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Direito Administrativo – Profa. Patrícia Carla

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Direito Administrativo – Profa. Patrícia Carla 
Twitter: @profapatricia 
Facebook: Profa Patrícia Carla 
 
 
O meu livro 1001 Questões Comentadas de D. Administrativo FCC está à venda pelo site da 
Ed. Método no seguinte endereço: 
http://editorametodo.com.br/produtos_descricao.asp?codigo_produto=2605 
Assista meu vídeo com dicas importantes sobre Anulação & Revogação dos Atos 
Administrativos 
http://www.jurisprudenciaeconcursos.com.br/espaco/anulacao-e-revogacao-do-ato-administrativo--
video-com-dicas-importantes 
Bons estudos! 
@profapatricia 
 
Princípios da Administração Pública 
 
No Direito, princípios são fórmulas nas quais estão contidos os pensamentos diretores do 
ordenamento, de uma disciplina legal ou de um instituto jurídico. Os princípios constituem as 
bases nas quais assentam institutos e normas jurídicas. 
No Direito Administrativo, os princípios revestem-se de grande importância. Por ser um ramo do 
direito de elaboração recente e não codificado (não temos código de Direito Administrativo!) os 
princípios auxiliam a compreensão e consolidação de seus institutos. 
A importância dos princípios para o Direito Administrativo deve-se também ao fato de que eles 
possibilitam a solução de casos não previstos em lei, para permitir uma melhor compreensão dos 
textos esparsos e para conferir certa segurança aos cidadãos quanto à extensão dos seus direitos e 
deveres. 
 
 
 
 
Se algum dia você pensar 
em desistir, desista de 
pensar!!
Direito Administrativo – Profa. Patrícia Carla 
Twitter: @profapatricia 
Facebook: Profa Patrícia Carla 
 
2 
 
Segundo o prof. Celso Antônio Bandeira de Mello, “princípio é, pois, por definição, mandamento 
nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre 
diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para exata compreensão e 
inteligência delas, exatamente porque define a lógica e a racionalidade do sistema normativo, 
conferindo-lhes a tônica que lhe dá sentido harmônico”. Para o referido autor, “violar um princípio é 
muito mais grave do que violar uma norma”. 
Os princípios revestem-se de função positiva ao se considerar a influência que exercem na 
elaboração de normas e decisões sucessivas, na atividade de interpretação e integração do direito; 
atuam, assim, na tarefa de criação, desenvolvimento e execução do direito e de medidas para que 
se realize a justiça e a paz social; sua função negativa significa a rejeição de valores e normas que 
os contrariam. 
Em resumo, pode-se afirmar que os princípios cumprem duas funções essenciais dentro do Direito 
Administrativo, vejamos: 
1. Função hermenêutica: o princípio pode ser utilizado para a interpretação de determinada 
norma; 
2. Função integrativa: o princípio pode ser também utilizado para suprir lacunas em caso de 
ausência de norma legal acerca de determinada matéria. 
Na Constituição de 1988 encontram-se mencionados explicitamente como princípios os seguintes: 
Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência (este último acrescentado pela EC 
19/1998). Outros princípios do Direito Administrativo decorrem da lei, da elaboração jurisprudencial e 
doutrinária. 
Vejamos agora cada um dos princípios do Direito Administrativo mais cobrados em provas de 
concursos. Vamos começar pelos princípios expressos na CF/1988, art. 37, caput: Legalidade, 
Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência = LIMPE A ADMINISTRAÇÃO! 
 
L 
 
I 
 
M 
 
P 
 
E 
 
Princípio da Legalidade: Tal princípio é decorrência do Estado de Direito e traduz a idéia de que a 
Administração só pode fazer o que a lei permite. Ao contrário, na relação entre particulares, o 
princípio aplicável é o da autonomia da vontade, segundo o qual o particular pode fazer tudo o que a 
lei não proíbe. 
Na relação administrativa, a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei. Aqui não se 
aplica a autonomia das vontades das relações particulares. A relação que o particular tem com a lei 
é de liberdade e autonomia da vontade, de modo que os ditames legais operam fixando limites 
negativos à atuação privada. Dessa forma, o silêncio da lei quanto ao regramento de 
determinada conduta é recebido na esfera particular como permissão para agir. Ao contrário, 
a relação do agente com a lei é de subordinação, assim, a ausência de disciplina legal sobre 
certo comportamento significa no âmbito da Administração Pública uma proibição de agir. 
Direito Administrativo – Profa. Patrícia Carla 
Twitter: @profapatricia 
Facebook: Profa Patrícia Carla 
 
3 
 
De acordo com a CF/88, art. 84, IV, compete ao Presidente da República “sancionar, promulgar e 
fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para a sua fiel execução”. 
Evidencia-se, destarte, que mesmo os decretos, inclusive quando expedem regulamentos, só podem 
ser produzidos para ensejar execução fiel da lei, ou seja, pressupõem sempre uma dada lei da qual 
sejam os fiéis executores. 
 
 
 
 
Em decorrência disso, a Administração Pública não pode, por simples ato administrativo, conceder 
direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos administrados; para tanto, ela 
depende de lei. A Lei nº 9.784/99, que regula o processo administrativo federal, prevê que nos 
processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de atuação conforme 
a lei e o direito. 
Atenção! A existência de atos administrativos discricionários (a ser estudado nas próximas aulas) 
NÃO constitui exceção ao princípio da legalidade. Pelo princípio da legalidade o administrador só 
poderá fazer aquilo que a lei autoriza ou permite. No entanto, tal princípio não exclui a atividade 
discricionária do administrador uma vez que a Administração em certos casos terá que usar a 
discricionariedade para efetivamente atender à finalidade legal e, como conseqüência, atender ao 
princípio da legalidade. É interessante observar que discricionariedade não se confunde com 
arbitrariedade, esta é ilegal, ato praticado fora dos limites da lei. Já aquela é liberdade de ação 
dentro da lei. 
Princípio da Impessoalidade: A impessoalidade tanto é aplicado aos particulares como à própria 
Administração Pública. Quando a impessoalidade é aplicada aos particulares, está relacionada com 
a finalidade pública que deve nortear a atividade administrativa. Nesse sentido, a Administração não 
pode prejudicar e nem beneficiar pessoas determinadas, uma vez que é sempre o interesse público 
que deve conduzir a atividade do administrador. 
Assim, o princípio da impessoalidade, considerado por muitos administrativistas como princípio 
da impessoalidade, impõe ao administrador público que só pratique o ato para o seu fim legal de 
forma impessoal. A finalidade de todo ato administrativo é sempre o interesse público, o ato que se 
apartar desse objetivo sujeitar-se-á a invalidação por desvio de finalidade, que a Lei de Ação 
Popular conceituou como o “fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de 
competência” do agente (Lei nº 4.717/65, art. 2º, parágrafo único, “e”). 
Quando a impessoalidade é aplicada ao administrador, aplica-se a idéia da proibição de nomes, 
símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos em 
publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos. 
A Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, parágrafo único, inciso III, exige “objetividade no atendimento do 
interesse público, vedando a promoção pessoal de agentes ou autoridades.” (grifou-se) 
 
 
 
 
Só uma coisa determinará a 
dimensão de suas conquistas: 
o tamanho da sua fé! 
Esperar em Deus é mais 
demorado. Mas, é mais 
seguro!
Direito Administrativo – Profa. Patrícia Carla 
Twitter: @profapatriciaFacebook: Profa Patrícia Carla 
 
4 
 
Vale lembrar que o princípio da impessoalidade também é aplicado na Teoria do Agente de 
Fato, quando se reconhece validade aos atos praticados por funcionário irregularmente investido no 
cargo ou função, sob fundamento de que os atos são do órgão e não do agente público. 
Princípio da Moralidade: Deve-se entender a moralidade administrativa como um conjunto de 
valores éticos que fixam um padrão de conduta que deve ser necessariamente observado pelos 
agentes públicos como condição para uma honesta, proba e íntegra gestão da coisa pública, de 
modo a impor que estes agentes atuem no desempenho de suas funções com retidão de caráter, 
decência, lealdade, decoro e boa-fé. 
Atenção! A moralidade não se confunde com a legalidade administrativa. A norma ou atividade 
pode estar perfeita do ponto de vista legal, mas moralmente deficiente, caso não represente atitude 
ética e de boa-fé, não sendo útil a adoção desta norma ou atividade. Assim, legalidade moralidade e 
são princípios autônomos, ambos tem previsão expressa na CF/1988, art. 37, caput. 
Atenção! A moralidade administrativa difere da moral comum. O princípio jurídico da moralidade 
administrativa não impõe o dever de atendimento à moral comum vigente na sociedade, mas exige 
respeito a padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade, honestidade e probidade incorporados pela 
prática diária ao conceito de boa administração. 
A imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos, já que acarreta a anulação do ato, que pode 
ser decretada pela própria Administração (princípio da autotutela) ou pelo Poder Judiciário. 
A Lei nº 9784/99 prevê o princípio da moralidade no art. 2º, caput, como um dos princípios a que se 
obriga a Administração Pública; e, no parágrafo único, inciso IV, exige “atuação segundo padrões 
éticos de probidade, decoro e boa-fé”, com referência evidente aos principais aspectos da 
moralidade administrativa. 
Um outro aspecto importante da moralidade está na Súmula Vinculante nº13 que veda a prática do 
nepotismo no serviço público. 
Vejamos: 
Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal, de 21/08/2008: “A nomeação de cônjuge, 
companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da 
autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia 
ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função 
gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações 
recíprocas, viola a Constituição Federal”. 
Atenção! O próprio Supremo Tribunal Federal ressalvou que a proibição NÃO é extensiva aos 
agentes políticos do Poder Executivo como ministros de estado e secretários estaduais, 
distritais e municipais (Rcl – MC – AgR 6650/PR, STF). 
A CF/1988, ao consagrar o princípio da moralidade, determinou a necessidade de sua proteção e a 
responsabilização do administrador público amoral ou imoral. Para tanto, encontram-se no 
ordenamento jurídico inúmeros mecanismos para impedir atos de imoralidade tais como: 
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5 
 
