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Gestão de Compras Aula de hoje • Normalização • Programação • Aquisição • Recebimento • Armazenamento Próxima aula • Tópicos especiais • Licitações e contratos com a administração pública • Curva de classificação de produtos • SNGPC • Logística reversa • ... • Medicamentos vencidos • Falta de insumos básicos por alguns meses na rede publica de saúde • Erros de medicação – mortes, aumento de hospitalização • Roubo de carga de medicamentos • Recursos humanos: alta rotatividade, escassez • Recall (recolhimento) O que a gente escuta por aí... Antes de começar... • Os problemas listados revelam a falta de planejamento para disponibilização de produtos para a população • Planejamento: permeia todos os aspectos relativos a disponibilização de medicamentos no mercado (desde à definição da lista até o armazenamento e distribuição dos medicamentos) Antes de começar... • O planejamento é elemento essencial ao gerenciamento do serviço de abastecimento visto que a disponibilidade oportuna de medicamentos é um dos indicadores da qualidade dos serviços de saúde. • Consiste, portanto, a base para definir prioridades, garantir a oferta de medicamentos e assegurar a efetividade das intervenções em saúde com o uso destes produtos. • Antes de prover é necessário prever todos os fatores que possam implicar numa falha de planejamento e comprometer a credibilidade dos serviços no que se refere às atividades de programação e aquisição de medicamentos Normalização - técnicas • Seleção • especificação • classificação • codificação de produtos Normalização – seleção • processo dinâmico, contínuo, multidisciplinar e participativo. • Objetivo: escolher, dentre os itens disponíveis no mercado, adotando critérios de eficácia, segurança, qualidade, disponibilidade no mercado, impacto administrativo e custo, propiciando condições para uso seguro e racional de medicamentos, aqueles que são necessários para a instituição. • Os dados relativos ao consumo histórico, perfil da morbimortalidade e complexidade dos serviços de saúde devem ser levantados Normalização – seleção • Conduzido pela comissão de farmácia e terapêutica CFT (comissão multidisciplinar de médicos, enfermeiros, farmacêuticos, administradores...) • O processo de seleção facilita etapas posteriores de aquisição, armazenamento, distribuição e gerenciamento de estoque, pois racionaliza a quantidade de itens – Padronização Comissão de Farmácia e Terapêutica O grupo poderá receber especialistas para orientá-lo nos casos de insumos e medicamentos para clínicas especializadas. RESOLUÇÃO CFF 449/2006: Dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica. I. Participar na escolha, análise e utilização de estudos científicos que fundamentem a adequada seleção de medicamentos; II. Participar de ações visando à promoção do uso racional de medicamentos e o desenvolvimento a pesquisa clínica; III. Participar da elaboração de diretrizes clínicas e protocolos terapêuticos; IV. Participar do estabelecimento de normas para prescrição, dispensação, administração, utilização de medicamentos e avaliação; V. Participar de estudos de custo-efetividade de medicamentos e outros produtos para saúde; RESOLUÇÃO CFF 449/2006: Dispõe sobre as atribuições do Farmacêutico na Comissão de Farmácia e Terapêutica. VI. Prover informações sobre medicamentos e outros produtos para saúde, suspeitos de envolvimento em eventos adversos; VII. Participar da definição de critérios que disciplinem a divulgação de medicamentos e produtos para a saúde no ambiente hospitalar; VIII. Participar da realização de estudos de utilização de medicamentos; IX. Estimular a utilização de indicadores epidemiológicos como critério do processo decisório de seleção; X. Participar da elaboração e divulgação da padronização de medicamentos, zelando pelo seu cumprimento; XI. Participar da elaboração do guia farmacoterapêutico. Normalização - seleção • Definição do elenco de medicamentos – Deve ser constantemente avaliada – Itens em desuso (excluídos ou substituídos) – Itens de elevada eficácia clínica – Correto uso de itens determinados em protocolos clínicos e procedimentos operacionais padrão. – Guias farmacoterapêuticos • http://portais.ufg.br/up/138/o/GUIA_FARMACOTERA PEUTICO-HCUFG.pdf Guia Farmacoterapêutico – Hospital das Clínicas da UFG Normalização – seleção • A seleção de medicamentos adquire grande relevância se se levar em conta o número exagerado de produtos semelhantes e, ainda, o lançamento de outros, que não apresentam vantagens em relação aos existentes no mercado. • A seleção adequada proporciona ao sistema de saúde benefícios de ordem econômica, administrativa e terapêutica. Normalização - especificação • Determinação, com exatidão, daquilo que se tem NORMATIZADO • Descrição objetiva, com detalhes que possam distinguir uma apresentação da outra • Para medicamentos – Dosagem, forma farmacêutica, volume ou peso, nomenclatura do fármaco segundo a DCB – Todas as características que definem o produto. Denominação Comum Brasileira - DCB Normalização - especificação Normalização – especificação • A elaboração de especificações não deve incluir restrições demasiadas, uma vez que podem dificultar a aquisição do produto e aumentar o valor de compra. • A especificação completa de um item serve como meio de comunicação entre a unidade (hospital, farmácia, drogaria) e os fornecedores externos. Normalização - classificação • Agrupamento! • A classificação dos produtos leva em consideração determinados critérios de agrupamento dos itens de modo que possam ser codificados posteriormente. Os itens devem ser classificados de maneira simples e objetiva para facilitar a padronização, o armazenamento, a distribuição e o processamento eletrônico dos dados. • Por ordem alfabética • Por forma farmacêutica • Pela curva ABC de consumo ou valor Normalização - codificação • Significa simbolizar todo o conteúdo de informações necessárias por meio de números ou letras (ou ambos) com base na classificação obtida do medicamento, de forma clara e precisa, evitando interpretações duvidosas ou confusas. • Feita por sistemas informatizados • 1 código – 1 item – Pode ser alfabético, alfanumérico ou numérico e – Pode ser dividido em subgrupos ou subclasses Normalização - codificação Os códigos numéricos não sequenciais e estruturados são os mais utilizados hoje. O número de dígitos, dos grupos e dos subgrupos depende do tamanho do sistema a que se destina. Costuma-se fixar um grupo de números para identificar o grupo de materiais, outro para o subgrupo e um terceiro conjunto numérico para o item, além de um dígito verificador, adicionado pelo sistema de processamento eletrônico de dados. As necessidades são infinitas, mas os recursos são finitos! Gestão de estoques • Programação • Aquisição • Armazenamento • Distribuição Gestão de estoques • A gestão de estoque deve estabelecer um fluxo de abastecimento que possibilite o atendimento oportuno ao menor custo possível, assegurando a não ocorrência de faltas, excedentes e perdas por erros de projeção de demandas. • Neste aspecto, deve permitir a identificação em tempo oportuno do histórico de entradas e saídas, dos níveis de estoque (mínimo, máximo, ponto de ressuprimento), dos dados de consumo, dademanda atendida e não atendida de cada medicamento, entre outras informações que possam ser úteis no processo de aquisição, como medicamentos de aquisição crítica (fornecedor exclusivo e os importados) e sazonalidade que provoca flutuação de consumo de alguns medicamentos e pode comprometer a previsão. Programação • = “comprar” • Quando comprar e quanto comprar • Programar medicamentos consiste em estimar quantidades a serem adquiridas para atendimento a determinada demanda dos serviços, por período de tempo definido. Programação • Trata-se de uma atividade associada ao planejamento, uma vez que sua viabilidade e factibilidade dependem da utilização de informações gerenciais consistentes para definir quando e quanto adquirir. Portanto é fundamental estabelecer normas e procedimentos com definição de método de trabalho, das atribuições, responsabilidades e prazos, dos instrumentos apropriados (planilhas, formulários e instrumentos de avaliação) e da periodicidade e métodos. Programaçao • O primeiro passo é identificar as necessidades da população-alvo para poder definir a quantidade adequada de medicamentos a serem adquiridos. Existem vários critérios técnicos para estimar demanda, como a carga de doenças e sua prevalência, a oferta de serviços e as informações advindas de sistemas de informação do SUS (próximos slides). Programação • Programar é definir os quantitativos dos medicamentos, selecionados previamente, que devem ser adquiridos. • Objetivos: evitar descontinuidade de abastecimento, compatibilizar os recursos disponíveis com as necessidades, evitar desperdícios • Chave de uma boa programação: treinamento de recursos humanos para uma boa padronização de procedimentos, planejamento Programação – pontos importantes • Algumas diferenças entre o Setor publico e setor privado, hospitais públicos e privados, farmácias e drogarias • Seleção de medicamentos – definição de uma lista - atribuída a CFT, dependente da oferta de serviços. • Processo de aquisição adotado (licitação no setor publico) • Estimativa da quantidade a ser comprada – dependente de sistemas de informação (status dos estoques, perfil epidemiológico da região), custo, disponibilidade no mercado, infraestrutura, protocolos clínicos... Programação – pontos importantes • Quantidade de medicamentos a ser adquirida versus capacidade do almoxarifado • Estimativa de orçamento para o processo licitatório → reserva de verba e autorização para aquisição. • Periodicidade de compras: mensal, bimestral, trimestral, semestral, anual Programação – pontos importantes • Conhecimento do estoque → detectar a tendência futura e prever um desempenho favorável • Conhecimento da demanda → permanente, sazonal (resultado de causas naturais, econômicas, sociais e institucionais), irregular (propaganda), em desuso (a demanda do produto acaba e outro entra em seu lugar); derivada (depende do uso de outro produto) • Qualificação de fornecedores Qualificação de fornecedores • Cumprimento das especificações dos produtos; • A avaliação do atendimento aos requisitos legais (licenças e alvarás), frente à VISA local, ANVISA (AFE), Autorização Especial (AE) para distribuidoras, armazéns e transportadoras de medicamentos controlados, registro de produtos, CBPF, licença de órgãos ambientais, bombeiros, CRF/CRQ/CRO, Certificação ISO... • Avaliação da relação de clientes; • Reclamações, cumprimento de prazo de entrega • regularidade (órgãos de Justiça), PROCON • A natureza e a classificação do fabricante e do fornecedor e o seu grau de conformidade com os requisitos de BPF (instalações, higiene pessoal, limpeza, paramentação, equipamentos, utilidades, controles e uso de EPI); • sistema de gestão da qualidade e documental •... Programação – pontos importantes • para assegurar a aquisição de medicamentos com qualidade, a elaboração da programação deve estabelecer critérios de aceitação do produto como: – Da data de fabricação até a data de entrega no almoxarifado destinatário, não poderá ter transcorrido mais de 20% do prazo de validade do medicamento; – Embalagem íntegra e em perfeito estado; – Condições de armazenamento e transporte de acordo com especificações técnicas do produto (temperatura, calor, umidade, luz); – Apresentação do laudo de controle de qualidade no momento da entrega do produto no almoxarifado destinatário; – Regularidade junto à Vigilância sanitária local e federal (tanto o fornecedor como os produtos) • Estes critérios de aceitação, feitos previamente à aquisição, serão analisados no ato do recebimento também! Programação – métodos • Método de consumo histórico – Registros de movimentação de estoque, dados de demanda atendida e não atendida, inventários , informações sobre alterações sazonais – Vantagens: simples, não requer dados de morbidade e de esquemas terapêuticos – Desvantagens: em caso de precariedade de dados, períodos de desabastecimento, o consumo pode não espelhar as reai necessidades, uso irracional de medicamentos – cálculo Programação – métodos • Método de perfil epidemiológico – Dados de morbidade para os quais os medicamentos padronizados são utilizados. Considera Prevalência, incidência, medicamentos padronizados e esquemas terapêuticos – Vantagens: uso quando não se tem dados sobre consumo, útil quando ocorre padronização de um novo medicamento – Desvantagens: inexistência de dados, dados confiáveis sobre a epidemiologia da doença. – cálculo Programação – métodos • Método oferta de serviços – Não pode ser aplicado quando não existem serviços de registro para doenças nem acompanhamento de usuários – Centros especializados de atendimento de doenças crônicas; doenças de notificação compulsória; – Vantagem: não dependem de dados de consumo histórico – Desvantagem: estimativas subestimadas, dependendo do grau de cobertura do serviço. – cálculo Programação – métodos • Método consumo ajustado – Aplicável quando não existem dados de consumo, demográfico, epidemiológico. – Extrapola dados de outras localidades ou de populações semelhantes – Desvantagem: estimativa grosseira da demanda – cálculo Programação – controle de estoques • Pode ser manual ou informatizado • Reduzir estoques sem afetar o processo e sem o crescimento de custos • Posição dos estoques • Dados de demanda, consumo, percentual de cobertura, gastos efetuados, quantitativo financeiro de perdas • Controle físico e registro das operações realizadas (entradas e saídas) – saldo de estoque • Rastreabilidade e conhecimento do perfil de consumo Programação – controle de estoque • Manual – Feito mensalmente – Ficha de prateleira e ficha de controle de estoques – Confronto dos registros realizados com os estoques físicos; inconsistências devem ser checadas e sanadas – Dados da ficha de prateleira: • identificação do produto (especificações), • dados de movimentação do produto; • dados do produto (consumo mensal, estoque máximo e mínimo, ponto de reposição) Ficha de prateleira Programação – controle de estoque • Informatizado – Modernizado, ágil, reduz o tempo para buscar informações; menos vulnerável a erro, menor quantidade de “papel” – Alimentação do sistema com informações depende de treinamento continuo; acesso as equipes que desenvolvem o sistema para maior eficiência – Confronto dos registros realizados com os estoques físicos; inconsistências devem ser checadase sanadas Programação – controle de estoque Inventário Programação – controle de estoques • Inventário – Contagem física de estoques – Objetivo: verificar se a quantidade estocada coincide com a registrada em fichas de controle ou sistema informatizado; verificar divergências – “clássico”: realizado ao termino de um ano de trabalho ; quando o responsável ausentar-se de suas funções; responsável se desliga da instituição ou assume nova instituição. – Periodicidades: diária, semanal, trimestral, anual... – Exige planejamento! • Elaborar um instrumento padrão (formulário), com as especificações de todos os produtos, lote, validade, quantidades previstas, quantidades em estoque, diferenças (para mais e para menos) e percentual de erros; • Determinar o período para realização do inventário; • Designar os profissionais responsáveis para contagem; Programação – controle de estoques – como realizar o inventário? Programação – controle de estoques – como realizar o inventário? • Proceder à arrumação física dos produtos, para agilização da contagem; • Retirar da prateleira os produtos vencidos ou prestes a vencer, bem como os deteriorados e dar baixa nos estoques; • Comunicar, por escrito, aos interessados (administração e usuários) a data de início e finalização do inventário; Programação – controle de estoques – como realizar o inventário? • Atender a todos os pedidos pendentes antes do início do inventário; • Revisar as fichas de controle, somando entradas e saídas (se o controle for manual); • Realizar a contagem. Cada item deve ser contado duas vezes. A segunda contagem deve ser feita por uma equipe revisora (diferente da primeira). No caso de divergência deve ser feita uma terceira contagem; Programação – controle de estoques – como realizar o inventário? • Confrontar o estoque registrado nas fichas com o estoque físico; • Atualizar o registro dos estoques, fazendo os ajustes necessários; • Elaborar relatório e encaminhar cópias às áreas competentes. Pode-se registrar como indicador o número de itens com estoque divergente entre o estoque físico e o valor do sistema de controle de estoque; • Quando muitas diferenças são encontradas, deve-se buscar identificar suas causas e possibilidades de correção. Programação – controle de estoques • Consumo médio mensal (CMM) – Preferido – Media dos consumos mensais de cada produto num período de tempo – Formula • Media aritmética móvel – Utilizada para prever a demanda do período seguinte – A cada novo período, abandona-se o um período anterior (o primeiro da serie) no montante da contagem – Quando utilizar: quando não existirem todos os dados de consumo (demanda reprimida – não atendida, desabastecimento) Programação – controle de estoques • Estoque mínimo – Quantidade de material para suprir eventuais necessidades no sistema – Importância: evita a falta de produtos e compras emergenciais; elevações bruscas de consumo; atrasos no suprimento – Estoque mínimo ou de segurança ou estoque de reserva – Leva em conta um fator de segurança arbitrário (uma porcentagem), que garante um risco de ruptura – OBS: Serviço de saúde (posto de saúde ou hospital) e almoxarifado central da secretaria de saúde: reposição mensal – Quando o estoque mínimo e atingido, chega-se ao ponto de reposição de estoque – fórmula Programação – controle de estoques • Estoque máximo – Soma do estoque mínimo com o lote de compra – Em condições normais, o estoque oscilara entre estoque mínimo e máximo. Condição anormal: falta de recursos pode limitar o tamanho do lote de “compra” – Sofre limitações em relação ao espaço de armazenamento • Lote de compras ou de reposição – Deve conter uma quantidade de medicamentos igual a necessidade do período. Programação – controle de estoques • Prazo de abastecimento – período (TEMPO) entre a solicitação e a chegada do pedido. • Ponto de pedido – Nível de ressuprimento ou estoque de alerta – Nível de estoque que indica o momento da solicitação – Formula – Mais utilizado em farmácias e drogarias (setor privado): compras pequenas Programação – controle de estoques Gestão de estoque eficiente • Manter constantemente atualizado o custo de cada produto • Estabelecer política de cobertura de cada produto (estoque de segurança, estoque máximo, estoque mínimo) • Manter o controle para reduzir e evitar estoques de medicamento em desuso • Manter controle permanente sobre a disponibilidade do estoque, a fim de suprir as faltas rapidamente • Determinar o custo de falta de cada produto • Realizar inventários físicos periódicos para conferi-lo com os dados do controle de estoques. • Manter sistemas de informações integrados para acesso e consulta imediata da quantidade disponível de cada material em estoque. Gestão de estoque eficiente Aquisição • Aquisição nos serviços públicos de saúde – licitações – próxima aula! • Aquisição nos serviços privados Aquisição • A aquisição consiste em um conjunto de procedimentos pelos quais se efetiva a compra dos medicamentos estabelecidos na programação, com o objetivo de disponibilizá-los em quantidade, qualidade e menor custo, visando manter a regularidade e o funcionamento do sistema. Em algumas circunstancias, a aquisição é realizada por mecanismos de doação, empréstimo e permuta • A aquisição pelo mecanismo de compra é menos complexo na iniciativa privada do que no setor público e pode ser feita por meio de pesquisas de preços, contrato de fornecimento com fornecedores previamente selecionados ou por meio de normas particulares estabelecidas pela instituição para assegurar competitividade e transparência nas negociações. Aquisição na iniciativa privada • Utilização de ferramentas citadas em “programação – gestão de estoques” • Qualificação de fornecedores (indústrias e distribuidoras) Aquisição • O processo deve garantir o fornecimento de medicamentos que atendam os critérios de qualidade e prazo de entrega satisfatório a preços acessíveis, portanto, alguns requisitos básicos para a realização da compra devem ser definidos pela instituição como, por exemplo, cadastro prévio dos fornecedores, número mínimo de cotação, definição dos prazos de entrega e pagamento e conhecimento dos preços praticados no mercado. Aquisição • Neste aspecto é importante ressaltar que medicamento não pode ser considerado como um bem de consumo e sim um insumo básico de saúde essencial para o suporte às ações de atenção e cuidado com o paciente. Portanto, nas diversas etapas relacionadas à aquisição é fundamental a interlocução da assistência farmacêutica com os setores administrativo e jurídico uma vez que, além do aspecto financeiro, assegurar a qualidade do medicamento é primordial neste processo. RDC 44/2009 - Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias e dá outras providências Aquisição Somente podem ser adquiridos produtos regularizados junto à Anvisa, conforme legislação vigente. • A regularidade dos produtos consiste no registro, notificação ou cadastro, conforme a exigência determinada em legislação sanitária específica para cada categoria de produto. Obs: isenção do registro, produtos sob notificação ou cadastrados. • As farmácias e drogarias devem estabelecer, documentar e implementar critérios para garantira origem e qualidade dos produtos adquiridos. • A aquisição de produtos deve ser feita por meio de distribuidores legalmente autorizados e licenciados conforme legislação sanitária vigente. • O nome, o número do lote e o fabricante dos produtos adquiridos devem estar discriminados na nota fiscal de compra e serem conferidos no momento do recebimento. RDC 44/2009 – Recebimento O recebimento dos produtos deve ser realizado em área específica e por pessoa treinada e em conformidade com POP e com as disposições desta Resolução. Somente é permitido o recebimento de produtos que atendam aos critérios definidos para a aquisição e que tenham sido transportados conforme especificações do fabricante e condições estabelecidas na legislação sanitária específica. Recebimento – Almoxarifado hospitalar Recebimento - Drogaria RDC 44/2009 – recebimento • No momento do recebimento deverá ser verificado o bom estado de conservação, a legibilidade do número de lote e prazo de validade e a presença de mecanismo de conferência da autenticidade e origem do produto, além de observadas outras especificidades legais e regulamentares vigentes sobre rótulo e embalagem, a fim de evitar a exposição dos usuários a produtos falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou impróprios para o uso. • Caso haja suspeita de que os produtos sujeitos às normas de vigilância sanitária tenham sido falsificados, corrompidos, adulterados, alterados ou impróprios para o uso, estes devem ser imediatamente separados dos demais produtos, em ambiente seguro e diverso da área de dispensação, devendo a sua identificação indicar claramente que não se destinam ao uso ou comercialização. • No caso supracitado, o farmacêutico deve notificar imediatamente a autoridade sanitária competente, informando os dados de identificação do produto, de forma a permitir as ações sanitárias pertinentes. Armazenamento • Planejamento da área de armazenamento O tamanho da área de armazenagem deve ser dimensionado em razão da frequência das entregas, do volume e das características dos medicamentos a armazenar e do tamanho da população atendida. Além disso, a escolha do local de armazenamento precisa se basear em critérios de acessibilidade, comunicação, segurança, drenagem e serviços públicos. RDC 44/2009 – Armazenamento • Todos os produtos devem ser armazenados de forma ordenada, seguindo as especificações do fabricante e sob condições que garantam a manutenção de sua identidade, integridade, qualidade, segurança, eficácia e rastreabilidade. • O ambiente destinado ao armazenamento deve ter capacidade suficiente para assegurar o armazenamento ordenado das diversas categorias de produtos. • O ambiente deve ser mantido limpo, protegido da ação direta da luz solar, umidade e calor, de modo a preservar a identidade e integridade química, física e microbiológica, garantindo a qualidade e segurança dos mesmos. RDC 44/2009 – Armazenamento • Para aqueles produtos que exigem armazenamento em temperatura abaixo da temperatura ambiente, devem ser obedecidas as especificações declaradas na respectiva embalagem, devendo a temperatura do local ser medida e registrada diariamente. • Deve ser definida em Procedimento Operacional Padrão (POP) a metodologia de verificação da temperatura e umidade, especificando faixa de horário para medida considerando aquela na qual há maior probabilidade de se encontrar a maior temperatura e umidade do dia. • O POP deverá definir medidas a serem tomadas quando forem verificadas condições inadequadas para o armazenamento, considerando o disposto nesta Resolução. RDC 44/2009 – Armazenamento • Os produtos devem ser armazenados em gavetas, prateleiras ou suporte equivalente, afastados do piso, parede e teto, a fim de permitir sua fácil limpeza e inspeção. RDC 44/2009 – Armazenamento O estabelecimento que realizar dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial deve dispor de sistema segregado (armário resistente ou sala própria) com chave para o seu armazenamento, sob a guarda do farmacêutico, observando as demais condições estabelecidas em legislação específica (próximo slide). Portaria 344/1998 - Aprova o Regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial. As substâncias constantes das listas desta Portaria e de suas atualizações, bem como os medicamentos que as contenham, existentes nos estabelecimentos, deverão ser obrigatoriamente guardados sob chave ou outro dispositivo que ofereça segurança, em local exclusivo para este fim, sob a responsabilidade do farmacêutico ou químico responsável, quando se tratar de indústria farmoquímica. RDC 44/2009 • Os produtos violados, vencidos, sob suspeita de falsificação, corrupção, adulteração ou alteração devem ser segregados em ambiente seguro e diverso da área de dispensação e identificados quanto a sua condição e destino, de modo a evitar sua entrega ao consumo. • Esses produtos não podem ser comercializados ou utilizados e seu destino deve observar legislação específica federal, estadual ou municipal. • A inutilização e o descarte desses produtos deve obedecer às exigências de legislação específica para Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, assim como normas estaduais ou municipais complementares. • Quando o impedimento de uso for determinado por ato da autoridade de vigilância sanitária ou por iniciativa do fabricante, importador ou distribuidor, o recolhimento destes produtos deve seguir regulamentação específica. • RDC 44/2009 • O armazenamento de produtos corrosivos, inflamáveis ou explosivos deve ser justificado em Procedimento Operacional Padrão (POP), o qual deve determinar sua guarda longe de fontes de calor e de materiais que provoquem faíscas e de acordo com a legislação específica. RDC 44/2009 A política da empresa em relação aos produtos com o prazo de validade próximo ao vencimento deve estar clara a todos os funcionários e descrita no Manual de Boas Práticas Farmacêuticas do estabelecimento. RDC 44/2009 – Farmácias e Drogarias • Esses estabelecimentos têm a responsabilidade de garantir e zelar pela manutenção da qualidade e segurança dos produtos, bem como pelo uso racional de medicamentos, a fim de evitar riscos e efeitos nocivos à saúde. • As empresas responsáveis pelas etapas de produção, importação, distribuição, transporte e dispensação são solidariamente responsáveis pela qualidade e segurança dos produtos farmacêuticos objetos de suas atividades específicas. Resolução CFF 308/97 - Dispõe sobre a Assistência Farmacêutica em farmácias e drogarias • Cabe ao farmacêutico RT, responsabilizar-se pelos princípios de gestão e administração da farmácia. • Manter nas farmácias aspectos exterior e interior característico e profissional a uma unidade de saúde pública. • Manter local apropriado para armazenar produtos que requeiram condições especiais de conservação. • Elaborar manuais de procedimentos, buscando