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farmacogenetica 2

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Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Farmacogenética 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
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MÓDULO II 
 
 
FUNDAMENTOS DE FARMACOLOGIA 
 
• Droga: qualquer substância química, exceto alimentos, capaz de 
produzir efeitos farmacológicos, ou seja, provocar alterações em um sistema 
biológico. 
• Fármaco: sinônimo de droga 
• Forma Farmacêutica: forma de apresentação do medicamento: 
comprimido, drágea, pílula, xarope, colírio, etc. 
• Remédio: palavra usada pelo leigo como sinônimo de medicamento e 
especialidade farmacêutica – remédio refere-se a qualquer procedimento que possa 
ser usado para tratamento de patologias. 
• Medicamento: droga preparada pela indústria farmacêutica com 
finalidade terapêutica. 
• Nome Químico: diz respeito à constituição da droga. 
• Farmacopéia: livro que oficializa as drogas/medicamentos de uso 
corrente e consagrada como eficazes. 
• Dose: é a quantidade a ser administrada de uma vez a fim de produzir 
efeitos terapêuticos. 
• Dose letal: dose que leva o organismo a falência generalizada, ou 
seja, morte. 
• Dose Máxima: É a maior quantidade de uma droga capaz de produzir 
efeitos terapêuticos, sem apresentar toxicidade. Dose Mínima: É a menor 
quantidade de uma droga capaz de produzir efeitos terapêuticos. 
• Dose tóxica: É a quantidade de droga que provoca intoxicação no 
organismo administrado. 
• Posologia: Quantidade necessária de medicamento para 
administração diária. 
 
 
 
 
 
42 
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• Pró-droga: substância química que precisa transforma-se no 
organismo a fim de tornar-se uma droga ativa. 
• Iatrogenia: problemas ou complicações resultantes de tratamentos 
clínicos ou cirúrgicos. 
• Placebo: palavra derivado do latim: “vou agradar”. Em farmacologia 
significa uma substância inativa administradas para satisfazer a necessidade 
psicológica do paciente. 
 
• A NATUREZA DAS DROGAS 
Uma droga pode ser definida como qualquer substância capaz de produzir 
uma alteração em determinada função biológica através de suas ações químicas. Na 
maioria dos casos, a molécula da droga interage com uma molécula específica no 
sistema biológico, que desempenha um papel regulador, isto é, faz o papel de uma 
molécula receptora. 
 
 
CONCEITOS DE FARMACOLOGIA 
 
A fim de tornar cada vez mais previsíveis os efeitos das drogas, os 
farmacologistas tentam quantificar todas as fases da interação droga-organismo. 
Apesar da dificuldade inerente ao problema, pois talvez a variação biológica jamais 
possa ser totalmente enquadrada nos métodos matemáticos atuais, alguns 
resultados interessantes têm sido obtidos, determinando os efeitos benéficos e 
efeitos adversos das drogas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Receptores e relações entre concentração e resposta 
 
Metabolismo de Fármacos 
 
O metabolismo de fármacos refere-se aos processos através dos quais os 
fármacos administrados são modificados pelo organismo. Os metabólitos resultantes 
são quimicamente distintos do fármaco que os originou, e geralmente mais polares. 
O aumento de polaridade significa que esses metabólitos serão difundidos através 
das membranas celulares menos rapidamente que o fármaco original. Tais 
substâncias tendem a ficar menos tempo no organismo, já que sua reabsorção no 
túbulo renal é reduzida, isto é, há um aumento na sua excreção. A distribuição 
restrita e uma excreção mais rápida limitará sua atividade farmacológica, de maneira 
que o metabolismo em geral converterá o fármaco num metabólito menos ativo. 
Entretanto, isto não ocorre em todos os casos, e metabólitos farmacologicamente 
ativos ou mesmo tóxicos são conhecidos. Assim sendo, o metabolismo do fármaco e 
as enzimas responsáveis por esses processos são considerados importantes na 
avaliação da ação de um fármaco. 
Uma vez que os fármacos ou substâncias seletivamente ativas agem sobre 
algumas células e não sobre outras, elas devem exercer seus efeitos em algum sítio 
ou sistema específico, ao qual está relacionado exclusivamente com a resposta. 
Esse componente celular é denominado receptor e pode ser definido como o sítio 
onde o fármaco se liga para exercer sua ação seletiva. 
As forças que comandam a interação entre átomos e moléculas também 
comandam as interações entre fármacos e seus receptores. Foram descritos quatro 
tipos de ligações, as quais são discutidas abaixo, na ordem crescente de sua força, 
incidências decrescentes na interação e, provavelmente, importância decrescente na 
determinação da atividade biológica seletiva. Presume-se que o receptor seja 
comparativamente estável na forma e que somente a alteração na estrutura do 
fármaco afetará sua seletividade e potência. 
• Forças de Van Der Waals. São forças de ligação fracas e muito 
freqüentes. Estabelecem-se entre quaisquer átomos que se encontrem muito 
 
