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CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE/HPLC) PRINCÍPIO BÁSICO • Definição: É um processo pelo qual diferentes solutos são separados por uma dinâmica diferencial do processo migratório em um sistema contendo uma ou mais fases, das quais uma desloca-se continuamente em uma dada direção e no qual as substâncias exibem mobilidades distintas devido a diferenças de adsorção, partição, solubilidade, pressão de vapor, tamanho da molecular ou densidade de carga iônica. FASES MÓVEL E ESTACIONÁRIA Fase móvel: • A fase móvel da CLAE deve ser um solvente que respeite algumas características impostas por esse método analítico. A principal característica é que a fase móvel dissolva a amostra sem qualquer interação química entre ambas. Esta fase deve ter alto grau de pureza ou ser de fácil purificação, para que se possam fazer análises de alta sensibilidade, pois as impurezas podem interferir na detecção do analito por ultravioleta (UV). A fase móvel deve ser compatível com o detector empregado e, também possuir polaridade adequada para permitir uma separação conveniente dos componentes da amostra. Embora existam vários solventes, três deles são mais utilizados: água, metanol e acetonitrila. Fase estacionária: • Fase fixa onde a substância que está sendo separada ou identificada fixa- se na superfície de outro material; • Se a fase estacionária for mais polar que a fase móvel ela é chamada de fase normal ((nessa fase é muito utilizada a sílica gel, alumina e celite). • Se a fase estacionária for mais apolar que a fase móvel é chamada de fase reversa (fase estacionária quimicamente ligada). • Considerando as suas propriedades físicas, os recheios para CLAE podem ser • classificados de acordo com os seguintes aspectos: • a) Sólidos rígidos, semi-rígidos ou não rígidos; • b) Partículas porosas ou peliculares; • c) Partículas esféricas ou irregulares; • d) Partículas com diferentes diâmetros. • Na cromatografia líquida, a fase móvel é um solvente líquido, o qual contém a amostra na forma de uma mistura de solutos. INSTRUMENTAÇÃO Cromatografia líquida moderna: • Altas pressões de bombeamento: velocidades razoáveis por recheios de partículas muito pequenas (3 – 10 µm). • Equipamentos mais complexos. • Equipamentos mais caros. APLICAÇÕES DA CROMATOGRAFIA LÍQUIDA: COMO É UM HPLC COMERCIAL? Diagrama de blocos mostrando os componentes típicos de um sistema para CLAE Reservatório de solvente • Filtro do reservatório: Captar a fase móvel e evitar que partículas suspensas na FM obstruam os capilares ou contaminem a bomba. • Filtros de 10 a 40 um Reservatório para a fase móvel MÉTODO DE DEGASEIFICAÇÃO • Ultrassom: Muito lento, pouco eficiente, requer agitação, em geral o pior método quando usado sozinho • Vácuo + ultrassom: Rápido, eficiente, refazer a cada 12 hrs. • Purga com Hélio: Contínuo, hélio é razoavelmente caro, leva ao aumento de vazamentos, maior custo operacional. • Degaseificador on-line: Contínuo, remove o ar logo antes de entrar na bomba, investimento alto inicial (melhor opção a longo prazo). Bomba SISTEMA DE BOMBEAMENTO Têm por finalidade enviar um fluxo constante e reprodutível de FM para o sistema cromatográfico. • REQUISITOS - Habilidade de gerar pressões altas (até 6.000 psi) - Saída livre de pulsação - Vazões na faixa 0,1 – 10 mL/min - Reprodutibilidade relativa da vazão de 0,5% ou melhor - Resistência a corrosão Tipos de bomba: - Bomba de seringa - Bomba recíproca - Bomba pneumática de pressão • Bomba de seringa (rosca): – Saída livre de pulsação – Pequena capacidade de volume ( ± 250 mL) – Troca de solventes: difícil • Bomba recíproca: – Fluxo pulsado que deve ser atenuado – Pequeno volume interno – Alta pressão de saída (10.000 spi) – Vazões constantes • Bomba pneumática de pressão – Barata – Simples – Livres de pulsação Eluição Isocrática : • A composição da fase móvel permanece constante ao longo da análise. • Capaz de separar um número limitado de analitos. Eluição Gradiente: • A composição da fase móvel varia durante a análise. • aumento da polaridade da fase móvel – devido a retenção da amostra pela fase estacionária. • Separação de amostras complexas. SISTEMA DE BOMBEAMENTO • A eluição isocrática é feita com um único solvente (ou mistura de solventes). Se um solvente não propiciar uma eluição suficientemente rápida de todos os componentes, então pode ser utilizada uma eluição por gradiente. Injetor SISTEMA DE INJEÇÃO • INJEÇÃO MANUAL As amostras são introduzidas com seringas. Após virar a alça, a amostra é carregada pela fase móvel até o início da coluna. • AMOSTRADOR AUTOMÁTICO As amostras são postas em um frasco localizado dentro do amostrador. O amostrador automático : 1. Mede o volume correto para injeção. 