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1 Marketing Estratégico MARKETING ESTRATÉGICO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES GRADUAÇÃO 1 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS Núcleo de Educação a Distância Análise das Organizações. FILHO, Prof.ª Me Aécio Flávio de Paula Foz do Iguaçu - PR 2014. p. 82 Administração - EaD CDU: 658.1 NEAD – Núcleo de Educação a Distância Av. Bartolomeu de Gusmão, 1324 - Centro – CEP: 85.852-130 Foz do Iguaçu – Paraná / ead.udc.br / 3574-6900 2 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES APRESENTAÇÃO Prezado(a) Acadêmico(a), Você está participando da disciplina de ANALISE DAS ORGANIZAÇÕES na modalidade a distância, ofertada pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas - UDC. Sabemos que o seu percurso de aprendizagem necessita ser acompanhado e orientado, para que você obtenha sucesso nos estudos e construa um conhecimento relevante à sua formação profissional. Preparamos este material didático com os conteúdos teóricos e as orientações de atividades planejadas pelo professor, possibilitando, assim, guiá-lo no autoestudo ao longo do semestre. Além disso, você conta com o ambiente virtual de aprendizagem como espaço de estudo e de participação ativa no curso. Nele você encontra as orientações para realizar atividades e avaliações online, além de recursos que vão enriquecer a proposta deste material didático, tais como links para sites da Internet, vídeos gravados pelo professor e outros por ele sugeridos, textos, animações, ilustrações, dentre outras mídias. Lembre-se, no entanto, de que você deve se organizar para criar sua própria autonomia de estudo. Isso inclui o planejamento do seu tempo de dedicação ao estudo individual e de participação colaborativa no ambiente virtual. Este material é o seu livro-texto e apoio importante no desenvolvimento de sua aprendizagem no curso. Bom estudo! Direção UDC Online 3 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 2 UNIDADE I – EVOLUÇÃO DA TEORIA ..................................................................... 5 1.1 ESCOLAS E ABORDAGENS TEÓRICAS DA ADMINISTRAÇÃO ....................... 5 1.1.1 Administração Científica ................................................................................ 5 1.1.2 Escola Clássica ............................................................................................... 6 1.1.3 Teoria das Relações Humanas ....................................................................... 7 1.1.4 Abordagem Estruturalista, Sistemas Abertos e Contigencial ..................... 8 UNIDADE II – ANÁLISE AMBIENTAL ..................................................................... 11 2.1 ANÁLISE DOS AMBIENTES .............................................................................. 11 2.1.1 Administrando o ambiente organizacional ................................................. 14 2.2 GESTÃO POR PROCESSOS ............................................................................ 17 UNIDADE III – INSTRUMENTOS DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES ....... 22 3.1 A ENTREVISTA ................................................................................................. 22 3.1.1 O Questionário .............................................................................................. 26 3.1.2 A Observação Pessoal .................................................................................. 28 3.2 ESTUDO DO ARRANJO FÍSICO - LAYOUT ...................................................... 31 3.3 ORGANOGRAMAS E FLUXOGRAMAS ............................................................ 46 3.3.1 Organogramas ............................................................................................... 46 3.3.1.1 Estrutural .................................................................................................... 48 3.3.1.2 Circular ou Radial ....................................................................................... 49 3.3.1.3 Funcional .................................................................................................... 50 3.3.1.4 Matricial ....................................................................................................... 51 3.4 FLUXOGRAMAS ................................................................................................ 52 3.4.1 Fluxograma vertical....................................................................................... 53 3.4.2 Fluxograma horizontal .................................................................................. 54 3.5 MANUAIS NA ORGANIZAÇÃO .......................................................................... 62 3.5.1 Tipos de Manuais .......................................................................................... 63 UNIDADE IV – NOVOS CONCEITOS E TECNOLOGIAS DE GESTÃO ORGANIZACIONAL ................................................................................................. 67 4.1 QUALIDADE TOTAL .......................................................................................... 67 4.2 ARQUITETURA ORGANIZACIONAL ................................................................. 73 4 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 4.3 MUDANÇA ORGANIZACIONAL ........................................................................ 76 REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 81 5 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES UNIDADE I – EVOLUÇÃO DA TEORIA Objetivo: No final deste módulo você será capaz de entender como ocorreu o desenvolvimento das teorias administrativas e identificar, compreender e os métodos para organização das empresas. Texto baseado na obra de Araújo (2010). 1.1 ESCOLAS E ABORDAGENS TEÓRICAS DA ADMINISTRAÇÃO Desde a evolução dos processos industriais vários estudiosos procuraram entender e explicar o funcionamento das empresas que envolvem a produção de produtos e serviços. Como as relações com as pessoas que lá trabalham e as maneiras de administrar um negócio, os parâmetros fundamentais para o sucesso que prevalecem até os dias de hoje com teorias adaptadas ao nosso mundo atual. Estes estudos desenvolvidos desde 1900 foram denominados de escolas ou também abordagens. Aqui colocaremos um breve comentário sobre elas já que você estudou em profundidade tais teorias na disciplina Teoria da Administração I e II no início do curso aplicando a analise organizacional. 1.1.1. Administração Científica A primeira escola foi denominada Administração Científica, seu principal teórico foi Frederick Winslow Taylor que escreveu suas teorias por volta de 1900. Suas contribuições estão diretamente relacionadas à organização do trabalho, como retrata Araujo (2010): 1. A determinação de normas rígidas para o movimento de cada homem, aperfeiçoamento e padronização de todas as ferramentas de trabalho; 2. Seleção e treinamento dos operários e eliminação daqueles que não eram capazes de seguir os métodos predeterminados; 3. O operário que seguisse as instruções e trabalhasse depressa receberia bonificações; 4. Revisão do trabalho constante e responsabilidade assumida por direção e trabalhador.6 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Taylor, portanto pregava o uso de métodos de trabalho e a sua divisão em partes menores para que as empresas fossem mais eficientes e tivessem melhores resultados. Você pode observar que tais princípios perduram até os dias de hoje. Temos normas a serem seguidas em nossas atividades cotidianas, utilizando as ferramentas (cartas, emails, computadores, programas de computadores, telefones, descrição de atividades, etc.). Quando iniciamos um novo trabalho temos instruções a serem seguidas e somos responsáveis pelo resultado obtido nas tarefas que realizamos. Aprimore seus Estudos! Assista ao vídeo no endereço abaixo citado para relembrar o trabalho de Frederick Wislow Taylor e sua Administração Científica. Acesse: http://www.youtube.com/watch?v=JZq9a_r4C3M 1.1.2 Escola Clássica Na Teoria Clássica, Henri Fayol também foi um importante teórico da época. Você deve ter estudado que Fayol determinou que para administrar uma empresa fosse preciso desenvolver o planejamento, a organização, a direção e o controle. No entanto, a organização e o comando foram seus principais focos, influenciando o que se estuda hoje nesta disciplina. Para auxiliar as empresas, o autor escreveu os 14 princípios de administração que demonstrava a preocupação com a organização. Araújo (2010) relembra: Divisão do trabalho, autoridade, disciplina, unidade de comando, unidade de direção, subordinação dos interesses particulares ao interesse geral, remuneração, centralização, hierarquia, ordem, equidade, estabilidade do pessoal, iniciativa e união do pessoal. Atenção! 