 
 
 
 
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próximos uns dos outros. A força de atração dessas ligações é inversamente 
proporcional à sétima potência da distância que separa os átomos ou moléculas. 
Quando o fármaco e seu receptor podem entrar em contato muito próximo, estas 
forças tornam-se altamente significativas. Quanto maior e mais específica for à 
molécula, maior será a contribuição dessas forças. Elas são os principais fatores que 
justificam o fato dos fármacos reagirem ou ligarem-se a um sítio e não a outro. 
• Pontes de Hidrogênio. Na superfície das moléculas, muitos átomos de 
hidrogênio possuem carga positiva parcial e podem formar pontes com cargas 
negativas de átomos de oxigênio ou nitrogênio. Uma vez que essas pontes agem a 
grandes distâncias, a aproximação não é tão importante para que elas ocorram. 
Junto com as forças de Van Der Waals, representa a base da maioria das interações 
fármaco-receptor. 
• Ligações Iônicas: Forma-se entre íons de cargas opostas, como por 
exemplo, a acetilcolina e o cloreto. Sua importância pode ser vista claramente com 
agentes bloqueadores neuromusculares, tais como a d-tubocurarina. Essas ligações 
agem numa velocidade muito grande e dissociam-se reversivelmente à temperatura 
corporal. 
• Ligações Covalentes: são formadas quando um mesmo par de elétrons 
é compartilhado por átomos adjacentes, e são responsáveis pela coesão de 
moléculas orgânicas. As ligações covalentes são comuns em farmacologia. Devido à 
sua força e dificuldade de reversão ou clivagem, os fármacos com essas ligações 
apresentam um efeito prolongado. A cloroquina, a dibenzilina e os 
anticolinesterásicos e organofosforados formam essas ligações. Tais compostos 
tendem a uma grande toxicidade. 
 
Receptores e Aceptores. 
 
Algumas moléculas biológicas são ligadas a fármacos específicos, 
provavelmente devido às suas características físico-químicas peculiares. Devido à 
sua localização e ao papel celular, o resultado dessa ligação induz alterações na 
atividade celular. Essas moléculas são os receptores. A força de ligação relativa à 
 
 
 
 
 
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presença ou ausência dos receptores nas células, a importância e o papel dessas 
moléculas na função especial das células formam, em grande parte, a base da ação 
biológica seletiva. O estudo desses fatores, de extrema dificuldade e complexidade, 
é de fundamental importância na farmacologia. 
Os receptores opõem-se aos chamados aceptores, que são sítios 
quiescentes do organismo aos quais os fármacos se ligam. As ligações devem ser 
semelhantes às dos receptores, mas não desencadeiam nenhuma atividade 
biológica seletiva. Daí os nomes alternativos dos aceptores - “receptores 
quiescentes” ou “sítios de perda”. 
Alguns fármacos reagem com receptores que não estão distribuídos 
uniformemente sobre a superfície da célula, mas se agregam em pequenas áreas da 
membrana celular. Talvez o melhor exemplo desse caso seja a d-tubocurarina, que 
exerce o seu efeito na junção sináptica entre o nervo motor e o músculo voluntário, e 
reage com receptores limitados à região da placa terminal da célula muscular. Essa 
região representa 0,01-1,0% da superfície celular. Se a quantidade efetiva do 
fármaco na placa terminal fosse distribuída uniformemente numa única camada de 
moléculas sobre a área especializada, ela cobriria apenas 1% de sua superfície. 
Portanto, a d-tubocurarina paralisa o músculo voluntário por sua reação com 
receptores restritos a 0,0001-0,01% da superfície celular. Apenas uma fração muito 
pequena da d-tubocurarina injetada no animal é realmente responsável por sua ação 
biológica seletiva. A maior parte permanece nos fluidos do organismo, e uma fração 
considerável reage com proteínas plasmáticas e aceptores do tecido conectivo ou de 
outros tecidos. Em conseqüência, os sítios onde os fármacos se ligam não são 
necessariamente sítios de ação farmacológica. 
Fármacos que exercem atividades biológicas específicas idênticas ou 
semelhantes apresentam estruturas físico-químicas semelhantes. Um estudo das 
aminas simpatomiméticas, relaxantes musculares e agentes muscarínicos ilustra 
claramente este princípio. Entretanto, uma pequena mudança na estrutura química 
pode, muitas vezes, resultar numa perda ou redução marcante da atividade 
específica. Por exemplo, a l -norepinefrina e a d-norepinefrina são idênticas, uma é 
 
