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Economia e administração agroindustrial - Roteiro de estudos

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO 
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS 
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA 
 
 
 
ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO 
AGROINDUSTRIAL– 
ROTEIRO DE ESTUDOS 
 
 
 
 
Profª Magda Aparecida Nogueira 
 
 
 
Alegre – ES 
2011 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA .............................................................. 1 
1.1. O estudo da economia – Definição .......................................................................... 1 
1.2. Problema econômico fundamental .......................................................................... 1 
1.3. A curva de possibilidades de produção (CPP) ........................................................ 2 
1.4. Custo de oportunidade ............................................................................................. 4 
1.5. Os fatores de produção ............................................................................................ 4 
1.6. Mercado ................................................................................................................... 4 
1.7. Microeconomia x Macroeconomia .......................................................................... 5 
UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS ............................ 6 
2.1. A demanda ............................................................................................................... 6 
2.1.1. Conceito ......................................................................................................... 6 
2.1.2. Exceções à lei da procura .............................................................................. 7 
2.1.3. Curva de demanda do mercado ..................................................................... 7 
2.2. A oferta .................................................................................................................... 8 
2.3. O equilíbrio de mercado na concorrência perfeita .................................................. 9 
2.3.1. Conceito ......................................................................................................... 9 
2.3.2. Tratamento matemático.................................................................................. 10 
2.4. Mudança no preço de equilíbrio de mercado em virtude de deslocamentos das 
curvas de oferta e procura ....................................................................................... 11 
2.4.1. Deslocamentos das curvas de demanda ......................................................... 11 
2.4.1.1. Mudança na renda dos consumidores .............................................. 11 
2.4.1.2 Mudanças nos preços de outros bens (Pz) ........................................ 13 
2.4.2. Deslocamentos da curva de oferta ................................................................. 14 
2.5. Elasticidade .............................................................................................................. 14 
2.5.1. Definição ....................................................................................................... 14 
2.5.2. Elasticidade-preço da demanda (EPD) .......................................................... 14 
 
2.5.2.1. Coeficiente de EPD .......................................................................... 15 
2.5.2.2. Distribuição do coeficiente de EPD ao longo da curva de demanda 16 
2.5.2.3. Fatores que influenciam a EPD ....................................................... 17 
2.5.2.4. Relação entre a EPD e a receita total (RT) do produtor .................. 18 
2.5.2.5. Casos especiais de demanda linear .................................................. 19 
2.6. Elasticidade-renda da procura (ER) ......................................................................... 19 
2.7. Elasticidade-cruzada da procura (ECP) ................................................................... 21 
2.8. Elasticidade-preço da oferta (EPO) ......................................................................... 22 
UNIDADE 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO .............................................................. 23 
3.1. Introdução ................................................................................................................ 23 
3.2. Estruturas de mercado dos bens e serviços .............................................................. 23 
3.2.1. Concorrência Pura ou Perfeita ....................................................................... 23 
3.2.2. Monopólio ..................................................................................................... 24 
3.2.3. Oligopólio ...................................................................................................... 26 
3.2.4. Concorrência monopolística .......................................................................... 27 
3.3. Estruturas de mercado dos fatores de produção ...................................................... 29 
3.3.1. Concorrência Perfeita .................................................................................... 29 
3.3.2. Monopsônio ................................................................................................... 29 
3.3.3. Oligopsônio ................................................................................................... 30 
Anexo da Unidade IV – Cartilha do CADE .......................................................................... 30 
UNIDADE 4 – TEORIA FIRMA: TEORIA DA PRODUÇÃO E TEORIA DOS 
CUSTOS .................................................................................................. 37 
4.1. Teoria da produção .................................................................................................. 37 
4.2. Maximização do lucro – a partir da função de produção ........................................ 44 
4.3. Teoria dos custos ..................................................................................................... 48 
4.4. Maximização do lucro – a partir da função de custos ............................................. 54 
UNIDADE 5 – TÓPICOS DE MACROECONOMIA ...................................................... 62 
5.1. Microeconomia e macroeconomia .......................................................................... 62 
5.2. A medida do produto ............................................................................................... 63 
5.3. Noções do crescimento e desenvolvimento econômico .......................................... 66 
5.4. Desemprego ............................................................................................................. 69 
5.5. Inflação e nível geral de preços ............................................................................... 70 
5.5.1. Perda do poder aquisitivo dos salários e outras rendas fixas ........................ 72 
5.5.2. Desorganização do mercado de capitais e aumento da procura por ativos 72 
 
reais ............................................................................................................... 
5.5.3. Dificuldades para o financiamento do setor público ..................................... 73 
5.5.4. A indexação ................................................................................................... 74 
5.6. Índices de preços ..................................................................................................... 74 
5.6.1. Índice de preços ao consumidor (IPC) .......................................................... 76 
5.6.2. Mudança de base ........................................................................................... 77 
5.7. Tópicos sobre inflação ............................................................................................. 78 
5.7.1.Inflação de demanda ...................................................................................... 79 
5.7.1.1. Causas do aumento da demanda agregada ....................................... 80 
5.7.1.2. Meios de se combater a inflação de demanda .................................. 80 
Anexo da Unidade VI – A ilusão do crescimento ................................................................. 81 
UNIDADE 6: AGRICULTURA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO ................ 84 
6.1. Perfil do setor rural ................................................................................................. 84 
6.1.1. Conceito, composição e medida .................................................................... 84 
6.1.2. Determinantes da produção rural .................................................................. 85 
6.1.3. Peculiaridades do setor rural e suas conseqüências econômicas ................... 86 
6.1.3.1. Dispersão do espaço rural ................................................................ 86 
6.1.3.2. Descontinuidade do fluxo de produção ........................................... 86 
6.1.3.3. Duração do ciclo produtivo .............................................................. 87 
6.1.3.4. Perecibilidade dos produtos ............................................................. 87 
6.1.3.5. Especificidade biotecnológica ......................................................... 87 
6.1.3.6. Risco bioclimático ........................................................................... 88 
6.1.4. Como conviver com baixo retorno e alto risco ............................................. 88 
6.2. Teorias de desenvolvimento agrícola ...................................................................... 89 
6.2.1. Modelos de exploração de recursos ............................................................... 89 
6.2.2. Modelo de conservação ................................................................................. 90 
6.2.3. Modelo de localização ................................................................................... 91 
6.2.4. Modelo de difusão ......................................................................................... 91 
6.2.5. Modelo de insumos modernos ....................................................................... 92 
6.3. O papel da agricultura no desenvolvimento econômico .......................................... 92 
6.3.1. Fornecimento de alimentos .......................................................................... 92 
6.3.2. Transferência de capital ................................................................................. 93 
6.3.3. Liberação da mão-de-obra .......................................................................... 94 
6.3.4. Geração de divisas ......................................................................................... 94 
 
6.3.5. Demanda de produtos industrializados .......................................................... 95 
UNIDADE 7 – INTRODUÇÃO AOS MERCADOS DE FUTUROS E DE OPÕES ..... 96 
7.1. Introdução ............................................................................................................... 96 
7.2. Tipos de contrato ..................................................................................................... 96 
7.2.1. Contrato à vista .............................................................................................. 96 
7.2.2. Contrato a termo ............................................................................................ 97 
7.2.3. Contratos de opções ....................................................................................... 97 
7.2.4. Contratos futuros ........................................................................................... 98 
7.2.4.1. Liquidação do contrato ..................................................................... 98 
7.3. Bolsas ...................................................................................................................... 98 
7.4. Participantes ............................................................................................................ 99 
7.4.1. Corretor ......................................................................................................... 99 
7.4.2. Hedger ........................................................................................................... 99 
7.4.3. Especulador ................................................................................................... 99 
7.5. Aspectos operacionais ............................................................................................. 100 
7.6. Hedge ....................................................................................................................... 101 
7.6.1. Hedge de compra............................................................................................ 101 
7.6.2. Hedge de venda ............................................................................................. 102 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 103 
 
 
 
 
 UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA 
1 
 
UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA 
 
1.1. O estudo da economia – Definição 
Economia é a ciência social que estuda a produção, a circulação e o consumo dos bens e 
serviços que são utilizados para satisfazer as necessidades humanas. 
Em outras palavras, a economia é a ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade decidem utilizar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços com a 
finalidade de satisfazer às necessidades humanas infinitas. 
Assim, pode-se dizer que o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da 
escassez, ou seja, como economizar recursos. 
A escassez surge em virtude da restrição física de recursos e das necessidades humanas 
ilimitadas. Essas últimas decorrem do crescimento populacional que renova as necessidades 
básicas; do contínuo desejo de elevação do padrão de vida (status social); e da evolução 
tecnológica que faz com que surjam novas necessidades. 
 
