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Portfolio Unopar - Responsabiliade Social e Ambiental, Direito Empresarial e do Trabalho, Gestão de Pessoas.


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INTRODUÇÃO
A questão socioambiental tornou-se cerne dos assuntos mais relevantes na atualidade. As discussões e entendimentos apontam para um desenvolvimento que alie eficiência econômica à preservação ambiental e equilíbrio social. Discussões acerca do esgotamento dos recursos naturais tomam conta de todas as esferas da sociedade. Considerando que vem da natureza a matéria-prima para a sobrevivência humana, é iminente a adoção de medidas que equilibrem o uso destes recursos face ao fomento da economia.
A complexa relação entre as empresas e o desenvolvimento sustentável é cada vez mais objeto de estudos em busca de caminhos que viabilizem a sustentabilidade.
Deste modo, a gestão organizacional precisa atuar com responsabilidade, desenvolvendo estratégias que corroborem o adequado e consciente uso dos recursos naturais, pautando suas atividades pela legislação vigente e adotando práticas que conscientizem os colaboradores e que integrem a cultura da empresa.
As empresas, principalmente aquelas com fins lucrativos, devem e precisam assumir uma conduta de governança de conscientização eco-sustentável. Preservar o meio ambiente é, acima de tudo, prezar pela auto-sobrevivência. Organizações socialmente responsáveis são mais seguras para se investir, gozam de confiança e respeitabilidade na sociedade e contribuem para a sustentabilidade.
Este estudo de caso objetiva analisar a implantação de uma usina hidrelétrica sob o viés da responsabilidade socioambiental, do direito empresarial e do trabalho e da gestão de pessoas.
Um empreendimento deste porte e que causa grande impacto social e ambiental requer minúcias no seu planejamento e execução.
2 DESENVOLVIMENTO
2.1 HIDRELÉTRICAS NO BRASIL
O Brasil possui nas hidrelétricas sua maior fonte de energia elétrica, representando quase 75% do total de geração de energia elétrica, segundo dados do Anuário Estatístico de Energia Elétrica (EMPRESA DE PEQUISA ENERGÉTICA – EPE, 2013). Entre os anos de 2005 e 2012, 43 novas usinas hidrelétricas entraram em operação no país.
Com o intuito de atender à demanda por energia elétrica, as hidrelétricas começaram a ser construídas no Brasil no final do século XIX (FOSCHIERA; THOMAZ JÚNIOR, 2012), através de investimentos privados. Entre os anos de 1930 e 1980, o Estado passou a investir neste setor. Com a crise dos anos de 1980, o Estado, sem recursos para continuar com os investimentos, transferiu, através da implantação de políticas de privatizações, a responsabilidade do setor de energia elétrica para a iniciativa privada.
Concebidas a partir da idéia de agregar geração de energia elétrica e desenvolvimento social, as hidrelétricas despertam opiniões divergentes. De um lado os interesses econômicos e de outro os grandes afetados: os atingidos por barragens, atores principais na conta negativa desses empreendimentos.
2.2 IMPLANTAÇÃO DE UMA NOVA HIDRELÉTRICA
Embora as usinas hidrelétricas sejam propagadas pelo Estado e pela iniciativa privada como empreendimentos sinônimos de progresso e crescimento da economia, a sociedade e órgãos ligados à defesa do meio ambiente fazem muitas ressalvas quanto à construção de novas barragens; sob a alegação de que para ser construída, uma usina alaga grandes áreas, desalojando comunidades, causando impactos na biodiversidade e alterando o fluxo de rios, segundo o site do Greenpeace.
Neste contexto, a instalação de uma usina hidrelétrica movimenta um complexo conjunto de medidas e posicionamentos da organização empreendedora perante a sociedade, observadas as condutas de responsabilidade socioambiental e as normas do direito empresarial e do trabalho.