2. Injeta a amostra. 3. Prepara o injetor para uma próxima amostra Coluna • Geralmente em aço inox ( mais popular, maior pressão) -Comprimento: 10 a 30 cm - Diâmetro: 2 a 5 mm -Recheio: partículas porosas de 1,8 – 5 µm --Preço: > US$ 200.00 VANTAGENS: • Maior eficiência da coluna • Menor consumo de solventes • Maior velocidade de eluição • Recheio - Sílica (suporte): partículas com diâmetros altamente uniformes; - Fase estacionário: composto orgânico química ou fisicamente ligados a superfície do suporte. • Colunas de proteção (guarda) -Posicionada a frente da coluna analítica – Função: aumentar a vida útil da coluna analítica – Composição semelhante a composição da coluna analítica Detector CARACTERÍSTICAS DE UM DETECTOR • Sensibilidade e seletividade adequada • Ampla faixa linear • Baixo volume interno • Resposta Rápida • Boa estabilidade e reprodutibilidade • Não destruir a amostra • Baixo volume interno -O volume do detector é a região do fluxo cromatográfico ao qual o detector responde. - Grande volume: alargamento dos picos registrados. • Resposta Rápida -O sistema de detecção deve idealmente apresentar um sinal que represente um exato instante de uma porção do caminho (volume do detector). -Detector lento: picos deformados (baixo e largo) e com cauda longa. • Boa estabilidade e reprodutibilidade - Alta confiabilidade e facilidade de uso PRINCIPAIS DETECTORES • Espectrofotometria UV e Visível (mais popular em HPLC) • Fluorescência (FD) • Índice de Refração (RI) • Espectrometria de Massas (MS) DETECTOR ESPECTROFOTOMÉTRICO Mede as variações na absorção da luz na região de 190 a 370 nm (UV) e de 370 a 700 nm Aplicações: Compostos que absorvem no UV-Vis Vantagens: Alta sensibilidade; Não é destrutivo. Responde a larga faixa de concentração; Relativamente insensível a variação de T e vazão da FM Desvantagens: Detecta somente substâncias que absorvem no UV-Vis DETECTOR DE FLUORESCÊNCIA Baseia-se na medida da luz emitida pelas substâncias previamente irradiadas com luz UV Aplicação: Na detecção de compostos fluorescentes, (vitaminas (ex. riboflavina), micotoxinas, HPAs, etc) e compostos derivatizados (ex. aminas). Vantagens: Muito sensível ; Não é destrutivo ; Permite gradiente Desvantagens: Poucas substâncias são naturalmente fluorescentes DETECTOR DE ÍNDICE DE REFRAÇÃO Baseia-se na medida da diferença do índice de refração da FM na presença das substâncias. Para aplicações gerais. Vantagens: Praticamente todas as substâncias são detectáveis ; Não é destrutivo Desvantagens: Sensibilidade menor que UV ; Sensível a diferenças de T, vazão e pressão da FM ; Não permite fazer gradiente DETECTOR DE MASSAS (LC-MSE LC-MS/MS) • Fornece o registro da separação cromatográfica e informações a respeito da identidade dos analitos. • Os analitos, após separação, são fragmentados no detector permitindo a identificação e quantificação. Vantagens: Fornece massa molecular dos analitos ; Identifica os fragmentos Desvantagens: Requer operador experiente ; São caros HPLC Adsorção Partição Iônica Exclusão Afinidade Quiral MODOS DE HPLC ADSORÇÃO • CLAE por adsorção – Os analitos são adsorvidos sobre uma superfície de um sólido polar finamente dividido (recheio). • O mecanismo de separação: competição entre moléculas da amostra e da fase móvel em ocupar os sítios ativos da fase estacionária, sólido. • A FM é constituída por um solvente orgânico ou por uma mistura de solventes orgânicos. • A FE é composta por partículas de sílica ou alumina. • A atividade da superfície de muitos sólidos se encontra com frequência afetada pela retenção de certas moléculas de alta polaridade como álcoois, fenóis, água, etc. • Na maioria das separações o adsorção (CLS) usa-se partículas porosas, na faixa de 