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Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade Nacional de Direito Economia Política - 2016.1 Profª Carolina Cavalcanti AULA 1: Moedas e Bancos MOEDA ● Funções: - meio de troca: economia monetária X escambo (necessidade de confiança) (dupla coincidência de interesses) (lei da livre circulação) -Unidade de conta: capacidade de ser fracionada - Reserva de valor: conectar presente e futuro: garantir o valor à longo prazo. EM CASO DE HIPERINFLAÇÃO: todas as funções são perdidas ● Um ativo de liquidez imediata e absoluta: - facilmente transformada e bens e serviços - não há custo nas transações - durabilidade - baixo custo e baixo risco de transporte ● Agregado monetário: - somente se considera moeda manual a quantidade de recursos emitidos que não está no interior do sistema monetário, que está em poder do publico não-bancário. - LIQUIDEZ: atributo que qualquer ativo possui de conservar o valor ao longo do tempo e ser capaz de liquidar divida. - MAIOR LIQUIDEZ: deposito à vista e papel moeda em poder público. ● Características físicas da moeda: - divisível (fracionada em múltiplos e submúltiplos) - durável - difícil de falsificar - manuseável - transportável BANCOS: - Multiplicidade monetária: investimentos - caderneta de poupança: manter o valor do dinheiro - concessão de crédito bancário: criação de moeda AULA 2: Inflação INFLAÇÃO: - aumento contínuo e generalizado no nível geral dos preços, ou seja, os movimentos inflacionários são dinâmicos e não podem ser confundidos com as altas esporádicas dos preços. Devem também ser generalizados, porque a maioria dos preços deve ser sincronizada numa escala altista. CAUSAS DA INFLAÇÃO: - Demanda: excesso de demanda agregada em relação à produção de bens e serviços – dinheiro demais à procura de poucos bens. - a inflação aumenta quando a economia estiver próxima ao pleno emprego dos recursos, pois se reduz a possibilidade de expansão rápida da produção, gerando, assim, excesso de demanda que trará o aumento dos preços. DA = C + I + G + ( X - M) Demanda + consumo + investimento + gastos do governo + (exp. – imp.) Agregada - Oferta/Custos: poder de mercado das empresas (oligopólio) - o nível de demanda permanece o mesmo, mas os custos de certos insumos importantes aumentam e eles são repassados aos preços dos produtos. - Inercial: os mecanismos de indexação formal e informal provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores,que são sempre repassadas aos preços correntes - Expectativas: aumento dos preços provocados pelas expectativas dos agentes de que a inflação futura tende a crescer, e eles procuram resguardar suas margens de lucro. CONTER A INFLAÇÃO: meta de juros/inflação: política econômica na qual o principal objetivo do país que a adota é diminuir e manter a inflação em níveis baixos. CORRENTE ESTRUTURALISTA: - O problema da inflação no Brasil está na nossa economia agrária (Oligopólio – Inflação de Oferta). - Na America Latina, defendem a industrialização (Cepal) - deteriorização nos termos de troca: pressão da balança comercial. - as causas da inflação estão na pressão dos agentes do governo (impostos, tarifas publicas, etc.) CORRENTE MONETARISTA: - é possível manter a estabilidade de uma economia capitalista através de instrumentos monetários: controle do volume de moedas disponível e de outros meios de pagamento. - defendem a intervenção estatal - As causas da inflação estão no desequilíbrio do setor publico – má administração publica. PLANO REAL (1994) 1º ajuste fiscal: corte das despesas do governo e privatizações, aumento de impostos e diminuição nas transferências do governo federal 2º fundo social de emergência 3º desindexação da economia: ajuste e reajuste de preços e valores passaram a ser anualizados e obedeceriam às planilhas de custo de produção - tornou a política monetária menos onerosa 4º reforma monetária EFEITOS: - Distribuição de Renda: redução do poder aquisitivo das classes que dependem de rendimentos fixos (assalariados), pois possuem prazos legais de reajuste. - Balando de Pagamentos/Comercial: elevadas taxas de inflação, em níveis superiores aos internacionais, encarecem o produto nacional e provoca, dessa forma, estimulo às importações e desestimulo às exportações, diminuindo o saldo da balança comercial. - Investimentos Empresariais: instabilidade e imprevisibilidade de seus lucros futuros o que quebra a expectativa de investidores - Mercado de Capitais: desestimulo à aplicação de recursos no mercado de capitais. CURVA