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Livro ITB Avaliacao Analise Impactos Ambientais

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Avaliação e Análise de 
Impactos Ambientais
José Iveraldo Guimarães
Avaliação e Análise de 
Impactos Ambientais
Natal/RN
2014
Avaliação e Análise de 
Impactos Ambientais
José Iveraldo Guimarães
Catalogação da Publicação na Fonte (CIP). 
Ficha Catalográfica elaborada por Luís Cavalcante Fonseca Júnior - CRB 15/726.
G963a Guimarães, José Iveraldo. 
Avaliação e análise de impactos ambientais / José
Iveraldo Guimarães ; edição e revisão do Instituto
Tecnológico Brasileiro (ITB). – Natal, RN : 2014.
171 p. : il.
ISBN 978-85-68100-33-2
Inclui referências
 
1. Meio ambiente. 2. Ameaças ao meio ambiente.
3. Impactos ambientais. I. Instituto Tecnológico Brasileiro.
II.Título.
RN/ITB/LCFJ CDU 504.1
presidente 
PROF. PAULO DE PAULA
diretor geral 
PROF. EDUARDO BENEVIDES
diretora acadêmica 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
diretora de produção de projeto
PROFA. JUREMA DANTAS
FICHA TÉCNICA
gestão de produção de materiais didáticos 
PROFA. LEIDEANA BACURAU
coordenação de design instrucional 
PROFA. ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
projeto gráfico 
ADAUTO HARLEY SILVA
diagramação 
MAURIFRAN GALVÃO
designer instrucional 
ITSUO MACÊDO OKASHITA
revisão de língua portuguesa 
PROFA. ANA AMÉLIA AGRA LOPES
revisão das normas da ABNT
GABRIELLY MARQUES GALVÃO COSTA
ilustração
RAFAEL EUFRÁSIO DE OLIVEIRA
“O conceito de desenvolvimento sustentável propõe 
uma nova ordem econômica e social, em nível plan-
etário, resultante de análises críticas e reflexivas das 
relações históricas entre os seres humanos e a Terra.”
(Rafael Negret)
Índice iconográfico
Diálogos
Importante
Querendo mais?
Internet
Curiosidade
Vocabulário
Você conhece?
Mídias
Atividades
O material didático do Sistema de Aprendizado itb propõe ao aluno uma linguagem objetiva, sim-
ples e interativa. Deseja “conversar” diretamente, dialogar e interagir, garantir o suporte para o es-
tudante percorrer os passos necessários a sua aprendizagem. Os ícones são disponibilizados como 
ferramentas de apoio que direcionam o foco, identificando o tipo de atividade ou material de estudo. 
Observe-os na descrição a seguir:
Curiosidade – Texto para além da aula, explorando um assunto abordado. São pitadas de conheci-
mento a mais que o professor pode proporcionar ao aluno.
Importante! – Destaque dado a uma parte do conteúdo ou a um conceito estudado, que seja con-
siderado muito relevante.
Querendo mais – Indicação de uma leitura fora do material de estudo. Vem ao final da competência, 
antes do resumo.
Vocabulário – Texto explicativo, normalmente curto, sobre novos termos que são apresentados no 
decorrer do estudo. 
Você conhece? – Foto e biografia de uma personalidade conhecida pelas suas obras relacionadas 
ao objeto de estudo.
Atividade – Resumo do conteúdo praticado na competência em forma de exercício. Pode ser apre-
sentado ao final ou ao longo do texto.
Mídias – Contém material de estudo auxiliar e sugestões de filmes, entrevistas, artigos, podcast e 
outros, podendo ser de diversas mídias: vídeo, áudio, texto, nuvem. 
Internet – Citação de conteúdo exibido na Internet: sites, blogs, redes sociais.
Diálogos – Convite para discussão de assunto pelo chat do ambiente virtual ou redes sociais.
Apresentação institucional 13
Palavra do professor autor 15
Apresentação das competências 17
Competência 01 
Contextualizar os conceitos das ciências ambientais 21
A nomenclatura usada nas ciências ambientais 21
O conceito de ambiente 22
A essência das definições de impacto ambiental 25
Diferenciar impacto ambiental de poluição 26
Efeitos do uso do mercúrio no garimpo 26
Medir a poluição 28
Definir impactos ambientais positivos 28
Classificação dos impactos ambientais 29
Grandes impactos ambientais globais e suas consequências econômicas 31
Resumo 32
Autoavaliação 32
Competência 02 
Identificar as características dos recursos naturais 37
Conceituar recursos naturais 37
Definir recursos sustentáveis e não sustentáveis 38
Aprender sobre as características básicas de um recurso natural 39
Sumário
Exemplificar recursos naturais renováveis 40
Avaliar os impactos da represa das Três Gargantas 40
Identificar impactos ambientais de represas brasileiras 41
Recursos naturais não renováveis: o petróleo e seus impactos ambientais 43
Analisar a exploração do urânio e seus impactos ambientais 44
Os impactos ambientais da utilização do urânio 45
Os impactos ambientais de Chernobyl 46
Resumo 48
Autoavaliação 48
Competência 03 
Identificar os riscos e perigos de impactos ambientais 53
Conceito de perigo e risco 53
A classificação dos riscos 55
Definição de análise de risco 55
As condições básicas para uma análise de risco 56
Caracterização dos principais setores de uma empresa 57
Descrição do sistema de refrigeração 57
Caracterização da amônia 57
Os perigos e riscos de acidentes 58
Como implementar medidas preventivas 59
Vamos conhecer um caso real? 61
Resumo 62
Autoavaliação 62
Competência 04 
Aplicar RCA, PCA, PRAD e EIA/RIMA 67
A caracterização dos instrumentos de licenciamento 67
O conceito de RCA 68
O conceito de PCA 68
O conceito do PRAD 69
O conceito de EIA e RIMA 70
Elaboração de um EIA para uma fazenda de carcinicultura 71
As particularidades da implantação de um parque eólico 72
O requerimento do licenciamento ambientalo 73
O requerimento das licenças de instalação e de operação 74
Definir o Termo de Referência (TR) 74
O desenvolvimento das etapas de elaboração do TR 74
A descrição do roteiro básico do TR 75
Resumo 76
Autoavaliação 76
Competência 05 
Diagnosticar as atividades técnicas do EIA 81
Antes de elaborar o EIA 81
A reunião de informações sobre os impactos ambientais 81
Como proceder na elaboração do EIA 82
O início da elaboração do EIA 83
As atividades básicas na elaboração do EIA 84
Os estudos de base 84
O conceito de estudos de base 85
O princípio do diagnóstico ambiental 85
O conceito de diagnóstico ambiental 86
Os meios físico, biótico e socioeconômico 86
Informações básicas sobre o Projeto 86
Caracterização das áreas de influência 87
A localização das áreas de influência do empreendimento 88
Resumo 90
Autoavaliação 90
Competência 06 
Realizar um diagnóstico ambiental do meio físico 95
O conhecimento da área de implantação do projeto 95
Caracterizar o meio físico 96
Análise das precipitações pluviométricas da área de implantação 97
Análise dos ventos da área de implantação 97
Monitoramento da erosão pelos ventos 98
Monitoramento da temperatura do ar 98
Análise da geologia da área de implantação 99
A localização dos recursos hídricos da região 100
Análise dos parâmetros ambientais 100
Acionamento de medidas preventivas 101
Resumo 102
Autoavaliação 102
Competência 07 
Realizar um diagnóstico ambiental do meio biótico 107
O diagnóstico do ecossistema nas áreas de influência 107
O diagnóstico da flora nas áreas de influência 108
O diagnóstico da fauna nas áreas de influência 110
Como capturar e identificar componentes da fauna 110
Como caracterizar os componentes da fauna terrestre 110
Um exemplo de hábito ecológico 113
O diagnóstico da fauna aquática nas áreas de influência 113
O inter-relacionamento entre as espécies das áreas de influência 114
A biocenose entre as espécies do ambiente terrestre 115
A coexistência de espécies no ecossistema 116
A classificação das espécies indicadoras de qualidade ambiental 117
Resumo 119
Autoavaliação 119
Competência 08 
Realizar um diagnóstico ambiental do meio socioeconômico 123
O diagnóstico dos aspectos históricos do município 123
O diagnósticodos aspectos culturais do município 124
O diagnóstico dos aspectos sociais do município 125
O diagnóstico dos aspectos de infraestrutura do município 127
Dados sobre o assentamento humano 127
A influência do empreendimento no meio socioeconômico 128
Resumo 129
Autoavaliação 129
Competência 09 
Realizar prognósticos dos impactos ambientais 133
As ações de planejamento, instalação e operacionalização 133
Detalhamento da fase de operacionalização 134
A identificação dos impactos ambientais 135
Comparação dos impactos ambientais identificados com outros projetos 137
Prognóstico dos impactos ambientais 137
Como determinar as previsão dos impactos ambientais 138
Os indicadores para a previsão dos impactos ambientais 138
Resumo 141
Autoavaliação 141
Competência 10 
Avaliar impactos ambientais 145
A legislação ambiental e suas aplicações 145
Os métodos de avaliação de impactos ambientais 147
O método do checklist para a AIA 150
A análise dos resultados 151
Uma breve análise integrada dos impactos 154
A equipe de elaboração do EIA 155
Caracterização das medidas mitigadoras 155
A eficácia das medidas mitigadoras 156
Aplicação de um plano de medidas mitigadoras 157
Outras fontes emissoras de nitrogênio 159
O conceito de educação ambiental 159
A educação ambiental como medida preventiva dos impactos ambientais 160
A implementação de um programa de monitoramento 161
A elaboração das conclusões 161
Resumo 163
Autoavaliação 163
Referências 165
Conheça o autor 171
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Apresentação institucional
O Instituto Tecnológico Brasileiro (itb) foi construído a partir do sonho de educadores e 
empreendedores reconhecidos no cenário educacional pelas suas contribuições no desen-
volvimento econômico e social dos Estados em que atuaram, em prol de uma educação de 
qualidade nos níveis básico e superior, nas modalidades presencial e a distância.
