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Exame Clínico

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Exame Clínico
Abordagem do Exame Físico Geral: Fácies e Pele.
“Quem não sabe o que busca, não identifica o que acha.”
- Immanuel Kant
Definições de Sinal e Sintoma
Sinal: é um dado objetivo observado pelo examinador. Exs.: Mobilidade dental, tumefação na face (abcesso, tumor), úlceras na mucosa bucal (aftas), mal hálito, etc. 
Sintoma:são manifestações subjetivas percebidas pelo paciente e relatadas ao profissional. Ex.: dor, náusea, cansaço, prurido, dormência, etc. 
Exame Físico Geral
Geralmente sucede a anamnese e objetiva a pesquisa dos sinais presentes. No exame físico, utiliza-se fundamentalmente os sentidos naturais do profissional na exploração dos sinais. 
Avaliação do estado geral;
Avaliação do nível de consciência;
Fala e linguagem;
Avaliação do estado de hidratação;
Altura e medidas antropométricas;
Peso;
Avaliação do estado de nutrição;
Fácies;
Pele, mucosa e fâneros;
Temperatura corporal;
Marcha.
Peso e medidas antropométricas
P
V
E
E
P
Peso
Valores em kg/m²
IMC Baixo: menor que 19,99
IMC normal: de 20 a 24,99
Sobrepeso: de 25 a 29,99
Obesidade: 30 a 39,99
Obesidade mórbida: acima de 40
Temperatura e Marcha
Temperatura:
Axilar: 35,5 a 37 ºC 
Bucal: 36 a 37,4 ºC
Retal: 36 a 37,5 ºC
Fácies
É o conjunto de dados exibidos na face do paciente;
É a resultante dos traços anatômicos mais a expressão fisionômica;
Expressão do olhar, movimentos das asas do nariz e posição da boca;
Algumas vezes, o diagnóstico nasce da simples observação do rosto do paciente.
Tipos de fácies
Normal ou Atípica: não apresenta sinais que representam patologia. É importante que o examinador atente-se a sinais indicativos de tristeza, ansiedade, medo, indiferença, apreensão. 
Fácies Hipocrática: olhos fundos, parados e inexpressivos. Nariz afilado e lábios adelgaçados; 
“Batimentos das asas do nariz” devem ser observados;
 Quase sempre o rosto está coberto de suor;
Palidez e cianose labial discreta.
Esse tipo de fácies indica doença grave e se encontram quase sempre presentes em estados agônicos das afecções.
Fácies renal: apresenta edema ao redor dos olhos como sinal predominante;
Palidez cutânea;
É observado em doenças difusas dos rins, como na síndrome nefrótica e glomerulonefrite difusa aguda.
Fácies Leonina: alterações produzidas pelas lesões do mal de Hansen;
Pele espessa, sede de grande número de lepromas em principalmente na fronte;
Os supercílios caem, o nariz se espessa e se alarga;
Os lábios tornam-se mais grossos e proeminentes. 
As bochechas se deformam graças aos nódulos;
A barba escasseia ou desaparece.
Fácies adenoidiana: nariz pequeno e afilado e a boca sempre entreaberta;
Aparece em indivíduos portadores de hipertrofia nas adenoides;
Dificuldade respiratória e obstrução dos orifícios posteriores das foças nasais.
Fácies parkinsoniana: a cabeça inclina-se um pouco para frente e permanece imóvel nesta posição;
Olhar fixo, supercílios elevados e fronte enrugada “expressão de espanto”;
Fisionomia impassível, estes pacientes parecem figuras de máscara.
A fácie parkinsoniana é observada na síndrome ou na doença de parkinson.
Fácies basedowiana: olhos salientes (exoftalmia) e brilhantes, destacando-se sobre o rosto magro;
Expressão de vivacidade, às vezes, um aspecto de espanto e ansiedade;
Presença de bócio;
 Indica hipertireoidismo.
Fácies mixedematosa:
 rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, espessada e com sulcos acentuados;
Pálpebras infiltradas e enrugadas;
Supercílios escassos, cabelos secos e sem brilho.
Expressão fisionômica de desanimo e apatia;
Aparece no hipotireoidismo ou mixedema.
Fácies acromegálica: saliência das arcadas supraorbitais, maçãs do rosto proeminentes, maior desenvolvimento do maxilar inferior, aumento do tamanho do nariz lábios e orelhas.
Fácies cushingoide ou de lua cheia: arredondamento do rosto e atenuação dos traços faciais;
Secundariamente, associa-se o aparecimento de acne.
É observado nos casos de síndrome de cushing ou por uso de corticóides. 
