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Artigo MBA Unisul Gestão de Obras e Projetos

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CERTIFICAÇÃO LEED: UMA 
ANALOGIA ENTRE BRASIL E A 
CIDADE-BAIRRO PEDRA BRANCA 
LEED CERTIFICATION: AN ANALOGY 
BETWEEN BRAZIL AND THE 
NEIGBHOOD-CITY PEDRA BRANCA 
Thiago Schurhaus, Administrador (UFSC), pós-graduando do 
curso MBA em Gestão de Obras e Projetos (UNISUL) 
PALAVRAS CHAVE 
Construção civil; desenvolvimento; construções sustentáveis; LEED. 
 
KEY WORDS 
Construction industry; development; sustainable constructions; LEED. 
RESUMO 
A construção civil é fundamental para o desenvolvimento da sociedade, entretanto é o setor econômico que 
mais impacta o meio ambiente. Em vista disto, surgiram as certificações de construções sustentáveis, 
abrangendo as esferas social, econômica e ambiental, dentre elas está a LEED (Leadership in Energy and 
Environmental Design). Este artigo se propõe, por intermédio de uma pesquisa descritiva e exploratória, a 
conceituar esta certificação e analisar seu panorama em abrangência nacional o comparando à realidade de 
um bairro, localizado em Palhoça/SC. 
 
ABSTRACT 
The construction industry is fundamental to the society development, however It is also the sector that most 
impacts the environment. Therefore, came up the certifications of sustainable constructions, embracing the 
social, environmental and economics spheres, among them is the LEED (Leadership in Energy and 
Environmental Design). This article proposes itself , by a descriptive and exploratory research, to concept the 
LEED certification and to analyze its panorama in nationwide, comparing it to the reality of a neighborhood, 
located in Palhoça/SC. 
 
1. INTRODUÇÃO 
O homem no decorrer dos séculos procurou o 
constante progresso sem dar-se conta que os 
recursos naturais são finitos e que algum dia 
poderia ser responsável por uma grande 
aceleração do processo de aquecimento global. 
Em vista desta realidade, atualmente, o conceito 
de desenvolvimento sustentável está ganhando 
cada vez mais força no desafio da população do 
século XXI, buscando equilibrar o que é 
socialmente desejável, economicamente viável e 
ecologicamente sustentável. 
Goodland (1995 apud Amaral, 2013, p. 15) já 
demonstrava os diferentes componentes que 
englobam as definições de desenvolvimento 
sustentável, onde se devem considerar três 
esferas, sendo a social, a ambiental e a 
econômica, as quais se intersectam formando o 
ideal de sustentabilidade conforme se pode 
verificar na figura abaixo. 
Figura 1: Esferas da Sustentabilidade 
 
Adaptado de Goodland (1995 apud Amaral, 2013, p. 16) 
 
 A imagem demonstra que a junção das 
esferas social e ambiental resulta em habitável, 
situação que possível de se viver. Por sua vez, o 
encontro das esferas social e econômica se tem 
como resultado uma realidade justa. Enquanto, a 
intersecção das esferas ambiental e econômica 
configura uma situação viável. Por fim, tem-se o 
ponto de encontro das três esferas, onde está o 
sustentável. 
John & Agopyan (2011) afirmam que a 
construção civil é indispensável no 
desenvolvimento da sociedade, tendo em vista 
que é responsável pela implantação de 
edificações públicas e privadas, infraestrutura de 
base, saneamento básico, transporte e espaços 
públicos, com o objetivo de prover moradia, 
educação, trabalho, saúde e lazer. Por sua vez, o 
setor é responsável por grande fatia do mercado 
de trabalho, pois demanda muita mão de obra, 
movimenta grandes quantias financeiras e 
recursos naturais, causando grandes impactos ao 
ambiente natural e urbano. Além disto, estima-se 
que a indústria de materiais para a construção 
civil cresça no mundo duas vezes e meia entre 
2010 e 2050, enquanto no Brasil é que o setor 
dobre de tamanho até 2022. 
Nota-se a relevância que a construção possui 
papel fundamental nas esferas social, econômica 
e ambiental a nível mundial, e ainda mais a nível 
Brasil, que é o setor que mais emprega, atingindo 
diretamente a economia nacional como um todo e 
também um dos que mais consomem recursos no 
meio ambiente. 