Esta experiência volta-se para a educação profissional, sensível ao cenário de desen-
volvimento econômico nacional, que necessita de pessoas devidamente qualificadas para 
ocuparem vagas de trabalho e garantirem suporte ao contínuo crescimento do setor pro-
dutivo da nação.
O Sistema itb de Aprendizado Profissional privilegia o desenvolvimento do estudante a 
partir de competências profissionais requeridas pelo mundo do trabalho. Está direcionado 
a você, interessado na construção de uma formação técnica que lhe proporcione rapida-
mente concorrer aos crescentes postos de trabalho.
No Sistema itb de Aprendizado Profissional o estudante encontra uma linguagem clara 
e objetiva, presente no livro didático, nos slides de aula, no Ambiente Virtual de Aprendiza-
gem e nas videoaulas. Neste material didático, um verdadeiro diálogo estimula a leitura, o 
projeto gráfico permite um estudo com leveza e a iconografia utilizada lembra as modernas 
comunicações das redes sociais, tão acessadas nos dias atuais.
O itb pretende estar com você neste novo percurso de qualificação profissional, con-
tribuindo decisivamente para a ampliação de sua empregabilidade. Por fim, navegue no 
Sistema itb: um estudo prazeroso, prático, interativo e eficiente o conduzirá a um posicio-
namento profissional diferenciado, permitindo-lhe uma atuação cidadã que contribua para 
o seu desenvolvimento pessoal e do seu país.
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Prezado estudante, antes de começar nosso livro preciso lhe falar sobre o papel fun-
damental que você terá no processo de melhoramento das nossas relações com o meio 
ambiente no qual vivemos, através da aplicação de técnicas e metodologias que juntos 
desenvolveremos. 
Certo dia, assisti uma reportagem, que tratava sobre um protesto dos índios mundu-
rukus e kayabis contra o projeto governamental de instalar 16 usinas hidrelétricas na bacia 
do rio Tapajós, no Pará. Posto que as águas invadiriam suas terras, eles exigiam um maior 
detalhamento sobre a avaliação dos impactos ambientais consequentes da implantação 
daqueles empreendimentos. Uma enorme coincidência, pois naquele momento eu escre-
via sobre o assunto, que é o tema de nossos estudos, com o qual eu, você e toda a huma-
nidade estamos vitalmente tão envolvidos: as intervenções sobre o meio ambiente.
Cada uma dessas intervenções obriga-nos a avaliar e analisar seu potencial impactante 
para que se determine sua viabilidade ou se encontrem medidas mitigadoras para seus im-
pactos, caminhos que nós dois seguiremos ao longo deste estudo, colhendo, absorvendo 
e aplicando conceitos e métodos.
O Brasil se esforça para desenvolver-se e conviver harmonicamente com os seus ecos-
sistemas, mas esse esforço é insuficiente, pois ainda faltam técnicos em meio ambiente 
que orientem e embasem esse desenvolvimento sustentável. E é justamente aí que você 
poderá contribuir. O país precisa de você! Ele precisa avidamente de técnicos que saibam 
como elaborar estudos ambientais ou avaliar e analisar os impactos causados pela insta-
lação dos empreendimentos. 
Não importa se você estará atuando nas empresas empreendedoras ou nas empre-
Palavra do professor autor
sas de consultorias elaborando os estudos ambientais, ou nos órgãos responsáveis 
pela avaliação e análise desses estudos. Importa que você adquira a capacidade de 
fazê-lo. E ao fazer essa leitura, você começa a se credenciar para ser o técnico tão 
necessário, tão requerido. 
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Apresentação das competências
O estudo de Avaliação e Análise de Impactos Ambientais foi estruturado numa sequência 
de dez competências, as quais serão brevemente resenhadas nesta apresentação. Essas 
competências tornarão você capaz de aplicar as ferramentas normativas para proceder a 
análise e avaliação dos impactos ambientais. 
Na competência 1, você vai contextualizar os conceitos das ciências ambientais, com-
preendendo que a nomenclatura utilizada para as ciências ambientais não é similar a de 
qualquer outra ciência, a exemplo da física ou anatomia; e a caracterizar os meios físico, 
biológico (biótico) e socioeconômico, também nominado de antrópico. Aprenderá a definir 
impacto ambiental, diferenciá-lo de poluição e a conceituar e classificar impactos ambien-
tais negativos e positivos.
Na competência 2, você irá identificar as características dos recursos naturais através 
da definição de recursos renováveis e não-renováveis, tomando como exemplos a constru-
ção de usinas hidrelétricas e a exploração do petróleo e do urânio. 
Na competência 3 você irá identificar os Riscos e Perigos de Impactos Ambientais, dife-
renciar os conceitos de risco e perigo; classificar e caracterizar o risco ambiental utilizando 
a usina atômica e seus rejeitos como exemplos. E fará, através de um exercício prático, 
uma análise de risco numa empresa de beneficiamento de pescado que utiliza refrigeração 
por amônia. 
Aplicar o RCA, PCA, PRAD e EIA/RIMA será trabalhado na competência 4, onde você verá 
que o licenciamento ambiental é um importante instrumento mediante o qual, o Poder Pú-
blico procura controlar as atividades que degradam o meio ambiente; e que este controle 
é feito através da avaliação desses impactos ambientais apoiada por estudos técnicos e 
científicos, tais como EIA/RIMA, RCA, PCA, PRAD e EIA/RIMA. Aprenderá ainda sobre a ela-
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boração dos termos de referência. 
Na competência 5, você irá diagnosticar as atividades técnicas do EIA, assimcomo as 
funções dos estudos de base, da identificação, previsão e posterior avaliação dos impactos 
ambientais; a conceituar o diagnóstico ambiental e os ambientes nos quais ele será reali-
zado: meio físico, meio biótico e meio socioeconômico; e também como serão delimitadas 
as áreas de influência do empreendimento.
Na competência 6, iremos realizar um diagnóstico ambiental do meio físico. 
Realizar um Diagnóstico Ambiental do Meio Biótico será o assunto trabalhado na com-
petência 7. 
Na competência 8, você se tornará apto a realizar um Diagnóstico Ambiental do Meio 
Socioeconômico. Aprenderá a utilizar as atividades técnicas necessárias para a elabora-
ção de diagnóstico e caracterização ambiental das áreas de influência do empreendimento.
Na competência 9, será capaz de realizar Prognósticos dos Impactos Ambientais. 
Você aprenderá sobre as ações das atividades de planejamento, instalação e operaciona-
lização do empreendimento, assim como a identificar seus prováveis impactos ambientais; 
a fazer prognósticos deles, e a utilizar os indicadores ambientais para essas previsões.
E, para finalizar, na competência 10, você irá avaliar impactos ambientais. Conhecerá 
a legislação ambiental referente aos requerimentos de licenciamento de obras e empreen-
dimentos; aprenderá sobre os atributos e parâmetros utilizados na Avaliação de Impacto 
Ambiental (AIA); e a aplicar o método checklist/matrizes, com a análise dos seus resulta-
dos e com as medidas mitigadoras aprenderá também, a utilizar a educação ambiental 
como medida preventiva contra os impactos ambientais.
Ao final de nosso estudo foram incluídas referências bibliográficas e recursos, os quais 
vão lhe permitir localizar fontes de informações técnicas para poder melhorar ainda mais, 
sua prática profissional.
E, portanto, aí estão apresentadas as competências que lhe darão a capacidade de 
arregimentar os conhecimentos necessários para trabalhar numa AIA. E eu lhe prometo 
que esse nosso compromisso será uma aprazível e proveitosa convivência ao longo de 
nosso estudo.
Competência
01
Contextualizar os conceitos
das ciências ambientais
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Como poderíamos diminuir ou até mesmo evitar os impactos ambientais que pro-
movemos ao meio ambiente com os nossos projetos de produção, se não estudarmos 
as suas causas, se não avaliarmos aqueles impactos que já demos origem, e que tanto 
feriram os mais delicados ecossistemas? Quer saber quem feriu quem? Está bem, vamos 
então abrir um breve parêntese no nosso tema da vez.
Eu vou lhe contar uma dessas histórias sobre impacto ambiental, a qual tem como 
exemplo a exploração da bauxita na região norte do Brasil. Bauxita?
Ela é um mineral do qual se extrai o alumínio, uma mistura de óxidos do próprio alu-
mínio, mas também de ferro, titânio, dentre outros. Ao final do processo da separação do 
alumínio sobra uma lama vermelha, um resíduo insolúvel. 
Em Oriximiná, no Estado do Pará, esse rejeito foi descartado durante mais de uma 
década no fundo do lago Batata, às margens do rio Trombetas e o lago morreu. Quanto 
mais o rejeito mortal da bauxita se acumulava em seu leito, mais se alterava a dispo-
nibilidade dos nutrientes no lago; e mais se reduzia a densidade de seu plâncton e de 
sua fauna aquática; ninguém monitorara as condições ambientais do lago e os peixes 
morreram por conta da deterioração daquelas condições, e centenas de famílias ficaram 
sem o sustento.