DE PHILIPS: - relação entre a taxa de emprego e a taxa de crescimento dos salários nominais. TRIPÉ ECONOMICO: - Metas de Inflação: política econômica na qual o principal objetivo do país que a adota é diminuir e manter a inflação em níveis baixos. - Câmbio Flutuante: sistema em que as operações de compra e venda de moedas funcionam sem controle sistemático do governo. - Equilíbrio fiscal AULA 3: Setor Externo Por que o comércio internacional existe? Ele é benéfico para todas as pessoal? TEORIAS CLÁSSICAS SOBRE O COMÉRCIO INTERNACIONAL ● Teoria das Vantagens Absolutas (ADAM SMITH) - A vantagem absoluta obtida por uma determinada nação, de determinado bem, resulta de uma maior produtividade, ou seja, utilizando menos quantidade de insumo para produzir esse bem enfrentando menores custos. - Não é sempre necessário que um país obtenha excedentes de comercio exterior para que as trocas comerciais internacionais sejam vantajosas, e que as trocas voluntarias entre países podem beneficiais todos os envolvidos na operação (RUPTURA COM A LÓGICA MERCANTILISTA) - Cada país deve se concentrar na produção de bens que lhe ofereçam vantagem absoluta. O excedente deve ser exportado e a receita gerada, ser utilizada para importar bens produzidos em países estrangeiros. ● Teoria das Vantagens Comparativas (DAVID RICARDO) - Reflete o custo de oportunidade relatia, ou seja, a relação entre as quantidades de um determinado bem que dois países precisam deixar de produzir para concentrar sua produção em outro bem. - as vantagens comparativas advém das diferenças de produtividade do fator trabalho para distintos bens, influenciados, também, pelo clima e pelo ambiente da nação Quant. Homem/Hora TECIDO VINHO Inglaterra 100 – melhor qualidade 120 Portugal 90 80 – melhor qualidade Critica: não leva em consideração a evolução das estruturas de oferta e demanda, bem como das relações de preços entre produtos negociados no mercado internacional Obs: Especialização da produção (Hecksher Ohlin) Critica de Cepal: a demanda de produtos secundários é mais do que proporcional ao aumento de renda - meios intercambiais TAXA DE CAMBIO Oferta Divisas Demanda Divisas Exportadores Importadores Entrada de capitais Saída de capitais Entrada de turistas Saída de turistas REGIMES CAMBIAIS ● Cambio Fixo: variação dos preços com intervenção estatal ● Cambio Flutuante: variação de acordo com a oferta e a demanda de divisas ● Bandas Cambiais: piso e teto para a moeda estrangeira anunciados publicamente ● Flutuação Suja: piso e teto para a moeda estrangeira NÃO anunciados publicamente, ou seja, não há um parâmetro, o mercado é quem determina as taxas Obs: quanto maior os preços externosmaior a quantidade ofertada Se o preço externo for maior, menor são as importações BALANÇO DE PAGAMENTOS: registro estatístico das transações 1 – Balanço Comercial (mercadorias) 2 – serviços e rendas 3 – transferências unilaterais 4 – saldo em conta corrente 5 – conta capital e financeira 6 – erros e omissões 7 – saldo de balanço de pagamentos 8 – variação das reservas VALORIZAÇÃO CAMBIAL: ocorre um aumento do poder de compra da moeda nacional. Assim, ocorre um estimulo às importações, pois o produto internacional fica, relativamente, mais barato. DESVALORIZAÇÃO CAMBIAL: consiste na perda do poder de compra da moeda nacional. Logo, a desvalorização cambial estimula as exportações, pois o produto nacional fica, relativamente, mais barato para os compradores internacionais. AULA 4: Crescimento e Desenvolvimento ● Crescimento: medida quantitativa da atividade econômica - PIB - PIB per capita - renda ● Desenvolvimento: medida qualitativa do bem-estar da população - IDH - Gini (concentração de renda)- quanto maior a barriga do gráfico, maior a concentração - índices de pobreza FONTES DE CRESCIMENTO: - força de trabalho: capital humano – maior o tempo de estudo, maior o salário - estoque de capital: tecnologia – máquinas e equipamentos - eficiência organizacional: modo colo é alocado o capital e o trabalho FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO: - poupança interna: através de impostos - poupança externa: através de investimentos e financiamentos externos TEORIAS E MODELOS: ● Adam Smith: divisão do trabalho (a riqueza vem do trabalho) e comércio internacional – o mercado é regulador das decisões econômicas – MÃO INVISIVEL: lei da oferta e da demanda desenvolve a economia sem intervensão estatal) – LIBERALISMO. ● Joseph Schumpeter: inovação e crédito ● John Keynes: demanda efetiva – parte da demanda agregada que