Neste cenário, USGBC (United States Green 
Building Council), organização sem fins lucrativos 
que tem o objetivo de promover a 
sustentabilidade através da eficiência econômica 
e ambiental de construções verdes (Green 
Buildings), iniciou em 1996, nos Estados Unidos, 
os estudos para desenvolvimento da LEED 
(Leadership in Energy and Environmental 
Design), que é um sistema internacional de 
certificação, com referência ambiental, elaborado 
para padronizar a concepção, construção e 
operação das construções, garantindo assim que 
alguns requisitos sejam atendidos, sempre 
focando na sustentabilidade de suas atuações. 
Em vista desta problemática, busca-se neste 
artigo demonstrar o quanto a construção civil é 
responsável nas três esferas da sustentabilidade, 
apresentar a Certificação LEED, realizando uma 
analogia de sua realidade hoje no cenário 
nacional à realidade de uma cidade-bairro 
localizada na Grande Florianópolis. 
2. METODOLOGIA 
Primeiramente, quanto à caracterização desta 
pesquisa, pode-se afirmar que se trata de 
descritiva e exploratória. Descritiva, pois consiste 
na análise e descrição de características ou 
propriedades, ou ainda das relações entre estas 
propriedades em determinado fenômeno. Por 
outro lado, considera-se exploratória por 
proporcionar maior familiaridade com o problema, 
com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir 
hipóteses (ECO, 1993). 
Pode-se dizer que é descritiva quando buscou-
se descrever a respeito da Certificação LEED, 
abordando seu conceito, abrangência, vantagens, 
investimento necessário, entre outros. É 
exploratória no momento em que procurou-se 
realizar uma analogia da abrangência da 
certificação LEED no cenário nacional com a de 
uma cidade-bairro, localizada em Palhoça/SC, 
onde foi necessário dominar o tema para realizar, 
aprofundar-se no mesmo, e, então, demonstrar 
comparações e possíveis razões para a analogia 
encontrada. 
A coleta de dados foi realizada por intermédio 
de pesquisas documentais e entrevistas não 
diretivas e informais. A primeira é conceituada 
por Pádua (2004) como sendo aquela realizada a 
partir de documentos, contemporâneos ou 
retrospectivos, considerados cientificamente 
autênticos. Assim, foram consultados artigos, 
livros e websites especializados em certificação 
LEED, assim como a respeito da cidade-bairro 
Pedra Branca. Por sua vez, as entrevistas não 
diretivas e informais são definidas por Cohen, 
Manion e Morrison (2007) como não diretivas 
quando o entrevistador propõe um tema e apenas 
intervém para insistir ou encorajar, e, informais 
quando as perguntas surgem do contexto 
imediato e são feitas no decorrer da conversa; 
não existem perguntas predeterminadas. Tais 
entrevistas foram realizadas com corretores que 
atuam na cidade-bairro Pedra Branca. 
3. A CONSTRUÇÃO CIVIL E O MEIO 
AMBIENTE NO BRASIL 
De acordo com John & Agopyan (2011), a 
construção civil se trata do setor econômico que 
mais impacta o meio ambiente, principalmente 
quanto ao consumo de recursos naturais e a 
geração de resíduos. Por sua vez, Ulsen (2006) 
afirma que os resíduos de construção e 
demolição correspondem a grande parcela dos 
resíduos sólidos brasileiros que, apesar de serem 
resíduos de baixa periculosidade, geralmente 
inertes, possui grande impacto devido ao grande 
volume gerado, aproximadamente 500 
Kg/habitante, e à ausência de uma política de 
deposição adequada. 