5-10µm, além de empregar, às vezes, materiais maiores, 30-40µm. PARTIÇÃO • A cromatografia líquido-líquido (CLL) foi desenvolvida por Martin e Synge em 1941 para separação de vários aminoácidos, usando fase estacionária de água em sílica e clorofórmio como fase móvel. • os componentes mais solúveis na fase estacionária são seletivamente retidos por ela, enquanto os menos solúveis são transportados mais rapidamente pela fase móvel. • 0 maior inconveniente desta técnica é a solubilidade da fase estacionária na fase móvel, o que rapidamente deteriora a coluna, levando a não reprodutibilidade nas separações repetitivas. Isto pode ser resolvido de duas maneiras. • A primeira é saturando a fase móvel com a fase estacionária por meio de uma pré-coluna, colocada antes do injetor, que contenha uma alta percentagem de fase estacionaria. • A segunda é utilizando materiais que contenham a fase estacionária, quimicamente ligada a um suporte sólido. CROMATOGRAFIA LÍQUIDA COM FASE LIGADA • A fase estacionária para a cromatografia líquida com fase ligada (CLFL) surgiu como resposta aos problemas com a CLL. • Como a fase estacionária é quimicamente ligada à superfície do suporte, não há mais solubilidade da fase estacionária na fase móvel. • O mecanismo principal desta técnica baseia-se na partição. Por outro lado, como esta fase estacionária também apresenta influência de grupos ativos (polares) da superfície (isto é, também ocorre o mecanismo de adsorção), a maioria dos pesquisadores considera esta técnica um método separado. FE - diferentes polaridades Características: – Maior estabilidade – Pequena capacidade de amostra Recheios de Fase Normal e Reversa – Fase normal - A FE é polar e a fase móvel é apolar – Fase reversa - A FE é apolar e a fase móvel é polar Regra geral: - Iguala-se a polaridade do analito com a da FE - Usas-se uma FM com polaridade diferente da FE. - Analito e FM com polaridades semelhantes não é vantajoso. - Analito e FE com polaridades muito parecidas também não é vantajoso. APLICAÇÕES TROCA IÔNICA Na cromatografia por troca iônica (CTI), a fase estacionária possui grupamentos iônicos quimicamente ligados que podem ser trocadores de cátions ou de ânions. Esses grupamentos apresentam contra-íons que são deslocados pelos íons da amostra. Por exemplo, admitindo uma amostra com um cátion M+ , tem-se: 𝑀+ + 𝑅 − 𝑆𝑂3 −𝑁𝑎+↔ 𝑁𝑎+ + 𝑅 − 𝑆𝑂3 −𝑀+ Grupos quimicamente ligados, utilizados para troca iônica, são: 𝑆𝑂3 − -trocadores fortes de cátions C𝑂2 − -trocadores fracos de cátions N𝑅3 +-trocadores fortes de ânions 𝑁𝐻2𝑅 +- trocadores fracos de ânions As catiônicas são adquiridas comercialmente na forma de sais de sódio (𝑁𝑎+) ou de íon hidrogênio e as aniônicas na forma de cloreto (𝐶𝑙−). Os materiais usados como recheio para CLAE. • Os materiais usados como recheio para CLAE por troca iônica tem grupos (cátions ou ânions) quimicamente ligados a partículas porosas de resinas poliméricas, a sílica com camada pelicular, as micropartículas porosas de sílica e as micropartículas porosas de resinas poliméricas. • Os processos de troca iônica dependem muito da temperatura, é conveniente ter algum sistema de controle térmico quando for empregado este tipo de fase estacionária, pois mudanças normais na temperatura ambiente podem afetar os resultados. EXCLUSÃO • A cromatografia por exclusão tem sua resolução baseada no tamanho efetivo das moléculas dos componentes da amostra em solução. • E existem limites que determinam o intervalo de tamanhos em que um material é útil. O primeiro é o inferior, chamado de limite de permeação, abaixo do qual todas as moléculas de menor tamanho são igualmente difundidas dentro dos poros do material e o segundo é o superior, chamado limite de exclusão, acima do qual todas as moléculas são muito grandes para penetrar nos poros. • Quanto à rigidez existem três tipos de materiais. Os primeiros são os materiais fracos 11 (não rígidos), constituídos de géis de polidextrano (Sephadex), poliacrilamidas (Bio-Gel P ) e poliagaroses (Sepharose e Bio Gel A), usados quase sempre com fases móveis aquosas. Sua capacidade é elevada mas eles não resistem a pressões superiores a 3 bars; então, são usados somente na CE clássica. • Os segundos são os materiais semi-rígidos que normalmente