de fato se realiza na aquisição de bens e serviços; gastos públicos. MODELOS NEOCLASSICOS DE CRESCIMENTO Estoque de capital + crescimento populacional ● Exógeno: crescimento econômico de longo-prazo. - Herrod-Domar: explicar a taxa de crescimento de uma economia em termos do nível de poupança e da produtividade do capital. Não há motivo natural para uma economia apresentar um crescimento balanceado - Solow: as fontes do crescimento econômico são a força de trabalho e as alterações tecnológicas. Permite a substituição de fatores ● Endógeno: crescimento econômico de curto-prazo, ou seja, instantâneo. - Lucas-Romer: O modelo neoclássico tradicional mostrava-se incapaz de explicar a persistência do crescimento econômico. Capital humano e os efeitos das pesquisas e desenvolvimento tecnológico. ESCOLAS DO DESENVOLVIMENTO ● Arthur Lewis: em economias subdesenvolvidas há oferta ilimitada de mão de obra remunerada abaixo no normal. ● W. W. Rostow: ● CEPAL: Centro – da dinamismo a sua economia sem restrições – e Periferia – possui restrições (financiamento e o balanço comercial) INSTITUIÇÕES E DESENVOLVIMENTO: - As instituições são a regra do jogo ● Douglas North: deve-se considerar os problemas na alocação de recursos que impedem o funcionamento dos mercados. Sua analise prioriza as instituições, em suas diversas concepções, e enfoca os direitos de propriedade que estimulam os investimentos produtivos, reduzem a incerteza futura e garantem rendimentos dos inovadores. – MACROECONOMIA. ● Ha-Joon-Chang: aperfeiçoada pelo exame crítico do discurso ortodoxo corrente sobre instituições e pelo destaque de alguns aspectos teóricos fundamentais que necessitam reflexão mais aprofundada. AULA 5: o debate sobre o desenvolvimento do Brasil PENSAMENTO ECONOMICO BRASILEIRO PÓS II GUERRA MUNDIAL - A industrialização é papel do estado - o Estado deve intervir onde o privado é insuficiente. ● Menor dependência das exportações: SUBISTITUIÇÃO DAS IMPORTAÇÕES ● JK: Plano de Metas – economia industrial Obs.: II Guerra Mundial – consequência e solução para a crise de 1929 AS PRINCIAPAIS TESES DA CEPAL: - centro X periferia: processo técnico desigual – o centro elevou a produtividade de todos os setores econômicos; a periferia, a difusão do progresso técnico era restrita ao setor exportador, não se propagando no resto do sistema produtivo. - deterioração dos meios de troca: contesta a teoria das vantagens comparativas (David Ricardo). Ao invés dos ganhos do centro serem transferidos para a periferia, ocorria o contrário; -inflação como um problema estrutural: excesso de demanda diante de uma oferta que não poderia ser aumentada a curto prazo. -planejamento e protecionismo: melhor aproveitamento dos recursos e a implantação de tarifas e subsídios para produtos importados - tendência ao desemprego: a periferia economiza na mãe de obra (que é abundante) e investe em tecnicas importadas do centro CRITICAS A CEPAL: - não analisa a natureza das relações de classe do modo de produção capitalista - falta de um estudo sobre a distribuição de renda - a corrente cepalina defende que o crescimento econômico leva, automaticamente, ao desenvolvimento da economia. CELSO FURTADO: a ideia de subdesenvolvimento estava fora do alcance explicativo das teorias de crescimento, pois os conceitos utilizados eram fruto da observação de estruturas sociais nascidas da industrialização. Usou a história como método para busca das respostas que procurava. DESENVOLVIMENTO NO BRASIL - 4 correntes teóricas: ● Choques adversos: tem por base o conjunto de estudos sobre as causas do subdesenvolvimento. Um choque adverso, por exemplo, crises no setor exportador, crises externa, guerras, etc., afeta o setor externo da economia e impõe dificuldades de importação. ● Industrialização liderada pela expansão das exportações: Afirma que a industria se desenvolveu em períodos de boom das exportações e se retardou em momentos de crise do setor exportador. ● Capitalismo tardio: ao mesmo tempo em que a economia cafeeira estimulada o crescimento industrial impunha limites a esse crescimento. ● Industrialização induzida pelo governo. QUESTIONÁRIO: 1 - Quais são as três funções básicas da moeda? Quantas e quais dessas funções são perdidas em um caso de hiperinflação? As três funções básicas da moeda são: meio de troca, reserva de valor e unidade de conta. Em caso de hiperinflação, todas as funções são perdidas. 