Essa história triste do lago Batata será retomada na competência, quando exemplifi-
carmos os indicadores ambientais.
A nomenclatura usada nas ciências ambientais
Você já notou que as palavras utilizadas por vários ramos da ciência possuem um signi-
ficado tão próprio que não permitem qualquer outra interpretação que não seja aquela em 
que ela se aprisiona? Quer um exemplo? Vamos tirar da biologia o termo embriogênese. 
Não tem jeito, ela significa o que exibe, ou seja, origem (gênese) do embrião (embrio). E se 
tirarmos da geologia o termo geocronologia? Novamente a palavra apenas com sua grafia 
já traduz o seu significado: estudo da idade da Terra (rochas), isto é, geo (terra), cron(o) 
tempo e logia (estudo). Se quiser, você pode até tentar procurar palavras nas diferentes 
ciências para constatar essa verdade. Mas, voltemos ao nosso caso.
Contextualizar os conceitos 
das ciências ambientais
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Você vai observar agora que não encontramos essa terminologia tão própria para apli-
car nesses nossos estudos porque não construímos, não inventamos palavras específicas 
para uso próprio das ciências ambientais. A razão é que simplesmente tomamos empres-
tadas as palavras que já estavam prontas nas prateleiras da nossa linguagem cotidiana. 
Palavras e locuções como avaliação, impacto, ambiente, poluição, degradação ambiental, 
diagnóstico ambiental, desenvolvimento sustentável.
Diante dessa realidade eu lhe pergunto: se, diferentemente dos termos utilizados por 
outras ciências, os nossos vocábulos ampliam possibilidades para interpretações de signi-
ficados, o que fazer então? É isso mesmo o que você pensou: temos que dar um entendi-
mento muito claro, sem qualquer equívoco, a cada vocábulo ou expressão que utilizarmos 
nos nossos estudos. E essa resolução que nós acabamos de tomar tem o objetivo de cravar 
um alicerce maciço para a nomenclatura que utilizaremos.
O conceito de ambiente
É evidente que vamos definir impacto ambiental, pois a avaliação desses impactos é 
a razão de nossos estudos, mas seria um tanto difícil fazê-lo sem antes conceituarmos o 
próprio ambiente. E o próprio ambiente também não é uma entidade fácil de conceituar. 
Está duvidando? Então, OK, me dê uma definição de meio ambiente. Eu lhe dou alguns 
minutos para você elaborá-la.
Seus minutos já se passaram. Eu sei que você pensou em uma definição para ambiente 
e provavelmente constatou que esse conceito pode ser mais abrangente do que suspeita-
va; que pode ter diferentes perspectivas e até percebeu que ele também pode se adequar 
de acordo com a necessidade dos interessados. 
Adotaremos a definição de ambiente como o meio do qual retiramos os recursos 
naturais essenciais à sobrevivência e necessários para nosso desenvolvimento; 
e ainda como o meio de vida que mantém as funções ecológicas das quais de-
pende a própria vida.
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Definição de ambiente de acordo com a Lei nº 6.938/1981: conjunto 
de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas. 
(BRASIL, 1981).
Curiosidade
Você notou que nessa conceituação foram contemplados os meios físicos (recursos 
naturais); antrópico (desenvolvimento humano); e biológico (funções ecológicas)?
Estou chamando sua atenção para este fato porque os meios referidos são tópicos im-
prescindíveis quando se elabora um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) para a implantação 
de empreendimentos. São tão importantes esses meios para nossos estudos que devemos 
apresentá-los já, agora, mesmo que brevemente, mas iremos conhecê-los melhor um pou-
co mais adiante. 
O meio físico vai exigir estudos da área de influência do empreendimento 
sobre a climatologia, geologia, geomorfologia, pedologia e recursos hídri-
cos; o meio biológico solicitará a caracterização da fauna e flora terrestre 
e aquática; e o meio antrópico irá requerer estudos que contemplem os 
aspectos socioeconômicos, históricos, culturais e arqueológicos.Importante
O ambientalista francês Godard (1980) diz que não se define ambiente apenas como 
um meio a defender, a proteger, ou mesmo a conservar intacto, mas também como poten-
cial de recursos que permite renovar as formas materiais e sociais do desenvolvimento.
Neste momento estou me perguntando se você precisou complementar sua definição 
de ambiente com essas novas informações que compartilhei. De qualquer modo, você 
pode acrescentar ainda ao seu conhecimento o conceito de ambiente, contido na legisla-
ção brasileira consultando a Lei nº 6.938 de 31 de agosto de 1981, art. 3º, inciso “L”.
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Faça uma pesquisa e escreva seus resultados sobre as conceituações de 
ambiente contidas nas legislações de dois outros países e as relacionem 
com a definição da Lei nº 6.938/81 e com outras elaboradas por profis-
sionais de gestão ambiental e exponha sua consulta no fórum.
Atividade 01
Fico aqui imaginando até que profundidade você escavaria para extrair mais infor-
mações contidas nessas conceituações. Quais questionamentos você faria para ir mais 
fundo ainda? Por exemplo, explorar recursos naturais sempre será positivo para o nosso 
desenvolvimento? Certamente você responderia: nem sempre. E estaria com a razão.
Retirar o sal de salinas solares a partir das renováveis águas do mar, claro que seria, 
pois não se esgota a fonte natural e o sal é matéria prima de centenas de produtos pro-
duzidos por nossas indústrias. Porém, a extração intensiva de madeira das florestas de 
caatinga no nordeste brasileiro, amplia as áreas de desertificação penalizando as popula-
ções locais e comprometendo a existência da vida. Neste caso, a exploração do recurso é 
contra o desenvolvimento sustentável.
Figura 1 – Salina solar em Macau/RN
Fonte: Gurgel (2013).
Como nós constatamos, o conceito de ambiente se apresenta com muita abrangência, 
contemplando os meios físico, biótico e antrópico (ou socioeconômico). Para sintetizar to-
dos esses significados do ambiente, e facilitar nossa compreensão sobre esse conceito, eu 
o apresento a você de forma esquemática. Seria muito produtivo para seu aprendizado se 
você estudasse esse esquema detalhadamente. Observe com atenção as inter-relações 
existentes entre a natureza e a sociedade humana.
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Figura 2 – Abrangência do conceito de ambiente
 Fonte: adaptado de Sánchez (2013).
Outros conceitos também são necessários para uma melhor compreensão da disciplina 
tais como: aspectos ambientais, poluição, degradação ambiental, diagnóstico ambiental, 
dentre outros, mas estes serão discutidos com o desenvolvimento de nossos estudos. No 
entanto, e gostaria que você concordasse comigo, a conceituação de impacto ambiental 
deverá, assim como o conceito de ambiente, ser também debatida de imediato para funda-
mentar mais ainda o entendimento da avaliação de impactos ambientais.
A essência das definições de impacto ambiental
As inúmeras definições de impacto ambiental, apesar de distintas na elaboração, são 
essencialmente concordantes nos seus fundamentos. Eu vou lhe dar dois exemplos para 
comentarmos depois.
A ambientalista espanhola Maria Teresa Bolea (1984), em seu livro Evaluación de Im-
pacto Ambiental, define o impacto ambiental a ser causado pela implantação de um empre-
endimento, como sendo a diferença entre a situação do meio ambiente (natural e social) 
futuro, modificado pela realização de um projeto, e a situação do meio ambiente futuro, 
tal como teria evoluído sem o projeto; enquanto que Iara Verocai Moreira (1992), em seu 
Vocabulário Básico de Meio Ambiente, definiu impacto ambiental como qualquer alteração 
no meio ambiente em um ou mais de seus componentes provocada por uma ação humana.
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Você encontrou a essência comum nas conceituações de impacto ambiental das 
técnicas Iara e Teresa? Parabéns se concluiu que a essência comum entre as defini-
ções é a lógica da ação e reação: em resposta à ação humana o meio ambiente reage 
com uma mudança.
Diferenciar impacto ambiental de poluição
Citarei alguns eventos de impacto ambiental, mas ao mesmo tempo gostaria que você 
também listasse outros impactos. Este exercício é muito importante para conseguirmos fa-
zer a distinção entre impacto ambiental e poluição, pois esses dois parâmetros costumam 
ser confundidos. Mas, antes de continuarmos vamos relembrar o conceito de impacto am-
biental e em seguida definir poluição.
O impacto ambiental consiste na alteração da qualidade ambiental que resulta na mo-
dificação de processos naturais ou sociais provocada por ação humana; e poluição é a 
introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria e energia que possa afetar 
negativamente o homem ou outros organismos, como bem resumiu Sánchez (2013). Com 
esses dois conceitos em mente nós vamos trabalhar com fatos acontecidos.
Efeitos do uso do mercúrio no garimpo
Você conhece o seriado Serra Pelada exibido por uma emissora brasileira de rede aber-
ta? Pois bem, nos bastidores da extração do ouro desenrolavam-se as cenas de um crime e 
isso não passou no seriado. O mercúrio utilizado no garimpo para a separação das partícu-
las de ouro através da amalgamação é removido por aquecimento em pleno meio ambien-
te como mostra o flagrante da imagem. E acaba contaminando a atmosfera, os solos, os 
recursos hídricos, e por fim as pessoas, direta (inalação) ou indiretamente (pelo consumo 
de pescado e outras vias), alterando a atividade celular.
