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Direito Civil IV

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Aula dois com jurispri
Direito Civil IV
AULA 1 – 10/08/2015
Livro - Cristiano Chaves, Direitos Reais – Carlos Roberto Gonçalves.
O enfoque do civil 4 se dá na analise da própria coisa, ou próprio bem.
Direito Real de Propriedade.
A proprietária poderá retirar da coisa todas as coisas que ele puder oferecer, sendo ela o sujeito ativo, e o sujeito passivo é a coletividade, porque todos, indistintamente assumem o dever de respeitar o direito real da proprietária. Quando um direito real é constituído cria-se um ônus de toda a sociedade respeitar esse direito.
 O direito real sempre recai sobre a coisa móvel ou imóvel em desfavor de toda a coletividade, e só se observa esse direito quando há uma lesão na relação. O sujeito passivo não é apenas o agressor do direito mais sim toda a coletividade.
Objeto do direito Real vai ser móvel ou imóvel, alguns só moveis outros só imóveis e ainda outros ambos.
O sujeito passivo é toda a coletividade (indeterminado) que assume o compromisso de respeitar a propriedade.
O sujeito ativo é o proprietário;
A obrigação que se impõe a um direito real é sempre o de não fazer;
Direito absoluto, erga omines;
Direito sujeito a usucapião;
A origem do direito real normalmente é contratual,e dá o direito ao proprietário de exigir de toda a coletividade o respeito.
(reproduzir o art. 1225 do cc)
Hipoteca – direito real normalmente aplicado sobre bens imóveis, salvo os navios e aeronaves, e se dá quando uma parte quer comprar um bem e não possui os valores necessários e recorre a um terceiro, normalmente um agente financeiro, entre o comprador, o vendedor e o agente financiador, é feito um contrato de compra e venda e um contrato de mútuo feneratício com pacto adjeto de hipoteca em favor do agente financiador. Assim as partes serão credor e devedor hipotecário. Só se estabelece o direito de hipoteca quando o contrato que a constituiu é registrado.
 Para que a proprietária possa vender é necessário a anuência do Credor hipotecário, ou a quitação da hipoteca com o registro da quitação na matricula do imóvel. O credor em face de inadimplência pode tomar o imóvel para satisfazer a divida.
 Tomando por exemplo o direito real de hipoteca o credor hipotecário celebra com a outra parte, devedor hipotecário, também conhecido como proprietário, contrato de mútuo feneratício com pacto acessório de hipoteca. Registrado o contrato junto ao registro de imóvel competente, toda a coletividade assume o dever jurídico de respeitar a hipoteca constituída. Assim, se o devedor hipotecário, por exemplo celebra contrato de gaveta e deixa de pagar as parcelas do empréstimo contraído, este imóvel será facilmente recuperado para o pagamento da dívida, pouco importando a pessoa que o ocupa, já que o direito real de hipoteca como todos os demais direitos reais possuem eficácia “erga omnes”.
 
No direito real o objeto do mesmo será sempre um bem móvel ou imóvel, sendo certo que o titular de um direito dessa espécie só precisa da própria coisa para fazer valer o seu direito.
 No direito pessoal o objeto será a entrega de uma prestação cujo o conteúdo variará dependendo do contrato envolvido. Em um direito real o sujeito passivo será sempre a coletividade que assume o dever jurídico, a obrigação de não praticar qualquer conduta que viole o direito real alheio. Em um direito pessoal o sujeito passivo é sempre determinado, e o dever jurídico consiste em uma obrigação de dar, fazer ou não fazer, dependendo do contrato em questão. O direito real pode ser suscetível a usucapião e é direito absoluto na medida em que todos indistintamente devem respeitá-lo. O direito pessoal não pode ser usucapido e é direito relativo devido a sua eficácia inter-partes.
 É possível afirmar que o direito real em regra tem origem contratual. Porem ocorrendo o registro em se tratando de imóvel, e a tradição em se tratando de móvel o direito real se estabelece e o titular do mesmo só precisa da coisa para fazer valer o seu direito sem a presença de terceiros retirando do bem todas as utilidades que ele pode oferecer.
Servidão – Direito real imobiliário. Contrato oneroso ou gratuito através de escritura pública para a constituição dessa servidão. E a partir de seu registro passa a poder exigir o respeito dessa servidão. Nesse caso o objeto é o imóvel, o sujeito ativo é o imóvel que recebe o direito de servidão e o sujeito passivo o imóvel que cede o direito de servidão. Servidão nesse caso é o direito de um imóvel de se servir do outro imóvel.
Os direitos reais sofrem duas grandes restrições, duas condicionantes, a saber o interesse público e a função social, e devem ser analisadas conjuntamente com todos os direitos reais. O interesse público pode funcionar como condicionante do direito real como no caso da desapropriação, e no caso dos direitos de vizinhança, onde o proprietário deve respeitar aos direito dos vizinhos. O interesse publico vai ora extinguir ora garantir o direito da coletividade. Já a função social pode também restringir e até mesmo extinguir o direito real, como na redução dos prazos de usucapião, como o artigo 1.240ª do CC (reproduzir). Outro exemplo é o artigo 1.255 § único – quando alguém constrói ou planta no terreno alheio se de boa fé terá direito a indenizar, mas segundo o parágrafo único, se a construção ou plantação exceder consideravelmente o valor do terreno, o direito de exigir a propriedade do solo passa a ser de quem construiu ou plantou diante da indenização estipulada pela justiça, se este agiu de boa fé. Dá-se o nome de Acessão Inversa ou Invertida. 
Aula 2 11/08/2012
Continuação das Condicionantes dos direitos Reais.
Hoje os direitos reais não são considerados absolutos, pois sofrem limitações pela função social e interesse do estado.
Propter Rem
 São obrigações de caráter pecuniário do qual o individuo tem o dever adimplir em razão de ser titular de um direito real pré-existente, ou antecedente. Trata-se de obrigação de caráter hibrido já que possui características de direito pessoal e de direito real. Não pode ser tido como direito real típico pois não tem como objeto a própria coisa e sim a entrega de uma soma em dinheiro. Da mesma forma não pode ser entendido como nítido direito pessoal considerando que a obrigação não é assumida em função da pessoa e sim da coisa.
Exemplos:
Obrigações de pagar as cotas condominias;
IPTU;
Foro;
Custiar o muro divisório;
Obrigações de compor danos ambientais;
	Exercícios aula 01
O atual proprietário tem a obrigação de pagar pois o dever de pagar deverá ser satisfeito pelo titular do direito real(art. 1.345 cc), trata-se de uma obrigação de caráter Propter Rem. O atual proprietário poderá cobrar do antigo proprietário em ação autônoma, o art. 206 não trata específicamente da cota condominial e o entendimento majoritário do STJ é a aplicação do prazo de 5 anos na aplicação por analogia o art. 206 § 5º inciso I.
 As cobranças de relações de consumo não são obrigações Propter Rem e sim pessoais, assim como as contas de luz, água e esgoto. O atual Proprietário não pode ser cobrado das dívidas do antigo proprietário.
 
Promessa de Compra e Venda
 Em regra se existe uma promessa de venda por documento particular o promitente continua sendo devedor da obrigação propter REM, contudo se há o registro desta na matricula do imóvel poderá ser cobrada dos dois. As obrigações Propter REM, quando o condomínio não tem ciência dessa promessa de venda ela recairá sobre o promitente vendedor, mas quando o condomínio tem ciência e o promitente comprador tem a posse do imóvel, a obrigação será exclusiva do promitente comprador. 
 Em regra o pagamento dos débitos condominiais correm por conta do proprietário titular do direito real de propriedade. Caso o bem seja objeto de promessa de compra e venda, se ela é registrada junto ao registro de imóveis, tanto promitente comprador como proprietário poderão ser cobrados pela divida. Nas demais hipóteses de promessa de compra e venda deverá ser observada a situaçãoconcreta na medida em que o promitente comprador será o único responsável pelo custeio das obrigações propter REM quando o condomínio tiver ciência inequívoca da promessa de compra e venda celebrada em especial por que tem ciência formal que a posse direta é do promitente comprador que por exemplo já recebe os boletos do condomínio em seu nome e as convocações para as respectivas assembléias. Nessas circunstancias admitir que o condomínio pudesse cobrar do proprietário constituiria verdadeiro comportamento contraditório já que até aquele momento, do inadimplemento, reconhecia o promitente comprador apenas.
Caracteristicas dos Direitos Reais
Oponibilidade “erga omnes” – os direitos reais serão exercidos diante de todos, toda a coletividade deve respeitar os direitos reais.
Taxatividade – só se admitem os direitos reais expressamente previstos em lei, as partes no exercício pleno da automia da vontade não poderá criar um direito real. 
O rol do 1.225 não é taxativo, apenas explicativo, a enfiteuse, a posse também são direitos reais e não estão previstos no art. 1.225 do CC.
Aderência – o direito real uma vez instituído ele adere a coisa móvel ou imóvel de forma indissociável, não permitindo mais enxergar a coisa ao direito que a acompanhe. 
