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Caderno D.Previdenciario

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Direito Previdenciário									04/02/2013
Professor Magno
Bibliografia – Mariza Santos – Direito Previdenciário esquematizado
Provas parciais:
24/04/2013 – 25 pontos (o estudo dirigido cairá nessa prova)
22/05/2013 – 25 pontos
05/06/2013 – Prova final – 30 pontos
estudo dirigido – 5 pontos
15 pontos a definir – (10 para caderno e 5 para cópia de artigos)
Plano de Ensino:
→ Custeio e benefícios previdenciários
CR/88 – art. 193 ss
lei 8212/91 – plano de custeio da seguridade social (PCSS)
lei 8213/91 – plano de benefícios da previdência social (PBPS)
Decreto 3048/99 – Regulamento da Previdência social (RPS - ato administrativo normativo)
lei 12.460/12
e
lei 8742 – LOAS
lei 8080 – SUS
INSS é parte do regime geral de previdência social (Previdência social, saúde e seguridade social) – observar que existe também o regime próprio de previdência social, utilizado por determinadas fazendas públicas.
Segurado -----------------------> risco social
|
Proteção social (benefícios)
Relações jurídicas
1 – filiação → segurado – obrigatório (empregados, empregados domésticos, trabalhadores avulsos, contribuintes individuais, segurados especiais – regime de economia familiar)
			 – facultativo – maiores de 16 anos, sem vínculo financeiro.
2 – quotização → verter contribuições sociais
3 – proteção social → benefícios (tem de haver um equilíbrio financeiro e atuarial)
→ pagos aos dependentes
auxílio reclusão
pensão por morte
→ pagos aos segurados
aposentadoria por tempo de contribuição (35 anos para homens e 30 anos para mulheres – professores do ensino básico aposentam com 5 anos de antecedência – 8, 9 ou 11 %, dependendo da remuneração + 20% pagos pelo empregador);
aposentadoria por idade (65 anos para homens e 60 anos para mulheres – carência de 15 anos de contribuição – para rurícolas há redução de 5 anos nessas idades);
aposentadoria especial – 15, 20 ou 25 anos (o empregador paga alíquotas diferenciadas sendo a alíquota básica de 20% + 12, 9 ou 6%, respectivamente, para compensar o equilíbrio financeiro e atuarial);
aposentadoria por invalidez ou auxílio doença;
auxílio acidente.
→ Evolução histórica mundial – existiram 4 fases
1ª fase – assistência privada – eram formadas entidades conhecidas como mútuas, que eram formadas por grupos de pessoas com a finalidade de se auto ajudarem. A partir das mútuas surgiram questões sociais de desequilíbrio em função de um risco social (situações indesejáveis e inevitáveis) que geraram insegurança e desequilíbrio social. No Brasil essa fase se inaugurou em 1554, com a Santa Casa de Santos, através de união de freiras e clérigos com o objetivo de ajudar pessoas necessitadas daquela cidade.
2ª fase – assistência pública – inaugurada em 1601, com a aprovação, na Inglaterra, da lei dos pobres na qual a Rainha Maria Elizabeth viu uma forma de ajudar as pessoas menos afortunadas, com recursos públicos. Em 1824, no Brasil, instalou-se essa fase, com a carta política do império (que previa uma expressão chamada de “socorros públicos”). Essa previsão constitucional foi classificada como norma constitucional de eficácia mínima, já que não havia nenhuma forma de implementá-la e sua aplicabilidade era precária.
3ª fase – seguro social – é a que trouxe os princípios e diretrizes do atual sistema previdenciário (também chamado de RGPS). Essa fase se inaugurou na Alemanha, em 1883, com Otto bismark (chanceler de ferro), instituindo o seguro social obrigatório, no qual havia cessão de parte da remuneração pelos cidadãos, afim de garantir uma proteção social. Esse sistema se expandiu pela Europa, principalmente quando a OIT positivou-o em 1919. Em 1935, foi publicado nos EUA um ato denominado “social security act” (denominada como seguridade social – mas é um erro, confundi-la com a 4ª fase, essa sim denominada de seguridade social). O ato de seguridade social era apenas um seguro social, que é contributivo e denominado previdência social.
4ª fase – inaugurada em 1942, na Inglaterra, quando um parlamentar fora encarregado de redigir um relatório, denominado relatório Beveridge (William Beveridge), e este relatório chegou à conclusão de que o simples seguro social não era suficiente para amparar os necessitados da Inglaterra, que precisavam de um sistema mais amplo, denominado seguridade social (também adotado no Brasil e envolve parte contributiva e não contributiva). A parte contributiva é denominada seguro social e a parte não contributiva envolve saúde pública e amparo assistencial social. O sistema é universal (para os contribuintes e não contribuintes). No sistema bismarkiano (seguro social), só recebe quem contribui e no sistema Beveridgiano (seguridade social), beneficia a universalidade.
estudo dirigido valendo 5 pontos nos dias 18 e 20/02, pela presença.
												06/02/2013
Trabalho para 22/05/2013 – cópia dos artigos 42 a 151 da lei 8213, atualizada.
→ Evolução histórica no Brasil – além dos já citados acima
em 1919 foi editada a lei 3724, que criou o seguro de acidente de trabalho (SAT);
em 1923 foi editada a lei Elói Chaves (Decreto Legislativo 4682 – 24 de janeiro – tido atualmente como o dia da previdência social - INSS), que criou o seguro social no Brasil, foi o momento em que se inaugurou a fase Bismarkiana no Brasil. Além de criar o seguro social (obrigatório), criou também a caixa de aposentadoria e pensões dos ferroviários (que vertiam contribuições ao sistema previdenciário);
em 1934, com a edição da Constituição de 34, criou-se o custeio tripartite no Brasil (trabalhadores, empregadores e governo), mantendo o seguro social, como um todo. Na constituição atual o custeio é difuso, sendo feito de maneira direta (o custeio é feito pelos empregados e seus empregadores) e indireta (a sociedade inteira mantém a seguridade social);
entre 1933 e 1960 foram criados os IAP's, por classes (Institutos de Aposentadorias e Pensões, iniciando-se pelos marítimos, comerciários, industriários, ferroviários, etc...);
em 1960 foi editada a lei orgânica da Previdência Social (lei 3807), com a finalidade de unificar as legislações relacionadas com os IAP's;
em 1966 foi criado o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), através do Decreto-lei 72/66, que continua vigente atualmente;
em 1967, o SAT foi incorporado ao INPS, através da lei 5316;
em 1971 foram criados, por lei complementar nº 11, o FUNRURAL (fundo Rural – tinha finalidades administrativas) e o PRORURAL (Programa de Assistência Rural – era responsável pelas concessões dos benefícios aos rurícolas), que traziam um sistema protetivo diferenciado para os trabalhadores rurais;
em 1972, os empregados domésticos foram inseridos no INPS, através da lei 5859/72. Isso demonstra a evolução da sociedade, já que antes disso os empregados domésticos não tinham nenhuma proteção social.