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Amálgama é uma liga metálica formada pela reação do mercúrio com ou-
tro metal, no nosso caso, o ouro. Depois de amalgamado com o ouro, o 
mercúrio é removido por aquecimento (normalmente no próprio local de 
garimpagem). Este procedimento gera grave exposição de vapor de mercú-
rio na atmosfera, que pode se dispersar por grandes distâncias e contami-
na solos e águas.
Curiosidade
Figura 3 – Separação do ouro através da amalgamação com mercúrio
 Fonte: <http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2013/304/imagens/emnomedoouro02b.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Agora vamos analisar esse acontecimento e descobrir quem é quem nessa história. O 
mercúrio (matéria lançada) liberado no garimpo contaminou o ar, o solo, as águas e ainda 
afetou negativamente o Homem (para padronizar o texto os seres humanos terão a de-
nominação de Homem neste nosso livro) e outros organismos criando uma condição que 
definimos como poluição. Essa poluição causou uma alteração na qualidade ambiental, 
pois modificou os processos naturais daquele meio ambiente, e desta maneira originou um 
impacto ambiental, o qual resultou de uma atividade humana.
Apenas para consolidar nossos conhecimentos, toda poluição (sempre de conotação 
negativa) é originada pela emissão de poluentes e causa impacto ambiental. Porém, nem 
todo impacto ambiental é causado por substâncias poluentes, como é o caso da constru-
ção de uma ponte. A ponte em si não é um impacto ambiental, mas sua construção causa 
os impactos consequentes da intervenção humana.
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A ISO 14001 é uma norma internacionalmente reconhecida que define o 
que deve ser feito para estabelecer um sistema de gestão ambiental efe-
tivo. A norma foi estabelecida com o objetivo de criar o equilíbrio entre a 
manutenção da rentabilidade e a redução doimpacto ambiental. Busque 
mais informações no site <http://www.bsibrasil.com.br/>.
Internet
Medir a poluição
Em competências posteriores nós vamos nos referir mais ainda à poluição, mas é im-
portante que neste momento deixemos evidente que para ela podem ser estabelecidos 
padrões ambientais; podem ser determinados os valores limites de concentrações de 
substâncias químicas e energia no ambiente. Por exemplo, a concentração máxima de 
mercúrio presente em águas doces, permitida pela Resolução CONAMA 357/2005, é de 
0,0002 mg/L Hg; a de nitrito, 1,0 mg/L; a de chumbo, 0,01 mg/L; a de cromo, 0,05 mg/L; 
a de urânio, 0,02 mg/L.
Do mesmo modo procede-se para muitos outros parâmetros diluídos nas águas, solos 
e atmosfera.
Definir impactos ambientais positivos
Aprendemos que a poluição sempre causa um impacto negativo ao ambiente. Mas com 
relação aos impactos ambientais, você também diria que eles só ocorrem de maneira ne-
gativa? Eu sei que não, e posso lhe afirmar que há possibilidade de ocorrerem impactos 
ambientais positivos. Quer um tempo para pesquisar exemplos de implantação de empre-
endimentos com impactos positivos? 
Enquanto você faz a pesquisa eu vou mostrar uma interessante definição de impacto 
ambiental que está inclusa na NBR ISO 14001 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 
TÉCNICAS, 2004, p.2) e que a ela não fizemos referência: “qualquer modificação do meio 
ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos 
ou serviços de uma organização”.
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Você vai perceber que a definição inclui um fator inexistente nos conceitos que já estu-
damos, pois diz que impacto ambiental é qualquer modificação do meio ambiente, adversa 
ou benéfica... Ou seja, dependendo da mudança ocorrida o impacto poderá ser positivo 
ou negativo. 
Se, por exemplo, uma indústria de refrigerantes despeja clandestinamente num deter-
minado rio um remanescente de ácido fosfórico de seu estoque e causa a mortandade 
dos peixes, ela criou um impacto negativo. No entanto, se uma empresa de aquicultura 
lança num estuário seu efluente constituído essencialmente de fitoplâncton e este, amplia 
a base da cadeia alimentar melhorando a qualidade ambiental daquele ecossistema, ela 
criou um impacto positivo.
Mas, lembre-se que comumente os projetos sempre alterarão o meio ambiente com 
impactos negativos ou positivos, ou com impactos negativos e positivos.
Concluiu sua pesquisa sobre impactos positivos?
Pesquise sobre as concentrações máximas dos parâmetros inorgânicos 
e orgânicos permitidas pela Resolução CONAMA Nº 357/2005 em águas 
doces Classes 1 e 3. Comente sua pesquisa no fórum.
Atividade 02
Classificação dos impactos ambientais
Os impactos ambientais assumem diferentes graus de influência, e os técnicos das 
ciências ambientais buscam classificá-los com o objetivo de facilitar os seus estudos de 
identificação e análises desses impactos.
Sobre este assunto, você verá que a Resolução CONAMA nº 001/86, em seu art. 6º, 
inciso II, já faz uma básica classificação quando determina que dentre outras atividades 
técnicas, um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) deverá desenvolver a análise dos impac-
tos ambientais do projeto e de suas alternativas “[...] discriminando os impactos positivos 
e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazo, 
temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e 
sinérgicas [...].” (BRASIL, 1986, extraído da internet).
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A Resolução CONAMA nº 001/86 foi instituída considerando a necessida-
de de se estabelecerem as definições, as responsabilidades, os critérios 
básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de 
Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do 
Meio Ambiente.
Importante
Recentemente coordenei uma equipe na elaboração de um estudo de impacto ambien-
tal (EIA) para a instalação de uma planta de aquicultura e consideramos a seguinte classifi-
cação dos impactos na região do empreendimento, de acordo com o método da matriz em 
checklist detalhada no quadro 1. Ele se fundamenta na utilização de seis características 
que chamamos de atributos: caráter, ordem, magnitude, duração, escala e reversibilidade; 
e quinze parâmetros. Mais adiante, quando estudarmos a avaliação dos impactos ambien-
tais, trabalharemos na sua aplicabilidade e no significado de cada atributo e parâmetro da 
classificação que utilizamos.
Atributos
Caráter
Ordem
Magnitude
Duração
Escala
Reversibilidade
Parâmetros
Positivo (+)
Negativo (-)
Indefinido (±)
Direto (D)
Indireto (I)
Fraco (1)
Moderado (2)
Forte (3)
Curta (C) 
Média(M) 
Longa(E) 
Local(L) 
Regional(R).
Reversível ( ↑ ) 
Irreversível ( ↓ ) 
Quadro 1 – Classificação dos impactos o método da matriz em checklist de avaliação de impactos ambientais
Fonte: autoria própria (2014).
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Grandes impactos ambientais globais e suas 
consequências econômicas
Os cenários que vou lhe mostrar agora não são os mais agradáveis. No entanto, dificil-
mente poderíamos discutir sobre impactos ambientais sem que eles estivessem presen-
tes. Mas os fatos estão aí e fomos nós quem os criamos.
• Em 10 de julho de 1976, em Seveso, na Itália, na usina química Icmesa ocorreu um 
vazamento de tetraclorodibenzodioxina que intoxicou 190 pessoas. Os danos foram es-
timados em US$ 150 milhões. (CRUMP, 1993).
• Em 16 de março de 1978, na costa da Bretanha, França, do petroleiro Amoco-Cadiz va-
zaram 223 mil toneladas de petróleo que matou 30.000 aves e milhares de toneladas 
de peixes e outros frutos do mar. Os danos resultaram em uma indenização de US$ 85 
milhões (CRUMP, 1993).
• Em 24 de março de 1989, no Alasca, USA, do petroleiro Exxon-Valdez vazaram 40 mil to-
neladas de petróleo. Os danos pela poluição de 1000 quilômetros de costa resultaram 
numa indenização de US$ 2 bilhões (CRUMP, 1993).
• Em 20 de abril de 2010, no Golfo do México, USA, uma plataforma de Petróleo ex-
plodiu devido a um vazamento de gás. Morreram 11 trabalhadores e causou danos 
à fauna, flora, pesca e turismo. A empresa pagou US$ 8,2 bilhões em compensação 
a indivíduos e empresas, e 1,4 bilhão a órgãos governamentais. Fonte: <http://www.
bp.com/en/global/corporate/gulf-of-mexico-restoration/deepwater-horizon-accident-
-andresponse.html>. 
Para ampliar seus conhecimentos sobre os assuntos que compartilhamos 
sugiro que você leia o livro do Professor Luiz Antônio Abdala de Moura “Qua-
lidade e Gestão Ambiental”, o qual apresenta conceitos básicos das ciências 
ambientais e indica mais de cem sites contendo farto material sobre as-
suntos correlacionados; e, com relação aos impactos ambientais, o livro de 
Cristina Lúcia Sisinno e Rosália Maria Oliveira “Resíduos Sólidos, ambiente 
e saúde: uma visão multidisciplinar”. Nele você vai encontrar informações 
sobre o impacto ambiental causado com tratamento inadequado dos resídu-
Mídias
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Resumo
Agora você já é capaz de contextualizar os conceitos das ciências ambientais, utilizados nas 
ciências ambientais. Espero que sua curiosidade tenha sido instigada com relação às consequ-
ências da exploração dos recursos naturais e o nosso papel nessas intervenções. Aprendeu a 
definir impacto ambiental e fazer sua distinção de poluição,pois é muito comum que se confun-
dam esses dois conceitos, e teve um aprendizado forte sobre impacto ambiental, com o exem-
plo do mercúrio como agente poluidor e impactante ambiental. E ao final também aprendeu a 
classificar os impactos ambientais de acordo com a Resolução CONAMA nº 001/86.
