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PTE II Sistemas de Governo

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PTE II – Sistemas de Governo
1.1 Noção de Parlamentarismo 
• A responsabilidade do gabinete
• A dissolução do parlamento: a decisão de dissolução é do Primeiro Ministro (quem decreta é o monarca ou presidente, mas isso é meramente uma formalidade, pois a decisão é do Primeiro Ministro já que é ele quem tem o gabinete ameaçado pela maioria parlamentar)
• O mandato dos gabinetes é indeterminado (pode durar anos se um partido se consolida reelegendo sua maioria parlamentar, ou apenas semanas)
• Gabinete: órgão de direção do governo 
↪ Quando o primeiro ministro cai, cai todo o seu gabinete
• Nem todos os ministros compõem o gabinete, apenas os mais importantes 
1.2 Noção de Presidencialismo
• A mesma pessoa (o presidente) ocupa Chefia de Estado, Chefia de Governo e Chefia da Administração 
• Rígida separação entre o executivo e o legislativo 
• Definição de Assis Brasil: a separação de legislativo e executivo é tão rígida quanto a separação entre legislativo e judiciário 
• O presidencialismo foi feito para que o governo não funcione/para diminuir seu tamanho e sua importância, para que existam choques entre o executivo e o legislativo (considerando que o presidente não tem a maioria a seu favor no parlamento/câmara) > o natural e planejado é esse choque entre poderes, resultado da rígida separação 
Exemplo de conflito: assembleia rejeitar medidas que o presidente queira aprovar 
 • O presidencialismo é o sistema de governo daqueles que desconfiam do governo/não querem governo
O Parlamentarismo é o resultado de uma longa e acidentada evolução dos fatos na Inglaterra; diferentemente, o Presidencialismo tem data de nascimento certa: 1787 (foi planejado e concebido para realizar choques)
• O presidencialismo tem tendência a não funcionar e, com isso, surge uma consequência: a corrupção (é natural que os políticos comprem e vendam apoio) 
• No Parlamentarismo, se observa que os parlamentares se sentem responsáveis pelas medidas tomadas pelo governo (já que eles elegem o governo/gabinete) - o que não acontece no presidencialismo, onde os parlamentares fazem parte do legislativo e as responsabilidades recaem no executivo 
• Diferença entre Democratas e Republicanos: 
 - Imaginar que os Democratas sejam de esquerda é um equívoco 
 - É difícil distinguir Democratas e Republicanos programaticamente – questões comportamentais, de gênero, família e etc. podem distinguir, mas não há uma distinção ideológica forte
 - Nas campanhas norte americanas geralmente se discute quem seria o melhor “gerente” da nação, e isso não tira necessariamente os dois partidos do espectro da Direita
 - Leslie Lipson: o bipartidarismo nos EUA só existe nos episódios das eleições presidenciais, pois no congresso norte americano não há bipartidarismo - lá se vota como bem entende, segundo o tema e alianças pontuais (interesses particulares, principalmente regionalistas), sem se guiar por partido (republicanos podem votar como Democratas e vice-versa)
1.3 Questões relevantes do Parlamentarismo 
1.3.1 e 1.3.2 – A responsabilidade do gabinete e A dissolução do parlamento
 INGLATERRA
O gabinete é responsável perante a câmara baixa (ou seja, se manterá no poder enquanto tiver o apoio/a confiança dela) 
O que pode ser objeto de dissolução: a câmara baixa 
Resumindo: a câmara baixa (parte do parlamento) pode derrubar o gabinete, mas o primeiro ministro (chefe do gabinete) também pode dissolvê-la
ESPANHA
O gabinete é responsável perante a câmara baixa, porém tanto a câmara baixa quanto a câmara alta podem ser dissolvidas
ITÁLIA
O gabinete é responsável perante a câmara baixa e perante a câmara alta
O que pode ser dissolvido: ambas também (câmara alta e/ou baixa)
ALEMANHA 
O gabinete é responsável perante a câmara baixa 
O que pode ser dissolvido: a câmara baixa 
Quem pode dissolver parlamento é o 1° Ministro: se ele só pode dissolver a câmara baixa, perde mais poder; se pode optar pela câmara de sua preferência, isso não ocorre (???) – pesquisar mais
1.3.3 - O shadow cabinet 
• Além do gabinete efetivo que a maioria escolhe, a oposição faz um “gabinete sombra”, que tem toda a formação de um gabinete normal e fica a se preparar para caso precise assumir. O gabinete sombra tem como objetivo preparar a oposição, delineando um projeto de governo.