normatizar e operacionalizar o funcionamento do estabelecimento, criando padrões técnicos e sanitários de acordo com a legislação. • Estar capacitado para gerir racionalmente recursos materiais e humanos, de forma a dar garantia de qualidade aos serviços prestados pela farmácia Resolução CFF 433/2005 - Regula a atuação do farmacêutico em empresa de transporte terrestre, aéreo, ferroviário ou fluvial, de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para saúde • Permitir somente o transporte de produtos registrados e de empresas autorizadas junto ao órgão sanitáriocompetente; • Supervisionar e/ou definir a adequação da área física, instalações e procedimentos da empresa; • Assessorar a empresa no processo de regularização em órgãos profissionais e sanitários competentes; • Organizar e implantar o Manual de Boas Práticas de Transporte de Medicamentos, Produtos Farmacêuticos, Farmoquímicos e Produtos para a Saúde, de acordo com a legislação vigente; • Treinar os recursos humanos envolvidos; • Identificar e não autorizar o transporte de cargas incompatíveis no mesmo veículo, baseadas na orientação do fabricante, na legislação vigente e/ou na literatura científica dos produtos; Resolução CFF 433/2005 - Regula a atuação do farmacêutico em empresa de transporte terrestre, aéreo, ferroviário ou fluvial, de produtos farmacêuticos, farmoquímicos e produtos para saúde • Elaborar procedimentos e rotinas para: – Limpeza dos veículos e terminais dos depósitos com o propósito de garantir a higiene destes locais; – Registro e controle da temperatura e umidade – A atividade de carga e descarga dos produtos farmacêuticos e farmoquímicos, com procedimentos específicos para produtos termolábeis e/ou que exijam condições especiais de movimentação, transporte e armazenamento; – Registro de ocorrências e procedimentos para avarias, extravios e devoluções; – Desinsetização e desratização das instalações da empresa e dos veículos; – Notificação ao detentor do registro, e/ou embarcador e/ou destinatário da carga, e as autoridades sanitárias e polícias, quando for o caso, de quaisquer suspeitas de alteração, adulteração, fraude, falsificação ou roubo dos produtos que transporta, informando o número da nota fiscal, número dos lotes, quantidades dos produtos Ainda não acabou! • Resolução CFF 365/2001 - Dispõe sobre a assistência técnica farmacêutica em distribuidoras, representantes, importadoras e exportadoras de medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos. • Resolução CFF 549/2011 - Dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da gestão de produtos para a saúde • Resolução 577/2013 - Dispõe sobre a direção técnica ou responsabilidade técnica de empresas ou estabelecimentos que dispensam, comercializam, fornecem e distribuem produtos farmacêuticos, cosméticos e produtos para a saúde. • Resolução 626/2016 - atribuições do farmacêutico na logística, no transporte e acondicionamento de material biológico em suas diferentes modalidades e formas Para reflexão • Produtos simples e produtos de alta complexidade • Equipe multidisciplinar • Qualidade+seguranca+eficacia • Tempo • sazonalidade • Planejamento • Almoxarifado/armazenamento • Produtos sob demanda constante • treinamento • Controle de estoque • Conhecimento sobre o fornecedor • Conhecimento sobre o produto: temperatura, umidade, identificação, espaço dedicado e segregado • $$$ Bibliografia • http://portais.ufg.br/up/138/o/GUIA_FARMACOTERAPEUTICO- HCUFG.pdf • http://www.cff.org.br/sistemas/geral/revista/pdf/134/encarte_farm Acia_hospitalar_pb81.pdf • http://andromeda.ensp.fiocruz.br/visa/files/Volume12.pdf • http://portalses.saude.sc.gov.br/arquivos/sala_de_leitura/saude_e_ cidadania/ed_12/09_09.html • http://www.cff.org.br/pagina.php?id=144&menu=5&titulo=Resolu% C3%A7%C3%B5es+do+CFF • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/anvisa/2009/rdc0044_17 _08_2009.html • https://ares.unasus.gov.br/acervo/handle/ARES/595 • http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/svs/1998/prt0344_12_05 _1998_rep.html
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