7 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Pesquise no seu material da disciplina “Teoria da Administração I” e relembre mais sobre estes princípios. Exercitaremos mais a frente. Taylor e Fayol divergiram em algumas situações em função de pontos de vistas diferentes já que Taylor estava mais próximo dos operários e tentava, portanto criar métodos de trabalho e em especial para as tarefas. Já Fayol voltou seus estudos para o desenvolvimento de práticas a serem utilizadas pelos executivos das empresas, a organização do processo administrativo. Alguns teóricos discordaram dos estudos desenvolvidos pela escola clássica considerando que tal abordagem não levava em consideração o elemento humano, ou seja, as pessoas que trabalhavam nas empresas. Não devemos esquecer também as contribuições da Teoria da Burocracia que teve início junto a Escola Clássica de Administração e tem por definição como sistema social em que a divisão do trabalho é sistemática e coerentemente realizada, tendo em vista os fins visados. 1.1.3 Teoria das Relações Humanas Como você já deve ter estudado foi com uma experiência proposta por Elton Mayo em uma fábrica, em 1927, analisando os efeitos da iluminação na produtividade dos operários que iniciou a escola de relações humanas. Ela trouxe uma nova perspectiva para a abordagem das organizações com os respectivos funcionários com a visão do “homo social”. Mary Parker Follet também foi uma das fundadoras desta escola estudando a motivação humana partindo dos valores individuais e sociais. O estudo procurava identificar como ter os operários motivados em seu ambiente de trabalho analisando o que cada um acreditava ser correto em sua vida e suas atividades profissionais. 8 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 1.1.4 Abordagem Estruturalista, Sistemas Abertos e Contigencial Outro estudioso da época foi Douglas McGregor que desenvolveu a Teoria X e Y, que identifica comportamentos favoráveis e desfavoráveis ao ambiente das empresas. Essa escola recebeu muitas críticas já que tinha um parecer excepcionalmente favorável às pessoas, sendo assim sua contribuição para a organização e os métodos de trabalho foi quase nula, a não ser pela necessidade que os administradores têm de considerar que a empresa é feita de pessoas que tem comportamentos diferentes e reagem de diversas formas a determinações expostas pelos seus superiores quanto à forma de organizar e de realizar suas atividades. Pesquise e Aprenda! Leia na internet o artigo que trata da gestão de pessoas na atualidade. O que você estudou é o princípio de tudo. O endereço é: http://www.anpad.org.br/periodicos/content/frame_base.php?revista=1 . O Discurso e a Prática: o que nos Dizem os Especialistas e o que nos Mostram as Práticas das Empresas sobre os Modelos de Gestão de Recursos Humanos. Vol 05 - Número 02 Data Mai, Jun, Jul e Ago, 2001 RAC - Revista de Administração Contemporânea. Na evolução das teorias surgiu então Amitai Etizione constatando que nas organizações existiam conflitos resultantes da organização formal (estudado por Taylor e Fayol) e a organização informal (estudada na escola de relações humanas), a chamada abordagem estruturalista. Esta abordagem foi importante já que buscava equilibrar os estudos até então, envolvendo não só indústrias, nem só operários, ou só executivos e sim estudar a organização com todas suas nuances. Enriquecendo estes conceitos Katz e Kahn em 1987 chegaram à conclusão de que as organizações deveriam ser vistas como sistemas abertos, assim as empresas são conjuntos de atividades que coordenadas realizam um conjunto de finalidades. Esta abordagem dos sistemas abertos foi de grande valia para evolução da análise organizacional, uma das funções da organização sistemas e métodos, a utilização desta abordagem visa entender o funcionamento da empresa 9 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES proporcionando uma identificação rápida de problemas e consequente busca de soluções com objetivo de melhorar a qualidade das suas atividades. Na abordagem anterior sabemos que o sistema – empresa está inserido em um ambiente, mas foi na abordagem contingencial que estudiosos aprofundaram esse conceito e demonstraram a importância deste elemento no comportamento e no resultado da empresa. Como você já deve ter estudado o ambiente refere-se a tudo aquilo que esta fora das empresas e que influenciam suas atividades como: situações econômicas, culturais, concorrentes, clientes, tecnológicas, etc., e que estão em constante mutação. O principal feito da abordagem contingencial foi à comprovação de que não existe um modelo único de empresa, uma única forma de gerenciar e sim que cada empresa deve observar seu ambiente e tentar adequar-se a ele, acompanhando sempre suas mudanças e modificando quando necessário sua organização e seus métodos de trabalho. Pesquise e Aprenda! Aprofunde seus estudos. Leia o artigo que analisa a influência do ambiente na estratégia da empresa. Você o encontra em: http://br.hsmglobal.com/notas/52148-como-ambiente-externo-influi-na- estrategia---1ª-parte e http://br.hsmglobal.com/notas/52149-como-o- ambiente-externo-influi-na-estrategia---2ª-parte Essas escolas e teorias levaram para as empresas práticas administrativas as quais fazem parte do que será estudado nesta disciplina: qualidade total, arquitetura organizacional, gestão de processos, estruturas organizacionais, fluxogramas, organogramas, manuais etc. Para refletir! Reveja os materiais didáticos das disciplinas de Teorias de Administração I e II para poder associar a evolução das Escolas de Administração com a respectiva análise das organizações que você conhece. 10 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES A Análise das Organizações oriunda da “Organização Sistemase Métodos” - OSM, ou “O&M” surge a partir da evolução das teorias administrativas já comentadas a análise das organizações, do funcionamento de todas as suas atividades a partir das ferramentas resultantes dos estudos das teorias anteriormente desenvolvidas. Dentro da empresa não necessariamente existirão os profissionais de O&M, chamados também de analistas de O&M, mas administradores que tem por meta entender o funcionamento da empresa para resolução de problemas ou verificação de oportunidades de melhoria, com um objetivo maior: aumento da eficiência e da eficácia na organização, ou seja, lucro para aqueles que investiram na empresa. Você vai extrair desta disciplina formas de entender o funcionamento de sua empresa, ou do setor que você trabalha, de organizar suas atividades através de métodos que já demonstraram seus resultados facilitando o trabalho. A partir de agora você irá verificar como pode analisar o ambiente e a empresa, quais ferramentas poderão ser utilizadas, quais benefícios à empresa terá adotando essas práticas. 11 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES UNIDADE II – ANÁLISE AMBIENTAL Objetivo: No final deste módulo você será capaz de entender o ambiente das organizações e identificar, compreender e aplicar ferramentas e métodos para organização e gestão dos processos nas empresas. Texto baseado na obra de Sobral (2008). 2.1 ANÁLISE DOS AMBIENTES Vimos na Unidade I a importância das teorias de administração para explicarmos e compreendermos a forma que os administradores conduzem suas organizações nos mercados de atuação com seus processos internos. A análise ambiental foi observada desde os primeiros estudos de administração das organizações e sintetiza o que chamamos de ambiente organizacional. O ambiente organizacional refere-se ao conjunto de forças, tendência e instituições, tanto externas como internas à organização, que têm o potencial para influenciar o desempenho organizacional. Como poderemos observar na figura 01, ele divide-se em ambiente externo (que é compreendido pelo ambiente contextual e o operacional) e pelo ambiente interno. Figura 01 – Ambiente organizacional Fonte: Sobral; Peci (2008) 12 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES O ambiente externo é o contexto no seio do qual as organizações existem e operam, sendo constituído pelos elementos que se encontram fora dos limites da organização. É compreendido pelo ambiente contextual e o operacional. O ambiente contextual é avaliado as questões intangíveis que influenciam o desempenho da organização. Participam os Fatores Econômicos, Socioculturais, Demográficos, Políticos legais e os tecnológicos. A figura 02 apresentam alguns exemplos de cada fator: Figura 02 – Ambiente Contextual Fonte: Sobral; Peci (2008) Ainda no ambiente externo, a parte tangível é o ambiente operacional, o qual as organizações realizam seus relacionamentos. Conforme a figura 03 pode-se identificar os concorrentes, clientes, fornecedores, grupos de interesse especial (sindicat E quais são os fatores tangóivies os, ONG, etc.), governos, meios de comunicação social (mídia), bancos, etc. 13 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 03 – Ambiente Operacional Fonte: Sobral; Peci (2008) O ambiente interno é composto pelos elementos internos da organização, tais como, trabalhadores, administradores, cultura organizacional, tecnologia, estrutura organizacional, instalações físicas, seus processos, etc. Para Refletir! Qual é a importância da