 
 
 
 
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imagem especular da outra. Contudo, a forma levógira é 50 vezes mais ativa do que 
seu isômero. 
Essas considerações levam à conclusão de que os denominadores comuns 
para a atividade seletiva entre um determinado grupo de fármacos são ditados pelas 
características químicas e físicas do receptor. O termo afinidade é usado para 
descrever a propensão do fármaco em se ligar a determinado sítio receptor, e a 
atividade intrínseca define sua habilidade de iniciar a atividade biológica como 
resultado dessa ligação. Devido à complexidade do processo de ligação, a fármaco 
pode possuir afinidade, isto é, ligar-se ao sítio receptor e, contudo não desencadear 
a atividade específica, não possuir atividade intrínseca. Entretanto, isto é o mesmo 
que se ligar a um receptor, visto que outros fármacos podem ter afinidade pelo 
mesmo receptor, ser intrinsecamente ativas e, ainda, ser inativas com um aceptor. 
Nosso conhecimento acerca de receptores está inteiramente baseado em 
inferências e, em muitos casos, sua localização e natureza são totalmente 
desconhecidas. Muitas pesquisas estão sendo feitas atualmente para se isolar 
receptores. Os receptores para os anticolinesterásicos e inibidores da monoamino-
oxidase ou estão localizados em enzimas, ou então são enzimas. Muitos fármacos 
agem sobre os mesmos receptores através dos quais substâncias fisiologicamente 
importantes, como os neurotransmissores, exercem seus efeitos. Entretanto, 
possuem pouca semelhança com constituintes celulares conhecidos, e a existência 
de receptores para esses fármacos deve ser aleatória. 
Pesquisas bioquímicas têm elaborado muitas das séries de reações 
químicas cíclicas e seqüenciais que precedem um determinado evento celular final, 
seja ela uma alteração metabólica, uma redução de proteínas contráteis ou mitose. 
Em um grande número de exemplos, o local preciso da influência do fármaco nessas 
cadeias de reações é conhecido, como no caso da penicilina. 
A atividade seletiva dos fármacos pode ser especificamente bloqueada ou 
antagonizada por outros agentes. Por exemplo, a d-tubocurarina, que antagoniza o 
efeito da acetilcolina na placa terminal do músculo esquelético, não antagoniza na 
mesma dose os outros efeitos da acetilcolina, assim como os da histamina, 
serotonina ou epinefrina. Freqüentemente, o antagonismo entre um fármaco 
 
 
 
 
 
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(agonista) e seu bloqueador específico (antagonista) ocorre no mesmo receptor. 
Esta interação é conhecida como antagonismo farmacológico. Pode-se considerar 
que esses bloqueadores específicos possuem grande afinidade pelo receptor, mas 
pequena ou nenhuma atividade intrínseca. Eles freqüentemente apresentam 
semelhança estrutural com seus agonistas. Muitas moléculas dos bloqueadores são 
maiores do que as moléculas dos fármacos que eles antagonizam. Podemos dizer 
que eles reagem com os receptores em virtude das características que tem em 
comum com seus agonistas, mas, devido ao seu tamanho maior, eles impedem o 
acesso das moléculas do agonista ao receptor. 
 
