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1 FACULDADES INTEGRADAS DE CACOAL – UNESC COORDENAÇÃO DO CURSO DE DIREITO CURSO DE DIREITO WEVERTON DE SOUZA PIRES SANTOS PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA CACOAL – RO 2016 2 WEVERTON DE SOUZA PIRES SANTOS PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA Relatório apresentado na disciplina de Processo Civil. Em cumprimento parcial às exigências do Curso de Direito, da UNESC - Faculdades Integradas de Cacoal, para obtenção de nota e conhecimento, sob orientação do Professor Jefferson da Silva Varella. CACOAL – RO 2016 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................ 4 PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA ................................................................... 5 SUMULAS ....................................................................................................... 7 JURISPRUDENCIA ......................................................................................... 7 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ 9 REFERÊNCIAS............................................................................................. 10 4 INTRODUÇÃO O princípio apresentado em tela da ampla defesa é um princípio constitucional elencado ao rol do bojo do Art. 5º Inciso LV "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". Princípio indispensável para a resolução das lides, dentro da esfera processual, administrativa e judicial, uma vez que todo tem direito a ampla defesa e contraditório, exercendo atos processuais tais como; audiências, inquirições de testemunhas, diligências, podendo deles participar, questionar, argumentar, impugnar e recorrer, nos termos e na forma legal, e tomar conhecimento do que lhe está sendo acusado, para que em tempo ágil providencie sua defesa diante do juizado. 5 PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA O princípio da ampla defesa elencado ao bojo do Art. 5º Inciso LV "aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes". Leva a crer que qualquer pessoa ofendida, utilizando-se dos meios e recursos peculiares, terá o direito de se defender em juízo, tanto em processos judiciais como administrativos. Desta forma recebe proteção constitucional estando localizada no rol do capitulo “ dos direitos e deveres individuais e coletivos”, ou seja, a ampla defesa é uma clausula pétrea. O Supremo Tribunal Federal editou a sumula vinculante nº 3, que traz em sua matéria o seguinte texto. “ Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão”. Há o que interpor se não houver a presunção de inocência do réu se o mesmo não tiver tido direito ao devido procedimento da ampla defesa, ou seja o réu tanto em processos judiciais como administrativos deve ser informado sobre todos os atos processuais tais como; audiências, inquirições de testemunhas, diligências, podendo deles participar, questionar, argumentar, impugnar e recorrer, nos termos e na forma legal, e tomar conhecimento do que lhe está sendo acusado, para que em tempo ágil providencie sua defesa diante do juizado, mesmo o ônus da prova sendo da parte que acusa ou seja quem acusa devera provar o que fala, e o acusado devera exercer seu direito de defesa e contraditório no devido tempo do processo legal. Nesta lacuna processual deve- se também observar o princípio do juiz natural Art. 5°, LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; Constituição Federal de 1988. Ou seja, ninguém poderá ser julgado se não por autoridade competente, investida em cargo público, havendo algumas exceções, que consiste para arrematar, o princípio constitucional da ampla 6 defesa assegura o direito de ver efetivamente apreciados pelo julgador os argumentos, impugnações, questionamentos e recursos apresentados pela defesa. Neste sentido, o voto do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, no Mandado de Segurança n. 24268 / MG, demostra o exercício do julgador quanto ao princípio da ampla defesa. "Não é outra a avaliação do tema no direito constitucional comparado. Apreciando o chamado 'Anspruch auf rechtliches Gehör' (pretensão à tutela jurídica) no direito alemão, assinala o 'Bundesverfassungsgericht' que essa pretensão envolve não só o direito de manifestação e o direito de informação sobre o objeto do processo, mas também o direito de ver seus argumentos contemplados pelo órgão incumbido de julgar (Cf. decisão da Corte Constitucional alemã - BVerfGE 70, 288-293; sobre o assunto, Pieroth e Schlink, Grundrechte - Staatsrecht II, Heidelberg, 1988, p. 281; Battis, Ulrich, Gusy, Christoph, Einführung in das Staatsrecht, 3a. edição, Heidelberg, 1991, p. 363-364). Daí afirmar-se, correntemente, que a pretensão à tutela jurídica, que corresponde exatamente à garantia consagrada no art. 5º, LV, da Constituição, contém os seguintes direitos: 1) direito de informação ('Recht auf information'), que obriga o órgão julgador a informar à parte contrária dos atos praticados no processo e sobre os elementos deles constantes; 2) direito de manifestação ('Recht auf Äusserung'), que assegura ao defendente a possibilidade de manifestar-se oralmente ou por escrito sobre os elementos fáticos e jurídicos constantes do processo; 3) direito de ver seus argumentos considerados ('Recht auf Berücksichtigung'), que exige do julgador capacidade, apreensão e isenção de ânimo ('Aufnahmefähigkeit un Aufnahmebereitschaft') para contemplar as razões apresentadas (Cf. Pieroth e Schlink, Grundrechte -Staatsrecht II, Heidelberg, 1988, p. 281; Battis e Gusy, Einführung in das Staatsrecht, Heidelberg, 1991, p. 363-364; Dürig/Assmann, in: Maunz-Dürig, Grundgesetz-Kommentar, Art. 103, vol IV, n. 85-99). Sobre o direito de ver os seus argumentos contemplados pelo órgão julgador ('Recht auf Berücksichtigung') que corresponde, obviamente, ao dever do juiz ou da Administração de a eles conferir atenção ('Beachtenspflicht') pode-se afirmar que envolve não só o dever de tomar conhecimento ('Kennitnisnahmepfilicht'), como também o de considerar, séria e detidamente, as razões apresentadas (Erwägungspfilicht) (Cf. Dürig/Assmann, in: Maunz-Dürig, Grundgesetz-Kommentar, Art. 103, vol. IV, n. 97). É da obrigação de considerar as razões apresentadas que deriva o dever de fundamentar as decisões (Decisão da Corte Constitucional -- BVerfGE 11, 218 (218); Cf. Dürig/Assmann, in: Maunz-Dürig, Grundgesetz-Kommentar, Art. 103, vol. IV, n. 97)." 