												18/02/2013
Estudo dirigido – 1ª parte
Art. 16 do PBPS traz o rol de dependentes e os arts. 11 e 12 traz o rol de segurados.
												20/02/2013
Estudo dirigido – 2ª parte
												25/02/2013
Estudo dirigido – cont.
Evolução histórica da Seguridade Social no Brasil (cont.)
em 1977 foi criado o embrião da seguridade social do Brasil, com a criação do SINPAS (Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social), sendo este o primeiro exemplo de seguridade social no Brasil. Dentro deste sistema haviam as autarquias (INPS – responsável pela concessão e manutenção de benefícios previdenciários; IAPAS – responsável pela administração patrimonial e financeira do SINPAS – a união do INPS e o IAPAS foi o gerador do INSS; INAMPS – responsável pelo sistema de saúde do SINPAS – atual SUS), fundações públicas (LBA e FUNABEM – ambas eram responsáveis pelo sistema de assistência social), empresa pública (DATAPREV – responsável por gerir todas informações sociais – existe até os dias atuais). Foi em 1977 que seiniciou no Brasil o sistema Beveridgeano;
												27/02/2013
em 1988, com a promulgação da CR/88, que se instituiu de fato e normativamente a seguridade social no Brasil. Atualmente o seguro social se manifesta pela previdência social. O sistema de assistência social e a saúde também se manifestam de forma a dar sustentação à seguridade social. Arts. 193 e seguintes da CR/88. De acordo ainda com a CR/88, o financiamento da seguridade social tornou-se difuso, onde toda sociedade contribui para o seu financiamento, deixando de lado o sistema tripartite (empregados, empregadores e governos);
em 1990, veio o 1º ato normativo (lei 8029), instituindo o INSS (fusão do INPS com o IAPAS). Para a regulamentação dos arts. 196 e seguintes da CR/88, a lei 8080 instituiu o sistema único de saúde, com solidariedade entre os entes federados;
em 1991 foram aprovadas as leis 8212 (PCSS – que verte contribuições para a previdência social, assistência social e saúde), 8213 (PBPS – não se aplica para a seguridade social como um todo, já que envolve o regime contributivo da previdência social). Vários atos administrativos normativos foram editados com o objetivo de regulamentar essas leis, entre eles os decretos 356, 357, 611, 612, 2172 e 2173, até que esses decretos ensejaram o decreto 3048/99, que unificou todos os decretos anteriores e denominado regulamento da previdência social (regulamenta simultaneamente o custeio e benefícios);
em 1993 foi aprovada a LOAS (lei 8742), que regulamentou a assistência social no Brasil. Todas as leis acima já passaram por diversas modificações legislativas;
em 1998 (16/12) foi aprovada a EC 20, denominada de 1ª reforma da seguridade e previdência sociais. Essa reforma na CR/88 alterou benefícios previdenciários, contribuições, períodos de carência, tempo de contribuição, entre outros, vindo a trazer o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema;
em 1999 foi instituído o decreto 3048, já citado acima, unificando os decretos anteriores e denominado regulamento da previdência social;
em 2003 foi aprovada a EC 41, que reestruturou o regime de previdência dos servidores públicos e além disso, alterando algumas disposições do RGPS. Neste mesmo ano foi instituída a lei 10863, que reorganizou os ministérios (existia o MPAS que foi dividido em MPS e a assistência social foi para o ministério de desenvolvimento social e combate à fome);
em 2005 foi criada a lei 11.098, que modificou o sistema de arrecadação das contribuições sociais, delegando ao MPS a arrecadação das contribuições sociais, mediante a criação de uma secretaria própria;
em 2007 foi criada a “super receita” (lei 11.457), unificando o sistema arrecadatório no Brasil (única receita arrecadando todos tributos federais e contribuições sociais para manutenção da seguridade social).
Saúde
A saúde é direito de todos, nos termos do art. 196 da CR/88. Não é apenas direito subjetivo universal, devendo ser visto também como dever do Estado, a quem cabe implementar as políticas públicas de saúde. O art. 196 (A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação), que trata dos princípios relativos à saúde, tem parte programática e parte de aplicação plena. O art. 197 (São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito privado) é norma constitucional de eficácia restringível, já que demanda norma infraconstitucional sobre o assunto (lei 8080/90 – lei do SUS), que gerou um fenômeno denominado judicialização da saúde, decorrente do ativismo judicial, já que caberia ao poder executivo prever o orçamento para a concessão da saúde pública mas ele só faz apagar fogo, sem fazer um planejamento prévio de forma a oferecer saúde a toda população. Dessa forma, o judiciário profere decisões de forma a fazer com que o Estado cumpra seu dever constitucional. Isso aplica-se também aos planos de saúde (envolve a saúde pública e a privada – derivada do código de defesa do consumidor).
De acordo com a CR, há uma solidariedade entre os entes federados, cabendo á União (gestora de todo o sistema – competência para estabelecer normas gerais) repassar aos demais entes os recursos arrecadados com a finalidade de financiar a seguridade social. Aos Estados cabe a competência pelas normas regionais e aos municípios as normas locais. Cada um dos entes tem uma lista de medicamentos pelos quais são responsáveis, dessa forma define-se a quem cabe responder a uma ação judicial, podendo a ação ser feita em litisconsórcio, em função da solidariedade.
Financiamento da Saúde – art. 198 da CR/88 (As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.
§ 1º. O sistema único de saúde será financiado, nos termos do art. 195, com recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes.
§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:
I – no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista no § 3º;
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios;
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
§ 3º Lei complementar, que será reavaliada pelo menos a cada cinco anos, estabelecerá:
I – os percentuais de que trata o § 2º;
II – os critérios de rateio dos recursos da União vinculados à saúde destinados aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, e dos Estados destinados a seus respectivos Municípios, objetivando a progressiva redução das disparidades regionais;
III – as normas de fiscalização, avaliação e controle das despesas com saúde nas esferas federal, estadual, distrital e municipal;
IV – as normas de cálculo do montante a ser aplicado pela União.
§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir agentes comunitários de saúde e agentes de combate às endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para sua atuação.
§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso salarial.
§ 6º Além das hipóteses previstas no § 1º do art. 41 e no § 4º do art. 169 da Constituição Federal, o servidor que exerça funções equivalentes às de agente comunitário de saúde ou de agente de combate às endemias poderá perder o cargo em caso de descumprimento dos requisitos específicos, fixados em lei, para o seu exercício) e art. 77 da ADCT (Até o exercício financeiro de 2004, os recursos mínimos aplicados nas ações e serviçospúblicos de saúde serão equivalentes:
I – no caso da União:
a) no ano 2000, o montante empenhado em ações e serviços públicos de saúde no exercício financeiro de 1999 acrescido de, no mínimo, cinco por cento;
b) do ano 2001 ao ano 2004, o valor apurado no ano anterior, corrigido pela variação nominal do Produto Interno Bruto – PIB;
II – no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos respectivos Municípios; e
III – no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento do produto da arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º.