 
Dose e Potência 
 
Mesmo quando é feita uma tentativa de seleção de um grupo, a fim de 
homogeneizá-lo, ocorrem variações individuais. Quando um grupo não-selecionado 
de indivíduos é estudado, como é o caso da prática farmacológica, a variação nos 
efeitos do fármaco é consideravelmente maior. Assim, a dose adequada para um 
não é apropriada para outro. É certo concluir que os fatores que governam a 
afinidade e a atividade intrínseca de um agonista com relação ao mesmo tipo de 
receptor, em cada indivíduo, apresentam uma variação de propriedades. Alguns 
receptores interagem mais rapidamente com a molécula relativamente ativa do que 
outros e, assim sendo, reagem com o agonista numa concentração baixa. Se isto 
ocorre, quanto maior a dose dada, maior será a concentração do fármaco na região 
dos receptores, maior o número de interações fármaco-receptor, e mais intenso o 
efeito farmacológico. Uma relação dose ou concentração e efeito constitui um 
atributo da ação do fármaco invariavelmente observado na prática, exceto em 
situações incomuns quando é administrada uma dose que produz o efeito máximo. 
Dois fármacos quimicamente semelhantes, e que apresentam a mesma 
atividade seletiva, provavelmente agem sobre uma mesma população de receptores. 
Se um deles for efetivo numa concentração molar mais baixa do que o outro, ele é 
considerado mais potente. Se todos os fatores que influenciam a concentração do 
 
 
 
 
 
fármaco na região do receptor (por exemplo: absorção, distribuição, penetração, 
ligações e metabolismo) não forem os responsáveis por essa diferença na potência, 
esta deve ser descrita como a afinidade relativa dos fármacos pelo mesmo grupo de 
receptores. 
Fonte: Kirchheiner et al., 2006. 
Fig.2.1: Representa os efeitos da variabilidade genética na farmacologia. (a) na 
farmacocinética a variabilidade genética interfere influenciando a curva de concentração do fármaco 
noorganismo por um período de tempo. (b) os genótipos influenciam na resposta ao tratamento, 
determinando o efeito do medicamento. (c) será que a variabilidade genética tem influência na 
tradução do DNA? (d) e na neuroregeneração? 
 
 
O termo potência é freqüentemente usado para expressar outras idéias. Por 
exemplo, se um fármaco produz um efeito máximo maior que o de outro, sem levar 
em consideração a dose usada, diz-se que ela é muito mais potente. Seria mais 
correto dizer que um fármaco pode causar um maior efeito específico. Por outro 
lado, alguns são considerados de potências semelhantes se, quando usados nas 
doses recomendadas, causam efeitos semelhantes. Nessas circunstâncias, seria 
melhor considerar as doses terapeuticamente equivalentes. 
Fármacos de forte potência não são necessariamente os de maior valor 
terapêutico. O melhor critério para determinar o valor relativo dos fármacos que 
causam o mesmo efeito é a seletividade. Obviamente, um fármaco de baixa potência 
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e alta seletividade é mais desejável do que um de alta potência e baixa seletividade. 
Esse conceito de seletividade é facilmente medido com objetividade em animais de 
experimentação, mas dificilmente medido no homem. Ele depende da relação entre 
a dose que produz o efeito desejado e a dose que causa um efeito adverso. Os 
meios usados para medir a seletividade no homem variam de acordo com cada 
classe de fármacos, e constituem um dos problemas mais importantes da 
Farmacologia Clínica. 
A relação dose-efeito é de fundamental importância em farmacologia. No 
indivíduo inteiro, embora a relação dose-efeito pareça simples, ela pode ser casual, 
já que a alteração induzida pelo medicamento é influenciada por uma série de 
fatores. Por exemplo, quando a epinefrina é injetada na forma intravenosa, as 
alterações na tensão arterial são uma resultante do efeito do medicamento em uma 
série de tecidos, incluindo o coração e os vasos sangüíneos, alguns dos quais levam 
a um aumento e outros a uma queda da tensão arterial. O efeito mensurável é 
influenciado pela distribuição do fármaco nos vários compartimentos do organismo, 
sua estocagem temporária em alguns sítios, seu metabolismo e excreção e, ainda, 
pela atividade dos reflexos homeostáticos. Assim, é improvável que qualquer relação 
determinada experimentalmente no animal inteiro, tenha um valor fundamental. 
A molécula do fármaco reage com um receptor e a intensidade da resposta 
está relacionada com o número de interações fármaco-receptor. Se a distribuição da 
sensibilidade de receptores ao fármaco for normal, isto é, gaussiana, então a curva 
dose-resposta pode ser considerada como uma curva gaussiana normal integrada. 
Isto é, uma curva simétrica em forma de S. Sem dúvida, muitas relações derivadas 
experimentalmente podem ser representadas de forma adequada através desta 
curva. 
 
