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Rosângela Frade Função gastrointestinal e pancreática Digestão • Digestão: Transforma moléculas grandes e complexas (macromoléculas) dos alimentos em moléculas pequenas e simples (micromoléculas) através de ações mecânicas e enzimáticas. Macromoléculas • Proteínas, polissacarídeos, ácidos nucléicos e triglicerídeos. Micromoléculas • Aminoácidos, monossacarídeos, nucleotídeos e ácidos graxos. Má absorção • Interrupção em uma das etapas da absorção de carboidratos, proteínas, gorduras e outras substâncias que dependem principalmente da presença de lipídeos para serem absorvidas. • Defeito intrínseco da mucosa do intestino delgado. • Alteração da flora bacteriana. Causas em crianças Doença celíaca Fibrose cística do pâncreas Causas em adultos Espru tropical, espru não tropical (doença celíaca em adultos) Insuficiência pancreática. Sinais e sintomas Esteatorréia (gordura nas fezes). Diarréia Dor abdominal Perda de peso Fraqueza Hipoproteinemia Hipocalcemia Hipoprotrombinemia Deficiência de vitaminas K e A. Diagnóstico de má absorção • Determinação da gordura fecal Ingestão média de 50g de gordura/dia dois dias antes da colheita. Dieta normal : excreção média < 7g de gordura/24h. Valores entre 7 - 9,5g/100g de fezes/24h indica doença celíaca. Valores acima de 9,5g/100g de fezes/24h indica insuficiência pancreática, doença do trato biliar. A esteatorréia e a perda de peso não ocorrerão até que a função pancreática exócrina tenha sido reduzida a cerca de 2% da atividade normal. Teste da D-xilose Substitui o teste de tolerância a glicose oral (pico achatado). Paciente em jejum: 25g D-xilose em 250 mL de água e mais 250 mL de água. Valores normais: após 2h > 25mg/dL Valores < 20mg/dL é indicativo de má absorção. Valores normais da D-xilose urinária: > 5g/5h. (interferência com a função renal). Valores anormais Anemia perniciosa (deficiência de ácido fólico e vitamina B12) Enterite regional (jejuno) • Teste de expiração de hidrogênio Útil na detecção de intolerância a lactose, síndrome de pressa intestinal, análise de proliferação bacteriana. – Administração oral de carboidrato (mono, di ou polissacarídeos). – O carboidrato é metabolizado por bactérias anaeróbicas. – Bactérias liberam hidrogênio. Interferentes Uso de antibióticos, fumo, etc. Doença-Celíaca Detecção de anticorpos Anti-gliadina (AGA), anti- endomísio, anti transglutaminase e biópsia Enteropatia induzida por glúten (gliadina)- Fibrose cística do pâncreas Mucoviscidose: doença monogênica autossômica recessiva Em cada gestação: 25% de chance (pais sadios e portadores do gene heterozigoto) Doença hereditária potencialmente letal 15-20% das crianças morrem antes de 10 anos Fisiopatologia – Alteração genética no braço longo do cromossomo 7 (lócus q31) Cromossomo 7 - codificação de um RNAm que transcreve o CFTR (canal de cloro) - regulação do fluxo celular de cloro, sódio e água Retenção dos íons cloro - reabsorção de sódio e água - desidratação das secreções - aumento da viscosidade - obstrução de dutos das glândulas exócrinas Dosagem de eletrólitos no suor: Coletar 50 – 100mg de suor de pele (iontoforese com pilocarpina) Cloro > 60mEq / L (2 dosagens independentes) é compatível com fibrose cística Análise gátrica Determinação da acidez Acloridria - Ausência de ácido livre (pH em torno de 3.5). Anacidez – Ausência de todos ácidos ( pH em torno de 6.0). A acidez é estimulada com pentagastrina. O pH é medido através de um eletrodo. Utilização: Diagnóstico de anemia perniciosa na ausência de ácidos, porém esta pode ocorrer em idosos (>70 anos). Diferenciação entre úlcera gástrica (diminue a secreção gástrica) e duodenal (aumenta a secreção). Avaliação de vagotomia. Diarréia Causas freqüentes Infecção bacteriana (Salmonella e Shigella). Detecção: Cultura bacteriana Parasitoses (Giardíase) Detecção: Exame parasitológico de fezes. Síndrome da imunodefiência adquirida (SIDA) Doença celíaca Espru Diarréia crônica Análise da função pancreática Pancreatite aguda: associada ao uso