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Bronislaw Malinovski e o Funcionalismo Antropológico

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MALINOVSKI – O FUNCIONALISMO
Bronislaw Malinovski, polonês, estudioso em Física e Matemática e escritor da obra “Os argonautas do pacífico ocidental”, viajou as Ilhas Trobriand, na Austrália para estudos. Fundou a corrente do funcionalismo.
Criou o método antropológico de observação participante, onde não é necessário apenas observar, mas também participar. Esse método pregava que, para entender determinada cultura de um povo:
· Temos que entendê-lo através dos próprios conceitos desse povo;
· Basta um único costume, hábito que, se representativo, ajudará ao antropólogo entender a cultura;
· Devemos observar os acontecimentos aparentemente banais.
Ideias Não Aceitas
· Achava que as sociedades “simples” seriam sociedades estáveis e sem conflito.
Em contrapartida, toda sociedade muda (lento ou rápido) e não há sociedades sem conflitos.
· Pregava que as funções das Instituições eram de satisfazer necessidades.
Mas nossas necessidades são culturais, e não somente biológicas. Mesmo nossas necessidades biológicas, como a alimentação, são culturais.
O QUE É ANTROPOLOGIA?
A IDA AO CAMPO
Existe o problema da comunicação (como e o que falar), pois os povos geralmente, ao serem pesquisados, mudam seu habito e assim não conseguimos criar métodos de estudos eficientes em laboratório. Para que a pesquisa seja eficiente, é necessário que se leve em consideração os problemas do campo.
O ESTUDO DO INFINITAMENTE PEQUENO E COTIDIANO
É a forma se separar a antropologia da sociologia.
A sociologia estuda mais as tendências das grandes associações, e, a antropologia estuda mais as tendências de grupos marginais.
O ESTUDO DA TOTALIDADE
A antropologia, ao tentar observar o infinitivamente cotidiano, estudará em sua totalidade.
Marcel Mauss, sobrinho de Durkein, cria o conceito do fato social total.
Um fato social estuda apenas os acontecimentos exteriores, coercitivos e gerais. Ex.: crime.
Já um fato social total abrange várias dimensões da vida social. Essas dimensões podem ser de origem econômica, política, religiosa, estética, dentre outras.
A ANÁLISE COMPARATIVA
Baseadas em 3 etapas do estudo antropológico:
Etnografia: coleta de dados;
Etnologia: análise dos dados colhidos;
Antropologia: estudar as variações das lógicas culturais.
Exemplo: a questão do preconceito, primeiro estuda-se no Brasil, depois faz um estudo nos EUA, para à partir desses estudos se verificar as lógicas do preconceito. Assim, conclui-se que o preconceito no Brasil, que tem origem financeira, é diferente do preconceito norte-americano, que independe do financeiro.
Diferenças
Evolucionistas
Antropologia
Método
comparativo
observação participante (Malinovski)
Objeto
sociedades primitivas
todos os indivíduos
Contexto
costumes tirados do contextos e colocados numa linha evolutiva
variação das lógicas culturais
A QUESTÃO DO DENTRO E DO FORA
· Dentro: internalizar a cultura;
· Fora: como não é necessário apenas o “dentro”, há a necessidade de reproduzir a fala do nativo, mas com uma certa distância para uma análise correta.
OS DETERMINISMOS E A CULTURA
DETERMINISMO BIOLÓGICO
Na biologia pura, em si, as diferenças culturais seriam diferenciadas das culturas genéticas. Mas a antropologia mostra que as diferenças genéticas não determinam as diferenças culturais.
Ex.: a divisão sexual do trabalho não é dada pela genética, e sim pela cultura, como o exercito israelense, onde não é permitido mulheres devido à falta de força física.
DETERMINISMO GEOGRÁFICO
As culturas seriam diferenciadas pela geografia, mas, pela antropologia, existem limites de influência geográfica sobre a cultura.
Ex.: judeus e muçulmanos não se alimentam com carne de porco, por preservarem.
TEORIAS SOBRE O SURGIMENTO DA CULTURA
1. Bipedismo: o homem torna-se um ser cultural quando se torna bípede (libera as mãos para criar e manipular instrumentos para criação da cultura).
2. Cérebro Volumoso: aumenta-se a capacidade de raciocínio.
3. Leslie White: o homem começa a ser capaz de criar símbolos.
4. Claude Levi-Strauss: em todas as sociedades existe o tabu do incesto.
O CONCEITO DE CULTURA
O HOMEM, O INSTINTO E A CULTURA
Só o homem que produz cultura, que nos separa dos outros animais.
Só o homem acumula experiências e as transmite de uma geração para outra.
Só o homem que renova e transforma o comportamento. Os animais mudam o comportamento ao meio mudar e o homem interagem com o meio.
O homem é mais, e não somente, levado pela cultura do que pelos instintos, que são abafados pela nossa cultural, na maioria das vezes.
