CCJ0037-WL-C-AMMA-03-Ação de Usucapião

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AULA Nº 03 – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - AÇÃO DE USUCAPIÃO.
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
AULA Nº 03 – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - AÇÃO DE USUCAPIÃO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
EMENTA
PROCEDIMENTOS ESPECIAIS
AÇÃO DE USUCAPIÃO.
AULA Nº 03 – PROCEDIMENTOS ESPECIAIS - AÇÃO DE USUCAPIÃO
DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
A usucapião reflete um modo originário de aquisição da propriedade, na medida em que o novo proprietário não manteve qualquer relação de direito real ou pessoal com seu antecessor, pois não obtém o bem do antigo proprietário, mas contra ele. A importância da distinção entre aquisição originária e derivada reside nos efeitos que se produzem, pois se a propriedade é adquirida de modo originário, estará ela livre de todos os vícios que a relação jurídica apresentava
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[Ex. Não subsistirá a hipoteca, ou mesmo servidão, existente sobre aquele imóvel em razão de negócio jurídico praticado pelo antigo proprietário, recebendo aquele que quer usucapir a posse límpida, isenta de máculas; Não incidirá o fato gerador do imposto sobre a transmissão de bens imóveis ou ITBI (art. 35 CTN), até porque a nova legislação civil codificada eliminou a restrição antes existente (art. 1.911, CC/02, em substituição ao art. 1.676, CC/16). 
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Para o aperfeiçoamento do usucapião, qualquer que seja sua espécie, é preciso verificar, como requisito, a qualidade da posse do usucapiente. Seguem as características necessárias:
(A) Posse ad usucapionem ou usucapível. É a posse com intenção de dono (animus domini), na verificação do propósito do usucapiente de possuir a coisa como se esta lhe pertencesse. O detentor, pois em estado de subordinação ao verdadeiro possuidor (art. 1.198, CC), nunca poderá usucapir. Assim é que ficam excluídos da usucapião, também, os atos de mera tolerância (art. 1.208, CC), como daqueles que exercem temporariamente a posse direta por força de obrigação ou direito [Ex. Locatário ou comodatário na vigência de um contrato].
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(B) Posse mansa e pacífica da coisa. Esta cessará apenas no instante em que houver oposição judicial por parte de quem pretende retomá-la, condicionada a interrupção da prescrição aquisitiva ao reconhecimento da procedência da sentença transitada em julgado, que irá retroagir à data da propositura da ação (art. 219, § 5º, CPC). Portanto, notificações extrajudiciais, ou cartas, não servem para interrupção do prazo da usucapião, diante da exigência de se conceder ao réu o contraditório e a ampla defesa (devido processo legal).
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(C) Posse contínua e duradoura. Reflete a ideia de poder físico sobre a coisa por prazo relevante, sem intervalos ou interrupções. Nessa conta, permite-se a união de posses (accessio possessionis ou sucessio possessionis), acrescentando a dos antecessores do usucapiente, sejam eles sucessores inter vivos ou causa mortis (art. 1.243, CC) [Ex. Herdeiro continua posse do falecido; Sucessão de empresas]. Entende-se que a soma de posses não vale para a usucapião constitucional urbana e rural, diante do tratamento específico dado pela normatividade. Entretanto, há regramento específico no Estatuto da Cidade para a usucapião especial urbana, tal permissão ao herdeiro que continua posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por ocasião da morte deste, ou seja, apenas na situação de causa mortis (art. 9, § 3º, lei nº 10.257/01).
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Segundo a legislação, são espécies de usucapião:	
 
1) USUCAPIÃO ORDINÁRIA (art. 1.242, caput e § único, CC). O possuidor deverá ter justo título e boa fé, sendo presumível que o primeiro requisito induz o segundo (art. 1.201, § único, CC). 
2) USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA (art. 1.238, caput e § único, CC). Nesta se vê dispensada a presença de justo título e boa-fé, pois há presunção absoluta de ambos, o que faz torná-los irrelevantes para a configuração da usucapião. Significa dizer que o decurso de prazo poderá tornar desnecessário ao usucapiente demonstrar o justo título e a boa-fé.