Os moradores das áreas inundadas são os maiores afetados, seja pelo deslocamento físico, pela perda ou diminuição de renda, ou ainda pela perda imaterial, como valores afetivos e memórias. A construção de um empreendimento desse porte precisa ser minuciosamente elaborada visando reparos que possam minimizar as drásticas mudanças ocasionadas a essas pessoas.
Se por um lado é notório o progresso econômico, por outro é também notório o desgaste causado ao meio ambiente. Diversas e complexas providências precisam ser planejadas e implantadas para garantir a sustentabilidade e preservar fauna e flora da região onde será instalada a barragem. 
O empreendimento objeto deste estudo assumiu perante a sociedade e o poder público o compromisso de pontuar suas atividades baseadas na responsabilidade social empresarial e observar a legislação pertinente.
2.3 HIDRELÉTRICA FOZ DO RIACHO DOCE
A Foz do Riacho Doce é a empresa detentora da concessão da Usina Hidrelétrica Foz do Riacho Doce. Foi a empresa responsável também pela implantação da hidrelétrica e é quem a administra e opera.
A Hidrelétrica Foz do Riacho Doce está instalada no Rio Doce, entre os municípios de Águas de Purificação, e o município de Lotus. Com quatro unidades geradoras, a Usina Hidrelétrica Foz do Riacho Doce tem uma potência instalada de 855 megawatts. É energia suficiente para abastecer mais de cinco milhões de lares. O eixo da barragem encontra-se nas coordenadas geográficas 27º 08’ 22,75” de latitude sul e 53º 02’ 50,59’’ de longitude oeste. A barragem da Foz do Riacho Doce tem 598 metros de extensão e 48 metros de altura e foi a primeira do Brasil a utilizar a técnica do núcleo asfáltico, comum em países da Europa e nos Estados Unidos. O asfalto propicia velocidade às obras mesmo em períodos chuvosos, já que é menos vulnerável à umidade. Também é reconhecido pelo excelente desempenho como impermeabilizante, garantindo total segurança no bloqueio da água. O vertedouro da Foz do Riacho Doce é formado por quinze comportas que escoam a água do reservatório não utilizada para geração de energia. Sua capacidade máxima de descarga se aproxima da capacidade de vazão da maior usina hidrelétrica em operação no Brasil: a Usina de Itaipu (somente 100 m3/s menor que Itaipu).
Sua instalação se deu conforme cronograma:
1984 – Após diversos estudos iniciados na década de 60 o Aproveitamento da Hidrelétrica da Foz do Riacho Doce. 
 2001– A Foz do Riacho Doce Energia vende o leilão promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL e se torna detentora a concessão da Usina. 
2002 – O IBAMA expede a Licença Prévia, com validade de dois anos. A licença prévia é emitida após aprovação de Estudos e do Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA). Estabelece condicionantes que deverão ser cumpridas pelo empreender para que a construção da Usina possa ter início. 
2004 – O IBAMA emite a Licença Ambiental de instalação, com validade de dois anos, após aprovação do Projeto Básico Ambiental (PBA), documento que detalha programas socioambientais que devem ser desenvolvidos durante a implantação da hidrelétrica. 
2006 – Licença de instalação é renovada por quatro anos. Começa a implantação do canteiro de obras. 
2010 – A primeira, segunda e terceira das quatro unidades geradoras da usina entra em operação. 
2011 – A quarta e última unidade geradora entra em operação.
2.4 RESPONSABILIDADE SOCIAL E AMBIENTAL
Nos dias atuais, a sustentabilidade tem sido pauta constante, tanto nos assuntos do Estado quanto das organizações e da sociedade de um modo geral. Promover o desenvolvimento econômico e fazer bom e consciente uso dos recursos naturais não é tarefa fácil, mas tornou-se compromisso a ser cumprido pelas empresas. Mais que obedecer regras impostas e cumprir a legislação, é necessária uma mudança de consciência e de postura.