Os edifícios também são responsáveis pela 
geração de dióxido de carbono (CO2) e outros 
gases que contribuem para o efeito estufa, tantodurante sua construção quanto enquanto em 
operação. Matérias-primas essenciais, como o 
cimento e a cal hidratada, são produtos do 
processo de calcinação, um dos três processos 
que mais gera gases de efeito estufa, ao lado do 
consumo de combustíveis fósseis e a extração de 
madeira nativa. A calcinação libera cerca 440 kg 
de CO2 por tonelada, e resulta em apenas 560 
Kg de óxido de cálcio, principal componente do 
cimento e da cal. Há estimativas que afirmam que 
5% das emissões de CO2 antropogênicos sejam 
originados exclusivamente pela cadeia produtiva 
do cimento. No caso do aço a estimativa de 
geração de CO2 está entre 6% e 7%, porém 
apenas uma quantia é dedicada à construção 
civil. (JOHN & AGOPYAN, 2011) 
John & Agoppyan (2011) ainda citam outros 
problemas ambientais que são também 
resultados pela má gestão do espaço construído, 
os quais estão mencionados abaixo: 
 Desmatamento de grandes áreas para 
ocupação do solo urbano, gerando 
erosão do solo e risco de escorregamento 
de taludes, naturais ou artificiais; 
 Movimentação de terra, ocupação 
irregular e impermeabilização excessiva 
do solo, com consequente aumento do 
risco de enchentes e alagamentos; 
 Aumento da temperatura ambiental e 
consequente aumento do desconforto do 
usuário, que leva ao crescimento da 
demanda por ar-condicionado e do 
consumo de energia elétrica; 
 Problemas técnicos causados pelas 
variações de lençol freático, carga de 
vento, cargas térmicas e acumulação de 
água durante precipitações extrema. 
Ulsen (2006) alega que por muito tempo as 
construtoras no Brasil não se preocuparam em 
controlar a produção deste resíduo, 
especialmente pelo caráter artesanal dos 
métodos utilizados. O autor diz que esta situação 
está passando por uma mudança positiva por 
meio da industrialização do setor e a adoção de 
ferramentas de gestão, entretanto, a geração 
ainda é muito expressiva. 
Por fim, aborda-se a questão do planejamento 
do espaço. Segundo John & Agopyan (2011) a 
cidade necessita ser pensada como um todo, 
integrando o planejamento de transportes, 
zoneamento e acesso aos serviços públicos para 
formar um espaço saudável, onde o cidadão 
possa aproveitar ao máximo as ferramentas 
disponíveis. Entretanto, pode-se dizer que a nível 
Brasil este planejamento não acontece, 
resultando em severos impactos no ambiente 
urbano, como, por exemplo, a mobilidade urbana 
comprometida devido às poucas linhas ou 
inexistência de transporte público. É necessário 
planejar não somente o edifício, mas sim a 
estrutura que ele necessita no ambiente em que 
está inserido. 
4. EDIFICAÇÕES SUSTENTÁVEIS E A 
CERTIFICAÇÃO LEED 
Correa (2009) diz que buscar uma indústria da 
construção mais sustentável significa fornecer 
maior valor agregado, poluir menos, ajudar no 
uso sustentável de recursos, responder 
efetivamente às partes interessadas, e melhorar a 
qualidade de vida atual sem comprometer a do 
futuro. Desta maneira, relaciona uma série de 
princípios básicos para a construção sustentável: 
 Aproveitamento de condições naturais 
locais e implantação de análise do 
entorno; 
 Qualidade ambiental interna e externa; 
 Gestão sustentável da implantação da 
obra; 
 Adaptar-se às necessidades atuais e 
futuras dos usuários; 
 Uso de matérias-primas que contribuam 
com a eficiência do processo; 
 Redução do consumo energético e de 
água; 
 Reduzir, reutilizar, reciclar e dispor 
corretamente os resíduos sólidos; 
 Introduzir inovações tecnológicas sempre 
que possível e viável; 
 Educação ambiental: conscientização dos 
envolvidos no processo. 
De acordo com a OECD (1993 apud Amaral, 
2013), o edifício sustentável é definido pelas 
práticas de construção que visam à qualidade 
total, possuindo como principais objetivos: 
 Eficiência de recursos e energética; 
 Redução de emissões causadoras do 
efeito estufa; 
 Prevenção da poluição; 
 Qualidade ambiental interna e redução de 
ruídos; 
 Harmonização com o ambiente e 
abordagens integradas sistêmicas. 
O edifício sustentável deve considerar todo 
seu ciclo de vida, abrangendo qualidade 
ambiental e funcional e valores futuros. Necessita 
apresentar um projeto integrado de arquitetura e 
engenharia elétrica, mecânica e estrutural, 
preocupando-se com custo em longo prazo nos 
quesitos ambiental, econômico e humano. (JOHN 
et al, 2005). 
