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BARBARA OLIVEIRA DIAS ESTUDO DIRIGIDO DE CASO A paciente M.O.S, renal crônica 54 kg, aposentada por auxilio doença, tem 5 filhos, casada. Possui histórico clinico de processo anestésico cirúrgico, este qual fez a retirada dos rins. O diagnóstico admissional foi peritonite, faz dialise peritoneal, DRC há 11 anos, faz uso de SNP, os sintomas relatados foram: dores constantes na região renal, vômitos e tontura, faz uso de diálise quatro vezes por dia. Paciente calma, consciente, orientada, está em decúbito dorsal em um ângulo de 45°, abdômen globoso e endurecido, apresenta edema em face. Faz uso regular de medicamentos. Devido a doença renal crônica, a paciente realiza dialise peritoneal, relata sofrer de dor abdominal e febre a 5 dias. Ao exame físico abdome globoso e endurecido e doloroso a palpação profunda. COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS: Conhecer o processo de Enfermagem em suas peculiaridades, enquanto instrumento ou método sistemático de prestação de cuidados humanizados, utilizado para a estruturação, desenvolvimento e aplicabilidade da Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). Reconhecer a importância dos princípios gerais sobre contaminação por agentes biológicos e o emprego correto das precauções universais nos procedimentos técnicos de enfermagem e cotidiano dos Serviços de Saúde. Conhecer a definição de exposição ocupacional, as normas de segurança e saúde no trabalho em serviços de saúde e o papel da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar. Identificar pacientes em maior risco de infecção e explicar a justificativa das precauções padrão; Descrever as condições que promovem a transmissão de infecção relacionada com o cuidado da saúde; Reconhecer a importância das atuais mudanças significativas na profissão de enfermeiro frente às demandas do mercado de trabalho o qual tem requerido melhor preparo do profissional para atuar em diferentes campos do processo do cuidar. Demonstrar os cuidados integrais ao paciente/cliente, considerando o bem estar biopsicossocial e espiritual e executar os procedimentos e técnicas de enfermagem referentes a administração de cuidados e as necessidades básicas humanas, incluindo a avaliação dos parâmetros vitais, atividade e mobilidade do cliente/paciente, promoção da eliminação, administração de medicamentos, curativos e cuidados com ferida, intervenções complexas. 1.INTRODUÇÃO Diante do caso apresentado é perceptível os problemas em que a paciente M.O.S tem, a mesma sofre de doença renal crônica há 11 anos, o que a levou a retirada dos rins, em consequência faz uso de dialise peritoneal levando-a ao diagnóstico admissional na unidade, peritonite, o mesmo acontece por quê não se tem uma boa avaliação e execução do procedimento de passagem do cateter para realização da dialise, levando a uma contaminação e em consequência a inflamação do peritônio. Mediante o diagnóstico atual da paciente seria necessário inicialmente um tratamento medicamentoso fazendo-se uso de antibióticos. Como esta presente no caso, a mesma já faz uso de fármacos regulares mesmo assim ao exame físico apresenta abdome globoso, doloroso principalmente na região renal, endurecido, febre a 5 dias, vomitando e sofrendo com enjoos, estes, são os sinais e sintomas mais frequentes em pacientes que apresentam peritonite. 2. DESEVOLVIMENTO 2.1 Resumo dos problemas O referido caso apresenta uma única paciente com diagnóstico primário de Doença Renal Crônica-DRC, levando-a à retirada de seus rins, com a falta do órgão faz-se necessário o uso da diálise peritoneal o que em consequência de uma contaminação durante ou após a inserção do cateter levou a paciente a ter um segundo diagnóstico, peritonite que é a inflamação do peritônio. Mediante esses problemas, para este estudo de caso foi selecionado para discussão de problema a peritonite causada pelo uso da dialise peritoneal. 2.2 Fundamentação teórica e discussão Deste modo, a paciente M.O.S, segundo Christopher (2008) apresentou uma lesão renal que desencadeou o suficiente para exigir a substituição, este chamado de insuficiência renal crônica. O qual ocorre uma diminuição da massa nos néfrons o que leva a uma hipertrofia funcional e estrutural dos néfrons restantes. Assim, o fluxo plasmático e a pressão intraglomerular aumentam em resultado da vasodilatação das arteríolas aferentes. A reabsorção de NaCl e a secreção de K+ e H+ nos ductos coletores aumentam. Diante da queda da função dos rins os produtos que são normalmente secretados na urina se acumulam no sangue, surgindo então à uremia afetando todos os sistemas do organismo. O que leva a condição do uso da terapia em que o paciente se encontra, o qual segundo Torreão (2009) a Diálise Peritoneal inicialmente se da através da comunicação entre a enfermeira, paciente e família. A mesma deve orientar mediante circunstâncias do estado físico e psicológico, bem como a familiarização dos mesmos com o procedimento, sendo ele explicado pela enfermeira obtendo então a assinatura do cliente. Sendo então, avaliado os sinais vitais, peso e níveis sérico de eletrólitos basais. Realiza-se então a inspeção do abdome e anotação para que se desenvolve o cuidado adequado e para que se faça também a avaliação do local da inserção do cateter, este inserido em um local não dominante para que o paciente tenha facilidade em acessar. A DP se desenvolve em meio ao transporte de solutos e líquidos através de uma membrana, o qual se separa em dois compartimentos contendo líquido. Um é