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Contexto Histórico da Macroeconomia

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1 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA 
DEPARTAMENTO DE ECONOMIA 
MATERIAL DE APOIO 
 
 
DISCIPLINA DE MACRO I 
 
PROF SANDRO L. BEDIN 
 
 
O CONTEXTO HISTÓRICO DA MACROECONOMIA 
MERCANTILISMO, FISIOCRACIA, ESCOLA CLÁSSICA E ESCOLA 
NEOCLÁSSICA 
 
A MACROECONOMIA E O MERCANTILISMO 
 
O COMÉRCIO INTERNACIONAL E O ACÚMULO DE RIQUEZAS DOS 
PAÍSES  Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas 
econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século XV e o 
final do século XVIII. O mercantilismo originou um conjunto de medidas 
econômicas diversas de acordo com os Estados. Caracterizou-se por uma forte 
intervenção do Estado na economia. Consistiu numa série de medidas 
tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de 
fortes Estados-nacionais; 
 
PONTOS DE ANÁLISE  MOEDA, INFLAÇÃO, ACUMULAÇÃO DE 
CAPITAL, DÉFICIT ESTATAL, BALANÇA COMERCIAL FAVORÁVEL E 
IMPERIALISMO ECONÔMICO; 
 
A MACROECONOMIA E A FISIOCRACIA  NO MERCANTILISMO O Estado 
desempenha um papel intervencionista na economia, implantando novas 
indústrias protegidas pelo aumento dos direitos alfandegários sobre as 
importações, (protecionismo), controlando o consumo interno de determinados 
produtos, melhorando as infra-estruturas e promovendo a colonização de 
novos territórios (monopólio), entendidos como forma de garantir o acesso a 
matérias-primas e o escoamento de produtos manufaturados. A forte 
regulamentação da economia pelo mercantilismo é contestada na segunda 
metade do século XVIII por François Quesnay e pelo movimento dos 
fisiocratas. 
 
 2 
- A fisiocracia, advinda da chamada escola fisiocrática, surgiu no século XVIII 
e é considerada a primeira escola de economia científica. Os fisiocratas 
consideram o sistema econômico como um "organismo" regido por leis 
intrínsecas (pela ordem natural das coisas), sendo elas assim, cientificamente 
relevantes. 
- Embasavam-se na economia agrária, identificando na terra a fonte única de 
riqueza: uma semente é capaz de gerar mil, os recursos nela se reproduzem. 
- A fisiocracia é a Base da constituição da ordem natural, a sociedade, unidade 
regida por leis necessárias apenas na medida em que as atividades 
econômicas dos seres humanos sejam reduzidas e integradas à unidade 
através de um processo que somente a troca poderia realizar. 
Desconsiderando as diferenças entre uma inspiração iluminista e uma pós-
hegeliana, pode-se assumir essa interpretação da história como um marxismo 
avant la lettre. 
 
PONTOS DE ANÁLISE  SISTEMA DE TROCAS (MOEDA-MERCADORIA-
MOEDA), VALOR DE TROCA, LAISSEZ FAIRE (LIVRE MERCADO), O 
TRABALHO NA TERRA COMO FONTE DE VALOR; 
 
A MACROECONOMIA E OS PENSADORES DA ESCOLA CLÁSSICA – Século 
XVII e XVIII 
 
- ADAM SMITH  É o pai da economia moderna, e é considerado o mais 
importante teórico do liberalismo econômico. Autor de "Uma investigação sobre 
a natureza e a causa da riqueza das nações". Teve como cenário para a sua 
vida o atribulado século das Luzes, o século XVIII.  Assim acreditava que a 
iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção 
governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levaria não 
só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações 
tecnológicas, no afã de baratear o custo de produção e vencer os 
competidores. Ele analisou a divisão do trabalho como um fator evolucionário 
poderoso a propulsionar a economia; 
 
- DAVID RICARDO  considerado um dos principais representantes da 
economia política clássica (Teoria da Renda da Terra, Lei dos Rendimentos 
Decrescentes e a teoria do valor-trabalho, a teoria da distribuição (as relações 
entre o lucro e os salários), o comércio internacional, temas monetários e a 
teoria das vantagens comparativas; 
 