Ambulatoriedade – Significa a capacidade de deslocar de um direito real no que diz respeito ao bem móvel, e a de se transferir no que se diz respeito ao direito real de bens imóveis, isso na visão abstrata do bem;
Sequela – significa a possibilidade de reaver a coisa, contra a quem a possua de forma imprópria;
As características da aderência, ambulatoriedade seqüela, estão intimimente ligadas de forma que parte da doutrina identifica as duas ultimas como subcaracteristicas da primeira. Pela aderência uma vez instituidodeterminado direito real cria-se um vinculo entre o direito abstratamente considerado e a coisa de forma que não é mais possível se enxergar o bem sem o direito que o acompanha. A ambulatoriedade implica em reconhecer a capacidade de deslocamento de um direito real ficando evidente que o afastamento físico do titular da coisa não compromete o direito real da mesma forma que a mudança de titularidade não afeta o direito real que recai sobre o bem. O proprietário que por exemplo aluga o seu imóvel não perde a titularidade da propriedade por conta do afastamento físico. A seqüela consiste na prerrogativa do titular do direito real de recobrar a coisa de quem injustamente a possua ou detenha. Assim se o inquilino não devolve o bem, poderá ser exercido pelo proprietário o direito de seqüela.
Exclusividade – significa que o mesmo bem móvel ou imóvel não suporta o exercício de um direito real por pessoal distintas de forma autônoma, uma mesma coisa não pode ser de propriedade de duas pessoas autônomas, exclusiva, não se confundindo com a copropriedade, que é quando duas ou mais pessoas dividem o mesmo bem. Mas os bem imóveis e imóveis suportam direitos reais distintos como o caso da hipoteca. Pela característica da exclusividade é possível afirmar que a coisa móvel ou imóvel não admite que mais de uma pessoa alegue ser isoladamente titular do mesmo direito real recaindo sobre aquele bem. Se “A” e “B” alegam ser proprietários de um imóvel em seu todo a propriedade de um imediatamente excluirá a do outro. É perfeitamente possível que mais de uma pessoa seja titular do mesmo direito real sobre o bem, como acontece com a co-propriedade e da mesma forma é possível afirmar que uma coisa suporta a titularidade de direitos reais distintos recaindo sobre elas. O imóvel sujeito a hipoteca por exemplo conta com dois direitos reais, a propriedade que é do devedor e o direito real de hipoteca que pertence ao credor hipotecário.
Perpetuidade – Significa que um direito real é criado para ter um tempo indeterminado de duração, essa característica não atinge a todos os direitos reais, pois há direitos reais temporários como a hipoteca. A perpetuidade implica em reconhecer que o direito real é criado para ter um tempo indefinido de existência. A propriedade e a servidão são nítidos exemplos disso. Trata-se de característica que não aproveita a todos os direitos reais na medida em que alguns são essencialmente temporários, ou seja, desde sua criação se tem conhecimento de que estão condenados a acabar. A hipoteca é um claro exemplo disso na medida em que paga a dívida a hipoteca deverá ser extinta e essa circunstancia é conhecida e antemão. 
PREFERENCIA(Garantia)
 É a prerrogativa de um titular de direito dessa espécie na frente dos demais credores em face de uma insolvência. Essa preferência típica dos direitos reais de garantia não é absoluta, pois não é o primeiro crédito a ser pago, por força da lei de falência, no artigo 83, inciso 1º existe uma ordem a ser estabelecida, primeiro são os créditos trabalhistas e depois os créditos de direitos reais em garantia, e depois os créditos tributários.
 A preferência é característica dos direitos reais típica de uma espécie, os direitos reais de garantia. A hipoteca, o Penhor e a Anticrese são direitos reais que são estabelecidos a partir de um contrato principal, normalmente mútuo feneratício onde a coisa móvel ou imóvel é oferecida em garantia ao pagamento do empréstimo. A preferência consiste na prerrogativa de um titular de direito dessa espécie tem de ser pago na frente dos demais credores em caso de insolvência ou falência. Muito embora a preferência se coloque em relação aos credores quirografários (aqueles que não possuem garantia alguma), o artigo 83 da lei de falências estabelece dois créditos em seu inciso primeiro que superam o credor com garantia, o acidentário e as reclamações trabalhistas até 150 salários mínimos. O credor de créditos com garantia tem característica “erga aliquos” – significa dizer que sua preferência é contra alguns e não contra todos. O artigo 83 não trata do débito condominial, então se a pessoa ficar inadimplente e seu imóvel for insuficiente para pagamento da dívida, a preferência será do débito condominial mesmo em face do credor hipotecário, segundo sumula 478 do STJ. Os créditos condominiais são obrigações Propter Rem, e o titular do direito real tem obrigação de quitalas, por esse motivo, e por conta de as cotas recaírem sobre patrimônio alheio.
 Pela leitura do art. 83 acima mencionado é possível concluir que a preferência estabelecida pela lei não diz respeito a todo e qualquer crédito, mas sim, em relação a alguns, razão pela qual a preferência é “erga aliquos” e não erga omnes. Quanto as cotas condominiais a lei de falência não estabelece qualquer regra, estabelecendo a sumula 478 do STJ que a preferência é da cota condominial. Trata-se de obrigação Propter Rem que acompanharia a coisa caso não fosse quitada não sendo justo que o titular do imóvel que adquiriu o mesmo por determinação judicial, adquira o bem com essas dívidas caso seja possível quitalas. Ademais se o devedor da unidade em condomínio não quita a sua cota parte, os demais deverão fazê-lo por ele, não sendo justo que terceiro tenha que arcar com essa obrigação. Por fim, o custeio da cota condominial tem por objetivo a conservação da coisa comum. Se a cosisa comum não se conserva, na hora que o imóvel precisar ser alienado o valor apurado será inferior prejudicando o devedor e todos os demais credoresja que o menor numero de dividas poderá ser satisfeito.
Elasticidade
 Pela leitura do artigo 1.208 a propriedade é composta por quatro faculdade: Usar, Fruir, Dispor, Reivindicar. O proprietário pleno é aquele que possui todas esses poderes. Usar ou fazer uso, deixar fechado, morar, veraniar; Fruir, perceber os frutos, naturais, industriais, civis – onde há rendimento por permitir o uso da coisa; Dispor – alienar e gravar;(essas três faculdades são pertinentes ao direito interno da coisa).
 A elasticidade é característica especifica da propriedade e da enfiteuse. Ambos esses direitos tem em si quatro poderes ou faculdades, quais sejam: usar; fruir; dispor e reivindicar. Sendocerto que se o proprietário tem em suas mãos esses quatro poderes ou faculdades será conhecido como PROPRIETÁRIO PLENO. A faculdade de usar consiste na possibilidade de levar a coisa consigo, deixá-la fechada, habitar, etc. A faculdade de fruir esta relacionada a possibilidade de perceber os frutos naturais, industriais ou civis. Os primeiros são percebidos sem a participação humana, os segundos com essa participação e por fim os últimos podem ser conceituados como os rendimentos que a coisa principal oferece ao seu titular que permite o seu uso por terceiros, tal como aluguel, arrendamentos, etc. Quanto ao poder de disposição significa a possibilidade de alienar a coisa, ou seja, transferir a sua titularidade a titulo oneroso ou gratuito, bem como a possibilidade de oferecê-la em garantia. Esses três poderes são conhecidos como aspecto interno da propriedade já que o titular do direito real só precisa da própria coisa e não de terceiros para exercer estas faculdades. O poder de reivindicar é um aspecto externo da propriedade, pois significa o poder de retomar a coisa de quem a injustamente a detêm, e só será exercita quando a coisa móvel ou imóvel estiver em posse injusta de terceiro.
 Uma propriedade grava com usufruto confere a outra pessoa o direito de usar e fruir, enquanto mantêm com o proprietário as demais faculdades, o devedor hipotecário mantêm seu direito de usar e fruir, mas entrega ao seu credor o direito de vedar a seu poder de dispor. Nas servidões de passagem, o imóvel que tenha contra si uma servidão, transporta consigo ela e seu proprietário sofre uma imitação de uso na área onde foi instituída a servidão.
 A cada vez que vemos a constituição de um direito real sobre coisa alheia identificamos uma limitação na propriedade de outrem e fica claro que o proprietário sofre uma limitação de seus poderes e deixa de ser um proprietário pleno. Portanto a elasticidade é a capacidade do direito real de suas propriedade em se desmembrar.
 O proprietário que concentra em suas mãos os quatro poderes ou faculdades inerentes a propriedade será chamado de proprietário pleno. Porem é possível identificar varias situações em que o proprietário não tem essas faculdades de maneira irrestrita, isso acontece quando há a constituição de direito real sobre coisa alheia, a sua propriedade que sofre a perda de algumas dessas faculdades, de uma dessas faculdades ou a restrição a um desses poderes sem que isso represente uma perda. Em todas essas hipóteses, o proprietário é limitado, ficando evidente a elasticidade da propriedade pela possibilidade de que os poderes inerentes da propriedade seja colocados nas mãos de terceiros, pessoas diversas do proprietário. Tomando por exemplo o usufruto, nesse direito real o usufrutuário tem os poderes de usar e fruir, ficando o proprietário sem os mesmos. Na hipoteca por exemplo o proprietário pode usar, fruir, reivindicar e dispor, podendo ser dito que quanto a este ultimo poder, que a faculdade de dispor é limitada, restrita, pela necessidade da anuência do credor hipotecário.
