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CCJ0016-WL-D-AMMA-12-Alimentos

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DIREITO CIVIL V 
Aula 12 – Alimentos 
DIREITO CIVIL V 
Aula 12
Conteúdo Programático desta aula
1. Conceituar alimentos
2. Identificar as espécies de
alimentos.
3. Diferenciar obrigação
alimentar de direito a
alimentos.
4. Compreender as regras de
quantificação dos alimentos.
5. Discorrer sobre os
princípios informadores dos
alimentos.
6. Estudar os pressupostos da
obrigação alimentar
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ALIMENTOS
“a tendência moderna é a de impor ao
Estado o dever de socorro dos
necessitados, tarefa que ele se
desincumbe, ou deve desincumbir-se,
por meio de sua atividade assistencial.
Mas, no intuito de aliviar-se desse
encargo, ou na inviabilidade de
cumpri-lo, o Estado transfere, por
determinação legal, aos parentes,
cônjuges ou companheiro do
necessitado, cada vez que aqueles
possam atender a tal incumbência”.
(Silvio Rodrigues)
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São diversas as espécies de alimentos, das quais se
destacam:
1- Quanto à natureza:
a. Naturais (‘alimenta naturalia’): compreendem,
segundo os arts. 1.694, §2º. e 1.704, parágrafo único,
CC, tudo o que é necessário e indispensável à
manutenção da vida: alimentos ‘in natura’, vestuário,
medicamentos...
b. Civis (‘alimenta civilia’ ou côngruos): abrangem as
necessidades intelectuais e morais da pessoa,
destinando-se a manter sua condição social, como o
lazer e a educação.
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Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir
uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo
compatível com a sua condição social, inclusive para atender às
necessidades de sua educação.
§ 1º Os alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades
do reclamante e dos recursos da pessoa obrigada.
§ 2º Os alimentos serão apenas os indispensáveis à subsistência,
quando a situação de necessidade resultar de culpa de quem os
pleiteia.
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados judicialmente vier a
necessitar de alimentos, será o outro obrigado a prestá-los mediante
pensão a ser fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado culpado
na ação de separação judicial.
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado vier a necessitar de
alimentos, e não tiver parentes em condições de prestá-los, nem
aptidão para o trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-
los, fixando o juiz o valor indispensável à sobrevivência.
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2- Quanto à causa jurídica:
a. Legítimos ou legais: são os devidos
em virtude de uma obrigação legal
que pode decorrer do parentesco, do
casamento ou da união estável (art.
1.694, CC).
b. Voluntários: decorrem de
declaração de vontade ‘inter vivos’
ou ‘causa mortis’.
c. Indenizatórios (ou ressarcitórios):
decorrem da obrigação imposta ao
causador do dano em reparar o
prejuízo causado por meio do
pagamento de indenização (arts.
948, II e 950, CC).
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3- Quanto à finalidade:
a. Definitivos ou regulares: são os
de caráter permanente
estabelecidos em sentença ou em
acordo de vontades devidamente
homologado.
b. Provisórios: são os fixados
liminarmente em ação de alimentos
que segue o rito especial fixado no
art. 4º., da Lei n. 5.478/68 (Lei de
Alimentos).
c. Provisionais: são fixados em
medida cautelar preparatória ou
incidental (art. 852, I a III, CPC)
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4- Quanto ao momento em que
são reclamados:
a. Pretéritos: quando o pedido
retroage a período anterior ao
ajuizamento da ação.
b. Atuais: quando postulados a
partir do ajuizamento da ação.
c. Futuros : são os devidos a
partir da sentença.
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Art. 229 - Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os
filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de
ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou
enfermidade.
OBS: Assim, entre pais e filhos não existe propriamente
uma obrigação alimentar, mas sim, um dever de
sustento e mútua assistência
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Características:
personalíssimo;
incessível;
impenhorável;
incompensável;
imprescritível;
irrepetível;
transmissível;
intransacionável;
mutável.
A obrigação alimentar é divisível. Por
fim, destaque-se que os alimentos
podem ser pagos em moeda ou em
espécie, cabendo a faculdade de
escolha ao devedor
OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
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São pressupostos da obrigação alimentar:
vínculo jurídico familiar;
necessidade do alimentando;
possibilidade de fornecer os alimentos;
proporcionalidade da prestação
Art. 1.695. São devidos os alimentos quando quem os
pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo
seu trabalho, à própria mantença, e aquele, de quem se
reclamam, pode fornecê-los, sem desfalque do necessário
ao seu sustento.
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Dos efeitos patrimoniais do casamento decorre o
dever de assistência mútua. Findo o casamento ou
a união estável, esse dever converte-se em
obrigação alimentar recíproca.
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados
judicialmente vier a necessitar de alimentos, será o
outro obrigado a prestá-los mediante pensão a ser
fixada pelo juiz, caso não tenha sido declarado
culpado na ação de separação judicial.
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado culpado
vier a necessitar de alimentos, e não tiver parentes
em condições de prestá-los, nem aptidão para o
trabalho, o outro cônjuge será obrigado a assegurá-
los, fixando o juiz o valor indispensável à
sobrevivência.