§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que apliquem percentuais inferiores aos fixados nos incisos II e III deverão elevá-los gradualmente, até o exercício financeiro de 2004, reduzida a diferença à razão de, pelo menos, um quinto por ano, sendo que, a partir de 2000, a aplicação será de pelo menos sete por cento.
§ 2º Dos recursos da União apurados nos termos deste artigo, quinze por cento, no mínimo, serão aplicados nos Municípios, segundo o critério populacional, em ações e serviços básicos de saúde, na forma da lei.
§ 3º Os recursos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinados às ações e serviços públicos de saúde e os transferidos pela União para a mesma finalidade serão aplicados por meio de Fundo de Saúde que será acompanhado e fiscalizado por Conselho de Saúde, sem prejuízo do disposto no art. 74 da Constituição Federal.
§ 4º Na ausência da lei complementar a que se refere o art. 198, § 3º, a partir do exercício financeiro de 2005, aplicar-se-á à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios o disposto neste artigo). A não observância destes artigos pode gerar ação direta de inconstitucionalidade interventiva (controle concentrado de constitucionalidade), nos termos dos arts. 34, VII, “e” (A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: VII - assegurar a observância dos seguintes princípios constitucionais: e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde) e 35, III (O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, exceto quando: III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde).
												06/03/2013
Organização do SUS – sempre há envolvimento das três esferas, incluindo administração pública direta (Ministério da Saúde – responsável pela organização e coordenação do sistema, Secretarias Estaduais da Saúde e Secretarias Municipais de Saúde, sendo os dois últimos responsáveis pela execução direta do sistema) e administração pública indireta (agências reguladoras que são autarquias responsáveis pelo condicionamento, coordenação e pela disciplina, explicitada por atos administrativos normativos, da atividade regulada. No SUS há 2 agências reguladoras, a ANVISA e a ANS, que expedem resoluções e portarias para todos os órgãos do SUS, planos de saúde, farmácias e drogarias; órgãos executores internos tais como laboratórios públicos, hospitais públicos, hospitais privados que recebem recursos públicos – em regra hospitais com finalidades filantrópicas, conforme disposto no art. 199 da CR/88, postos de saúde, farmácias populares – que são regulamentadas por listas de medicamentos, clínicas que integram o sistema público de saúde, fundações públicas – por exemplo a Oswaldo Cruz, fundação Nacional de Saúde, entre outros).
Medidas judiciais – inicialmente é necessário a apresentação da negativa administrativa. De porte deste documento, pode-se impetrar um mandado de segurança (tendo como pressuposto a existência de direito líquido e certo amparado por mandado de segurança – aquele que se prova documentalmente, usando-se de receituário público, já que o particular pode ser rebatido com facilidade. Normalmente a autoridade coatora utiliza-se do artifício de provar que o medicamento pode ser substituído por outro da farmácia popular, apresentando um laudo pericial. Nesse caso o MS cai por terra, levando ao seu indeferimento e extinção por impossibilidade do pedido, com julgamento de mérito, art. 267, VI – lei 18.016/09). O professor entende que a medida mais correta, nos dias atuais, é a ação ordinária (art. 273/CPC), com pedido de antecipação da tutela, com obrigação de entregar/fazer = art. 461 e 461A do CPC)
MS – Juízos competentes:
→ verificar a natureza da autoridade coatora – se secretaria municipal da saúde – juízo de direito da vara de fazenda pública municipal, se não houver é na vara única. Se for o secretário estadual de saúde – grupo de câmaras (2 câmaras com 5 desembargadores cada) parcial (apenas 5 desembargadores de ambas as câmaras) do TJ. Se ministro de estado – STJ (art. 105, I, “b” da CR/88).
Ação Ordinária – Juízos competentes (ver arts. 1211A e 1211B do CPC):
→ como as ações são ajuizadas em face do ente federal, pessoa jurídica de direito público (município, estado e união), o réu não será mais a autoridade coatora. Se município → juiz de direito da vara da fazenda pública municipal. Se estado → juiz de direito da vara da fazenda pública estadual, onde houver. Se união → juiz federal da seção judiciária do autor.
Assistência Social
Prevista na lei 8742/93 – Lei orgânica da Assistência Social → a assistência social é universal porque atende a todas pessoas necessitadas, não contributiva. A primeira previsão é o art. 203 da CR/88 (A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei).
O valor pago corresponde ao piso = salário mínimo, pago aos hipossuficientes. É pago aos idosos (requisitos 65 anos, renda “per capita” não superior a ¼ do salário mínimo, não é cumulativo, sujeita a reanálise sócio-econômica a cada 2 anos, valor correspondente a 1 salário mínimo, sem 13º salário, personalíssima, hipossuficientes – tudo confirmado por perícia do INSS, através de visita à residência familiar e entrevistas – atende ao princípio da dignidade da pessoa humana) e deficientes (requisitos – hipossuficientes, deficiência física/mental/sensorial, que a deficiência não tenha previsão de melhora em, no mínimo, 2 anos, a renda per capita deve ser menor ou igual a ¼ do salário mínimo, passar por análise multidisciplinar para a concessão do benefício – médica e de assistência social, a perícia poderá ser requerida novamente a cada 2 anos), sempre baseados no art. 204 da CR/88 (As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes: I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades beneficentes e de assistência social; II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas eno controle das ações em todos os níveis. Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: I - despesas com pessoal e encargos sociais; II - serviço da dívida; III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados), e este artigo remete à lei 8.212/91.
Estrutura administrativa da assistência social = Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, como órgão coordenador e administrador e o INSS, como órgão executor, já que evita a abertura de agências específicas para assistência social, consegue fazer a perícia e tem agências espalhadas por todo o país. O dinheiro da assistência social não emana do INSS, que apenas repassa recursos oriundos da união. O INSS faz a análise da solicitação, seja ela documental ou pericial.
A lei 8742/93 regulamenta o benefício e os requisitos para sua concessão, nos arts. 20 (O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. § 1º Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. §2º Para efeito de concessão deste benefício, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas. §3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a ¼ (um quarto) do salário-mínimo. §4º O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial de natureza indenizatória. § 5º A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento de que trata o § 2º, composta por avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social – INSS. § 7º Na hipótese de não existirem serviços no município de residência do beneficiário, fica assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao município mais próximo que contar com tal estrutura. § 8º A renda familiar mensal a que se refere o § 3º deverá ser declarada pelo requerente ou seu representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento para o deferimento do pedido. § 9º A remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz não será considerada para fins do cálculo a que se refere o § 3º deste artigo. § 10 Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2º deste artigo, aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos).
Art. 21 ( O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem. § 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas as condições referidas no caput, ou em caso de morte do beneficiário. § 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou utilização. § 3º O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a realização de atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência. § 4º A cessação do benefício de prestação continuada concedido à pessoa com deficiência não impede nova concessão do benefício, desde que atendidos os requisitos definidos em regulamento).