a) Regras sobre a improbidade administrativa, no art. 37, § 4º, CF e na Lei nº 8.429/92; 
b) Crimes de responsabilidade do Presidente da República e de outros agentes políticos, 
CF/1988, art. 85, art. 5º, LXXIII; 
c) Ação Popular, CF/1988, art. 5º, LXXIII e Lei nº 4.717/65; 
Além dos citados acima, há ainda outros instrumentos de proteção da moralidade administrativa 
previstos no ordenamento jurídico, como, por exemplo, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
nº101/00). 
Princípio da Publicidade: Em conseqüência deste princípio, expressado na CF/1988, art. 37, caput, 
todos tem o direito de receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular ou de 
interesse coletivo ou geral (CF/1988, art. 5º, XXXIII). 
A publicidade representa condição de eficácia para os atos administrativos (ela NÃO é 
elemento formativo do ato administrativo), marcando o início de produção de seus efeitos 
externos, já que ninguém está obrigado a cumprir um ato administrativo se desconhece a sua 
existência. Assim, o ato administrativo, como de resto todo ato jurídico, tem na sua publicação o 
início de sua existência no mundo jurídico, irradiando, a partir de então, seus legais efeitos, 
produzindo, assim, direitos e deveres. 
 
 
 
 
 
 
 
Os objetivos da publicidade dos atos administrativos são os seguintes: 
a) Exteriorizar a vontade da Administração Pública divulgando o seu conteúdo para 
conhecimento público; 
b) Tornar exigível o conteúdo do ato; 
c) Desencadear a produção de efeitos do ato; 
d) Permitir o controle de legalidade do comportamento do administrador. 
A desobediência ao dever de publicar os atos oficiais pode caracterizar ato de improbidade 
administrativa, Lei nº 8.429/92, art. 11, inciso IV. 
Como não existe princípio absoluto, a publicidade comporta exceções, ou seja, a publicidade é a 
regra que comporta exceções, seja por exigência dos interesses sociais, seja por imperativos da 
segurança do Estado. 
Você nunca sabe que 
resultados virão das suas 
ações. Mas, se você não fizer 
nada, não existirão resultados.
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A Lei nº 11.111, de maio de 2005, regulamentando o art. 5º, XXXIII, CF/1988, disciplina o acesso 
aos documentos públicos de interesse particular, interesse coletivo ou interesse geral, ressalvadas 
as hipóteses em que o sigilo seja ou permaneça imprescindível à segurança da sociedade e do 
Estado (art. 2º). 
Princípio da Eficiência: Este princípio, acrescido à Constituição Federal pela EC nº 19/98, visa 
exigir que a Administração Pública funcione de forma mais eficiente, preocupada com o seu 
desempenho e em alcançar resultados cada vez mais positivos, procurando a busca pela maior 
produtividade, em contraposição aos velhos hábitos e rotinas burocráticas que sempre nortearam a 
atividade pública. A eficiência está ligada a uma noção de Administração mais moderna, mais 
gerencial, preocupada com resultados. 
São conseqüências desse princípio as criações de institutos como contratos de gestão, agências 
executivas e reguladoras, organizações sociais e a procura pela ampliação de autonomia de órgãos 
e entidades. 
 O princípio da eficiência também pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente 
público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os 
melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração 
Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço 
público. 
A exigência de eficiência ao agente público acarretou a alteração feita, também pela EC nº 19/98, no 
art. 41, § 1º, da Constituição Federal, ao criar nova possibilidade de perda do cargo para o servidor 
público estável “mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho, na forma da lei 
complementar, assegurada ampla defesa”. Dessa forma, o servidor, mesmo estável, que não seja 
eficiente em seu desempenho funcional, poderá perder o cargo, após a devida regulamentação da 
matéria por lei complementar. 
Para o servidor ainda não estável, também houve mudanças decorrentes da exigência de eficiência, 
vez que a reforma administrativa alterou o art. 41, caput, ao aumentar o tempo de efetivo exercício 
exigido para aquisição de estabilidade de dois para três anos, e acrescentou o § 4º, segundo o qual 
“como condição para a aquisição da estabilidade, é obrigatória a avaliação especial de desempenhopor comissão instituída para essa finalidade”, condição essa não exigida anteriormente. 
Os princípios vistos acima são chamados de expressos porque expressamente previstos na Carta 
Magna. Porém, temos outros princípios além destes que podem ser chamados de implícitos ou 
infraconstitucionais, são eles: 
Princípio da Supremacia do interesse público sobre o interesse do particular: Uma vez que o 
Estado representa toda a coletividade, o interesse da Administração deve ser entendido como 
interesse de todos, e, portanto, deve prevalecer quando em conflito com determinado interesse 
particular, desde que sejam respeitados os direitos individuais deste. 
Tal princípio exalta a superioridade do interesse da coletividade, estabelecendo a prevalência do 
interesse público sobre o interesse do particular, como condição indispensável de assegurar e 
viabilizar os interesses individuais. 
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A Administração Pública está sujeita ao chamado regime jurídico administrativo que é formado 
pelo princípio da supremacia do interesse público e pelo princípio da indisponibilidade do 
interesse público. 
Pelo princípio da supremacia vigora a verticalidade nas relações entre a Administração e o 
particular, desse princípio resulta a exigibilidade e executoriedade dos atos administrativos, as 
cláusulas exorbitantes dentro dos contratos administrativos, a intervenção do Estado sobre a 
propriedade privada etc. 
Já o Princípio da Indisponibilidade do interesse público serve para limitar a atuação do 
agente público, revelando-se um contrapeso à superioridade descrita no princípio da supremacia 
do interesse público. Sendo o interesse público qualificado como próprio da coletividade, este não se 
encontra à livre disposição de quem quer que seja, por ser insuscetível de apropriação. Os próprios 
sujeitos da Administração que o representam não tem disponibilidade sobre ele, haja vista que lhes 
incumbe tão-somente zelá-lo, no desempenho de um dever. 
Assim, os bens e o interesse público são indisponíveis, porque pertencem à coletividade. É, 
por isso, o administrador, mero gestor da coisa pública, não tendo disponibilidade sobre os 
interesses confiados à sua guarda e realização. Desse princípio resulta a obrigatoriedade da 
Administração fazer concurso público para o preenchimento dos seus cargos, bem como se 
submeter ao procedimento licitatório para aquisição de bens e serviços. 
Princípio da Motivação: A Administração Pública deve motivar os seus atos, ou seja, demonstrar 
os motivos pelos quais está agindo de determinada maneira, para conhecimento e garantia dos 
administrados, que assim terão a possibilidade de contestar o motivo alegado pela Administração, 
caso discordem do mesmo. 
A Lei nº 9.784/99 trouxe de forma expressa o princípio da motivação em seu art. 2º, segundo o qual 
nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de indicação dos 
pressupostos de fato e de direito que determinam a decisão. 
A referida Lei em seu art. 50, § 1º, permitiu a denominada motivação aliunde ou per 
relationem, segundo a qual a concordância com fundamentos anteriores, informações, 
decisões ou propostas já é considerada motivação do ato administrativo. Opõe-se a chamada 
motivação contextual em que os fundamentos de fato e de direito estão indicados no próprio 
contexto do ato, não havendo remissão à motivação externa. 
Dessa forma, não viola o princípio da motivação dos atos administrativos o ato da autoridade 
que, ao deliberar acerca de recurso administrativo, mantém decisão com base em parecer de 
consultoria jurídica, sem maiores considerações. 
É interessante lembrar que quando o administrador motiva o ato, ele estará vinculado ao motivo, em 
virtude da aplicação da Teoria dos Motivos Determinantes. De acordo com esta teoria, a 
Administração tem total vinculação com os motivos que apresenta para a prática do ato, de tal sorte 
que, se inexistentes os motivos, o ato será anulado. 
Princípio da Segurança jurídica: Está relacionado à necessidade de respeito, pela Administração, 
à boa-fé dos administrados que com ela interagem, no sentido de que, quando esses tem um 
determinado direito reconhecido pela Administração, não podem vir a ser prejudicados, 
ulteriormente, por mudanças de entendimento da própria Administração sobre aquela matéria. 
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8 
 