de álcool (geralmente com comprometimento hepático) e à presença de cálculos no trato biliar. Acredita-se que a fisiopatogenia da pancreatite crônica seja multifatorial. O abuso crônico do álcool leva à secreção de um suco pancreático de baixo volume, porém com alta concentração protéica e baixa concentração de bicarbonato. Este suco pancreático pode levar à precipitação de proteínas nos ductos pancreáticos, com posterior calcificação secundária. Análise da função pancreática A litostatina é uma proteína secretada no interior dos ductos pancreáticos e inibe a precipitação do carbonato de cálcio. Os níveis da litostatina são reduzidos nos pacientes com pancreatite causada pelo álcool e na pancreatite crônica calcificante (Classificação de Marselha-Roma, de 1988). O papel desta proteína na inibição dos cálculos pancreáticos é controverso. Outro componente controverso na formação de cálculos pancreáticos é o glicosil-fosfatidil inositol (GP2): este glicofosfolipídio é secretado no interior dos ductos em resposta à inflamação, precipitando-se rapidamente. Análise da função pancreática Deficiência de substâncias antioxidantes (vitaminas A, C e E, selênio, metionina, etc.) e/ou aumento de radicais livres gerados por processo inflamatório podem levar à lesão pancreática adicional e progressão da doença em pancreatite crônica. A hipertensão ductal causada por obstruções ao fluxo do suco pancreático pode contribuir para a perpetuação da injúria tecidual. Há descrição na literatura de casos de pancreatite crônica associada à presença de auto-anticorpos circulantes (FAN, anticorpo anti-anidrase carbônica II e anticorpo-anti-lactoferrina), além de certos padrões de HLA e infiltrado inflamatório linfocitário periductal. Análise da função pancreática Análise da função pancreática Exames laboratoriais: Os resultados dos exames laboratoriais de rotina são geralmente normais em pacientes com pancreatite crônica, com exceção dos níveis de amilase e lipase séricas. Intolerância à glicose, hipoalbuminemia, deficiência de vitaminas lipossolúveis e/ou anormalidades da função hepática podem ser vistos tardiamente no curso da doença. Os níveis de amilase e lipase séricas podem se normalizar no curso da pancreatite crônica, quando grande parte da massa pancreática for destruída. Análise da função pancreática Exames laboratoriais: Em reagudizações da pancreatite crônica, pode ocorrer aumento dos níveis da amilase e lipase sérica. Nos pacientes com pseudocisto, os níveis da amilase e lipase sérica são persistentemente elevados. Análise da função pancreática Amilase sérica Eleva-se de 2 a 14h após o início da pancreatite aguda, atinge um pico em 24h e normaliza-se em 48 a 72h. 20% dos pacientes podem apresentar níveis normais. Na destruição contínua das células pancreáticas, os níveis mantêm-se elevados por mais tempo. Pode estar elevada em outras condições: Doença aguda das glândulas salivares, insuficiência renal*, doença do trato biliar, etc. *Deve-se fazer uma relação amilase/creatinina (U/g). Análise da função pancreática Amilase sérica Pode ser dosada no líquido ascítico e pleural para identificação de perfurações intestinais ou esofágicas. Relação lipase/amilasesuperiores a duas vezes indicam causa alcoólica e não biliar. Na pancreatite de origem biliar, geralmente ocorre elevação de ALT, AST, fosfatase alcalina, gama glutamil transferase e bilirrubina. Macroamilase (rara) Amilase ligada a outras proteínas (IgA e IgG). Amilase mostra-se elevada no soro e normal na urina (semelhante ao início da pancreatite). Determinação de macroamilase por cromatografia. Determinação de isoenzimas por eletroforese Quando não há sintomas de pancreatite e sem aumento da lipase. Lipase sérica Mais específica que amilase para diagnóstico de pancreatite. Níveis elevados um pouco mais tarde que os da amilase porém perduram por mais tempo. Não é detectada na urina, apesar da excreção renal. Pode elevar-se em obstrução do trato biliar extra-hepática, lipemia, etc.
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