 
Posse
 Posse é o exercício das faculdades da propriedade sem nenhuma relação jurídica de titularidade. Muito embora a propriedade bem como a titularidade da maioria dos direitos reais conceda o direito ao exercício desses direitos é importante destacar que nem sempre aquele que é titular pratica atos que revelam esse exercício, tal como o proprietário que deixa a coisa abandonada. Da mesma forma é possível afirmar que o exercício de um direito real não é desempenhado necessariamente porque o individuo é titular de um direito real anterior, bastando imaginar a hipótese do individuo que toma a coisa para si invadindo-a e ocupa ostensivamente. A posse portanto ma forma do artigo 1.196 Código Civil, esta ligada ao exercício das faculdades acompanhado ou não da titularidade. É possível afirmar que a posse é do mundo dos fatos e outros que é direito, pois o efeito jurídico dessa situação fática. Mas o melhor entendimento é que a natureza jurídica da posse é de fato e de direito. Apesar de divergência doutrinária a esse respeito, alguns entendendo que a posse é fato e outros direito, melhor entender o fenômeno da posse como fato e direito. Fato porque trata-se de fenômeno que pode ser observado em nosso cotidiano a cada momento do dia. Porem é possível enxergar na mesma também um direito considerando que nosso ordenamento material e processual confere efeitos jurídicos a posse. Na medida em que a norma pretende resguardar esse fenômeno, deverá ser compreendido também como direito. 
Teorias sobre a Posse
Teoria Subjetiva da posse
Foi idealizada pelo professor Savigny para que alguém tenha a alcunha de possuidor de um determinado bem móvel ou imóvel ele tem que ter em conjunto “corpus” (requisito objetivo) + “animus domini” (objetivo subjetivo) “corpus” é a coisa móvel ou imóvel é o conjunto dos atos materiais que revelam o poder físico sobre esse bem, se a posse fica-se restrita ao corpus poderia ter como proprietário todos aqueles que estivesse em posse da coisa ( donatário). “Animus Domini” pode ser resumido como a intenção de domínio.
 A teoria subjetiva da posse, idealizada pelo prof. Savigny entende que a posse é a soma de dois requisitos, um objetivo e outro subjetivo que devem estar presentes em concomitância para que o individuo obtenha a posse. O “corpus” esta ligado ao contato físico com a coisa aliado a pratica de um conjunto de atos materiais que revelam poder físico sobre ela. O “animus domini” significa que o individuo se comporta em relação a coisa com intensão de adquirir a propriedade. Pela própria definição é possível extrair que o locatário, usufrutuário, não podem ser possuidores pela ausência do “animus domini”. Apesar dessa teoria não ser aplicada no direito brasileiro, ela é adotada excepcionalmente pelo instituto do usucapião.
 Pela teoria subjetiva se um individuo tem o “corpus” mas não o “animus domini” será o mesmo tido como mero detentor. A teoria subjetiva não é adotada como regra em nosso ordenamento porem em sede de usucapião, salvo em uma única hipótese a posse é a qualificada pelo “animus domini” o que se extrai da expressão: “possuir como seu”.
Teoria Objetiva da Posse
 
 A teoria objetiva da posse idealizada por Ihering, não se importa com o “animus domini” e sim com a visibilidade do domínio, que seria adotar o comportamento com a coisa como o dono adotaria, em outras palavras, se a coletividade enxergar o comportamento do individuo possuidor da posse como proprietário, ele terá o direito de posse. Por essa teoria o detentor é aquele que a lei determina e pode ser diferente do possuidor, nesse caso a detenção é a posse degradada pela lei.
 Essa teoria abandona os requisitos do corpus e do animus e entende como possuidor aquele que ostenta a chamada visibilidade do domínio, ou seja, é preciso observar se o individuo se comporta em relação a coisa como se proprietário fosse independentemente de qualquer intenção de adquirir a propriedade. A coletividade exergando a conduta daquele individuo pode afirmar que ali se esta diante da pessoa do proprietário pelo proceder do individuo em relação ao bem. Essa teoria permite considerar como possuidor um maior número de pessoas do que a teoria anterior de forma que o locatário, comodatário, usufrutuário, entre outros, são possuidores pela mesma. Pela teoria objetiva é detentor aquele individuo a quem a lei retira a qualidade de possuidor. Muito embora ostente a visibilidade de domínio a lei não permite que o mesmo seja tratado como possuidor chegando a doutrina a afirmar que a detenção é uma posse degradada, inferiorizada pela lei.
Espécies de Detenção:
Interessada: é aquela que o individuo tem a coisa consigo pois tem interesse na coisa;
Desinteressada: é aquela que o individuo tem a coisa consigo mas não tem interesse na coisa, atua sobre determinações de outra pessoa, conhecida como o “Fâmulo ou servo da posse – art. 1.198 Código Civil”;
 
A detenção de acordo com a doutrina podeser classificada como interessada e desinteressada. No primeiro caso o detentor tem a coisa consigo porque tem interesse jurídico ou econômico naquele bem, diversamente do que ocorre na detenção desinteressada onde não há qualquer interesse sobre o bem. O Fâmulo ou servo da posse é a hipótese mais comum de detenção definida pelo artigo 1.198 Código Civil, sendo o caseiro o seu melhor exemplo. O caseiro só não é possuidor porque a lei através do referido artigo retira dele essa qualidade.
Correção aula 4
A natureza jurídica do contrato é de depósito, pois só pode guardar a coisa
. A posse é um dos poucos institutos que o possuidor pode fazer uso da força física para repelir uma injusta agressão. Num primeiro momento a jurisprudência se inclinou a não reconhecer a posse do depositário, pois seria um fâmulo, atualmente a posição prevalecente é que o depositário apesar da limitação do poder sobre a coisa, este o confere o poder de administrar a coisa como melhor entender, com autonomia, exercendo o poder de usar mesmo que de forma limitada.
Inicialmente entendia-se que o depositário era mero detento desinteressado como fâmulo da posse já que como não podia usar a coisa apenas guardar-la para o depositante, agia sobre as ordens daquele que deixou o bem com ele. Art. 1.198 do Código Civil. Como detentor não poderia exercer a auto defesa já que não tem posse. Atualmente prevalece o entendimento contrario que se sustenta na idéia de que o depositário, muito embora, não possa usar a coisa deixada consigo tem a administração desses bens com autonomia, independência, assim exerce de forma limitada o poder de usar preenchendo a definição de posse prevista no artigo 1.196 do Código Civil, que permite qualificar como possuidor aquele que exerce plenamente ou não algum dos poderes inerentes a propriedade. Reforça a idéia o enunciado 493 das jornadas de direito civil que permite a autodefesa pelo detentor caso eu assim entenda o depositário. 
Teoria Sociologica da posse
 A teoria Sociológica da posse, não tem por objetivo o de prevalecer sobre as duas outras, mas sim promover o fortalecimento da posse diante da propriedade e da titularidade dos demais direitos reais, promovendo quando possível a extinção da propriedade ou a sua restrição. A teoria sociológica alem de ser utilizada como técnica de interpretação, influenciou a elaboração do código de forma que promoveu a redução dos prazos de varias espécies de usucapião, consagrou o instituto da acessão invertida no artigo 1.255 § único do Código Civil, e ainda trouxe para a norma nos artigos 1.258 e 1.259 o instituto da desapropriação privada que não estava previsto no código antigo.
Atos de mera permissão ou tolerância – 1.208 do Código Civil.
 São concessões feitas pelo proprietário ou possuidor de forma precária por um curto espaço de tempo para um terceiro que tem interesse nesse ato, pois este tem interesse no bem. Os atos a titulo precário podem ser cassados a qualquer momento, e o terceiro que não suspende o ato comete ilícito possessório.
 O artigo 1.208 do Código Civil na primeiro parte trata dos chamados atos de mera permissão ou tolerância, onde o contemplado deixa a qualidade de possuidor por que a lei determina, ocupando assim o estatus de detentor interessado. São concessões feitas a titulo precário pelo proprietário ou legitimo possuidor sem transferir ao beneficiado qualquer parcela de poder sobre o bem, devendo ser essencialmente transitória por curto espaço de tempo. Por serem realizadas a titulo precário podem ser caçadas a qualquer tempo, porque o beneficiário não tem qualquer poder, direito sobre coisa, como aquele que se utiliza de terreno alheio para chegar mais rápido para a via pública, ou o individuo que obtém em empréstimo uma casa para o final de semana.
Falta aula 24/08/2015
 
Posse justa e injusta
A posse injusta é aquela em que o individuo tem a posse em razão de um fato ilicito, será considerado possuidor justo aquele individuo que tem a posse não contaminada por um vicio objetivos da posse.
Vícios Objetivos da Posse:
Violência: Na violência o individuo faz uso da força física ou coação moral para conseguir a posse da coisa, assemelha-se ao crime de roubo;
Clandestinidade: Na posse clandestina o individuo obtém o móvel ou ocupa o imóvel de maneira sorrateira, clandestina, assemelha-se ao furto;
Precariedade: Na precariedade o individuo é possuidor ou detentor da mesma por fato legitimo, e se recusa a devolver ao legitimo possuidor, assemelha-se ao crime de apropriação indébita;
Em todos esses vícios o indivíduo é chamado possuidor injusto diante do possuidor legitimo, em relação a coletividade esse individuo será conhecido como possuidor justo.
 Muito embora a posse justa possa ser entendida como aquela constituída em razão de um fato legitimo, o Artigo 1.200 do Código Civil, trata dessa modalidade de posse por exclusão entendendo que a posse justa é aquela que vem desacompanhada de um ou mais dos vícios objetivos da posse. A posse injusta será assim considerada em relação ao legitimo possuidor, já que diante da coletividade, o individuo que comete esse vicio será considerado possuidor justo.
 A posse violenta é aquela em que o individuo obtém a posse através da força física ou da coação moral. Aquele que faz uso da agressão para obter para si a coisa móvel ou imóvel será considerado detentor interessado enquanto o legitimo possuidor oferecer resistência a sua investida, seja porque disputa fisicamente a coisa, fazendo uso da auto-defesa, seja porque ajuíza imediatamente medida judicial visando recuperar o bem. Caso o legítimo possuidor não adote nenhuma dessas posturas, o agressor passa a qualidade de possuidor injusto e essa posse contaminada em seu inicio pela violência será assim considerada até que fato superveniente e eventual a legitime, como o advento de um usucapião ou a celebração de um contrato com o legitimo possuidor. 