questão do ambiente organizacional para o administrador moderno seja de uma pequena ou de grande empresa? A importância do ambiente, tanto interno como externo, está na ação gerencial equalizadora, isto é, o administrador tem que conseguir um equilíbrio na gestão da sua empresa, do ambiente interno da organização com a influência do ambiente externo com suas forças, instituições, e as tendências que afetam positivamente ou negativamente o desempenho das organizações. O problema que o administrador deve perseguir na ação equalizadora entre os ambientes internos e externos está na incerteza e dependência ambiental. Todos nós percebemos que o ambiente tem um ritmo de mudança ambiental. Associado ao numero de fatores do ambiente organizacional, por exemplo, o numero de empresas de uma cidade e seus comportamentos, podem auferir ao administrador um ambiente com alta ou baixa incerteza para suas decisões empresariais. Podemos observar na figura 04 e observar um exemplo prático. Devo investir na compra de uma loja de produtos importados mesmo não sabendo qual será a taxa de cambio futuro pelo qual pagarei por esses produtos e, 14 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES portanto, o meu custo dos meus produtos e do empreendimento? Essas são as incertezas em relação ao ambiente econômico que tenho que gerenciar e fatalmente influenciará minha decisão de investimento. Figura 04 – Incerteza e Dependência Ambiental Fonte: Sobral; Peci (2008) 2.1.1 Administrando o ambiente organizacional Segundo Sobral (2008), o ambiente pode influenciar de forma diferenciada as organizações, mas a forma de lidar com o ambiente também depende dos administradores. Assim, as empresas podem adotar estratégias de: Monitoramento do ambiente; Adaptação ao ambiente; Reação ao ambiente. A estratégia de monitoramento do ambiente realiza-se com o objetivo de perceber os primeiros sinais de mudanças nos fatores que irão influenciar a empresa. As empresas fazem uso redes informais, contatos com administradores de outras organizações, relatórios e estatísticas públicas por fontes oficiais, revistas de negócios, redes sociais, bancos de dados entre outros. Podem também usar a inteligência competitiva para monitorar o ambiente externo. 15 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Na estratégia de adaptação do ambiente as empresas que enfrentam um alto grau de incerteza ambiental podem fazer uso de várias estratégias de adaptação ao ambiente, nomeadamente segundo Sobral (2008): Papéis de transposição de fronteiras; Parcerias interorganizacionais; Fusões e Joint-Ventures. As estratégias de reação ao ambiente consistem na tentativa da organização provocar mudanças das condições ambientais. Entre as principais estratégias de reação destacam-se, segundo Sobral (2008): Ações de relações públicas; Ações de responsabilidade social-ambiental; Ações legais; Ações políticas; Cooptação; Coalizões e Associações. Bate papo! Estão compreendendo bem a importância de como lidar com o ambiente organizacional para poder tomar boas decisões na empresa? Como os gestores devem lidar com o ambiente, um conceito que ganhou muita força na moderna administração é a do stakeholders. Os stakeholders (ou grupos de interesse) são indivíduos ou grupos que influenciam e são influenciados diretamente ou indiretamente pela ação de uma organização. O termo foi usado pela primeira vez pelo filósofo Robert Edward Freeman. Segundo ele, os stakeholders são elementos essenciais ao planejamento estratégico de negócios. De maneira mais ampla, compreende todos os envolvidos em um processo, que pode ser de caráter temporário (como um projeto) ou duradouro (como o negócio de uma empresa ou a missão de uma organização). Como Parte interessada ou interveniente, é um termo usado em diversas áreas referenteàs partes interessadas que devem estar de acordo com as práticas de governança corporativa executadas pela empresa. 16 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Cabe ao administrador avaliar corretamente as pessoas ou grupo de pessoas que são influenciados pela decisão empresarial e que tem um papel direto ou indireto na gestão e resultados dessa mesma organização. É formado pelos funcionários da empresa, gestores, gerentes, proprietários, fornecedores, concorrentes, ONGs, clientes, o Estado, credores, sindicatos e diversas outras pessoas ou empresas que estejam relacionadas com uma determinada ação ou projeto. Para isso deve-se fazer uma análise de stakeholders segundo Sobral (2008). A análise de stakeholders é uma técnica gerencial que consiste em: – Identificar os stakeholders da organização; Determinar a importância e impacto de cada stakeholder para a organização; Determinar quais os stakeholders críticos para a organização; Desenvolver uma abordagem diferenciada para cada um dos stakeholders de acordo com a sua relevância e características específicas. A partir dos resultados da estratificação desses stakeholders e da situação de incerteza do ambiente organizacional poderemos estabelecer as estratégias de ação para os stakeholders da organização, conforme a figura 05. Quando a importância do stakeholder é crítica e o ambiente organizacional é de alta incerteza ambiental poderemos fazer a estratégia de parceria ou aliança. Se o stakeholder é crítico, mas o ambiente organizacional é de baixa incerteza ambiental poderemos ter uma estratégia de gestão do stakeholder. Se o stakeholder avaliado não for crítico e o ambiente organizacional for de alta incerteza ambiental, optaremos pela estratégia de monitoramento de fronteiras. Ao contrário, se o stakeholder não é crítico e o ambiente organizacional for de baixa incerteza ambiental, escolheremos a estratégia de monitoramento do ambiente. 17 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 05 – Estratégias de ação para os stakeholders Fonte: Sobral; Peci (2008) Vimos a importância da análise ambiental para que um gestor possa ter eficácia e eficiência em suas decisões. Não deixe de participar das atividades de estudo para memorização e melhor entendimento dos conteúdos ministrados. Atenção! Não deixe de participar das atividades de estudo para memorização e melhor entendimento dos conteúdos ministrados. Você utilizará esse conhecimento em todo curso e na sua vida profissional. 2.2 GESTÃO POR PROCESSOS O que é melhor para as organizações? Estudos estruturais realizados em cada fração organizacional ou estudos visando à gestão de processos, como um todo ou, eventualmente, em processos que atingem uma boa parte das frações organizacionais? A resposta é obvia. Para melhor desempenho das organizações o administrador deverá conhecer e saber operacionalizar o conjunto de atividades como um todo, de todas as etapas, até o objetivo final com o máximo de eficiencia e eficácia operacional. 18 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Assim devemos conceituar processos. Afinal o que são Processos? São sequencia de atividades que segue um cronograma pré-estabelecido; Deve extrapolar as necessidades de seus clientes; Contempla as etapas seguintes: entrada, transformação e saída; Não possui vínculo direto com a relação hierárquica (prega o espírito de equipe). Já atividades referem-se às tarefas executadas por pessoas ou máquinas com o intuito de transformar um insumo num produto que deverá sofrer transformação por outra atividade e assim sucessivamente compondo um processo; e podem ser subdivididas em: ativas (primárias e secundárias) e latentes (internas e externas). A gestão de processos é a gestão onde as atividades sequenciais são priorizadas e o processo de investigação é onde a prioridade é dada à forma como o trabalho é executado, a fim de otimizar os processos. Citamos Oliveira (2009) para auxiliar o entendimento: A administração de processos deve ser um procedimento contínuo e acumulativo de repensar e de redesenho do negócio e de todas as suas partes ou atividades integrantes” . De modo a ser utilizado nas tecnologias de gestão organizacional, como por exemplo, pela reengenharia, gestão pela qualidade total, ou pelo benchmarking. Segundo Araújo (2010) as etapas para o estudo dos processos devem considerar: Projeção da missão da equipe Revisão do macrofluxo operacional do processo Sumário do processo Análise de suas atividades Definição das medidas (parâmetros) Preparo do manual do processo Na gestão por processos é importante ressaltar a necessidade de criação de indicadores de desempenho para poder planejar, organizar, dirigir e controlar os processos. Os principais indicadores devem olhar a organização dentro de perspectivas que são: perspectivas financeiras, perspectivas dos clientes 19 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES (consumidores), perspectivas de processos críticos, perspectivas de aprendizado e crescimento, perspectiva de responsabilidade social, perspectiva das pessoas, perspectiva de aquisição e dos fornecedores e a perspectiva do ambiente organizacional. No estudo convencional dos processos temos duas ferramentas: o fluxograma (que veremos