Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
CONCEITOS GERAIS EM BIOQUÍMICA CLÍNICA AMOSTRAS ♦ Sangue Total Arterial: Gases sanguíneos, pH; ♦ Sangue Total Venoso: Hemoglobina, HbA1 e outros analitos; • Soro: Sobrenadantes do ST SEM fatores de coagulação; • Plasma: Sobrenadante do ST COM anticoagulantes; TUBOS DE COLETA Cor Aditivo Testes Sem aditivo Bioquímica e Imunologia Ativador de coágulo com gel Bioquímica e Imunologia Coagulante Bioquímica e Imunologia Citrato de Sódio 1,9% Mecanismos de Coagulação Fluoreto de sódio e Oxalato de potássio Fluoreto de sódio e Heparina sódica Glicose Tolerância a Glicose Sódio Heparina Lítio Heparina Bioquímica em Plasma EDTA Dissódico Hematologia Clínica Citrato de Sódio 1,4% Taxa de Hemossedimentação EDTA Dissódico Ativador de coágulo com gel Monitoração quantitativa de HIV Rastreamento Clínico do Sangue ORDEM DE COLETA ♦ Quando solicitado, o primeiro frasco de coleta será o de HEMOCULTURA, tampa branca – sem aditivos ou tampa azul para análise de traços; FATORES PRÉ-ANALÍTICOS ♦ Jejum: 8h (habitual); Jejum prolongado causa alterações metabólicas; Depende do analito; ♦ Horário da Coleta: • Ritmo circadiano: Há variação no % do analito, dependendo do horário que a coleta for realizada; A coleta geralmente ocorre pela manhã por conta do metabolismo basal; • Atividade física: Mobilização da água dos compartimentos biológicos; Aumento do metabolismo/estado basal; Aumenta a atividade enzimática; ♦ Posição na hora da coleta: Substâncias não filtráveis terão sua concentração relativa elevada: Albumina, colesterol, triglicerídeos, hematócrito, hemoglobina e drogas que se ligam às proteínas; INTERFERENTES EM SITUAÇÕES CLÍNICAS ♦ Febre: Hemoconcentração; Eleva creatinina, cortisol e ácido úrico; ♦ Trauma/Dor: Eleva insulina, cortisol, renina e hormônio de crescimento; FATORES INTERFERENTES PRÉ-ANALITICOS ♦ Aplicação de Torniquete: Aumento da pressão intravascular; Hemoconcentração relativa; Glicólise anaeróbica; Aumento do lactato; Redução do pH; ♦ Anticoagulantes: • Oxalato: INIBE Amilase, DHL, FAL, Cálcio total; • Citrato: INIBE Amilase; FATORES INTERFERENTES PÓS-COLETA HEMÓLISE ♦ Hemólise in vivo: Condição clínica; Haptoglobina; ♦ Hemólise in vitro: Observar outros tubos; DHL, potássio; ♦ Interferência óptica: Variável, dependendo da concentração, do tempo de armazenamento, do comprimento de onda, do uso do “branco”, etc. ♦ Método dependente: Adenilato quinase-CK; Hemoglobina-Bilirrubina; LIPEMIA ♦ Presença anormal de lipídeos em uma amostra; ♦ Causador: Triglicerídeos; ♦ Intensidade: Ligeiramente turvo, turvo, leitoso; ♦ Laudo: Indicar a presença de lipemia; ICTERÍCIA ♦ Aumento da bilirrubina no soro; ♦ Bilirrubina interfere linear e negativamente com a dosagem de CREATININA (Método de Jaffé); MEDICAMENTOS E SUPLEMENTOS ♦ Altera o pH da amostra; ♦ Potente antioxidante – Ácido Ascórbico; ♦ Inibem enzimas que são utilizadas como biomarcadores; AUTOANTICORPOS ♦ Aumento na concentração do TSH sérico causada por anticorpos heterofilos com especificidade para IgG da família Bovidea; ♦ 3-4% dos indivíduos saudáveis apresentam anticorpos heterofilos; ♦ Interferente: ELISA ou Imunoquimioluminescência; DIABETES MELLITUS ♦ Grupo de doenças metabólicas caracterizadas por estados hiperglicêmicos oriundos de defeitos na secreção ou ação da INSULINA em receptores ou ambos; CLASSIFICAÇÃO DA DIABETES MELLITUS ♦ DM Tipo 1: • 1A: Deficiência de insulina por destruição autoimune das células beta; • 1B: Deficiência de insulina de natureza idiopática; ♦ DM Tipo 2: Perda progressiva de secreção insulínica combinada com resistência à insulina; ♦ DM Gestacional: Hiperglicemia de graus