 A posse clandestina é aquela em que o individuo obtém a posse através de atos dissimulado, clandestinos, de forma fortuita. Aquele que faz uso desses artifícios para obter para si a coisa móvel ou imóvel será considerado possuidor injusto, dificilmente será enxergado a possibilidade de uso da auto-defesa, pois não será possível a característica da reação breve. Será assim considerada até que fato superveniente e eventual a legitime, como o advento de um usucapião ou a celebração de um contrato com o legitimo possuidor. Na clandestinidade o individuo passa a ter o contato físico com a coisa móvel ou imóvel as escondidas de maneira sorrateira, de forma que enquanto mantiver a sua ocupação dessa foram, será considerado como detentor interessado. A partir do momento em que o individuo der publicidade a sua ocupação será considerado possuidor, porem injusto durante todo o tempo de sua posse até que fato superveniente e eventual a legitime. Se o individuo desde o inicio confere ocupação ostensiva será, a luz da norma, considerado legitimo possuidor. Muito embora a auto defesa seja viável em tese, se o individuo obtém o contato imediato às escondidas será difícil caracterizar o momento da pratica do vicio objetivo que autoriza o individuo a promover, sem intervenção judicial, a defesa de sua posse. A auto defesa vem prevista no Artigo 1.210 § 1º do Código Civil e exige a proporcionalidade bem como que o ato seja praticado imediatamente após a invasão e não quando o legitimo possuidor tomara conhecimento da mesma, o que poderá acontecer muito tempo depois. Na forma do Artigo 1.211 na duvida em relação a quem conferir a proteção possessória deverá o magistrado optar pelo possuidor direto. Assim, diante da clandestinidade o legítimo possuidor só recuperara o bem através da ação possessória caso prove sua qualidade de possuidor antes daquela invasão.
 Na precariedade o individuo tem a posse direta ou a detenção em razão de um fato legitimo, e ao ser solicitada a devolução da coisa pelo legitimo possuidor, aquele se negaa fazê-lo, passando a partir desse momento a se qualificar como um possuidor injusto pela presença de um vicio objetivo. A situação mais recorrente da precariedade é a do comodato verbal que por obvio acontecerá por prazo indeterminado. Nessas circunstancias o comodante deverá notificar extrajudicialmente o comodatário informando do termino do contrato bem como de prazo para desocupação, sendo certo que findo esse prazo o comodatário até então possuidor justo passa a injusto e deverá ainda arcar com o chamado aluguel pena pela sua ocupação indevida. Ao se confirmar em processo possessório a presença do comodato, será o individuo, o comodatário, considerado possuidor injusto, desde o fim do prazo previsto na notificação.
 Como o Artigo 1.208 do Código Civil, segunda parte não faz menção a paralisação da precariedade, alguns doutrinadores mais tradicionais entendem que aquele que faz uso desse vicio objetivo jamais poderá ser considerado possuidor. Atualmente prevalece o entendimento contrario que vai ao encontro da teoria sociológica da posse. Assim o individuo se torna possuidor injusto a partir do monto em que deixa inequívoca a sua intenção de não devolver a coisa, seja por que se nega expressamente a fazê-lo, seja porque começa a se comportar em relação a coisa como se dono dela fosse, construindo, plantando, fazendo uso ostensivo, etc. 
31/08/2015
Interversão ou Inversão do Título da Posse 
Tem cabimento toda vez que há a inversão na qualidade da posse ou o individuo deixa a qualidade de possuidor e passa a ser detentor. De acordo com a doutrina a inversão ou ... do titulo da posse poderá ocorrer por um fato de natureza jurídica e acontecerá quando ambas as partes resolve estabelecer um direito real ou pessoal e altera a qualidade da posse com o consenso dos envolvidos. A segunda maneira é através de um fato de natureza material, onde o individuo vai inverter unilateralmente a qualidade da posse, adotando outra postura diante da coisa.
 A precariedade é exemplo típico de inversão ou interversão no titulo da posse que o fenômeno onde o individuo altera as qualidades, os atributos de sua posse, ou deixa a qualidade de detentor e passa a de possuidor. A inversão pode acontecer por um fato de natureza jurídica ou por um fato de natureza material. Na primeira hipotesea alteração das qualidades da posse acontece de comum acordo, bilateralmente considerando a celebração de um direito real ou pessoal legitimando aquela posse. O invasor que chega a um consenso com o proprietário de forma que celebram um contrato de locação, esta invertendo o titulo de sua posse.a segunda modalidadede inversão é aquela onde o individuo unilateralmente, sem a anuência alheia e através de atos positivos reiteradamente praticados, altera a qualidade de sua posse. O cometimento da precariedade é típico exemplo dessa espécie de inversão.
 
 Constituto Possessório 
Estará presente quando uma pessoa aliena bem de sua propriedade e através de clausula expressa transfere para terceiro a posse plena com o retorno da posse direta para o alienante, o adquirente terá sempre a posse ficta do bem. Essa clausula não se presume, e deveria constar com um prazo pelo qual o alienante ficará no bem, o descumprimento permite uma ação possessória para a reintegração na posse. Portanto a maior vantagem dessa clausula é possibilidade de retomar a posse com facilidade. 
 Muito embora o constituto possessório estivesse previsto no código anterior como forma de aquisição da posse de forma expressa, o código atual retirou de maneira categórica do artigo 1.205 muito embora continue sendo uma forma de aquisição da posse. Trata-se de clausula expressa inserida em escritura ou documento articular, onde o alienante transfere a posse plena em favor do adquirente, reservando para si a posse direta ou detenção. Muito embora o alienante deva ter o cuidado de fazer constar os termos e condições em que ele ficara com o bem como garantia a ambos os envolvidos, é habitual que o alienante faça constar na escritura publica, ou no documento particular a transferência da posse ao adquirente sem qualquer alusão a forma, o prazo que o alienante continuara com a coisa. A grande vantagem da clausula constitúte é a de possibilitar ao adquirente o uso da ação possessória para retomada da coisa o que será vantajoso a ele.
Considerações:
Clausula constitute não se presume, tem que estar prevista expressamente;
O mundo fático não muda com o contrato;
No constituto possessório a tradição é ficta, pois ha o recebimento da posse plena e a manutenção da posse direta;
A clausula constitute só produz efeitos interpartes.
No constituto possessório a situção fática antes e depois da alienação é a mesma, considerando que o mesmo individuo que tinha o contato direto imediato com a coisa, antes da alienação continuará a tê-lo, após a mesma já que possuía coisa própria e agora possui coisa alheia. Com a inserção dessa clausula o adquirente recebe de maneira ficta a posse plena e imediatamente devolve ao alienante a posse direta ou detenção em nítida hipótese de inversão do titulo da posse por fato de natureza jurídica. Como se trata de uma clausula contratual só produzirá efeitos interpartes, sendo certo que terceiro que não participou daquela avença – contrato, não poderá ser alcançando por aquela clausula contra quem a posse não poderá ser exigida. 
Traditio Brevi Manu 
O constituto possessório é fenômeno oposto a “traditio brevi manu”, considerando que nessa ultima o individuo era detentor ou possuidor direto e acaba por adquirir a propriedade da coisa, se tornando por conseqüência, possuidor pleno. Quando o caseiro recebe em doação um imóvel de seu patrão ou quando o inquilino compra o imóvel a ele alugado estamos diante da “traditio brevi manu”, diante da concentração da posse já que no constituto possessório evidencia-se o seu desmembramento.
Posse com justo título
Esta prevista expressamente no artigo 1.201 § único, e para os efeitos desse artigo será cpnsiderado possuidor justo aquele que tem aposse em razão de fato legitimo, por direito real ou pessoal, posse com justo titulo, presunção relativa de boa fé.
 A posse com justo titulo vem tratada no artigo 1.201 § único, e pode ser definida como aquela que tem fundamento em uma relação jurídica de direito real ou pessoal que autoriza o individuo a possuir. O locatário, o proprietário e o comodatário teriam essa espécie de posse. O possuidor por justo titulo goza da presunção relativa e não absoluta de boa fé, cabendo a outra parte fazer prova da existência do vício subjetivo da posse.
Posse ad Interdicta 
Essa espécie de posse é aquela que permite a propositura das ações possessórias para a sua defesa. Mesmo o invasor, possuidor de má fé, poderá defender a sua posse diante da coletividade já que em relação à sociedade sua posse é melhor e por conseqüência poderá ser resguardada pelo judiciário.
Posse de Boa Fé e Posse de Má fé
O código cível não adotou o conceito positivo da boa fé, e para chegar a ele é preciso interpretar por exclusão, o primeiro entendimento é que a ignorância o vicio tem que ser inescusável, caracterizado o abandono da posse é possível que aquele que se investe na posse tenha a possibilidade de ter invocado ao seu favor como possuidor de boa fé.
 O artigo 1.201 não conceitua o que seja boa fé optando em alcançá-la por exclusão, aquele que ignora de forma justificável, tolerável, o vicio ou obstáculo que lhe impede a adquirir a coisa é considerado possuidor de boa fé. O abandono por parte do legitimo proprietário ou possuidor permite ao invasor se valer de boa fé o que normalmente se revela através da ausência de atos ostensivos e atuais praticados pelo legitimo possuidor.
