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ARTE E DIREITO - primeira parte POESIA ARISTOTÉLICA 1. Introdução 2. Poesia x história A poesia compreende uma das várias formas de fazer arte, principalmente a arte e busca imitar a vida. A poesia se baseia no possível, enquanto que a história no real (o historiador se limita pelo que apenas aconteceu). O possível é também VEROSSIMILHANÇA (corresponde com a realidade). A obra de arte demarca as suas próprias leis. Verossímil – sucessão segundo o necessário ou o provável. Julgar a realidade com base no mundo retratado na arte e não com base em nossa realidade. A obra não pode estar 100% desconectada com a nossa realidade. Dragões – existem em nossa tradição , embora não exista em nossa realidade (aproximação com o nosso conhecimento). Não há uma mera representação da nossa realidade. Tragédia – os homens são imitados melhores do que eles seriam aqui a na comédia acontece o contrário. 3. Conceitos fundamentais da poética 3.1. Mythos É uma narrativa que dá sentido a um mistério. Aristóteles utiliza o “mythos” como sendo a organização dos fatos em um enredo, seria a sucessão dos fatos. O enredo deve ser completo, possuindo início, meio e fim e deve ter uma extensão razoável. A sucessão dos fatos existe e é importante. Sucessão segundo o necessário ou o provável (esperado dentro da obra) – Aristóteles – Verossimilhança Simultaneidade de acontecimentos em lugares diferentes – a arte precisa se atentar à isso e explicar isso dentro da obra. A arte apresenta o flash back. Ficção – capacidade de fazer acreditar naquele mundo e observar os aspectos da Verossimilhança. 3.2. Mimesis Representação – atores que interpretam personagens. “Como se” – suspenção da incredibilidade, agir como se fosse. A pessoa agi como se fosse um outro alguém. O autor quando interpreta agi como sendo uma outra pessoa. A representação não é uma MENTIRA – a ficção é diferente da mentira – nenhuma delas é realidade. Pode haver dentro de uma ficção e pode existir histórias dentro de uma história. MENTIRA: intenção de enganar e não revelar que aquilo não é. FICÇÃO: te faz, te pede para acreditar, mas não é um engano e sabemos que não é a realidade, não é real, temos perfeita consciência de é uma ficção. Exemplo: a pessoa jurídica é tratada como se fosse pessoa. Ficção baseada em fatos reais – nos causa estranheza. * Não pode fantasiar tanto *A visão do autor nem sempre será o que de fato aconteceu. 3.3. Katharsis Para que serve a arte? XX – XXI: entretenimento. Cultura de massa. Aristóteles – provocar a Katharsis, purificação* no público. *Compaixão ou temor – na tragédia *Simpatia ou riso – comédia Quando esse sentimento brota no público é porque é arte. EFEITO SURPRESA DA ARTE: Tragédia / comédia: - Peripécia (reviravolta) - Descoberta (reconhecimento) - Patético (sofrimento) 1. Mudança da arte para a personagem (azar e sorte) 2. Revelação de um fato ou de uma qualidade oculta da personagem – pode ser dentro da história ou misteriosa simultaneamente para os personagens ou para o leitor. 3. Sofrimento em si mesmo. Exemplo: Na história de Jesus – a traição de judas. Ex: Édipo Rei – a trilogia – “Aquele que tem os pés inchados”. Édipo vai ao oráculo ver qual seria o seu destino (matar o pai e casar com a mãe). Ele consegue realizar a PERIPÉCIA e DESCOBERTA ao mesmo tempo. Mudança de sorte – desafiar o destino traçado para si. # HUBRIS = desmedida – soberba ou arrogância, o homem se ver capaz de fazer tudo, inclusive além do que deve – DESMEDIDA Édipo, por ser herói, nos causa compaixão. Sofrer a dor do outro em nossa pele para que possamos aprender. 4. Modos da imitação (Northop Frye) Retomou a poética de Aristóteles. Melhor ou pior – mais ou menos poderosos. Devemos caracterizar as histórias a partir dos poderes do personagem Trágico – isolamento da sociedade Cômico – integração à sociedade. Isso vai servir para interpretarmos a narrativa jurídica. 4.1. Modo mítico As personagens têm poderes superiores em grau e em natureza aos homens e ao ambiente. 4.2. Modo maravilhoso As personagens têm poderes superiores em grau e em natureza aos homens. 4.3. Modo mimético alto As personagens têm poderes superiores em grau e não em natureza aos homens comuns. Ser humano “crível”, poder de ética. 4.4. Modo mimético baixo As personagens, cujo poder de ação é comparável ao dos homens comuns. 4.5. modo irônico As personagens com poder de ação inferior ao dos homens, NARRATIVAS JUDICIAIS: Processo (do 4.3 para baixo) 4.2. Amarrar a pessoa e jogar no mar – se não se afogar, quem jogou é inocente. - Fantástico: entre o maravilhoso e o irônico - Maravilhoso: carta psicografada (mudança do nosso conceito de real).
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