CARACTERÍSTICAS DA CULTURA
Todas as culturas possuem características simbólicas, sociais, dinâmicas e estáveis, seletiva.
Simbólica: todas são constituídas por um conjunto de significados sistematizados e transmitidos através de símbolos e sinais, ou seja, pela linguagem.
Exemplo: o símbolo do estacionamento permitido, as marcas.
Social: porque é socialmente partilhada ideologicamente.
Ex.: ideias partilhadas em uma sala quanto à função de professor.
· Dinâmica e Estável: são dinâmicas porque estão sempre modificando, e estáveis por estarem dentro de um determinado período, vivemos em um determinado padrão.
· Seletiva: porque as culturas selecionam do meio o padrão que querem para si. Inconscientemente as culturas escolhem padrões.
Ex.: as culturas poliandras, que permitem um homem para várias mulheres, não é aceito no Brasil; o homossexualismo, que é aceito em parte da Europa, não é aceito no Brasil.
A cultura é determinante e determinada. Determinante, pois ela que determina nosso comportamento. Determinada, porque modificamos a cultura.
Ex.: ser mulher na década de 20 é diferente de ser mulher atualmente.
CONCLUSÕES
Podemos concluir então que a cultura, muito mais que a herança genética, é que determina o comportamento do homem.
O homem é mais movido pela cultura que pelos instintos.
Tudo isso ocorre porque o homem, diferentemente dos outros animais, interagem com o meio.
A cultura é um processo cumulativo (acumular experiências), ou seja, está sempre mudando.
VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?
É um aprendizado latente, ou seja, uma maneira velada de mostrar preconceito. Roberto da Matta diz que o aprendizado latente é um aprendizado escamoteado, encoberto.
Não é possível precisar o início.
É UM RITO AUTORITÁRIO
O “você sabe com quem está falando” é uma forma autoritária de resolver conflitos (mostra problemas no sistema).
Segundo Roberto da Matta, o brasileiro não aceita a existência de conflitos, pois acha-se que o conflito é uma revolta social. Vemos o conflito como pressagio de fim do mundo.
QUEM USA
Costumam-se usar a frase “você sabe com quem está falando” para humilhação.
HIERARQUIA NO BRASIL
Roberto da Matta diz que a hierarquia no Brasil baseia-se na intimidade social, ou seja, não é uma hierarquia pura e simples, baseada em um único eixo (ex.: eixo econômico).
É baseada em um sistema de relações entrecortadas (ex.: eixo moral vs. eixo econômico).
Identificação Social Vertical: significa que não nos identificamos à pessoas semelhantes, e sim com quem está em condição superior.
Exemplo: “pobre, mas limpinho”.
Uma vez que todos se identificam com quem está acima (identificação social vertical), nada muda. E segundo Roberto da Matta, tal fato impede a tomada de consciência horizontal; no Brasil, não são formadas éticas horizontais, ou seja, não há união com os economicamente semelhantes.
Sobre as relações entrecortadas, Roberto da Matta diz que de um lado equaliza as diferenças, do outro, há a diferenciação sistemática das diferenças (ética horizontal).
DRAMATIZAÇÃO DA VIDA SOCIAL
O “você sabe com quem está falando” é considerado para da Matta, uma dramatização da vida social, ou seja, uma resolução de problemas com dramaticidade.
Tal frase é usada em 3 situações:
1. Papel universal vs. Identidade social com autoridade delegada;
Ocorre opapel universal quando as leis são as mesmas para todos (motorista, cidadãos);
A identidade social com autoridade delegada ocorre quando há uma pessoa, cuja profissão delega certa autoridade (policial).
2. Quando 2 pessoas tentam se contrapor, mas resolvem de forma civilizada (igualdade);
3. Há o uso positivo da frase, quando desejam restaurar a ordem quebrada.
BRASIL vs. EUA
Roberto da Matta compara a socialização no Brasil e nos Estados Unidos e notou a diferença entre as 2.
No Brasil, somos socializados a não perguntar, pois a socialização faz parte de uma agressão. E nos Estados Unidos as pessoas são socializadas a não dizer “não sei”.
Para da Matta, “você sabe com quem está falando” no Brasil está atrelado à um rito ordinário; o oposto ocorre nos Estados Unidos, que “você sabe com quem está falando” é um rito igualitário.
INDIVÍDUO vs. PESSOA
O individuo é aquele que é fruto das suas escolhas. E as pessoas possuem um papel pré-estabelecido.
Para que o individuo exista, é necessário: a liberdade de escolha, igualdade e o fruto das suas escolhas.
O “você sabe com quem está falando” permite ir do anonimato ao conhecido.
Segundo Roberto da Matta, em algumas sociedades predomina o individuo, em outras predominam a pessoa.
Hoje em dia predomina o conceito de individuo. Mas, no Brasil, ora agimos como indivíduo, ora como pessoa (misto), pois “indivíduo” possui uma conotação negativa, é uma pessoa má vista porque não se insere em grupo algum.