1.2. Problema econômico fundamental 
Como visto no subitem anterior, a economia estuda a relação que os homens têm entre si 
na produção dos bens e serviços necessários à satisfação dos desejos e aspirações da sociedade. 
O problema surge porque as necessidades humanas são infinitas ou ilimitadas e os recursos 
produtivos (ou fatores de produção) que a sociedade conta para efetuara fabricação de bens e 
serviços são finitos ou limitados. Isto leva à seguinte proposição: 
Por mais rica que a sociedade seja (por mais recursos produtivos de que disponha), os 
fatores de produção serão sempre escassos para efetivar a fabricação de todos os bens e serviços 
que ela deseja. 
Por isso, torna-se necessário fazer escolhas sobre o que e quanto, como e para quem 
produzir. 
O que e quanto produzir – a sociedade deve decidir se produz mais bens de consumo 
ou bens de capital. 
Como produzir – essa decisão depende da disponibilidade de recursos de cada país, 
que deve decidir se serão utilizados métodos de produção capital-intensivos, mão-de-obra 
intensivos ou terra intensivos. 
Para quem produzir – a sociedade deve decidir quais os setores serão beneficiados na 
distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou proprietários de terra? Agricultura ou 
indústria? Mercado interno ou mercado externo? Região norte ou sul? 
 UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA 
2 
 
1.3. A curva de possibilidades de produção (CPP) 
A CPP é um recurso utilizado para ilustrar o problema de escassez. Façamos uma 
simplificação da realidade, para entendermos o conceito: 
Suponhamos que uma empresa possua: 
 10máquinas 
 40 trabalhadores 
E que possua apenas 2 produtos na linha de fabricação: 
 Cadeira Alfa 
 Cadeira Beta 
Suponhamos também que, por um determinado prazo de tempo: 
 A empresa não possa comprar mais máquinas; 
 A empresa não possa contratar mais trabalhadores; 
 Não haja nenhuma inovação tecnológica; 
 somente 2 produtos são passíveis de fabricação. 
O diretor da empresa encomenda ao engenheiro responsável pelo departamento de 
produção um levantamento de quais são as possibilidade de produção da empresa utilizando-se 
plenamente e da forma mais eficiente possível todos os fatores de produção da empresa. 
O engenheiro fez então o seguinte levantamento: 
 
Cadeira Alfa Cadeira Beta 
20 0 
18 1 
15 2 
11 3 
6 4 
0 5 
 
Se todos os recursos produtivos da fábrica fossem utilizados somente para a produção da 
cadeira Alfa, obter-se-iam 20 unidades da mesma. 
Caso se desejasse produzir 1 unidade de Beta, recursos produtivos alocados na fabricação 
da cadeira Alfa deveriam ser deslocados para Beta e haveria uma perda de 2 unidades de Alfa. 
Aumentos sucessivos na produção de Beta levariam a reduções também sucessivas na 
fabricação de Alfa até atingir-se um outro ponto limite: caso todos os fatores fossem utilizados 
na produção de Beta, obter-se-iam 5 unidades deste tipo de cadeira. 
 UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA 
3 
 
Assim, o seguinte gráfico pode ser montado1: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Algumas constatações podem ser tiradas da análise do gráfico da CPP: 
1) A produção de Beta é mais difícil que a de Alfa pois a produção máxima possível de 
Beta é de 5 unidades e a de Alfa é de 20. 
2) Os pontos da CPP expressam a quantidade máxima possível da produção de um dos 
bens, dada a produção do outro. Assim, se for produzida 11 unidades de Alfa só se 
pode produzir 3 unidades de Beta. 
3) Um ponto dentro da curva significa uma produção abaixo ou aquém das possibilidades 
de produção. Se a empresa produzir 6 unidades de Alfa e 3 de Beta, ela pode aumentar 
Alfa ou Beta sem diminuir a produção do outro bem. 
4) Um ponto fora da curva significa uma produção acima ou além das possibilidades da 
empresa. Por exemplo, 11 de Alfa e 4 de Beta. Esse ponto só poderia ser atingido se: 
(a) houvesse aumento na quantidade dos fatores de produção, (b) houvesse uma 
inovação tecnológica. No entanto, ambas foram supostas constantes. 
5) Resumindo: aumentos na produção de um bem, se a empresa estiver trabalhando em 
pontos situados na CPP, só poderão ser efetuados à custa de decréscimos na produção 
do outro. 
Esse exemplo pode ser aplicado à sociedade, sendo que, essa, para obter mais de um bem 
A, precisa sacrificar a produção do bem B. 
 
 
 
 
1 O gráfico não está em escala, o que não interfere, no entendimento. 
 6 11 15 18 20 A 
B 
 
5 
 
4 
 
3 
 
2 
 
1 
 
0 
(6,4) 
(11,3) 
(15,2) 
(18,1) 
 UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA 
4 
 
1.4. Custo de oportunidade 
O custo total de qualquer escolha que fazemos é tudo aquilo que precisamos abrir mão 
quando praticamos um ato. Esse custo é chamado de custo de oportunidade do ato, porque 
abrimos mão da oportunidade de fazer outras coisas. 
Assim, o custo de oportunidade de qualquer escolha é o valor da melhor alternativa 
sacrificada quando da prática de um ato. Em outras palavras, o custo de oportunidade é o valor 
econômico da melhor alternativa sacrificada ao se optar pela produção de um determinado bem 
ou serviço. 
Considerando o exemplo do subitem anterior, tem-se que o custo de oportunidade é a 
quantidade perdida do bem Alfa que a sociedade precisa incorrer para aumentar a produção de 
Beta. Da mesma forma o custo de oportunidade de se produzir uma unidade a mais de Beta é o 
que se tem que deixar de produzir de Alfa. 
 
1.5. Os fatores de produção 
Os fatores de produção são classificados, pela maioria dos economistas, em 3 categorias: 
1) Recursos naturais ou insumos – se incorporam no produto. Ex.: madeira, aço, 
etc. 
2) Mão-de-obra ou trabalho 
3) Capital ou fatores de produção – são utilizados na produção do produto, mas 
não se incorporam ao produto. Ex.: máquinas, ferramentas, etc. 
 
1.6. Mercado 
Um mercado são unidade econômicas individuais composta por compradores e 
vendedores, ou seja, é um grupo de compradores e vendedores que têm potencial para negociar. 
Os economistas vêem a economia como um conjunto de mercados, sendo que, há o 
mercado de laranjas, de automóveis, de móveis, de madeira etc. 
No passado o mercado era o local onde haviam trocas de produtos (escambo). Hoje – 
principalmente com o advento da internet –, não há necessidade de local físico para que as trocas 
ocorram e nem que compradores e vendedores se conheçam pessoalmente. 
Em se tratando dos compradores e vendedores, esses podem ser 
1) Famílias ou pessoas – compram produtos e vendem o trabalho 
2) Firmas – compram serviços, insumos, máquinas e vendem produtos 
3) Órgão do governo – compram serviços, insumos, máquinas e vendem saúde, 
educação etc. 
 UNIDADE 1 – ECONOMIA COMO CIÊNCIA 
5 
 
Os mercados podem ser de dois tipos básicos: mercados de competição perfeita e 
mercados de competição imperfeita 
Mercados de competição perfeita (ou mercados competitivos) – são aqueles em que os 
compradores ou vendedores individuais têm de aceitar o preço como dado. (Há muitos 
compradores e vendedores de pequeno porte e o produto é padronizado). Exemplo típico: 
produtos agrícolas. 
Mercados de competição imperfeita – compradores ou vendedores individuais têm 
alguma influência sobre o preço do produto. Na unidade 3, veremos com mais detalhe os tipos de 
mercado que se enquadram nessa classificação. 
 
1.7. Microeconomia x Macroeconomia 
Microeconomia – é o ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento do mercado de 
um determinado produto ou grupo de produtos, ou seja, o comportamento dos compradores e 
vendedores de tais bens, tais como mercado de automóveis, de produtos agrícolas, etc. 
Ex.: mercado de automóveis, mercado de carros populares, mercado de computadores, 
mercado de palmtops, preço de livros, geração de empregos no setor atacadista, etc. 
Macroeconomia – é o ramo da teoria econômica que estuda o funcionamento da economia 
como um todo, procurando identificar e medir as variáveis que determinam o volume da 
produção total, o nível de emprego e o nível geral de preços do sistema econômico, bem como a 
inserção do mesmo na economia mundial. 
Ex.:PIB, nível geral de preços, inflação, taxa de desemprego 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
6 
 
UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
O modelo de oferta e demanda foi criado para explicar como os preços são determinados 
em mercados perfeitamente competitivos. No entanto, para a maioria dos mercados, ela dá uma 
boa indicação do que está acontecendo. 
 
2.1. A demanda 
2.1.1. Conceito 
A demanda de um determinado bem é dada pela quantidade de bem que os compradores 
desejam adquirir num determinado período de tempo. Ela será representada pelo símbolo DX. 
A demanda do bem x depende de uma série de fatores, dos quais, os economistas 
consideram como os mais relevantes: 
 O preço do bem x (Px); 
 A renda do consumidor (Y); 
 O preço de outros bens (Pz); 
 Os hábitos e gostos dos consumidores (H). 
 
Matematicamente, pode-se expressar a demanda do bom de x pela seguinte expressão: 
Dx = f(Px, Y, Pz, H, etc.) 
em que a letra f significa que Dx é função de e a palavra etc. abarca as outras possíveis 
variáveis. 
Ademanda do bem x é, portanto, a resultante da ação conjunta ou combinada de todas 
essas variáveis. 
Assim, por exemplo, caso se deseja saber o que ocorre com a demanda do bem x se o 
preço do mesmo aumentar, é preciso supor que todas as demais variáveis que influenciam a 
demanda permaneçam com o mesmo valor, de modo que a variação da demanda seja atribuível 
exclusivamente a variação de preço. 
Nesse caso, podemos reescrever a demanda do bem x como sendo apenas a função do 
preço de x, já que as demais variáveis ficam com seu valor inalterado: 
Dx = f (Px) 
A esta relação denominaremos de função da demanda do bem de x e à sua representação 
gráfica será chamada de curva de demanda do bem x. 
Supondo-se que o bem x seja perfeitamente divisível, sua curva de demanda 
provavelmente assumirá o formato a seguir: 
 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Matematicamente, pode-se dizer que a demanda do bem x é uma função inversa ou 
decrescente do seu preço. 
Embora seja perfeitamente aceitável ao bom senso comum que a quantidade procurada 
do bem x varie inversamente ao seu preço, os economistas justificam tal comportamento da 
demanda em função de dois efeitos: 
a) Efeito-renda – quando o preço do bem x aumenta, o consumidor fica, em termos reais, 
mais pobre e, portanto, irá reduzir o consumo do bem; o inverso ocorrerá se o preço do bem x 
diminuir. 
b) Efeito-substituição – se o preço do bem x aumenta e o de outros bens fica constante, o 
consumidor procurará substituir o seu consumo por outro bem similar; se o preço diminuir, o 
consumidor aumentará o consumo do bem x às expensas da diminuição do consumo dos bens 
sucedâneos. 
2.1.2. Exceções à lei da procura 
Há duas exceções à lei da procura: os chamados bens de Giffen e bens de Veblen. 
Os bens de Giffen são bens de pequenos valor, porém de grande importância no 
orçamento dos consumidores de baixa renda. Ex.: pão, arroz e farinha. 
Os bens de Veblen são bens de consumo ostentatório, tais como obras de arte, jóia, 
tapeçarias e automóveis de luxo. 
Tanto os bens de Giffen como os de Veblen têm curvas de demanda com inclinação 
positiva, ou seja, ascendentes da esquerda para a direita. 
 
2.1.3. Curva de demanda do mercado 
Tudo o que foi exposto até agora referia-se ao consumidor individual, mas vale também 
para o mercado como um todo, já que a curva de demanda do mercado resulta de agregação das 
curvas individuais. 
Preço do bem x ($) 
 
 100 120 Quantidade procurada 
10 
 
8 
 
 
0 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
8 
 
Assim, por exemplo, se o mercado for composto por dois consumidores (A e B), Ter-se-
ia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Consumidor A Consumidor B Mercado 
 
2.2. A oferta 
Q quantidade do bem x, por unidade de tempo, que os vendedores desejam oferecer no 
mercado constitui a oferta do bem x. Similarmente à demanda, a oferta também é influenciada 
por diversas variáveis, entre elas: 
a) o preço do bem x (Px); 
b) preço dos insumos utilizados na produção (Pi); 
c) tecnologia (T); 
d) preço de outros bens (Pz). 
Matematicamente, pode-se expressar a oferta do bem x (Ox) pela seguinte função: 
Ox = f (Px . Pi . T . Pz . etc.) 
OBS.: etc. = refere-se a outras possíveis variáveis que possam influenciar a oferta. 
Assumindo-se a hipótese do caeteris paribus2: 
Ox = f (Px) 
Expressão que é denominada função de oferta do bem x; a sua representação gráfica, 
mostrada a seguir, é denominada de curva do bem x. 
 
 
 
 
2 A expressão caeteris paribus significa tudo mais constante. Nesse caso, quer dizer que, tudo o que não for preço de 
X, é considerado constante. 
Px 
 20 40 Qx 
10 
 
8 
 
 
0 
Px 
 15 28 Qx 
10 
 
8 
 
 
0 
Px 
 35 68 Qx 
10 
 
8 
 
 
0 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A oferta do bem x é uma curva ascendente da esquerda para a direita, mostrando que, 
quanto maior o preço, maior será a quantidade que os produtores desejarão oferecer no mercado. 
A oferta do bem x é portanto, uma função direta ou crescente do preço. 
 
2.3. O equilíbrio de mercado na concorrência perfeita 
2.3.1. Conceito 
A oferta e a demanda do bem x conjuntamente determinam o preço de equilíbrio no 
mercado de concorrência perfeita. O preço de equilíbrio é definido como o preço que iguala as 
quantidades demandadas pelos compradores e as quantidades ofertadas pelos vendedores, de tal 
modo que ambos os grupos fiquem satisfeitos. Veja o gráfico a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O gráfico apresenta as curvas de demanda e oferta do bem x e sua interação no mercado. 
O preço e a quantidade de equilíbrio somente serão alterados no mercado se ocorrer um 
deslocamento das curvas de oferta e procura. 
Preço do bem x ($) 
 
 100 120 Quantidade ofertada 
10 
 
8 
 
 
0 
Px 
 
 
 
20 
 
14 
 
10 
 
 40 60 100 150 170 Qx 
Demanda Oferta 
Excedente 
Escassez 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
10 
 
No exemplo acima tem-se que o equilíbrio de mercado se dá ao preço de $14,00. Nesse 
ponto as quantidades ofertadas e demandadas são iguais, sendo essas de 100 unidades. 
Nota-se que quando o preço sobe acima do preço de equilíbrio, passa a haver excedente 
de produto no mercado, ou seja, a oferta passa a ser maior que a demanda. Para que o excedente 
cesse, o preço deve reduzir voltando ao equilíbrio ou pelo menos tendendo a ele. 
Já para preços abaixo do preço de equilíbrio tem-se escassez de produto, devido a 
demanda ser maior oferta. Para que a escassez cesse é necessário que o preço suba tendendo 
assim ao equilíbrio. 
 
2.3.2. Tratamento matemático 
Embora os economistas refiram-se às curvas de demanda e de oferta, estas também 
podem ser expressas linearmente. 
QDx = 280 – 4Px (demanda) 
QOx = – 20 + 2Px (oferta) 
Px QDx = 280 – 4Px QOx = – 20 + 2Px 
30 280 – (4 x 30) = 160 - 20 + (2 x 30) = 40 
40 280 – (4 x 40) = 120 - 20 + (2 x 40) = 60 
50 280 – (4 x 50) = 80 - 20 + (2 x 50) = 80 
60 280 – (4 x 60) = 40 - 20 + (2 x 60) = 100 
 
Observando-se a tabela acima, percebe-se facilmente que o preço de equilíbrio é $50. 
Para se obter o preço de equilíbrio, seria mais fácil igualar-se as quantidades demandadas 
e ofertadas (já que o preço de equilíbrio iguala as duas quantidades). 
 
280 - 4Px = 20 + 2Px 
300 = 6Px 
Px = 300/6 
Px = 50 
 
Para encontrar a quantidade de equilíbrio basta 
substituir o preço encontrado ao lado em uma 
das duas funções: 
Qx = – 20 + 2Px 
Qx = – 20 + 2 (50) 
Qx = 80 
 
 
 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
11 
 
2.4. Mudança no preço de equilíbrio de mercado em virtude de 
deslocamentos das curvas de oferta e procura 
2.4.1. Deslocamentos das curvas de demanda 
A curva de demanda se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas 
variáveis que supusemos constantes quando traçamos a curva mudar de valor. Ela se deslocará 
para a direita da posição original quando a mudança do valor da variável antes suposta constante 
contribuir para aumentar a demanda e para a esquerda da posição original quando contribuir para 
diminuir a demanda. 
 
2.4.1.1. Mudança na renda dos consumidores 
Bens normais 
Bens normais são aqueles cujo consumo aumenta à medida que a renda do consumidorse 
eleva. 
Suponha-se que um determinado nível de renda dos consumidores, a curva de demanda 
do bem x apresente os seguintes pares e quantidades procuradas: 
 
Px QPx 
10 100 
11 90 
12 81 
13 76 
 
O gráfico seria o seguinte: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Px Demanda 
 
 
 
13 
 
 
12 
 
11 
10 
 
 
 76 81 90 100 Qx 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
12 
 
Caso a renda dos consumidores se eleve, provavelmente eles aumentarão também as 
quantidades demandadas do bem x de tal forma que, para os possíveis níveis de preços: 
 
 R = 1.000 R = 1.200 
Px QPx QP’x 
10 100 110 
11 90 100 
12 81 90 
13 76 81 
 
Com esse aumento na renda a curva de demanda desloca-se para a direita, passando a ser 
D’x, conforme a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bens inferiores 
Bens inferiores são bens cuja demanda diminui quando o nível de renda do consumidor 
aumenta e aumenta quando o consumidor fica mais pobre. 
Se o bem x for um bem inferior, o aumento de renda dos consumidores reduz a sua 
demanda, a curva desloca-se para a esquerda e o preço e a quantidade de equilíbrio diminuem, 
conforme o gráfico a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
Dx D’x 
 76 81 90 100 110 Ox 
Px 
 
 
 
13 
 
12 
 
11 
 
10 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fazendo a análise passo-a-passo tem-se que um aumento na renda leva a demanda de um 
bem inferior a se deslocar para a esquerda. Quando isso ocorre, a demanda passa a ser Q2, isto é, 
menor que a oferta que permanece Q1, havendo assim, excesso de produto no mercado. Para que 
o excedente seja escoado o preço cai até atingir o novo equilíbrio P2. Dessa forma passa-se a ter 
uma nova quantidade de equilíbrio Q3, menor que a anterior. 
 
2.4.1.2 Mudanças nos preços de outros bens (Pz) 
Um determinado bem Z pode Ter as seguintes relações com o bem x: 
a) Z é um bem de consumo independente de x; 
b) Z é substituto de x; 
c) Z é complementar de x. 
 
Bens substitutos 
São aqueles bens em que o consumo de um deles exclui o consumo do outro. A 
substituição não precisa ser total, basta o fato de ele comprar maiores quantidades de manteiga 
implicar um certa redução do seu consumo de margarina. 
Bens complementares 
São os bens cujo consumo é feito geralmente de forma simultânea. Da mesma forma que 
a substituibilidade, a complementaridade não precisa ser total, ou seja, o consumo de um 
implicar necessariamente no consumo do outro, bastando que o consumo de ambos seja 
associado de alguma forma. Exemplo: pão e manteiga. 
 
Px 
Q2 Q3 Q1 
P2 
P1 
D 
D’ 
O 
Qx 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
14 
 
2.4.2. Deslocamentos da curva de oferta 
A curva de oferta se desloca em relação à sua posição original quando uma daquelas 
variáveis que foram supostas constantes ao se traçar a curva mudar de valor. Se a mudança do 
valor da variável aumentar a oferta, ela se deslocará para a direita e de diminuir, para à esquerda 
da posição original. 
 
2.5. Elasticidade 
 
2.5.1. Definição 
Na teoria econômica, o termo elasticidade significa sensibilidade. Dessa forma, ao se 
dizer que a demanda do bem x é elástica em relação a seu preço significa dizer que os 
consumidores do bem x são sensíveis a alterações em seu preço. Assim, caso este aumente, os 
consumidores diminuirão de forma significativa o seu consumo. Ex.: carne, roupa e carro. 
Já quando se afirma que a demanda do bem é inelástica, quer-se dizer que os 
consumidores desse bem mudarão muito pouco a sua quantidade procurada, mesmo que o preço 
se eleve substancialmente. Ex.: arroz e sal. 
Nesta unidade serão estudados quatro conceitos de elasticidade: 
a) Elasticidade-preço da demanda; 
b) Elasticidade-renda da demanda; 
c) Elasticidade-cruzada da demanda; e 
d) Elasticidade-preço da oferta. 
 
2.5.2. Elasticidade-preço da demanda (EPD) 
A EPD indica a mudança percentual na quantidade demandada em resposta à mudança 
percentual nos preços. 
Para entender o conceito, suponha o seguinte comportamento da demanda de dois bens A 
e B: 
 Demanda de A Demanda de B 
 PA QA PB QB 
1º Momento 10 100 20 80 
2º Momento 12 60 24 76 
 
Observe que ambos os produtos, A e B, tiveram seus preços majorados em 20%. No 
entanto, o comportamento da quantidade demandada foi diferente: 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
15 
 
QA diminuiu 40% 
QB diminuiu 5% 
Isso significa que: 
A demanda de A é elástica, isto é, sensível a variações de preços; e 
A demanda de B é inelástica, isto é, pouco sensível a variações de preços. 
 
2.5.2.1. Coeficiente de EPD 
O coeficiente de EPD é uma medida numérica da sensibilidade da demanda em relação 
ao preço, sendo definido por: 
preçodopercentualiaçãovar
demandadaquantidadedapercentualiaçãovarEPD = (1) 
EPD = 
Q
P
P
Q
P
P
Q
Q
P
P
Q
Q
´
D
D
=
D
´
D
=
D
D
 (2) 
Sabendo que 
P
Q
D
D
 é a derivada de Q com relação a P, ou seja, 
P
Q
¶
¶
, a EPD, também pode 
ser definida como: 
EPD = 
Q
P
P
Q
´
¶
¶
 (3) 
 
Assim, no exemplo anterior, tem-se: 
Bem A: Bem B: 
EPD = 2
%20
%40
-=
-
 EPD = 25,0
%20
%5
-=
-
 
 
Isso significa para o bem A que possui EPD = - 2, que o aumento de 1% no preço do 
produto A, leva a uma redução de 2% na demanda desse produto. 
No caso do bem B, a interpretação do coeficiente seria: o aumento de 1% no produto B, 
leva a uma redução3 de 0,25% na demanda desse produto. 
Dessa forma, tem-se que , se o valor absoluto4 de EPD for: 
 
3 Sabe-se que o aumento de preço leva a uma redução na demanda, devido ao sinal negativo do coeficiente de EPD, 
indicando a relação inversa entre preço e demanda. 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
16 
 
a) > 1 [ demanda elástica quanto à preço; 
b) < 1 [ demanda inelástica quanto à preço; e 
c) = 1 [ demanda unitária quanto à preço. 
 
2.5.2.2. Distribuição do coeficiente de EPD ao longo da curva de 
demanda 
Se, ao invés de uma tabela, tivermos uma função de demanda, também é possível 
encontrar a EPD, utilizando a fórmula (3). Assim, consideremos a seguinte equação: 
Qx = 600 – 5Px 
Que graficamente seria: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para encontrar a EPD, em cada um dos pontos A, B e C, basta aplicar a fórmula (3), 
como veremos a seguir. 
 
Ponto A : EPD = 
Q
P
P
Q
´
¶
¶
 = 
150
450
150
905 -=´- = - 3 Þ ç-3çÞ 3 [ EPD >1 
[ demanda elástica quanto à preço. 
Ponto B : EPD = 
Q
P
P
Q
´
¶
¶
 = 
300
300
300
605 -=´- = - 1 Þ ç-1çÞ 1 [ EPD =1 
[ demanda unitária quanto à preço. 
 
 
4 Para determinar qual a elasticidade de um determinado produto, deve-se usar o valor absoluto do coeficiente, ou 
seja, o módulo dele. Dessa forma, o sinal negativo deve ser desconsiderado na hora de avaliar se o coeficiente é >, < 
ou = a -1. 
C
0 150 300 400 600 Q 
A
B
R$ 
120 
 
 
 
 
90 
 
60 
 
40UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
17 
 
Ponto C : EPD = 
Q
P
P
Q
´
¶
¶
 = 
400
200
400
405 -=´- = - 0,5 Þ ç-0,5çÞ 0,5 [ EPD <1 
[ demanda inelástica quanto à preço. 
 
A cada preço a EPD terá um valor diferente, sendo que à medida que o preço se eleva, a 
EPD também aumenta. 
Quando se diz que a elasticidade-preço da demanda é unitária, quer-se evidenciar que 
uma mudança de 1% no preço desta mercadoria gera uma variação de sentido inverso e 
magnitude igual na sua quantidade demandada. Se a demanda é inelástica, tem-se que, frente a 
uma determinada variação nos preços, a quantidade demandada caminha em sentido contrário, e 
o impacto se dá em menor proporção. Se a demanda é elástica, por sua vez, uma variação de 1% 
no preço dessa mercadoria gera uma queda superior a esse percentual na sua quantidade 
demandada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.5.2.3. Fatores que influenciam a EPD 
1) Quanto maior o grau de utilidade do produto para o consumidor, menos elástica será 
sua demanda. 
Ex.: Inelástico [ arroz, leite, ração etc. 
 Elástico [ carne de 1ª, pizza, vinho etc. 
2) Quanto menos substitutos tiver o bem, menos elástica será sua demanda. 
Ex.: idem ao anterior. 
3) Quanto menor o preço do bem x e, portanto, seu peso no orçamento do consumidor, 
menos elástica será sua demanda. 
Ex.: idem ao anterior. 
EPD = 1 
EPD < 1 
EPD = 0
Q 
EPD = ¥
EPD > 1 
P 
Ponto médio 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
18 
 
4) Quanto maior o período de tempo em consideração mais elástico será o produto. 
Assim, o produto será mais elástico no longo prazo do que no curto prazo, devido a 
defasagens de respostas dos consumidores às variações de preço. 
5) Quanto maior o grau de saturação do mercado de um produto maior a sua elasticidade. 
Ex.: geladeira, fogão etc. 
6) Quanto maior a proporção da renda gasta com o produto, maior a elasticidade. 
 
2.5.2.4. Relação entre a EPD e a receita total (RT) do produtor. 
A RT dos produtores corresponde ao seu faturamento, isto é, da multiplicação das 
quantidades vendidas do bem x pelo seu preço de venda. 
Vale lembrar que: 
O valor da venda pelo produtor = valor da compra pelo consumidor 
RT do produtor = dispêndio total (DT) do consumidor 
 
a) Demanda elástica 
Aumento no preço [ Redução da RT [ Redução do DT 
Redução no preço [ Aumento da RT [ Aumento do DT 
Exemplo: 
PA QA RT = DT 
10 100 10 ´ 100 = 1.000 
12 60 12 ´ 60 = 720 
(((12 - 10)/10)´100) = 20% (((60 - 100)/100)´100) = 40% 
 
Note que: 
O preço aumenta em 20%, mas a quantidade diminui em 40%. Assim, a RT diminui de 
1.000 para 720, ou seja, o produtor tem uma redução de 280 em sua RT, quando eleva o preço do 
produto (elástico) em 20%. 
 
b) Demanda inelástica 
Aumento no preço [ Aumento da RT [ Aumento do DT 
Redução no preço [ Redução da RT [ Redução do DT 
 
 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
19 
 
D 
D P 
Q 
P 
Q 
P 
Q 
Exemplo: 
PB QB RT = DT 
20 80 20 ´ 80 = 1.600 
24 76 24 ´ 76 = 1.824 
(((24 - 20)/20)´100) = 20% (((76 - 80)/80)´100) = 5% 
 
Note que: 
O preço aumenta em 20%, mas a quantidade diminui em apenas 5%. Assim, a RT 
aumenta de 1.600 para 1.824, ou seja, o produtor tem um aumento de 224 em sua RT, quando 
eleva o preço do produto (inelástico) em 20%. 
c) Demanda unitária 
Com o aumento ou redução do preço, a RT e o DT, permanecem o mesmo. Sintetizando: 
 P aumenta P diminui 
Bem elástico RT diminui RT aumenta 
Bem inelástico RT aumenta RT diminui 
Bem com elasticidade constante RT se mantém RT se mantém 
 
2.5.2.5. Casos especiais de demanda linear 
 
 
 
 
 
 
 Demanda anelástica Demanda infinitamente elástica 
 
2.6. Elasticidade-renda da procura (ER) 
A ER mede a sensibilidade da demanda do bem x em relação a variações na renda (R) do 
consumidor. 
 
ER = 
consumidordorendadapercentualiaçãovar
procuradaquantidadedapercentualiaçãovar
 
 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
20 
 
ER = 
Q
R
R
Q
R
R
Q
Q
R
R
Q
Q
´
D
D
=
D
´
D
=
D
D
 
 
Sabendo que 
R
Q
D
D
 é a derivada de Q com relação a R, ou seja, 
R
Q
¶
¶
, a ER, também pode 
ser definida como: 
ER = 
Q
R
R
Q
´
¶
¶
 
Supondo: 
Quantidade demandada 
Bens R = 1.000 R = 1.300 
A 40 36 
B 50 60 
C 60 78 
D 20 30 
 
1) ER (Bem A) = 
P
P
Q
Q
D
´
D
 = 33,0
3
1
%30
%10
3,0
1,0
1000
300
40
4
1000
10001300
40
)4036(
=-=
-
=
-
=
-
=
-
-
 
 
A quantidade do Bem A diminui quando a renda aumenta. Nesse caso tem-se um 
bem inferior, que possui coeficiente de elasticidade negativo refletindo a relação inversa 
ente quantidade e renda. Como o coeficiente ER é menor que um tem-se também um 
produto inelástico a renda. 
2) ER (Bem B) = 
P
P
Q
Q
D
´
D
 = 67,0
%30
%20
3,0
2,0
1000
300
50
10
1000
10001300
50
)5060(
====
-
-
 
 
O coeficiente de ER do bem B, é positivo, significando que esse é um bem 
normal; e é também menor que um indicando que B tem demanda inelástica quanto à 
renda. 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
21 
 
3) ER (Bem C) = 
P
P
Q
Q
D
´
D
 = 1
%30
%30
3,0
3,0
1000
300
60
18
1000
10001300
60
)6078(
====
-
-
 
O bem C apresenta ER unitária. 
 
4) ER (Bem D) = 
P
P
Q
Q
D
´
D
 = 67,1
%30
%50
3,0
5,0
1000
300
20
10
1000
10001300
20
)2030(
====
-
-
 
 
Como a ER do bem D é maior que um, sua demanda é elástica em relação à variação da renda. 
Tipo de bem Valor relativo da ECP Valor absoluto da ECP 
Normal > 0 > 1 [ elástica 
 < 1 [ inelástica 
= 1 [ unitária Inferior < 0 
 
2.7. Elasticidade-cruzada da procura (ECP) 
A ECP mede a sensibilidade da demanda do bem x a variações nos preços de outros bens 
(PZ). Assim, o coeficiente da ECP pode ser encontrado da seguinte forma: 
 
ECP = 
zbemdopreçodopercentualiaçãovar
xbemdoprocuradaquantidadedapercentualiaçãovar
 
 
ER = 
Q
P
P
Q
P
P
Q
Q
P
R
Q
Q
z
zz
z
z
´
D
D
=
D
´
D
=
D
D
 
Sabendo que 
zP
Q
D
D
 é a derivada de Q com relação a Pz, ou seja, 
zP
Q
¶
¶
, a ECP, também 
pode ser definida como: 
ECP = 
Q
P
P
Q z
z
´
¶
¶
 
 UNIDADE 2 – DEMANDA DE PRODUTOS AGROINDUSTRIAIS 
22 
 
De acordo com o valor do coeficiente, tem-se que x e z, podem ser complementares, 
substitutos ou independentes, conforme o quadro abaixo: 
 
Relação entre x e z Valor relativo da ECP Valor absoluto da ECP 
Substitutos > 0 > 1 [ elástica 
< 1 [ inelástica 
= 1 [ unitária Complementares < 0 
Consumo independente = 0 ____________ 
 
2.8. Elasticidade-preço da oferta (EPO) 
Mede a sensibilidade da oferta a variações no preço do bem x. 
 
EPO = 
xbemdopreçodopercentualiaçãovar
xbemdoofertadaquantidadedapercentualiaçãovar
 
 
EPO = 
Q
P
P
Q
P
P
Q
Q
P
P
Q
Q
´
D
D
=
D
´
D
=
D
D
 
Sabendo que 
P
Q
D
D
 é a derivada de Q com relação a P, ou seja, 
P
Q
¶
¶
, a EPO, também pode 
ser definida como: 
EPO = 
Q
P
P
Q
´
¶
¶
 
Assim, quando a oferta é linear, a elasticidade é constante ao longo da curva, como 
abaixo: 
 
Dessa forma, tem-se que , se o valor absoluto 
da EPO for: 
a) > 1 [ oferta elástica quanto à preço; 
b) < 1 [ oferta inelástica quanto à preço; e 
c) = 1 [ ofertaunitária quanto à preço. 
EPO > 1 
EPO = 1 
EPO < 1 
Q 
P 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 23
UNIDADE 3 – ESTRUTURAS DE MERCADO 
 
3.1. Introdução 
Nas aulas anteriores foi visto, quais variáveis afetam a demanda e a oferta de bens e 
serviços, e como são determinados os preços. Supondo sem interferências, o mercado 
automaticamente encontra seu equilíbrio. Implicitamente, estava sendo suposta uma estrutura 
específica de mercado, qual seja, a de concorrência perfeita. 
As estruturas de mercado são modelos que captam aspectos de como os mercados estão 
organizados. Cada estrutura de mercado destaca aspectos essenciais da interação da oferta e da 
demanda, baseando-se em características observadas em mercados existentes. Em todas as 
estruturas clássicas os agentes são maximizadores de lucro. Assim sendo, as estruturas de 
mercado dos bens e serviços, podem ser classificadas em: 
1. Concorrência Pura ou Perfeita 
2. Monopólio 
3. Oligopólio 
4. Concorrência monopolística 
Já as estruturas de mercado dos fatores de produção são classificadas como: 
1. Concorrência Perfeita 
2. Monopsônio 
3. Oligopsônio 
 
3.2. Estruturas de mercado dos bens e serviços 
3.2.1. Concorrência Pura ou Perfeita 
Estrutura que tem por objetivo descrever o funcionamento equilibrado, ou ideal, servindo 
com base para o estudo de outras estruturas. Apesar de ser teórico, o estudo da concorrência 
perfeita é importante pelas inúmeras conseqüências derivadas de suas hipóteses, que 
condicionam o comportamento dos agentes econômicos em diferentes mercados. As hipóteses do 
modelo são: 
a) Atomização: mercado com infinitos vendedores e compradores, de forma que um agente 
isolado não tem condições de afetar o preço de mercado. Assim, o preço de mercado é um dado 
fixado para empresas e consumidores. A expressão de cada um é insignificante. 
b) Homogeneidade: todas as firmas oferecem um produto semelhante, homogêneo. Nenhuma 
empresa pode diferenciar o produto. Os produtos são substitutos perfeitos. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 24
c) Mobilidade: cada agente comprador e vendedor atua independente de todos os demais. A 
mobilidade é livre e não há quaisquer acordos entre os que participam do no mercado. 
d) Permeabilidade: não há quaisquer barreiras para entrada ou saída dos agentes que atuam ou 
querem atuar no mercado. Barreiras técnicas, financeiras, legais, emocionais ou de qualquer 
outra ordem não existem. Quando a rentabilidade de uma indústria está alta no curto prazo, 
novas empresas ingressarão e o lucro assume o seu nível normal no longo prazo. 
e) Preço limite: nenhum vendedor de produto pode praticar preços acima daquele que está 
estabelecido no mercado, resultante da livre atuação das forças de oferta e procura. Em 
contrapartida, nenhum comprador pode impor um preço abaixo do de equilíbrio, sendo que o 
preço limite é dado pelo mercado. 
f) Extra-preço: não há qualquer eficácia em formas de concorrência fundamentadas em 
mecanismos extra-preço. A oferta de quaisquer vantagens adicionais, associáveis ao produto ou 
fator, não faz qualquer sentido. Essa característica é subproduto da homogeneidade. 
g) Transparência: por fim, o mercado é absolutamente transparente. Não há qualquer agente 
que possua informações privilegiadas ou diferentes daquelas que todos detêm. As informações 
que possam influenciar o mercado são perfeitamente acessíveis a todos. 
 
3.2.2. Monopólio 
O monopólio situa-se em outro extremo. O setor é constituído de uma única firma, 
porque existe um único produtor que realiza toda a produção, isto é, situação em que uma 
empresa domina sozinha a produção ou comércio de uma matéria-prima, produto ou serviço e 
que, por isso, pode estabelecer o preço à vontade. Nessa estrutura de mercado há: 
a) Unicidade: há apenas um vendedor, dominando inteiramente a oferta. Sob monopólio, os 
conceitos de empresa e de atividade sobrepõem-se. A indústria monopolista é constituída por 
uma única firma ou empresa. 
b) Insubstituibilidade: o produto da empresa monopolista não tem substitutos próprios. A 
necessidade a ser atendida não tem como ser igualmente satisfeita por qualquer similar ou 
sucedâneo. 
c) Barreira: a entrada de um novo concorrente no mercado monopolista é, no limite, impossível. 
As barreiras podem ser: 
c.1) Naturais: ocorre quando o mercado, por suas próprias características, exige a instalação 
de grandes plantas industriais, exigindo um elevado montante de investimento. A empresa 
monopolística já está estabelecida em grandes dimensões e tem condições de operar 
normalmente com economias de escala e custos unitários bastantes baixos, possibilitando à 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 25
empresa cobrar preços baixos por seu produto, o que acaba praticamente inviabilizando a 
entrada de novos concorrentes. Esse é denominado de monopólio puro ou natural 
c.2) Patentes : Toda Patente é uma forma de Monopólio, enquanto a patente não cai em 
domínio público, a empresa monopolista é a única que detém a tecnologia apropriada para 
produzir aquele determinado bem. 
c.3) Controle de matérias-primas chaves: Exemplo: o controle das minas de bauxita pelas 
empresas produtoras de alumínio. 
c.4) Monopólio estatal ou institucional: protegido pela legislação, normalmente em setores 
estratégicos ou de infra-estrutura. 
De uma maneira geral, a regulação é aplicada ao monopólio natural e a 
desregulamentação é aplicada em monopólios artificiais, tornando-se competitivo. 
Diferentemente da concorrência perfeita, como existem barreiras à entrada de novas empresas, 
os lucros extraordinários devem persistir também a longo prazo em mercados monopolizados. 
d) Extra-preço: devido a seu pleno domínio sobre o mercado, os monopólios dificilmente 
recorrem às formas convencionais de mecanismos extra-preço, para estimular ou desestimular 
comportamentos de compradores. 
e) Opacidade: os monopólios são, por definição, opacos. O acesso a informações sobre fontes 
supridoras, processos de produção, níveis de oferta e resultados alcançados dificilmente são 
abertos e transparentes. A empresa monopolista caracteriza-se por ser impenetrável. 
f) Poder: a expressão poder de monopólio é empregada para caracterizar a situação privilegiada 
em que se encontra o monopolista, quanto às duas importantes variáveis do mercado: preço e 
quantidade. 
A firma tem uma forte(total) influência sobre os preços do produto, sendo que nessa 
estrutura, a curva de demanda da empresa é a própria curva de demanda do mercado como um 
todo. O monopolista estabelece o preço de venda do produto sobre a curva de demanda (portanto 
não há curva de oferta), sendo que, ele pode discriminar preços e usar o poder de monopólio. 
Discriminar preços é cobrar preços diferentes de diferentes classes de compradores, por 
um produto idêntico, ou então, cobrar o mesmo preço por produto que têm custos marginais 
diferentes. 
Poder de monopólio é quando um produtor, ao trabalhar com capacidade ociosa coloca 
no mercado um volume menor de produção, cobrando preços superiores àqueles que seriam 
praticados se o mercado fosse competitivo. 
Quando a indústria se monopoliza, o preço de venda será maior que o preço de mercado 
em concorrência perfeita, e o nível de produção inferior. Os consumidores sairão perdendo, pois 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 26
terão que pagar um preço superior para obter o produto, que será oferecido em quantidade 
inferior. Nesse caso, ou os consumidores se submetem às condições impostas pelo vendedor, ou 
simplesmente deixam de consumir o produto. 
Muitas Legislações proíbem a existência de monopólio, permitindo apenas para aqueles 
segmentosde mercado onde, para o perfeito funcionamento deveria existir apenas uma empresa, 
são os chamados monopólios institucionais ou estatais considerados estratégicos ou de segurança 
nacional (energia, comunicação, petróleo). Para detalhes sobre a legislação consultar CADE 
(2006). 
 
3.2.3. Oligopólio 
Estrutura de mercado caracterizada pela existência de um reduzido número de empresas 
dominando o mercado e produzindo produtos que são substitutos próximos entre si. Para 
acontecer o oligopólio são necessários os seguintes elementos: 
a) Número de firmas: pode caracterizar-se por haver um pequeno número de empresas 
(indústria automobilística), ou então um grande número de empresas, mas poucas dominando o 
mercado, (indústria de bebidas). 
b) Grau de diferenciação do produto: o oligopólio pode oferecer produtos homogêneos 
(indústria do cimento, aço), ou produtos diferenciados (indústria automobilística). Como ambos 
os tipos de produtos, homogêneos e diferenciados, são substitutos próximos entre si, as firmas 
oligopolistas concorrem com base na qualidade, design do produto, serviço ao cliente, 
propaganda etc. 
c) Barreiras: nessa estrutura há presença de barreira para entrada de novas firmas, que é 
exercida com o controle de matérias-primas, registro de patentes, tradição, padrão tecnológico, 
custo fixo elevado etc. 
d) Poder: no oligopólio as firmas têm uma considerável influência sobre os preços dos produtos 
no mercado. No entanto, as decisões sobre o preço e a produção de equilíbrio são 
interdependentes, porque a decisão de um vendedor influi no comportamento econômico dos 
outros vendedores, sendo essa uma das características básicas do oligopólio: a interdependência 
mútua. Dado que as empresas determinam seus preços com base nas estimativas de suas funções 
de demanda, levando em consideração a reação de seus rivais, o normal será uma elevada dose 
de incerteza. Assim, as empresas podem agir da seguinte forma: 
d.1.) Adivinhar as ações dos rivais; 
d.2.) Competir somente na base da publicidade; 
d.3.) Formar um cartel. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 27
O cartel é um acordo entre empresas visando a fixação de preços e eventualmente, fatias 
de mercado, anulando assim a evolução dos preços pela lei da oferta e procura. Dessa forma, em 
vez de competir, as empresas podem buscar cooperar e repartir o mercado. Dois tipos de cartel 
podem ser formados: o cartel perfeito e o cartel imperfeito. 
d.3.1) Cartel perfeito: nada mais é do que oligopolistas, reconhecendo a interdependência 
que têm entre si, procuram se unir e maximizar o lucro do cartel. A solução a que se chega é a de 
monopólio puro. De maneira geral, os cartéis são instáveis. Considerando que em geral operam 
com uma certa capacidade ociosa, o incentivo para que individualmente os membros tentem 
burlar os demais é grande, sendo que cada membro do cartel tem, incentivos para abaixar os 
preços e vender mais do que sua quota. O atrito entre os interesses coletivos do cartel e os 
individuais de seus integrantes freqüentemente acaba em "guerra de preços", nas quais cada 
empresa procura aumentar sua participação no mercado. Ex: empresas aéreas, OPEP etc. 
d.3.2.) Cartel imperfeito: é uma coalizão imperfeita, onde as empresas de um setor 
oligopolista decidem tacitamente (isto é, não é necessário um acordo formal) estabelecer o 
mesmo preço, aceitando a liderança de uma empresa da indústria. A líder (empresa que fixa o 
preço) pode tanto ser a firma de custo mais baixo, como também a maior firma do mercado. A 
firma líder fixa o preço e é seguida pelas demais. Todas maximizam o lucro reconhecendo a 
interdependência que têm entre si. Na hipótese da firma líder ser a de custo mais baixo, entra em 
consideração a regulamentação anti-monopólio (ela é obrigada a descartar a possibilidade de 
práticas predatórias de preço que levem seu concorrente à bancarrota). 
 
3.2.4. Concorrência monopolística 
Embora apresente, como na concorrência perfeita, uma estrutura de mercado em que 
existe um número elevado de empresas, a concorrência monopolística caracteriza-se pelo fato de 
que as empresas produzem produtos diferenciados, embora substitutos próximos. Por exemplo, 
diferentes marcas de sabonete, refrigerante, sabão em pó etc. Trata-se, assim, de uma estrutura 
mais próxima da realidade que a concorrência perfeita. 
A diferenciação de produtos pode dar-se por características físicas (composição química, 
potência etc.), pela embalagem, ou pelo esquema de promoção de vendas (propaganda, 
atendimento, brindes etc.); 
Nesta estrutura, cada empresa tem certo poder sobre a fixação de preços, no entanto a 
existência de substitutos próximos permite aos consumidores alternativas para fugirem de 
aumentos de preços. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 28
Da mesma forma que na concorrência perfeita, prevalece a suposição de que não existem 
barreiras para a entrada de novas firmas no mercado. As principais características desta estrutura 
de mercado são: 
a) Competitividade: é elevado o numero de concorrentes, com capacidade de competição 
relativamente próximas. 
b) Diferenciação: o produto de cada concorrente apresenta particularidades capazes de distingui-
lo dos demais e de criar um mercado próprio para ele. 
c) Substituibilidade: embora cada concorrente tenha um produto diferenciado os produtos de 
todos os concorrentes substituem-se entre si. Obviamente, a substituição não é perfeita, mas é 
possível, conhecida e de fácil acesso. 
d) Preço-prêmio: a capacidade de cada concorrente controlar o preço depende do grau de 
diferenciação percebido pelo comprador. A diferenciação quando percebida e aceita, pode dar 
origem a um preço-prêmio, gerando resultados favoráveis e estimuladores. 
e) Barreiras: as barreiras à entrada em mercados monopolisticamente competitivos tendem a ser 
baixas. Há relativa facilidade para ingresso de novas empresas no mercado. Quando a 
rentabilidade de uma indústria está alta no curto prazo, novas empresas ingressarão e o lucro 
assume o seu nível normal no longo prazo. 
f) Poder: cada empresa tem um certo poder sobre os preços, dado que os produtos são 
diferenciados, e o consumidor tem opções de escolha, de acordo com sua preferência. No 
entanto, a margem de manobra dos preços não é muito ampla, uma vez que existem produtos 
substitutos no mercado. 
 
RESUMO – Principais características das estruturas básicas de mercado 
Característica Concorrência Perfeita Monopólio Oligopólio 
Concorrência 
Monopolista 
1. Nº de empresas Muito grande Só há uma empresa Pequeno Grande 
2. Produto Homogêneo 
Não há substitutos 
próximos 
Homogêneo ou 
diferenciado 
Diferenciado 
3. Preços 
Não há possibilidade de 
manobras pelas 
empresas 
As empresas têm 
grande poder para 
manter preços 
relativamente elevados 
Embora dificultado 
pela interdependência 
entre as empresas, estas 
tendem a formar cartéis 
Pouca margem de 
manobra, devido à 
existência de 
substitutos próximo. 
4. Extra-preço 
Não é possível, nem 
seria eficaz. 
A empresa geralmente 
recorre a campanhas 
institucionais 
É intensa, sobretudo 
quando há 
diferenciação do 
produto 
É intensa 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 29
5. Barreiras Não há barreiras 
Barreiras de acesso a 
novas empresas 
Barreiras de acesso a 
novas empresas 
Não há barreiras 
Exemplos 
Produtos agrícolas em 
geral 
Petróleo, Energia Automóveis Creme dental, shampoo 
Fonte: ROSSETTI, 2000. 
 
3.3. Estruturas de mercado dos fatores de produção 
Até aqui identificamos as estruturas de mercados de bens e serviços. O mercado de 
fatores de produção – mão deobra, capital, terra e tecnologia – também apresenta diferentes 
estruturas, as quais são resumidas a seguir: 
 
3.3.1. Concorrência Perfeita 
Existe uma oferta abundante do fator de produção (ex.: mão-de-obra não especializada), o 
que torna o preço desse fator constante. No caso da economia moçambicana onde há elevado 
índice de desemprego os salários são pressionados para baixo acarretando sérias distorções 
sociais. 
 
3.3.2. Monopsônio 
Estrutura de mercado caracterizada pela existência de um único comprador que domina o 
mercado. É um a estrutura que pode prevalecer especialmente no mercado de trabalho. É o caso, 
por exemplo, da empresa que se instala em uma determinada cidade do interior e, por ser única, 
torna-se demandante exclusiva da mão-de-obra local e das cidades próximas, fixando os salários 
em patamares baixos. Portanto, ou os trabalhadores empregam-se no monopsônio, ou precisam 
trabalhar em outra localidade. Há também situações em que ocorre o monopólio bilateral. 
Monopólio bilateral: ocorre quando um monopsonista, na compra do fator de produção, 
defronta-se com um monopolista na venda desse fator. Nessa estrutura defrontam-se um 
monopolista e um monopsonista. Tipicamente, o monopolista deseja vender uma certa 
quantidade de produto por um preço, e o monopsonista pretende obter a mesma quantidade por 
um preço diferente daquele oferecido pelo monopolista. Como ambas as posições são 
conflitantes, somente a negociação recíproca permite a definição do preço. 
Exemplo: A Bom-Bril compra um tipo de aço que apenas a Siderúrgica Belgo Mineira 
produz. O preço de mercado dependerá do poder de barganha de cada uma. Outro exemplo é, 
numa cidade relativamente isolada, existe apenas uma fábrica, que se defronta com um único 
sindicato de trabalhadores. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 30
3.3.3. Oligopsônio 
Existem poucos compradores que dominam o mercado. Ex.: Indústria de laticínios. 
 
Anexo da Unidade IV5 – Cartilha do CADE 
ABUSOS DE MERCADO AÇÕES DO GOVERNO 
Criado em 1962 pela Lei nº 4.137, o CADE – Conselho Administrativo de Direito Econômico, é 
uma autarquia ligada ao Ministério da Justiça, que tem por objetivo julgar processos relativos a 
abusos do poder econômico, bem como analisar fusões de empresas que podem criar situações 
de monopólio. Quando se prova que a limitação da concorrência não propicia ganhos aos 
consumidores em termos de menores preços ou produtos tecnologicamente mais avançados o 
CADE manda desfazer o negócio entre as partes. 
APRESENTAÇÃO 
O objetivo deste trabalho é difundir e consolidar a cultura da defesa da concorrência no Brasil. 
Para tanto é dirigido à empresários, instituições financeiras, trabalhadores, sindicatos 
empresariais, aos cidadãos, e a sociedade como um todo. O Conselho Administrativo de Defesa 
Econômica - CADE tem como função primordial promover a concorrência no mercado 
brasileiro. 
Assim, deve zelar pela aplicação dos princípios constitucionais e da Lei nº 8.884/94 que dispõe 
sobre a prevenção e repressão às infrações à ordem econômica. 
A IMPORTÂNCIA DA CONCORRÊNCIA 
É essencial a presença da concorrência no contexto de uma economia de mercado, posto que a 
mesma possibilita um aumento na variedade e na qualidade de produtos, e ainda corrobora para a 
diminuição dos preços dos mesmos. É a concorrência, o fator determinante para que os preços 
exprimam a relação de equilíbrio entre a oferta e a procura. 
Para que se obtenha os benefícios derivados da concorrência, é necessário que as empresas 
invistam em tecnologia, bem como realizem um estudo de mercado com o intuito de conhecer e 
atender as expectativas e desejos dos consumidores. 
 
