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Direito das Obrigações - Nícia

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Obrigações:
1.Direitos Reais x Direitos Pessoais: O primeiro afeta a coisa direta e imediatamente, tem poder jurídico de uma pessoa sobre uma coisa determinada, tem tipicidade, taxatividade, publicidade (imóveis), efeitos erga omnes, aderência, direito de sequela; o segundo tem por objeto a atividade do devedor, os direitos de crédito são de cunho patrimonial, tem atipicidade, livre criação, efeitos inter partes e inexiste aderência e sequela.
1.1. Obrigações mistas: São aquelas que decorrem do direito real, aderindo à coisa determinada e, por isso, a acompanham nas modificações do seu titular.
Obs: -> Não se refere ao indivíduo que contraiu a obrigação
São obrigações que se transmite automaticamente para o novo titular da coisa a qual se relacionam.
Exemplo: Divida de condomínio. 
2. Novos paradigmas do código civil e do Direito das obrigações
Contexto: CC 1916: positivista, formalista, individualismo liberal, considerava o indivíduo de forma abstrata.
2.1. Paradigmas: Socialidade, Eticidade e Operabilidade.
Socialidade: Função social – Gerar um bem para a coletividade. Limitação da propriedade privada em razão da função social.
Eticidade: Direito como técnica a serviço da ética; afirmação livre e racional do valor da justiça; maior mobilidade ao aplicador do direito; aplicabilidade da teoria tridimensional do direito (construção da jurisprudência); constitucionalização do Direito Civil.
CC 2002 -> Boa fé como clausula geral:
Boa fé subjetiva: Estado psicológico daquele que acredita que age corretamente conforme o direito e a moral. Oposto de má fé.
Boa fé objetiva: Desdobramento do paradigma da eticidade. Se traduz em comportamentos exigíveis e esperados das partes em uma relação obrigacional. E que revelem os valores de: probidade; correção; lealdade; informação; verdade; etc. * Se afere por meio de padrões de conduta completamente adotados pelos indivíduos e independente, portanto, da convicção do sujeito.
Operabilidade: Aplicar aos casos concretos as normas abstratas, percepção da particularidade de cada caso. Rejeita às conceituações estéreis (não eficazes).
3. Fontes das Obrigações
3.1. -> Fonte imediata ou primária: Lei
 -> Fonte mediata ou secundária: Fato jurídico que concretiza a prescrição legal.
Lei (geral e abstrata) -> Fato jurídico (situação amparada pela lei) -> Relação jurídica (vínculo entre as pessoas)
** Boa Fé objetiva como fonte das obrigações.
4. Relação Obrigacional:
Elementos:
Subjetivo ou pessoal: Esse elemento são os sujeitos:
Ativo ou credor: Aquele indivíduo titular de um direito subjetivo de crédito dotado de pretensão (acionar o poder judiciário para exigir o cumprimento da prestação devida).
Passivo ou devedor: É aquele que tem o dever de cumprir uma prestação satisfativa do interesse do credor.
** Atributos dos sujeitos da relação obrigacional:
Pessoa física ou jurídica
Capaz e legitimada
Determinado ou determinável
Sujeito determinável-> obrigação ambulatória: a indeterminação é a própria essência da obrigação. Pode ser ativa (exemplo: cheque ao portador) ou passiva (exemplo: obrigação propter rem ( taxa de condomínio)).
 *** Coadjuvantes nas relações obrigacionais: Aqueles que sem integrar o polo ativo ou passivo interferem na obrigação. São os chamados representantes, ou seja aqueles que agem em nome e interesse do credor ou devedor. Representantes podem ser:
Legais: Aqueles a quem a lei atribui o poder/dever de agir em nome e no interesse dos absolutamente incapazes (menores de 16 anos).
Voluntários ou convencionais: São os mandatários ou procuradores, ou seja aquele que por disposição de vontade é constituído para agir em nome e interesse do credor ou do devedor. 
Obs: Núncios: Declara sua vontade que já ta expressa no título que outorga o poder. Não pode ir além do que está escrito na procuração.