• É institucionalizado – tanto que o Primeiro Ministro sombra recebe metade do salário do Primeiro Ministro oficial. 
1.3.4
É possível ser membro do governo (do gabinete) e parlamentar, no Parlamentarismo? É possível, por exemplo, ser deputado e primeiro ministro ao mesmo tempo?
Na maior parte dos casos, sim, é possível. Isto ocorre na Inglaterra, na Espanha e na Alemanha.
Há uma exceção: a França, onde tal prática é expressamente proibida.
Qual sistema acentua mais a separação de poderes? O da compatibilidade (permite) e incompatibilidade (não permite).
O da incompatibilidade, pois não se mistura membros do governo com do parlamento.
1.4 - 
A constituição britânica: Costumes e leis esparsas – não estão sintetizadas em código 
1.4.1 O parlamento inglês 
Os ingleses entendem seu parlamento como sendo formado por:
 1 - A câmara dos lordes 
2 – a câmara dos comuns
3 – o monarca 
1.4.2
• Quebra da ideia de que o monarca é uma figura decorativa a partir da obra de Ivor Jennings, pois ele tem poderes intangíveis (influência sobre primeiro ministro)
- Nem tudo em política significa obediência ou ordens (as relações políticas não se esgotam nisso), há também o aspecto da colaboração – e, neste sentido, o monarca inglês tem vários papéis colaborativos
- Muitas vezes o poder do monarca deve ser tido como um poder intangível (não temos como visualizá-lo, seu exercício não nos é visível)
• A influência do monarca inglês se dá em situações não públicas, mas há exceções em que ele se torna perceptível:
- Escolha do Primeiro Ministro: designa o líder do partido que ganha as eleições por maioria (regra geral); porém, em um caso específico, isso não acontece - quando se trata do partido conservador (Tory), que geralmente não tem líder claro (assim, o monarca escolhe o primeiro ministro dentre eles e este vira líder do partido)
 O partido conservador é partido de quadros, mais elitista e com pouca militância 
- Geralmente, a Inglaterra é bipartidarista e, enquanto um partido está no governo, o outro é oposição. Porém, em raras ocasiões, há 3 partidos (3 tendências políticas) e o monarca deve escolher o Primeiro Ministro diretamente, já que geralmente não há maioria parlamentar 
 - O poder que o rei tem de formalizar as escolhas de juízes, militares e etc (quem escolhe é o primeiro ministro, mas o rei o aconselha nas nomeações)
 - O primeiro ministro escolhe fazer dissolução e o rei é quem formaliza – o rei NÃO pode negar a dissolução (em 1707 houve a última negativa de dissolução por vontade do monarca)
1.5 O semipresidencialismo
• Sistema de governo da França 
• Conjuntura: França termina a segunda guerra mundial vitoriosa, porém em início de decadência (principalmente por perdas territoriais). Assim, os franceses inauguram, no ano de 1946, a chamada IV República Francesa - que dura até 1958 e é caracterizada por uma constituição de Parlamentarismo Republicano Clássico.