Segundo Chiavenato, (1999, p. 121-122); Responsabilidade Social é o grau de obrigações que uma organização assume através de ações que protejam e melhorem o bem-estar da sociedade à medida que procuram atingir seus próprios interesses. 
Uma organização socialmente responsável busca melhorar a vida da comunidade onde está instalada e contribuir para a sustentabilidade. A responsabilidade social empresarial (RSE) envolve todos os stakeholders e se traduz na maneira de administrar a empresa, com governança corporativa eética social em todas as suas relações, ações e práticas.
Na contemporaneidade, esse tema tornou-se mais abrangente e inclui também a responsabilidade com o meio ambiente, dado à intima e indissociável relação do ser humano com os recursos naturais. Devido à finitude destes recursos, a sustentabilidade deve fazer parte da estratégia empresarial, através de planos e ações voltadas para a melhoria das condições de vida da comunidade onde está instalada. 
O equilíbrio do trinômio economia-sociedade-meio-ambiente é o grande desafio dos gestores de organizações públicas e privadas. Este equilíbrio evita as crises sociais e promove o desenvolvimento sustentável, definido como aquele “desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, garantindo a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro” (WWF, 2015).
No Brasil, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), assessora o Estado na definição das diretrizes que devem ser tomadas para que as empresas exerçam suas atividades em consonância com a sustentabilidade. O Estudo de Impactos Ambientais –EIA e o Relatório de Impactos Ambientais – RIMA são estudos avaliativos para licenciamento ambiental de empresas com grande potencial de poluição ou degradação. Estes dispositivos auxiliam na implantação de um projeto seguro e permite a elaboração de planos e ações que serão fundamentais para a posterior mitigação dos danos e impactos causados.
Face ao desenvolvimento proporcionado pela construção de uma hidrelétrica, os danos inevitáveis causados levam à adoção de medidas drásticas para solucioná-los. Diante da impossibilidade de evitar integralmente o impacto causado, ações preventivas devem ser adotadas. Mapear previamente o local onde será instalado o canteiro de obras e afugentar espécies (como sapos e cobras) que por instinto não abandonariam a área espontaneamente, coletar sementes, frutos e mudas para posterior plantio e replantio são medidas que preservam a biodiversidade nativa.
3.1 OS IMPACTOS E A MITIGAÇÃO
É inegável que a instalação de um empreendimento deste cause “alterações de grande porte na natureza” e “transformações radicais na sociedade” (NÓBREGA, 2011, p.129).
São aspectos de ordem social, econômica e ambiental.
Dos problemas relatados advindos da instalação da Usina Hidrelétrica Foz do Riacho Doce, constam o deslocamento de 2,4 mil famílias de treze municípios circunvizinhos devido ao alagamento de suas terras; em alguns trechos do rio a navegação está impossibilitada, interferindo diretamente na pesca, que é a principal atividade econômica da região; destruição de espécies vegetais; alteração do fluxo do rio.
Um número considerável de famílias foi desalojada de suas casas, e compulsoriamente tiveram que se deslocar, deixando para trás suas terras, casas, uma atividade econômica já estabelecida e toda uma história afetiva com a região.
O número de famílias atingidas pela inundação foi contestado pelos moradores e ocasionou a criação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). Movimentos Sociais, segundo Biruel (2016), são, na prática, “a representação da sociedade como organização, que os utiliza como instrumentos de ação num contexto histórico específico. O conflito de classe e os acordos políticos são, consequentemente, canais dos movimentos para atingir seus fins”.
Unidos em prol da retomada da rotina, os moradores se mobilizaram, organizaram reuniões, distribuíram informativos acerca da real situação e acionaram o Ministério Público local. O objetivo do Movimento dos Atingidos por Barragens é minimizar as drásticas mudanças ocorridas em função da implantação da hidrelétrica Foz do Riacho Doce. Solicitam ações voltadas para a recuperação das áreas ambientais afetadas, propiciando o aumento da população de peixes, para que possam novamente exercer a pesca.