em outra aula) como gráfico de procedimentos; gráfico de processos; fluxo de pessoas e papéis ou fluxo de documentos e os indicadores de problemas como as filas, fluxo vagaroso do processo e tarefas confusas. Vale a explicação de Araújo (2010) que a inter-relação dos processos é uma evidência e torna-se difícil estudar um processo isolando-o dos demais processos ou isolando-o de outros aspectos organizacionais, daí a moderna proposição da gestão de processos. O estudo dos processos tem o objetivo de assegurar a fluidez do processo e manter os limites de decisão dentro de princípios que não permitam a ineficiência e ineficácia de todo o processo. Tem ainda como objetivos secundários: identificar a utilidade de cada etapa do processo; verificar as vantagens em alterar a seqüência; adequar as operações (passos) às pessoas; e identificar a necessidade de treinamento. Para o estudo de um único processo, a estratégia do estudo deve a partir da escolha do processo a estudar, a coleta dos passos e sua representação gráfica, análisar os métodos empregados atualmente, implantação de novo processo; e manualização do processo. Para Refletir! Você conseguiria observar e entender os processos de uma empresa apenas observando visualmente e conversando com os funcionários? Para a correta gestão dos processos com eficiência e eficácia nos resultados dos processos, a base da gestão de processos deve: Araújo (2010). – No fluxograma: • Planilha de fluxograma integrado; • Eliminar passos é uma alternativa na simplificação de processos; 20 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES • Observação pessoal é essencial na tomada de informação; • Omitir o registro de um passo pode acarretar prejuízo; • Um processo não existe de forma compartimentada; • Vincular o estudo de processo a um estudo de arranjo físico; • A elaboração de manuais de serviços ou procedimentos; • Análise de processos; e • Softwares próprios para gráficos que permitem a construção de fluxogramas. – Com o Sistemas de informação: • Importância do usuário do sistema; • Checar periodicamente o sistema;• Criar, gerir e manter sistemas é o que garante a sobrevivência da organização; • Testar os sistemas computadorizados (caráter obrigatório); • Mudança de códigos e símbolos significam mudanças no comportamento da atividade e, principalmente, das pessoas; • Implementação do sistema eletrônico deve ser gradual; • Dificuldade de fazer simulação em sistemas não eletrônicos; e • Elaborar manual específico para cada sistema. A adoção de uma verdadeira gestão de processos não elimina as conhecidas análises estruturais, mas se completam; e a passagem de uma visão tradicional da organização para uma visão atual onde a gestão de processos é considerada como uma excelente alternativa implica na construção de talentos que possam ser capazes de manter a organização. O perfil desejado de um administrador voltado para a gestão por processos é a que seja: • Capaz de compreender a ligação entre a estratégia empresarial e a cadeia de valor da empresa; • Ter o domínio de metodologias, técnicas e ferramentas para o mapeamento, desenho, melhoria e redesenho dos processos; 21 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES • Entender a importância das equipes na execução dos processos, de modo a preparar o ambiente para uma gestão de processos orientada por competências; • Conhecer a influência da tecnologia e sua adaptação como suporte para a execução de processos; e • Ter visão sobre o impacto da introdução de uma gestão orientada por processos. Atenção! Não deixe de participar das atividades de estudo para memorização e melhor entendimento dos conteúdos ministrados. Você utilizará esse conhecimento em todo curso e na sua vida profissional. 22 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES UNIDADE III – INSTRUMENTOS DE LEVANTAMENTO DE INFORMAÇÕES Nessa etapa trabalharemos com as ferramentas e técnicas que contribuirão para um entendimento dos processos de uma organização. No papel de analisar o funcionamento da empresa encontramos muitas vezes a necessidade do diagnóstico organizacional. Para que ele possa ter um bom resultado operacional, três são as ferramentas mais utilizadas: entrevista, questionário e a observação pessoal. Sobre essas ferramentas principais falaremos nesta aula. 3.1 A ENTREVISTA A entrevista tem por objetivo obter dados e informações sobre o funcionamento dos setores da empresa que estão sendo analisados. Portanto a entrevista será efetuada com os responsáveis da área e com aqueles que trabalham nela, pois aqueles que executam o trabalho são aqueles que têm mais conhecimento sobre seu funcionamento. É importante obter respostas francas, completas e verdadeiras do entrevistado e informar que sua participação é fundamental o resultado da pesquisa. Integrar a equipe de trabalho afim de que todos colaborem com as informações e durante seu desenvolvimento perceber, sentir e conhecer o ambiente de trabalho destas pessoas que estão sendo entrevistadas. Curiosidade: Nossa capacidade de ouvir é o dobro da nossa capacidade de falar, falamos em média 150 palavras por minuto, e podemos ouvir 300 palavras por minuto, o que pode nos levar a distração mental. Acabamos por pensar em outras coisas e deixamos de ouvir tudo mais em nosso redor. Por isso é muito importante estarmos atentos às respostas que estamos recebendo. Com a entrevista o gerente pode buscar a participação e discussão de todos os envolvidos na solução do problema. A entrevista precisa ser estruturada, ou seja, 23 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES precisa determinar por escrito o que será perguntado, do contrário será uma simples conversa onde podem se perder informações importantes sobre os acontecimentos. Exemplo! Carreira (2009) apresenta um roteiro de entrevista para que você possa entender como ele pode ser construído. CIA CONSULTORIA DE NEGÓCIOS ROTEIRO DE ENTREVISTA Objetivos da Entrevista: Obter informações sobre a estrutura organizacional e operacional da empresa em geral, do ponto de vista de um homem organizacional que ocupa o cargo mais elevado na hierarquia. Dados preliminares: Entrevistado: Carlos Eduardo Tardivo. Cargo: Presidente Roteiro: 1. Missão da empresa 2. Políticas da empresa. 3. Diretrizes. 4. Metas. 5. Programas. 6. A ética na organização. 7. Participação nas decisões de escolha de Clientes. 8. Processo de tomada de decisões. 9. Objetivos a serem alcançados. 10. Planos para o futuro. TRIANON SUÍTES HOTEL ROTEIRO DE ENTREVISTAS Objetivos da Entrevista: Obter esclarecimentos dos diversos procedimentos da rotina “atendimento de um cliente” e obter a sua visão em relação a aspectos gerais da empresa, especialmente voltada para a sua estrutura organizacional. Dados preliminares: Entrevistado: Dante Martinelli. Cargo: Gerente de departamento operacional. Roteiro: Estrutura organizacional 24 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 1. Objetivos da empresa. 2. Papel do Gerente. 3. Falhas na estrutura que comprometem as rotinas operacionais. 4. Pontos fortes da estrutura. 5. Pontos fracos da estrutura. Estrutura operacional 1. A priorização das rotinas 2. Casos especiais tais como de clientes especiais ou clientes assíduos. 3. Citação de casos incomuns e as soluções destes. 4. Avaliação de virtudes da rotina de atendimento ao Cliente. 5. Avaliação das falhas da rotina de atendimento ao Cliente. 6. Análise comparativa da rotina de atendimento ao cliente com os concorrentes. 7. Pontos considerados como “chave” dentro da rotina estudada. 8. O que deve ser mudado. Vantagens da entrevista, segundo Araújo (2010): 1. Contato direto, face a face, com a área, com os subordinados, com os superiores, com o ambiente de trabalho em si. Permitindo que o entrevistado faça críticas e sugestões sobre seu trabalho. 2. Possibilita o detalhamento completo de uma rotina de trabalho, possibilitando ao entrevistador conhecimento mais profundo do setor ou atividade analisada. 3. Permite àquele que tem dificuldades em esboçar seus pontos de vista na forma escrita faça verbalmente. 4. Possibilita usar procedimentos diferentes entre cada entrevistado, formas de falar, a linguagem utilizada etc. 5. Acesso às informações que estão apenas na memória do entrevistado, podendo assim estimular respostas através de outros questionamentos. 6. Pode avaliar a atitude e a capacidade profissional do entrevistado, permiti sentir e perceber as restrições, medos ou reações de cada um. Desvantagens da entrevista segundo Araújo (2010): Dificuldade de fazer anotações durante a entrevista, aquelas informações que demonstram claramente o pensamento do entrevistado, que muitas vezes não podemos escrever na sua frente. É muito frequente que o entrevistado responda as questões com palpites e adivinhações que muitas demonstram que ele não conhece profundamente o assunto que esta sendo comentado. 