- EQUIVALENCIA RICARDIANA ou proposição Ricardo-Barro A tese 
ricardiana sustenta que para um dado montante de despesa pública a 
substituição de impostos por dívida não tem qualquer efeito na procura global 
nem na taxa de juro. Como a dívida apenas adia os impostos para o futuro, os 
consumidores, simultaneamente contribuintes, antecipando a subida dos 
impostos futuros, vão reagir à redução de impostos aumentando a sua 
poupança, adquirindo os títulos de dívida pública emitidos. Assim, como a 
poupança privada aumenta no mesmo montante que o déficit orçamentário e a 
taxa de juro mantém-se inalterada. O déficit não provoca qualquer redução do 
ritmo de acumulação do estoque de capital, nem deterioração das contas 
externas. A dívida pública não afeta a riqueza do setor privado. Então, em 
 3 
termos de efeitos na economia, o financiamento da despesa pública por dívida 
pública é equivalente ao financiamento por impostos; 
 
- JEAN BAPTISTE SAY  A Lei de Say é uma norma económica neoclássica, 
de autoria do economista francês Jean-Baptiste Say que estabelece que a 
Oferta Agregada da Economia é que determina o nível de Produção desta 
Economia. Segundo este princípio, quando um produtor vende seu produto, o 
dinheiro que obtém com essa venda está sendo gasto com a mesma vontade 
da venda de seu produto, sinteticamente: a oferta de um produto sempre gera 
demanda por outros produtos. Pela teoria de Say, não existem as chamadas 
crises de "superprodução geral", uma vez que tudo o que é produzido pode ser 
consumido já que a demanda de um bem é determinada pela oferta de outros 
bens, de forma que a oferta agregada é sempre igual a demanda agregada. 
Say aceitava ser possível que certos sectores da economia tivessem relativa 
superprodução em relação aos outros setores, que sofressem de relativa 
subprodução. 
 
LEI DE SAY E A TQM - Ela defende que o nível dos preços é determinado pela 
quantidade de moeda em circulação e pela sua velocidade de circulação. 
A teoria baseia-se nos seguintes pressupostos: 
 
M.V = P.Q 
- Causalidade 
O nível de preços é determinado pela quantidade de moeda em 
circulação, multiplicada pela velocidade da moeda (que é quase uma constante 
pela hipótese 2) 
 
- Velocidade de Circulação Estável ou Previsível 
Segundo VASCONCELLOS (2001, p. 299), "na teoria clássica, V é 
considerado relativamente estável ou constante a curto prazo, já que depende 
de alguns parâmetros que se modificam lentamente, tais como hábitos da 
coletividade (quanto maior a utilização de cheques e cartões de crédito, menor 
a necessidade de reter moeda) e o grau de verticalização da economia (por 
exemplo, quando a Ford comprou a Philco, diminuiu sua necessidade de 
manter moeda em caixa, dado que as operações entre Ford e Philco passaram 
a ser meramente contábeis, no âmbito do próprio grupo). Por raciocínio 
análogo, a terceirização também afeta a velocidade da moeda." (grifo do autor). 
 
- Neutralidade da moeda 
A quantidade de moeda não afeta a produção de uma economia (y) de 
forma permanente – ou seja, um aumento da quantidade de moeda pode gerar 
um aumento da produção real no curto prazo, mas esse efeito não é 
permanente. 
 
- Exogeneidade da moeda 
A Autoridade Monetária tem total controle sobre a oferta de moeda 
porque controla M e, como V é estável ou previsível, pode com M 
contrabalançar os movimentos de V e controlar o lado esquerdo da Equação de 
Trocas. 
 4 
 
- Efeitos da política monetária 
Supondo uma política monetária expansionista e uma velocidade-renda 
da moeda constante a curto prazo, o efeito de um aumento da oferta de moeda 
sobre a inflação dependerá de a economia estar ou não com recursos 
desempregados. Se a economia estiver com recursos plenamente 
empregados, o aumento de M provocará apenas um aumento no nível geral de 
preços (já que V é constante e Y é constante em pleno emprego, para que a 
equação MV=PY valha, um aumento em M só pode alterar P). Esta é aversão 
original da Teoria Quantitativa da Moeda. 
"Se a economia estiver com recursos desempregados, então é possível que a 
expansão monetária estimule a produção agregada Y, sem necessariamente 
aumentar os preços." (Vasconcellos, 2001. p. 301); 
 
