra a decisão que reconhece ou não a falsidade, cabe o recurso em sentido estrito do art. 51, XVIII, do CPP.
 
Obs.: A decisão proferida no incidente não faz coisa julgada.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Incidente de insanidade mental
 
Caso concreto da semana 12.
 
João foi condenado por crime de latrocínio a uma pena de 25 anos de reclusão a ser cumprida no regime fechado. Ocorre que no curso da execução de tal pena privativa de liberdade sobrevém doença mental ao condenado. Diante de tal situação, na qualidade de juiz da execução como decidiria? E se a doença mental ocorresse no curso do processo de conhecimento e posteriormente ao crime? E se a doença mental já existia no momento da prática da infração?
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
O art. 26, caput
e parágrafo único, do CP, trata da inimputabilidade e da semi-imputabilidade, sendo certo que só é possível concluir que o réu tenha tal status através do exame insanidade mental.
 
Se o réu for declarado inimputável, deve ser aplicada uma das medidas de segurança (internação hospitalar e tratamento ambulatorial). Se o réu for declarado semi-imputável, deve ser aplicada uma das medidas de segurança (internação hospital ou tratamento ambulatorial) ou deve ser diminuída de um a dois terços a pena.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Obs.: O juiz não fica vinculado à conclusão dos peritos (art. 182 do CPP). Os jurados também não ficam vinculados. 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Podem ocorrer algumas situações curiosas.
 
(a) se o réu era imputável no momento do crime e continua imputável no momento da sentença, ele será condenado normalmente.
 
(b) se o réu era imputável no momento do crime, mas se tornou inimputável no curso do processo, o processo será suspenso (art. 152 do CPP). 
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
(c) se o réu era inimputável no momento do crime e continua inimputável no momento da sentença, ele será absolvido impropriamente, aplicando-se a medida de segurança.
	
(d) se o réu era imputável no momento do crime, continuou imputável no momento da sentença, foi condenado normalmente e se tornou inimputável na execução da pena, a pena será convertida em medida de segurança (art. 183, da Lei 7210/84).
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
A busca e apreensão
 
 
Para Marcellus Polastri, Camargo Aranha, Magalhães Noronha, a busca e apreensão tem natureza de medida cautelar, e não de meio de prova, como registra o CPP.
Marcellus Polastri afirma que o juiz não deve determinar de ofício a busca e apreensão na fase policial, sob pena de um atuar inconstitucional, porque na fase inquisitorial ele deve manter-se equidistante, só atuando no caso de provocação.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Em se tratando de medida cautelar, a busca e apreensão exige fumus boni iuris e periculum in mora. Para Ada Pellegrini Grinover, o fumus é que deve ensejar maior reflexão, porque o periculum quase sempre está presente.
 
O art. 5º, XI, da CF, garante a inviolabilidade de domicílio. Para Marcellus Polastri e Tourinho Filho, a expressão “dia” abrange o horário das 6h às 18h.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Quando a constituição se refere a “flagrante delito”, Marcellus Polastri e Camargo Aranha entendem que estão abrangidas todas as hipóteses de flagrante, previstas no art. 302 I a IV, do CPP, e não apenas os casos de flagrante próprio. Tourinho Filho afirma que a constituição se refere apenas às hipóteses de flagrante próprio, previstas no art. 302, I e II, do CPP.
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
AULA 21
Observação: em se tratando de crime permanente (ex. sequestro, tráfico de drogas), sempre haverá estado de flagrância, o qual autoriza o ingresso no domicílio em qualquer horário e sem ordem judicial.
Observação 2: Para o entendimento majoritário (Tourinho Filho), o art. 240, § 1º, f, do CPP, não foi recepcionado pelo art. 5º, XII, da CF.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando