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BAC002 – COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO Professora: Cibele Moreira Monteiro Rosa E-mail: cibelemonteiro@unifei.edu.br Telefone: 3629-1549 O TEXTO DISSERTATIVO- ARGUMENTATIVO � No texto dissertativo-argumentativo, “o autor, além de informar, tece comentários pessoais, faz avaliações fundamentadas, traça expectativas sobre um determinado tema, visa provar ou negar determinado ponto de vista” (SAUTCHUK, 2011, p. 150, grifo nosso). O PARÁGRAFO parágrafo-padrão = introdução (tópico frasal) + desenvolvimento + (às vezes) conclusão Construção do Parágrafo Essa estrutura de parágrafo é a mais utilizada, mas não é obrigatória. Em consequência da Segunda Guerra Mundial, as relações mundiais de poder viram-se drasticamente alteradas. A Alemanha, a Itália e o Japão haviam sofrido uma derrota tão esmagadora que pareceram, durante algum tempo, destinados a desempenhar um papel subalterno nos assuntos mundiais. Oficialmente, a lista de grandes potências incluía a União Soviética, os Estados Unidos, a Grã- Bretanha, a França e a República da China. Eram esses os Cinco Grandes que, ao chegar o fim da guerra, pareciam fadados a dominar o mundo. Entretanto, a China logo se viu engolfada numa revolução comunista, enquanto a Grã- Bretanha e a França se tornavam cada vez mais dependentes dos Estados Unidos. Em resultado disso, durante dez anos, depois de 1945, a comunidade das nações assumiu um caráter bipolar, com os Estados Unidos e a União Soviética competindo pela supremacia e esforçando-se por arrastar os países restantes para sua órbita. Em todos os níveis de sua manifestação, a vida requer certas condições dinâmicas, que atestam a dependência mútua dos seres vivos. Necessidades associadas à alimentação, ao crescimento, à reprodução ou a outros processos biológicos criam, com frequência, relações que fazem do bem-estar, da segurança e da sobrevivência dos indivíduos matérias de interesse coletivo. � O tópico frasal pode ser: - uma declaração (A atual cultura de imagens é muito superficial.); - uma definição (Inteligência artificial é a capacidade de uma máquina de exibir um comportamento similar ao de um ser humano frente a um determinado problema.); - uma divisão do conteúdo (No setor de energia elétrica os dois grandes projetos eram Três Marias e Furnas.); - uma citação de uma opinião alheia (Segundo Guimarães (2012, p. 176), “o pressuposto para a realização de um debate é a existência de um tema polêmico”.); - uma interrogação a que o próprio autor responde (O que o Brasil tem feito para solucionar esse problema?); - uma alusão a acontecimentos, a fatos históricos, a localizações geográficas, a dados estatísticos (O índice de desperdício na construção civil é da ordem de 30%.). � Observações referentes ao uso de definições como tópicos frasais: 1) Não devem ser usadas em definições as expressões “é quando” ou “é onde”. Exemplos: Dirigir irresponsavelmente é quando não damos valor à vida dos outros. Alimentar-se fora de casa é onde mais se compromete a saúde. 2) Não deve ser usada para a definição a mesma palavra que está sendo definida (ou outra que seja semelhante, apesar de pertencer a uma classe gramatical diferente). Exemplos: A narração é uma tipologia textual em que se narram acontecimentos. Descrever é apresentar a descrição de um local, de uma pessoa ou de um objeto. � Formas de desenvolvimento do parágrafo: - por enumeração; - por comparação; - por causa e consequência; - por tempo e espaço; - por explicitação; - por exemplificação. � Unidade: manutenção de apenas uma ideia principal, em torno da qual giram as ideias secundárias. � Coerência: relação entre a ideia central e as ideias secundárias. � Concisão: apresentação das ideias sem estender excessivamente o parágrafo. � Clareza: escolha cuidadosa das palavras e da construção sintática. Características do Parágrafo 1) Utilizar o título como parte do parágrafo. 2) Começar seções ou subseções com conectivos que “pedem” algo antes. O que NÃO deve ser feito 2 O PARÁGRAFO DISSERTATIVO Pode ser desenvolvido de várias formas. 3 CONCLUSÃO Contudo, pode-se afirmar que o parágrafo- padrão é o mais utilizado. 3) Apresentar parágrafos com apenas uma frase. 4) Construir frases muito extensas. A indústria do plástico alegará em uma campanha publicitária que suas sacolinhas não são danosas ao ambiente. A justificativa é que quase 100% delas são reutilizadas, em geral para embalar lixo. A indústria do plástico alegará em uma campanha publicitária que suas sacolinhas não são danosas ao ambiente, apresentando como justificativa o fato de que quase 100% delas são reutilizadas, em geral para embalar lixo, o que faz com que elas não se tornem um poluente a mais para o meio ambiente. � Os parágrafos devem estar articulados por meio de mecanismos de coesão. A relação entre eles deve garantir a unidade do texto. Observação A ARGUMENTAÇÃO � Argumentar significa defender uma tese (um ponto de vista). � A argumentação visa persuadir o leitor da validade de uma tese. � Exemplos de teses e argumentos: � Tese 1: O aborto deve ser legalizado. � Argumentos que sustentam a tese 1: � A proibição coloca a vida da mulher em risco: todo ano, 250 mil brasileiras são internadas por complicações de aborto ilegal. � Para a medicina, um indivíduo com morte cerebral está morto. Até a quarta semana de gestação o embrião não tem cérebro; logo, não pode ser considerado uma pessoa viva. � O Estado não pode dizer à mulher o que ela faz ou não com o próprio corpo. � Liberar o aborto evita crianças indesejadas – e pode reduzir o crime. Nos estados norte-americanos que o liberaram, os homicídios caíram 40%. � Tese 2: O aborto deve permanecer proibido. � Argumentos que sustentam a tese 2: � Há várias maneiras de evitar uma gravidez indesejada. O aborto já é permitido nos casos em que é realmente necessário (estupro e risco de morte da gestante). � O feto pode até não ser considerado uma pessoa viva, mas é alguma forma de vida, pois esta surge quando o óvulo é fecundado. Ninguém tem o direito de tirar uma vida. � O feto sente dor. Não se sabe ao certo quando adquire essa capacidade, mas ela existe. � A liberação incentiva o sexo sem proteção e a proliferação de doenças. Os casos de gonorreia nos estados norte- americanos que liberaram o aborto subiram 25%. Fonte: Guimarães (2012, p. 147). � Argumentos pragmáticos ou evidências: consistem em dados (fatos, números, estatísticas) coletados pelo próprio argumentador ou por uma fonte respeitável. � Argumentos de consenso: fundamentam-se em verdades supostamente universais, indiscutíveis. � Argumentos por comparação (analogia): fundamentam-se no seguinte raciocínio: As situações x e y são similares. Logo, se a conclusão z vale para x, valerá para y também. Principais Tipos de Argumentos � Argumentos por exemplificação: consistem na apresentação de casos específicos relacionados a uma ideia mais geral. � Argumentos de autoridade: consistem na citação de pessoas consideradas autoridades no tema. � Emprego de noções totalizadoras, generalizantes. Exemplos: Todos os políticos são iguais: só querem o poder para encher os próprios bolsos. Os países latino-americanos são diferentes em tudo: nos hábitos, nos costumes, nos valores, etc. Principais Defeitos de Argumentação � Atribuição de significação subjetiva a termos que possuem significados precisos na linguagem científica. Exemplo: Professores e alunos pertencem a classes sociais distintas: os primeiros, à burguesia; os últimos, ao proletariado. � Apresentação de informações ou dados que não podem ser comprovados. Exemplo: No Brasil, a maioria da populaçãoativa ganha acima de dez salários mínimos. � Apresentação de afirmações subjetivas. Exemplo: A engenharia é a mais bela das profissões. GOLDSTEIN, Norma; LOUZADA, Maria Silvia; IVAMOTO, Regina. O texto sem mistério: leitura e escrita na universidade. São Paulo: Ática, 2009. GUIMARÃES, Thelma de Carvalho. Comunicação e linguagem. São Paulo: Pearson, 2012. MOYSÉS, Carlos Alberto. Língua portuguesa: atividades de leitura e produção de texto. 3. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. NADÓLSKIS, Hêndricas. Comunicação redacional atualizada. 13. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2011. SAUTCHUK, Inez. Perca o medo de escrever: da frase ao texto. São Paulo: Saraiva, 2011. Bibliografia
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