ESCOLA NEOCLÁSSICA 
 
 A Economia Neoclássica é uma corrente de pensamento econômico, 
para qual o Estado não deveria se intrometer nos assuntos do mercado, 
deixando que ele fluísse livremente, ou seja, o Liberalismo econômico. Tem 
sua origem em fins do século XIX com o austríaco Carl Menger (1840-1921), o 
inglês William Stanley Jevons (1835-1882) e o suíço Léon Walras (1834-1910). 
Posteriormente, se destacaram o inglês Alfred Marshall (1842-1924), o sueco 
Knut Wicksell (1851-1926), o italiano Vilfredo Pareto (1848-1923) e o 
estadunidense Irving Fisher (1867-1947  Economista americano nascido em 
Saugerties, Nova Iorque, que ficou famoso por sua fórmula m.v = p.q , que 
significa que a massa de moeda multiplicada pela velocidade com que ela é 
trocada tem que ser igual aos preços vezes a quantidade de produtos.) 
Pode ser dividida entre diferentes grupos, como a escola Walrasiana, a escola 
de Chicago, a escola austríaca. O modelo de Macroeconomia proposto pelos 
clássicos, que acreditavam na “mão invisível” do mercado, consagraram três 
princípios como fundamentos da macroeconomia: 
 As forças de mercado tendem a equilibrar a economia a pleno emprego, 
ou seja, quando a demanda e a oferta por mão-de-obra se igualam; 
 As variáveis reais da economia e os preços relativos seguem trajetórias 
diferentes e independentes da política monetária, ou seja, a quantidade 
de moeda não afeta a capacidade produtiva e laboral de uma economia; 
 A quantidade de moeda afeta apenas o nível geral dos preços. 
 
Carl Menger (Neu-Sandez, 23 de fevereiro de 1840 — Viena, 27 de fevereiro 
de 1921) foi um economista austríaco, fundador da escola austríaca. 
Desenvolveu uma teoria subjetiva do valor, a teoria da utilidade marginal, 
ligando-a à satisfação dos desejos humanos, e que refutou a teoria do valor-
trabalho, desenvolvida pelos economistas clássicos Adam Smith e David 
Ricardo. 
Para ele, as trocas ocorrem porque os indivíduos tem avaliações 
subjetivas diferentes de uma mesma mercadoria: toda a atividade econômica 
resulta simplesmente da conduta dos indivíduos e deve ser analisada a partir 
do consumo final, como uma pirâmide invertida. 
 
 5 
William Stanley Jevons (Liverpool, 1 de setembro de 1835 — Bexhill, 13 de 
agosto de 1882) foi um economista britânico. 
Foi um dos fundadores da Economia Neoclássica e formulador da teoria da 
utilidade marginal, que imprimiu novo rumo ao pensamento econômico 
mundial, especialmente no que se refere à questão da determinação do valor, 
solucionando o paradoxo utilidade na determinação dos valores das coisas (por 
que o pão, tão útil, é barato, e o brilhante, quase inútil, é caro?) que até então 
confundia os economistas. 
 
Marie-Ésprit-Léon Walras (Évreux, 16 de Dezembro de 1834 — Clarens, 5 de 
Janeiro de 1910) foi um economista e matemático francês associado com a 
criação da Teoria do Equilíbrio Geral. Ele é considerado como um dos 
fundadores daquela que ficou posteriormente conhecida, sob a direção de seu 
discípulo italiano, o economista e sociólogo Vilfredo Pareto, como a Escola de 
Lausanne de Economia, ou Escola Matemática. Foi considerado por Joseph 
Schumpeter como “o maior de todo os economistas”. 
Walras foi um dos três líderes da chamada “Revolução marginalista”, ao lado 
do austríaco Carl Menger (1840-1921) e do britânicoWilliam Stanley Jevons 
(1835-1882), apesar de seu mais notável trabalho, Elements d'économie 
Politique pure (Elementos da Economia Política Pura, em Português), de 1874, 
ter sido publicado três anos após a disseminação das idéias marginalistas dos 
dois anteriores. 
Walras defendia a livre iniciativa como instrumento para alcançar a justiça 
social e a justificava matematicamente, unindo as teorias de produção, troca, 
moeda e capital. 
 