Objetivo: Prestação. Pode ser dividido em:
Objeto direto ou imediato: Atividade do devedor (positiva e negativo) satisfativa do interesse do credor. Esta atividade pode ser:
Positiva ou comissiva: Uma vez que impõe ao devedor um cometer, ou seja sair da inércia. A) Dar coisa certa ou incerta.
 B) Fazer
Negativa ou omissiva: Em que se impõe ao devedor o dever de se abster de determinadas condutas, deixar de fazer algo. Trata-se de uma abstenção juridicamente relevante. B) Não fazer.
Objeto indireto, mediato ou remoto: É o bem da vida, de interesse do credor, a coisa em si considerada.
** Características do elemento objetivo:
Licitude
Possibilidade física ou jurídica
Determinado ou determinável
Patrimonialidade
Ideal, espiritual ou abstrato: Vínculo jurídico que se estabelece entre credor e o devedor. Elementos:
Débito e dívida (schuld): Dever ou necessidade de que o devedor tem de cumprir uma prestação.
Responsabilidade (raftung): Somente surgirá diante do inadimplemento voluntário da prestação. É a prerrogativa do credor de exigir compulsoriamente o cumprimento da prestação.
Obs: ** Divida de jogo: O credor não pode cobrar o devedor. Mas se o devedor pagar, não pode pedir ressarcimento por pagamento indevido.
 *** Há situações em que poderemos observar o schuld sem o raftung e vise versa.
5.Obrigação como um processo
5.1. Deveres:
 Dever nuclear: Dar, fazer e não fazer.
Dever acessório: Os deveres acessórios são aqueles decorrentes dos princípios que são implícitos e exigíveis em qualquer relação obrigacional. São eles: probidade, socialidade, eticidade, boa-fé, etc.
6.Modalidade das prestações:
6.1. De fato: Consiste a própria atividade do devedor ou do terceiro que é satisfativa do interesse do credor.
6.2. De coisa: Incumbe ao devedor transmitir a propriedade, posse ou detenção sobre uma coisa para o credor. Pode ser:
Atual: existente ao tempo em que a obrigação se forma.
Futura: Aquela que ainda não existe ao tempo em que a obrigação se forma, mas existirá, necessariamente, quando houver o cumprimento da obrigação.
6.3. Prestação instantânea: Aquelas executadas no mesmo momento em que a obrigação se forma. Exemplo: compra e venda à vista.
6.4. Prestação Continua: Aquela cujo o cumprimento se prolonga no tempo. Podem ser:
De execução deferida: a prestação se cumpre em uma só oportunidade, no momento posterior à formação da obrigação.
De trato sucessível: A execução da prestação se dá de forma continuada e sucessiva. Exemplo: serviço de telefonia.
7.Classificação básica das obrigações
Dessa classificação o critério metodológico utilizado, de inspiração romana, é a prestação. A partir daí temos o seguinte esquema classificatório das obrigações:
Positivas: condutas comissivas ao devedor
Dar: são aquelas que tem por objeto à prestação de coisa e portanto impõe ao devedor o dever de transmitir a propriedade, posse ou detenção sobre uma coisa ao credor
Acepções ou aspectos de “dar”:
Dar propriamente dito: devedor tem o dever de transmitir propriedade sobre a coisa.
Entregar: Incumbe ao devedor transmitir a posse ou detenção sobre uma coisa.
Restituir: Incumbe ao devedor devolver a posse ou detenção sobre a coisa que, em verdade, pertence ao credor.
 
Dar coisa certa: Coisa perfeitamente identificada, particularizada, especializada pelo gênero, quantidade e qualidade.
Desdobramentos do conceito:
Princípio da especificidade (art.313, CC/02): credor não é obrigado a aceitar coisa diversa da pactuada, ainda que mais valiosa.
Princípio da gravitação jurídica (art.233, CC/02): o acessório segue a sorte do principal salvo disposição expressa em sentido contrário.
Obs: Classificação dos Bens Reciprocamente considerados:
- Bem principal: é o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente.
- Bem acessório: é o bem cujo a existência pressupõe a do principal.