Art. 21-A (O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual. § 1º Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora de que trata o caput deste artigo e, quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o beneficiário adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade do pagamento do benefício suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação da deficiência e do grau de incapacidade para esse fim, respeitado o período de revisão previsto no caput do art. 21. § 2º A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do benefício de prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da remuneração e do benefício).
Deve ser observado ainda o disposto no art. 34 da lei 10.741 (Aos idosos, a partir de 65 (sessenta e cinco) anos, que não possuam meios para prover sua subsistência, nem de tê-la provida por sua família, é assegurado o benefício mensal de 1 (um) salário-mínimo, nos termos da Lei Orgânica da Assistência Social – Loas. Parágrafo único. O benefício já concedido a qualquer membro da família nos termos do caput não será computado para os fins do cálculo da renda familiar per capita a que se refere a Loas)
												11/03/2013
Em havendo indeferimento de concessão de LOAS na esfera administrativa, deve-se propor ação de concessão de LOAS (benefício assistencial). No polo passivo devem figurar a União e o INSS. Deve-se observar o rito das leis 10.259/01 e 9099/95 – juizados especiais federais.
Ações previdenciárias
Lei 10.259 – JEF – ações cujos valores não ultrapassem 60 salários mínimos (competência absoluta), calculados com base no valor do crédito a receber acrescido de 12 vezes o valor do benefício pretendido (vencidos + vincendas). Se a parte renunciar os valores que excedem à competência do JEF, a inicial será recebida e dela decotado o valor excedente. Para fins de valor da causa, o valor será apenas relativo às parcelas vencidas e este será o valor máximo a ser pago ao segurado. No JEF é permitido o “jus postulandi”.
Procedimento no JEF – art. 282/CPC + art. 283/CPC, endereçada ao juiz federal que poderá mandar emendar a inicial (art. 284/CPC), julgar improcedente o pedido (art. 285-A/CPC), receber a inicial (art. 273/CPC), indeferir a inicial (art. 295/CPC) ou declarar a prescrição de ofício (art. 219, § 2º/CPC). Se for caso de LOAS, auxílio doença, acidente de trabalho ou aposentadoria por invalidez, há uma perícia médica antes da citação do INSS e União. Em BH todos os processos da justiça federal são virtuais (e-proc). O polo passivo será a União, o INSS ou outro órgão federal, se for o caso. Prazo de 30 dias para contestação por parte do réu. A citação em BH é feita pelo e-cint, programa responsável pela citação e intimação eletrônica da justiça federal. Após a contestação realiza-se a perícia (normalmente contábil para cálculo de revisão de benefício previdenciário – SECAJ – ou perícia de assistência social, em se tratando de LOAS). Audiência de conciliação, instrução e julgamento (haverá depoimento pessoal e prova testemunhal nos casos de pensão por morte, já que necessidade não presumida, aposentadoria de segurados especiais e união estável. Pensão para pais e irmãos menores também necessitam de prova por ser não presumido. Às vezes há também oitiva de testemunhas em caso de concessão de LOAS). Sentença.
												13/03/2013
Da sentença de mérito (art. 269/CPC) cabe embargos de declaração, no prazo de5 dias, com nova decisão e reabre prazo do recurso inominado (que é de 10 dias), porém com efeito suspensivo, continuando a contagem do prazo após a decisão do ED.
Das decisões liminares que concedem ou não concedem determinados benefícios, que causem dano de difícil reparação à parte, cabe recurso inominado de instrumento, no prazo de 10 dias, interposto diretamente nas turmas recursais, nos termos dos arts. 522, 524 e seguintes do CPC e arts. 4º e 5º da lei 10.259/01. Havendo divergência entre a sentença e decisões de outras turmas, deverá ser feito o prequestionamento, com a finalidade de recurso às Turmas nacional e regional de uniformização.
É feito o juízo de admissibilidade, o recurso poderá ser admitido com efeito devolutivo, de acordo com a lei 9099. Abre-se vista para contra-razões, por 10 dias e os autos são remetidos para a turma recursal, composta de Juízes Federais de 1º grau de jurisdição e Juízes dos Juizados. O processo é distribuído a um juiz relator, que fará juízo de admissibilidade, podendo utilizar o art. 557/CPC. Se houver participação do MP, ele se manifesta aqui (somente se houver interesse de incapazes – art. 82/CPC). Realiza-se a seção de julgamento, onde se profere o acórdão (ementa). Se a turma recursal der interpretação divergente de outra turma e tendo havido prequestionamento, poderá caber novo recurso (art. 14 da lei 10.259), denominado recurso para a turma regional de uniformização (pedido de uniformização), desde que haja divergência na interpretação de direito material, se entre turmas da mesma região ou turma nacional de uniformização (pedido de uniformização), desde que haja divergência na interpretação de direito material, se entre turmas de regiões diferentes. Tem de ser feito prova da decisão divergente de outra turma, juntando-se o inteiro teor da mesma, nos termos do art. 541, § u/CPC, com demonstrativo analítico do dissídio. O prazo do recurso não é defino pela lei, aplicando-se por analogia o art. 105, III da CR/88, que é de 10 dias, havendo entendimento majoritário de que este prazo é de 15 dias. Pode haver ainda afronta à CR/88, cabendo então recurso ao STF, devendo haver prequestionamento e o recurso deve observar o art. 541/CPC e art. 102, III da CR/88, no prazo de 15 dias, simultaneamente com o recurso para a turma de uniformização de jurisprudência. Pode haver ED, inclusive para prequestionamento, para o qual será feito novo acórdão. O processo seguirá para o presidente da turma para fazer o JA de ambos recursos – art. 543/CPC (REX e uniformização), após as contra-razões.
Havendo denegação ao recurso, cabe agravo de admissão, nos termos do art. 544.
Se recebidos os recursos, os autos são encaminhados para a turma de uniformização, que se localiza no Conselho da Justiça Federal – CJS, art. 105, § u da CR/88, que se localiza no STJ. Existem 5 turmas regionais de uniformização e 1 turma nacional de uniformização. As decisões das turmas de uniformização possuem efeito vinculante nos âmbitos dos JEF, da região ou de todas as turmas do Brasil, se nacional.
A tramitação se dá com sorteio de relator, que poderá utilizar-se do art. 557/CPC. Depois é enviado ao MP. Vai para a sessão de julgamento e é proferido o acórdão. Se a tese é contrária ao acórdão recorrido, os autos são devolvidos para a turma recursal de origem para exercício de juízo de retratação, com efeito vinculante. Neste caso, havendo REX, este fica prejudicado. Se a tese tem o mesmo entendimento do acórdão recorrido, os autos serão remetidos ao STF, em havendo REX, onde o processo é sorteado a um relator, que fará o juízo do art. 557/CPC, encaminha ao MP, sessão de julgamento e confecção do acórdão. Contra esse acórdão ainda cabe embargos de divergência (art. 547/CPC), para o plenário do STF, em havendo divergência com decisão de outra turma ou do plenário.