Esse princípio também é chamado de boa-fé ou proteção á confiança, por ele fica vedada a 
aplicação retroativa de nova interpretação de norma administrativa que encontra-se 
consagrada no ordenamento jurídico pátrio. Ele tem previsão legal na Lei nº 9.784/99, art. 2º. 
Princípio da Proporcionalidade: Tal princípio irradia para a Administração Pública a obediência ao 
bom senso, moderação, prudência, proibição de excessos, equidade e valores afins. É um princípio 
constitucional implícito que exige a verificação do ato do poder público quanto aos seguintes 
caracteres: adequação (utilidade), necessidade (exigibilidade) e proporcionalidade em sentido 
estrito. 
Assim, aplicado tal princípio à Administração Pública, impõe-se que as entidades, órgãos e agentes 
públicos, no desempenho das funções administrativas, adotem meios que, para a realização de seus 
fins, revelem-se adequados, necessários e proporcionais. 
A lei nº 9.784/99 explicitou, a nível infraconstitucional, o referido princípio, exigindo da Administração 
Pública a observância do princípio da razoabilidade e da proporcionalidade. Com efeito, prevê o seu 
art. 2º, caput, que a “Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, 
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, 
segurança jurídica, interesse público e eficiência”. Ademais, prevê a Lei em tela, no parágrafo único 
do art. 2º, que nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de 
adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida 
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. 
Princípio da Razoabilidade: Segundo José dos Santos Carvalho Filho, Razoabilidade é a 
qualidade do que é razoável, ou seja, aquilo que se situa dentro de limites aceitáveis. 
O princípio da razoabilidade se fundamenta nos princípios da legalidade e da finalidade. 
Os princípios da Razoabilidade e da Proporcionalidade constituem instrumentos de controle dos atos 
estatais abusivos, seja qual for a sua natureza. 
Princípio da Isonomia: A Constituição Federal, no art.5º, caput, estabelece que, sem distinção de 
qualquer natureza, todos são iguais perante a lei. Todos devem ser tratados por ela igualmente tanto 
quando concede benefício, confere isenções ou outorga vantagens como quando prescreve 
sacrifícios, multas, sanções e agravos. Tal princípio tem a finalidade de impedir distinções, 
discriminações e privilégios arbitrários ou odiosos. Toda diferenciação deve estar fundamentada em 
uma justificativa objetiva e razoável, sendo que a violação ao princípio da igualdade restará 
caracterizada toda vez que o elemento discriminador for de encontro a uma finalidade albergada 
pelo ordenamento jurídico. É comum a distinção entre igualdade formal e material. A primeira, 
também conhecida como igualdade perante a lei (José Afonso da Silva), consiste no tratamento 
igual conferido a todos os seres de uma mesma categoria essencial. A igualdade material consiste 
na busca pela igualização dos desiguais por meio da concessão de direitos sociais substanciais. 
Para que haja uma igualdade material é necessário que o Estado atue positivamente 
proporcionando aos menos favorecidos igualdades reais de condições.A Carta Magna consagra a 
igualdade formal, mas impõe a busca por uma igualdade material, conforme se pode depreender de 
vários dispositivos, dente eles, o art.3º, III que estabelece como um dos objetivos fundamentais da 
República Federativa do Brasil a redução das desigualdades sociais e regionais. As chamadas 
discriminações positivas ou ações afirmativas – ações que beneficiam grupos menos favorecidos 
para que tenham igualdade material de condições – não são vedadas pela Constituição, desde que 
amparadas por critérios justificáveis e albergados pelo ordenamento jurídico. 
Direito Administrativo – Profa. Patrícia Carla 
Twitter: @profapatricia 
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9 
 
Súmula 339, STF: Não cabe ao poder judiciário, que não tem função legislativa, aumentar 
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia. 
Bem, aqui vimos os principais princípios do Direito Administrativo. Alguns ficaram de fora (ex. 
Autotutela, Presunção de legitimidade, Continuidade dos serviços públicos, Finalidade etc) porque 
eu achei mais didático abordá-los quando estivermos estudando os respectivos assuntos. 
Vamos sintetizar tudo? 
1. Princípio da legalidade: é uma exigência que decorre do Estado de Direito, ou seja, da 
submissão do Estado ao império da ordem jurídica. Assim, a atividade administrativa só 
pode ser exercida em conformidade com a lei. Para a Administração a legalidade, ou seja, 
ela só faz aquilo que a lei autoriza ou permite. Para o particular a autonomia da vontade, ou 
seja, ele pode fazer tudo o que quiser desde que a lei não proíba; 
 
2. Princípio da impessoalidade: exige que a atividade administrativa seja exercida de modo a 
atender a todos os administrados, ou seja, a coletividade, e não a certos membros em 
detrimento de outros, devendo apresentar-se, portanto, de forma impessoal. A 
impessoalidade veda a prática do nepotismo, afastando os parentes da Administração 
Pública (SV 3). De acordo com tal princípio a atividade administrativa exercida pelo agente 
público é imputada ao órgão e não ao próprio agente; 
 
3. Princípio da Moralidade: determina o emprego da ética, honestidade, retidão, probidade, 
boa-fé e lealdade com as instituições administrativas e políticas no exercício da atividade 
administrativa; 
 
4. Princípio da publicidade: exige uma atividade administrativa transparente, a fim de que o 
administrado tome conhecimento dos comportamentos administrativos do Estado. A 
publicidade é condição de eficácia do ato administrativo; 
 
5. Princípio da eficiência: introduzido pela EC nº 19/1998, trouxe para a Administração o dever 
explícito de realizar as suas atribuições com rapidez, perfeição e rendimento; 
 
6. Princípio da supremacia do interesse público: este princípio exalta a superioridade do 
interesse da coletividade, estabelecendo a prevalência do interesse público sobre o interesse 
do particular, como condição indispensável de assegurar e viabilizar os interesses individuais; 
 
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10 
 
7. Princípio da indisponibilidade do interesse público: os bens e os interesses públicos não 
estão entregues à livre disposição da vontade do administrador. Ao contrário, cumpre a ele o 
dever de protegê-los nos termos da finalidade legal a que estão vinculados; 
 
8. Princípio da motivação: por este princípio o ato administrativo deve ser motivado, seja ele 
discricionário ou vinculado. Quando o administrador motiva o ato, mesmo aquele no qual não 
é obrigatória a motivação (ex. exoneração de servidor público ocupante de cargo em 
comissão), ele estará vinculado ao motivo, em face da aplicação da Teoria dos Motivos 
Determinantes; 
 
9. A Teoria dos Motivos Determinantes implica para a Administração a total vinculação com os 
motivos que apresenta para a prática do ato, dessa forma, inexistentes os motivos, o ato será 
anulado; 
 
10. A Lei nº 9.784/99, em seu art. 50, § 1º, permitiu a denominada motivação aliunde ou per 
relationem, segundo a qual a concordância com fundamentos anteriores, informações, 
decisões ou propostas já é considerada motivação do ato administrativo; 
 
11. Princípio da Segurança Jurídica: Esse princípio também é chamado de boa-fé ou proteção 
á confiança, por ele fica vedada a aplicação retroativa de nova interpretação de norma 
administrativa. 
 
 
 
 
 
 
JURISPRUDÊNCIA SOBRE O ASSUNTO DA AULA: 
 
Princípio da Impessoalidade. Constituição Estadual pode proibir atribuição de nome de pessoa 
viva a bens e logradouros públicos. ADI 307/CE, rel. Min. Eros Grau, INFO 494 – STF. 
 
O direito constitucional de petição e o princípio da legalidade não implicam a necessidade de 
esgotamento da via administrativa para discussão judicial (RE 233.582/RJ, INFO 506 – STF). 
 
Obstáculo é aquilo que 
você enxerga quando tira 
os olhos do seu objetivo. 
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11 
 
A exigência de depósito ou arrolamento prévio de bens e direitos como condição de 
admissibilidade de recurso administrativo constitui obstáculo sério (e intransponível, para 
consideráveis parcelas da população) ao exercício do direito de petição (CR, art. 5º, XXXIV), 
além de caracterizar ofensa ao princípio do contraditório (CR, art. 5º, LV) (ADI 1976/DF, INFO 
461 – STF). 
 
Súmula Vinculante 21: É inconstitucional a exigência de depósito ou arrolamento prévios de 
dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo 
 
Vamos treinar?? 
01. (FCC/MPE-SE/Técnico/2009) A Constituição determina expressamente que são princípios da 
Administração Pública: 
 
(A) publicidade, moralidade e eficiência. 
(B) impessoalidade, moralidade e imperatividade. 
(C) hierarquia, moralidade e legalidade. 
(D) legalidade, impessoalidade e autoexecutoriedade. 
(E) impessoalidade, presunção de legitimidade e hierarquia. 
Resposta: A 
Comentários: Outra questão também muito fácil. 
Art. 37, caput, CF: “A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, 
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, 
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte”: (Redação dada 
pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (grifou-se) 
A Carta Magna expressamente faz referência ao LIMPE, já estudado anteriormente. 
Vamos rever as alternativas: 
(A) publicidade, moralidade e eficiência: resposta correta!! 
 
(B) impessoalidade, moralidade e imperatividade: a imperatividade é um atributo do ato 
administrativo a ser estudado nas próximas aulas. 
 
(C) hierarquia, moralidade e legalidade: o princípio da hierarquia não tem previsão expressa na 
Carta Magna, de acordo com tal princípio, os atos administrativos podem ser revisados, é 
possível a delegação e a avocação de competência e do ponto de vista do subordinado há o 
dever de obediência. 
 
(D) legalidade, impessoalidade e autoexecutoriedade: a autoexecutoriedade é um atributo do ato 
administrativo a ser estudado nas próximas aulas. 
 
(E) impessoalidade, presunção de legitimidade e hierarquia: a presunção de legitimidade é um 
atributo do ato administrativo a ser estudado nas próximas aulas. 
Portanto, correta a letra A. 
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02. (FCC/TRT22/Analista/2010) Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é 
INCORRETO afirmar: 
 
(A) O princípio da eficiência alcança apenas os serviços públicos prestados diretamente à 
coletividade e impõe que a execução de tais serviços seja realizada com presteza, perfeição e 
rendimento funcional. 
 
(B) Em observância ao princípio da impessoalidade,a Administração não pode atuar com vistas a 
prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é sempre o interesse público que tem que 
nortear o seu comportamento. 
 
(C) Embora não se identifique com a legalidade, pois a lei pode ser imoral e a moral pode 
ultrapassar o âmbito da lei, a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos porque acarreta a 
invalidade do ato que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Judiciário. 
 
(D) O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no 
âmbito da Administração Pública, preservando assim, situações já reconhecidas e consolidadas na 
vigência de orientação anterior. 
 
(E) Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode, por simples ato 
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos 
administrados; para tanto, ela depende de lei. 
 
Resposta: A 
Comentários: 
 
Sobre os princípios básicos da Administração Pública, é INCORRETO afirmar: 
 
(A) O princípio da eficiência alcança apenas os serviços públicos prestados diretamente à 
coletividade e impõe que a execução de tais serviços seja realizada com presteza, perfeição e 
rendimento funcional. 
 
Incorreto e é essa que vamos marcar! O “apenas” deixou a questão errada. Vamos corrigi-la: 
 
O princípio da eficiência alcança os serviços públicos prestados direta e indiretamente (ex. 
concessionários, permissionários de serviços públicos) à coletividade e impõe que a execução de 
tais serviços seja realizada com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
 
(B) Em observância ao princípio da impessoalidade, a Administração não pode atuar com vistas a 
prejudicar ou beneficiar pessoas determinadas, vez que é sempre o interesse público que tem que 
nortear o seu comportamento. 
 
Correto! Ex. remoção de servidor público tem que atender ao interesse público, não posso remover 
para punir, caso contrário, estaria violado o princípio da impessoalidade. 
 
Segundo o STF, é dever da Administração Pública perseguir a satisfação da finalidade legal. O 
pleno cumprimento da norma jurídica constitui o núcleo do ato administrativo. Dever jurídico da 
Administração Pública de atingir, da maneira mais eficaz possível, o interesse público identificado na 
norma. 
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(C) Embora não se identifique com a legalidade, pois a lei pode ser imoral e a moral pode 
ultrapassar o âmbito da lei, a imoralidade administrativa produz efeitos jurídicos porque acarreta a 
invalidade do ato que pode ser decretada pela própria Administração ou pelo Judiciário. 
 
Correto! A moralidade não se confunde com a legalidade administrativa. A norma ou atividade 
pode estar perfeita do ponto de vista legal, mas moralmente deficiente, caso não represente atitude 
ética e de boa-fé, não sendo útil a adoção desta norma ou atividade. Assim, legalidade moralidade e 
são princípios autônomos, ambos tem previsão expressa na CF/1988, art. 37, caput. 
(D) O princípio da segurança jurídica veda a aplicação retroativa de nova interpretação de lei no 
âmbito da Administração Pública, preservando assim, situações já reconhecidas e consolidadas na 
vigência de orientação anterior. 
 
Correto! A segurança jurídica tem muita relação com a idéia de respeito à boa-fé. Se a 
Administração adotou determinada interpretação como a correta e aplicou a casos concretos, não 
pode depois vir a anular atos anteriores, sob o pretexto de que os mesmos foram praticados com 
base em errônea 
 
interpretação. Se o administrado teve reconhecido determinado direito com base em interpretação 
adotada em caráter uniforme para toda a Administração, é evidente que a sua boa-fé deve ser 
respeitada. 
(E) Em decorrência do princípio da legalidade, a Administração Pública não pode, por simples ato 
administrativo, conceder direitos de qualquer espécie, criar obrigações ou impor vedações aos 
administrados; para tanto, ela depende de lei. 
 
Correto! No direito positivo brasileiro, tal princípio, além de referido no art. 37, caput, CF, está 
contido também no art. 5º da Carta Magna que, repetindo preceito de Constituições anteriores, 
estabelece que “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de 
lei.” 
 
03. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) Quando se afirma que o particular pode fazer tudo o que a lei não 
proíbe e que a Administração só pode fazer o que a lei determina ou autoriza, estamos diante do 
princípio da: 
 
(A) legalidade. 
(B) obrigatoriedade. 
(C) moralidade. 
(D) proporcionalidade. 
(E) contradição. 
 
Resposta: A 
Comentários: Essa foi um presente da FCC!! Claro que a resposta é a letra A por tudo o que nós já 
estudamos anteriormente! 
04. (FCC/TRE-AL/Técnico/2010) A imposição de que o administrador e os agentes públicos tenham 
sua atuação pautada pela celeridade, perfeição técnica e economicidade traduz o dever de 
 
(A) agir. 
(B) moralidade. 
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(C) prestação de contas. 
(D) eficiência. 
(E) obediência. 
Resposta: D 
Comentários: Também muito fácil!! É dever de eficiência. 
Os agentes públicos devem agir com rapidez, presteza, perfeição, rendimento. Importante 
também é o aspecto econômico, que deve pautar as decisões, levando-se em conta sempre a 
relação custo-benefício. Privilegia, assim, o binômio qualidade x economicidade. Construir uma linha 
de distribuição elétrica em rua desabitada pode ser legal, mas não será um 
 
investimento eficiente para a sociedade, que arca com os custos e não obtém o benefício 
correspondente. 
A Administração Pública deve estar atenta às suas estruturas e organizações, evitando a 
manutenção de órgãos/entidades subutilizados, ou que não atendam às necessidades da 
população. 
A Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, “caput” assim preceitua: 
Art. 2o. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
A eficiência também está presente na Constituição Federal, em seu art. 37, caput: 
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência. 
Acrescente-se que os princípios administrativos previstos constitucionalmente representam uma 
relação meramente exemplificativa de dogmas que deverão ser obrigatoriamente observados pelo 
administrador público. 
Segundo a doutrina, o princípio da democracia participativa é instrumento para a efetividade dos 
princípios da eficiência e da probidade administrativa. 
05. (FCC/TRE-AM/Analista/2010) A respeito dos princípios básicos da Administração, é correto 
afirmar: 
 
(E) Em razão do princípio da moralidade o administrador público deve exercer as suas atividades 
administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
 
(B) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público não estão 
expressamente previstos na Constituição Federal. 
 
© A publicidade é elemento formativo do ato e serve para convalidar ato praticado com 
irregularidade quanto à origem. 
 
(D) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato administrativo, sem exceção, deve ser 
publicado em jornal oficial. 
 
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(E) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa de nova interpretação de norma 
administrativa.Resposta: B 
Comentários: 
A respeito dos princípios básicos da Administração, é correto afirmar: 
 
(E) Em razão do princípio da moralidade o administrador público deve exercer as suas atividades 
administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
 
O correto seria: Em razão do princípio da eficiência o administrador público deve exercer as suas 
atividades administrativas com presteza, perfeição e rendimento funcional. 
 
(B) Os princípios da segurança jurídica e da supremacia do interesse público não estão 
expressamente previstos na Constituição Federal. 
 
Correto! São princípios implícitos! Como o rol de princípios previstos no art. 37, caput da CF é 
meramente exemplificativo, a Lei nº 9.784/99 trouxe outros a serem aplicados na atividade 
administrativa, são eles: 
 
Art. 2o. A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, 
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança 
jurídica, interesse público e eficiência. 
 
 
© A publicidade é elemento formativo do ato e serve para convalidar ato praticado com 
irregularidade quanto à origem. 
 
A publicidade NÃO é elemento formativo do ato, é requisito de eficácia e moralidade. Segundo a 
doutrina dominante os elementos formativos do ato são: competência, finalidade, forma, motivo e 
objeto. 
 
A publicidade é necessária para dar eficácia aos atos que devam 
produzir efeitos fora dos limites da repartição pública para que os mesmos sejam de “conhecimento 
público”. 
 
A publicidade NÃO convalida o ato administrativo. Se o ato é ilegal, ele continuará sendo ilegal 
mesmo se for publicado. 
 
Convalidar é tornar válido, é efetuar correções no ato administrativo, de forma que ele fique 
perfeito, atendendo a todas as exigências legais. 
 
Estudaremos convalidação na aula de atos administrativos. 
 
(D) Por força do princípio da publicidade todo e qualquer ato administrativo, sem exceção, deve ser 
publicado em jornal oficial. 
 
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Errado! A publicidade produz os efeitos previstos somente se feita através de órgão oficial, que é o 
jornal, público ou não, que se destina à publicação de atos estatais. Dessa forma, não basta a mera 
notícia veiculada na imprensa (STF, RE 71.652). 
No entanto, não são todos os atos administrativos que devem ter publicidade ampla. Assim, 
atos internos, em geral, exigem apenas publicidade interna, como é o caso de fixação de regras 
para apresentação de atestados médicos por parte dos servidores do órgão. 
De outro lado, por expressa previsão legal, deve haver publicação no meio oficial, por exemplo, nas 
hipóteses de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido (Lei nº 
9.784/99, art. 26, § 4º). 
 
(E) O princípio da segurança jurídica permite a aplicação retroativa de nova interpretação de norma 
administrativa. 
 
Ao contrário! Não permite! 
Também chamado por alguns de princípio da estabilidade das relações jurídicas, revela a 
importância de se ter certa imutabilidade ou certeza de permanência dessas relações jurídicas, 
visando impedir ou reduzir as possibilidades de alterações dos atos administrativos, sem a devida 
fundamentação. 
Assim, busca evitar as constantes mudanças de interpretações da lei feitas pela 
Administração, bem como evitar que sejam invalidados seus atos, sem causa justificativa, trazendo 
prejuízos a terceiros de boa-fé. 
Tal princípio tem previsão na Lei nº 9.784/99, em seu art. 2º, parágrafo único, XIII: 
“Art. 2º (...) 
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de: 
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim 
público a que se dirige, vedada a aplicação retroativa de nova interpretação.” (grifou-se) 
 
Atos Administrativos 
 
Conceito de Ato Administrativo 
“Ato administrativo é toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo 
nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e 
declarar direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria”. (Hely Lopes Meirelles) 
O conceito de ato administrativo não deve ser confundido com o de fato administrativo. Embora 
sejam ambos provenientes da Administração, constituem manifestações distintas do Poder Público. 
 O fato administrativo não tem por fim a produção de efeitos jurídicos, mas sim a realização 
material no exercício da função administrativa (por isso são também chamados de atos 
materiais). 
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O fato administrativo é, portanto, uma mera realização material, de ordem prática, de execução, 
como a construção de uma ponte, a demolição de um prédio, a apreensão de mercadorias 
irregulares, a instalação de um serviço. Ou seja, é em si uma atividade pública material desprovida 
de conteúdo de direito. 
Em regra, o ato administrativo e o fato administrativo são institutos relacionados, pois o último é 
conseqüência do primeiro. Antes de realizar o fato administrativo (realização material) a 
Administração vai manifestar sua vontade por intermédio do ato administrativo (conteúdo jurídico). 
Partindo-se da idéia da divisão de funções entre os três Poderes do Estado, pode-se dizer, em 
sentido amplo, que todo ato praticado no exercício da função administrativa é ato da 
Administração. A expressão atos da Administração tem sentido mais amplo do que a 
expressão ato administrativo, abrangendo os atos de direito privado, atos materiais, atos de 
conhecimento, atos políticos, contratos, atos normativos e os atos administrativos propriamente 
ditos. 
 
ATOS ADMINISTRATIVOS 
 
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
 
Atos regidos pelo direito público 
 
Atos regidos pelo direito público ou 
privado 
Ato administrativo: declaração do 
Estado ou de quem o represente, que 
produz efeitos jurídicos imediatos, com 
observância da lei, sob regime jurídico 
de direito público e sujeito ao controle do 
Poder Judiciário. 
Ato da administração: todo ato 
praticado no exercício da função 
administrativa. 
 
 
 
Ato da Administração: gênero; 
 
Ato administrativo: espécie do gênero atos da Administração 
 
Assim, os atos da Administração (gênero) englobam todos os atos praticados pela Administração 
Pública, seja sob o regime de direito público ou sob o regime de direito privado. 
 
Já o ato administrativo (espécie do gênero atos da Administração) é a declaração do Estado ou de 
quem o represente, que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime de 
direito público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário. 
 
Dentre os atos da Administração distinguem-se os que produzem e os que não produzem efeitos 
jurídicos. 
 
Aqueles que não produzem efeitos jurídicos não são considerados atos administrativos por não se 
enquadrar no respectivo conceito. 
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OS ATOS DA ADMINISTRAÇÃO ENGLOBAM: 
 
 
 
Atos de direito privado (ex. doação, permuta, compra e venda, locação); 
 
 
Atos materiais da Administração (ex. demolição de uma casa, apreensão de 
mercadoria, realização de um serviço); 
 
 
Atos de conhecimento (ex. atestados, certidões, pareceres, votos); 
 
 
Atos políticos; 
 
 
Contratos; 
 
 
Atos normativos (ex. decretos, portarias, resoluções, regimentos, de efeitos 
gerais e abstratos); 
 
 
Atos administrativos propriamente ditos 
 
 
Elementos do Ato Administrativo 
Os elementos do ato administrativo estão presentesna Lei nº 4.717/65 (Lei de Ação Popular), art. 2º. 
São eles: competência, finalidade, forma, motivo e objeto. 
 
a) Competência: é o poder atribuído, por lei, aos órgãos e agentes para o desempenho de suas 
atribuições. A competência legalmente atribuída a determinado agente não pode por ele ser 
transferida de forma permanente a outro, mas pode ser delegada e avocada. A profa. Maria Sylvia 
Zanella Di Pietro chama esse elemento de sujeito. A incompetência fica caracterizada quando o ato 
não se incluir nas atribuições legais do agente que o praticou (art. 2º, Lei 4717/65). 
 
b) Finalidade: é o resultado que se quer alcanças com a prática daquele ato; em sentido amplo, 
mediato, a finalidade de todo ato administrativo deve ser sempre atender ao interesse público, 
enquanto em sentido estrito cada ato tem a sua finalidade imediata, específica, que deverá decorrer, 
ainda que de forma implícita, da lei. Quando não atendida a finalidade do ato, ocorrerá o desvio de 
finalidade, a tornar o ato nulo. O desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica o ato 
visando a fim diverso daquele previsto, explícita ou implicitamente, na regra de competência (art. 2º, 
Lei 4717/65). 
 
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c) Forma: é o modo pelo qual o ato administrativo se exterioriza, adotando, em regra, a forma 
escrita, e, excepcionalmente, outras formas como a verbal e até mesmo sinais, tais como placas de 
trânsito, visto que todas manifestam unilateralmente a vontade da Administração. Os atos podem vir 
na forma de decretos, resoluções, vistos, portarias, instruções etc. O vício de forma consiste na 
omissão ou na observância incompleta ou irregular de formalidades indispensáveis à existência ou 
seriedade do ato (art. 2º, Lei 4717/65). 
 
d) Motivo (# motivação # móvel): (é a situação de direito e de fato que determina ou autoriza a 
realização de ato administrativo // quando o motivo vier expresso na lei, o ato será vinculado. 
Quando a lei deixar ao administrador a avaliação quanto à oportunidade e conveniência, o ato será 
discricionário // Ex. demissão de um servidor – motivo: a infração por ele praticada (já que demissão 
é uma penalidade); motivação: é a exposição de motivos, a exteriorização, por escrito, do motivo 
que levou a Administração a aplicar tal penalidade). Atenção: o art.50, Lei 9784/99 enumerou 
expressamente atos que deverão ser motivados. A inexistência dos motivos se verifica quando a 
matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou 
juridicamente inadequada ao resultado obtido (art. 2º, Lei 4717/65). 
 
e) 
 
ELEMENTOS // REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVO 
(Lei nº 4.717/65, art. 2º) 
 
 
 
Competência (sujeito) 
 
Conjunto de atribuições das pessoas 
jurídicas, órgãos e agentes, fixadas 
pelo direito positivo. 
 