25 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Muitas vezes o entrevistador se coloca no lugar do entrevistado e as informações resultantes não refletem a verdade absoluta. Segundo Ballestero-Alvarez (2010) e Araujo (2010) é importante que quando você estiver realizando a entrevista tome alguns cuidados: 1. As questões devem ser relacionadas ao tema, não perca o foco. 2. Evite fazer perguntas que a resposta seja sim ou não, resposta inteligente depende deuma pergunta inteligente. 3. As críticas devem ser feitas na análise das respostas e nunca na frente do entrevistado. 4. Não tenha pressa, as pessoas precisam de tempo para pensar. 5. Observe as interrupções, nelas podem existir informações importantes sobre o funcionamento do setor, telefonemas, pessoas, etc. 6. Você não pode provocar interrupções, como bater a caneta na mesa, mexer em chaves, atender celular, etc., isso pode demonstrar desrespeito. 7. Existindo dúvida pergunte novamente, para saber exatamente o que o entrevistado quis dizer. 8. Durante a entrevista, cuidado coma forma de falar, principalmente brincadeiras, elas podem não ser entendidas como tal. 9. Tente conhecer todo o histórico das atividades se já houve modificações e como elas foram implantadas. 10. Quando o entrevistado lhe fizer uma pergunta seja o mais honesto possível e responda com educação e cortesia, mas não diga além do que deve, principalmente quando ele quiser saber sua opinião sobre o que foi perguntado. Atenção! Vários autores apresentam uma série de dúvidas sobre esta ferramenta que vale a pena estudar. São dicas úteis de problemas que você talvez enfrente quando aplicá-la. Consulte os livros recomendados! 26 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 3.1.1 O Questionário O questionário para análise das atividades da empresa não tem o mesmo impacto que a entrevista. As informações resultantes da aplicação do questionário são geralmente genéricas e são utilizadas em condições especiais que segundo Araújo (2010) resume-se em: • Falta de tempo para entrevista. • Dificuldades na realização das entrevistas, principalmente quando existem conflitos entre setores da organização e portanto entrevistas não serão bem aceitas. • Distanciamento geográfico. Grandes organizações ou órgãos públicos com muitos setores, localizados em cidades distantes dificultam a entrevista. • Levantamento de dados quantificáveis – quantos chefes, cargos, atividades, qual a quantidade de tarefas, fica mais difícil quando não há registros. Vantagens do questionário: a) Permite que o gerente tenha as informações ao mesmo tempo em que exerce outras atividades – não se perde tempo. b) Exige muito menos trabalho na aplicação c) Pode ser empregado num grande número de pessoas d) O entrevistado pode ser mais honesto, ter maior liberdade, pois não se identifica. e) Pode consultar chefias, arquivos ou outras pessoas, pois terá tempo suficiente. Desvantagens do questionário: As perguntas podem ser interpretadas e compreendidas de formas diferentes. Dificuldades na elaboração do questionário e no processo de tomada das informações, estas atividades consomem muito tempo. Resistência do entrevistado ao preenchimento fazendo com que a taxa das pessoas que não respondem ser alta. Não permite que as pessoas tirem as dúvidas. 27 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Da mesma forma que com as entrevistas para utilização do questionário é importante alguns cuidados segundo Araújo (2010). Poucas palavras e o máximo de simplicidade na formulação das questões. Explicar no próprio questionário qual é seu objetivo. Utilizar uma linguagem que seja compreensível às pessoas que irão responder aos questionários. Testar o questionário antes da aplicação completa, aplicar junto a um grupo menor para verificar se as questões são de fácil entendimento. Exemplo! Carreira (2009) apresenta uma série de exemplos de questionários. Você pode utilizar como base para desenvolver o seu. Observe que o questionário vem acompanhado de uma carta de apresentação, com os objetivos do questionário e com as instruções para preenchimento, que neste caso é eletrônico. Ilma. Sra. Dora Massari Reis DD. Gerente de Divisão de Administração Prezada Senhora O Questionário anexo tem por objetivo levantar dados referentes aos objetivos organizacionais e ao ambiente organizacional em que a empresa opera. Ele foi elaborado pela equipe de consultores da Consultoria de Negócios, juntamente com a equipe interna de redesenho organizacional, criada pelo Dr. Elimar Garcia, Presidente das Empresas Barnabé SA. A sua participação é muito importante para que possamos desenvolver estudos para o projeto de reorganização administrativa da empresa, como é de seu conhecimento. Solicitamos que o Questionário seja respondido até às 16 horas do dia 16 de junho p.f. e endereçado ao Dr. Aloisio de Azevedo, Coordenador do projeto. Quaisquer dúvidas poderão ser esclarecidas no ramal 3811. Antecipadamente agradecemos a sua colaboração e aproveitamos a oportunidade para nos colocarmos à sua inteira disposição. Atenciosamente, Rodolfo Augusto de Sá Pereira Presidente do GT EMPRESA BARNABÉ AS LEVANTAMENTO DOS OBJETIVOS DA ORGANIZAÇÃO 28 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Rodolfo Augusto de Sá Pereira Em: dd/mm/aa Presidente do GT Nome: Cargo: ___ Não desejo ser identificado. Orientações Se for necessário, faça pesquisa em documentos. Não há necessidade de anexá-los. Nas questões fechadas, fazer um “X” na alternativa correta clicando duas vezes sobre a opção desejada e na janela selecionar o valor padrão “selecionada”. Nas questões abertas dar dois cliques na janela inserir a opção no “item suspenso” e clicar em adicionar. As respostas fornecidas serão inseridas no banco de dados com acesso restrito apenas ao coordenador do projeto. Os nomes dos funcionários somente serão divulgados com sua autorização expressa. Em caso de dúvida consultar a coordenação da pesquisa. 1) Como são representados os controladores (sócios) da empresa ou proprietários na sua estrutura administrativa atual? Indique o percentual de participação de cada sócio da empresa e o cargo ocupado na estrutura atual. 2) Quais os objetivos básicos dos controladores da empresa? 3) Cite os mais fortes motivos pelos quais a empresa pretende continuar no ramo em que se encontra, além, obviamente, do fato de nele já estar? AMBIENTE ORGANIZACIONAL 4) Quais as principais oportunidades que a economia promoverá para o ramo de negócios em que a empresa se encontra? 5) Quais as principais ameaças ambientais (governo, concorrentes, mercado, fornecedores, recursos humanos etc.) que podem impactar o ramo de atuação da empresa, e como esta pretende se preparar? 6) Como a evolução tecnológica e a automação poderão impactar o ramo de atuação da empresa e como ela pretende se preparar para acompanhar essa evolução? Bate papo! Você esta conseguindo acompanhar os conteúdos ministrados? Refaça as leituras caso tenha necessidade. 3.1.2 A Observação Pessoal A observação é uma ferramenta que você poderá utilizar como complementação a entrevista ou ao questionário. Não podemos utilizar apenas a 29 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES observação para o levantamento de informações, pois um olhar sobre as atividades pode não dar acesso a todas as informações necessárias para tirarmos conclusões sobre os processos, bem como nossas interpretações podem ser diferentes da realidade. Com a observação é possível observarmos as lideranças, as relações entre as pessoas, determinando o quanto as pessoas cooperam entre si ou competem no ambiente de trabalho, informações importantíssimas para complementar a análise. Exemplo! Carreira (2009) demonstra um exemplo de roteiro de observação. Ele é fundamental para um bom resultado. Veja a seguir! EMPRESA BARNABÉ AS Roteiropara Observação Direta Objetivo da Observação Direta: Analisar o cenário organizacional da Presidência sob o aspecto da racionalidade técnica. Foco: Através do estudo do espaço físico cria-se a possibilidade de estabelecer uma relação com alguns conceitos que, apesar de implícitos, são, em alguns casos, de grande importância para a compreensão da dramaturgia do Presidente. Roteiro: Quesitos verificar se Aproveitamento do espaço: as superfícies estáticas, gravitacional e de circulação estão corretas. Mobiliário: são adequados para o papel de Presidente, se estão localizados corretamente. Ruído: há ruído ambiental é adequado e se respeitam os padrões de normas técnicas. Piso: o piso é adequado e se respeitam os padrões de normas técnicas. Climatização: o controle da temperatura ambiental está sendo realizado corretamente e se os equipamentos estão sendo utilizados e mantidos conforme normas técnicas. Se os equipamentos são adequados e se são realizadas manutenção preventiva. Cor: as cores são utilizadas adequadamente e se respeitam os padrões de normas técnicas. Iluminação: está adequada e se respeitam os padrões de normas técnicas. Interligações: as inter-relações dos órgãos com a Presidência estão corretas. Segurança: a legislação e as orientações técnicas sobre segurança estão sendo cumprida Vantagens da observação segundo Araújo (2010): 30 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 1. Permite o registro do comportamento da forma como ocorre. 