resistem a pressões da ordem de 100 a 150 bars. Estes materiais são constituídos de microesferas de algum copolímero, como o poliestireno-divinilbenzeno. Podem ser empregados com fases móveis aquosas ou não aquosas e existem em uma grande variedade de porosidade. São usados em CLAE e também em CE clássica • Os terceiros são os materiais rígidos que resistem a qualquer pressão e são geralmente constituídos de partículas de sílica porosa ou de vidro poroso. Devido a sua rigidez podem-se obter separações muito rápidas com fluxo de fase móvel muito alto, o que produz pressões elevadas, para o uso de CLAE. • Os materiais à base de sílica ou vidro podem ter a superfície muito ativa e apresentar adsorção ou degradação de certos materiais (por exemplo, desnaturação de proteínas). Existem tratamentos para eliminar estes efeitos mediante processos de desativação química, tais como silanizar a sua superfície de modo muito similar ao tratamento químico dos suportes em cromatografia gasosa. AFINIDADE A cromatografia de Afinidade é um processo da separação usado para refinar moléculas ou um grupo de moléculas que estão em uma mistura bioquímica. Moléculas Específicas da fase móvel ira ligar-se a fase estacionária baseada em suas propriedades enquanto o resto da solução que passa inerte. Aplicações: Utilizada na refinação de biomoléculas, como por exemplo, enzimas, anticorpos e proteínas. QUIRAL As fases quirais são materiais que quando empregadas como FE ou introduzidos na fase móvel, permitem a separação de isômeros ópticos de misturas racêmicas ou dos compostos racêmicos em matrizes de uso geral. Aplicações: É o método analítico mais empregado para separação, identificação e quantificação de enantiômeros. Tem sido amplamente aplicada na determinação da pureza óptica e da constituição estereoisomérica de medicamentos, matérias-primas, preparações farmacêuticas e fluídos biológicos. CLÁSSICA X HPLC CLÁSSICA • Recheio geralmente utilizado apena uma vez • Requer habilidade para aplicação da amostra • Há mais desperdícios de material e tempo • Vazão promovida pela ação da gravidade HPLC • Utiliza coluna fechada podendo reaproveitar o recheio• Amostras podem ser injetadas automaticamente • Vazão é promovida pelo auxilio de uma bomba • Pode atingir uma precisão superior a + 0.5% CLÁSSICA • As separações requerem, geralmente, várias horas e a detecção e a quantificação das frações são realizadas por análise manual. HPLC • Vários tipos de detectores, que podem ser colocados na saída da coluna, proporcionam uma identificação e quantificação contínua dos componentes da amostra. GASOSA X HPLC GASOSA • Amostras devem ser voláteis e termicamente estáveis • Detectores mais rápidos e sensíveis • Equipamento de fácil manipulação • Técnica mais barata HPLC • Requer somente que a amostra seja solúvel na fase móvel • Maior variedade de possíveis mecanismos de separação • Técnica mais cara VANTAGENS • FE é utilizada inúmeras vezes • Versatilidade: Único requisito é a solubilidade na FM • Tempo reduzido de análise • Alta resolução • Boa detectabilidade • Versatilidade • Automatização LIMITAÇÕES • Alto custo do instrumento • Alto custo de manutenção • Alto custo de operação • Falta de detector universal sensível • Necessidade de experiência no seu manuseio A HPLC é um método ideal para a separação de espécies iônicas ou macromoléculas de interesse biológico e produtos naturais lábeis, bem como uma imensa variedade de outros compostos de alta massa molecular e/ou baixa estabilidade térmica. REFERÊNCIAS [1] Cromatografia de alta eficiência CLAE. Disponível em: http://www.ufjf.br/baccan/files/2010/10/Aula_11-CL_08_07_14.pdf [2] Analise instrumental da cromatografia liquida de alta resolução. Disponível em: http://www.ifrj.edu.br/webfm_send/546 [3]Cromatografia de afinidade. Disponível em: http://knoow.net/cienciasexactas/quimica/cromatografia-de-afinidade/ [4] Cromatografia líquida com fase quiral aplicada na separação enantiomérica de fármacos cardiovasculares. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbcf/v42n4/a11v42n4.pdf/ [5] HPLC Cromatografia liquida de alta eficiencia. Disponível em: http://w3.ufsm.br/larp/media/hplc_geral_colorido.pdf
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