variados diagnosticada na gestação; ♦ Outros tipos de DM: Monogênicos (MODY); Diabetes neonatal; Secundário a endocrinopatias, a doenças do pâncreas exócrino, a infecções e a medicamentos; DIABETES MELLITUS TIPO 1 ♦ Destruição das células beta pancreáticas; ♦ Tendência a cetoacidose; ♦ Inclui casos decorrentes de doença autoimune e casos em que a destruição das células beta não é conhecida; ♦ Perda das células beta: Sem sua funcionalidade, o pâncreas deixa de responder a glicose, e a pessoa com DM1 apresenta sintomas clássicos de deficiência de insulina (polidipsia, polifagia, poliúria e perda de massa corpórea); ♦ Tratamento: Depende da insulina exógena para controlar a hiperglicemia e evitar a cetoacidose e manter os níveis aceitáveis de HbAc. Objetivo é manter a glicemia próxima do normal; DIABETES MELLITUS TIPO 2 ♦ Graus variáveis de resistência à insulina; ♦ Deficiência relativa de secreção de insulina; ♦ Maioria tem excesso de peso; ♦ Cetoacidose ocorre apenas em situações especiais (infecções graves, como URINÁRIAS, p.ex.); DIABETES MELLITUS GESTACIONAL ♦ Diminuição da tolerância à Glicose, de magnitude variável; ♦ Diagnosticadas pela primeira vez na gestação (pode ou não persistir após o parto); ♦ Casos de DM e de tolerância à glicose diminuída detectados na gravidez; ♦ Quanto não tratado causa no feto MACROSSOMIA, HIPOGLICEMIA, HIPOCALCEMIA e HIPERBILIRRUBINEMIA; COMPLICAÇÕES DO DM ♦ Macrovascular: Hipertensão; Doença arterial coronariana; Doença arterial periférica; Doença cerebrovascular; Hiperlipidemia; Neuropatia; Lesões nas extremidades dos membros inferiores; Síndrome metabólica; Cetoacidose diabética: Hiperglicemia, acidose e cetonuria (TIPO 1); Coma hiperosmolar hiperglicêmico não-cetônico: Distúrbio neurológico, hiperglicemia, hiperosmolaridade, desidratação profunda, defeito na secreção de insulina (TIPO 2); Acidose lática; Hipoglicemia; ♦ Microvasculares: Retinopatia e Nefropatia; CONSEQUÊNCIAS METABÓLICAS DO DM ♦ Hiperglicemia; ♦ Distúrbios no metabolismo proteico: Perda proteica – gliconeogênese; ♦ Distúrbios no metabolismo lipídico: Estimula a lipólise e liberação de ácidos graxos livres; ♦ Hiperpotassemia: Insulina capta íons potássio; ♦ Hiperfostatemia: Na ausência de insulina, o fosfato é liberado pela célula; ♦ Distúrbio no metabolismo acidobásico: Acidose metabólica, cetoacidose diabética; ♦ Distúrbios do sódio e água: Hiponatremia, diurese osmótica; DIGNÓSTICO LABORATORIAL ♦ Tubo Cinza: Tubo para glicemia; Contém anticoagulante e um estabilizador: • EDTA e Fluoreto de sódio; • Oxalato de potássio e Fluoreto de sódio; • Heparina sódica e Fluoreto de sódio; • Heparina lítica e Iodoacetato; ♦ Ocorre inibição da glicólise para a determinação da taxa de glicose sanguínea; GLICEMIA DE JEJUM ♦ Glicemia capilar: Avalia e acompanha; ♦ Não ingerir qualquer alimento ou bebida que contenha calorias por, no mínimo, 8h; ♦ Não pode ultrapassar as 12h de jejum; ♦ Coleta do sangue venoso em tubo contendo FLUORETO DE SÓDIO (tampa cinza, centrifugação e análise por reação enzimática [espectrofotometria]); Valores de Referência Diabetes > ou igual a 126 mg/dL Pré-Diabetes 100-125 mg/dL Normal < ou igual a 99 mg/Dl TESTE ORAL DE TOLERÂNCIA A GLICOSE (TOTG) ♦ Mede a glicose no sangue em dois momentos: • Após pelo menos 8h de jejum; • Após ingestão de um líquido contendo 75g de glicose (2h após a ingestão); ♦ Coleta do sangue venoso em tubo contendo FLUORETO DE SÓDIO (tampa cinza, centrifugação e análise por reação enzimática [espectrofotometria]); Valores de Referência NGT (Tolerante normal à Glicose) < 140 mg/dL IGT (Tolerância à Glicose Diminuída) 140-199 mg/dL Diabetes ≥ 200 mg/dL (2h ou