Valente (2009) afirma que a potencialidade de 
práticas sustentáveis atingirem grandes escalas, 
tornando-se eficazes, é uma realidade na 
construção civil, de modo que a pressão social 
exercida sobre o setor contribuiu para a adoção 
de técnicas menos agressivas, e resultaram na 
adoção de certificações ambientais para as 
edificações de modo geral., as quais tem por 
objetivo mensurar e atestar que os 
empreendimentos estão em acordo com 
parâmetros que miram ganhos nas esferas 
ambiental, social e econômica. 
Neste contexto está a Certificação LEED, a 
qual, considerando sua independência e 
imparcialidade, assegura que a edificação é 
ambientalmente responsável, rentável e um lugar 
saudável para viver e trabalhar. Segundo USGBC 
(2017), a criação do selo LEED tem por objetivo 
disseminar os conceitos de construção 
ambientalmente responsável para profissionais e 
indústria da construção civil. Sua versão piloto foi 
lançada em janeiro de 1999, pelo USGBC, 
lançando novas versões com o objetivo de 
adequar parâmetros às condições regionais e 
elevar o rigor da certificação e o nível restritivo 
dos projetos, sem perder o foco na preservação 
ambiental. 
Atualmente, GBC Brasil (2017) afirma que a 
certificação está presente em 160 países e 
estima-se que cinco milhões de pessoas passem 
por um edifício LEED todos os dias. A nova 
versão LEED v4 possui critérios que focam em 
questões como igualdade social e saúde, 
mantendo a preocupação com os recursos 
naturais, mas sem ignorar as pessoas. Por sua 
vez, Silva (2003) afirma que a grande 
disseminação do método LEED é justificada, não 
somente por ser um documento consensual, com 
aprovação da indústria da construção e apoio das 
associações e fabricantes de materiais e 
produtos, mas, acima de tudo, por tratar-se de um 
método de estrutura simples, de fácil assimilação 
e adequação, que faz uso de checklists para 
verificação de requisitos. 
De acordo com GBC Brasil (2017), a 
certificação LEED traz benefícios econômicos, 
sociais e ambientais: 
 Econômicos: 
 Redução dos custos 
operacionais; 
 Redução dos riscos regulatórios; 
 Valorização do imóvel para venda 
ou locação; 
 Aumento na velocidade de 
ocupação; 
 Aumento da retenção; 
 Modernização e menor 
obsolescência da edificação. 
 Sociais: 
 Melhora na segurança e 
priorização da saúde dos 
trabalhadores e ocupantes; 
 Inclusão social e aumento do 
senso de comunidade; 
 Capacitação profissional; 
 Conscientização de trabalhadores 
e usuários; 
 Aumento da produtividade do 
funcionário e no ímpeto de 
compra de consumidores (em 
comércios); 
 Melhora na recuperação de 
pacientes (em Hospitais) e no 
desempenho de alunos (em 
Escolas); 
 Incentivo aos fornecedores com 
mais responsabilidade 
socioambiental; 
 Aumento da satisfação e bem 
estar dos usuários; 
 Estímulo a políticas públicas de 
fomento à Construção 
Sustentável. 
 Ambientais 
 Uso racional e redução da 
extração dos recursos naturais; 
 Redução do consumo de água e 
energia; 
 Implantação consciente e 
ordenada; Mitigação dos efeitos das 
mudanças climáticas; 
 Uso de materiais e tecnologias de 
baixo impacto ambiental; 
 Redução, tratamento e reuso dos 
resíduos da construção e 
operação. 
O método LEED requer que o desempenho 
ambiental da edificação seja avaliado de forma 
integral, ao longo de todo o seu ciclo de vida, 
visando considerar os princípios fundamentais do 
que caracterizaria um Green Building. Desta 
forma, avaliam-se sete dimensões de acordo a 
GBC Brasil (2013 apud Amaral, 2013, p.29): 
 Espaço Sustentável: demonstra a 
importância da escolha do local do 
empreendimento e da gestão durante a 
construção, incentivando estratégias que 
reduzam o impacto no ecossistema na 
fase de implantação da edificação e 
compreende questões fundamentais de 
grandes centros urbanos, como redução 
do uso do carro e das ilhas de calor; 
 Eficiência do uso da água: estimula 
inovações para o uso racional da água, 
focando na redução do consumo de água 
potável e busca de alternativas de 
tratamento e reuso dos recursos. 
