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1 Universidade Salvador – UNIFACS GAAL - GEOMETRIA ANALÍTICA E ÁLGEBRA LINEAR Cursos de Engenharia Profa: Ilka Rebouças Freire Algebra Linear Texto 04: Combinação Linear e Subespaços Gerados Combinação Linear Dados dois ou mais vetores de um espaço vetorial, esses vetores podem ser “combinados” usando-se as duas operações de um espaço vetorial: adição e multiplicação por um escalar. O vetor resultante é chamado de uma combinação linear. Exemplo: Seja V = R 2 . O vetor ( 7, 6 ) é uma combinação linear dos vetores v 1 = ( 2, 1 ) e v2 = ( 1, 3 ), uma vez que podemos escrever ( 7, 6 ) = 3 (2, 1 ) + ( 1, 3 ) = 3v1 + v2 . De uma maneira geral temos a seguinte definição: Definição: Seja V um espaço vetorial real, v1, v2, ...,vn V e 1, 2,... ,n, R. Então o elemento v = 1v1 + 2 v2 + ...+ nvn é chamado de combinação linear de v1, v2, ...vn Exemplos e Contra Exemplos: 1. O vetor v = ( 2, 2, 3 ) é uma combinação linear dos vetores v1 = ( 1, 0, 0) e v2 = ( 0, 2, 3), uma vez que v = 2v1 + v2. 2 2. A matriz 13 21 é uma combinação linear das matrizes 10 00 , 01 00 , 00 10 , 00 01 . De fato: 13 21 = 10 00 01 00 3 00 10 2 00 01 3. O vetor ( 1, 1, 2 ) não é combinação linear de ( 1, 0, 1 ) e ( 2, 1, 1 ). Vamos verificar se existem escalares a e b tais que ( 1,1, 2) = a (1,0,1) + b ( 2, 1, 1) ( 1,1, 2) = a (1,0,1) + b ( 2, 1, 1) (1, 1, 2 ) = ( a, 0, a ) + ( 2b, b, b ) 2ba 1b 1b2a O sistema anterior é impossível! ( Substituindo b = 1 na 1 a equação obtemos a = – 1 e estes valores não satisfazem a 3 a equação) 4. Todo vetor de R2 é uma combinação linear dos vetores ( 1, 0 ) e ( 0, 1). De fato: dado um vetor qualquer do R 2 ( x, y ) = x(1,0) + y(0,1) 5. Todo vetor do R3 é uma combinação linear dos vetores (1, 0, 0), ( 0, 1, 0 ) e ( 0, 0, 1 ). De fato: (x,y,z) = x(1,0,0) + y(0,1,0) + z(0,0,1) 6. Toda matriz do M2 ( R ) é uma combinação linear das matrizes 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 , , , . De fato: 10 00 w 01 00 z 00 10 y 00 01 x wz yx 3 Espaço Gerado Consideremos v1, v2, ...,vn vetores de um determinado espaço vetorial V. Alguns vetores de V podem ser combinação linear de v1, v2, ...vn e outros não. Se nós construirmos um conjunto W consistindo de todos os vetores que podem ser dados como combinação linear de v1, v2, ...vn então W será um subespaço de V. Teorema: Seja V espaço vetorial sobre R, v1, v2, ...,vn V, 1, 2,...,n, R. e W = { v V; v = 1v1 + 2 v2 + ...+ nvn }. Então W é um subespaço vetorial chamado de subespaço gerado por v1, v2, ...,vn e denotado por W = [v1, v2, ...,vn ] e v1, v2, ...,vn são chamados de geradores de W. Pode também ser usada a seguinte notação: Sendo S = { v1, v2, ...,vn } então W = ger (S) ou W = ger { v1, v2, ...,vn } Vejamos a demonstração para o caso particular W = [v1,v2] i) Observemos inicialmente que W pois 0 = 0v1+ 0v2 = 0 W. ii) Sejam w1 e w2 W. Temos que w1 = 1v1 + 2 v2 e w2 = 1v1 + 2 v2. Então w1 + w2 = (1 + 1) v1 + (2 + 2 ) v2 W iii) Seja w W e R. Então w = ( 1v1 + 2 v2) = (1)v1 + (2 )v2 W. Observação: Se W = [v1, v2, ...,vn ] então v1, v2, ...,vn W Exemplos : 1. Consideremos o vetor do plano v = ( 1, 0 ) e W = [( 1,0)]. O espaço gerado por v é o conjunto de todas as combinações lineares do vetor ( 1,0 ) o que no plano cartesiano corresponde ao eixo OX. 2. W = [ ( 1,1) ] é o conjunto de todas as combinações lineares do vetor ( 1, 1) o que corresponde no plano à reta y = x. 3. Se v = ( xo, yo) R 2 v 0 então [ v ] = { k( xo, yo); k R } que é uma reta no plano. 