Autoavaliação
1. A definição: “meio do qual retiramos os recursos naturais essenciais à sobrevivência e 
necessários para nosso desenvolvimento” refere-se a:
a) Função biológica; 
b) Desenvolvimento sustentável; 
c) Ambiente;
d) Função imunológica.
2. Assinale com P (impacto positivo) ou N (impacto negativo) nos parênteses à direita, se 
os empreendimentos relacionados causarão impactos positivos ou negativos com sua 
operacionalização.
( ) Beneficiamento de bauxita (minério do alumínio); 
( ) Estação de tratamento de esgoto;
( ) Garimpo;
os sólidos, além de um histórico sobre o tema. 
Como fizemos uma conceituação distinguindo impacto ambiental e poluição, 
achei por bem lhe indicar também a leitura do livro de Eloisa Biasotto, Élen 
Pacheco e Cláudia Bonelli “Meio ambiente, poluição e reciclagem”. No seu 
capítulo 6, A Poluição Ambiental, elas conceituam poluição e ainda explici-
tam as causas do seu aumento. 
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( ) Lançamento de fitoplâncton num estuário para beneficiar a cadeia alimentar.
3. Preencha as lacunas com as palavras correspondentes às definições.
a) ___________________é a introdução no meio ambiente de qualquer forma de matéria 
e energia que possa afetar negativamente o homem ou outros organismos.
b) ___________________é a alteração da qualidade ambiental que resulta na modificação 
de processos naturais ou sociais provocada por ação humana.
c) No garimpo do ouro se utiliza uma liga metálica formada pela reação do mercúrio com 
o ouro que recebe a denominação de _________________.
d) O mercúrio liberado no garimpo contamina o ar, o solo, as águas e ainda afeta negativa-
mente o Homem, criando uma condição que definimos como _____________________. 
4. A essência comum entre as definições de impactos ambientais consiste em que:
a) O meio ambiente reage a cada ação humana com uma mudança;
b) Qualquer modificação no meio ambiente é benéfica ao Homem;
c ) Nem toda poluição é originada pela emissão de poluentes;
d ) Somente a poluição aquática causa impacto ambiental;
5. Caráter, ordem, magnitude, duração, escala e reversibilidade são características funda-
mentais no método de avaliação ambiental do Checklist denominadas de:
a) Parâmetros;
b) Atributos;
c) Impactos ambientais;
d) Medidas mitigadoras.
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Identificar as características
dos recursos naturais
Competência
02
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Estava bem pertinho das três da tarde do dia 11 de março de 2011. A usina nuclear 
de Fukushima, localizada ao sul de Tókio, no Japão, estava em relativa calmaria com o 
seu cotidiano de produzir energia elétrica a partir da fissão do urânio; possuía seis reato-
res nucleares protegidos em seus edifícios. Protegidos? De repente o chão inteiro tremeu 
abalando as edificações e assustando seus funcionários. Aconteceu um abalo sísmico de 
magnitude 9. Em seguida um som surdo crescente se fazia ouvir. Uma onda gigantesca 
de vários metros de altura se aproximava da usina: um tsunami. A usina foi atingida com 
tanta violência que a água invadiu a planta. Numa sequência de consequências, explo-
sões e incêndios foram acontecendo. Não demorou muito e a usina estava destruída. 
A partir daí a corrida começou para suavizar os impactos ambientais que causariam a 
radioatividade. Mas, em vão.
As análises ao longo do tempo acusavam contaminação do solo por plutônio; e altos níveis 
de césio radioativo se espalhavam rapidamente. Os alimentos da região não poderiam mais 
ser consumidos, a água não poderia ser mais bebida; a população foi evacuada num raio de 
dois mil quilômetros a partir da usina, e seus trabalhadores foram internados em hospitais. 
Hoje, com os persistentes e contínuos vazamentos de material radioativo das instalações de 
Fukushima, o próprio oceano Pacífico está sendo contaminado e toda sua biota (todos seus 
seres vivos) corre um risco iminente de ser atingida por esse impacto ambiental.
Conceituar recursos naturais
E então, você me daria uma definição de recurso natural renovável? Está bem, a per-
gunta não é tão difícil. E você deve estar se lembrando de que para as ciências ambientais 
tomamos emprestadas as palavras prontinhas nas prateleiras da nossa linguagem coti-
diana: recurso natural, fonte de riquezas naturais, tais como as florestas e os ventos, os 
quais produzem energia eólica renovável, que pode ser renovável. Sendo assim, juntando 
as palavras, concluímos que recurso natural renovável é aquele que depois de explorado 
pelo Homem é passível de ser reposto (e que por ele não seja produtível).
E uma definição de recurso não renovável? Ficou fácil. Seria o recurso que após a ex-
ploração, não pode ser reposto. 
Identificar as características
dos recursos naturais
Fissão: É a sepa-
ração do núcleo 
dos átomos. Dessa 
separação há uma 
grande reação quí-
mica e libera uma 
grande quantidade 
de energia lumino-
sa e calorífica.
Biota: é o conjunto 
de seres vivos de 
um ecossistema, o 
que inclui a flora, 
fauna, fungos e 
outros organismos.
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Definir recursos sustentáveis e não sustentáveis
Mas, os estudiosos em meio ambiente em vez de chamar renovável e não renovável, 
agora definem como sustentável e não sustentável (neste nosso trabalho continuaremos a 
usar os termos renovável, e não renovável). De qualquer maneira, preste bem atenção ao 
raciocínio deles e considere se você o aprova ou não.
O Professor John Tilton (1992), da Universidade do Colorado, USA, em seu livro Riqueza 
Mineral e Desenvolvimento Econômico (tradução livre), defende sustentável e não susten-
tável por considerar que todos os recursos são renováveis em alguma escala de tempo. Por 
exemplo, ele acha que o petróleo e o carvão mineral são recursos renováveis e não finitos 
como sempre os consideramos. Não sob a nossa perspectiva, ou seja, dentro do tempo da 
minha vida e da sua, mas, ao longo do tempo geológico. E isso tem tudo a ver com a origem 
desses combustíveis fósseis ilustrada no esquema da origem do carvão mineral (similar à 
do petróleo e do gás).
Figura 4 – Esquema da formação do carvão mineral
Fonte: Oliveira (2014).
Se esses recursos se originam da matéria orgânica sob tremendas pressões dos sedi-
mentos durante um longo tempo geológico, novos depósitos devem estar sendo formados 
neste momento, pois é ininterrupto o ciclo da matéria orgânica e da dinâmica dos solos em 
nosso planeta. Assim, as suas fontes sempre se renovarão e de fato, nem poderiam ser 
denominados de não renováveis.
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Animais e vegetais, sob a ação de bactérias, formariam uma pasta orgâ-
nica no fundo dos mares, lagos ou pântanos. Misturada à argila e à areia, 
essa pasta constituiria os sedimentos marinhos que, cobertos por novas 
e sucessivas camadas de lama e areia, se transformariam em rochas con-
solidadas, nas quais o gás, o petróleo e o carvão mineral seriam gerados 
e acumulados.
Curiosidade
Enfim, para esses pensadores das ciências do meio ambiente, em função da escala do 
tempo, os recursos sustentáveis (renováveis) são aquelescujas taxas de reposição são 
iguais ou maiores que as de uso, como acontecem com a água ou com a energia solar; e 
os recursos não sustentáveis (não renováveis) são aqueles cujas taxas de extração e uso 
ultrapassam as de reposição, a exemplo do ouro ou prata.
Aprender sobre as características básicas de 
um recurso natural
Também de imediato você saberia dizer quais condições são necessárias para que um 
material seja um recurso natural? Eu bem sei que você poderia responder, mas lhe con-
fesso que já havia estudado esse assunto nos livros do Professor Alan Randall (1987), da 
Universidade do Oregon/USA, e da Professora Judith Rees (1990), da Escola de Economia 
de Londres, e vou logo lhe confidenciar: eles dizem que são duas as condições: a primeira 
é que o material seja útil ao Homem e a segunda é que haja demanda para esse mate-
rial e para seus subprodutos. Os dois Professores também ensinam que um produto feito 
num processo que utiliza trabalho, capital e tecnologia não é um recurso natural.
Os recursos naturais (renováveis e não renováveis) são insumos que pro-
duzem um determinado produto: o alumínio é um recurso natural, mas a 
esquadria confeccionada com ele, não é.
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Qual a diferença entre os recursos sustentável e não sustentável em função 
da escala do tempo? Quais condições básicas para que um material seja um 
recurso natural? Comente sua resposta no fórum.
Atividade 01
Exemplificar recursos naturais renováveis
Falando agora somente sobre recursos renováveis, você me daria alguns exemplos de-
les? Eles estão espalhados por aí, por todo o planeta: as florestas, os estoques pesqueiros; 
as fontes de energia eólica, hídrica, solar ou geotérmica. Mas, você já entendeu que ao 
serem utilizados alguns desses recursos, apesar da geração de consequências positivas 
para o ambiente e o Homem, também se criam impactos ambientais negativos?