O presidente da república eleito de forma indireta pelo parlamento francês é fraco, e forte mesmo é o primeiro ministro 
• 1946 – IV República Francesa: parlamentarista e republicana, com presidente eleito de forma indireta
• Crise da guerra da Argélia: divide Argélia e França 
Charles de Gaulle assume o poder e é criada a atual constituição Francesa, outorgada em 1958, que dá início à V República
Constituição Czarista/Bonapartista: constituição outorgada, mas submetida ao referendo popular como forma de conseguir legitimidade
De Gaulle considerava o executivo francês fraco, tinha certa desconfiança no parlamento e isso transparece na constituição 
 - Decreto autônomo: detém força de lei e é ditado pelo executivo, o que enfraquece oparlamento
• 1958 - V República Francesa: Semipresidencialismo 
1.5.2 – 3 características do semipresidencialismo 
1 - Eleição direta do presidente da república 
Quem quer que seja eleito diretamente tem mais capacidade de intervenção e mais poder, e também é mais cobrado. Torna-se um pólo de poder político ao lado do parlamento.
2 - Conserva-se o gabinete como órgão de governo e poder autônomo 
Ainda há gabinete e um primeiro ministro como chefe de governo, porém o primeiro ministro não é mais o grande protagonista (é mais fraco)
3 - Dupla Confiança/Dupla Responsabilidade: o governo (primeiro ministro) é responsável perante a maioria parlamentar e perante o presidente da república 
 O primeiro ministro é “servo” da maioria parlamentar e do presidente – se apoia em ambos, e se deixar de ter o apoio de um, cai (metáfora das pedras).
Parlamentarismo orleanista (1830): o primeiro ministro dependia do Rei e do legislativo.
 O presidente pode demitir o primeiro ministro contra a vontade da maioria parlamentar – se cai o primeiro ministro, cai o gabinete (responsabilidade coletiva).
Para a escolha do primeiro ministro, é necessário um acordo entre presidente e maioria parlamentar.
• O semipresidencialismo é um Parlamentarismo com acréscimos: ainda é Parlamentarismo.
 • O semipresidencialismo francês não é algo totalmente novo, houve algo parecido com Weimar, na Alemanha.
• O semipresidencialismo teve influência para a Áustria, Portugal, Islândia e repúblicas do leste europeu.
Phillipe Ardent diz que a França vive em uma monarquia eletiva, pois a partir de De Gaulle os presidentes se tornam mais fortes e se assemelham aos antigos monarcas
Presidentes da República:
1 – De Gaulle 
2 – G. Pompidou
3 – Giscard 
Os 3 tiveram o primeiro ministro e maioria “alinhados”, ao seu lado, lhe apoiando – ou seja, detinham grande poder.
4 – François Mitterand (do partido socialista): tinha apoio do partido comunista e da URSS – foi presidente por 14 anos, e já em seu primeiro mandato (7 anos) teve que lidar com maioria parlamentar e primeiro ministro Chirac adversos (eram de direita, enquanto ele de esquerda) – 1ª coabitação 
2ª coabitação: François Mitterand x Balladur
Final do segundo mandato: Mitterand não obteve sucesso econômico, estava doente 
5 – Chirac (direita)
2ª coabitação: o primeiro ministro era socialista, L. Jospin
1.5.3
O nome semipresidencialismo foi inventado por Maurice Duverger
Denominação enganosa: apesar do nome, continua a ser Parlamentarismo, pq mantém as principais características dele:
• distinção entre chefe de estado e chefe de governo
• responsabilidade do governo perante o parlamento 
• ainda há moção de desconfiança 
Jurisdição administrativa não se exerce pelo judiciário e sim por um ramo do executivo 
1.5.4 – dissolução do parlamento (acompanha sempre novas eleições)
Parlamentarismo puro (seja republicano ou monarca):
Quem formaliza a dissolução? Monarca ou chefe de Estado
Decisão da dissolução cabe ao: Primeiro Ministro (arma do primeiro ministro contra a maioria parlamentar)
Pressuposto da dissolução: crise governamental – parlamento
Semipresidencialismo 
Quem formaliza a dissolução? Também o chefe de Estado
Decisão da dissolução cabe ao: Chefe de Estado (arma do chefe de Estado contra a maioria parlamentar/o parlamento)
Pressuposto: nenhum 
Dois casos de dissolução clássica:
1ª – General De Gaulle (presidente de direita) e primeiro ministro G. Pompidou – houve divisão entre a direita e a maioria parlamentar derrubou o primeiro ministro Pompidou por moção de desconfiança. De Gaulle não gostou e dissolveu o parlamento, conseguiu eleger um novo com uma maioria mais fiel e trouxe Pompidou de volta.