 Energia e Atmosfera: busca da 
eficiência energética nos edifícios através 
de estratégias simples e inovadoras, 
como, por exemplo, simulações 
energéticas, medições, comissionamento 
de sistemas, design e construção 
eficientes, utilização de fontes renováveis 
e limpas de energia gerada no local ou 
fora dele, e utilização de equipamentos e 
sistemas eficientes; 
 Materiais e Recursos: estimula a 
utilização de materiais de baixo impacto 
ambiental (reciclados, regionais, 
recicláveis) e reduzir a geração de 
resíduos, além de promover o descarte 
consciente, afastando o volume de 
resíduos gerados dos aterros sanitários; 
 Qualidade ambiental interna: promove a 
qualidade ambiental interna do ar, 
fundamental para ambientes com alta 
permanência de pessoas, focando na 
escolha de materiais com baixa emissão 
de compostos orgânicos voláteis, 
controlabilidade de sistemas, conforto 
térmico, priorização de espaços com vista 
externa e luz natural, e melhoria da 
acústica; 
 Inovação em Design ou Inovação em 
Operação: estimula o conhecimento 
sobre Green Buildings, assim como a 
inovação em características de projetos 
não descritas nas categorias do LEED. 
Esta categoria também premia projetos 
que incluam um LEED Accredited 
Professional (AP) na equipe, garantindo 
uma visão holística, integrada ao projeto 
e à fase de construção do 
empreendimento. 
 Créditos de Prioridade Regional: 
promove os créditos definidos como 
prioridade regional para cada país, de 
acordo com as diferenças ambientais, 
sociais e econômicas existentes em cada 
local. 
De acordo com Amaral (2013), a estrutura da 
lista de avaliação da edificação funciona como 
uma ferramenta para tomada de decisões, 
permitindo selecionar apenas os requisitos para 
os quais se deseja obter a certificação. Embora 
não possua um critério explícito de ponderação 
entre as dimensões, a quantidade variável de 
itens dentro das mesmas acaba por definir seu 
peso. O nível da certificação é definido conforme 
a quantidade de pontos adquiridos, que pode 
variar de 40 a 110, classificando a edificação em: 
certificada (40 a 49 pontos), prata (50 a 59), ouro 
(60 a 79) ou platina (80 ou mais pontos). Por fim, 
após o prazo de cinco anos, referente à validade 
da certificação, uma nova solicitação de avaliação 
deve ser encaminhada ao USGBC, que dessa 
vez focará na operação e manutenção da 
edificação. 
Como vantagens financeiras para seus 
clientes, GBC Brasil (2017) afirma que com a 
certificação é possível chegar a 30% de redução 
do valor do condomínio, como resultado da 
redução do consumo de energia, água e do custo 
operacional de um edifício, como, por exemplo, 
manutenção e reformas; além de uma valorização 
de até 20% no valor de revenda do 
empreendimento após 20 anos de uso. 
Por fim, é imprescindível mencionar que para 
obter estas vantagens, é necessário um grande 
investimento por parte do empreendedor. Verifica-
se que existem vários tipos de certificações LEED 
específicas em acordo ao tipo de 
empreendimento que está sendo construído, 
nesta linha GBC Brasil (2017) informa que o 
investimento varia conforme a área do 
empreendimento e seu tipo, podendo variar 
desde US$ 4.200 para projetos pequenos até 
US$ 32.950 para um grande projeto que busque o 
LEED CS. Caso seja necessária a contratação de 
consultoria da USGBC, também se deve somar 
ao montante mais uma fatia equivalente a 
aproximadamente 0,5 a 1% do custo da obra. 
5. LEED: REALIDADE BRASIL X 
PEDRA BRANCA 
Primeiramente, por intermédio de uma 
pesquisa documental nos dados estatísticos 
disponibilizados pela GBC Brasil em seu website, 
buscou-se identificar qual o panorama da 
Certificação LEED no âmbito nacional, onde se 
verificou um crescimento constante entre os anos 
de 2006 até 2012, quando atingiu seu ápice com 
209 (duzentos e nove) registros em um único ano, 
e após iniciou-se uma queda significativa nas 
requisições desta certificação, conforme é 
possível verificar na figura a seguir. 