Por exemplo, a exploração dos recursos pesqueiros com equilíbrio resulta em alimenta-
ção para as populações, porém o que ocorre quando intensificamos a pesca? Decrescem 
os estoques pesqueiros e se afeta a teia alimentar; ou quando construímos represas para 
a produção de energia elétrica? Diminui-se a emissão de gases poluentes na atmosfera e 
a dependência de combustíveis fósseis, no entanto alteram-se os ecossistemas.
A verdade, e você tem notícia disso, também sempre ocorrerão inúmeros impactos que 
não foram ou não puderam ser previstos. E outros ainda, apesar de previstos foram ou 
serão ignorados. Daí a importância de técnicos em avaliação de impactos com sólida for-
mação técnica e ética.
Avaliar os impactos da represa das Três Gargantas
Para a construção da represa das Três Gargantas no rio Yang-tsé, na China, com a fina-
lidade de produzir energia elétrica a partir do recurso hídrico (renovável), foi realizada uma 
avaliação de impactos ambientais com a participação multinacional de técnicos em meio 
ambiente. Apesar da profundidade técnica do estudo não está sendo possível evitar uma 
cascata de impactos negativos provavelmente não detectados no estudo: problemas de 
logística na realocação de mais de um milhão de pessoas retiradas da região a ser inun-
dada; erosões catastróficas por contínuos deslizamentos de encostas; poluição e boom de 
algas, ou seja, um aumento rápido ou acumulação na população de algas (ou microalgas) 
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em um sistema aquático. contaminando as águas do lago formado; extinção de espécies 
autóctones; submersão de importantes sítios arqueológicos (este último foi elencado, mas 
submerso).
Veja por você mesmo a grandiosidade do empreendimento na foto da figura 5, que mos-
tra parte das turbinas da represa em operação.
Autóctones: 
natural do território 
onde vive.
Figura 5 – Turbinas em operação na represa das Três Gargantas na China
Fonte: <http://www.shutterstock.com/pt/pic-133800983/stock-photo-water-plums-on-hydroelectric-
power-station.html>;<http://www.shutterstock.com/pic-137074475/stock-photo-power-generators-with-
water-using-a-tidal-power-generation-larger-machines.html>. Acesso em: 19 ago. 2014.
Identificar impactos ambientais de represas 
brasileiras
Sabe, não quero assustar você que já começa a ver e entender a tamanha importância 
e responsabilidade de um técnico em meio ambiente. Mas, não é somente na China que 
podem acontecer impactos indesejáveis ou não previstos com a implantação de empreen-
dimentos para utilização de recursos renováveis. No Brasil também.
Para não sairmos do exemplo das construções de represas para hidrelétricas, vamos eu 
e você fazermos uma breve viagem até ao norte do país.
Em Rondônia, a construção de várias usinas hidrelétricas vai inundar uma região de 
dimensões significativas da bacia do rio Tapajós. Claro que impactos como a perda de bio-
diversidade, erosão das margens dos rios e graves problemas sociais vão ocorrer. Porém, 
de horrorizar mesmo é a possibilidade de uma contaminação em larga escala por mercúrio 
das populações residentes.
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Com a formação do lago da represa na bacia do Tapajós as toneladas 
do metal ali presentes serão absorvidas pelo fitoplâncton que os peixes 
comerão e repassarão para as comunidades consumidoras. A partir daí 
haverá uma maior frequência de câncer e malformações neurológicas.
A garimpagem do ouro ocorre na região há muitas décadas e por todo esse tempo o 
mercúrio foi se acumulando e se tornando um imenso lixão mercurial. A imagem que vou 
lhe mostrar flagra as condições da extração do minério na região. Com a formação do lago 
da represa, as toneladas do metal ali presentes serão absorvidas pelo plâncton que os 
peixes comerão e repassarão para as comunidades consumidoras. A partir daí haverá uma 
maior frequência de câncer e malformações neurológicas, conforme concluiu Rocha (2012).
Plâncton: conjunto 
dos microorga-
nismos que têm 
pouco poder de 
locomoção e vivem 
livremente na 
coluna de água. 
Fitoplâncton: 
conjunto dos orga-
nismos aquáticos 
microscópicos que 
têm capacidade 
fotossintética (plan-
tas) e que vivem 
dispersos flutuando 
na coluna de água.
Figura 6 – Condições ambientais da extração do ouro na região a ser inundada pelos lagos das hidrelétricas
Fonte: <http://www.portalamazonia.com.br/editoria/files/2012/01/Garimpo-em-Roraima.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Curiosidade
Sabendo-se que os refrigerantes são engarrafados em recipientes plásticos, 
que impactos ambientais são causados por sua indústria? Cite dois impac-
tos ambientais negativos que podem se originar da instalação de uma usina 
hidrelétrica. compartilhe suas respostas no fórum.
Atividade 02
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Figura 7 – A plataforma Deepwater Horizon se incendiando
Fonte: <http://images.travelerstoday.com/data/images/full/2796/bp-oil-spill.jpg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
Recursos naturais não renováveis: o petróleo e 
seus impactos ambientais
Sei que você assimilou os conceitos referentes aos recursos naturais e foi produtiva a 
nossa discussão acerca da exploração dos recursos renováveis e de suas características 
básicas. E sobre os recursos não renováveis? Sobre eles já vimos que não podem ser re-
generados, repostos ou reutilizados em uma escala que sustente a sua taxa de consumo.
Nessa sua caracterização que agora começamos a construir, é preciso ter em mente 
que eles existem no planeta em quantidades finitas,ou são consumidos mais rapida-
mente do que a natureza pode ofertá-los, a exemplo dos combustíveis fósseis ou do urânio.
Ao contrário dos recursos renováveis, sua exploração e uso causam mais impactos ne-
gativos do que positivos. E é difícil mesmo imaginar impactos positivos na exploração de um 
recurso como o petróleo quando vemos imagens como essa que irei ilustrar: a plataforma 
Deepwater Horizon, no Golfo do México, incendiando-se e causando um prejuízo de bilhões 
de dólares que tiveram que ser pagos ao governo, seguradoras e pessoas . No entanto, os 
impactos de um incêndio numa plataforma de exploração de petróleo não se encerram em 
abalos econômicos. Mas, também em terríveis impactos ambientais negativos.
Se você fosse elaborar um Estudo de Avaliação de Impactos Ambientais sobre atividades 
de exploração e produção de petróleo no mar, certamente relacionaria como possíveis impac-
tos a alteração da biota (o conjunto de plantas e animais marinhos da área), simplesmente 
pela presença da plataforma; a alteração da qualidade do ar pelas emissões de gases, 
principalmente em casos de incêndio; e um dos mais drásticos impactos, o derramamento 
do petróleo na água com a destruição de habitats marinhos pela toxidez da sua mancha.
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Eu lhe disse que seria difícil imaginar impactos positivos na atividade de exploração e 
produção de petróleo e gás. No entanto, no seu Relatório de Avaliação dos Impactos você 
incluiria a geração de royalties; o aumento das atividades econômicas; a geração de 
milhares de empregos; e do aumento do conhecimento técnico-científico. Não tenho 
dúvidas que você incluiria esses impactos positivos. Mas, note que todos eles são impactos 
positivos sociais e não ambientais.
Nesta nossa pauta sobre impactos ambientais causados pela exploração de recursos 
naturais não renováveis, você não acha que deveríamos incluir a utilização de outro impor-
tante recurso? Um que seja também famoso e polêmico? Que tal o urânio?
Analisar a exploração do urânio e seus 
impactos ambientais
Você deve estar se questionando: urânio? Não poderíamos discutir sobre a exploração 
do ferro ou do alumínio que temos em grande quantidade e que causam graves impactos 
ambientais, como a geração de resíduos tóxicos; a poluição dos rios ou o desmatamento 
de florestas? Claro que sim, e sobre muitos outros recursos não renováveis. Entretanto, a 
exploração e o uso do urânio são potencialmente muito mais perigosos para o Homem e a 
natureza, e por essa razão sugiro usá-lo como exemplo em nosso estudo.
Com relação à quantidade nem se preocupe, pois estamos bem servidos. O Brasil pos-
sui uma das maiores reservas mundiais de urânio (mais de 300 mil toneladas), (SANTOS, 
2008, p.7), e os estudos de prospecção foram realizados apenas em um quarto do territó-
rio nacional, essencialmente os Estados da Bahia, Minas Gerais e Ceará. 
Antes de analisarmos seus impactos eu preciso lhe informar que na mineração ele é 
manuseado em estado natural quando seu nível de radioatividade permanece abaixo dos 
limites permitidos para que não causem danos à saúde animal ou ao ambiente. Mesmo as-
sim, as populações das áreas de influência das operações de extração (das minas) denun-
ciam vazamentos de material radioativo, contaminação de recursos hídricos e incidência 
anormal de neoplasias (tumores). 
Visualmente, no entanto, é a degradação do solo o impacto ambiental que nos chama 
mais a atenção, igualmente à degradação promovida pela exploração de outros minerais. 
Esta cena que você irá observar agora é da jazida de exploração de urânio no município de 
Caetité, na Bahia.
Royaltie: im-
portância paga 
ao detentor ou 
proprietário de um 
território, recurso 
natural, produto ou 
processo de produ-
ção pelos direitos 
de exploração, uso, 
distribuição ou 
comercialização do 
referido produto ou 
tecnologia.
Radioatividade: 
propriedade de 
determinados tipos 
de elementos quí-
micos radioativos 
emitirem radiações.