2ª – movimento estudantil maio de 1968
Estudantes queriam votar
De Gaulle dissolve o parlamento apesar de não ter crise governamental, de não estar brigado com o 1M e nem com a maioria parlamentar
Por que?
Porque sentiu medo desses movimentos e queria saber se o povo ainda o apoiava - eleição indiretamente “plebiscitária ”: ele não queria realmente um novo parlamento, e sim saber se o povo ainda o queria/aceitava no poder 
Funcionou, pois de Gaulle ganhou estas eleições parlamentares com larga margem de votos 
PARTIDOS POLÍTICOS E SISTEMAS PARTIDÁRIOS 
II. Diferenciação em relação às outras forças políticas 
O que diferencia um partido político de uma classe/casta social? 
Em uma classe/casta nós nascemos, pertencer a isso é involuntário. Pelo contrário, integrar um partido político é algo voluntário.
Partido x Escola de pensamento (religiosa, filosófica ou artística)
Escolas de pensamento não têm como projeto a conquista do poder (em tese), já partidos políticos existem para buscar cargos/conquistar poder
Partido x Facção 
A facção também deseja chegar ao poder, seja legal ou ilegalmente; mas o partido se diferencia desta pois tem programa de valores e crenças e é reconhecido pelo ordenamento jurídico. 
III. Funções dos partidos políticos 
• Formulação de políticas: os partidos formulam programas e ações de governo – um partido político é um canal que expressa e organiza os anseios da opinião pública. Numa sociedade plural e complexa como a contemporânea, a opinião pública é heterogênea e desorganizada, e para haver governo é preciso organizá-la.
• Designação de candidatos para cargos eletivos – se qualquer um pudesse se candidatar, seria instaurado caos; a “filtragem” partidária é importante para evitar colapso.
• Função educativa: partidos políticos servem para educar o eleitorado/povo.
• Crítica ao governo (oposição): no Brasil, não há estatuto constitucional das oposições/determinações sobre o direito de oposição.
Constituição portuguesa, art. 114, inciso 2: reconhece-se às minorias o direito de oposição democrática.
Condições para partido ser reconhecido como oposição em Portugal:
- ter cadeira no parlamento 
- não se pode fazer parte do governo
Conteúdos do direito de oposição:
1 – A oposição tem o direito a ser informada (ter acesso) sobre qualquer assunto de governo;
2 – Direito de se manifestar sobre qualquer ato (proposta, plano, orçamento) de governo;
3 – Direito de se manifestar sobre qualquer assunto de interesse público;
4 – “Direito de antena” = direito a um tempo equivalente ao do governo na mídia (pronunciamentos oficiais, entrevistas, etc.). Difícil de garantir/fiscalizar;
5 – Direito de réplica ou resposta: sempre que a oposição for mencionada pelo governo, terá o direito de replicar/responder. 
IV. Tipologia dos partidos políticos (leitura recomendada: elementos de teoria geral do Estado – Dalmo Dallari)
4.1 – Quanto à organização interna, os partidos podem ser de QUADROS ou de MASSA.