Alimentos entre Cônjuges e Companheiros
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1- Os alimentos devidos pelos pais
aos filhos menores não se
extinguem automaticamente com o
mero advento da maioridade.
2- A miserabilidade dos pais não é
causa de exclusão do dever de
sustento dos filhos menores ou
incapazes.
3- A destituição ou suspensão do
poder familiar não extingue o
dever de sustento.
4- A emancipação voluntária
também não extingue o dever de
sustento.
Alimentos Decorrentes de Parentesco
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5- Os filhos maiores podem ser credores de alimentos
quando:
incapazes; quando ainda em formação escolar;
quando encontram-se em situação de indigência não
proposital;
quando necessita de medicamentos e outras hipóteses
aferíeis no caso concreto.
6- Em virtude da reciprocidade, ascendentes idosos ou
incapazes também têm direito de pleitear alimentos de seus
descendentes (art. 12, Estatuto do Idoso).
7- O nascituro pode ser beneficiado por alimentos
pleiteados por sua mãe no curso da gestação. Tratam-se
dos alimentos gravídicos estabelecidos pela Lei n.
11.804/08.
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8- Não havendo parentes em linha reta de primeiro grau
aptos a prestar alimentos, admite-se a cobrança nos
graus subsequentes, sendo a mais comum conhecida
como obrigação alimentar avoenga, cujo dever é
subsidiário ou complementar.
9- Havendo guarda, os alimentos podem ser prestados
pelos pais, pelo guardião ou por ambos.
10- O tutelado pode pleitear alimentos do tutor ou de
parentes próximos, podendo cobrá-los de seus pais,
mesmo que tenham perdido o poder familiar, não sendo
esta última a melhor alternativa (art. 1.740, CC).
11- Os alimentos entre irmãos (unilaterais ou bilaterais)
são admitidos, desde que subsidiariamente.
12- Parentes por afinidade, por falta de expressa
previsão legal, não tem direito a alimentos.
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.
Súmula 277, STJ: “Julgada procedente a investigação de
paternidade, os alimentos são devidos a partir da
citação”.
Súmula 309, STJ: “O débito alimentar que autoriza a
prisão civil do alimentante é o que compreende as três
prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as
que se vencerem no curso do processo”
Súmula 358, STJ – “O cancelamento da pensão alimentícia
de filho que atingiu a maioridade está sujeito à decisão
judicial, mediante contraditório, ainda que nospróprios
autos”
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Semana 14
Caso Concreto 1
Luciana está grávida de 03 meses e será ‘mãe solteira’.
Atualmente está desempregada e passa por diversas
dificuldades para se manter e se alimentar
adequadamente. Luciana diz conhecer o pai de seu bebê
(seria Luiz) e lhe consulta para saber se há possibilidade de
requerer alimentos para o seu filho durante o período da
gravidez. Emita parecer fundamentado, destacando:
1- Seriam esses alimentos provisórios ou provisionais?
Justifique sua resposta.
2- Após o nascimento, realizado o exame de DNA, verifica-
se que Luiz não era o pai. Terá ele direito de pedir a
repetição dos alimentos pagos? Explique sua resposta.
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Caso Concreto 2
Juliana é filha de Mário e Marcela. No acordo de divórcio
Mário comprometeu-se a pagar alimentos a Juliana o que
vem fazendo pontualmente há 05 anos. Ao completar 18
anos Juliana é surpreendida com pedido de exoneração
proposto por seu pai, afirmando o implemento da
maioridade e a conclusão de seus estudos. Na sua resposta
Juliana afirma que é portadora do vírus HIV o que dificulta
sua inserção no mercado de trabalho e que precisa da ajuda
de seu pai para sobreviver e comprar medicamentos. Diante
dessa situação, o simples fato da maioridade justifica a
exoneração do pagamento dos alimentos? Justifique a sua
resposta.
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(OAB 2008.1) Assinale a opção correta acerca dos alimentos:
a) Havendo renúncia ou dispensa dos alimentos na ação de divórcio,
poderá posteriormente qualquer um dos ex-cônjuges postular pensão
alimentícia ao outro, invocando os princípios da solidariedade familiar e da
capacidade financeira do outro, sob a alegação de que não tem bens
suficientes, nem pode prover, com o seu trabalho, à própria mantença.
b) A obrigação alimentar decorre da lei, que indica os parentes obrigados
de forma taxativa, sendo devidos os alimentos,
reciprocamente, pelos pais, filhos, ascendentes, descendentes e colaterais
até quarto grau, incluindo-se, consequentemente, tios e sobrinhos.
c) Os alimentos provisionais concedidos em ação cautelar incidental são
repetíveis caso sobrevenha sentença que julgue improcedente o respectivo
pedido.
d) O credor de alimentos pode pleitear alimentos complementares ao
parente de outra classe se o mais próximo não estiver condições de
suportar totalmente o encargo, e, sendo várias as pessoas obrigadas a
prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos
respectivos recursos.
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Até a Próxima Aula!!!! Bons 
Estudos!!!!

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