Farmacocinética 
 
A Farmacocinética é o estudo da velocidade com que os fármacos atingem 
o sítio de ação e são eliminados do organismo, bem como dos diferentes fatores que 
influenciam na quantidade de fármaco a atingir o seu sítio. Basicamente, estudam os 
 
 
 
 
 
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processos metabólicos de absorção, distribuição, biotransformação (ou 
metabolização) e eliminação dos medicamentos. 
O fármaco é absorvido para a corrente sangüínea, distribuído através do 
organismo e, a seguir, é eliminado por meio de sua transformação em outro 
composto ou de sua excreção. Esses eventos são importantes no que diz respeito à 
ação farmacológica do fármaco, uma vez que determinam à quantidade da mesma 
que chega ao local de ação e duração do efeito. 
A via de administração utilizada também influencia na velocidade e 
distribuição do fármaco no organismo. As vias podem ser: oral, sublingual, retal, 
intravenosa, subcutânea, inalação. Já a inalação leva o fármaco direto para o 
pulmão e por isso é utilizada em pacientes com dificuldades respiratórias. 
O nível do fármaco em qualquer tecido está num estado de fluxo constante. 
O fármaco se movimenta de um compartimento a outro, via plasma, sendo 
simultaneamente eliminada do organismo por metabolismo. A eliminação é medida 
por depuração (clerance), ou seja, o volume de sangue que fica livre do fármaco por 
unidade de tempo. 
A relação quantitativa entre esses processos e a farmacocinética do 
fármaco, determina sua dosagem e controla o seu tempo de ação. No caso de 
fármacos que agem reversivelmente, a concentração de um fármaco no seu sítio de 
ação é proporcional à sua concentração sob a forma livre no plasma. Quando o nível 
plasmático da forma livre diminui, a resposta ao fármaco também deve diminuir. O 
valor de distribuição (Vd) do fármaco é expresso em litros/Kg e calculado com base 
na dose tomada e a concentração de fármaco no tempo inicial (tempo zero). 
Vd = Dose 
Co (concentração no tempo zero) 
 
Embora existam alguns fármacos de ação não-reversível, a maioria atua 
reversivelmente, e existe uma proporcionalidade entre o nível plasmático e sua 
concentração no sítio de ação. O declínio inicial do nível plasmático reflete a rápida 
distribuição, a entrada nos tecidos e a taxa relativamente constante de eliminação. 
Logo que o plasma e os tecidos entram em equilíbrio, o declínio diminui. A inclinação 
 
 
 
 
 
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reflete mais a eliminação por excreção e/ou metabolização em que há transformação 
em outro composto. Quando o medicamento é administrado oralmente, a taxa de 
absorção torna-se um fator significante de limitação do processo, e um aumento 
lento do nível plasmático é visto juntamente com um declínio mais vagaroso. O 
ponto mais alto do nível plasmático também é o menor. 
Essas curvas podem ser usadas para a obtenção do volume de distribuição 
e outras constantes farmacocinéticas relevantes por técnicas de computação. 
Mesmo sem análises sofisticadas, dados de níveis plasmáticos versus tempo são 
úteis para a compreensão da farmacocinética dos fármacos, podendo-se obter 
alguns parâmetros. 
Outro parâmetro farmacocinético importante é a meia-vida plasmática, o 
tempo necessário para a concentração plasmática cair pela metade. A meia-vida é 
uma constante para todos os processos de 1ª ordem, e pode ser usada em 
farmacocinética para predizer o tempo de ação de um fármaco e determinar a 
seqüência ideal de dosagem necessária para manter níveis terapêuticos do fármaco. 
Quando um dos parâmetros é alterado, os níveis plasmáticos podem ser 
marcantemente afetados. Se, por exemplo, a taxa de eliminação for diminuída em 
50%, por insuficiência renal, ou inibição do metabolismo, os níveis plasmáticos 
atingem uma faixa tóxica. Além disto, uma vez que estes também são funções do 
volume de distribuição, uma alteração nesse parâmetro, também alterará os níveis 
plasmáticos. 
O movimento do fármaco através do organismo é determinado por sua 
polaridade e características iônicas. A ionização é o resultado de reações ácido-
básicas dos compostos orgânicos. Um ácido orgânico é um eletrólito fraco que pode 
se ionizar dando um íon hidrogênio e a base conjugada:CH3COOH « CH3COO- + H+
 
Analogamente, uma base orgânica é um eletrólito fraco que se ioniza ao 
aceitar um próton: 
CH3NH2 + O H- « CH3NH2+ + H2O 
 