Pelo princípio da hétero-integração de normas, aplica-se a lei 10.259, havendo omissão dessa lei, aplica-se o disposto na lei 9099 e havendo omissão nesta lei, aplica-se o CPC.
Seguridade Social na CR/88
→ Princípios genéricos – a CR/88 trouxe diversas informações sobre direito previdenciário (custeio difuso, direitos subjetivos previdenciários – aposentadoria por idade ou por contribuição, valor do piso de benefício substitutivo do salário de contribuição e princípios específicos e genéricos) indo até além do que deveria. Além disso há ainda as normas programáticas em matéria de direito previdenciário, que trazem os paradigmas e diretrizes da seguridade social.
Aplicam-se em direito previdenciário os princípios da igualdade, legalidade, dignidade da pessoa humana (assistência social e saúde, ambos de abrangência universal, não contributiva. Seguridade social obrigatório → INSS), princípios democráticos em matéria de seguridade social.
→ princípios específicos da seguridade social na CR/88 → art. 193 – primado do trabalho – a seguridade obrigatória se aplica aos trabalhadores em geral, aos avulsos, aos domésticos, contribuintes individuais; bem estar social (wellfare state); e justiça social.
												18/03/2013
Princípios específicos – cont...
Art. 194 da CR/88 (A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com base nos seguintes objetivos: I - universalidade da cobertura e do atendimento; II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; V - equidade na forma de participação no custeio; VI - diversidade da base de financiamento; VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados)
Universalidade de cobertura e atendimento – norma programática que recebe limitação da própria CR/88 em questão de Previdência Social – a seguridade social deve ser aberta a todos os necessitados e amparar os riscos sociais cobertos pelo sistema. Trata-se de norma programática que indica um ideal de condutas, sejam elas executivas, legislativas ou jurisdicionais, aplicáveis à saúde, à assistência social ou à previdência social. No âmbito do seguro social o art. 201 da CR/88 (A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda; V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar. § 2º Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo. § 3º Todos os salários de contribuição considerados para o cálculo de benefício serão devidamente atualizados, na forma da lei. § 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei. § 5º É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade desegurado facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência. § 6º A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor dos proventos do mês de dezembro de cada ano. § 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos termos da lei, obedecidas as seguintes condições: I - trinta e cinco anos de contribuição, se homem, e trinta anos de contribuição, se mulher; II - sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, reduzido em cinco anos o limite para os trabalhadores rurais de ambos os sexos e para os que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador artesanal. § 8º Os requisitos a que se refere o inciso I do parágrafo anterior serão reduzidos em cinco anos, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio. § 9º Para efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. § 10. Lei disciplinará a cobertura do risco de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo regime geral de previdência social e pelo setor privado. § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei. § 12. Lei disporá sobre sistema especial de inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um salário-mínimo. § 13. O sistema especial de inclusão previdenciária de que trata o § 12 deste artigo terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os demais segurados do regime geral de previdência social) limita tanto o aspecto objetivo quanto o subjetivo, em matéria de proteção social.
Dimensão subjetiva envolve a universalidade de atendimento a todos que se encontrem em estado de necessidade.
Dimensão objetiva envolve a universalidade de cobertura, que são todas as situações provocadoras de necessidade social, que afasta o cidadão da dignidade, do bem estar e da justiça social.
Uniformidade e equivalência de benefícios e serviços à população urbana e rural – a lista de benefícios fornecida pela seguridade social será a mesma para a população citadina e rural, o que envolve acesso às mesmas prestações em ambos os tipos de população. Por sua vez, a equivalência se constitui da igualdade de valores (mesma forma de se apurar a renda mensal inicial – RMI) entre as populações urbanas e campesinas.
Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços – trata-se de princípio que efetiva a justiça distributiva, porque seleciona os eventos sociais cobertos pelo sistema e redistribui a renda às classes sociais menos favorecidas.
Irredutibilidade do valor dos benefícios – também descrito no § 4º do art. 201 da CR/88 (É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei). Trata-se de correção ou manutenção do valor/potencial aquisitivo do benefício previdenciário. Não é valor nominal, é manutenção de valor real na aquisição de benefícios previdenciários. É fundamento de quase todas as ações revisionais de benefícios previdenciários. O entendimento do STF é de que se trata de norma constitucional de eficácia restringível (lei posterior pode limitar a eficácia da norma constitucional e neste caso é o PBPS – lei 8.213/91 – art. 41-A). Periodicidade de revisão do benefício é anual, quando do aumento do salário mínimo. Atualmente reajustado pelo INPC.
Equidade na forma de participação no custeio – trata-se de regra aplicável ao financiamento da seguridade social, segundo a qual os contribuintes participarão de maneira diferente na proporção do risco social que geram ao sistema. Regra de bom senso ou regra de retidão ou regra de justiça. Essa equidade envolve também as alíquotas contributivas da seguridade social. Há alíquotas diferenciadas. A análise da alíquota contribuitiva é feita de acordo com o risco. Quanto maior for risco gerado ao sistema, maior será a alíquota contributiva. Exemplo é o SAT que tem alíquota variável (quanto maior é o risco de acidente de trabalho, maior será a alíquota contributiva). Outro exemplo é a aposentadoria especial em que a empresa envolvida terá alíquota adicional de contribuição do empregador, além da alíquota base (20% + 12%, 9% ou 6%, para tempo de aposentadoria de 15, 20 ou 25 anos, respectivamente).
Diversidade da base de financiamento – haverá uma multiplicidade de fatos geradores das contribuições sociais, em função das várias formas de financiamento da seguridade social. Envolve a diversidade de bases (fatos geradores de tributo/contribuição social). O art. 195 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro. II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica,da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento).
Caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados – a divisão quadripartite vem do caráter democrático (Estado Democrático de Direito). Existe o Conselho Nacional da Previdência Social – CNPS, conforme estabelecido nos artigos 3º e 4º da lei 8.213/91, composto por 15 membros (6 do governo, 3 dos trabalhadores, 3 dos aposentados e 3 dos empregadores). Existem ainda os conselhos regionais e municipais de previdência social.
Preexistência do custeio ou regra da contrapartida (não previsto no art. 194 da CR/88) – para criação válida de benefícios previdenciários, indispensável a indicação prévia de receita pública, o que também se aplica para majoração da RMI ou extensão de seus beneficiários (previsto no art. 195, § 5º). É necessário informar previamente de onde virá a receita para a manutenção do benefício previdenciário.