aleatória) CURVA GLICÊMICA ♦ Curva glicêmicaé um TOTG; ♦ Dá informação mais precisa; ♦ Mais dolorosa para o paciente por conta das coletas seguidas; Valores de Referência (Normal) Jejum 70-120 mg/dL 30 min 90-160 mg/dL 60 min 90-160 mg/dL 120 min 75-120 mg/dL 180 min 70-110 mg/dL 240 min 70-110 mg/dL HEMOGLOBINA GLICADA (HbA1c) ♦ Fração da hemoglobina ligada a glicose que circula no sangue; ♦ O exame reflete os níveis glicêmicos dos últimos 90-120 dias antes do exame; ♦ Coleta-se o sangue venoso em tubo contendo fluoreto de sódio (tampa cinza), centrifugação e análise da HbA1c (Imunoturbidimetria, cromatografia de afinidade, HPLC, eletroforese etc.); Valores de Referência Normal < 5,7% Pré-Diabetes 5,7-6,4% Diabetes ≥ 6,5% ♦ Indica o controle metabólico do paciente nas 8-10 semanas precedentes ao teste; ♦ É determinada a cada 3-4 meses em diabéticos estáveis e a cada 1-2 meses em diabéticos com pobre controle glicêmico; FONTES DE VARIAÇÕES BIOLÓGICAS RELACIONADAS A HbA1c ♦ Anemia Hemolítica ou Estados Hemorrágicos: Podem resultar valores diminuídos por encurtarem a sobrevida das hemácias; ♦ Grandes quantidades de Vitaminas C e E: Podem induzir resultados falsamente diminuídos por INIBIREM a glicação da hemoglobina; ♦ Hipertrigliceridemia, Uremia, Alcoolismo, Hiperbilirrubinemia, Ingestão crônica de salicilatos e Opiáceos: Podem produzir resultados falsamente positivos; ♦ Hemoglobina variante heterozigótica: Resulta valores falsamente elevados ou falsamente baixos, conforme a metodologia utilizada; FRUTOSAMINAS ♦ Cetoaminas (Glicose + Grupamento Amina de proteínas); ♦ Meia-Vida: 2-3 semanas; ♦ Monitoramento glicêmico de curto prazo, principalmente em pacientes com hemoglobinopatias; ♦ Sensível ao ácido ascórbico e proteinemia; ♦ VR: 1,8-2,8 mmol/L; ♦ Método: Espectrofotométrico (Azul de Nitrotetrazólio); MICROALBUMINÚRIA ♦ Excreção aumentada de ALBUMINA URINÁRIA não detectável pelas tiras reagentes utilizadas na rotina; ♦ A determinação é recomendada em: • Detecção precoce de nefropatia diabética; • Monitoramento do DM gestacional e de gravidez de risco; ♦ VR: <30 mg/g (Normal); 30-299 mg/g (Microalbuminúria); PEPTÍDIO C ♦ Composto inativo formado durante a clivagem da proinsulina em insulina; • Proinsulina: Peptídeo c + Insulina; ♦ Diferencial entre diabetes tipo 1 e tipo 2; ♦ Dosagem dos anticorpos contra células beta (DM 1); ♦ Avalia a função da célula pancreática na secreção de insulina na evolução do DM 2; ♦ Falência pancreática: Níveis caem progressivamente; ♦ VR: 1,2-4,5 ng/mL (Normal); ♦ Aumento: Insulinoma, DM 2; ♦ Diminuição: DM 1, Insulinoterapia exógena; AUTOANTICORPOS ♦ Distinguir o diabetes do tipo 1A autoimune de diabetes de outras causas (por exemplo, de obesidade ou resistência à insulina); ♦ ICA: Autoanticorpos anti-ilhotas; ♦ Anti-GAD: Autoanticorpos antidescarboxilase do ácido glutâmico; ♦ IA-2A: Autoanticorpos associados a insulinoma todos são associados ao diabetes 1A; RESISTÊNCIA INSULÍNICA ♦ DM Tipo 2; ♦ Diagnóstico clínico: Início em geral insidioso, assintomático por longos anos 60-90% dos pacientes com obesidade ou acúmulo de gordura visceral, cetose rara e história familiar frequente; ♦ Diagnóstico laboratorial: Peptídeo C e HOMA (homeostase model assessment); ♦ Homa Beta: Avalia a função secretora das células beta; • VR: 167-175; • Cálculo: 20 x Insulinemia / glicemia – 3,5; ♦ Homa IR: Avalia a resistência insulínica; • VR: 0,95-1; • Cálculo: Insulina x Glicemia / 22,5; MARCADORES HEPÁTICOS METABOLISMO DA BILIRRUBINA FUNÇÕES HEPÁTICAS ♦ Metabolismo / Síntese / Secreção: Glicogênio; PTN’s; LIP e lipoproteínas; Secreções de bilirrubina/bile; ♦ Detoxicação: Drogas/Fármacos; Toxinas; ♦ Armazenamento: LIP; Ferro; Vitaminas; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ♦ Icterícia; ♦ Hipertensão portal; ♦ Ascite; ♦ Encefalopatia hepática; ♦ Anormalidades sanguíneas; ♦ Urina escura e fezes claras; ♦ Edema periférico; ♦ Dor abdominal; INSULINOMA: Raro tumor de células beta pancreáticas que HIPERSECRETAM INSULINA MARCADORES HEPÁTICOS LABORATORIAIS ♦ Marcadores de Função Hepática: Albuminas; Bilirrubinas; Tempo de Protrombina; ♦ Marcadores de Dano Celular (Transaminases): AST (Aspartato Aminotransferase ou TGO); ALT (Alanina Aminotransferase ou TGP); ♦ Marcadores de Obstrução / Colestase: FAL (Fosfatase Alcalina); GGT (Gama Glutamil Transferase); 5-Nucleotidase; MARCADORES DE FUNÇÃO HEPÁTICA ALBUMINA ♦ Proteína plasmática mais abundante, sintetizada no fígado; ♦ Hipoalbuminemia e hipoalbuminúria indicam redução na função hepática; ♦ Útil na avaliação da doença hepática crônica; ♦ Em hepatites e colestases: Normal; ♦ VR: 3,5-5,0 g/dL; BILIRRUBINAS ♦ Produto da degradação da hemoglobina (pigmento amarelado); ♦ Direta e Indireta (Indireta vem da hemólise e direta conjugada [solúvel] aparece na urina); ♦ VR: 0,2-1,2 mg/dL no plasma; TEMPO DE PROTROMBINA ♦ Avalia o tempo que leva para formar um coágulo no sangue; ♦ Teste avalia a ação dos fatores de coagulação vitamina K dependentes: Fator II, VII, IX e X; ♦ O TP está prolongado em doenças hepáticas parenquimais; ♦ VR: 10-14 segundos; MARCADORES DE DANO CELULAR AST (ASPARTATO AMINOTRANSFERASE) ♦ Antiga TGO; ♦ Enzima encontrada em várias células, principalmente HEPÁTICAS e CARDÍACAS; ♦ Citoplasma e mitocôndria dos hepatócitos; ♦ VR: 10-40 UI/L; ALT (ALANINA AMINOTRANSFERASE) ♦ Antiga TGP; ♦ Enzima encontrada em diversas células, principalmente fígado e rins; ♦ MAIS ESPECÍFICA PARA O FÍGADO QUE A AST; ♦ Citoplasma dos hepatócitos (Alta concentração no fígado); ♦ Tempo de meia-vida 3x maior que AST; ♦ VR: 10-40 UI/L; • 1000-2000 UI/L: Vírus e toxinas; • 500-1000 UI/L: Obstrução biliar aguda; • Acima de 150 e menor que 300 UI/L: Hepatite alcoólica, obstrução, cirrose (valores podem estar próximos do normal); AST e ALT devem SEMPRE ser MEDIDOS JUNTOS ÍNDICE DE RITIS: AST/ALT = 0,8 MARCADORES DE OBSTRUÇÃO / COLESTASE FAL (FOSFATASE ALCALINA) ♦ Enzima encontrada nos ossos, fígado (ductos biliares e próximo à membrana biliar dos hepatócitos); ♦ Aumento: Obstrução biliar, doença infiltrativa e fase inicial da doença colestática; ♦ Aumento em causas não-hepáticas: Fraturas e hiperparatireoidismo; ♦ VR: 30-150 UI/L; GGT (GAMA GLUTAMIL TRANSFERASE) ♦ Encontrada em diversas células, além do fígado e das vias biliares; ♦ Aumentada em doenças hepáticas obstrutivas e hepatite alcoólica; ♦ Induzida por álcool (estimula a síntese de GGT) e fármacos (Paracetamol, corticoides); ♦ VR: 7-50 UI/L; 5-NUCLEOTIDASE ♦ Encontrada nos ossos, fígado e ductos biliares; ♦ Não sofre indução do paracetamol; ♦ Junto com a FAL, diagnóstico diferencial de distúrbios ósseos; ♦ VR: Inferior a 10,0 UI/L; ICTERÍCIA ♦ Aumento da produção de bilirrubina: Hemólise; Reabsorção de hematomas extensos; ♦ Conjugação prejudicada: Defeitos genéticos; Icterícia neonatal; ♦ Excreção prejudicada: Obstrução biliar; Falência renal; Icterícia Hemolítica Icterícia Obstrutiva Icterícia Hepática Bilirrubina Sérica Alto BI Alto BD Alto BI e BD Bilirrubina Urina Não Sim Sim Urobilinogênio Alto Normal ou baixo Normal ou baixo AST Normal Alto Muito alto ALT Normal Alto Muito alto FAL Normal Muito alto Alto HIPERBILIRRUBINEMIAS ♦ Bilirrubina indireta alta: • Produção em excesso de bilirrubina: Doenças hemolíticas; • Defeito no transporte da bilirrubina: Síndrome de Gilbert; • Defeito na Glucuronil transferase (Conjugação prejudicada):Síndrome de Cringler-Najjar; ♦ Bilirrubina direta alta: • Defeito na secreção da bilirrubina conjugada: Síndrome de Dubin- Johnson e Rotor; • Icterícia obstrutiva: Cálculos e tumores; HEPATOPATIAS METABÓLICAS HEMOCROMATOSE HEREDIÁRIA ♦ Alteração genética, depósito de ferro nos tecidos; ♦ Aumento: Ferro, % Saturação de ferro e Ferritina; ♦ Transferrina baixa ou normal; ♦ Baixa capacidade de ligação do ferro; DOENÇA DE WILSON ♦ Erro inato do metabolismo: Acúmulo de cobre; ♦ Alteração no transporte de cobre; ♦ AST, ALT e GGT Aumentados; ♦ Ceruloplasmina e cobre sérico baixos; ♦ Cobre livre e urinário alto; DEFICIÊNCIA DE ALFA-1-ANTITRIPSINA ♦ Principal inibidora de proteases; ♦ Mutação: Alfa-1-antitripsina mutante; ♦ Acúmulo progressivo nos hepatócitos; ♦ Destruição dos hepatócitos: Autofagia e dano mitocondrial; ♦ AST, ALT, FAL e GGT Aumentados; ♦ Alfa-1-antitripsina sérica baixa; ♦ Eletroforese de proteínas séricas: Baixa fração de α1-globulinas (80% é A1AT); PERFIL LIPÍDICO LIPOPROTEÍNAS ♦ Transporta lipídeos no plasma; ♦ Apolipoproteína: Proteínas agregadas de lipídeos; ♦ Lipoproteína: Geralmente possuem mais de uma Apolipoproteína; ♦ Apolipoproteína estrutural: Contém a própria lipoproteína, estrutura da lipoproteína; ♦ Apolipoproteína funcionais: Peptídeos que podem ser trocados de uma lipoproteína para outra; FUNÇÃO DAS LIPOPROTEÍNAS ♦ Quilomícrons (QM): Mais volumosas. Formadas por triglicerídeos da dieta, que são transportados desde o intestino delgado até a circulação geral; ♦ Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL): Transportam o colesterol. Acumulam-se nas paredes dos vasos sanguíneos – Lesões endoteliais; ♦ Lipoproteínas de Muito Baixa Densidade (VLDL): Similares aos QM, porém de menor volume. Produzidas no fígado e, em menor quantidade, no intestino. Removem os triglicerídeos endógenos do fígado; ♦ Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL): Fator de proteção aterogênico, já que eliminam o colesterol plasmático excedente. Níveis elevados são benefícios ao organismo; ♦ Lipoproteínas de Densidade Intermediária (IDL): Resíduos de VLDL. Originados na conversão VLDL – LDL, mediada pela enzima lipoproteína lipase, que remove triglicerídeos; VALORES DE REFERÊNCIA Valores de Referência (Normal) Colesterol VLDL Até 30 mg/dL Colesterol LDL < 130 mg/dL Colesterol HDL > 50 mg/dL Colesterol Total < 190 mg/dL Triglicerídeos < 150-175 mg/dL ♦ Triglicerídeos: Outro tipo de gordura do organismo, usados como reserva de energia pelo organismo; ♦ Quando elevados também aumentam o risco de depósitos de aterosclerose nos vasos sanguíneos e aumentam o risco de doenças cardiovasculares; FUNÇÃO DAS APOLIPOPROTEÍNAS ♦ Ativa enzimas envolvidas no metabolismo lipídico (LCAT, LPL); ♦ Manter a integridade estrutural do complexo lipídio/lipoproteína; ♦ Transportar os lipídios para as células através do reconhecimento de receptores de superfície; ♦ LCAT: Lecitina colesterol aciltransferase – Transforma colesterol livre em esterificado armazenando dentro das lipoproteínas; ♦ LPL: Lipase lipoproteica – Enzima encontrada no tecido e quebra a ligação éster entre o glicerol e ácido graxo liberando ambos para tecido adiposo e muscular; METABOLISMO DAS LIPOPROTEÍNAS TRANSPORTE DO COLESTEROL ♦ Funções do HDL: • Transferir as proteínas para outras lipoproteínas; • Retirar os lipídeos de outras lipoproteínas e o colesterol das membranas celulares; • Converter o colesterol em ésteres de colesterol através da lecitina colesterol aciltransferase (LCAT); • Transferir os ésteres de colesterol para outras lipoproteínas, os quais são transportados para o fígado; • Transportar os ésteres de colesterol para o fígado; ♦ HDL fornece as proteínas Apo CII e Apo E para o quilomícron nascente, transformando-a em quilomícron maduro; ♦ Após a ativação da lipoproteína lipase (LPL), o quilomícron maduro devolve para a HDL a proteína Apo CII transformando-se em quilomícron remanescente; ♦ A HDL fornece as proteínas Apo CII e Apo E para VLDL nascente, transformando-a em VLDL maduro; ♦ A IDL devolve para a HDL a proteína Apo E transformando-se em LDL; ♦ A HDL pode trocar lipídios com as lipoproteínas, dependendo da concentração destas na corrente sanguínea; ♦ Os receptores SR-BI transferem o CE da HDL para o fígado. A HDL se dissocia destes e pode captar colesterol das lipoproteínas. Os SR-BI podem, também, participar do transporte reverso, transferindo colesterol das células para o HDL; ♦ Transferem também o CE da HDL para outros tecidos esteroidogênicos e, podem participar do transporte reverso, transferindo colesterol das células para o HDL; PERFIL LIPÍDICO ♦ Jejum de 12-14h; ♦ Estado metabólico estável; ♦ Dieta habitual e peso mantidos por pelo menos duas semanas; ♦ Sem atividade física vigorosa nas 24h que antecede o teste; ♦ Evitar o uso de bebida alcóolica nas 72h que antecede o teste; ♦ Procurar realizar as dosagens seriadas no mesmo laboratório para minimizar o efeito da variação analítica; DISLIPIDEMIAS ♦ Elevação de colesterol e triglicerídeos no plasma ou a diminuição dos níveis de HDL que contribuem para aterosclerose. As causas podem ser primárias (genéticas) ou secundárias; ♦ O diagnóstico é realizado pela mensuração das concentrações totais de colesterol, triglicerídeos e lipoproteínas individuais; • Hipercolesterolemia isolada: Aumento isolado do CT, geralmente aumento do LDL-C; • Hipertrigliceridemia isolada: Aumento isolado dos TG, por aumento do VLDL e/ou QM; • Hiperlipidemia mista: Valores aumentados de CT e TG; • HDL-C reduzido: Com ou sem aumento de LDL ou TG; DISLIPIDEMIAS PRIMÁRIAS ♦ Hipercolesterolemia Familiar (HF): Altíssimos níveis séricos de colesterol e LDL, com TG normal – Padrão II a. Associada à deficiência de receptores para LDL no fígado (Receptor para Apo B e Apo E); ♦ Hipercolesterolemia Poligênica: Grande variedade de defeitos enzimáticos e de apolipoproteínas envolvidas no transporte e metabolismo do colesterol; ♦ Hipercolesterolemia Familiar Combinada: Aumento de colesterol e triglicerídeos, associado a uma produção excessiva de Apo B, VLDL e LDL; ♦ Hipertrigliceridemia Endógena: Elevação moderada dos TG séricos, sem um aumento do colesterol, causada por um aumento do VLDL; ♦ Deficiência de Lipoproteína Lipase/Apo CII: Intensa hipertrigliceridemia, com aumento do quilomícron e de VLDL. O soro do paciente é altamente lipêmico; ♦ Hiperlipidemia Remanescente: Diminuição da atividade da Apo E. Aumento do IDL; ♦ Hiper α-lipoproteinemia: Rara condição associada a um aumento da síntese do HDL; ♦ Hipolipoproteinemias: • A-β-Lipoproteinemia Familiar: Não há síntese de Apo B. Pacientes desenvolvem retardo de crescimento e degeneração progressiva do SNC, por dificuldade de absorção de ácidos graxos essenciais e vitaminas lipossolúveis; • Hipo-β-Lipoproteinemia Familiar: Baixos níveis de LDL e LDL-Colesterol, assintomáticos; • A-α-Lipoproteinemia Familiar: Doença de Tangier, ausência de síntese de Apo A I ou A II; DISLIPIDEMIAS SECUNDÁRIAS ♦ Dislipidemias secundárias a doenças: Causa CT TG HDL-C Diabetes - ↑ ↓ Hipotireoidismo ↑↑ ↑ ↑ ou ↓ Síndrome nefrótica / IRC ↑ ↑ - Hepatopatias Crônicas ↑ a ↑↑↑↑↑ normal ou ↑ ↑↑ - ↑ Obesidade ↑ ↑↑ ↓ Anorexia Nervosa ↑ - - Bulimia ↑ ↑ - ♦ Dislipidemias secundárias a medicamentos: Causa CT TG HDL-C Diuréticos - ↑ ↓ β-Bloqueadores - ↑ ↓ Anticoncepcionais ↑ ↑ - Corticosteroides ↑ ↑ - Anabolizantes ↑ - ↓ Estrógenos - ↑ ↓ Progestágenos - ↑ ↓ Isotretinoína ↑ ↑ ↑ Ciclosporinas↑ ↑↑ ↑ Inibidores de Protease ↑ ↑↑↑ - ♦ Dislipidemias consequentes à hábitos de vida inadequados: Causa CT TG HDL-C Tabagismo - - ↓ Etilismo - ↑ ↑ ATEROSCLEROSE DOSAGENS DE PROTEÍNAS ♦ Proteínas: Formadas a partir do conjunto de aminoácidos ligados entre si por ligações peptídicas; ♦ Funções: Transporte de oxigênio no sangue; Manutenção da pressão oncótica; Tamponamento e pH sanguíneo; Anticorpos; Fatores de coagulação; Resposta de fase aguda na inflamação; MÉTODOS PARA DETECÇÃO DE PROTEÍNAS BIURETO ♦ Mais utilizado, preciso e de fácil execução; ♦ Compostos com mais de duas ligações peptídicas reagem com íons cúpricos formando um complexo colorido (reação de biureto), o qual é proporcional a concentração de proteínas na amostra. ♦ Comprimento de Onda: 545 nm; LOWRY ♦ Uma amostra contendo molibdato, tungstato e ácido fosfórico, (reagente Folin-Ciocalteau), sofre uma redução quando reage com proteínas, na presença do catalisador cobre (II); ♦ Comprimento de Onda: 750 nm; BRADFORD ♦ Baseia-se na interação entre o corante BG- 250 e macromoléculas de proteínas que contém aminoácidos de cadeia laterais básicas ou aromáticas; ♦ No pH de reação, a interação entre a proteína de alto peso molecular e o corante BG250 provoca o deslocamento do equilíbrio do corante para a forma aniônica; ♦ Comprimento de Onda: 595 nm; DETERMINAÇÃO SÉRICA Avalia o estado nutricional e o funcionamento do fígado; ♦ Paciente: Jejum de 8h, suspender medicação; ♦ Amostra: Soro sem hemólise e não lipêmico; ♦ VR: 6,4-8,0 g/dL; ALTERAÇÕES PLASMÁTICAS HIPERPROTEINEMIA ♦ Desidratação: Pouca ingestão de água, perda de líquidos; ♦ Doenças monoclonais: Mieloma múltiplo, macroglobulinemia, doença da cadeia pesada; ♦ Doenças policlonais crônicas: Cirrose hepática, hepatite ativa crônica, lúpus sistêmico, infecção bacteriana crônica; HIPOPROTEINEMIA ♦ Aumento do volume plasmático: Hemodiluição, cirrose com ascite; ♦ Perda de proteínas: Síndrome nefrótica, glomerulonefrite crônica, queimaduras severas; ♦ Gota: Aumento da uricemia; ♦ Distúrbios na síntese de proteínas: Desnutrição, síndrome da má-absorção, enfermidade hepática não virótica; ♦ Outros: Edema, hemorragia grave, Kwashiokor, leucemia etc. ELETROFORESE E FRACIONAMENTO ♦ Processo de migração de um soluto ou partícula carregada, a qual está dissolvida em um líquido, sob influência de um campo elétrico; Valores de Referência (g/dL) Proteína Total 6,4-8,0 Albumina 3,8-5,0 Alfa-1 0,3-0,5 Alfa-2 0,3-0,7 Beta 0,6-1,0 Gama 0,7-1,4 ZONA PRÉ-ALBUMINA ♦ Proteína transportadora de hormônios da tiroide e proteína ligadora de retinol; ♦ Ambas são sintetizadas no fígado, indicadores SIMPLES e SENSÍVEIS da DISFUNÇÃO HEPÁTICA ou DESNUTRIÇÃO; ♦ PTN Ligadora de Retinol: Sensível a concentração de zinco e pode ser dosada isoladamente por nefelometria; ZONA ALBUMINA ♦ 50% das proteínas plasmáticas; ♦ PM: 66300 Da; ♦ Hidrossolúvel; ♦ Meia-vida plasmática: 15-19 dias; ♦ Síntese hepática; ♦ Função biológica: Manutenção da pressão coloidosmótica vascular; Transporte de íons metálicos, hormônios, bilirrubina, vitaminas, xenobióticos; Fonte de aminoácidos; Antioxidantes; Tampão; Modulação do sistema imune; ♦ Hiperalbuminemia: Hemoconcentração; Desidratação; ♦ Hipoalbuminemia: Síntese diminuída; Primária – Analbuminemia (<0,005 g/dL); Secundária – Desnutrição, inflamação; Resposta de fase aguda; Hepatopatias graves; ♦ Métodos laboratoriais: • Eletroforese de proteínas; • Método colorimétrico: Verde de Bromocresol (VBC/BCG), não é específico para albumina – 620-630 