 
 
 
 
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Quando compostos orgânicos são ionizados, tornam-se mais hidrossolúveis 
e, por esta razão, alguns fármacos são administrados nas suas formas de sal 
ionizadas. Por exemplo, o ácido acetilsalicílico é geralmente administrado na sua 
forma de sal sódico, e a difenidramina, uma base orgânica, é administrada na forma 
de cloridrato. Nas formas neutras ou não-ionizadas, essas bases ou ácidos 
orgânicos são mais solúveis em lipídeos ou material gorduroso, isto é, elas são 
lipofílicas. A polaridade de uma molécula orgânica é a medida de sua capacidade de 
dissolver-se em água, e sendo determinada pelo número de grupos polares (por 
exemplo, OH, NH2, COOH) que contém. Um composto como o inositol seria muito 
mais polar que o ciclohexanol. A polaridade de uma molécula também determina a 
sua partição entre dois solventes imiscíveis. Assim, a relação da concentração em 
equilíbrio do composto inositol em um sistema de duas fases, constituído por um 
solvente orgânico e água, será menor do que a relação correspondente do composto 
ciclohexanol. 
A polaridade de um eletrólito fraco é maior no estado ionizado, e esta é à 
base de sua solubilidade maior em um sistema aquoso e reduzido na maioria dos 
solventes orgânicos e lipídicos. A passagem de um eletrólito fraco de um sistema 
aquoso para um oleoso é máxima quando o eletrólito estiver em sua forma neutra. 
Movimento de uma molécula através do organismo depende de sua 
capacidade de passar através das membranas que separam os diferentes 
compartimentos de tecidos. Existem vários mecanismos através dos quais ocorre 
esta passagem e o mais comum é a difusão passiva. Na difusão passiva, o fármaco 
passa através da membrana dissolvendo-se nela e atravessando-a numa velocidade 
proporcional ao gradiente de concentração ao longo da direção de difusão. Para 
dissolver-se na membrana que é de caráter lipídico, o fármaco precisa ser 
lipossolúvel. Assim sendo, compostos neutros ou não-polares como, por exemplo, os 
anestésicos voláteis, se difundem através das membranas muito mais facilmente 
que os compostos polares. Compostos polares, como o açúcar e os aminoácidos, 
que são substratos fisiológicos penetram nas membranas por um processo mediado 
por carregador, no qual o composto combina-se com um sítio específico da 
 
 
 
 
 
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superfície externa da membrana celular e forma um complexo que atravessa a 
mesma. O complexo é instável na parte interna da membrana e, assim, o material 
transportado é liberado e o carregador fica livre para voltar e ligar-se a outra 
molécula que será transportada. Há diferentes tipos de transportes mediados por 
carreadores, transportes estes baseados no tipo de energia envolvida. Em alguns 
casos, o transporte é feito por difusão facilitada, em que a força de propulsão é o 
gradiente de concentração através da membrana. Em outros processos, o 
movimento opõe-se a um gradiente termodinâmico, sendo necessária energia para 
manter o transporte. Este segundo processo é chamado de transporte ativo. 
Fármacos que entram nas células por mecanismos de carregadores são geralmente 
semelhantes aos substratos normais dos mesmos quanto à estrutura química e, 
assim, liga-se a estes carreadores. 
Outras substâncias polares de baixo peso molecular, isto é, a água, o álcool 
etílico e a uréia, penetram nas membranas através dos poros ou fendas da camada 
bimolecular de lipídeos. A absorção de compostos de alto peso molecular, tais como 
as proteínas e os agregados moleculares, é feita por pinocitose, na qual a célula 
toda envolve o material. 
Os fármacos são geralmente introduzidos no organismo em locais distantes 
do seu sítio de ação e, a não ser que sejam administrados de forma intravenosa, 
eles precisam entrar na circulação. Esse processo é chamado absorção. Dois 
fatores importantes que afetam a velocidade de absorção são o pH do local de 
absorção e a via escolhida para sua administração. 
Depois de absorvida para a circulação, o fármaco é distribuído para todos 
os órgãos, inclusive aqueles que não são importantes para sua ação farmacológica 
ou terapêutica. O fármaco pode estar ligado reversivelmente a seu sítio de ação, a 
proteínas plasmáticas e a tecidos que não estão envolvidos em sua ação primária. 
São três os fatores mais importantes que controlam a entrada do fármaco 
em um órgão e sua retenção: o fluxo sangüíneo ou taxa de perfusão, a facilidade de 
penetração do órgão e um mecanismo especial de retenção pelo tecido. 
A via mais importante de excreção de fármacos é através dos rins, na urina. 
A urina é formada do plasma por processos de filtração glomerular, absorção e 
 