2 - Diferencie inflação de demanda e inflação de custos. Diferencie também inflação inercial e inflação de expectativas. Inflação de Demanda: a causa é o excesso de demanda agregada em relação à produção disponível de bens e serviços. A probabilidade de inflação de demanda aumenta quando a economia estiver próxima ao pleno emprego de recursos. Inflação de Custos: associada à inflação de oferta. O nivel de demanda permanece o mesmo, mas o custo de alguns insumos importantes aumentam. Inflação inercial: causada pelos mecanismos de indexação formal e informal que provocam a perpetuação das taxas de inflação anteriores. Muitos setores simplesmente elevam os preços de bens e serviços pela inflação geral do país. Inflação das expectativas: associada aos aumentos de preços provocados pelas expectativas dos agentes de que a inflação futura tende a crescer, e eles procuram resguardar suas margens de lucro. 3 - Quais foram ostrês elementos principais do Plano Real? Ajuste fiscal, indexação completa da economia e a reforma monetária. 4 - Diga quais foram as três características principais do tripé econômico. Meta de inflação, cambio flutuante e equilíbrio fiscal 5 - No âmbito econômico, principalmente acerca das inflações, diferencie as correntes estruturalista e monetarista. Estruturalista: as causas da inflação no Brasil derivam da pressão dos agentes (o governo por meio de impostos, tarifas publicas). As ideias também estavam associadas a estrategia de industrialização da America Latina, mediante um processo de substituição das importações. Monetarista: associa a inflação brasileira ao desequilíbrio crônico do setor publico; assim, defendem uma economia de mercado com menos intervenção estatal 6 - Explique em que consiste o Princípio das Vantagens Comparativas. Proposto por David Ricardo e consiste na sugestão de que casa pais deve se especializar na produção daquela mercadoria em que é relativamente mais eficiente. A critica que pode ser feita é que ela não levava em consideração a evolução das estruturas de oferta e demanda, bem como das relações de preços entre os produtos negociados no mercado internacional. 7 - Existem dois grandes tipos de regimes cambiais. Cite-os e os diferencie. Taxa de cambio fixa: o BC fixa, antecipadamente, a taxa de cambio, e compromete-se a comprar divisas à taxa fixada; Taxa de cambio flutuante: varia de acordo com a demanda e oferta de divisas. O BC não tem o compromisso de comprar as divisas do mercado. Flutuação suja: o mercado determina a taxa, mas há intervenção do BC a fim de manter a taxa de cambio em níveis adequados sem grandes oscilações. Bandas Cambiais: flutuação somente dentre os limites fixados pelo BC. 8 - Conceitue Balanço de Pagamentos. Registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo. Registra tanto o comercio e serviços, como os movimentos de capitais. 9 - Descreva os efeitos das variações nas taxas de câmbio sobre as exportações e importações. Valorização Cambial: aumento do poder de compra da moeda nacional. Assim, ocorre um estimulo às importações, pois o produto internacional fica relativamente mais barato. Desvalorização cambiam: perda do poder de compra da moeda nacional. Estimula as exportações pois o produto nacional fica relativamente mais barato para compradores internacionais. 10 - Diferencie desenvolvimento econômico e crescimento econômico. Desenvolvimento: desenvolvimento qualitativo de um país. Seus indicadores são o IDH e o índice de Gini Crescimento: mede o crescimento quantitativo de um pais, e seus indicadores são o PIB e o PIB per capita. 11 - No caso de uma inflação de custos gerada pela grande dependência da indústria nacional por insumos importados, qual política econômica poderia ser utilizada como forma de reduzir o custo desses insumos sobre a estrutura de custos das empresas? (a) Valorização cambial (b) Desvalorização cambial (c) Aumento do imposto ad valorem (d) Criação de quotas de importação (e) Flexibilização da legislação trabalhista 12 - Quais foram as principais explicações da Cepal para o atraso das economias latino-americanas em relação aos países desenvolvidos. Divisão internacional do trabalho Deteriorização dos termos de troca Inflação como problema estrutural Planejamento e protecionismo Tendência ao desemprego e ao desequilíbrio externo Substituição das importações 13 - Explique o que consistia a teoria dos “choques adversos”. Tem por base o conjunto de estudos sobre as causas do subdesenvolvimento. Um choque adverso, por exemplo, crises no setor exportador, guerras, afetam o setor externo da economia e impõe dificuldades de importação.
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