Efeitos decorrentes da Boa Fé
Possuidor de boa fé terá direito a retenção e indenização de algumas benfeitorias, benfeitorias são obras ou despesas que o individuo faz na coisa principal com o intuito de melhorar ou conservar a coisa.
“IusRetentionis” – Direito de retenção. O direito de retenção tem natureza assemelhada a exceção do contrato não cumprido. Algusn entendem que esse direito tem natureza de direito real pois é oponível erga omines e tem o direito de seqüela, e outros que é direito pessoal sugeneres. 
A posse de boa fé ou de má fé, possui inúmeros efeitos previstos no código, sendo o mais relevante o direito de indenização e retenção pelas benfeitorias realizadas. Ajuizada uma ação onde se pretenda a retomada da coisa, o réu da mesma poderá alegar, dentre outras defesas, o direito de indenização e retenção pelas obras ou despesas realizadas pelo homem com o intuito de conserva-la, melhora-la ou embeleza-la. O possuidor de má fé não possui direitos de retenção e apenas o de ser indenizado pelas benfeitorias necessárias como o muro de contenção por exemplo. Apesar de sua má fé, a coisa só se conservou devido a conduta do possuidor, não sendo justo que a pessoa a favor de quem se deferiu a retomada recupere o bem sem ressarcir aquele que aumentou seu patrimônio. Ao possuidor de boa fé fica consagrada a indenização e a retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis. A retenção é declarada por sentença, ficando condicionada a devolução da coisa ao pagamento dessas despesas.
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
Art. 1.221. As benfeitorias compensam-se com os danos, e só obrigam ao ressarcimento se ao tempo da evicção ainda existirem.
Art. 1.222. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
No comodato, a jurisprudência majoritária entende que o comodatário terá direito apenas, enquanto vigorá o contrato, a indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias. Argumenta-se que quanto as volupturárias se aplica o artigo 1.219 e quanto as úteis o artigo 584, que deixa claro que as despesas provenientes do natural uso da coisa são de responsabilidade do comodatário isentado o comodantede seu ressarcimento. Assim o comodatário só teria direito de indenização e retençãopelas benfeitorias necessárias.
 O direito de retenção tem Natureza de exceção do contrato não cumprido, já que não fulmina o pedido de retomada, mas sim posterga a entrega do bem para momento futuro quando do pagamento das despesas. Trata-se assim de fato que por hora impede a devolução do bem caso seja reconhecida pelo magistrado. A doutrina diverge acerca da natureza jurídica do direito de retenção, alguns afirmando que se trata de direito pessoal, considerando que não se sujeita a registro, outros sustentando ser genuíno direito real dado a sua oponibilidade erga ommines e o direito de seqüela concedido ao beneficiado e outros sustentam que se trata de direito pessoal atípico, considerando que não são provenientes da manifestação de vontade como todo e qualquer direito pessoal derivando a retenção da própria norma.
 Outra abrangência dessa benfeitoria é a lei de locações 8.245/ 91 35 e 36 e sumula 335 do STJ.
Art. 35. Salvo expressa disposição contratual em contrário, as benfeitorias necessárias introduzidas pelo locatário, ainda que não autorizadas pelo locador, bem como as úteis, desde que autorizadas, serão indenizáveis, e permitem o exercício do direito de retenção.
Art. 36. As benfeitorias voluptuárias não serão indenizáveis, podendo ser levantadas pelo locatário, finda a locação, desde que sua retirada não afete a estrutura e a substância do imóvel.
• Súmula 335 do STJ. Nos contratos de locação é válida a cláusula de renúncia à indenização das benfeitorias e ao direito de retenção.
 Em matéria de locação a situação é regulada pelos artigos 35 e 36 da lei 8.245/91. Inicialmente deverá ser observado o reza o contrato a respeito das benfeitorias já que em se tratando de contrato paritário a sumula 335 do STJ permite a renuncia ao direito de indenização e retenção pelas benfeitorias necessárias e úteis. A sumula de acordo com alguns julgados só é afastada em se tratando de contrato de adesão, hipótese em que incidirá no determinado pela lei. Em se tratando de contrato verbal, omisso a esse respeito apesar de escrito ou de adesão para alguns julgados, as benfeitorias necessárias permitem indenização e retenção, as úteis só se autorizada sendo certo que as voluptuárias terão o mesmo tratamento conferido ao possuidor de boa fé no artigo 1.219.
Acessão
 O código prevê ainda as acessões que podem ser naturais ou artificiais diferentes das benfeitorias que são sempre introduzidas pelo homem. As acessões artificiais são as construções e plantações que são tratadas pelo código como forma de aquisição da propriedade imobiliária, diferente das benfeitorias que são acessórios que aderem ao bem principal. As acessões possuem valor autônomo afastado do terreno a que aderem, diferentes das benfeitorias cujo valor agrega o bem principal. O art.1.255 caput assegura ao possuidor de boa fé a indenização pelas acessões aplicando-se por analogia o direito de retenção concedido em relação as benfeitorias no artigo 1.219. Quanto ao possuidor de má fé, perderá sem qualquer ressarcimento todas as acessões que tenha realizado.
O possuidor de boa fé só responderá pela perda da coisa que esta sob o seu poder se tiver agido em relação a ela de maneira dolosa, sendo isento de qualquer responsabilidade pelos atos culposos ou acidentais.
 O possuidor de má fé responderá pela perda coisa que tem consigo por dolo, culpa ou até mesmo pela perda acidental sendo certo que nesse utimo caso, inverte-se o ônus da prova de forma que deixará de responder se provar que a coisa pereceria em poder do legitimo possuidor. Assim, se o imóvel pega fogo e o ocupante estava de boa fé só indenizará se aquilo aconteceu de forma dolosa. Caso esteja de má fé presume-se o seu dever de indenizar cabendo a ele provar a fatalidade do evento e que ele aconteceria de qualquer forma para que fique isento de responsabilidade.
08/09/2015
Dos Frutos
Mesmo obras e acessões não legalizada ensejam o direito a indenização ao possuidor de boa fé, desde que aquelas obras sejam legalizáveis, porque o autor da ação possessória poderia proceder a regularização e com isso ocorreria enriquecimento ilícito deste, bem diferente se as benfeitorias fosse realizadas em áreas proibidas de construir.
 O possuidor de boa fé tem direito de receber todos os frutos e o possuidor de má fé tem que restituir todos os frutos.
Ate que se prove o contrario é com a citação que um possuidor de boa fé se torna de má fé.
 Tanto no que diz respeito as acessões como no que diz respeito as benfeitorias o possuidor obrigado a restituir o bem terá direito a receber as verbas que realizou sob esse titulo desde que as construções ou benfeitorias possam ser legalizadas, mesmo que não estejam naquele momento. Se ao recuperar o bem o individuo poderá legalizar a coisa que tem consigo constitui verdadeiro enriquecimento sem causa a idéia de que o mesmo não indenize a outra parte. Só não serão indenizáveis as construções ou benfeitorias que jamais possam ser legalizadas como a construção em área de proteção ambiental ou a margem de um rio.
 O possuidor de boa fé terá direito na forma do artigo 1.214 a perceber todos os frutos naturais, industriais ou civis, sendo certo que estará de boa fé até a citação validade se não há fato anterior que permita entender pelo inicio da má fé confirmada pela procedência do pedido de retomada. Assim por exemplo, se Antonio é portador de promessa de compra e venda e usa o imóvel para alugar. Passadosdois anos Antonio é surpreendido por ação movida por João que se for julgada procedente faz presumir a boa fé de Antonio até a citação, tendo assim direito a percepção de todos os frutos. Em relação aos frutos percebidos após a citação valida, deverá restituí-los desde que o João assim requeira.
Ações Possessórias Tipicas ou Interditos Possessórios Típicos.
 Quando se fala de ações possessórias dizem que estas só existem em ração da posse, seu único fundamento é a idéia de posse, isso importa de tal forma que a doutrina e a jurisprudência fala que quando o juiz se deparar com uma ação dessa espécie ele deve deixar de lado as alegações de direito real, pois a ação será decidida em razão da posse.(colar o 934 do CPC)
 O CPC atual e o próximo prevêem três modalidades de ações possessórias típicas, quais sejam: Ação Reintegração de posse; Ação de Manutenção de posse; Interdito Proibitório. São assim denominadas porque se prestam exclusivamente a defesa da posse, não admitindo outro argumento que sustente essa ação. o artigo 557 § único do novo CPC consagrou o que a atual jurisprudência e doutrina já diziam no sentido de que não cabe nessas ações a discurção acerca da propriedade ou da titularidade de qualquer outro direito real, devendo o magistrado se ater a discurssão sobre a posse. São conhecidas como ações possessórias típicas considerando que esse é o único fundamento para as mesmas. A ação de nunciação de obra nova admite por fundamento tanto a alegação de propriedade como de posse, razão pela qual não pode ser tido como ação possessória típica
 
Os interditos possessórios típicos são 3
Reintegração de posse – lesão possessória – Esbulho; Esbulho significa privar o legitimo possuidor de sua posse, da qual foi privado injustamente, sendo essa a ação mais comum das ações possessórias típicas. O autor terá que convencer o magistrado que já teve a posse do bem discutido, assim como o esbulho e a perda da posse. Não se pode ajuizar a possessória invocando a titularidade do bem.