 
 
 
 
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excreção que ocorrem no néfron. A filtração é um processo físico no qual o sangue é 
fracionado de acordo com o tamanho molecular de seus componentes. Muitos 
fármacos têm peso molecular menor que 500 e, assim, são prontamente filtrados, a 
menos que estejam ligados a proteínas plasmáticas. O filtrado glomerular sofre 
influência de mecanismos processados nos túbulos proximal e distal, mecanismos 
estes que envolvem remoção do filtrado de substâncias fisiologicamente úteis, como 
íons inorgânicos, açúcares, aminoácidos e água. No túbulo proximal, a glicose, os 
aminoácidos e os íons sódio são eliminados por um sistema de transporte mediado 
por carregador. Íons cloreto são absorvidos passivamente, a fim de manter a 
neutralidade elétrica, e a água é absorvida para a manutenção da isotonicidade da 
urina. A parede do túbulo proximal também segrega substâncias para a ultrafiltração 
dos capilares peritubulares. Entre essas substâncias incluem-se os ânions 
orgânicos, como por exemplo, os salicilatos e as penicilinas, e os cátions como o 
amônio quaternário dos anticolinérgicos. O sangue nos capilares peritubulares tem 
ampla oportunidade para equilibrar-se com o filtrado glomerular e, assim, os 
compostos não-polares podem mover-se livremente. 
Como o ultrafiltrado ou a urina procede da alça de Henle, onde a água e os 
íons sódio são reabsorvidos, o conteúdo torna-se mais concentrado naqueles 
componentes que não são reabsorvidos por sistemas de transporte. A reabsorção da 
água corresponde a 99% daquela que foi filtrada e, assim sendo, a concentração do 
fármaco na urina aumenta substancialmente à medida que sai do néfron. Isto 
provoca um gradiente de concentração entre o plasma e a urina que é favorável à 
última. Se o fármaco atravessar facilmente a barreira que separa os dois fluidos, irá 
difundir de volta para o plasma ao longo do seu gradiente de concentração. Os 
compostos lipofílicos são exclusivamente reabsorvidos por esse mecanismo. 
O fígado segrega cerca de 0,5 a 1 litro de bile diariamente. Níveis 
significativos de compostos orgânicos estão presentes neste fluido. Muitas 
substâncias presentes na bile são reabsorvidas no intestino delgado, mas certos 
compostos altamente polares não o são, e sua excreção é feita pelas fezes. Há três 
classes de substâncias presentes na bile: íons orgânicos e sucrose presentes em 
concentrações iguais às do plasma, proteínas e fosfolipídios presentesem níveis 
 
 
 
 
 
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mais baixos do que aqueles do plasma e compostos orgânicos, com peso molecular 
de cerca de 400, compostos estes que estão presentes na bile numa concentração 
de 10-100 vezes maior que aquela do plasma. A maioria dos fármacos excretada 
através da bile está incluída nesta última categoria. Esses fármacos geralmente 
contêm grandes radicais hidrocarbonetos com um grupo funcional polar, e 
freqüentemente são fármacos ou seus metabólitos conjugados. 
Os compostos do terceiro grupo são concentrados na bile por processos de 
transporte: parecem existir no fígado carregadores distintos para os ânions, cátions e 
glicosídios. Esses sistemas são responsáveis pela excreção biliar de certos 
fármacos como os barbitúricos, antimuscarínicos, guaternários e os glicosídios 
cardioativos. Conjugados de outros fármacos como os fenotiazínicos, a morfina e os 
esteróides, também são excretados em quantidades significativas pela bile, uma vez 
que esses compostos polares não são reabsorvidos imediatamente através dos 
intestinos. 
Outras vias de excreção de menor importância incluem a respiração, a 
saliva, o suor e o leite. A excreção de fármacos para os fluidos depende muito da 
difusão passiva e, no caso de eletrólitos fracos, da diferença de pH entre o plasma e 
a secreção. A excreção de fármacos pelo leite torna-se um aspecto importante a ser 
considerado no caso de mães que amamentem, uma vez que a criança pode 
receber os medicamentos tomados pela mãe. Anestésicos voláteis e outros 
compostos de baixo peso molecular que aparecem pela degradação de fármacos 
podem ser eliminados através dos pulmões. 
 