o sangue advindo dos capilares peritoneais e o segundo é a solução da diálise na cavidade peritoneal. Ocorrendo três processos de transporte: ultrafiltração, difusão, e absorção. A ultrafiltração segundo Christopher (2008) se da pelo excesso de líquido que é obtida por ela, em que a pressão hidrostática faz com que a maior parte do fluxo da água plasmática atravesse a membrana, a difusão ocorre de maneira que as moléculas de baixo peso se movem rapidamente ao encontro dos poros da membrana, o que não acontece com as moléculas de peso maior. Conhecida como terapia renal substutiva-TRS o tratamento se da em meio ao uso de um cateter no peritônio, sendo flexível e em forma de espiral, tendo como objetivo não causar dor conforme o líquido dialítico for passando na parede retal, o mesmo acontece por meio de circunstâncias relacionadas ao estilo de vida, incluindo pacientes com instabilidade cardiovascular ou hemodinâmica, quando não há acesso vascular adequado, que moram longe da unidade hospitalar e pacientes com alto risco de anticoagulação necessária para hemodiálise. Esta, geralmente também iniciada quando a creatinina cai para menos de 10ml/min correspondendo a uma creatinina sérica de 8-10mg/dl. (Abreu, 2008) Segundo Abrahão (2010), esta alternativa de tratamento é muito rica em relação às vantagens oferecidas por ela, como controle da uremia, anemia, hipertensão arterial entre outros. Mas, como todos os outros procedimentos invasivos, ele também leva a algum tipo de infecção e esse foi o caso da Sra. M.O.S apresentando peritonite que é uma inflamação do peritônio, uma membrana que reveste a parede abdominal. A mudança de cor do líquido drenado de claro para turvo ou espesso, febre, dor abdominal, enjoos e vômitos que a paciente do caso apresenta são sinais e sintomas mais frequentes. Este tipo de intercorrência vem se tornando cada vez mais frequente em pacientes com IRC, este é causado geralmente por um único organismo infiltrado por contaminação durante o procedimento. Segundo Porto e Porto (2016), a etiologia aguda esta envolvida aos grupos de bactériasfrequentemente encontradas no intestino seja ela gram-positivas e gram-negativas, entre elas staphylococcus epidermidis aureus, streptococcus sp, enterobacteriáceas, Proteus sp, encherichia coli e outros. No referido caso, não esta presente por qual bactéria ou fungo a paciente foi infectada, mas como já discutido anteriormente, isso se da à falta de treinamento e avaliação da inserção do cateter que pode ser provocada mediante esses organismos periodicamente. Umas das alternativas utilizadas pelos profissionais da enfermagem para avaliação de peritonite segundo Porto e Porto (2016) é o sinal de Blumberg, o qual consiste em uma compreensão lenta e descompressão rápida no peritônio, se o paciente referir dor aguda em forma de facada o sinal é Blumberg positivo. O histórico do paciente deve registrar a presença de sintomas urêmicos e possíveis etiologias por diabetes mellitus, hipertensão, ICC, mieloma múltiplo ou ingestão prolongada de antiflamatórios não hereditária. Cabe ao profissional da Enfermagem monitorar constantemente o banho do dialisado, para que se evite complicações como embolia gasosa, ultrafiltração inadequada ou excessiva, cãibra, coagulação do circuito e outros (Brunner, 2014). 3. CONCLUSÃO A Diálise peritoneal é uma das formas de tratamento para a doença renal crônica. Em que o enfermeiro tem um papel fundamental ensinando o paciente a realizar a terapia, habilitando-o ao autocuidado. Uma das principais complicações deste tratamento é a peritonite que pode ser prevenida com um adequado treinamento do paciente para a execução do procedimento. Para tanto é importante identificar os estilos de aprendizagem e individualizar o treinamento de acordo (Abud, 2015). Mediante o exposto é importante que a equipe de Enfermagem entre com ações de educação e manejo com a paciente e família, o mesmo deve acontecer mediante diagnóstico médico, a paciente/cliente deve ser orientado sobre a doença e em especifico sobre o tratamento em que a paciente se encontra. Estas ações educativas influenciam diretamente no tratamento periódico, pois os mesmo deve ser avaliado ao auto cuidado. O enfermeiro deve estar presente auxiliando o médico e paciente no momento da inserção, diariamente irá se atentar aos aspectos do curativo, de maneira que observará se há sinais flogísticos como dor, calor, rubor, secreção purulenta ou sanguinolenta, sintomas , urêmicos, as queixas do paciente bem como os achados relacionados a dor na drenagem e infusão. 4.REFERÊNCIAS ABRAHÃO, Sarah Silva et al. Fatores de risco para peritonite e internações. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v.32, n.1, p.100-106, mar, 2010. ABREU, R.C. et al. Influência do Treinamento na Evolução da Diálise Peritoneal. São Paulo: Unesp, 12/07 - 07/2008. ABUD, Ana Cristina Freire. Peritonite e Infecção de Orifício de Saída do Cateter em Pacientes em Diálise Peritoneal no Domícilio. Rev. Latina Ame. Enfermagem. Set-out, 2015 BRUNNER; SUDDARTH. Tratado de Enfermagem Médico-Cirúrgica. Vol.2. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014. CHRISTOPHER, S.WILCOX, C. CRAING TISHER. Manual de Nefrologia e Hipertensão. São Paulo: Tecmedd, 2008. PORTO E PORTO. Exame Clínico, 7ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. TORRÃO, C.L, SOUZA, S.R, AGUIAR, B.G.C. Cuidados de Enfermagem ao Cliente em Diálise Peritoneal: Contribuição para Prática e Manejo Clínico. Rev Pesq Cuid Fundamental, 2009
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