 Para a propositura dse uma ação possessória titpica, em se tratando de bem imóvel deverá a mesma ser ajuizada no foro de siuação do bem na forma do artigo 47 § 2º do Novo CPC. A competência é absoluta e por tal razão será argüida como preliminar de contestação em defesa caso o magistrado não a reconheça de oficio. Acolhida a incompetência absoluta serão os autos remetidos a comarca correta na forma do artigo 64 § 3º do Novo CPC. A incompetência absoluta jamais é sustentada através de exceção de competência. Em caso de cônjuge a ação deverá ser proposta contra ambos por ser a hipótese de litisconsórcio passivo necessário e no caso de ser o autor casado preferencialmente por ambos ou no mínimo com autorização de um para que o outro mitigue.
 A ação possessória mais habitual é a reintegração de posse onde o autor afirma ter sido vítima de esbulho, ou seja, esta sendo privado injustamente do exercício de sua posse. Em casos de comodato, o comodante deverá propor essa ação, caso o comodatário resista a devolver a coisa. È imprescindível para essa demanda que o autor prove que em algum momento ele ou o seu antecessor exerceu a posse direta sobre o bem já que apenas se discuti posse nessas ações. Assim, aquele que acaba de adquirir um bem em leilão e é surpreendido com a ocupação do bem por terceira pessoa não poderá lançar mão de uma ação de reintegração de posse considerando que não prova que algum momento exerceu a posse direta. 
 Manutenção de posse – lesão possessória – Turbação; turbar significa incomodar, atrapalhar, embaraçar o exercício da posse alheia, a privação parcial da posse demanda esta ação. Nesse caso é mais fácil provar a posse direta, pois o possuidor direto não perdeu a mesma.
 Interdito Proibitório – lesão possessória – Ameaça; tem cabimento quando a sua posse esta sendo ameaçada de esbulho ou turbação, e é aplicada raramente.
A essas ações típicas pode-se cumular perdidos, em condenação em perdas e danos, como a restituição dos frutos percebidos como possuidor de má fé, e a indenização dos frutos, por exemplo: no caso da reintegração de posse tem que pedir cumulativamente o aluguel sanção.
 A ação de manutenção de posse tem cabimento quando o legitimo possuidor apesar de ainda se encontrar na posse de seu bem, esta sendo incomodado, embaraçado, atrapalhado, no exercício de sua posse. A privação parcial da posse conduz a uma ação de manutenção como aconteceria na alteração dos limites da cerca divisória. A ação de interdito proibitório tem cabimento Quando se esta diante da ameaça de esbulho ou turbação sendo a mais incomum dentre as ações possessórias típicas. Ao pedido possessório típico o autor na forma do artigo 555 do novo CPC poderá exigir condenação em perdas e danos tais como destruição de cercas, da própria coisa, de aluguel pena no comodato devido a partir do fim do prazo dado na notificação. O autor deverá ainda formular pedido de indenização pelos frutos do réu tenha percebido na qualidade de possuidor de má fé.
 
Principio da Fungibilidade das Ações Possessórias Típicas
Previsto no artigo 554 do novo CPC ou 920 do atual, se o autor ao propor determinada ação propõe uma quando o correto seria outra, o correto seria que a ação seja extinta sem a analise do mérito, porem em matéria de ação possessória típica o juiz vai tomar a ação incorreta como se correta fosse mando de oficio emendar a inicial, isso porque todas ações típicas de posse se prestam ao mesmo principio, e as lesões possessórias estão em constantes evolução, ou seja o que hoje é uma ameaça pode se tornar um esbulho ou uma turbação, a finalidade da norma é despir a ação de formalismo para uma rápida solução da lide.
 Os artigos 920 do atual CPC e 554 do novo consagram o principio da fungibilidade das ações possessórias típicas determinado que o juiz receba a ação equivocadamente proposta como se correta fosse ao invés de extinguir a ação sem analise do mérito. A benevolência da norma se deve a duas questões. Inicialmente as ações possessórias típicas se prestam a defesa de um mesmo instituto qual seja a posse, e ainda porque as lesões possessórias estão em constante evolução de forma que no dia da propositura da ação é esbulho, pode dias após regredir para uma turbação e assim vice e versa. Assim o juiz deve receber a ação errada como se correta fosse. 
14/09/2015
Caráter Dúplice das Ações
Em matéria de ação possessória típica o artigo . 556 do NCPC que reproduziu o artigo . 922 do atual CPC, consagra o caráter dúplice dessas ações. A regra geral em processo civil é de que o réu toda vez que pretender formular pedido em face do autor deva oferecer a reconvenção que se trata de uma ação do réu em face do autor no mesmo processo. Nas ações possessórias típicas o réu não tem interesse na demanda reconvencional formulando pedido na própria contestação. A finalidade desse pedido contraposto é o de acelerar a satisfação daquela lide já que a reconvenção é uma petição inicial e como tal deverá se sujeitar a todos os requisitos previstos no artigo 282 do CPC. Assim, se o réu entender que lhe assiste o direito de indenização por benfeitorias necessárias e úteis, poderá fazê-lo na própria contestação. A principal vantagem de uma ação possessória típica e a possibilidade da liminar possessória que ocorre quando o autor faz prova inequívoca de que a lesão possessória por ele experimentada é inferior a um ano e um dia, a lei determina que o juiz concederá a natureza de antecipação de tutela, por mais que a ação não obedeça os quesitos ta própria ação de antecipação de tutela. Essa ação tem o nome de ação de força nova, que significa dizer que a lesão possessória é inferior ao período de 1 ano e 1 dia.
A reconvenção é a ação do réu em face do autor no mesmo processo, toda vez que o réu tiver que oferecer denuncia contra o autor, formulando o pedido contra esse, o réu o fará em sua contestação, a vantagem desse procedimento é a desburocratização do processo, na medida que não é necessário o ajuizamentode nova ação.
 A grande vantagem da propositura de uma ação possessória típica é a possibilidade de concessão de liminar possessório toda vez que o autor alegar e comprovar que a lesão possessória por ele experimentada é inferior a um ano e um dia. A liminar na ação possessória típica será concedida tão logo o magistrado receba a petição inicial e se convença pelos documentos que a acompanham da necessidade de conceder a liminar porque o autor prova sua posse direta em algum momento, e ainda que esta convencido da data da lesão possessória. Presentes estes requisitos deferirá a antecipação de tutela que nesse caso não obedecerá aos requisitos previstos no artigo 273 do CPC, bastando a prova da posse e da data da lesão. Toda vez que o autor formular pedido de liminar em sua petição inicial a ação será conhecida como “AÇÃO DE FORÇA NOVA” devendo ser lembrado que o réu só será citado após o magistrado apreciar aquele pedido liminar. Toda vez que a ação de força nova conceder uma liminar possessória será marcado uma audiência de justificação onde o réu poderá atravez de seu patrono formular perguntas, e após isso poderá oferecer a contestação nos cinco dias subseqüentes. O Magistrado ao receber uma ação possessória típica de força nova pode ter duvidas pelos documentos que instrumenta ação em conceder ou não a liminar. Nesse caso o juiz deverá obrigatoriamente designar audiência conhecida como de justificação. Nesse oportunidade o magistrado intimará o réu para comparecer no ato acompanhado de seu patrono e o autor, através de testemunhas, levará consigo duas testemunhas capazes de convencer o magistrado da posse do autor e da data da lesão possessória. Finda a audiência o juiz deferirá ou na a liminar saindo o réu citado para oferecer contestação podendo obviamente agravar da decisão que concedeu a liminar.
Se não for possível a ação de força nova, será necessária a ação reivindicatória que é uma ação petitória, e não uma ação possessória típica, nesse pedido de ação reivindicatória é ajuizado quando o proprietário nunca teve a posse direta ou não tem como prová-la, seu pedido é a “IMISSÃO NA POSSE”. 
 O constituto possessório representa para o adquirente enorme vantagem a seu favo, considerando que a clausula que o prevê confere ao mesmo a posse plena imediatamente desdobrada em favor do alienante de forma que caso esse ultimo não devolva o bem ou não devolva na forma avençada poderá o adquirente propor ação de reintegração de posse de força nova caso a demanda seja ajuizada, no prazo de ano e dia. A ausência dessa clausula expressa conduz o adquirente a necessidade de propor ação reivindicatória. A ação reivindicatória pertence ao universo das ações petitórias que são aquelas demandas que tem por causa de pedir a alegação de propriedade ou de titularidade e qualquer outro direito real. Na ação reivindicatória o titular do direito real com base nele pretende a entrega da posse. A grade desvantagem para o autor de uma ação reivindicatória é que a mesma não prevê a liminar de ano e dia devendo ao autor que pretender a retomada requere a antecipação de tutela seguindo o artigo 273 do CPC, não cabe o caráter dúplice de forma que réu que precisar formular pedido em face do autor deve oferecer reconvenção e por fim não se aplica na reivindicatória o principio da fungibilidade de forma que se o autor propuser a reintegração de posse quando o correto seria a reivindicatória não pode o magistrado tomar uma pela outra devendo portanto julgar improcedente a ação de reintegração de posse devendo o autor agora propor a ação correta. O promitente comprador que nunca teve a posse direta pode ajuizar uma reivindicatória.
 Caso o proprietário celebre promessa de compra e venda do imóvel entregando a posse direta ao promitente comprador que paga o sinal e 30% do valor financiado vindo a ficar inadimplente, poderá o proprietário ajuizar ação de resolução do negocio jurídico cumulado com pedido sucessivo de reintegração de posse bem como pedido de perdas e danos. Não é possível a propositura de uma ação de reintegração de posse típica já que com a celebração da promessa o proprietário entregou a posse plena ao promitente comprador reservando-se apenas o direito de cobrar a divida. Assim, é preciso primeiro desconstituir o negocio jurídico permitindo que o promitente vendedor recupere a posse indireta para que a partir daí possa exigir ser reintegrado na posse. 
