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AULA 14 – Responsabilidade Civil do Transportador. Responsabilidade Civil RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 OBJETIVOS APLICAR a legislação adequada DISTINGUIR o transporte gratuito do aparentemente gratuito VERIFICAR os diversos tipos de responsabilidade ligados ao transportador IDENTIFICAR as características dos contratos de transportes COMPREENDER os casos de exclusão da responsabilidade do transportado RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 1. Responsabilidade do transportador 1.1. Em relação a terceiros 1.2. Em relação aos empregados 1.3. Em relação aos passageiros 2.Características 2.1. Cláusula de incolumidade 2.2. Obrigação de garantia 3. Legislação 3.1. Decreto-lei 2.681/1912 3.2. Código de Defesa do Consumidor 3.3. Código Civil 4. Início e fim da responsabilidade do transportador 5.Diferença entre transporte gratuito e aparentemente gratuito 6. Exclusão de responsabilidade do transportador Conteúdo rp4 rp5 Slide 3 rp4 renato porto; 29/10/2013 rp5 O ordenamento jurídico brasileiro tem como regra a adoção da responsabilidade civil objetiva com fundamento na teoria do risco administrativo quando um agente que atuando na sua qualidade causar um dano a terceiro. Porém, não se pode esquecer que ainda existe a possibilidade da presença da responsabilidade civil subjetiva do Estado com fundamento na culpa anônima que está ligada a falta do serviço que segundo o professor Cavalieri pode ser enquadrado "seja porque este não funcionou, quando deveria normalmente funcionar, seja porque funcionou mal ou funcionou tardiamente". Ciente das situações de responsabilidade civil objetiva fundamentada na teoria do risco administrativo e da responsabilidade civil subjetiva com fundamento na culpa anônima deve ser observado qual delas será utilizada nos casos de danos causados por omissão. O entendimento dominante na doutrina gira em torno do seguinte: nos casos de omissão genérica será aplicada a responsabilidade civil subjetiva e, nos casos de omissão específica será aplicada a responsabilidade civil objetiva. Já a responsabilidade do Estado por danos decorrentes de atos judiciais se divide em: atos judiciais típicos e atos pela atividade judiciária. No primeiro caso o Estado somente pode ser responsabilizado na hipótese do art. 5°, inciso LXXV da CR/88, segundo o entendimento dominante. E, no segundo caso pode-se entender como os casos "de denegação da justiça pelo juiz, desídia dos serventuários, mazelas do aparelho policial, é cabível a responsabilidade do Estado amplamente com base no art. 37, parágrafo 6° da CR/88 ou na culpa anônima (falta do serviço), pois trata-se, agora sim, de atividade administrativa realizada pelo Poder Judiciário" (Sérgio Cavalieri Filho). Já o juiz, somente pode ser responsabilizado pessoalmente nos casos de dolo ou fraude de sua parte, conforme determinação do art. 113, incisos I e II do Código de Processo Civil e, art. 49 da Lei Complementar 35/1979. Porém, a posição que tem prevalecido é pela aplicabilidade do art. 37, §6° da CR/88 porque o juiz ao causar esse tipo de dano o faz em nome do Estado, atuando como um “agente público, nessa qualidade”, em conformidade com o dispositivo constitucional mencionado. Para o desenvolvido do conteúdo serão utilizadas aulas expositivas, interativas e discussões dirigidas. Leitura e aplicação de dispositivos legais voltados para a resolução de problemas constantes dos Planos de Aula, envolvendo casos concretos com ênfase no estudo da relação jurídica e da inter- relação entre os seus componentes. renato porto; 29/10/2013 RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 Lei das Estradas de Ferro e evolção Inicialmente nos casos de responsabilidade civil do transportador aplicava-se o Decreto n° 2.681/1912, conhecida como Lei das Estradas de Ferro e, foi a primeira Lei a tratar do tema e, sustentou-se que a responsabilidade era subjetiva com base na culpa presumida. Porém, doutrina e jurisprudência evoluíram, reconhecendo a responsabilidade civil objetiva do transportador fundamentada na teoria do risco com base no art. 17 do referido Decreto que permitia somente ao transportador provar caso fortuito, força maior ou culpa exclusiva da vítima para afastar o dever de indenizar. RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 CDC e Código Civil Com o advento do Código de Defesa do Consumidor, é evidente sua aplicação nos casos de responsabilidade civil do transportador uma vez que existe relação de consumo. O Código Civil de 2002 trouxe um capitulo tratando exclusivamente da responsabilidade civil do