Alfred Marshall (Londres, 26 de julho de 1842 — Cambridge, 13 de julho de 
1924) foi um dos mais influentes economistas de seu tempo. Seu livro, 
Princípios de Economia (Principles of Economics) [1] procurou reunir num todo 
coerente as teorias da oferta e da demanda, da utilidade marginal e dos custos 
de produção, tornando-se o manual de economia mais adotado na Inglaterra 
por um longo período. Com a introdução do fator tempo, na distinção entre 
longos períodos e curtos períodos, Marshall conseguiu determinar a 
importância tanto do custo de produção (para longos períodos) como da 
utilidade marginal (para curtos períodos), na formação do valor das 
mercadorias. 
 
Ohan Gustaf Knut Wicksell (Estocolmo, 20 de Dezembro de 1851 — 
Stocksund, 3 de Maio de 1926) foi um economista sueco. Knut Wicksell usou o 
conceito "natural" a fim de explicar o equilíbrio de longo prazo da taxa de juros. 
Em seu trabalho Interest and Prices, Wicksell escreveu sua versão da Teoria 
Quantitativa da Moeda, com uma visão particular a respeito dos efeitos 
indiretos da oferta da moeda nos preços. Desenvolveu também a Teoria da 
Produtividade Marginal, que afirma que o preço de cada fator de produção 
deve se igualar a produtividade marginal. Wicksell também afirmou que uma 
alocação eficiente de recursos não garantia uma distribuição justa, pois apenas 
tomaria forma de uma injusta e pré-existente alocação de renda. 
As teorias de Wicksell sobre os preços e quantidades colaboraram 
decisivamente para a macroeconomia desenvolvida na Escola de Estocolmo. 
Wicksell pode também ser considerado um Malthusiano, pois defendia o uso do 
 6 
controle de nascimento. O seu valor como teórico evidenciou-se na sua teoria 
da produtividade marginal, formulada como síntese das correspondentes 
teorias de Jevons e Menger e da teoria do capital de Böhm-Bawerk, numa 
estrutura walrasiana de equilíbrio geral. Trabalhou também na teoria do capital 
e do juro e distinguiu-se na teoria monetária, sua maior contribuição para a 
análise económica. 
 
Vilfredo Pareto introduziu o conceito de ótimo de Pareto e ajudou o 
desenvolvimento da microeconomia com a idéia de curva de indiferença. 
A partir de então, tal princípio de análise, conhecida com Lei de Pareto, tem 
sido estendido a outras áreas e atividades tais como a industrial e a comercial, 
sendo mais amplamente aplicado a partir da segunda metade do século XX. 
 
Eficiência ou ótimo de Pareto é um conceito de economia desenvolvido pelo 
italiano Vilfredo Pareto. 
Uma situação econômica é ótima no sentido de Pareto se não for possível 
melhorar a situação, ou, mais genericamente, a utilidade de um agente, sem 
degradar a situação ou utilidade de qualquer outro agente econômico. Existem 
3 condições que necessitam ser preenchidas para que uma economia possa 
ser considerada Pareto Eficiente: 
 eficiência nas trocas - o que é produzido numa economia é distribuído 
de forma eficiente pelos agentes económicos, possibilitando que não 
sejam necessárias mais trocas entre indivíduos, isto é a taxa marginal 
de substituição é mesma para todos os indivíduos; 
 eficiência na produção - quando é possível produzir mais de um tipo de 
bens sem reduzir a produção de outros, isto é, quando a economia se 
encontra sobre a sua curva de possibilidade de produção; 
 eficiência no mix de produtos - os bens produzidos numa economia 
devem refletir as preferências dos agentes econômicos dessa economia. 
A taxa marginal de substituição deve ser igual à taxa marginal de 
transformação. Um sistema de preços de concorrência perfeita permite 
satisfazer esta condição. 
Numa estrutura ou modelo econômico podemcoexistir diversos ótimos de 
Pareto. Um ótimo de Pareto não tem necessariamente um aspecto socialmente 
benéfico ou aceitável. Por exemplo, a concentração de rendimento ou recursos 
num único agente pode ser ótima no sentido de Pareto.

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