15/09/15
Direito Real de Aquisição
O proprietário ao celebrar uma promessa de compra e venda, celebra direito pessoal com o individuo que passa a se chamar de promitente comprador, sendo possível atribuir a esse negócio jurídico que possui eficácia inter partes, eficácia erga omnes, registrando a promessa junto ao registro de imóveis. A partir desse momento o promitente comprador passará a ter o chamado direito real de aquisição evitando que esse imóvel seja alienado a terceiros a titulo oneroso ou gratuito. Trata-se de direito real especifico de bem imóvel previsto no artigo 1.225 inciso 7, e genuíno direito real sobre coisa alheia já que o bem pertence ainda ao proprietário.
O registro da promessa atribuía a mesma em um primeiro momento eficácia erga omines e em um segundo momento, desde que não conste a possibilidade de arrependimento na promessa e desde que o promitente comprador realize o pagamento de todas as despesas nascerá o direito real de aquisição em favor do promitente comprador. Caso o proprietário não realize as escritura definitiva após cumpridos esses dois requisitos, o promitente comprador ajuizará ação de adjudicação compulsória com o objetivo de compelir o proprietário a entregar a escritura definitiva, sendo certo que a sentença de procedência substitui a vontade do promitente vendedor. Na forma da sumula 239 do STJ a ação de adjudicação é pessoal e não real de forma que não é preciso realizar o registro do contrato preliminar para propor essa ação. Muito embora o registro não seja necessário é bom que seja realizado já que caso não o seja o autor de uma ação dessa espécie que tenha êxito em seu pedido poderá ser surpreendido com uma sentença favorável insuscetível de registro por ter o proprietário vendido ou prometido vender a terceiro e registrou em primeiro lugar. Nesse caso a ação acabará por se resolver em perdas e danos.
Muito embora a promessa de compra e venda não precise estar registrada para que seja proposta a ação de adjudicação é imprescindível na forma da sumula 76 do STJ que o promitente vendedor seja constituído em mora, o que acontece com a sua notificação judicial ou extrajudicial, usualmente feita pelo cartório de títulos e documentos, concedendo prazo para o proprietário comparecer ao cartório indicado realizando a escritura definitiva. Caso a ação seja proposta sem a prova da constituição em mora essa deverá ser extinta sem exame do mérito por falta de interesse do autor da mesma que não comprova ter tentado resolver administrativamente o contrato definitivo. O titular de direito real de aquisição tem os direitos/faculdades de usar fruir e reivindicar contra terceiro que não tenha como provar em algum momento ele ou antecessor exerceu a posse direta.
Usufruto
O usufruto poderá recair tanto em relação a bens móveis como em relação a bens imóveis e por ser mais usual a sua instituição em relação abem imóvel o usufruto esta usualmente criado com o registro junto ao Registro de Imóvel. A partir desse momento é possível identificar a presença do usufrutuário que passa a ter os poderes ou faculdades de usar, fruir e de reivindicar contra terceiros estabelecendo a partir desse momento um vinculo com a coisa, podendo exercer com autonomia os seus poderes de usar e fruir sem a concordância do proprietário limitado, do outro lado encontramos a pessoa do “Nú Proprietário” que ganha esse nome pelo fato de estar privado exatamente dos poderes que revelariam à coletividade quem seria o proprietário. O proprietário limitado poderá reivindicar e dispor da coisa mesmo que na Constancia do usufruto, sendo certoque aquele que vier a adquirir a nu propriedade ficará obrigado a respeitar o usufruto até seu termino. 
O usufruto tem três características necessária:
Temporário – é obrigatório que o usufruto conste com uma clausula prevendo seu termo, caso contrario se entenderá como usufruto vitalício.
Personalíssimo – O usufruto sempre se extingue com a morte do usufrutuário;
Inicialmente é importante frisar que o usufruto em sua essência e historicamente foi criado para assegurar ao usufrutuário uma vida digna morando no imóvel ou alugando o bem de forma a manter a sua subsistência. Assim como o usufruto tem por objetivo em sua criação o de praticar uma liberalidade é possível afirmar que ele é constituído em regra de maneira gratuita. Trata-se de direito real tipicamente temporário, devendo o insituidor no momento de sua criação escolher o termo ou condição para o termino do usufruto de forma que no silencio do instituidor o usufruto será entendido como vitalício. O usufruto constituído em favor de Pessoa Jurídica também é temporário na forma do artigo 1.410 inciso III do Código Civil. 
 A segunda característica típica do usufruto é que o mesmo é personalíssimo. Considerando que o objetivo histórico desse direito real é assegurar a sobrevida digna ao usufrutuário, é natural que a morte do mesmo represente sempre a extinção desse direito real mesmo que não seja esse o seu termo ou condição. Assim é perfeitamente possível afirmar que não existe herança de usufruto em favor dos herdeiros do usufrutuário sendo certo que se o usufruto foi criado por 20 anos e o usufrutuário morre no décimo ano, seus herdeiros deverão proceder a entrega da coisa.
Falta aula do dia 21/09
Deveres do usufrutuário
Os deveres do usufrutuário começam a ser definidos pelo código no artigo 1400, sendo o primeiro o Caução.
Antes de poder exercer os direitos de usar e fruir do bem é necessário que o usufrutuário preste caução, garantia, em virtude de ser o usufruto sempre temporário, pois não é justo que o proprietário recupere a coisa de maneira deteriorada, sendo a caução uma garantia de que se o usufrutuário devolver o bem depauperado os patrimônios deixados em caução serão utilizados para restituir as perdas e danos ocasionados de forma dolosa. A caução não tem cabimento nas doações com reserva de usufruto. A caução pode ser real ou fidejussória – pessoal, caso o usufrutuário não tenha capacidade de prestar caução tornará o nu proprietário o administrador do bem e fará juz dos frutos deduzidos dos valores gastos com manutenção do mesmo e possível taxa de administração determinada pelo juiz
O primeiro dos deveres que a norma impõe ao usufrutuário é de prestar caução real ou pessoal que só se despensa nas doações com reserva de usufruto considerando que não seria justo que a pessoa beneficiada com um bem possa exigir daquele que o beneficiou uma garantia. A caução prestada pelo usufrutuário tem por objetivo de ser utilizada pelo nu proprietário ao termino do usufruto na hipótese deste ultimo receber a coisa não conservada por conduta dolosa ou culposa atribuível ao usufrutuário, hipótese em que o bem dado em garantia será usado para recomposição do bem. Caso o usufrutuário não possa prestar caução a administração da coisa repassa as mãos do nu proprietário sendo certo que o usufruto não se extingue e os valores dos rendimentos deverão ser entregues ao usufrutuário deduzida a administração cabível ao nu proprietário.
Obrigações “Propter Rem”. Artigo 1.403 – inciso II 
Custo módico será aquela obrigação ordinária que não ultrapasse 2/3 do valor total do bem. E as despesas extraordinárias são de responsabilidades do nu proprietário.
As obrigações propter REM são de responsabilidade do usufrutuário considerando que tem a posse direta e por tal razão deve fazer frente a tais despesas. Considerando que a norma prevista no artigo 1.403 inciso II do Código Civil estabelece uma obrigação com o nu proprietário, caso esse último venha a pagar essas despesas com medo de perder o bem terá direito de regresso bem como, na forma do artigo 1.410 inciso VII, requerer a declaração judicial da extinção do usufruto. As despesas ordinárias de conservação da coisa, como limpeza de caixa d’água, descupinização, corre por conta do usufrutuário já que consideradas naturais daquele que tem a posse direta. Ao nu proprietário sobram as despesas extraordinárias como a realização de um muro de contenção, bem como as despesas ordinárias que não se qualifiquem como de custo módico, na forma do artigo 1.404 § 1º.
Outras obrigações do Usufrutuário
 
Art. 1.406. O usufrutuário é obrigado a dar ciência ao dono de qualquer lesão produzida contra a posse da coisa, ou os direitos deste.
Art. 1.407. Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufrutuário pagar, durante o usufruto, as contribuições do seguro. (o indenizado será o proprietário, sendo culpa do usufrutuário, esta será integral do proprietário, senão poderá o proprietário reconstruir a coisa restabelecendo o usufruto ou reparti o premio do seguro entregando ao usufrutuário o valor proporcional ao tempo que ainda restava de usufruto). 
O seguro, caso seja realizado, é de responsabilidade do usufrutuário em genuína hipótese de estipulação em favor de terceiro, na medida em que ocorrendo o sinistro o valor da indenização deverá ser entregue ao nu proprietário. Nesse momento o nu proprietário tem dupla opção a seu dispor. Poderá reconstruir a coisa, hipótese em que o usufruto será restabelecido ou optar em ficar com o dinheiro devendo entregar ao usufrutuário determinada quantia tomando por base o tempo de usufruto faltante. Caso a coisa não tenha sido segurada e o nu proprietário optar por reconstruir-la, o usufruto não se restabelecerá.
EXTINÇÃO DO USUFRUTO
Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartório de Registro de Imóveis:
I - pela renúncia ou morte do usufrutuário;
II - pelo termo de sua duração;
III - pela extinção da pessoa jurídica, em favor de quem o usufruto foi constituído, ou, se ela perdurar, pelo decurso de 30 (trinta) anos da data em que se começou a exercer; 
IV - pela cessação do motivo de que se origina;
V - pela destruição da coisa, guardadas as disposições dos arts. 1.407, 1.408, 2.ª parte, e 1.409;
VI - pela consolidação;
VII - por culpa do usufrutuário, quando aliena, deteriora, ou deixa arruinar os bens, não lhes acudindo com os reparos de conservação, ou quando, no usufruto de títulos de crédito, não dá às importâncias recebidas a aplicação prevista no parágrafo único o art. 1.395;
VIII - pelo não uso, ou não fruição, da coisa emque o usufruto recai (arts. 1.390 e 1.399). 