Buscando solucionar estas questões, os gestores do empreendimento destinaram R$ 9 (nove) milhões para recuperação das áreas afetadas e firmou parceria com a Fundação Universitária do Desenvolvimento do Oeste (Fundeste), com o Instituto Goio-En e o Ministério da Agricultura e da Pesca para construção de uma estação de Piscicultura, aumentando desta forma a população de peixes. Com estas medidas, a economia local, que tem na pesca sua base, pode voltar a um reinício.
A TECNOLOGIA A SERVIÇO DO MEIO AMBIENTE
A tecnologia é grande aliada na administração de qualquer empreendimento. Abastecer a empresa com informações auxilia no gerenciamento e torna a organização ágil e dinâmica. Na gestão de uma hidrelétrica, a tecnologia exerce papel fundamental, desde os estudos iniciais para verificar a viabilização do projeto até a fase de mitigação dos impactos causados.
O avanço vertiginoso da tecnologia torna os equipamentos obsoletos em muito pouco tempo. O descarte destes equipamentos deve obedecer regras, em local apropriado, evitando o despejo de substâncias tóxicas na natureza, afetando a saúde humana e de outros seres. 
No campo ambiental, com o uso da tecnologia é possível mensurar o avanço da degradação e conhecer as áreas mais afetadas e assim, buscar métodos e processos que contribuam para novas estratégias e alternativas. Através da tecnologia empregada na previsão do tempo, por exemplo, sabe-se de antemão as catástrofes que podem advir de grandes tempestades, furacões e enchentes, possibilitando a tomada de decisões para prevenção e minimização de danos. 
A chamada tecnologia verde nasceu da crescente preocupação acerca da conservação dos recursos naturais, pregando a idéia de que é possível a criação e utilização de tecnologias que aumentem a produtividade e não agridam o meio ambiente. Pode ser conceituada como um conjunto de políticas e práticas que garantam o menor impacto ambiental possível, como a redução do consumo de energia, economia dos recursos e matéria-prima. 
Reduzir as impressões, mantendo um sistema de processamento automatizado, usar lâmpadas fluorescentes, atualizar os equipamentos de hardware evitando alto consumo de energia, investir em energia solar, descartar o lixo eletrônico em locais apropriados são ações que integram a tecnologia verde.
Estar sempre atento às inovações tecnológicas que atuam em defesa do menor consumo de recursos naturais coloca a empresa em posição favorável e certifica sua atuação socialmente responsável.
CONCLUSÃO
Pelo presente estudo foi possível conhecer a complexa implantação de uma usina hidrelétrica, com seus benefícios e dividendos. A energia elétrica é fator imprescindível para a economia do nosso país e tem nas hidrelétricas o maior produtor. 
Por necessitar de um recurso natural tão importante como a água para executar a contento sua finalidade, merece atenção especial e fiscalização rigorosa por parte das autoridades, e exige da organização empreendedora uma postura de extrema responsabilidade social e ambiental.
Quando da implantação de um grande empreendimento como esse, tornam-se obrigatórios estudos e planejamentos desde sua concepção até seu pleno funcionamento. Um considerável número de pessoas terá sua vida alterada nos aspectos social e econômico, e toda uma localidade será afetada. Espécies animais e vegetais sofrerão danos e isso precisa ser minimizado ao máximo. 
Impactos são inevitáveis neste caso. Faz-se necessário, portanto, que a empresa detentora da gestão, além de observar e cumprir a legislação vigente, exerça a governança corporativa, munindo a todos os stakeholders envolvidos de informações claras e precisas, e transmitindo aos colaboradores a latente necessidade de posturas voltadas à sustentabilidade, porque tão importante quanto a geração de energia elétrica, é a responsabilidade com o meio ambiente e as gerações futuras.

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