Finalidade 
 
É o resultado que a Administração 
quer alcançar com a prática do ato. 
 
Forma 
 
É o modo através do qual se 
exterioriza o ato administrativo, é seu 
revestimento. 
 
Motivo 
 
É o pressuposto de fato e de direito 
que serve de fundamento ao ato 
administrativo. 
 
Objeto (conteúdo) 
 
É o efeito jurídico imediato que o ato 
produz. 
 
MÉRITO ADMINISTRATIVO = CONVENIÊNCIA + OPORTUNIDADE 
 
TEORIA DOS MOTIVOS DETERMINANTES: relaciona-se com o motivo do ato administrativo, é 
aquela que prende o administrador no momento da execução do ato aos motivos que ele alegou 
no momento de sua edição, sujeitando-se à demonstração de sua ocorrência, de tal modo que, 
se inexistentes ou falsos, implicam em sua nulidade. 
 
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f) Objeto (= conteúdo): é o que efetivamente o ato está fazendo, é o efeito gerado pelo ato. Em 
um ato de demissão, o objeto é a demissão de determinado servidor; no ato de 
desapropriação, o objeto é a desapropriação dos referidos imóveis. O objeto de todo ato 
administrativo deve ser sempre lícito, moral e possível, ou o ato será inválido. A ilegalidade do 
objeto ocorre quando o resultado do ato importa em violação de lei, regulamento ou outro ato 
normativo (art. 2º, Lei 4717/65). 
 
Atributos do Ato Administrativo 
 
 
P 
 
A 
 
T 
 
I 
 
 
 
a) Presunção de Legitimidade: presunção iuris tantum, pois admite prova em contrário. 
 
b) Autoexecutoriedade: autoriza a ação imediata e direta da Administração. 
 
ATENÇÃO!!! O PROFESSOR CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO DEFENDE 
QUE A AUTOEXECUTORIEDADE ABRANGE: EXIGIBILIDADE E EXECUTORIEDADE 
 
c) Tipicidade: citado pela profa. Maria Sylvia Zanella Di Pietro, ela ensina que é o “atributo pelo 
qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente pela lei como 
aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade que a Administração pretende 
alcançar existe um ato definido em lei”. 
 
d) Imperatividade: os atos administrativos são obrigatórios, imperativos, devendo ser 
obedecidos pelo administrado ainda que de forma contrária aos seus interesses ou sua 
concordância. 
 
ATENÇÃO!!! O PROFESSOR CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO CHAMA 
ESSE ATRIBUTO DE PODER EXTROVERSO DO ESTADO. 
 
4 – Discricionariedade x Vinculação: ato vinculado é aquele editado em decorrência do poder 
vinculado que detém a Administração, ou seja, quando a lei determina a única forma possível de 
atuação para a Administração, não lhe concedendo nenhum grau de liberdade para manifestação de 
sua vontade. Ato discricionário, ao contrário, é aquele editado em decorrência do poder 
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21 
 
discricionário que detém a Administração, ou seja, quando a lei permite certo grau de liberdade para 
que a Administração decida se deve agir desta ou de outra forma, bem como decida o momento 
mais apropriado para agir. 
Vamos sintetizar tudo? 
1. Presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei, já a presunção de 
veracidade diz respeito aos fatos; 
 
2. Autoexecutoriedade é o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução 
pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário; 
 
3. Autoexecutoriedade (exigibilidade e executoriedade): exigibilidade – meios indiretos, 
executoriedade – meios diretos; 
 
4. Tipicidade é o atributo pelo qual o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas 
previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Para cada finalidade 
que a Administração pretende alcançar existe um ato definido em lei; 
 
5. Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, 
independentemente de sua concordância. 
 
 
Espécies de ato administrativo: 
 
1. Atos normativos: são aqueles que contem comandos, em regra, gerais e abstratos para 
viabilizar o cumprimento da lei. Para alguns autores, tais atos seriam leis em sentido material. Ex. 
decretos, deliberações 
 
2. Atos ordinatórios: são manifestações internas da Administração decorrentes do poder 
hierárquico disciplinando o funcionamento de órgãos e a conduta de agentes públicos. Assim, não 
podem disciplinar o comportamento de particulares por constituírem determinações internas. Ex. 
instruções e portarias. 
 
3. Atos negociais: manifestam a vontade da Administração em concordância com o interesse de 
particulares. Ex. concessões, licenças. 
 
4. Atos enunciativos: também chamados atos de pronúncia, certificam ou atestam uma situação 
existente, não contendo manifestação de vontade da Administração Pública. Ex. certidões, 
pareceres, atestados. 
 
5. Atospunitivos: aplicam sanções a particulares ou servidores que pratiquem condutas 
irregulares. Ex. multas e interdições de estabelecimento. 
 
...pois saiba que Deus quer te 
surpreender, Ele pode falar 
com você e mudar totalmente 
o seu destino.
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22 
 
Vamos resumir e exemplificar? 
 
 
Atos Normativos: comandos gerais e 
abstratos para aplicação da lei 
 
 
Ex. decretos e regulamentos, 
instruções normativas, regimentos, 
resoluções, deliberações 
 
 
Atos Ordinatórios: disciplinam 
órgãos e agentes públicos 
 
 
Ex. instruções, circulares, avisos, 
portarias, ordens de serviço, ofícios, 
despachos 
 
 
Atos negociais: vontade da 
Administração em concordância com 
particulares 
 
 
Ex. licença, autorização, permissão, 
aprovação, admissão, visto, 
homologação, dispensa, renúncia, 
protocolo administrativo. 
 
 
Atos enunciativos: certificam ou 
atestam uma situação existente 
 
 
Ex. certidões, atestados, pareceres 
técnicos, pareceres normativos, 
apostilas 
 
 
Atos punitivos: aplicam sanções a 
agentes e particulares 
 
 
Ex. multa, interdição de atividade, 
destruição de coisas 
 
Vamos conceituar cada um deles? 
 
 
ATOS NORMATIVOS 
 
 
 
Decretos e regulamentos: 
 
São atos administrativos, em regra, 
gerais e abstratos, privativos do Chefe 
do Poder Executivo e expedidos para 
dar fiel execução à lei. 
 
 
 
Instruções normativas: 
 
São atos normativos de competência 
dos Ministros praticados para 
viabilizar a execução de leis e outros 
atos normativos. 
 
 
 
 
 
Resoluções: 
 
São atos administrativos inferiores 
aos decretos e regulamentos, 
expedidos por Ministros de Estado, 
presidentes de tribunais, de casas 
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23 
 
 legislativas e de órgãos colegiados, 
versando sobre matérias de interesse 
interno dos respectivos órgãos. 
 
 
Deliberações: 
 
São atos normativos ou decisórios de 
órgãos colegiados. 
 
 
 
ATOS ORDINATÓRIOS 
 
 
 
Instruções: 
 
 
Expedidas pelo superior hierárquico e 
destinadas aos seus subordinados, 
são ordens escritas e gerais para 
disciplina e execução de determinado 
serviço público. 
 
 
 
 
Circulares: 
 
 
Constituem atos escritos de disciplina 
de determinado serviço público 
voltados a servidores que 
desempenham tarefas em situações 
especiais. Diferem das instruções 
porque não são gerais. 
 
 
 
Avisos: 
 
 
Atos exclusivos de Ministros de 
Estado para regramento de temas da 
competência interna do Ministério. 
 
 
 
 
 
Portarias: 
 
 
Atos internos que iniciam 
sindicâncias, processos 
administrativos ou promovem 
designações de servidores para 
cargos secundários. São expedidas 
por chefes de órgãos e repartições 
públicas. As portarias nunca podem 
ser baixadas pelos Chefes do 
Executivo. 
 
 
 
Ordens de serviço: 
 
 
São determinações específicas 
dirigidas a servidores subordinados 
ou particulares sobre assuntos 
administrativos ou de ordem social. 
 
 
 
 
São convites ou comunicações 
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24 
 
Ofícios: 
 
escritas dirigidas a servidores 
subordinados ou particulares sobre 
assuntos administrativos ou de ordem 
social. 
 
 
 
Despachos: 
 
 
São decisões de autoridades públicas 
manifestadas por escrito em 
documentos ou processos sob sua 
responsabilidade. 
 
 
 
 
ATOS NEGOCIAIS 
 
 
 
 
 
 
Licença: 
 
 
Ato administrativo unilateral, 
declaratório e vinculado que libera, a 
todos que preencham os requisitos 
legais, o desempenho de atividades 
em princípio vedadas pela lei. Trata-
se de manifestação do poder de 
polícia administrativo desbloqueando 
atividades cujo exercício depende de 
autorização da Administração, como 
acontece na licença para construir. 
 
 
 
 
Autorização: 
 
 
Ato unilateral, discricionário, 
constitutivo e precário expedido para 
a realização de serviços ou a 
utilização de bens públicos no 
interesse predominante do particular, 
como o porte de arma. 
 