7 SUMULAS "É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa".( SúmulaVinculante n. 14) "No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará se houver prova de prejuízo para o réu". (Súmula n. 523) "No mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público contra decisão proferida em processo penal, é obrigatória a citação do réu como litisconsorte passivo".(Súmula n. 701) "É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro". (Súmula n. 708) JURISPRUDENCIA “A ausência de intimação do advogado constituído pelo paciente para o oferecimento de contrarrazões ao recurso especial interposto importa violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. ” “Ao Estado é facultada a revogação de atos que repute ilegalmente praticados; porém, se de tais atos já decorreram efeitos concretos, seu desfazimento deve ser precedido de regular processo administrativo. Ordem de revisão de contagem de tempo de serviço, de cancelamento de quinquênios e de devolução de valores tidos por indevidamente recebidos apenas pode ser imposta ao servidor depois de submetida a questão ao devido processo 8 administrativo, em que se mostra de obrigatória observância o respeito ao princípio do contraditório e da ampla defesa. ” “A decisão ora agravada reflete a pacífica jurisprudência desta Corte a respeito do tema, que reconhece a necessidade da observância dos princípios do contraditório e da ampla defesa em procedimento de dispensa de servidor público. Esses postulados devem ser seguidos ainda que se trate de servidor contratado sob o regime celetista e mesmo que ainda se encontre em fase de estágio probatório. ” “O indeferimento motivado de pedido de prova testemunhal formulado após o término da instrução do processo administrativo não caracteriza cerceamento de defesa. ” “O art. 400 do CPP, com a redação dada pela Lei 11.719/2008, fixou o interrogatório do réu como ato derradeiro da instrução penal, prestigiando a máxima efetividade das garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa (CRFB, art. 5º, LV), dimensões elementares do devido processo legal (CRFB, art. 5º LIV) e cânones essenciais do Estado Democrático de Direito (CRFB, art. 1º, caput), por isso que a nova regra do CPP comum também deve ser observada no processo penal militar, em detrimento da norma específica prevista no art. 302 do Decreto-Lei 1.002/1969, conforme precedente firmado pelo Pleno do STF nos autos da AP 528-AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, j. em 24-3-2011, DJE 109 de 7-6-2011, impondo a observância do novo preceito modificador em relação aos processos regidos pela Lei Especial 8.038/1990, providência que se impõe seja estendida à Justiça Penal Militar, posto que ubi eadem ratio ibi idem jus.” 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Concluo que o princípio da ampla defesa é indispensável para quitação processual, pois o direito a defesa é um pressuposto constitucional e de alguns tratados internacionais que o brasil está vinculado, sem mencionar muitas jurisprudências e sumulas dos tribunais, neste contexto está vinculado ao ART. 5 da constituição federal, sendo clausula pétrea dispositivo constitucional que não pode ser alterado nem mesmo por Proposta de Emenda à Constituição (PEC), podemos observar que este princípio é um dos mais importantes dentro do processo, junto a outros que não foi mensurado no texto acima. 10 REFERÊNCIAS EMBARGOS de declaração opostos ao Acórdão 3403/2015-TCU-1ª Câmara, prolatado em face da peça denominada "pedido de reexame" interposta ao Acórdão 1.160/2015-TCU-1ª Câmara que julgou agravo ao despacho que não conheceu de recurso de reconsideração interposto contra o Acórdão 1222/2014-TCU-1ª Câmara, que rejeitou as alegações de defesa do município, concedendo-lhe novo prazo para que comprovasse o recolhimento do débito apurado nos presentes autos de tomada de contas especial. Inexistência de obscuridade, omissão ou contradição no acórdão embargado. Rejeição. Alerta de que eventuais interposições de novos expedientes com teor recursal poderão ser recebidas como novos elementos de defesa. Disponível em: < https://contas.tcu.gov.br/juris/SvlHighLight?key=41434f5244414f2d434f4d504c 45544f2d31353736333139&sort=RELEVANCIA&ordem=DESC&bases=ACOR DAO- COMPLETO;&highlight=&posicaoDocumento=0&numDocumento=1&totalDocu mentos=1>. Acesso em: 06 ago. 2016. PRINCIPIO DA AMPLA DEFESA. Disponível em: < http://www.wikilegal.wiki.br/index.php?title=Princ%C3%ADpio_da_ampla_defes a>. Acesso em: 20 ago. 2016. BREVES ANOTAÇÕES SOBRE O PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA. Disponível em: < https://jus.com.br/artigos/3166/breves-anotacoes-sobre-o- principio-da-ampla-defesa>. Acesso em: 23 ago. 2016.
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