2. Não depende da capacidade de falar e da disposição do indivíduo para fazê- lo. 3. Localização fácil e exata de pontos críticos/problemas das atividades. 4. Comparar entrevistas e questionários com a realidade. 5. Desenvolver conhecimento prático do assunto, os gerentes tem a oportunidade de conhecer como são executadas as tarefas. Desvantagens da observação conforme Araújo (2010): É um processo demorado, pois é necessário que a tarefa seja executada por completo para sua perfeita análise. E muitos fatos podem acontecer em momentos que o observador não esteja presente. O observador pode ter impressões equivocadas de um fato e que resultará em uma análise equivocada. O observador pode atrapalhar as atividades que estão sendo desenvolvidas pela simples presença e observação. Para que o resultado da observação seja favorável alguns cuidados devem ser tomados segundo Araújo (2010): Evitar o caráter de inspeção, por isso as pessoas devem ser avisadas que a observação será feita. Ser informal, ser amistoso na visita para não inibir as pessoas em suas atividades. Nesta aula você pode verificar ferramentas fundamentais para que você possa iniciar a análise das atividades em sua empresa ou setor que você trabalha, de posse dessas informações é possível verificar onde estão os problemas de sua empresa ou onde as atividades podem melhorar. Aprimore seus estudos! Ler na bibliografia recomendada os assuntos aqui abordados e faça uma resenha para fixar os conteúdos. 31 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 3.2 ESTUDO DO ARRANJO FÍSICO - LAYOUT Na aula anterior você verificou formas de levantar informações na empresa daquilo que se faz e das pessoas que nela trabalham. Complementar ao levantamento dessas informações você verá nesta aula uma forma de análise que pode estar contribuindo para problemas de mau desempenho na empresa e que muitas vezes em outras avaliações não se consegue observar. Falaremos da ferramenta denominada arranjo físico ou layout, entendido a forma como estão colocados os móveis, máquinas, equipamentos ou conjunto de acessórios que compõem os seus postos de trabalho no espaço da empresa. Muitas vezes prevalece na arrumação da empresa o aspecto visual e para o administrador ou gerente é mais importante o fluxo das pessoas, dos materiais e das informações dentro da empresa. É este fluxo adequado que pode trazer melhorias de produtividade, ganhos de tempo, ambiente de trabalho, etc., influenciando indiretamente na lucratividade da empresa. Saiba mais! Acesse os links e observe alguns exemplos de empresas que com o auxílio da melhoria do layout obtiveram benefícios: http://www.infotec.org.br/Result_cases.aspx?xyz=209 http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/4785?show=full http://www.sebraesp.com.br/node/7034 http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100- 67622009000100017&script=sci_arttext Segundo Rebouças (2009, p 344) estudar o arranjo físico é fundamental quando: Quando os trabalhos ou atividades demoram demais para ficarem prontos. Quando formulários acumulam-se ou excessiva concentração de pessoas em determinados locais da empresa. Os locais de trabalho são inadequados gerando descontentamento e baixa produtividade dos funcionários. Você já deve ter ouvido funcionários falarem: “Eu quero ficar aqui, é melhor; vejo as pessoas passarem no corredor”. “Aqui eu não fico. Detesto atender telefone.” “Não falo com fulano. Não sento ali”. 32 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Quando a dificuldade de locomoção das pessoas no ambiente de trabalho. Detectados alguns desses problemas o gerente ou administrador deve então recolher informações. Lembre-se que estas informações você pode ter em mãos caso tenha aplicado as ferramentas citadas na aula anterior (a entrevista, o questionário e a observação). Araújo (2010) cita quais são elas: Detalhes do trabalho executado em cada unidade, você poderá desenhar o fluxo ou os caminhos que são percorridos pelas pessoas, pelos materiais e pelas informações ou documentos na empresa. Quantidade de pessoal empregado. Necessidade de comunicação entre as pessoas do setor avaliado ou da empresa. Necessidade de arquivamento e armazenagem, onde estão os locais de arquivo e armazenagem de materiais e documentos e quem precisa utilizá- los. Isolamento auditivo e visual, quais atividades precisam que as pessoas fiquem longe do barulho e isoladas das movimentações no setor ou empresa, quais atividades devem ser isoladas fisicamente. Intensidade de iluminação. Localização das portas e janelas. Localização das mesas e cadeiras e o cargo que as pessoas ocupam. Quantidade e tipos de máquinas e equipamentos. De posse destas informações você parte então para o desenvolvimento das etapas que levarão as modificações necessárias na forma como estão dispostos os locais de trabalho. Antes de você partir para o caminho mais fácil “eu acho que”, “eu penso que”, “não vai dar pra colocar a mesa aqui”, calcule a área existente e desenhe uma planta baixa (Figura 06) com os arquivos, mesas, cadeiras e tudo que há naquele espaço, para isso é preciso que você já determine a quantidade e a natureza dos móveis e equipamentos, talvez seja necessária a troca do mobiliário e dos equipamentos quando obviamente o custo não for um empecilho. 33 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Bate papo! Você esta conseguindo acompanhar os conteúdos ministrados? Refaça as leituras caso tenha necessidade. Figura 06 – Exemplo planta baixa empresa Fonte: Fonte: Baseado em Araújo (2010) Estudo de caso! Na figura 07 logo abaixo, faça o exercício de junto à planta baixa. Desenhe o fluxo de pessoas e documentos (papéis). Busque visualizar como seria a prestação de serviço dentário básico, desde a recepção do cliente até o término da prestação do serviço com a marcação da nova data de retorno à consulta.Dica: descreva todas as atividades necessárias para a prestação de serviço odontológico básico em ordem e aí desenhe o provável fluxo de pessoas e documentos. Na figura 09 você poderá ter um exemplo semelhante. 34 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 07 – Layout consultório dentista com móveis dispostos Fonte: Baseado em Araújo (2010) Nas aulas seguintes vamos estudar sobre fluxogramas, esta ferramenta também ajudará você a fazer este desenho. Outro fator que não pode passar despercebido é que se precisarmos fazer modificações é preciso que tenhamos conhecimento da extensão e localização das instalações de internet, gás, elétricas e hidráulicas. Uma forma fácil de verificar como poderão ser feitas as modificações é preparar miniaturas dos móveis e equipamentos. Fica mais viável do que começar a mudar tudo de lugar na empresa e depois não da certo, a tentativa e o erro com móveis pesados dificulta o processo e com as miniaturas podem-se fazer diferentes tentativas até achar a forma ideal. Observando esses detalhes acima descrito veremos que o layout estará associado aos processos da empresa. Na figura 08 abaixo você poderá observar um layout por processos de um supermercado. Ele foi estudado para expor os produtos com maior eficácia, facilitar o transito das pessoas, estimular o consumo, ter um acesso e saídas mais organizados, etc. 35 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 08 – Layout baseado nos processos Fonte: Corrêa e Corrêa apud Araújo (2010) Figura 09 – Layout baseado nos processos com descrição de fluxo Fonte: Corrêa e Corrêa apud Araújo (2010) Quando se tem então várias propostas é importante que se discuta com várias pessoas para que a mudança seja aceita por todos e depois implantada e 36 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES acompanhada, pois mudar de local de trabalho é o mesmo que mudar de casa, sempre tem um impacto e precisa de um tempo para adaptação. E este novo espaço deve também proporcionar ao empregado uma sensação melhor para que de fato o desempenho esperado seja melhor. São três as principais técnicas que você pode usar segundo Araújo (2006, p. 56): 1. Layout em corredor: utilizam-se divisórias e dentro de cada espaço coloca- se uma equipe de trabalho, e um espaço também separado é ocupado pela chefia. Esse layout é ideal quando é preciso incentivar relações em equipe. No entanto, o preço das divisórias pode ser insatisfatório, bem como o espaço perdido na distribuição das salas. 2. Layout em espaço aberto: os funcionários são colocados todos em um único espaço aberto, geralmente em uma sala de grandes dimensões. As salas individuais somente são destinadas a chefias. Ajuda na comunicação pela facilidade das pessoas conversarem e facilita também o fluxo de documentos. Contudo, dificulta o controle disciplinar, a possibilidade de distração também é aumentada. 