 
 
Permissão: 
 
 
Ato unilateral, discricionário e precário 
que faculta o exercício de serviços de 
interesse coletivo ou a utilização de 
bem público. 
 
 
 
 
Aprovação: 
 
 
Ato administrativo unilateral e 
discricionário que realiza a verificação 
prévia ou posterior da legalidade e do 
mérito de outro ato como condição 
para a sua produção de efeitos. 
 
 
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Admissão: 
 
Ato administrativo unilateral e 
vinculado que faculta, a todos que 
preencherem os requisitos legais, o 
ingresso em repartições 
governamentais ou defere certas 
condições subjetivas, como a 
admissão de usuário em biblioteca 
pública. 
 
 
Visto: 
 
 
Constitui ato vinculado expedido para 
controlar a legitimidade formal de 
outro ato particular ou agente público. 
 
 
 
 
Homologação: 
 
 
É ato administrativo unilateral e 
vinculado de exame de legalidade e 
conveniência de outro ato de agente 
público ou particular. 
 
 
Dispensa: 
 
 
É ato administrativo discricionário que 
exime o particular do desempenho de 
certa tarefa. 
 
 
 
Renúncia: 
 
 
É ato unilateral, discricionário, 
abdicativo e irreversível pelo qual a 
Administração Pública abre mão de 
crédito ou direito próprio em favor do 
particular. 
 
 
 
 
Protocolo administrativo: 
 
 
É a manifestação administrativa em 
conjunto com o particular versando 
sobre a realização de tarefa ou 
abstenção de certo comportamento 
em favor dos interesses da 
Administração e do particular, 
simultaneamente. 
 
 
 
ATOS ENUNCIATIVOS 
 
 
 
Certidões: 
 
 
São cópias autenticadas de atos ou 
fatos permanentes de interesse do 
requerente constantes de arquivos 
públicos. 
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Atestados: 
 
 
São atos que comprovam fatos ou 
situações transitórias que não 
constem de arquivos públicos. 
 
 
 
Pareceres técnicos: 
 
 
Manifestações expedidas por órgãos 
técnicos especializados referentes a 
assuntos submetidos a sua 
apreciação. 
 
 
 
Pareceres normativos: 
 
 
São pareceres que se transformam 
em norma obrigatória quando 
aprovados pela repartição 
competente. 
 
 
 
Apostilas: 
 
 
Equiparam-se a uma averbação 
realizada pela Administração 
declarando um direito reconhecido 
pela norma legal. 
 
 
 
ATOS PUNITIVOS 
 
 
 
Multa: 
 
 
Constitui punição pecuniária imposta 
a quem descumpre disposições legais 
ou determinações administrativas. 
 
 
Interdição de atividade: 
 
 
É a proibição administrativa do 
exercício de determinada atividade. 
 
 
 
Destruição de coisas: 
 
 
É o ato sumário de inutilização de 
bens particulares impróprios para 
consumo ou de comercialização 
proibida. 
 
 
Classificação dos atos administrativos: 
 
1 – Quanto ao conteúdo: 
a) concretos: são atos produzidos visando a um único caso, específico, e nele se encerram, ex. 
nomeação ou concessão de férias a um servidor; 
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b) abstratos: chamados também de normativos, são os que, disciplinando determinada matéria de 
modo geral e abstrato, atingem um número indefinidode pessoas, e que podem continuar sendo 
aplicados inúmeras vezes, ex. regulamentos. 
 
2 – Quanto à formação de vontade: 
 
a) ato simples: nasce da manifestação de vontade de apenas um órgão, seja ele unipessoal 
(formado só por uma pessoa) ou colegiado (composto de várias pessoas). É simples o ato que altera 
o horário de atendimento da repartição pública, emitido por uma única pessoa, bem assim a decisão 
administrativa do Conselho de Contribuintes do Ministério da Fazenda, órgão colegiado, que 
expressa uma vontade única. Outro exemplo de ato colegiado encontramos no caso da direção das 
Agências Reguladoras, nos termos do art. 4º, Lei nº 9.986/2000; 
b) ato complexo: para que seja formado, necessita da manifestação de vontade de dois ou mais 
órgãos diferentes, sem hierarquia entre eles, de tal forma que cada um, de forma independente, 
não pode produzir validamente tal ato: enquanto todos os órgãos competentes não se manifestarem, 
o ato não estará perfeito, não podendo criar direitos ou atribuir deveres. Assim, tem-se a união de 
várias vontades que se juntam para formar apenas uma. Por fim, veja que não é possível impugnar 
o ato antes de completo seu ciclo de formação, ou seja, antes de todas as partes terem 
manifestado suas vontades, pois que antes disso ele inexiste. Acrescente-se, ainda, o caso da 
concessão inicial de aposentadoria ou pensão: nas palavras do ilustre relator no MS 24.742, Ministro 
Marco Aurélio, o ato de concessão inicial de aposentadoria “mostra-se complexo, com o implemento 
da aposentadoria pelo órgão de origem, a fim de não haver quebra de continuidade da satisfação do 
que percebido pelo servidor, seguindo à homologação pelo Tribunal de Contas da União”. Bem por 
isso – ser o ato complexo –, “não se tem o envolvimento de litigantes, razão pela qual é inadequado 
falar-se em contraditório para, uma vez observado este, vir o Tribunal de Contas da União a indeferir 
a homologação”; 
 
Súmula Vinculante 3 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o 
contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato 
administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de 
concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão. 
 
c) ato composto: é aquele que nasce da vontade de apenas um órgão. Porém, para que 
produza efeitos, depende da aprovação de outro ato, que o homologa. Repita-se: a vontade é 
de apenas um órgão, o segundo apenas o confere, dando-lhe exeqüibilidade. Diz-se, então, que um 
é instrumental em relação ao outro, pois há, aqui, dois atos, um principal e outro acessório. 
Exemplifique-se com a dispensa de licitação, que depende de homologação pela autoridade 
competente. Tendo em vista que se torna difícil distinguir esse tipo de ato do procedimento, alguns 
autores negam sua existência. Aqui, há dois atos, um principal, outro secundário. No procedimento, 
há um principal e vários secundários. Em qualquer dos casos, estando viciado um dos acessórios, 
inválido será o principal. 
 
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3 – Quanto aos destinatários 
a) individuais: são aqueles que têm destinatários certos, nominados, como no caso da nomeação 
de servidores, ou delegação de atribuições a um subordinado. Pode ser para apenas uma pessoa 
(singular), como na desapropriação, ou para várias (plural), como na nomeação de vários servidores 
no mesmo ato. O importante é que se sabe exatamente a quem se dirige o ato; 
b) gerais: os destinatários são muitos, inominados, mas unidos por uma característica em 
comum, que os faz destinatários do mesmo ato abstrato. Para produzirem seus efeitos, já que 
externos, devem ser publicados. É geral o ato que fixa novo horário de atendimento ao público pela 
repartição, que afeta a todos os usuários daquele órgão, bem assim os decretos regulamentares, 
instruções normativas etc. 
 
4 – Quanto aos efeitos 
a) constitutivo: gera uma nova situação jurídica aos destinatários. Pode ser outorgando um 
novo direito, como permissão de uso de bem público, ou impondo uma obrigação, como cumprir 
um período de suspensão; 
b) declaratório: simplesmente afirma ou declara uma situação já existente, seja de fato ou de 
direito. Não cria, transfere ou extingue a situação existente, apenas a reconhece. Também é dito 
enunciativo. É o caso da expedição de uma certidão de tempo de serviço, ou de um parecer; 
c) modificativo: altera a situação já existente, sem que seja extinta, não retirando direitos ou 
obrigações. A alteração do horário de atendimento da repartição é exemplo de ato modificativo; 
d) extintivo: pode também ser chamado desconstitutivo, que é o ato que põe termo a um direito 
ou dever existentes. Cite-se a demissão do servidor público; 
e) enunciativo: é aquele pelo qual a Administração apenas atesta ou reconhece determinada 
situação de fato ou de direito. Ex. certidões, atestados, informações, pareceres, vistos, apostilas. 
 
5 – Quanto à abrangência dos efeitos 
a) internos: destinados a produzir seus efeitos no âmbito interno da Administração Pública, não 
atingindo terceiros, como os pareceres (atos enunciativos) e circulares. Ademais, os atos 
administrativos praticados pela Administração Pública com a finalidade de disciplinar seu 
funcionamento interno e a conduta de seus agentes são denominados atos ordinatórios, como 
avisos e portarias; 
b) externos: tem como destinatárias pessoas além da Administração Pública, e, portanto, 
necessitam de publicidade para que produzam adequadamente seus efeitos. São exemplos a 
fixação do horário de atendimento e a ocupação de bem privado pela Administração Pública. 
 