Fácies mongoloide: olhos oblíquos, distantes um do outro, lembrando os olhos chineses;
Rosto redondo, boca quase sempre entreaberta e expressão de pouca inteligência ou completa idiotia.
É observada no mongolismo (trissomia do par 21 ou síndrome de down).
Fácies de depressão: expressão cabisbaixa, olhos com pouco brilho e fixos em um ponto distante. 
Muitas vezes o olhar permanece voltado para o chão;
Sulco nasolabial acentuado e canto da boca rebaixado.
Conjunto fisionomico denota tristeza, indiferença, sofrimento moral. 
Comum nos transtornos de humor.
Fácies pseudobulbar: subitas crises de choro ou riso, involuntárias, mas conscientes que levam o paciente a tentar contê-las, dando um aspecto espasmódico à fácies;
Comum na aterosclerose cerebral.
Fácies da paralisia facial periférica: assimetria da face, impossibilidade de fechar as pálpebras, repuxamento da boca e apagamento do sulco nasolabial.
Fácies miastênica ou fácies de Hutchinson: ptose palpebral bilateral que obriga o paciente a franzir a testa e levantar a cabeça.
Ocorre na miastenia gravis e patologias que envolvem os músculos das pálpebras. 
Fácies do deficiente mental: traços faciais apagados e grosseiros, boca constantemente entreaberta, às vezes com salivação;
 Hipertelorismo e estrabismo;
Olhar desprovido de objetivo e os olhos se movimentam sem fixar nada, alheamento ao ambiente.
É comum que os pacientes apresentem meio sorriso sem motivação que se acentua a qualquer solicitação;
Voz grave às vezes substituido por um simples ronronar.
Fácies etílica: olhos avermelhados e ruborização da face;
Hálito etílico, voz pastosa e sorriso meio indefinido.
Fácies esclerodérmica ou fácies de múmia: praticamente completa imobilidade facial;
Alterações da pele tornam-se apergaminhadas, endurecida e aderente aos planos profundos, com repuxamento dos lábios, afinamento do nariz e imobilização das pálpebras. 
Fisionomia inexpressiva, parada, imutável.
Pele
Condições para exame da pele:
Iluminação adequada;
Desnudamento das partes a serem examinadas;
Conhecimento prévio dos procedimentos semiotécnicos.
Coloração
Normal: em indivíduos de cor branca e nos pardos-claros, observa-se a coloração levemente rosada;
Deve-se atentar à dificuldade em avaliar os transtornos em pessoas de pele escura.
Alterações na coloração da pele
Palidez: atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. Deve ser pesquisada em toda a extensão da superfície cutânea, inclusive regiões palmoplantares. Nos pacientes negros só se consegue identificar palidez nas palmas das mãos e nas plantas dos pés.
Tipos de palidez:
Palidez generalizada – observada em toda a pele, pode ser causada por vasoconstrição (estímulos neurogênicos ou hormonais) ou por uma redução real das hemácias (anemias);
Palidez localizada ou segmentar – têm como causa principal a isquemia (obstrução arterial), deve-se observar a região homóloga.
Vermelhidão ou eritrose: aumento da coloração avermelhada, podendo decorrer da vasodilatação;
Vermelhidão generalizada – pacientes febris, individuos que ficaram expostos ao sol, estados policitêmicos (grande quantidade de hemácias no sangue) e em afecções como escarlatina, eritrodermia e psoríase.
Vermelhidão localizada ou segmentar: pode ter caráter fugaz nos caos de ruborização ou fogacho, ou ser duradoura.
Cianose: cor azulada da pele e mucosas. Acontece quando a hemoglobina reduzida atinge valores superiores a 5g/100ml.
Deve ser pesquisada ao redor dos lábios, na ponta do nariz, nos lobos das orelhas e nas extremidades das mãos e dos pés (leito ungueal e polpas digitais)
Cianose generalizada – observada em toda a pele, predominando em algumas regiões;
Cianose localizada ou segmentar – apenas segmentos corporais possuem coloração atípica (obstrução de uma veia).
Classificação:
- leve;
- moderada;
- intensa;
Tipos:
-Cianose Central: insaturação arterial excessiva;
-Cianose periférica: perda exagerada de O2
na rede capilar;
-Cianose mista: central e periférica (insuficiência cardíaca);
-Cianose por alteração da hemoglobina (fixação do O2).
Icterícia:
Coloração amarelada da pele, das mucosas visíveis e da esclerótica, resultantes do acúmulo de bilirrubina no sangue;
Causas: hepatite infecciosa, hepatopatia alcoólica, hepatopatia por medicamento, leptospirose, malária, septicemias, lesões obstrutivas das vias biliares extra-hepáticas e algumas doenças nas quais ocorra hemólise.