5 CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA – CADE. Cartilha do CADE. Disponível em: < 
http://www.cade.gov.br/publicacoes/cartilhaport.asp>. Acesso em: 23 set. 2006. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 31
Poderíamos dizer que a concorrência é um instrumento existente em benefício dos cidadãos, vez 
que são estes os consumidores finais dos produtos e que experimentam as melhorias decorrentes 
das circunstâncias concorrenciais. 
Além de conferir benefícios aos consumidores, a disputa entre as empresas ocasionada pelo 
ambiente concorrencial propicia que a economia brasileira entre com uma melhor estrutura no 
mercado externo. 
A LEI DE DEFESA DA CONCORRÊNCIA 
A Lei 8.884/94 prevê a atuação do CADE - Conselho Administrativo de Defesa Econômica, 
autarquia federal vinculada ao Ministério da Justiça; da SDE - Secretaria de Direito Econômico, 
ligada ao Ministério da Justiça e da SEAE - Secretaria de Acompanhamento Econômico, ligada 
ao Ministério da Fazenda, que no exercício de suas respectivas funções, respeitam o seguinte 
trâmite: 
As denúncias de práticas infrativas à ordem econômica, deverão ser encaminhadas à SDE, que 
dará início as averiguações preliminares ou, se houver condições, a um procedimento 
administrativo, procedimento este que tem por objetivo a produção de provas através da 
obtenção de documentos, da realização de pesquisas e da descrição dos fatos narrados. Na 
hipótese de se fazer necessário o estudo das implicações econômicas de tal denúncia, o processo 
deverá ser remetido para a SEAE que emitirá seu parecer. 
Finda toda a fase inquisitória acima exposta, cabe ao CADE, com base nos elementos apurados, 
julgar a ocorrência sob análise, declarando a mesma abusiva ou não face aos princípios 
constitucionais reguladores da ordem econômica, máxime insculpidos na Lei 8 .884/94, tomando 
então as providências cabíveis para coibí-la ou repará-la na hipótese da mesma consistir numa 
infração. 
O CADE - CONSELHO ADMINISTRATIVO DE DEFESA ECONÔMICA 
O CADE foi criado em 1962, e até o fim do regime parlamentar, consistia em um órgão 
vinculado à Presidência do Conselho de Ministros, passando, então, mais tarde, a ser vinculado 
ao Ministério da Justiça. 
Apesar da política brasileira de defesa da concorrência existir desde os anos 30, a atuação do 
CADE, bem como dos demais órgãos que o auxiliavam nas suas funções, pouco era difundida e 
conhecida, tendo em vista que a economia era fortemente monitorada e fechada, sofrendo rígido 
controle de preços, fato este que não acarretava grande demanda de trabalho. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 32
A partir dos anos 90, graças a estabilização da moeda, a privatização, a abertura da economia 
nacional e o crescente fenômeno da globalização, tornou-se vital o desenvolvimento de uma 
política de defesa da concorrência para atender a nova realidade do mercado. 
O aprimoramento da aludida política se deu sobretudo com o surgimento da Lei 8.884/94, que 
estabeleceu o CADE como uma autarquia federal, ampliou os seus poderes, definindo com maior 
precisão, as práticas consideradas ofensivas à concorrência. 
O CADE tem como atribuições essenciais assim, orientar, fiscalizar e estudar o abuso do poder 
econômico, exercendo papel tutelador de apuração e repressão do mesmo quando verificado. 
O conselho é composto por um presidente, seis conselheiros e um procurador-geral, que exercem 
um mandato estabelecido em lei, fato este que garante autonomia para os exercício das funções. 
O PAPEL DO CADE PARA O BRASIL NO CONTEXTO ATUAL 
Poderíamos apontar como principais fatores que contribuíram para dar uma maior importância 
ao CADE: a abertura da economia, a privatização e a desregulamentação, bem como a 
estabilização dos preços. 
Tais circunstâncias ensejaram uma atuação estatal menos preocupada em investir diretamente na 
produção, mas por conseguinte, mais determinada em coordenar e estimular a economia de 
mercado. 
Aglobalização da economia também corrobora para um maior impulsionamento dos trabalhos 
do CADE, pois ela exige grande competitividade e produtividade por parte das empresas 
instaladas no Brasil. 
Diante de tais fatos, imprescindível se revela a existência de um órgão com as atribuições 
acumuladas pelo CADE, zelando a harmonia da ordem econômica no país. 
O CADE tem a missão de agente modernizador e defensor da concorrência dentro de um Estado 
regulador moderno, pró-mercado, de modo a influenciar no dia-a-dia do cidadão, a partir do 
estímulo da concorrência no setor de serviços e produtos oferecidos à sociedade. 
Resta claro assim, que inúmeros direitos do consumidor acabam, necessariamente, aliando-se as 
metas a serem tuteladas pelo CADE. 
PRÁTICAS QUE PODEM SER CONSIDERADAS ABUSIVAS 
O QUE O ABUSO DO PODER ECONÔMICO? 
O abuso do poder econômico ocorre toda a vez que uma empresa se aproveita de sua condição de 
superioridade econômica para prejudicar a concorrência, inibir o funcionamento do mercado ou 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 33
ainda, aumentar arbitrariamente seus lucros. Em outras palavras, poderíamos dizer que o agente 
abusivo faz mau uso ou o uso ilegítimo do poder que detém no mercado. 
Este abuso não se dá a partir de práticas específicas, mas sim, quando o detentor de substancial 
parcela do mercado age em desconformidade com os seus fins, desvirtuando, ultrapassando as 
fronteiras da razoabilidade. 
Por prejudicar a ordem econômica e os consumidores, o abuso não encontra qualquer amparo 
legal, até porque é ato praticado com exercício irregular do direito de livre iniciativa e de 
propriedade. 
NO ÂMBITO DOS ACORDOS VERTICAIS OU HORIZONTAIS, PODEM SER 
DESTACADAS AS SEGUINTES PRÁTICAS: 
Formação de Cartel: As empresas nem sempre apreciam o jogo da livre concorrência. Elas 
preferem, às vezes, cooperar entre si, combinando preços, restringindo a variedade de produtos e 
dividindo os mercados para manter suas receitas sempre estáveis. 
Para o consumidor e para outras empresas isto significa ter que pagar um preço muito maior se 
comparado ao valor que o produto realmente custa e ainda ter o seu leque de opções de compra 
diminuído. 
Para a fiel configuração desta infração, se faz mister que haja efetivo acordo entre os agentes 
envolvidos, pois pode ocorrer que diversas empresas, praticantes da mesma atividade econômica, 
venham a utilizar-se de preços semelhantes sem que tenha ocorrido qualquer ajuste prévio, 
cessando, assim, a idéia de abusividade. 
Venda Casada: Consiste na prática de subordinar a venda de um bem ou serviço à aquisição de 
outro. 
O praticante da venda casada produz barreiras à entrada de concorrentes potenciais no mercado 
ou empecilhos à expansão dos concorrentes já presentes. 
A subordinação proporcionada pela venda casada, gera uma restrição de liberdade de comprar e 
vender por pressão, por coação, sem que haja qualquer benefício para o consumidor na aquisição 
vinculada. 
Sistemas Seletivos de Distribuição: São restrições impostas, injustificadamente, pelo fabricante 
ao distribuidor, utilizadas de forma a discriminar distribuidores, vendedores e consumidores, que 
acabam por ser prejudiciais à livre concorrência. 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 34
As restrições apenas são justificáveis se apresentarem o escopo de manter um padrão eficiente de 
distribuição, oferecerem serviços de manutenção e garantias ao consumidor. 
A legislação antitruste reprimirá o agente sempre que o mesmo, sem motivação plausível, 
impedir o acesso do consumidor a uma determinada mercadoria. 
Preços Predatórios: Muitas vezes, as empresas se utilizam da estratégia de baixar 
propositadamente os preços de seus produtos a valores inferiores ao seu preço de custo, 
esperando, com isso, que os concorrentes desistam do mercado daquele setor. 
No início, o consumidor pode até ficar satisfeito em poder adquirir o produto a preço baixo, mas, 
posteriormente, se verá prejudicado pela falta de concorrência entre os fabricantes, fato este que 
afastará os benefícios inerentes à concorrência já analisados neste trabalho. 
Os exemplos de infrações supra elencadas, bem como outras, podem ser denunciadas por 
qualquer pessoa ou empresa que se sinta prejudicada, aos órgãos do Sistema Brasileiro de Defesa 
da Concorrência. 
OS ATOS DE CONCENTRAÇÃO – 
Fusões, aquisições, incorporações e joint ventures são típicos atos de concentração. Eles fazem 
parte do processo natural do desenvolvimento de uma economia de mercado e em si não 
configuram práticas abusivas. 
Tais atos buscam geralmente, aumentar a eficiência de uma empresa através, por exemplo, da 
diminuição de custos. Porém estas operações podem, ao mesmo tempo, resultar em restrições à 
concorrência ensejando assim sua apreciação pelo CADE. 
O CADE aprovará o ato se o mesmo proporcionar de fato, o aumento da produtividade, a 
melhoria da qualidade de bens e serviços ou ainda o desenvolvimento tecnológico e econômico. 
Na hipótese contrária, isto é, se o CADE apurar resultados lesivos à concorrência, o órgão 
poderá aplicar multas ou obrigar as empresas envolvidas a desfazerem a operação. 
Em suma, as principais razões que levam o Estado ao controle dos aludidos atos empresariais, 
são as seguintes: 
a) as concentrações tornam a estrutura do mercado menos competitiva, o que, por si só, tende a 
desencorajar a entrada de novos concorrentes; além disso, as empresas, depois de se associarem, 
se tiverem adquirido suficiente poder econômico, podem aumentar os preços no mercado; 
 UNIDADE 3 –ESTRUTURAS DE MERCADO 
 35
b) as concentrações de empresas e a conseqüente concentração de poder econômico, aumentam 
as oportunidades para um comportamento menos competitivo na medida em que a concentração 
tende a diminuir o número de concorrentes no mercado; 
c) as concentrações produzem eficiências desejáveis e indesejáveis, por isso é necessário saber 
distinguir umas das outras, bem como quais são aquelas que surgem a curto, médio e a longo 
prazo. 
COMO PROCEDER EM CASOS DE ATOS DE CONCENTRAÇÃO – 
De acordo com a Lei 8.884/94, as operações de fusão, aquisição ou joint venture deverão ser 
impreterivelmente apreciadas pelo Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência quando uma 
das empresas participantes detiver 20% ou mais de mercado relevante, ou que tenha obtido 
(isoladamente ou o grupo ao qual pertença) faturamento igual ou superior à R$ 400 milhões 
anuais. 
As partes envolvidas nos atos de concentração, deverão apresentá-los para exame à SDE, que 
tomará as providências cabíveis para conhecimento da SEAE e posterior julgamento do CADE. 
Tal apresentação deverá ser realizada previamente, ou em até 15 dias úteis após o momento que 
a operação passa a ter efeitos jurídicos no mundo fático, sob pena de multa pecuniária em valor 
não inferior à 60 mil UFIR e não superior à 6 milhões de UFIR. 
O TRÂMITE DOS PROCESSOS DE CONDUTA PELO CADE – 
A SDE, anteriormente a instauração do processo administrativo, realiza averiguações 
preliminares com o escopo de apurar a existência de infrações contra a ordem econômica, a 
partir dos fatos apresentados na Representação. 
Diante do resultado deste trabalho, a Secretaria decidirá pelo arquivamento do feito por falta de 
indícios ensejadores de desrespeito à concorrência, hipótese em que, ainda assim, deverá recorrer 
de ofício da sua decisão para o CADE, ou, em caso contrário , visualizando práticas infrativas, 
dará início ao processo administrativo. 
Quando o referido processo chega ao CADE, será sorteado o nome de um Conselheiro que 
passará a ser o Relator da demanda. Este remeterá os autos à Procuradoria do órgão, que emitirá 
o seu

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