6 – Quanto ao grau de liberdade para produzir 
a) vinculado: a lei estabelece todos os contornos do ato, como deve ser feito, quando, por quem 
etc, não deixando ao agente qualquer grau de liberdade. Cumpridos todos os requisitos legais, a 
Administração Pública não pode deixar de conceder a aposentadoria a quem de direito, ou a licença 
para construir; 
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b) discricionário: a lei também estabelece uma série de regras para a prática de um ato, mas deixa 
certo grau de liberdade à autoridade, que poderá optar por um entre vários caminhos 
igualmente válidos. Há uma avaliação subjetiva prévia à edição do ato, como os que permitem o 
uso de bem público, permitindo a instalação de uma banca de revistas na calçada. Segundo o STF, 
“a autoridade administrativa está autorizada a praticar atos discricionários apenas quando 
norma jurídica válida expressamente a ela atribuir essa livre atuação”. 
 
 
ATO VINCULADO 
 
 
ATO DISCRICIONÁRIO 
(# ato arbitrário) 
 
 
Não há liberdade para o administrador
 
Há liberdade para o administrador 
 
 
Não há oportunidade e conveniência 
 
Há oportunidade e conveniência 
 
 
Pode ser anulado, mas não pode ser 
revogado 
 
 
Pode ser anulado e revogado 
 
Há controle do Poder Judiciário 
 
Há controle do Poder Judiciário, 
exceto quanto ao mérito 
 
 
Ex. aposentadoria compulsória, 
licença, admissão 
 
 
Ex. autorização 
 
7 – Quanto à validade 
 
a) válido: é o que atende a todos os requisitos legais: competência, finalidade, forma, motivo e 
objeto. Pode estar perfeito, pronto para produzir seus efeitos ou estar pendente de evento futuro; 
b) nulo: é o que nasce com vício insanável, ou seja, um defeito que não pode ser corrigido. Não 
produz qualquer efeito entre as partes. No entanto, em face dos atributos dos atos administrativos, 
ele deve ser observado até que haja decisão, seja administrativa, seja judicial, declarando sua 
nulidade, que terá efeito retroativo, “extunc”, entre as partes. Por outro lado, deverão ser 
respeitados os direitos de terceiros de boa-fé que tenham sido atingidos pelo ato nulo. Cite-se a 
nomeação de um candidato que não tenha nível superior para um cargo que o exija. A partir do 
reconhecimento do erro, o ato é anulado desde sua origem. Porém, as ações legais eventualmente 
praticadas por ele durante o período em que atuou permanecerão válidas; 
c) anulável: é o ato que contém defeitos, porém, que podem ser sanados, convalidados. 
Ressalte-se que, se mantido o defeito, o ato será nulo; se corrigido, poderá ser “salvo” e passar a 
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válido. Atente-se que nem todos os defeitos são sanáveis, mas sim aqueles expressamente 
previstos em lei e analisados no item seguinte. 
d) inexistente: é aquele que apenas aparenta ser um ato administrativo, manifestação de 
vontade da Administração Pública. São produzidos por alguém que se faz passar por agente público, 
sem sê-lo, ou que contém um objeto juridicamente impossível. Exemplo do primeiro caso é a multa 
emitida por falso policial; do segundo, a ordem para matar alguém. 
 
8 – Quanto à exeqüibilidade 
 
a) perfeito: é aquele que completou seu processo de formação, estando apto a produzir seus 
efeitos. Perfeição não se confunde com validade. Esta é a adequação do ato à lei; a perfeição 
refere-se às etapas de sua formação. 
b) imperfeito: não completou seu processo de formação, portanto, não está apto a produzir seus 
efeitos, faltando, por exemplo, a homologação, publicação, ou outro requisito apontado pela lei. 
c) pendente: para produzir seus efeitos, sujeita-se a condição ou termo, mas já completou seu 
ciclo de formação, estando apenas aguardando o implemento desse acessório, por isso não se 
confunde com o imperfeito. Condição é evento futuro e incerto, como o casamento. Termo é 
evento futuro e certo, como uma data específica. 
d) consumado: é o ato que já produziu todos os seus efeitos, nada mais havendo para realizar. 
Exemplifique-se com a exoneração ou a concessão de licença para doar sangue. 
- Perfeição: refere-se ao processo de formação do ato, que foi todo cumprido; 
- Validade: refere-se à conformidade do ato com a lei; 
- Eficácia: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos; 
- Exeqüibilidade: é a capacidade do ato para produzir seus efeitos imediatamente. 
Então, um ato adequadamente produzido, sem pender de condição ou termo, é perfeito, válido, 
eficaz e exeqüível. Se produzido num mês, para valer a partir do mês seguinte, não será ainda 
exeqüível. 
9 – Quanto às prerrogativas: 
a) ato de império: é aquele praticado pela Administração com todas as prerrogativas e privilégios de 
autoridade e impostos unilateral e coercitivamente ao particular independentemente de autorização 
judicial; 
b) ato de gestão: é aquele praticado pela Administração em situação de igualdade com os 
particulares, para a conservação e desenvolvimento do patrimônio público e para a gestão de seus 
serviços. 
 
Convalidação do Ato Administrativo 
A publicidade NÃO convalida o ato administrativo. Convalidar é tornar válido, é efetuar correções 
no ato administrativo, de forma que ele fique perfeito, atendendo a todas as exigências legais. 
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Convalidação/saneamento é o ato administrativo pelo qual é suprido o vício existente em um ato 
ilegal, com efeitos retroativos à data em que este foi praticado. 
 
Como regra geral, os atos eivados de algum defeito devem ser anulados. A exceção é que haja 
convalidação, como positivado na Lei nº 9.784/99, sobre o processo administrativo federal: 
 
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem 
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser 
convalidados pela própria Administração. 
 
Essa é a possibilidade de convalidação expressa, desde que não acarrete lesão ao interesse 
público ou prejuízo a terceiros. Assim, nos termos do art. 54 da mesma Lei, eventual ato 
administrativo viciado, de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários, que não seja 
anulado no prazo decadencial de cinco anos, contados da data em que foram praticados, estará 
convalidado tacitamente, não podendo mais ser alterado, salvo comprovada má-fé. 
Quais são os requisitos pra convalidar? 
1 – não acarretar lesão ao interesse público; 
2 – não haver prejuízo a terceiros; 
3 – ato com defeito sanável 
 
Quem convalida? 
Ela é feita, em regra, pela Administração, mas eventualmente poderá ser feita pelo administrado, 
quando a edição do ato dependia da manifestação de sua vontade e a exigência não foi observada. 
Este pode emiti-la posteriormente convalidando o ato. 
Quais são os efeitos? 
Ex tunc, retroage. 
Quais elementos do ato podem ser convalidados? 
A finalidade, o motivo e o objeto nunca podem ser convalidados. 
A forma pode ser convalidada, desde que não seja fundamental à validade do ato. Se a lei 
estabelecia uma forma determinada, não há como tal elemento ser convalidado. 
Com relação à competência, é possível a convalidação dos atos que não sejam exclusivos de uma 
autoridade, quando não pode haver delegação ou avocação. Assim, desde que não se trate de 
matéria exclusiva, pode o superior ratificar o ato praticado por subordinado incompetente. 
Se o ato não for convalidado, o que acontecerá com ele? 
Será anulado! 
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Convalidação # Conversão. 
 
A conversão é o aproveitamento de ato defeituoso como ato válido de outra categoria. Ex. contrato 
de concessão outorgado mediante licitação em modalidade diversa da concorrência convertido em 
permissão de serviço público. O ato de conversão é constitutivo, discricionário e com eficácia ex 
tunc. 
 
Extinção do Ato Administrativo 
 
a) Anulação: Ocorre nos casos em que existe ilegalidade no ato administrativo e, por isso, pode 
ser feita pela própria Administração (controle interno) ou pelo Poder Judiciário; 
 
b) Revogação: Retira do mundo jurídico atos válidos, legítimos, perfeitos, mas que se tornaram 
inconvenientes, inoportunos, desnecessários; 
 
c) Cassação: É uma sanção para aquele particular que deixou de cumprir as condições para 
manutenção de um determinado ato; 
 
d) Caducidade: É a retirada do ato em virtude da publicação de uma lei, posterior à edição do 
ato administrativo, que torna inadmissível a situação antes permitida por aquele ato; 
 
e) Contraposição: É a extinção do ato administrativo em função da edição de outro ato 
administrativo com efeito contrário ao primeiro; 
f) Renúncia: Ocorre quando o seu próprio beneficiário a ele renuncia, abrindo mão do mesmo. 
 
Súmula 346, STF: “A Administração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos” 
 
Súmula 473, STF: “A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que 
os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência 
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação 
judicial”. 
 
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 ESPÉCIES OBJETO TITULAR EFEITOS PRAZO 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANULAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ilegalidade 
do ato 
 
 
 
 
 
 
 
-
Administração 
- Judiciário 
 
 
 
 
 
Ex tunc (já 
nasceu ilegal) 
 
 
 
Obs. Para o 
prof. Celso 
Antônio B. 
Mello podem

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