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Figura 8 – Degradação da área de exploração do urânio (Caetité, Bahia)
Fonte: <http://ambientalsustentavel.org/wp-content/uploads/2011/10/Exploracao-de-Uranio-
-contamina-Agua-em-Caetite-BA.jpg>. Acesso em: 27 ago. 2014.
O urânio que sai de Caetité vai fazer uma longa viagem antes de chegar às usinas nu-
cleares. Sabe o roteiro que ele segue? Vou lhe contar, mas vamos saber primeiro em que 
estado ele sai das minas.
Inicialmente ele é separado do seu minério, a uraninita, por via úmida. Depois de seco 
se transforma num sal de cor amarela, e por isso conhecido como yellowcake (bolo amare-
lo). Esse pó é o primeiro produto do urânio que tem um grande potencial de causar impacto 
ambiental negativo por seu relativo poder radioativo. Em seguida será beneficiado no Ca-
nadá e na Holanda para, finalmente, poder ser usado na produção de energia.
Os impactos ambientais da utilização do urânio
Lembra-se que eu já lhe perguntei se explorar recursos naturais sempre será em prol de 
nosso desenvolvimento? Concluímos que nem sempre. E esse pensamento também se en-
caixa agora sobre a utilização do urânio. Sua utilização resulta também em consequências 
requeridas ou benéficas para o Homem.
Os médicos o utilizam na medicina; os militares o utilizam na fabricação de armas; os 
engenheiros o utilizam para a propulsão de submarinos, navios, sondas espaciais e em 
usinas nucleares para a produção de energia elétrica. Mas, não raro, esses usos findam 
por criar impactos assustadoramente negativos. Você poderia elencar alguns desses im-
pactos? Faça uma relação daqueles que mais afetaram o planeta.
Vamos escolher dentre eles, os impactos originados de acidentes em usinas nucleares 
para produção de energia elétrica.
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Os impactos ambientais de Chernobyl
Você se recorda ou já leu sobre Chernobyl? Vamos relembrar aquele acidente e fazer 
uma breve análise dos seus impactos.
No início dos anos 1970 iniciou-se a instalação da usina nuclear de Chernobyl, um pe-
queno povoado agrícola, no norte da Ucrânia. A 18 quilômetros dali construiu-se a cidade 
de Pripyat para abrigar seus trabalhadores. Em abril de 1986 o reator 4 da usina explodiu, 
gerando uma nuvem radioativa que atingiu a união soviética (ainda era URSS), Europa 
Oriental e Reino Unido. Foi o mais grave acidente nuclear civil da história. Observe na figura 
09 a nuvem radioativa partindo de Chernobyl e começando a se espalhar nas direções de 
Kiev e Minsk, na Bielorrússia.
Figura 9 – Versão artística da nuvem radioativa de Chernobyl
Fonte: <http://savetheanimalsincludeyou.files.wordpress.com/2013/05/bf224-nuvemradioativa.
png>. Acesso em: 18 ago. 2014. Acesso em: 27 ago. 20014.
As primeiras consequências dos impactos ambientais causados pelo acidente foram a 
morte de dezenas de pessoas atingidas pela radiação; milhares de casos de câncer de ti-
reóide; a contaminação da fauna, flora solos e águas, que alterou subitamente a qualidade 
ambiental (OLMOS, 2006). Um impacto social foi a necessidade de evacuar de imediato 
milhares de pessoas de sua cidade natal, para evitar a radiação e posterior assentamento. 
Com relação aos efeitos da radiação sobre a ecologia da região, os quais continuam por 
lá, sem prazo para sair, os solos e as águas contêm partículas radioativas e os animais as 
absorvem quando bebem a água contaminada e as acumulam em seus órgãos e ossos. 
Mas, extraordinariamente, a flora se reproduz e as populações de animais crescem livre-mente e aparentemente adaptando-se ao ambiente radioativo.
Igualmente a você, também considero tudo isto muito surpreendente. E a verdade é 
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Que impactos ambientais negativos seriam produzidos por um derrame de 
petróleo no mar? Cite três impactos ambientais com a instalação de uma 
usina nuclear. Informe suas respostas no fórum.
Atividade 03
Figura 10 – Edificações abandonadas em Pripryat, após a explosão da usina nuclear
Fonte: <http://m2.paperblog.com/i/242/2426894/il-metallo-radioattivo-di-chernobyl-che-finis-L-
-AytSgC.jpeg>. Acesso em: 18 ago. 2014.
que Chernobyl transformou-se num enorme laboratório de pesquisas dos efeitos de um 
impacto ambiental nuclear, e os pesquisadores estão se surpreendendo tanto quanto nós 
com o que ali está acontecendo. 
Se antes os animais que viviam na área de influência de Chernobyl (aves, lobos, linces e 
outros) tinham a sua existência ameaçada pelos humanos (por conta da diminuição de seu 
território com o desmatamento para a expansão da agricultura), hoje, livres de sua presen-
ça, aumentam suas populações e protegem suas ninhadas nas edificações abandonadas 
de Pripyat (a cidade vizinha à usina), essas mesmas que você vê na imagem.
E você deve estar concluindo que para os animais, o Homem era um inimigo muito mais 
perigoso do que é a radioatividade. Estou certo?
Creio que os soviéticos tenham feito um estudo de impacto ambiental para a instalação 
daquela usina. E se assim o fizeram, será que não incluíram um Estudo de Análise de Ris-
co? Ou até mesmo um Plano de Gerenciamento de Risco? Não sei. Mas sei que logo em 
seguida vamos discutir sobre esses tipos de avaliações.
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Saber um pouco mais sobre os impactos causados pelas hidrelétricas e 
usinas nucleares ao redor do mundo, aumentaria ainda mais nosso conhe-
cimento, e por essa razão, sugiro a leitura do livro “Impactos de Grandes 
Projetos Hidrelétricos e Nucleares: aspectos econômicos, tecnológicos, so-
ciais e ambientais” de Luiz Pinguelli, Lygia Sigaus e Otávio Mielnik. A obra 
sintetiza os resultados de estudos sobre os impactos de grandes projetos 
energéticos.
Outra obra complementar e que lhe recomendo é “Economia Solar Global: 
Estratégias para a Modernidade Ecológica” de Hermann Scheer. O livro 
foca nas bases tecnológicas, ecológicas, sociais e políticas para uma eco-
nomia de baixo impacto ambiental. 
Mídias
Resumo
Neste estudo você desenvolveu a competência de Identificar as características dos re-
cursos naturais, aprendeu a conceituação de recursos renováveis e não renováveis, assim 
como discutiu a tese do Professor John Tilton sobre recursos sustentáveis e não sustentá-
veis. Foi estimulante e você aumentou seus conhecimentos sobre os impactos ambientais 
causados pela exploração do petróleo e do urânio.
Autoavaliacão
1. Escreva as letras P ou N nos parênteses de acordo com o impacto ambiental descrito, 
se positivo ou negativo. Nas atividades de exploração do petróleo e do urânio podem 
ocorrer os seguintes impactos ambientais: 
( ) Destruição de habitats marinhos;
( ) Geração de empregos;
( ) Alteração da biota nos ecossistemas;
( ) Contaminação radioativa. 
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2. Uma condição necessária para que um material seja um recurso natural é:
a) Que o material seja produzido num processo que utiliza trabalho, capital e tecnologia;
b) Que o material seja útil ao Homem;
c) Que a sua exploração tenha consequências positivas;
d) Que tenha origem de erupções vulcânicas.
3. Escreva no parêntese a letra C para a afirmação certa e a letra E para a afirmação errada. 
( ) A exploração dos recursos naturais não renováveis causam mais impactos ambientais 
positivos do que negativos;
( ) A exploração dos recursos naturais não renováveis causam mais impactos ambientais 
negativos do que positivos;
( ) Os recursos naturais não renováveis existem no planeta em quantidades limitadas;
( ) Os recursos naturais não renováveis são consumidos mais rapidamente do que a na-
tureza pode ofertá-los.
4. Na exploração do minério de urânio o impacto que se apresenta com maior magnitude é:
a) A degradação do ambiente;
b) A propagação da radioatividade;
c) Aumento da incidência de câncer;
d) Nenhuma resposta correta.
5. Com a explosão de um reator nuclear o impacto ambiental imediato sobre o meio socio-
econômico é:
a) Evacuação da população;
b) Contaminação com partículas radioativas da fauna local;
c) Mutações genéticas nas espécies vegetais;
d) Utilização da fissão nuclear na produção de energia elétrica. 
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Identificar os riscos
e perigos de impactos ambientais
Competência
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Identificar os riscos 
e perigos de impactos ambientais
Imagine que você entrará ainda hoje, numa indústria de beneficiamento de pescado 
para fazer uma análise de risco de vazamento de amônia, trabalho este que eu considero 
perigoso. Perigoso porque não é comum que nossas empresas monitorem regularmente 
seus equipamentos. Vou lhe contar sobre um ocorrido em Nova Santa Rita, Porto Alegre, no 
Rio Grande do Sul, em maio de 2012. 
Um funcionário de uma empresa do segmento de cargas refrigeradas, sem qualquer 
equipamento de segurança, estava tentando fazer uma troca de uma válvula danificada de 
limpeza do sistema, junto ao tanque separador de líquidos, quando aconteceu uma explo-
são e vazou para o ambiente uma nuvem de amônia. Era um vazamento anunciado. A em-
presa não estabelecera nenhum programa de segurança contra acidentes com vazamento 
de amônia. Não existia qualquer equipamento de segurança; nenhum hidrante; nenhuma 
sinalização da planta de gás. E para piorar a situação, a empresa não possuía alvará de 
prevenção contra incêndio ou licença de operação. 