												20/03/2013
CODEFAT – Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
Normas sobre financiamento – art. 195 da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro. II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; III - sobre a receita de concursos de prognósticos. IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos. § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios. § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei. § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho. § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei complementar. § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os quais as contribuições incidentes na forma dos incisos I, b; e IV do caput, serão não-cumulativas. § 13. Aplica-se o disposto no § 12 inclusive na hipótese de substituição gradual, total ou parcial, da contribuição incidente na forma do inciso I, a, pela incidente sobre a receita ou o faturamento) – A seguridade social é financiada por toda a sociedade. Este financiamento é difuso/misto/oblíquo (há contribuição advinda de diversas fontes da sociedade, seja por parte do governo, dos empregadores, dos empregados, concursos de prognósticos, expropriações, etc... a sociedade inteira contribui). A forma de financiamento indireta indica que há intervenção dos governos (federal, estaduais, distrital e municipais – art. 77 da CR/88), através de contribuições, para saúde (parte do orçamento), previdência social e assistência social, conforme disposto no art. 16, §u, do PCPS. A União é quem arca com os benefícios de prestação continuada.
1 – Forma indireta - de acordo com a LDO, a União apresenta ao Congresso Nacional uma proposta orçamentária, para aprovação. Desta forma, a União acrescenta ao valor do orçamento previdenciário a quantia necessária para cobrir o “rombo” entre a arrecadação e o desembolso.
2 – Forma direta – mediante o recolhimento de contribuições sociais. Quem mantém a seguridade social é o próprio beneficiário.
2.1 – competência de criação (art. 149 da CR/88 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. § 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário de que trata o art. 40, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União. § 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo: I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação; II - incidirão também sobre a importação de produtos estrangeiros ou serviços; III - poderão ter alíquotas: a) ad valorem, tendo por base o faturamento, a receita bruta ou o valor da operação e, no caso de importação, o valor aduaneiro; b) específica, tendo por base a unidade de medida adotada. § 3ºA pessoa natural destinatária das operações de importação poderá ser equiparada a pessoa jurídica, na forma da lei. § 4º A lei definirá as hipóteses em que as contribuições incidirão uma única vez. Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e III. Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo de energia elétrica). As contribuições sociais são as da seguridade social, de intervenção no domínio econômico e de interesse de categorias profissionais. A forma de criação, em regra, é por meio de lei complementar, de iniciativa da União, que tem competência exclusiva para sua criação, no caso de manutenção do RGPS e do RPPS da própria União. A competência poderá ser transferida aos estados membros, Distrito Federal e Municípios, para a criação e manutenção de seus próprios regimes de previdência social, que incidirá exclusivamente sobre seus servidores públicos.
2.2 – natureza jurídica das contribuições sociais – tributária, porque: i – posição topográfica na CR/88 (título VI – da tributação e do orçamento); ii – aplicação dos princípios tributários do art. 146 e seu inciso III, da CR/88; iii – compatibilidade do conceito do art. 38 do CTN; iv – forma de arrecadação pela super receita. Essa é a teoria majoritária. Para a teoria minoritária, as contribuições sociais têm características parafiscais, por possuir orçamento próprio. O STF concorda com a teoria majoritária, entendendo que a natureza jurídica da contribuição social é de tributo.
Enquanto tributo (que é gênero), a contribuição social poderá ser uma das espécies abaixo:
a – para uma teoria minoritária, as contribuições sociais seriam taxas, quando o sujeito passivo for o trabalhador. Quando o sujeito passivo for o empregador, passa à categoria de imposto.
b – para a teoria majoritária, incluindo o STF, a espécie é de contribuição social ou parafiscal, por possuir uma destinação específica para o resultado do recolhimento. É tributo finalístico, que obrigatoriamente será utilizado para determinada função estatal. É vinculado com a manutenção da seguridade social, como um todo. As contribuições sociais mantêm a seguridade social.
De acordo com o art. 167, XI da CR/88 (São vedados: XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201), as contribuições diretas feitas pelos empregadores, trabalhadores e servidores que são destinadas exclusivamente para manter a Previdência Social passam a ser denominadas de contribuições previdenciárias.
2.3 – contribuições sociais – art. 195, I, “a” (fato gerador) - folha de salários para quem possui vínculo empregatício ou demais rendimentos para prestadores de serviços. Até 1998, a CR só previa o recolhimento de contribuições sociais (previdenciárias) sobre a folha de pagamentos. Várias tentativas do governo, através da edição de leis ordinárias, previam a cobrança sobre os demais rendimentos, mas foram declaradas inconstitucionais pelo STF, por carecer de forma legal para sua instituição. Apenas com a edição da LC 84/96, foi possível a cobrança. A EC 20/98 inseriu o texto na CR/88, revogando a LC, conforme lei 9876/99 (a norma constitucional é tida como auto aplicável de eficácia plena).
												01/04/2013
A – dos empregadores – alíquotas definidas no PCSS (8212/91), arts. 22 a 25-A.
	% alíquota
	Sujeito passivo
	Base de cálculo
	20,00% - básica – art. 22 - 8212
	Empresas comuns
	Total da folha de salários
	12,00% - básica – art. 24 - 8212
	Empregadores domésticos
	Salário de contribuição
	15,00% - básica – art. 22, IV - 8212)
	Cooperativas
	Valor da Nota Fiscal
	2,50% - adicional – art. 22, § 1 - 8212
	Instituições bancárias
	Total da folha de salários
	12,00% - adicional
	Empresas com Aposentadoria Especial grau máximo – 15 anos
	Total da folha de salários
	9,00% - adicional
	Empresas com Aposentadoria Especial grau médio – 20 anos
	Total da folha de salários
	6,00% - adicional
	Empresas com Aposentadoria Especial grau mínimo – 25 anos
	Total da folha de salários
	9,00% - adicional – lei 9032/95
	Cooperativas com Aposentadoria Especial – grau máximo – 15 anos
	Valor da Nota Fiscal
	7,00% - adicional – lei 9032/95
	Cooperativas com Aposentadoria Especial – grau médio – 20 anos
	Valor da Nota Fiscal
	5,00% - adicional – lei 9032/95
	Cooperativas com Aposentadoria Especial – grau mínimo – 25 anos
	Valor da Nota Fiscal
	1,00% a 3,00 % - adicional (com acréscimo de 50 a 100% desta contribuição adicional, em caso de constante reincidência – art. 22, II da 8212)
	SAT – Empresas, de acordo com a tabela de atividades fins, definindo-se o nível de acidentes de trabalho por ramo de atuação. Quem não tem acidentes de trabalho recolhe 1% (mínimo)
	Total da folha de salários
	2,50% - básica especial
	Agroindústria (indústria agropecuária – empresários rurais). PJ produtora rural
	Faturamento bruto
	0,1% a 0,3% - adicional
	SAT - Agroindústria (indústria agropecuária – empresários rurais). PJ produtora rural
	Faturamento bruto
	2,00% - básica especial (*) - art. 25 e seu § 1º e art. 25-A – 8212
	Pessoa Física, produtor rural e segurados especiais (para empregados)
	Faturamento bruto
	0,1% a 0,3% - adicional (*)
	SAT - Pessoa Física, produtor rural e segurados especiais (para empregados)
	Faturamento bruto
	5,00% - básica – art. 22, § 6º - 8212
	Eventos desportivos – principalmente clubes de futebol (em favor de seus profissionais)
	Faturamento do evento
	4,00% a 17,42% - básica
	Empresas optantes do SIMPLES
	Faturamento bruto
O produtor rural, para ter acesso à proteção social do RGPS, também deverá fazer recolhimentos “obrigatórios” para a Previdência Social, em nome próprio, como contribuinte individual, com alíquota de 20% sobre seus rendimentos.