transportador. RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 Características importantíssimas nesse tipo de contrato: Cláusula de incolumidade Obrigação de garantia. RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 Responsabilidade civil do transportador em relação aos seus empregados e em relação aos terceiros. RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 Caso Concreto Aldo Couto ajuiza, em face de VIAÇÃO BOA VIAGEM, ação de indenização por danos materiais e morais, com fulcro no artigo 37, § 6º da Constituição Federal, em razão de acidente de transporte. Alega o autor que se encontrava no interior do coletivo quando ocorreu a colisão, o que lhe acarretou lesões, como demonstrado no Registro de Ocorrência, em que constou, expressamente, o nome do autor como passageiro do ônibus, e, ainda, o nome do Hospital Salgado Filho, local para onde foram levadas as vítimas do acidente de trânsito. As lesões corporais impossibilitaram a locomoção e ausência da vítima de sua residência por 15 dias. Em contestação, a ré pretende que seja o pedido julgado improcedente por ter o acidente ocorrido porque um caminhão colidiu com o ônibus, invadindo contra-mão. Em réplica, o autor aduz que a ré não demonstrou qualquer prova da exclusão de sua responsabilidade, razão pela qual pugna pelo reconhecimento de sua responsabilidade objetiva. Dando os fatos narrados como comprovados, decida fundamentadamente: 1) a natureza da relação jurídica tem amparo no direito comum ou no artigo 37, § 6º da Constituição Federal; 2) admitida como verdadeira a tese de defesa da ré, exclui a sua responsabilidade? rp2 Slide 8 rp2 Gabarito No caso não se aplica o artigo 37, § 6º da C.Federal (responsabilidade objetiva do Estado) porque a pneumonia não foi causada pela atividade estatal (agentes do Estado). É caso de responsabilidade por omissão. O Estado só responderá se deixou de prestar ao prisioneiro os cuidados médicos devidos. Também não se pode falar em omissão específica porque não há prova de que o Estado teria criado, por sua omissão, situação propícia para a ocorrência da pneumonia, tal como ocorre no caso de morte de detento por ação de outro detento. No caso, o Estado só poderá ser responsabilizado por culpa (culpa anônima), se resultar provada a falta do serviço. Por exemplo, que tendo se manifestada a doença, o Estado se omitiu quanto ao atendimento médico necessário. Corregedor do STJ intercede para liberar caminhoneiro preso injustamente em SP (O GLOBO 24/12/2007). Em abril de 1999 o caminhoneiro Aparecido Batista perdeu os documentos em Uberlândia (MG). Registrou a ocorrência na Delegacia local e usou o boletim muitas vezes para provar que também era vítima, diante das cartas de cobrança que recebia de lojas do país inteiro. Em 2005, foi condenado como réu em dois processos criminais em Pernambuco, acusado de desvio de cargas. Preso há mais de 60 dias, a empresa em que Aparecido trabalha conseguiu um Hábeas corpus em seu favor, provando que, no dia do crime, Aparecido voltava de Brasília para São Paulo e que, portanto, não estava em Pernambuco, onde o crime ocorreu. Supondo que Aparecido pretenda ser indenizado por danos moral e material, assinale a opção correta: A) o Estado não responde por ato judicial; B) no caso, quem deve responder é o juiz que condenou Aparecido equivocadamente;C) o Estado responde com base no art. 37, § 6º da Constituição Federal por ser tratar, no caso, de atividade judiciária; D) por se tratar de ato judicial típico, o Estado responde com base no art. 5º, LXXV da Constituição; E) o Estado só responde no caso de erro, dolo ou má-fé do juiz. Gabarito Letra d. Há no caso ato jurisdicional típico, e não atividade judiciária, pois Aparecido foi condenado e preso, o que só pode decorrer do efetivo exercício da jurisdição em sentença e decisão. Houve, inquestionavelmente, erro judicial, pois Aparecido, comprovadamente, não se encontrava no local do crime quando este ocorreu. O crime foi praticado por alguém que utilizou os documentos de Aparecido. A resposta correta, portanto, é da letra d. As demais estão erradas. renato porto; 23/07/2013 RESPONSABILIDADE CIVIL Aula 14 Ônibus bate em prédio, explode e mata mãe e filha. Outras 14 pessoas ficaram feridas. Motorista passou mal (teve um desmaio) e perdeu o controle do veículo (Globo 09/01/09). No caso é correto afirmar que o mal súbito do motorista: A) não tem qualquer relevância causal; B) caracteriza fato exclusivo de terceiro (o motorista); C) caracteriza o fortuito interno; D) caracteriza a força maior; e) caracteriza o fato exclusivo da vítima (o motorista).
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