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3) USUCAPIÃO NA SITUAÇÃO DE ABANDONO DE LAR (art. 1.240-A, CC, acrescentado pela lei nº 12.424/11). Tal regramento traz o menor prazo para a prescrição aquisitiva em todas as categorias previstas para imóveis. Exige posse direta pelo prazo de 2 anos, com exclusividade, sobre imóvel de até 250 metros quadrados (tamanho máximo), cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano e rural, para adquirir-lhe-á o domínio integral do bem. 
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4) USUCAPIÃO ESPECIAL OU CONSTITUCIONAL URBANA (art. 183, CF c/c 1.240, CC c/c 9, lei nº 10.257/01). É aplicado apenas aos bens imóveis. Esta espécie, diferentemente das anteriores, impõe condicionantes ao tamanho do imóvel, finalidade da posse e ausência de domínio sobre outro imóvel. Não se cogita de justo título e boa fé. 
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5) USUCAPIÃO ESPECIAL OU CONSTITUCIONAL RURAL (art. 191, CF c/c 1.239, CC c/c 1º, lei nº 6.969/81). Apenas aos imóveis, esta espécie não cogita de justo título e boa fé, impondo as seguintes condicionantes: 
área localizada na zona rural, não superior a 50 hectares (tamanho máximo); 
5 anos ininterruptos de posse, sem oposição e com animus domini; 
o usucapiente não pode ser proprietário de outro imóvel, urbano ou rural; 
utilização do terreno para subsistência ou trabalho, “tornando-a produtiva”, sendo daí extraída a nomenclatura de usucapião pro labore.
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6) USUCAPIÃO COLETIVO (art. 10, lei nº 10.257/01). O instituto da usucapião especial urbana coletiva foi instituído com a finalidade de promover a regularização urbana, como instrumento de política urbana e de justiça social. Cuida-se de um mecanismo de tutela coletiva destinado a permitir o acesso à propriedade à “população de baixa renda”, com a criação de um condomínio entre os possuidores de áreas superiores a 250 metros quadrados (tamanho mínimo), que a ocupem por 5 anos, sendo impossível mensurar a área ocupada por cada um [Ex. Imóvel encravado em loteamento irregular]. Na sentença, o juiz atribuirá a fração ideal do terreno a cada possuidor, independentemente da dimensão do terreno que cada um ocupe, salvo acordo (art. 10, § 3, lei nº 10.257/01).
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EXERCÍCIOS!
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1ª QUESTÃO. 
James promoveu em face de Companhia de Eletricidade Apagão de São Paulo, Sociedade de Economia Mista, ação de usucapião de um imóvel urbano de que tem a posse há mais de quinze anos. Na contestação, a ré sustenta que o imóvel pertencera ao Município, o que demonstra sua natureza pública reforçada pelo fato de ainda prestar serviços públicos, pelo que pede a extinção do processo sem julgamento do mérito com fundamento no artigo 267, VI do CPC. 
Indaga-se: a quem assiste razão? Justifique
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2ª QUESTÃO. 
Sobre a usucapião, marque a alternativa incorreta:
a) Admite-se apenas a usucapião de bens particulares;
b) No rito especial instaurado para reconhecimento da prescrição aquisitiva, forma-se um litisconsórcio
facultativo passivo;
c) Na distribuição da petição inicial deve ser juntada a planta
do imóvel usucapiendo;
d) O procedimento especial do usucapião (art. 941/945, CPC) serve apenas ao usucapião de bens imóveis
ou da servidão predial.
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Texto elaborado por:
Guilherme Kronemberg Hartmann.
Contato: www.hartmannadv.com.br.
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E ACABOU... ATÉ A PRÓXIMA SEMANA COM NOVAS LIÇÕES DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL II
SUGESTÃO DE LEITURA: HARTMANN, RODOLFO KRONEMBERG. CURSO DE DIREITO PROCESSUAL CIVIL, VOLS. I, II, III E IV, ED. IMPETUS.
OUTRAS INFORMAÇÕES: WWW.RODOLFOHARTMANN.COM.BR
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