(*) este recolhimento é feito pelo regime de substituição tributária (art. 25 do PCSS) – regra geral o sujeito passivo é aquele que adquire o resultado da produção. A alíquota é de 2% sobre o total do faturamento, acrescido da alíquota adicional do SAT. Aplica-se também ao segurado especial que trabalha em regime de economia familiar (que só tem direito a benefícios mínimos – aposentadoria por idade rural (60 anos homens e 55 anos mulheres), salário maternidade, auxílio doença, aposentadoria por invalidez, pensão por morte e auxílio reclusão). A prova para aquisição do benefício é feita por testemunhas e documentos, para fins de comprovação do exercício da atividade rural (art. 106 do PBPS – prova tarifada)
Art. 195, I, “b” da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: b) a receita ou o faturamento), estabeleceu outra contribuição social para os empregadores, conhecida como COFINS (Contribuição para o financiamento da Seguridade Social), foi regulamentada pela LC 70/91, regulamentada pelas leis 9718 e 10.833/2003. A Cofins substituiu o antigo Fim Social. Esta contribuição social respeita o princípio da não cumulatividade.
→ O fato gerador da Cofins é qualquer operação que resulte o ingresso de receitas de qualquer natureza.
→ base de cálculo – a receita ou o faturamento bruto.
→ alíquotas – 7,6%, não cumulativa (incide em apenas uma das etapas de tributação, através de regime de compensação tributária) ou 3%, cumulativa (art. 10 da lei 10.833/2003, estabelece quais empresas devem contribuir com esta alíquota, de forma cumulativa).Art. 195, I, “c” da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: c) o lucro), estabeleceu outra contribuição social para os empregadores, conhecida como CSLL (contribuição social sobre o lucro líquido), regulamentada pela lei 7689/88, muito parecida com o IR de pessoa jurídica, já que tem o mesmo fato gerador e a mesma base de cálculo.
→ fato gerador = base de cálculo – receita bruta “menos” despesas ordinárias com a manutenção do negócio (lucro contábil), apurado no exercício do ano anterior. Para o STF não se trata de bitributação, já que um (IR) é imposto e o outro (CSLL) é contribuição social.
→ alíquotas – 9%, não cumulativa e 15%, cumulativa (para seguradoras privadas, empresas de capitalização e instituições financeiras em geral)
o princípio da contribuição social é a não cumulatividade.
												03/04/2013
B – dos trabalhadores – Art. 195, II da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201). A vinculação dos trabalhadores ao RGPS é obrigatória (por retenção), arts. 11 a 13 do PBPS. A retenção é feita para empregados, trabalhadores avulsos, empregados domésticos, segurados especiais (regime de substituição tributária) e contribuintes individuais. Os segurados facultativos fazem o recolhimento nas formas previstas na lei.
Os aposentados que continuam trabalhando continuam contribuindo como segurados obrigatórios (ver art. 167, XI da CR/88 e artS. 18, § 2º e 124 do PBPS). Não há incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores de aposentadoria e pensão (trata-se de imunidade tributária, por estar previsto na Constituição). Em contrário, conforme disposto no § 18 do art. 40 da CR/88, há incidência de contribuições previdenciárias sobre os valores pagos pelo RPPS, que ultrapassarem o teto de benefício da Previdência Social. Até 1999 existia uma lei (9783/99) que regulava as contribuições previdenciárias dos servidores públicos (o STF julgou essa lei inconstitucional) e essa lei foi revogada pela EC 41/03, que incluiu o § 18 do art. 40 da CR/88.
Alíquotas dos Trabalhadores:
Segurados obrigatórios empregados, empregados domésticos e trabalhadores avulsos → 8%, 9% ou 11%, de acordo com a remuneração (art. 20 da lei 8212 – PCSS). Os valores são retidos pelo empregador. O não recolhimento de valores descontados e devidos à Previdência Social é crime de apropriação indébita previdenciária (art. 11, do PBPS).
Segurado obrigatório contribuinte individual (art. 11 do PBPS) – alíquota de 20% sobre os rendimentos declarados, limitados ao teto (art. 21 do PCSS).
Segurado facultativo (arts. 12 e 13 do PBPS) – alíquota de 20% sobre os rendimentos declarados, limitados ao teto (art. 21 do PCSS).
O segurado obrigatório contribuinte especial tem os valores de contribuição retidos pelo adquirente de sua produção, à base de 2% sobre o total do faturamento.
O art. 21 do PCSS também prevê, por exceção, a alíquota de 11% sobre o piso, com exclusão do direito de aposentadoria por tempo de contribuição (tem direito exclusivamente aos benefícios mínimos). Outra alíquota é de 5% do piso, para os contribuintes denominados microempreendedor individual (microempresário, com faturamento máximo anual previsto em lei), também excluindo a aposentadoria por tempo de contribuição; e para o segurado facultativo que trabalhe exclusivamente em casa e que a família seja considerada de baixa renda (§ 4º do art. 21 – cadastrados no CAD único e com renda de até 2 salários mínimos de renda familiar).
												08/04/2013
C – Receita sobre concursos de Prognósticos – art. 195, II, da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: III - sobre a receita de concursos de prognósticos) – regulamentada pelo art. 26 do PCSS – a renda líquida, conforme § 2º deste mesmo artigo (total arrecadado, deduzido de valor destinado ao prêmio, despesas de manutenção, despesas com a administração do concurso e despesas destinadas a crédito educativo e clubes desportivos), bem como no § 2º do art. 212 do RPS. Não é exclusiva da seguridade social porque mantem também os seguintes programas:
I – manutenção do INDESP (instituto nacional de desenvolvimento do desporto – lei 9615)
II – Programa de Crédito Educativo (lei 8436)
III – FIES (lei 10260/2001)
IV – Lei de financiamento das dívidas tributárias dos times de futebol (lei 11.345)
Alíquota contributiva = 5% da receita líquida.
D – Do importador de bens e serviços – art. 195, IV da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: IV – do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar) – incluído pela EC 42/2003. Na lei 10.865 foi regulamentada a contribuição social sobre o Imposto de Importação, valendo lembrar que o fato gerador é idêntico para o II mas este é imposto e aquela é contribuição social.