 O artigo 1.410 prevê 8 hipóteses que extinguirão o direito real de usufruto sendo certo que a morte do usufrutuário sempre extinguirá esse direito real. Na consolidação o Usufrutuário de maneira excepcional s torna proprietário pleno que normalmente acontecerá pelo direito sucessório como aconteceria na hipótese da doação com reserva de usufruto de pais a filhos, morrendo esses filhos solteiros e sem filhos antes dos pais. O motivo é a circunstancia de ordem subjetiva, interna que levou a criação desse direito real e não se presume, devendo ser expressa. Assim, é possível instituir alguém como usufrutuário determinando que esse alguém cuide de terceira pessoa, falecida a pessoa que este deveria cuidar o usufruto se extingue. O usufruto também poderá ser extinto por seu não uso, o usufrutuário é obrigado a dar função social ao seu direito real, sob pena de, se ficar caracterizado o abandono desse direito, independentemente de qualquer prazo, o nu proprietário poderá requerer judicialmente o reconhecimento da perda desse direito real.
 Usufruto Sucessivo
Não permitido no Brasil, significa a permissão de transferência em cadeia de usufrutuários, porque assim dificultaria ao nu proprietário no futuro de usar e fruir aquele bem, ferindo também o caráter personalíssimo desse instituto.
 No usufruto sucessivo o instituidor do usufrutoestabelece uma verdadeira cadeia de usufrutuários podendo cada um a seu tempo usar e fruir sozinho aquele bem. Trata-se de disposição não admitida pelo código e entendida como invalida pela jurisprudência sob o argumento de que feriria o caráter personalíssimo do instituto e temporário do mesmo, inviabilizando que o nu proprietário possa em algum momento usar e fruir daquele bem diante das cadeias de usufrutuário. 
28/09/2015
Usufruto Conjuntivo
Estabelece-se duas ou mais pessoas que conjuntamente podem usar e fruir do mesmo bem, sendo perfeitamente admitido,( as três tias velhas são usufrutuários de determinado imóvel de cujo sobrinho Eduardo é o nu proprietário, caso uma das tias venha a morrer ou renunciar ao usufruto, podendo ocorrer o encerramento daquela parte do usufruto que quando acolhida essa extinção gradativa do direito real de usufruto, fazendo com que Eduardo vá assumindo aos poucos a qualidade de proprietário pleno, e as demais tias seriam obrigadas a pagar uma parte de aluguel referente a parte que retornou a Eduardo, ou as duas tias assumiriam o usufrutário na razão de 50% para cada).
No usufruto conjunto ou conjuntivo duas ou mais pessoas exercem simultaneamente os poderes de usar e fruir sobre o mesmo em concomitância, sendo pratica totalmente licita. A grande questão que gira em torno desse usufruto diz respeito a morte ou renuncia de um dos usufrutuários. Duas consequências possíveis se apresentam. Na primeira possibilidade a morte do usufrutuário tem por conseqüência a extinção gradativa do direito real de usufruto e por conseqüência o nu proprietário vai passando a ter pouco a pouco o direito de usar e fruir sobre aquele bem de forma que poderá exigir aluguel proporcional pela posse direta dos usufrutuários restantes ou o valor do aluguel. Outra forma de solucionar o problema seria conferindo o direito de acrescer em favor dos usufrutuários restantes de forma que o usufruto se extinguiria de uma única vez não podendo o nu proprietário exigir qualquer valor ate o termino do usufruto.
Sendo o usufruto constituindo em ato intervivos resolve-se da forma do artigo 1.411 do Código Civil, que diz que o nu proprietário vai passar ater aos poucos o seu direito real de usar e fruir do bem, podendo exigir percentual proporcional ao usufrutuário extinto como aluguel em seu favor a ser pago por quem estiver em posse e fruição. A clausula de direito de acrescer não é permitida entre pais e filhos.
A solução passa pela analise da forma pela qual o usufruto foi estabelecido. Em se tratando de usufruto criado por ato intervivos a solução passa pelo artigo 1.411 do Código Civil que estabelece como regra a extinção gradativa do usufruto recuperando o nu proprietário pouco a pouco o seu direito de usar e fruir. O instituidor do usufruto pode estabelecer clausula expressa prevendo o direito de acrescer, hipótese em que o usufruto só se extinguira com a morte do ultimo usufrutuário. A clausula prevendo o direito de acrescer só não é admitida em doações de pais a filhos considerando que nessas circunstancias o filho terá direito, com a morte de um dos ascendentes, a receber a sua herança de forma livre e desembaraçada sem qualquer restrição. Nas demais situações a clausula é perfeitamente valida.
 Se o usufruto for constituído por ato de ultima vontade a solução esta no artigo 1.946, em casos onde o usufruto for criado em testamento, onde a regra é o direito de acrescer, exceto se na hora de instituir no testamento a parte cabível de cada um, e dessa forma será usufruto conjuntivo, assim se afasta o direito de acrescer.
Caso o usufruto tenha sido criado por ato de ultima vontade, por testamento, a situação concreta será regida pelo artigo 1.946 do Código Civil. Se os usufrutuários receberam em conjunto um único direito real como aconteceria se o bem imóvel tivesse sido dado em usufruto em favor de três pessoas, a morte de um dos usufrutuários teria como conseqüência o direito de acrescer em favor dos demais. A única exceção seria a prevista no parágrafo único desse mesmo artigo onde o testador faz inserir em seu ato de ultima vontade o percentual ou fração de usufruto cabível a cada um dos usufrutuários. Assim, poderá o testador por exemplo estipular que João tenha 25% de usufruto, Maria igual percentual e Artur 50% do usufruto.nessas condições morrendo Maria por exemplo, como a vontade do testador era de que ela recebesse aquele percentual, a fração a ela cabível será imediatamente transferida para a pessoa do nu proprietário.
Fideicomisso 1.951 a 1.960
Só pode ser criado em testamento, onde o a figura do Testador cria o fiduciário e o fideicomiasario. O testador determina que por ocasião de sua morte o fiduciário assumirá a propriedade fiduciária até que seja implementada o termo ou a condição e o bem será entregue ao fideicomissário que será ainda uma pessoa que não nasceu, prole eventual.
No fideicomisso estamos diante de uma figura típica não sendo admitida sua criação por ato inter vivo. A criação desse fideicomisso acontece por disposição expressa no testamento, onde o testador determina que por ocasião de sua morte determinado bem ou bens sejam transferidos para a propriedade de determinada pessoa por ele escolhida estipulando ainda que implementada determinada condição ou termo escolhido pelo testador aquele bem seja entregue a pessoa do fideicomissário. Na vigência do código civil de 1916 o fideicomissário poderia ser qualquer pessoa escolhida pelo testador o que no código de 2002 foi modificado, considerando que atualmente só pode ocupar a posição de fideicomissário a prole eventual do próprio fiduciário ou de pessoa indicada pelo testador.
No testamento o testador tem a possibilidade de revogar suas disposições inúmeras vezes no curso de sua sobrevida considerando que o testamento é essencialmente revogável. No momento do falecimento do testador duas circunstancias poderão estar presentes. Caso a prole eventual ainda permaneça em estado de potencialidade esta deverá ser concebida pela pessoa indicada pelo testador no prazo maximo de dois anos constados do óbito do testador e sendo certo que o prazo é para a concepção e não para o nascimento na foram do artigo 1.800 § 4º. Se ao tempo da morte do testador a prole eventual já houver nascido na forma do artigo 1.952 § único a prole eventual que agora é pessoa adquirira a nu propriedade e o proprietário fiduciário se converterá por determinação de lei a qualidade de usufrutuário, sendo essa mais uma hipótese de usufruto legal.
 
29/09/2015
O proprietário fiduciário é proprietário resolúvel enquanto não se implementar o termo ou condição estipulado pelo testador. Assim, tem o proprietário fiduciário os poderes de usar fruir dispor e reivindicar, podendo se afirmar que todos os direitos instituídos na constancia da propriedade resolúvel, são criados em caráter temporário de forma que com o implemento da condição ou termo, todos os direitos pessoais e reais se resolvem em favor do fideicomissário que até aquele momento possuía mera expectativa de direito e agora tem a propriedade plena.
 Se o fideicomissário nascer tempestivamente e vier a óbito antes que se verifique a condição ou termo prevista pelo testador o fideicomisso caduca de forma que o fiduciário se torna proprietário.
Direito Real de Habitação
Previsto nos artigos 1.414 ao 1.416, e como o próprio nome sugere esse direito confere o direito a moradia, e diz respeito a imóvel, sendo genuinamente imobiliário e confere ao beneficiário a possibilidade de morar gratuitamente no bem, é possível ver convencionalmente, por testamento e por lei. A grande distinção entre o direito de habitação e usufruto é que no primeiro só é possível morar no bem, e pode ser instituído em favor de mais de uma pessoa, e nessas circunstancia se apena uma pessoa frui da posse direta, aquele que é alijado da posse direta não pode exigir o pagamento de qualquer valor.
 Trata-se de direito real sobre coisa alheia onde o beneficiado tem única e exclusivamente a possibilidade

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