4. W = [(1, 2 ), ( 1,1)]. Qualquer combinação linear de v1=( 1, 2 ) e v2 = ( 1,1 ) é um vetor do R 2 . Além disso, qualquer vetor do R 2 pode ser escrito como combinação linear de v1 e v2. Vejamos: 4 (x, y ) = a( 1, 2 ) + b( 1,1 ) x = a + b e y = 2a + b. Encontrando a e b em função de x e y obtemos : a = y –x e b = 2x – y. Assim, qualquer vetor ( x, y ) pode ser escrito como ( x, y ) = (y –x) ( 1, 2 ) + (2x –y) (1,1) Exemplos: i) (2,3) = 1.(1,2) + 1. (1,1) ii) ( 1, 4 ) = 5 ( 1, 2 ) + 6 ( 1,1 ) Podemos então concluir que W = R 2 . 5. R2 = [ ( 1, 0 ), ( 0, 1 ) ]. É fácil verificar que qualquer vetor do plano é combinação de (1, 0 ) e ( 0, 1). De fato: ( x, y ) = x(1, 0 ) + y ( 0, 1) 6. W = [ ( 1, 1, 1 ) ] é o conjunto de todas as combinações lineares do vetor ( 1, 1, 1 ) que corresponde à reta do espaço que tem a direção do vetor ( 1, 1, 1) 7. W = [(1, 0, 0 ), ( 0, 1, 0 ) ] é um subespaço do R3 que corresponde ao plano XY (x, y, 0 ) = x ( 1, 0, 0 ) + y ( 0, 1, 0 ) 8. W = [ ( 1, 1, 0), (0, 0, 1 )] corresponde ao plano determinado pelos dois vetores 9. R3 = [ ( 1, 0, 0 ), ( 0, 1, 0 ) ( 0, 0, 1 ) ]. Qualquer vetor do espaço pode ser escrito como combinação linear desses três vetores ( x, y, z ) = x (1, 0, 0 ) + y ( 0, 1, 0 ) + z ( 0, 0, 1 ) O resultado a seguir nos diz que se retirarmos ou acrescentarmos a um conjunto de geradores um elemento que pertence ao espaço gerado, o espaço gerado permanece o mesmo Teorema: Seja V espaço vetorial sobre R e v1, v2, ...vn V. Se v [v1, v2, ...vn ], então [v1, v2, ...vn , v ] = [v1, v2, ...vn ]. Exemplos: 1. [ (1, 1, 0 ) ] = [ (1, 1, 0 ), ( 2, 2, 0 ) ] 2. [ ( 1, 0 ), ( 0, 1 ) ] = [ (1, 0 ), ( 0, 1 ), ( 1, 1 ) ] 3. [(1,0), (2,1), (3,1)] = [(1,0), ( 2,1 )] 5 Exercícios: 1) Determine um conjunto de geradores para os seguintes subespaços: a) W = { ( x, y ) R2; y = x } Solução: Devemos tomar um vetor genérico de R 2 v = (x, y) e obter vetores dos quais ele é combinação linear. ( x, y ) W (x, y ) = ( x, x ) = x ( 1, 1 ) Logo, W = [ ( 1, 1 ) ] b) W = { (x, y, z ) R3; x = y + z } Solução: Devemos tomar um vetor genérico de R 3 v = (x, y, z ) e obter vetores dos quais ele é combinação linear. v = (x, y, z ) W v = ( y + z, y, z ) = ( y, y, 0 ) + ( z, 0, z ) = y(1, 1, 0 ) + z ( 1, 0, 1 ) Logo, W = [ ( 1, 1, 0 ) , ( 1, 0, 1 ) ] c) W x y z w M (R);w x z2 Solução: v x y z w W v x y z x z x x y z z x y z 0 0 0 0 0 0 0 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 Logo, W 1 0 0 1 0 1 0 0 0 0 1 1 , , 2) Encontre as equações que caracterizam os seguintes subespaços:a) W= [ (1, 0, 1 ), ( 1, 2, 1 ) ] Solução: Um elemento genérico v = ( x, y, z ) de W é combinação linear dos vetores (1, 0, 1 ) e ( 1, 2, 1 ), ou seja, ( x, y, z ) = a ( 1, 0, 1 ) + b( 1, 2, 1 ) o que nos leva ao sistema 6 a b x 2b y a b z Assim, vamos verificar que condições devemos ter para que o sistema acima tenha solução 1 1 x 0 2 y 1 1 z 1 1 x 0 2 y 0 0 z x 1 1 x 0 1 y / 2 0 0 z x Vemos que o sistema terá solução se z – x = 0 Logo, W = { (x, y, z ) R3; x = z } b) W 1 0 3 1 1 2 4 3 , Solução: x y z w W x y z w a 1 0 3 1 b 1 2 4 3 a b 2b 3a 4b a 3b , o que nos leva ao seguinte sistema: a b x 2b y 3a 4b 3 a 3b w . Escalonando o sistema obtemos: 1 1 x 0 2 y 3 4 z 1 3 w 1 1 x 0 2 y 0 1 z 3x 0 2 w x 1 1 x 0 1 y / 2 0 1 z 3x 0 2 w x 1 1 x 0 1 y / 2 0 0 z 3x y / 2 0 0 w x y O sistema terá solução se w – x – y = 0 e 2z – 6x – y = 0 Logo, W x y z w M (R);z 6x y 2 e w x y2 Referências Bibliográficas - Álgebra Linear – Alfredo Steinbruch / Paulo Winterle - Álgebra Linear – Boldrini / Costa / Figueiredo / Wetzler - Álgebra Linear – Caliolli - Álgebra Linear com Aplicações – Anton / Rorres
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