3. Layout panorâmico: são colocadas divisórias transparentes separando cada funcionário, as mesas são de diferentes tonalidades identificando as chefias. Não há dificuldade na supervisão visual e o tratamento acústico faz diminuir o nível de ruídos. É importante você saber que não é fundamental que na modificação do layout de sua empresa você utilize somente estas técnicas. Você deve observar a melhor forma para sua empresa utilizando estas como base, é conveniente que tais modificações tragam resultados positivos como os destacados por Rebouças (2009): a) Fluxo de comunicações adequado. b) Melhor utilização da área disponível. c) Fluxo de trabalho eficiente. d) Facilidade de coordenação. e) Reduzir a fadiga, o cansaço do funcionário. f) Proporcionar um ambiente melhor para clientes e visitantes. g) Ter um clima favorável para o trabalho e aumento de produtividade. Para refletir! 37 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES As organizações que você conhece no seu cotidiano se preocupam com as questões levantadas por Rebouças (2009) no item acima descrito? Por que? Nas figuras 10 e 11 você pode verificar mais facilmente como funcionam estas técnicas. Figura 10 – Exemplo dos principais layouts Fonte: Hessel apud Araújo (2010) Observe na figura 10 a disposição de móveis e equipamentos nos três tipos apresentados nessa figura: o layout em corredor, layout em espaço aberto e o layout panorâmico. Para refletir! Qual layout seria mais apropriado para um escritório de planejamento urbano de uma prefeitura que exige interação das equipes dos projetos, 38 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES mas também a privacidade para a elaboração da atividade de cada cargo? Por quê? Figura 5 – Exemplos layout Fonte: Hessel apud Araújo (2010) Para refletir! Qual layout seria mais apropriado para atendimento dos clientes em uma agência bancária? Por quê? 39 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 11 – Exemplos de Layout Fonte: Hessel apud Araújo (2010) Carreira (2009) traz ainda uma série de informações que devem ser observadas no estudo do layout que traremos nesta última parte da nossa aula. Os móveis, máquinas e equipamentos devem ser adequados ao contexto organizacional e devem tornar o ambiente suscetível a mudanças quando necessárias. As cadeiras devem adequadas a cada tarefa, do contrário podem levar a queda de produtividade. A mesa deve ter uma superfície de trabalho e vista, causa irritação, queda de produção e prejuízo a saúde do funcionário. Arquivos e armários estão com os dias contados pela crescente utilização de formulários eletrônicos. A padronização desses elementos reduz custo operacional de aquisição e manutenção e facilita a decoração. O ruído no ambiente de trabalho é um fator importante pois quando inconvenientes podem causar lesões físicas e psicológicas. Pode esta aumentando as tensões tornando as pessoas irritáveis com facilidade. Esses ruídos causam um cansaço anormal no final do dia resultando em estresse. 40 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES As fontes de ruídos internas podem ser de: máquinas desreguladas, falta de educação dos funcionários, conversas paralelas ao trabalho (não inerentes ao trabalho) e tratamento acústico inadequado (provocam eco e ampliam o som produzido) Externamente os ruídos podem vir de : cano de descarga furado dos automóveis, buzinas, alto-falantes de vendedores ambulantes, máquinas e veículos usados em obras de engenharias. A norma NBR 6.401 da ABNT, diz que o nível 85 dB é considerável o limite suportável pelo ouvido humano. Alguns ambientes devem obedecer a NBR 10.152 que recomenda níveis de som adequados. Observe o quadro 1: Locais dB(A) Hospitais apartamentos, enfermarias, berçários laboratórios, áreas para uso público serviços 35-45 40-50 45-55 Escolas bibliotecas, salas de desenho salas de aula, laboratórios circulação 35-45 40-50 45-55 Hotéis Apartamentos restaurantes, salas de estar portaria, recepção, circulação 35-45 40-50 45-55 Escritórios salas de reunião salas de gerência, salas de projetos salas decomputadores 30-40 35-45 45-65 Locais para esportes pavilhões fechados para espetáculos e atividades esportivas 45-60 Quadro 01 – Níveis máximos de som. Fonte: ABNT NBR 10.152/dez.87. Curiosidade! Você sabia que a maioria das prefeituras das médias e grandes cidades tem o EIV – Estudo de Impacto da Vizinhança para decidir se autoriza o funcionamento de empresa com características específicas e seu impacto? 41 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Na figura 12 podemos esquematizar as principais consequências do ruído para as pessoas. Figura 12 – Efeitos dos ruídos Fonte: Ballestero-Alvarez (2010) O que pode ser feito: a) Controle na fonte: treinamento para mudança comportamental, projetos adequados para máquinas e equipamentos. b) Isolamento da fonte: confinamento em um certo espaço por câmaras acústicas, salas especiais ou paredes separadoras. c) Uso de abafadores: fonte de ruído separada das pessoas por capas, reguladores de som, etc. d) Tratamento acústico: paredes, forros, pisos, portas e janelas para reduzir a reverberação. Além do ruído a climatização também pode influenciar negativamente. Quando fora dos padrões alterações nas temperaturas podem causar queda de rendimento para trabalhadores intelectuais, tensão fisiológica, redução de rendimentos de trabalhadores físicos chegando a tal ponto que poucos trabalhadores conseguem executar suas atividades. À medida que a temperatura aumenta a produtividade cai na proporção direta. Em temperaturas abaixo dos 15 graus ocorre diminuição de sensibilidade tátil, alucinações, redução da capacidade de raciocínio e concentração. Para controle da temperatura do ambiente pode ser utilizado: temperatura ambiente, ventilação de ar ou condicionador de ar. - nervosismo - fadiga mental - frustração - perturbações da atenção e do sono - causa irritabilidade Efeitos Psicológicos Efeitos na comunicação - perda da audição – vômitos - dor de cabeça - diminuição do controle muscular - dilatação da pupila- aumento da produção de hormônios da tireoide - aumento do ritmo de batimento cardíaco Efeitos Fisiológicos - prejudica a qualidade do trabalho - dificulta a troca de informações 42 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES As cores também são importantes no ambiente de trabalho. As cores podem influir sobre o comportamento dos colaboradores, tanto psicologicamente como biologicamente. Com relação à temperatura: Quentes – devem ser utilizadas quando se deseja estimular o interesse, a atenção e a motivação para o trabalho. O amarelo, o verde-escuro, o vermelho e o laranja são consideradas como cores quentes. Frias – devem ser utilizadas em locais de clima quente, pois causam uma impressão de diminuição da temperatura. O cinza, o verde-claro e o azul são consideradas cores frias. Os problemas de iluminação podem estar ligados as cores utilizadas no ambiente de trabalho, pois as cores tanto refletem quanto absorvem. Assim, cada tarefa tem uma quantidade de luminosidade requerida que deve ser fornecida utilizando as cores adequadas. Figura 13 – Reflexão e absorção das cores e os índices recomendados. Fonte: Colenghi (2003) Colenghi (2003) apresenta como devem ser trabalhadas as cores no ambiente de trabalho: a) Cores que devem ser evitadas no ambiente de trabalho: Cinza - desperta o medo e a tristeza, diminui a capacidade iniciativa dos indivíduos e produz a depressão; Marrom - induz as pessoas a ficarem pensando em seus problemas pessoais, desviando dos propósitos do trabalho; Violeta - leva à depressão, à tristeza e prejudica o inter-relacionamento pessoal; Preta - gera o desenvolvimento de aspectos comportamentais negativos, tais como: desobediência aos superiores hierárquicos, ao descumprimento das normas da empresa, etc. 43 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES b) Cores que requerem um cuidado especial quando de sua aplicação: Branca - deve ser utilizada em conjunto com outras cores, principalmente nos tetos, em virtude de sua característica de reflexão. Quando utiliza-la, preferir o branco-gelo ou outra tonalidade mais escura, pois o branco puro pode levar à monotonia; Vermelha - dá vitalidade, alegria e dinamismo ao ambiente, mas, por outro lado, desperta a impulsividade e a intempestividade comportamental do indivíduo; Amarela - também possuem os dois lados; de um, incita à iniciativa e à ação, fomenta a energia, destaca locais que se deseja chamar a atenção. Por outro, provoca a aceleração do sistema nervoso, refletindo comportamento do indivíduo, irritando-o facilmente por qualquer motivo. c) Cores mais recomendadas (sempre na tonalidade clara): Verde - lembra a natureza, dá uma sensação de liberdade, faz com que as pessoas acreditem na possibilidade de dias melhores, induz à paciência e ao amor pelo trabalho; Azul – reflete a paz, a tranquilidade, fazendo com que as pessoas tenham maior compreensão com os seus pares no ambiente de trabalho, desperta a criatividade e estimula a pesquisa; Bege - torna o ambiente agradável, fazendo gerar um clima amistoso entre as pessoas no desenvolvimento de atividades coletivas. A iluminação esta diretamente relacionada a fatores como saúde, a segurança e a produtividade dos ativos intelectuais e quando bem utilizada gera aumento de qualidade e economia para as empresas. Na figura 14 você pode verificar a faixa de luxes (medida utilizada) recomendada, atividades e locais que devem ser utilizadas. 