nm; Púrpura de Bromocresol (PBC/BCP) – 603 nm; ♦ VR: 3,5-5,0 g/dL; ♦ Amostra: Soro; ♦ Interferentes: Heparina – provoca turbidez; Hemoglobina – cada 10 g/dL diminui a albumina em 0,1 g/L; Diminui a fixação do corante; PTN’s das regiões alfa e/ou beta aumentadas – Verde de bromocresol; ZONA α-1 ♦ Migram: Alfa-1-Antitripsina, Glicoproteína ácida, fetoproteína e lipoproteínas; ♦ Alfa-1-Antritripsina: • Aumento: Resposta de fase aguda (4x) – Início: 24h, com pico de 3-4 dias; Terapia com estrógenos; Gravidez; Neoplasia; Hepatopatias ativas – Alcoolismo e Hepatite aguda; • Métodos laboratoriais: ELISA, Imunoturbidimetria, nefelometria; • VR: 90-200 mg/dL (Adultos); 124-348 mg/dL (Neonatos); <60-70 mg/dL (indica fenotipagem); • Amostra: Soro; ♦ Glicoproteína ácida: • Aumento: Resposta de fase aguda (2- 4x) – Inflamação aguda ou crônica, infecção, trauma, cirurgia; IAM; Doenças autoimunes; Pneumonia; Uso de andrógenos; Corticosteroides; • Diminuição: Síndrome nefrótica; Hepatopatia severa; Gravidez; Terapia com estrógenos; Desnutrição; Recém natos; • Métodos laboratoriais: ELISA, Nefelometria, Imunoturbidimetria; • VR: 50-120 mg/dL; • Amostra: Soro; ♦ α-1 fetoproteína: • Sintetizada no fígado fetal; • Marcador tumoral de carcinoma hepatocelular e de células germinativas. Útil na avaliação do tratamento destas doenças; • Marcador de anormalidades cromossômicas em fetos; • Marcador de defeitos na parede abdominal de fetos; • Varredura de defeitos no tubo neural (valor alto) e síndrome de Down (valor baixo) em fetos; ZONA α-2 ♦ Haptoglobina: Transporte de hemoglobina livre no plasma para o retículo endotelial; • Aumentada: Queimaduras, infecções agudas, síndrome nefrótica; • Diminuída: Hemólise intravascular, doenças severas do fígado, gravidez, anemia megaloblástica; ♦ Macroglobulina: Inibe a atividade da tripsina, quimiotripsina, trombina, elastase e plasmina; • Aumentada: DM e síndrome nefrótica; • Diminuída: Artrite reumatoide, mieloma múltiplo; ♦ Ceruloplasmina: Transporta 90% do cobre plasmático (10% albumina); • Aumentada: Infecções, doenças malignas e trauma; • Diminuída: Doença de Wilson; ZONA β-1 E β-2 ♦ Migram: Transferrina; Hemopexina; β- lipoproteína; Frações C3 e C4 do complemento; Fibrinogênio; β-2 Microglobulina; ♦ VR: 0,6-1,0 mg/dL; ZONA γ ♦ Migram: Proteína C Reativa; Imunoglobulinas (IgA, IgG, IgM, IgD, IgE); ♦ VR: 0,7-1,4 mg/dL; IMUNOGLOBULINAS ♦ Responsáveis pela resposta imunológica mediada por linfócitos B (Humoral); ♦ Podem ser dosadas por: Imunodifusão ou imunoensaios; ♦ Hipogamaglobulinemia: Valores diminuídos; ♦ Gamopatias: Valores aumentados; • Gamopatias monoclonais: Paraproteínas; Mieloma múltiplo (Proteína de Bence Jones); • Gamopatias policlonais: Aumento de várias imunoglobulinas; PROTEÍNA C REATIVA ♦ Proteína de fase aguda, membro da família das pentraxinas; ♦ Função: Promoção da fagocitose e destruição de microrganismos, complexos imunes e outras estruturas antigênicas por opsonização e ativação do complemento; Ativação de monócitos para a produção de fator tecidual; ♦ Níveis aumentados de PCR: Infecções Bacterianas, fúngicas, micobacterianas e virais (sistêmicas graves) Alergias Febre reumática, eritema nodoso Doenças Inflamatórias Artrite reumatoide ativa, espondilite anquilosante, vasculite sistêmica, polimialgia reumática, Doença de Crohn Necrose IAM, embolização de tumores, pancreatite aguda Trauma Cirurgia, queimaduras, fraturas Malignidade Linfoma, carcinoma, sarcoma Outros Gravidez inicial, dispositivos intrauterinos ♦ Níveis ausentes ou pouco aumentados de PCR: Lúpus sistêmico, Esclerodermia, dermatomiosite, colite ulcerativa, leucemia e rejeição de transplante;
Compartilhar