Os frutos e produtos são bens acessórios. Os frutos são utilidades renováveis, ou seja, que a coisa principal periodicamente produz, e cuja percepção não diminui a sua substância. São classificados em frutosnaturais (gerados pelo bem principal sem necessidade de interferência humana direta), industriais (decorrentes da atividade industrial humana, exemplo: bens manufaturados) e civis (são utilidades que a coisa frutífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de uma renda, exemplos: juros e aluguel). Já os produtos são utilidades não-renováveis, cuja percepção diminui a substância da coisa principal. Podemos citar por exemplo o carvão mineral.
** As pertenças também são bens acessórios, sendo que elas não são partes integrantes do bem principal, mas o embelezam ou lhe são úteis.
*** Benfeitorias (art.96, CC/02): são obras ou despesas realizadas no bem principal com a finalidade de conserva-lo, melhora-lo ou embeleza-lo. Note-se que se as obras alteram a natureza da coisa, não poderão ser consideradas benfeitorias. Além disso, não se consideram benfeitorias os melhoramentos feitos sem a intervenção do possuidor, proprietário ou detentor da coisa. As benfeitorias podem ser voluptuárias, úteis, ou necessárias. São voluptuárias as de mero deleite ou recreio, que não aumentam o uso habitual do bem, ainda que o torne mais agradável ou sejam de elevado valor; são úteis as que aumentam ou facilitam o uso do bem; são necessárias as que têm por fim conservar o bem ou evitar que se deteriore.
Teoria dos riscos nas obrigações de “dar coisas certas”: a teoria trata das circunstâncias que envolvem o perigo de dano à coisa certa e, por conseguinte, eventual responsabilidade pelo plano.
- Regra geral de origem romana: “ res perit domino suo” ou suporta o prejuízo pela perda da coisa o seu dono. Critérios de eventual responsabilização ou (ou não) do devedor:
Prejuízo total ou parcial:
Perda ou perecimento: perecimento significa perda total, ou seja a coisa já não existe, seja porque não tem substância, apreciação econômica ou destinação.
Deterioração: prejuízo parcial, quando a coisa ainda existe, embora danificada.
Momento do prejuízo: se o prejuízo ocorreu antes ou depois da tradição.
Se o devedor concorreu ou não com culpa para o prejuízo.
 
 - Consequências da perda da coisa certa (art.234, CC/02):
Sem culpa do devedor resolve-se a obrigação sem o direito a indenização por perdas e danos. Obs: A resolução da obrigação implica busca pelo restabelecimento do “status quo ante”.
Com culpa do devedor, antes da tradição ou pendente de condição suspensiva, responderá o devedor pelo equivalente a perdas e danos.
 - Consequências da deterioração da coisa certa, antes da tradição ou pendente de condição suspensiva (art. 235 e 236, CC/02):
Sem culpa do devedor: caberá ao credor receber a coisa no estado em que se encontre sem direito a indenização por perdas e danos.
Com culpa: Responderá ele pelo equivalente e perdas e danos. Obs: Conquanto o art.239 apresente apenas a solução acima, nada impede que o credor aceite a coisa no estado em que se encontre com o abatimento proporcional do preço e mais perdas e danos.
 - Acréscimos ou melhoramentos na coisa restituível antes da restituição (art. 241, CC/02) ou **Princípio da simetria restituível:
Quanto as benfeitorias:
Se houve concurso de vontade ou despesa do devedor poderá ele exigir indenização pelas benfeitorias necessárias e úteis (com direito de retenção) se estava de boa-fé. Poderá levantar as voluptuárias se não prejudicar o bem principal.
Se houver má-fé só será indenizada pelas necessárias e não terá direito de retenção.
Se não houve concurso de vontade ou despesa do devedor, o credor será beneficiado.
Quanto aos frutos:
Se o devedor estiver de boa-fé e tiver concorrido ou empregado despesa terá direito aos frutos colhidos e percebidos. Quanto aos pendentes deverá restituí-los com o bem principal, podendo exigir indenização pelas despesas de produção de custeio
Se o devedor concorreu com vontade e despesa, mas estava de má-fé, responderá pelos frutos percebidos e pelos que, por sua culpa, deixou de perceber desde o momento que se constituiu de má-fé. Ainda nesta hipótese terá direito a indenização pelas despesas de produção e custeio. Se não houve concurso de vontade ou despesa do devedor será beneficiado o credor.

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