• Partidos de quadros: 
- Priorizam a qualidade de seus membros em detrimento da quantidade (pouca militância); priorizam capacidade econômica, intelectual e/ou moral. Há certo elitismo, pois são partidos de pessoas notáveis;
- Estão associados ao liberalismo do séc. XIX (liberalismo clássico);
- Têm fortes lideranças regionais e fracas lideranças nacionais (ex: partido conservador inglês – Tory e partido republicano americano);
- Apesar de raro, partidos de esquerda também podem ser partidos de quadros;
- Estratégia dos partidos de quadros pra criar vínculo com o eleitorado: eleições primárias 
- Como os partidos de quadros sobreviveram a um mundo onde o sufrágio (direito a voto) foi se tornando cada vez mais universal, deixando de englobar apenas homens de elite? Por meio das eleições primárias (pré escrutínio promovido pelos partidos para designar quem serão seus candidatos).
Nos EUA há 3 tipos de eleições primárias:
1 – Abertas: qualquer eleitor pode se apresentar e votar nas primárias de qualquer partido (não precisa ser associado e nem se inscrever – Alabama, Michigan)
2 – Semi-abertas: é necessária inscrição prévia por parte do eleitor 
3 – Fechadas: para participar é preciso ser filiado ao partido político (Washington, Colorado, Pensilvânia)
As eleições primárias nosEUA também são indiretas (você vota em delegados) e às vezes são substituídas por Caucus(es)
Caucus: uma espécie de conselho local realizado para “debater” e decidir quem é o melhor candidato 
Podem haver variações de Estado pra Estado (Winner takes all, haver caucuses ou não)
Primárias na Argentina (lei 26571 de 2009) – PASO (primária aberta, simultânea e obrigatória)
- Todos os eleitores devem votar (nos EUA é voto facultativo tanto nas primárias quanto nas oficiais)
- Simultâneas: primárias de todos os partidos ao mesmo tempo
- Abertas: qualquer eleitor vota
• Partidos de massa:
- Surgem juntamente com o sufrágio universal e priorizam a QUANTIDADE de membros, grande quantidade de filiados e uma massa de militância
- Por que um partido iria querer massas? A estratégia de ter muitos militantes têm relação com a sustentabilidade econômica do partido – os primeiros partidos de massa eram de esquerda e não eram financiados por bancos e grandes empresas, então tinham que ser sustentados pelos afiliados
- Procuram promover a educação política das massas
- Partidos de massa do tipo socialista se organizam por município, por bairro
- Os partidos comunistas enquanto partidos de massa se organizam por fábrica, por ramo de atividade 
- Há partidos de Direita que são de massa, como os partidos fascistas – os partidos fascistas têm organização hierárquica rígida/militar 
- Democracia cristã: no séc. XX surgem partidos de massa de caráter religioso, com apoio de igrejas e etc (ex: PPI italiano)
Federação não cai na prova, mas os demais conteúdos sim 
5 questões (cada uma 2 pontos) dissertativas curtas com conteúdo diverso 
Princípio dos freios e contratempos é materialmente inelástico – existem, se aplicam mas apenas se previstos na constituição federal
Joaquim Barbosa habeas: a separação de poderes proibe os juízes dr criarem normas fe conduta (primárias) e de alterar a essência das normss criadas pelo legislativo 
Mandado de segurança: oposição conseguiu votos para abrir CPI e o governo Lula que tinha maioria parlamentar a fechou pir meio de decisão do plenário, k assuntos vai ao STF que faz considerações a respeito de minorias (contra majoritário), etc
CPI de quebra de sigilo da juíza federal: apesar de oscilar entre 2 argumentos, supremo decide não conceder a quebra - argumento da intangibilidade 
Quebra de sigilo de particulares
4.2 – Quanto ao âmbito de participação (?)
Partidos de vocação universalista 
Partidos de âmbito nacional (únicos permitidos no Brasil)
Partidos regionais ou municipais (comuns nos EUA e na Espanha)
IV - Sistemas partidários 
• Sistemas de partido único (monopartidário)
O que caracteriza? Apenas um partio possui chance efetiva de chegar so ppder. 