O gás se espalhou e nove pessoas foram intoxicadas e internadas num hospital em Canoas.
Conceito de perigo e risco
Pelo que estudamos até agora sobre o nosso relacionamento com o meio ambiente, 
dá para concluir que não temos uma convivência muito harmoniosa, concorda comigo? 
Lembre-se que na mineração do ouro poluímos os rios com mercúrio; no uso do urânio 
contaminamos o ar, as águas, o solo e a vida com radiação; na construção de represas 
exterminamos a biodiversidade; com o desmatamento da caatinga estamos originando 
imensos desertos; e por aí vai. Está com medo? Eu sei, eu sei, tudo isso é um perigo, um 
grande risco para nós. E por falar em risco e perigo, você saberia dizer a diferença entre 
perigo e risco? Estou perguntando isso porque para fazermos uma análise de risco deve-se 
saber a diferença entre esses dois conceitos. 
Adotando-se a definição mais simples possível, perigo é a propriedade de uma substân-
cia, situação, condição, ou qualquer instalação com potencial para causar dano à saúde e 
ao meio ambiente - uma usina nuclear, por exemplo. 
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Figura 11 – Usina nuclear, um perigo com potencial de promover dano
Fonte: <http://www.shutterstock.com/pt/pic-60062224/stock-photo-nuclear-plant-temelin-czech-
-republic.html>. Acesso em 18 ago. 2014.
Figura 12 – Lixo atômico bem acondicionado
Fonte: <http://www.eletronuclear.gov.br/Portals/0/0980pa.jpg>. Acesso em: 19 ago. 2014.
Enquanto que o risco é uma situação de perigo, é uma possibilidade da materializaçãodo perigo, como bem definiu o Professor Enrique Sánchez (2013), da USP, ou ainda uma 
possibilidade de um evento indesejado ocorrer. Por exemplo, desse risco, o lixo atômico 
estocado em recipientes inapropriados, diferentes desses mostrados na figura, nos quais o 
rejeito nuclear está bem acondicionado.
Relacione dois outros exemplos de perigos e de situações de risco. Informe 
no fórum, sobre o que encontro.
Atividade 01
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Figura 13 – Tanques de estocagem de combustível em Natal/RN
Fonte: <http://www.riograndedonorte.net/wp-content/uploads/2012/12/107986.jpg>. 
Acesso em: 19 ago. 2014.
A classificação dos riscos
Vamos fazer uma classificação dos riscos para facilitar ainda mais essa nossa aborda-
gem sobre análise de risco. Se você procurar vai descobrir que são muitas as maneiras de 
fazer essa classificação. Mas, eu e você podemos ficar com aquela que divide os riscos 
ambientais em riscos naturais e riscos tecnológicos. 
Os riscos naturais seriam os geológicos, biológicos e hídricos, por exemplo. Quero de-
cidir com você, dentro dessa classificação escolhida, que vamos nos ater aos riscos tec-
nológicos porque estão diretamente ligados à ação humana, a exemplo do vazamento de 
substâncias químicas, da emissão de radiações, ou da liberação de agentes patogênicos. 
Esses riscos podem ser crônicos ou agudos. O que vem a ser risco crônico? É como seu 
nome diz, um risco em longo prazo. Quer um exemplo? Um parque de estocagem de com-
bustível para sua distribuição. Os moradores da vizinhança sabem que pode a qualquer 
momento ocorrer incêndio, explosão ou vazamento, mas são os danos à saúde que podem 
se manifestar a médio ou longo prazo (os moradores do bairro de Santos Reis, em Natal, 
Rio Grande do Norte, reclamaram durante anos dos odores provindos dos tanques, mostra-
dos na figura, e de sintomas crônicos de doenças).
E o que seria risco agudo? O risco de efeito imediato, por exemplo, o vazamento de 
amônia de um sistema de refrigeração (veremos esse risco em detalhes mais adiante); ou 
o vazamento de petróleo de um navio ou de um duto.
Definição de análise de risco
Creio que chegou o momento de responder a essa perguntinha que vem nos acompa-
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nhando: de que trata afinal, essa análise de risco dentro do campo de ação da avaliação 
de impactos ambientais? 
Na verdade constatamos de imediato que a sua própria terminologia - análise de risco 
- já nos ajuda na explicação. Não é difícil deduzir que ela trata de identificar situações de 
risco num empreendimento em operacionalização. Além desse objetivo, ela necessita ca-
racterizar as potencialidades de danos ambientais e às pessoas; e também precisa imple-
mentar medidas preventivas, emergenciais e de gerenciamento dos riscos considerando 
as possíveis consequências de um acidente.
Um estudo desse tipo teria que ser abrangente a todas as atividades que tenham po-
tencialidade de causar impactos ambientais negativos significativos (atividades de risco) 
contra a integridade ambiental e das pessoas. Concorda comigo?
Em termos de análise de risco eu considero, e acredito que você também vai conside-
rar, que a definição dos Professores Omar Bitar e Ortega (1998), resume o que discutimos 
até agora com relação a sua conceituação quando entendem que ela corresponde a uma 
estimativa prévia da probabilidade de ocorrência de um acidente e a avaliação das suas 
consequências sociais, econômicas e ambientais.
As condições básicas para uma análise de risco
Estou certo que os conhecimentos por nós acumulados até aqui, e acrescidos dessas 
conceituações sobre perigo, risco e análise de risco, nos dão uma condição suficiente para 
esboçarmos as necessidades de um estudo dessa natureza.
Inicialmente faremos uma descrição das instalações (e das essenciais matérias-primas 
utilizadas) do empreendimento a ser analisado; depois identificaremos os possíveis peri-
gos e riscos na operacionalização da atividade; em seguida vamos elencar providências 
preventivas contra esses riscos e perigos, de modo a mitigá-los, ou a evitar acidentes; e por 
fim chega a hora de elaborar um plano de ações para situações emergenciais. Não seria 
tão difícil, seria?
Claro que esses itens têm inúmeros desdobramentos que poderíamos até discuti-
-los. No entanto, eu acredito ser mais proveitoso e assimilável se estudarmos um caso 
real dos riscos e perigos de uma atividade, por exemplo, que utiliza a refrigeração in-
dustrial por amônia.
Agora vamos começar. Imaginemos que tenha sido contratado para fazer uma Análise 
de Risco numa empresa de beneficiamento de pescado que usa a refrigeração por amônia 
para as suas câmaras frigoríficas. É apenas um treinamento, e eu vou estar ao seu lado. 
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Depois da visita à empresa instalada à margem de um rio da sua cidade, você iniciou a 
caracterização das instalações e escreveu em seu relatório.
Caracterização dos principais setores de uma 
empresa
A empresa possui três setores principais nos seus dois andares: a administração e a 
sala de máquinas estão situadas no andar superior, e o salão de beneficiamento do pes-
cado, no andar inferior.
O salão de beneficiamento tem duas portas, uma para o trânsito dos empregados, es-
treita e com lava-pés, e que se comunica com um pátio coberto: e outra para carregamento 
de caminhões com o produto beneficiado, congelado e encaixotado (imagine que essa 
porta é mantida fechada). O pátio coberto possui duas saídas para o exterior: um grande 
portão principal, ao lado do qual há uma porta estreita para a entrada dos empregados; e 
ainda outro portão, uma saída dos fundos, trancada com cadeado.
Descrição do sistema de refrigeração
Você relatou sobre o sistema de refrigeração, na sala de máquinas, que ele consistia de 
sete compressores, trocadores de calor, tubulações e acessórios; e um tanque de armaze-
namento de amônia com capacidade de estocagem de 500 Kg.
Mas, eu soube que antes de iniciar esse seu trabalho, você tinha estudado durante dias o 
funcionamento desses sistemas de refrigeração, lido inúmeros trabalhos sobre a refrigeração 
industrial por amônia (inclusive a Nota Técnica 03/04, 2005) e até visitado outras empresas 
com instalações de refrigeração para consolidar seus conhecimentos sobre o assunto. 
Valeu a pena! Aprendeu e descreveu que, basicamente, um sistema de refrigeração 
consiste de uma série de vasos e tubulações interconectados, os quais comprimem e bom-
beiam o refrigerante (no caso a amônia) para os ambientes que precisam ser resfriados. 
São três os componentes desse sistema: o condensador, o evaporador e o compressor, 
este último composto por uma bomba, que aspira e comprime, e um dispositivo para impe-
dir vazamento de gás. O cabeçote é protegido por uma tampa.
Caracterização da amônia
Evidentemente que você também pesquisou sobre a amônia, a substância responsável 
Não é raro acidentes com lançamento de amônia no meio ambiente. Em 
novembro de 2003 ocorreu vazamento num frigorífico em Porto Ferreira, 
São Carlos, SP; em agosto de 2010 o acidente foi numa agroindústria em 
Morro Grande, SC; em janeiro de 2014, em Araraquara, SP; também em 
janeiro de 2014 ocorreu um vazamento na indústria Master Boi, na zona 
sul de Recife, PE.
Curiosidade
Os perigos e riscos de acidentes
Tenho certeza que você pode observar na sala de máquinas que alguns compressores 
apresentavam elevado processo de corrosão internalizando-se para os cabeçotes. Ali es-
tava um exemplo

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