Figura 2: Registros e Certificações LEED no Brasil 
 
Fonte: GBC Brasil (2017) 
 
Os dados disponibilizados pela GBC ainda 
permitem identificar quais seriam os tipos 
empreendimentos que estão em busca da 
certificação LEED no país, onde se encontrou a 
realidade demonstrada na ilustração gráfica a 
seguir. 
Figura 3: Tipologias de Certificação LEED no Brasil 
 
Fonte: Adaptado de GBC Brasil (2017) 
 
Nota-se que a participação de edificações 
residenciais é praticamente irrisória, sendo 
apenas 8 (oito) unidades em 1228 (um mil, 
duzentos e vinte e oito), ou seja, não representam 
sequer 1% do total. Em contrapartida, os edifícios 
comerciais são responsável pela fatia de 41% do 
mercado e os demais 58%, por sua vez, também 
são estabelecimentos de cunho comercial, 
industrial ou públicos, ou seja, os quais possuem 
custos operacionais altos. 
Saindo da abrangência nacional, aborda-se o 
cenário de uma cidade-bairro localizado na 
grande Florianópolis, a Cidade Universitária 
Pedra Branca, que em 2014 roubou a cena com a 
notícia que acabara de inaugurar o primeiro 
edifício pré-certificado LEED no Estado de Santa 
Catarina, o Office Green. 
Godini (2014) afirma no projeto da cidade-
bairro desenvolvida pela Incorporadora Pedra 
Branca foi estabelecido que os empreendimentos 
comerciais tivessem certificação LEED e baseado 
nessa ideia que o Office Green foi projetado, 
possuindo enfoque principalmente na eficiência 
energética. Desta maneira, para que o prédio 
alcançasse a eficiência energética esperada, 
todas as variáveis ambientais foram levadas em 
consideração, tendo em vista que: 
 A madeira utilizada era certificada FSC 
(Forest Stewardship Counci); 
 As tintas, adesivos, vernizes e selantes 
eram produtos com baixa emissão de 
compostos orgânicos voláteis; 
 5% das vagas de estacionamento foram 
destinadas para uso exclusivo de 
veículos de baixa emissão, classificados 
como “A” ou “B” pelo Programa Brasileiro 
de Etiquetagem do INMETRO (PBE) e/ou 
4 estrelas no Programa Verde do IBAMA. 
 Área verde (330 m²) possui espécies 
vegetais nativas ou adaptadas de baixo 
consumo de água e um sistema de 
irrigação que utiliza a água da chuva; 
 Equipamentos hidrossanitários são 
eficientes para redução de pelo menos 
20% do consumo de água, torneiras com 
acionamento automático e restritor de 
vazão, vaso sanitário com caixa acoplada 
- válvula de descarga com acionamento 
duplofluxo - e chuveiros com 
economizadores de água e energia; 
 Fachada foi construída utilizando o vidro 
refletivo com controle solar Sunguard 
Neutral 14, da Guardian; 
 Pintura da cobertura com uma tinta com 
Índice de Refletância Solar SRI acima de 
78; 
 Os elevadores instalados possuem 
frenagem regenerativa; 
 O sistema de climatização possui um alto 
coeficiente de performance, garantindo a 
refrigeração do ar com menor consumo 
de energia; 
 Priorizou a utilização de materiais 
regionais e com conteúdo reciclado; 
 Realizou o gerenciamento dos resíduos, 
chegando ao coeficiente de 95% de 
resíduos desviados de aterro; 
 O processo construtivo adotou laje 
nervurada e utilizou escoras metálicas, 
eliminando madeiras nesta etapa, 
gerando menor quantidade de resíduos. 
Em pesquisa documental nas informações 
disponibilizadas pela GBC, verificou-se que o 
registro do empreendimento para a certificação 
LEED foi feito em 17/05/2011, momento em que a 
procura pela Certificação estava crescendo 
exponencialmente a nível nacional, e, sua 
certificação definitiva somente foi emitida em 
08/07/2015 com graduação GOLD. 
Por intermédio de entrevistas com os 
corretores da Imobiliária Lopes, principal parceira 
da Pedra Branca na comercialização de seus 
imóveis, obteve-se a informação que 95% do 
Office Green foi vendido, considerado um 
sucesso por todos os entrevistados. Em 
contrapartida, o segundo empreendimento 
comercial com certificação LEED da 
Incorporadora em questão, o Atrium Offices, 
lançado em 2016, obteve apenas 50% das 
unidades vendidas até o presente momento. 