44 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 14 – Faixa de luxes, atividades e locais Fonte: Colenghi (2003) Saiba mais! Pesquise a NBR 5413 que trata do iluminamento mínimo em Lux por tipo de atividade. Além das observações anteriores é importante para segurança do trabalhador que sejam criados mapas de risco a fim de prevenir acidentes de trabalho, prejuízos à saúde e sinistros. A partir da planta baixa são descritos os cinco grupos de riscos, geralmente elaborado pela comissão interna de prevenção de acidentes (CIPA). Saiba mais! Pesquise a Lei 6.514 de dezembro de 1977 e a NR 5 do Ministério do trabalho para maiores detalhes sobre a CIPA. GRUPOS DE RISCOS Grupo I II III IV V Convenção VERDE VERMELHO MARROM AMARELO AZUL Risco Físicos químicos Biológicos ergonômicos risco de acidente AGENTES E RISCOS Ruído vibração radiações ionizantes não ionizantes calor/frio umidade outros poeiras fumos névoas neblinas gases vapores outros Vírus, Bactéria Protozoários Bacilos Parasitas Insetos Outros Trabalho físico pesado Posturas incorretas Treinamento inadequado Monotonia Ritmo excessivo outros Máquinas e equipamentos Eletricidade Sinalização Armazenamento inadequado Iluminação deficiente Outros Figura 15 – Grupos e agentes de risco Fonte: Colenghi (2003) 45 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Identifica-se, portanto tais riscos nos postos de trabalho e classifica-os segundo o quadro e de acordo com a gravidade demonstrado na tabela. Quadro 2 – Simbologia representação gravidade Fonte: Colenghi (2003) Saiba mais! Gerenciamento de riscos é uma das áreas da Administração exigidas nas grandes e médias empresas? Figura 16 – Exemplosimplificado Mapa de Risco Fonte: Colenghi (2003) Aprimore seus estudos! Acesse os sites relacionados e encontre mais informações sobre segurança no trabalho: http://www.areaseg.com/normas/ http://www.btu.unesp.br/cipa/mapaderisco.htm 46 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Nesta aula verificamos mais uma ferramenta que pode ser utilizada em complementação as já citadas, ao final deste estudo você deve ter clareza da importância das modificações do layout na sua empresa e saber como fazê-lo. 3.3 ORGANOGRAMAS E FLUXOGRAMAS Na aula a seguir você terá a oportunidade de verificar outras duas ferramentas para consolidar as informações levantadas anteriormente, finalizando a análise completa das atividades de sua empresa. Falaremos sobre organogramas e fluxogramas. 3.3.1 Organogramas Organogramas são as representações na forma de desenhos da estrutura formal da empresa, ou seja, um desenho da distribuição dos cargos e funções dentro da empresa através de uma hierarquia. Figura 17 – Organograma tradicional Fonte: Baseado em Araújo (2010) 47 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Vamos conhecer melhor cada uma destas ferramentas, sua importância, descrições e como podem ser utilizados. Organogramas através de um gráfico demonstram: A divisão do trabalho – os setores, divisões, departamentos, etc. A relação superior subordinado – a relação de autoridade e responsabilidade. Pode identificar o tipo de trabalho, o cargo, o nome do titular, a quantidade de pessoas por unidade, a relação funcional e a relação hierárquica. Permiti a análise organizacional. Os organogramas devem ser desenvolvidos procurando facilitar o entendimento da empresa e não complicar este processo. Portanto quanto mais claro e de fácil entendimento melhor para empresa, caso contrário deixa de ser útil, é apenas mais um papel. Veja um modelo básico do organograma: Figura 18: Modelo básico de organograma Fonte: Baseado em Araújo (2010) Algumas técnicas de elaboração serão apresentadas aqui baseadas no que foi descrito pelos autores Rebouças (2009) e Araújo (2006). 48 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES 3.3.1.1 Estrutural Essa técnica é utilizada para representar a maioria das organizações. Suas características são: No alto da folha do organograma deve constar obrigatoriamente o título da organização. O retângulo representa a fração organizacional. Eventualmente, o retângulo significará cargo. Isto poderá ocorrer com cargos isolados e diferenciados, tais como: auditor, consultor etc.; A representação gráfica dos retângulos pode ser nos dois sentidos: horizontal (deitado) e vertical (em pé); Havendo siglas, elas devem ser explicitadas na legenda; A linha tracejada ou pontilhada pode ter qualquer significado. O importante é explicitar o significado no espaço destinado à legenda; A linha contínua é a linha de autoridade (vertical) e coordenação (horizontal); Autoridade funcional não é autoridade hierárquica. a) Unidade provisória é a unidade com duração limitada no tempo. Ex: comissões, comitês, equipes e grupos de estudos são bons exemplos; b) A linha vertical que parte da maior autoridade hierárquica é a linha condutora do organograma; c) A ligação vertical contínua significa autoridade hierárquica da unidade acima; d) O organograma deve ser feito por grupamento de unidades, partindo das unidades de direção, apoio superior até as de cunho operacional. Unidades de mesma nomenclatura (divisões, departamentos, gerências etc.) devem estar sempre na mesma linha horizontal; e e) Deve ser obedecida a ordem alfabética de entrada por grupamento semelhante de unidades. 49 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 19 – Organograma Estrutural Fonte: Baseado em Araujo (2010) 3.3.1.2 Circular ou Radial Esta técnica de elaboração de organograma é utilizada por que oferece um visual suave, sua apresentação estética predomina sobre qualquer outra forma de elaboração gráfica. Seu desenho reduz a possibilidade de conflitos entre superiores e subordinados (linhas de autoridade difíceis de serem identificadas). Muito utilizado por hospitais, ateliês, agências de publicidade (parte especializada) e universidades (área acadêmica). 50 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Algumas características que podem ser observados na figura 20 abaixo: Figura 20 - Organograma Radial Fonte: Baseado em Araujo (2010) Autoridade hierárquica representada do centro para a periferia; A representação de estruturas de certa complexidade, ou seja empresas grandes, torna-se difícil, pois a existência de muitas unidades/setores gravitando próximo à autoridade superior dificulta a localização no gráfico dessas mesmas unidades/setores; A existência de muitos níveis hierárquicos também dificulta uma melhor elaboração; O uso de letras e números exige, naturalmente, a explicitação na legenda. 3.3.1.3 Funcional O organograma funcional pode ser utilizado duas maneiras: o organograma funcional (a) demonstra uma maneira diferenciada das unidades relacionarem-se no cotidiano da organização, demonstra o caminho das informações na empresa; e o organograma funcional (b) é voltado apenas às funções da organização. Aplicado em organizações de pequeno porte, onde existem alguns poucos chefes para uma série de atividades (funções). 51 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Figura 21 - Organograma Funcional (b) Fonte: Baseado em Araújo (2010) 3.3.1.4 Matricial A estrutura matricial permite coordenar pessoas de diferentes áreas funcionais alocadas em um projeto. Elas podem trabalhar para diferentes projetos simultaneamente. Nesse caso, serão coordenadas por diversos gerentes de projetos que estão sendo desenvolvidos pela empresa, como por exemplo, o lançamento de um novo produto. Observem essas características na figura 22 abaixo. Figura 22 - Estrutura Matricial Fonte: Baseado em Araújo (2010) Presidência Diretoria Marketing Diretoria Financeira Diretoria Regionais Regional Norte Setor de Vendas Setor de Caixa 52 PÓS-GRADUAÇÃO ANÁLISE DAS ORGANIZAÇÕES Bate papo! Você esta conseguindo acompanhar os conteúdos ministrados? Refaça as leituras caso tenha necessidade. 3.4 FLUXOGRAMAS Já os fluxogramas são gráficos que demonstram algum fluxo. Procura apresentar um processo passo a passo, ação por ação. Descreve exatamente como são desenvolvidas as atividades dentro da empresa e também descrevem qual o percurso ou fluxo de documentos e papéis na empresa. Figura 23 – Fluxograma de processo de recebimento de materiais Fonte: Baseado em Araújo (2010) Os fluxogramas são uma das formas mais utilizadas para representar processos de trabalho. Isso ocorre principalmente graças à imprecisão da linguagem natural, da nossa fala. Muitas vezes o que falamos corre o risco de má interpretação ou perda de informação. Ele mostra a lógica do processo ou da atividade que esta sendo descrita, indica a sequencia em que cada etapa deve ser executada, enfatiza os passos individuais e suas relações. Essas relações, ou a ordem de execução são representadas através de setas. Com os fluxogramas é
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