LEIS NO BRASIL
A Lei ordena o mundo com indivíduos, e, no Brasil, não desejam ser indivíduos porque a conotação é negativa.
Os brasileiros não aceitam a igualdade da Lei, e, assim, usam a frase “você sabe com quem está falando”.
Para da Matta, no Brasil existe a teoria do Universo das Relações, na qual tentam fugir da igualdade.
CIDADANIA NO BRASIL
É NATURAL SER CIDADÃO?
CIDADANIA NO BRASIL
Ser cidadão no Brasil é ser um igual para baixo, ou seja, é igualado para depois ser inferiorizado.
É considerado cidadão aqueles que não possuem condições; e no Brasil, há uma ausência de relações perante a cidadania.
Também, a palavra “cidadão” é usada de forma negativa.
Roberto da Matta considera indivíduos os alunos públicos, os detentos, as pessoas que enfrentam filas, etc.
O JEITINHO BRASILEIRO
O QUE É
Lívia Barbosa entrevistou cerca de 200 pessoas no Brasil e chegou a conclusão que o jeitinho é um jeito especial de resolução dos problemas, das situações difíceis e proibidas.
Ex.: pede-se a outrem dar um jeitinho de consertar um objeto.
O jeitinho é ambíguo, ou seja, possui vários sentidos. Ora aparece como favor (vista de forma positiva), ora como corrupção (vista de forma negativa).
FAVOR vs. JEITINHO vs. CORRUPÇÃO
O jeitinho é difícil de compreender porque é ambíguo.
Favor vs. Jeitinho
1) JETINHO
Estabelece entre as pessoas participantes uma relação igualitária, pois se usa termos que irão igualar as pessoas desconhecidas, como chapa e camarada.
É informal.
Envolve transgressão de regras ou normas.
2) FAVOR
Estabelece entre as pessoas participantes uma relação hierárquica, pois se usa quando se precisa muito. Como o favor é solicitado a conhecidos, sempre existirá um sentimento de divida com o outro.
É formal, sério, particular.
Não envolve transgressão de regras ou normas.
Jeitinho vs. Corrupção
Uma vez que ambos envolvem valores monetários, a diferença primordial entre ambos dá-se pela quantidade do valor. No jeitinho, envolve-se valores baixos, o inverso ocorre na corrupção.
QUANDO USAR
É fortemente usado em situações burocráticas.
O QUE MAIS INFLUI
São 3 os elementos mais influentes no jeitinho:
1. O modo de pedir: humilde, cordial, simpático;
2. O sexo dos envolvidos: pessoas do sexo oposto têm mais possibilidade de se conseguir, na qual a probabilidade de um homem ajudar a uma mulher é superior em relação ao inverso; sendo ambas as mulheres, a probabilidade de ajuda é nula.
3. Roupas, status, dinheiro: caso não os tenham, passará a não ter importância aos demais.
COMO SER EFICAZ
Chorar miséria, ou seja, envolver emocionalmente o outro;
Compartilhas os problemas;
Individualizar o sistema, e não humanizar.
O JEITO E AS LEIS
No Brasil o que vale é a relação (camaradagem, amizade, etc.).
O brasileiro normalmente usa o jeitinho para resolver problemas de origem burocrática (rígida, ineficaz, não dando margem para o bom senso).
O JEITINHO BRASILEIRO vs. VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?
É mais fácil começar do jeitinho e passar, posteriormente usar o você sabe com quem está falando.
No Brasil, as pessoas, no geral, não adotam nenhum especifico, mas adotam ambos, ou seja, as escolhas são relativas e não absolutas. Por isso, o Brasil é complexo.
JEITINHO
VOCÊ SABE COM QUEM ESTÁ FALANDO?
DO PONTO DE VISTA DOS ENVOLVIDOS
Ritual de aglutinação para estabelecer um elo com a pessoa para estabelecer o jeitinho.
Ritual de separação porque tento, com a frase, me separar.
QUANTO AOS LIMITES DA UTILIZAÇÃO
Não são bem definidos, porque o jeitinho é ambíguo, mal definido (ora favor, ora corrupção).
Limites definidos porque é usado para resolver conflitos de forma hierárquica.
COMO RESOLVEM A SITUAÇÃO
Resolvemos a situação por meio de barganha, de negociação.
Ritual de separação porque tento, com a frase, me separar.
SUA ACEITAÇÃO
Aceito socialmente, pois é visto como parte da identidade nacional.
Não é aceito socialmente, pois é visto como algo antipático.
QUANTO À IDENTIFICAÇÃO
Não uso minhas identidades porque se pede para desconhecidos.
Usa-se a própria identidade.
TIPO DE RECURSO
Recursos individuais, porque tem a ver com cordialidade.
Recursos sociais relevantes.
REAÇÃO
Traz sempre reações positivas porque mesmo que não a ajude, foi humilde, cordial.
Reação sempre negativa porque se deseja sempre o mal.

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