PIS/PASEP – importador
COFINS – importador
Incidência – art. 3º da lei 10.865/2004 – i) importação de bens estrangeiros ao Brasil, com a entrada em seu território; ii) pagamento, crédito ou entrega de valores em contraprestação por serviços para residentes no exterior. Sendo o sujeito passivo o importador, seja ele pessoa física ou jurídica, o contratante de serviços de residente ou domiciliado no exterior ou, caso não se encontre o anterior, o beneficiário do serviço prestado pelo residente no exterior.
Base de cálculo – art. 7º da lei 10.865/2004 – valor do produto ou serviço, convertido em moeda nacional, de acordo com o valor da nota fiscal emitida.
Alíquotas contributivas:
Se PIS/PASEP – varia de 1,65% até 2,56%
Se Cofins – de 7,6% até 11,84%
E - PIS/PASEP - Art. 239 da CR/88 (A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração Social, criado pela LC 7/1970, e para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela LC 8/1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o § 3º deste artigo. § 1º - Dos recursos mencionados no "caput" deste artigo, pelo menos quarenta por cento serão destinados a financiar programas de desenvolvimento econômico, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, com critérios de remuneração que lhes preservem o valor. § 2º - Os patrimônios acumulados do Programa de Integração Social e do Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público são preservados, mantendo-se os critérios de saque nas situações previstas nas leis específicas, com exceção da retirada por motivo de casamento, ficando vedada a distribuição da arrecadação de que trata o "caput" deste artigo, para depósito nas contas individuais dos participantes. § 3º - Aos empregados que percebam de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público, até dois salários mínimos de remuneração mensal, é asseguradoo pagamento de um salário mínimo anual, computado neste valor o rendimento das contas individuais, no caso daqueles que já participavam dos referidos programas, até a data da promulgação desta Constituição. § 4º - O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei) – direciona o PIS/PASEP para o custeio do Seguro Desemprego e custeio do abono salarial para trabalhadores que recebem até 2 salários mínimos em média, mensal. Regulamentados pelas Leis Complementares 7 e 8/1970 (recepcionadas pela Constituição atual – a Constituição não revogou tácita ou expressamente estas leis), que foram regulamentadas pelas leis 9715 e 9718/1998.
Base de cálculo – é apurada mensalmente com base no faturamento para pessoas jurídicas de direito privado, na folha de salários (para pessoas jurídicas sem fins lucrativos) ou na totalidade das receitas públicas arrecadadas (para pessoa jurídicas de direito público).
Alíquotas previstas na lei 10.637:
1,65% - não cumulativa - pessoas jurídicas de direito privado, com fins lucrativos
0,65% - cumulativa para folhas de salários de pessoas jurídicas, com fins lucrativos, de lucro presumido, telecomunicações e optantes pelo SIMPLES.
1,00% - sobre a folha de salários, para pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos e sobre a totalidade das receitas públicas arrecadadas pela pessoa jurídica de direito público.
F – CPMF (contribuição provisória sobre movimentações financeiras) – válida até 31/12/2007 – iniciou-se com a EC 12/96 e foi sendo renovada até a EC 42/2003. Em 2007, através da PEC 89/07, foi extinta. Estava inicialmente prevista na ADCT. Foi regulamentada pela lei 9311.
Fato gerador – era qualquer movimentação financeira que importe em transferência escritural de valores ou moeda.
Alíquota – 0,38% (0,2% destinado à saúde, 0,1% destinado à previdência social e 0,08% destinado ao fundo de erradicação da pobreza).
G – Outras receitas – art. 27 do PCSS (Constituem outras receitas da Seguridade Social: I - as multas, a atualização monetária e os juros moratórios; II - a remuneração recebida por serviços de arrecadação, fiscalização e cobrança prestados a terceiros; III - as receitas provenientes de prestação de outros serviços e de fornecimento ou arrendamento de bens; IV - as demais receitas patrimoniais, industriais e financeiras; V - as doações, legados, subvenções e outras receitas eventuais; VI - 50% (cinquenta por cento) dos valores obtidos e aplicados na forma do parágrafo único do art. 243 da CR/88; VII - 40% (quarenta por cento) do resultado dos leilões dos bens apreendidos pelo Departamento da Receita Federal; VIII - outras receitas previstas em legislação específica. Parágrafo único. As companhias seguradoras que mantêm o seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores de vias terrestres, de que trata a lei 6194/74, deverão repassar à Seguridade Social 50% (cinquenta por cento) do valor total do prêmio recolhido e destinado ao Sistema Único de Saúde-SUS, para custeio da assistência médico-hospitalar dos segurados vitimados em acidentes de trânsito).
Competência para a criação de novas contribuições sociais – art. 154 da CR/88 (A União poderá instituir: I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação) e art. 195, § 4º (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I). Para o STF apenas deverá ser observado o requisito formal (lei complementar), salvo se prevista na CR/88. Se a mesma base de cálculo já existir na CR/88, não poderá ser criada nova contribuição.
												10/04/2013
Regime jurídico diferenciado das Contribuições Sociais
a – Princípio da anterioridade – o art. 150, III, “b”, da CR/88 (Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III - cobrar tributos: b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou) prevê o princípio da anterioridade anual, em matéria tributária. Mas o art. 195, § 6º, da CR/88 (A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b") há também o princípio da anterioridade, porém ela é nonagesimal.
b - Tributo finalístico - A destinação do resultado da arrecadação é o custeio da seguridade social. A união somente poderá criar validamente a contribuição social se ela vincular o resultado da arrecadação à saúde e/ou à assistência social e/ou a previdência social. Art. 167, IV, da CR/88 (São vedados: IV – a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa, ressalvadas a repartição do produto da arrecadação dos impostos a que se referem os arts. 158 e 159, a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde, para manutenção e desenvolvimento do ensino e para realização de atividades da administração tributária, como determinado, respectivamente, pelos arts. 198, § 2º, 212 e 37, XXII, e a prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita, previstas no art. 165, § 8º, bem como o disposto no § 4º deste artigo). Somente se aplica a impostos. As contribuições sociais que têm destinação mais específicas são aquelas destinadas ao pagamento de benefícios de prestação continuada – aquelas previstas no art. 195, I, “a” e II, da CR/88 – são chamadas de contribuições previdenciárias, conforme dispõe o art. 167, XI da CR/88 (São vedados: XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, a, e II, para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201). De 2000, com a EC 27/2000 e até 31/12/2007, com a previsão da EC 42/03, havia a vigência da DRU (Desvinculação das receitas da união), que desvinculava os impostos e as contribuições sociais.
c – desnecessidade de criação da contribuição social por lei complementar quando prevista na CR/88 – art. 146, III, “a” da CR/88 (Cabe à lei complementar: III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes) aplica-se a impostos e não para contribuições sociais. Já há na própria constituição a definição de sujeito passivo, fato gerador e base de cálculo (art. 195, I a IV e art. 239 da CR/88), por serem normas constitucionais de eficácia plena também conhecidas como autoaplicáveis (pode-se aplicar as contribuições sociais por meio de lei ordinária).
d – regras especiais de imunidade – art. 150, VI da CR/88 (Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:

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