Podem até existir outros partidos, mas a hegemonia é de um só / o sistema não é competitivo.
Há compatibilidade entre partido único e democracia, desde que haja um mínimo caráter democrático no âmbito interno deste partido – Manuel Ferreira Filho 
Por que existe partido único? Qual a necessidade de sua existencia? Por que não a dominação direta por um ditador? Qual sua função? Partidos únicos são mais do que “mascara de democracia”, são canais de mobilização da sociedade/das massas, ainda que de cima pra baixo (partido nazista, partido comunista – pessoas aderiram fortemente a esses regimes duros, desejavam o totalitarismo)
Segundo Bobbio, partidos únicos como o da URSS e outros da Europa Oriental restauram o princípio monocrático das monarquias antigas. Ex: faraó era deus, líder, rei, tudo. Possui o sacerdócio e a ideologia.
O partido único é uma espécie de “novo príncipe”, pois reúne Regnum e Sacerdotium (o poder político e o poder ideológico)
Desaparecem duas linhas distintivas:
1 – Linha distintiva entre ESTADO E SOCIEDADE CIVIL (Estado total)
2 – Entre ESTADO E IGREJA 
Ideia de que a ideologia deve estar presente em todos os aspectos da vida das pessoas – dominar tudo.
Sugestão de filme: Aleluia Gretchen 
Papel do partido único: mobilizar por meio da ideologia
• Sistemas bipartidários 
Apenas dois partidos têm chance real de chegar ao poder – podem haver outros partidos (pequenos, “partidos liliputianos”), mas apenas estes chegam ao poder.
Quando um partido chega ao poder, chega/assume sozinho – obtém maioria parlamentar sozinho, sem necessidade de colisões.
Em geral, por longos períodos históricos, são estes dois partidos que se alternam no poder (não há surgimento de novos fortes em muitos anos)
Quais são as causas do bipartidarismo?
Vantagem óbvia: estabilidade, dispensa de colisões. Isso é obtido por meio das instituições.
Qual o segredo dessa estabilidade? 
3 causas:
1 – Causa para Lawrence Lowell: o Parlamentarismo – se há Parlamentarismo, há tendência ao bipartidarismo, pois para o gabinete se sustentar há necessidade de um grupo parlamentar para apoiá-lo, ao passo de que também é preciso outro grupo formando uma oposição organizada.
 Lipson faz uma crítica à teoria de Lowell, afirmando que o bipartidarismo precede o Parlamentarismo.
2 – Leis de Duverger – Maurice Duverger:
Sistemas eleitorais majoritários (principalmente os de turno único) tendem a produzir bipartidarismo, ao passo que sistemas eleitorais proporcionais tendem a produzir pluripartidarismo.
É errado chamar sist eleitorais majoritários de distrital, pois tb há distritos nos proporcionais.
Definição de sistema eleitoral majoritário (sistema das maiorias): neste sistema, ocupam os cargos os candidatos que tiverem maioria/mais votos. Produz número menor de partidos (bipartidarismo) e maior estabilidade.
Neste sistema, os distritos são criados com finalidade eleitoral por lei. Não correspondem a subunidades da nação. Os distritos tem em torno de 100 mil eleitores – não é município, estado, etc, nenhum tipo de divisão territorial. É um recorte, agrupamento de pessoas.
Neste sistema, as minorias não tem muita voz.
Definição de sistema eleitoral proporcional (sistema espelho): divisão equânime de cargos, segundo o peso de cada agremiação/partido, por meio de coeficiente eleitoral. Produz pluripartidarismo e contempla as minorias. Sistema do Brasil, por exemplo.
Neste sistema, os distritos correspondem a subunidades da nação.