Albinismo: coloração branco-leite da pele em decorrência de uma síntese defeituosa de melanina. Pode afetar a pele e os olhos (albinismo oculocutâneo) ou apenas os olhos (albinismo ocular).
Bronzeamento da pele: observada em pessoas de cor branca. Na maioria das vezes ocorre de forma artificial, nos casos naturais pode ser em decorrência da doença de Addison e na hemacromatose por transtornos endócrinos que alteram o metabolismo da melanina. 
Dermatografismo: também chamado de urticária factícia. Se a pele é atritada com a unha ou com um objeto, aparece uma linha vermelha ligeiramente elevada que permanece por aproximadamente 5 min. Trata-se de uma reação vasomotora.
Fenômeno de Reynaud: é uma alteração que depende das pequenas artérias e arteríolas das extremidades que resulta em modificações da coloração. Inicialmente ocorre uma palidez; em seguida a região torna-se cianótica e culmina com vermelhidão.
Continuidade ou integridade
A perda de continuidade ou integridade da pele ocorre na erosão ou exulceração, na ulceração, na fissura ou rágade.
Umidade
Método adequado: palpação. Por meio das polpas digitais e da palma da mão avalia-se a umidade da pele com razoável precisão;
Possibilidades:
- Umidade normal: pele com certo grau de umidade indicativa de boa saúde;
- Pele seca:confere ao tato sensação especial. É observada em pessoas idosas e em algumas dermatopatias;
- Umidade aumentada ou pele sudorenta: indivíduos normais ou associada a febre, ansiedade, hipertireoidismo.
Textura
A textura da pele é avaliada deslizando-se as polpas digitais sobre a superfície cutânea;
- Textura normal:sensação própria adquirida com a prática;
- Pele lisa ou fina: pessoas idosas, hipertireoidismo, áreas com edema recente;
- Pele áspera: indivíduos expostos à interpéries;
- Pele enrugada: pessoas idosas, emagrecimento rápido ou quando se elimina o edema
Espessura
Faz-se o pinçamento de uma dobra cutânea, usando o polegar e o indicador; 
- Pele de espessura normal: indivíduos hígidos, reconhecimento advindo da prática;
- Pele atrófica: presença de translucidez que possibilita a visualização da rede venosa superficial (idosos, prematuros e algumas dermatoses);
- Pele hipertrófica: espessamento do tegumento cutâneo (pessoas que trabalham expostos ao sol)
Temperatura
A temperatura da pele é entendida como a exteriorização cutânea da temperatura corporal;
Para avaliação da temperatura da pele usa-se a palpação com a face dorsal das mãos ou dos dedos comparando-se com o lado homólogo (diferenças de até 2 ºC podem ser detectadas pela palpação e indicam transtornos de irrigação sanguínea.
Elasticidade e mobilidade
Elasticidade: propriedade de o tegumento cutâneo se estender quando tracionado;
Mobilidade: capacidade de se movimentar sobre os planos profundos subjacentes.
Para avaliar a elasticidade pinça-se a prega cutânea com o polegar e o indicador fazendo, em seguida, certa tração e então solta-se a pele.
Para pesquisa de mobilidade: pousa-se firmemente a palma da mão sobre a superfície que se quer examinar e movimenta-se a mão para todos os lados, fazendo a pele deslizar sobre as estruturas adjacentes (ossos, articulações, tendões, glândula mamária, etc.)
Elasticidade normal: observada na pele de indivíduos saudável;
Aumento: característica semelhante à de borracha, com leve tração a pele se distende duas a três vezes mais (síndrome de Ehlers-Danlos);
Diminuição: a pele ao ser tracionada volta vagarosamente à posição primitiva (pacientes idosos, desnutrição e desidratação);
Quanto à mobilidade:
-normal: apresenta certa mobilidade;
-diminuida ou ausente: não consegue deslizar sobre as estruturas;
-aumentada: idosos e síndrome de Ehlers Danlos.
Turgor
Avalia-se pinçando o polegar e o indicador uma prega que abranja o tecido subcutâneo;
Normal: sensação de pele suculenta e a prega se desfaz rapidamente (indica pele hidratada);
Diminuído: sensação de pele murcha, lento desfazimento da prega.
Sensibilidade
Sensibilidade dolorosa: sua perda é chamada de Hipoalgesia; seu aumento, Hiperestesia;
Sensibilidade tátil: receptores -> corpúsculos de Merkel e terminações nervosas dos folículos pilosos. Para exame, fricciona-se levemente o local com uma mecha de algodão; Anestesia: perda ou diminuição da sensibilidade tátil;
Sensibilidade térmica: bulbos terminais de Krauser (frio) e Ruffini (quente); no exame, utiliza-se tubos de ensaio com água quente e fria.

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