Nota-se, realizando uma comparação dos 
cenários nacional e da cidade-bairro, uma grande 
a analogia por dois fatores principais: tipologia 
das edificações e a recente queda da procura 
pela certificação. 
As construções de caráter comercial ou 
industrial são predominantes nos dois 
panoramas, muito provavelmente pelo motivo dos 
custos de operação serem significantemente 
maiores, atraindo as organizações que serão 
instaladas nestas empreendimentos, pois afetam 
diretamente os resultados financeiros destas 
instituições. Enquanto, por outro lado, os altos 
custos para adquirir uma unidade habitacional 
com certificação LEED afastam o interesse da 
população por estes tipos de empreendimento, 
pois o alto investimento inicial no momento da 
aquisição ainda está longe de ser revertido em 
ganhos financeiros frente ao melhor desempenho 
energético dos empreendimentos. 
A simultânea queda da procura para o registro 
para certificação LEED de empreendimentos no 
cenário nacional e a procura pelas salas 
comerciais do Atrium offices na Cidade 
Universitária Pedra Branca coincidem com o 
momento econômico do país, onde o país desde 
2014 está enfrentando um longo período de 
recessão, com grande encolhimento de sua 
economia, que afeta diretamente a construção 
civil. Assim como, é possível associar o bom 
momento da economia de 2008 a 2012, mesmo 
com a crise imobiliária dos EUA, que fez com que 
crescesse muito a busca por certificações, tendo 
em vista que boom imobiliário do Brasil estava em 
seu ápice nos anos de 2010 a 2012, momento o 
qual que também foi realizado o registro do Office 
Green junto ao GBC Brasil para obter sua 
certificação. 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Atualmente, em se tratando de Brasil, apesar 
da grande pressão por parte da sociedade por 
políticas para conservação do meio ambiente, 
pode-se afirmar que esta ainda não está disposta 
a sacrificar os âmbitos social e econômico para 
atingir melhorias na esfera ambiental. 
Possivelmente, este fator se dá pelo fato de que o 
país ainda estar muito distante de atingir níveis 
sociais satisfatórios, de modo que ainda permita 
utilizar seus recursos naturais, ainda abundantes, 
para buscar atingir o equilíbrio de seus 
indicadores sociais. 
Todos os requerimentos somados para 
certificação LEED representam uma quantidade 
irrisória a nível Brasil. Não obstante a pequena 
quantidade de edifícios registrados em busca de 
certificações sustentáveis diz que o brasileiro 
ainda não quer pagar o valor da sustentabilidade, 
nota-se pela baixa procura de organizações em 
busca de certificação para edifícios residenciais, 
apenas 8 (oito), dentre mais de 1200 (mil e 
duzentos) registros na GBC Brasil em mais de 
uma década. 
Entretanto, é imprescindível destacar que o 
início da preocupação pela busca de construções 
sustentáveis já iniciou em organizações que se 
preocupam com os custos operacionais de suas 
edificações, de modo que procuram melhorar 
seus rendimentos mensais por intermédio dos 
ganhos de um projeto que aborde, 
principalmente, a eficiência energética e a 
estrutura de seu entorno. Por esta razão, a 
certificação LEED está sendo um diferencial 
muito bem aceito em edifícios de cunho comercial 
e industrial, ou seja, em edifícios que ganhos 
operacionais representam uma grande redução 
de despesas para manter sua estrutura, de modo 
que o investimento inicial se torna ganho 
financeiro no curto prazo. 
Por fim, permite-se dizer que este panorama 
deve mudar no curto a médio prazo, uma vez 
retomado o crescimento da economia e atingindo 
um mínimo aceitável na melhoria de seus 
indicadores sociais, o país deve apertar os freios 
para o consumo de seus recursos naturais e 
aderir a uma forte política para conscientização 
da sociedade como um todo para esta 
problemática, de modo que sempre possa dispor 
de seus recursos naturais para ter um 
crescimento sustentável, não sacrificando 
nenhumas de suas esferas: ambiental, social e 
econômica. 
7. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS 
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dificuldades (ainda) enfrentadas durante o 
processo de certificação LEED no Brasil. FGV, 
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