3 – Fatores sociais ingleses (“causa sociológica”) – Leslie Lipson: após a revolução gloriosa, o protestantismo sai vencedor e o catolicismo perde força. Assim, há divisão religiosa da Inglaterra – a partir do triunfo protestante, se formam dois grupos: o Tory (p. dos conservadores, surgido para defender o trono contra o parlamento, a aristocracia e da religião anglicana) e Whig (p. liberal, surgido para defender o parlamento contra o trono, as classes comerciais/burguesia e o puritanismo). Esses dois grupos são a origem do partidarismo. Posteriormente, com o sufrágio universal, o partido Labor (ligado à sindicatos e operários) substitui o Whig neste bipartidarismo. 
“Bipartidarismo” nos EUA: só existe para as eleições presidenciais (Democratas x Republicanos). No congresso, os membros de ambos os partidos fazem alianças fugazes, baseadas em seus interesses, então não há repartição rígida. Democratas podem votar como Republicanos e vice-versa.
Por que nos estados unidos o bipartidarismo só existe para eleições presidenciais, e não no congresso? Pois não há disciplina partidária no congresso americano e as decisões dos parlamentares são guiadas por interesses particulares e fugazes.
• Sistemas pluripartidarios 
O sistema pluripartidario se caracteriza pela existência de 3 ou mais partidos dotados da possibilidade de predomínio (que podem chegar ao poder).
Causas do pluripartidarismo:
• Sistema eleitoral proporcional (Leis de Duverger)
• Gradação de correntes de opinião 
• O fato de grupos sociais terem ênfases ou interesses distintos em dados temas (ex: partido focado em ambientalismo, em economia, etc)
O risco dos sistemas pluripartidários é a pulverização (o excessivo numero de partidos), que gera problemas como instabilidade política e chance de predomínio deum grupo muito pequeno - partidos grandes ganham mas não possuem maioria parlamentar, então fazem coalizões com partidos pequenos. Quando um partido pequeno é a diferença entre ter ou não ter a maioria ele se torna “o fiel da balança” e faz exigências desproporcionais ao próprio peso.
PARTIDOS POLÍTICOS ANTISSISTEMA
• Dica de leitura: Jorge Reinaldo Vanossi – Partidos Antissistema
São partidos inimigos do regime democrático (esbulhadores)
O partido antissistema prioriza a luta contra o regime e não a luta dentro do regime, é uma luta sobre ele
Que solução o Estado Democrático pode dar a isso?
• Negar existência/registro aos partidos antissistema (proibí-los – “aqueles que não aceitam as regras da democracia, não fazem parte da democracia/não podem disputar eleições) – tese alemã 
• Permitir registro a todos os tipos de partido – tese francesa
• Tese/posição intermediária: 
Alega que um partido é Antissistema se:
Nega o sufrágio, opta pelo caminho da violência e converte-se em antipartido (pretende converter-se em partido único)
Um partido pode ter programa antissistema sem perder registro, porém, se cometer ações antissistema, têm seu registro negado 
OFF:
Decisão mais famosa do TSE brasileiro:
Extinção do partido comunista
Causas:
• não ser partido nacional (justificativa de que estava à serviço da união soviética)
• ferir direitos humanos
“A democracia é o regime da tolerância – devendo até tolerar seus inimigos”
P R O V A
Freios e contrapesos – inelasticidade material
Joaquim Barbosa: juízes não podem criar normas de conduta ou alterar essência das normas criadas pelos legisladores 
CPI/mandado de segurança: 
Quebra de sigilo da juíza – CPI dos bingos – juíza impetra mandado de segurança e impede a quebra, pois a atividade típica do juiz (a prestação jurisdicional do juiz) é intangível – princípio da intangibilidade da prestação jurisdicional 
CPI pode pedir quebra de sigilo de particulares desde que fundamente adequadamente, caso contrário o judiciário poderá fazer desconstituição 
CPI pode ser objeto de controle de excessos por parte do judiciário pois isso faz com que os poderes coexistam harmonicamente – o que não pode é um poder tentar tomar o lugar do outro
Princípio da simetria: garante a separação de poderes 
SISTEMAS ELEITORAIS

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