 
 
Biodisponibilidade 
 
É a fração biodisponível, ou seja, é a fração pronta para ser utilizada pelo 
organismo. Quando um fármaco entra no organismo, ele pode ficar em duas formas, 
livre (100% biodisponível) ou ligado às proteínas plasmáticas. A grande maioria dos 
medicamentos possui as duas formas de biodisponibilidade, apresentando, 
 
 
 
 
 
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geralmente, uma fração livre, que é aproveitada imediatamente pelo organismo, e 
uma fração ligada às proteínas plasmáticas que serve de reserva, sendo liberada à 
medida que a fração livre é consumida e sua concentração começa a cair. 
A utilidade de se conhecer a biodisponibilidade de um fármaco está 
principalmente no fato de quando são administrados dois medicamentos diferentes, 
é preciso saber se existe a possibilidade de um deslocar a ligação das proteínas 
plasmáticas do outro. O que produz uma overdose, como por exemplo, no caso da 
administração conjunta de um anticoagulante oral como a cumarina, e um 
antiinflamatório do tipo da oxifenilbutazona. A oxifenilbutazona vai se ligar às 
proteínas plasmáticas liberando a cumarina e provocando uma hemorragia intensa e 
severa por acúmulo (overdose). 
A mesma dose de um fármaco em indivíduos diferentes apresentam 
equivalências diferentes ou efeitos diferentes, este fato é chamado de 
bioequivalência comparativa. 
 
 
 
Farmacodinâmica 
 
Interação dos Fármacos 
 
Uma interação de fármacos ocorre sempre que a ação profilática, 
terapêutica ou diagnóstica de um fármaco é alterada no organismo pela ação de um 
segundo agente químico. A segunda substância (interagente) pode ser outro 
fármaco ou um elemento da dieta ou ambiental. À medida que o número de 
fármacos usados em conjunto aumenta o potencial para interações aumenta 
geometricamente. 
Como resultado da interação, a ação de cada um ou de ambos os 
interagentes pode ser aumentada, diminuída, alterada ou não sofrer alteração 
nenhuma. Assim, um paciente pode não experimentar uma melhora terapêutica, 
apresentar uma reação adversa ao medicamento ou um efeito terapêutico 
 
 
 
 
 
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potencializado, mas raramente uma interação não provoca uma alteração óbvia no 
efeito terapêutico esperado de agentes individuais. 
Os mecanismos de interação de fármacos podem ser bastante variados e 
complexos e, em alguns casos, mais de um mecanismo pode estar envolvido. Desse 
modo, qualquer classificação tende a simplificar o problema. Em geral, os fármacos 
podem interagir antes da administração quando misturadas em frascos; durante a 
absorção, distribuição e ligação ao sítio receptor ou aceptor; nos processos de 
resposta do efetor; nos sítios de processos metabólicos ou durante o metabolismo 
ou excreção. 
O conhecimento do mecanismo de interação de fármacos permite minimizar 
a toxicidade e tratá-la mais adequadamente com um mínimo de interferências na 
terapia para obter interações benéficas. As interações de fármacos por si podem ser 
ou não perigosas. Contudo, o não reconhecimento das interações pode ser 
perigoso. 
 
 
 
Desenvolvimento e uso regulamentado de Medicamentos 
 
Para que um novo medicamento seja comercializado é necessário percorrer 
um longo caminho. O primeiro passo é conceituar esse remédio como inovador 
(produto totalmente novo a ser lançado no mercado). Análogo (é o chamado de “me 
too”, ou “eu também” desenvolve a mesma função que um já existente no mercado 
por ter o mesmo princípio ativo) ou ainda como Genérico (o mesmo medicamento 
que o original, porém fabricado por outro laboratório, é o “remédio sem marca”). 
Os medicamentos inovadores possuem direitos de patente, os genéricos só entram 
no mercado quando acaba as patentes dos inovadores ou análogos (ou similares). 
O FDA (“Food and Drug Administration”) é o órgão responsável por aprovar 
ou não o uso do medicamento em humanos, concedendo autorização para 
experimentos. Após essa etapa é concedido o NDA (“New Drug Application”) e o 
direito a comercialização. 
 
 
 
 
 
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A etapa de pesquisa é bem longa e custosa. Primeiro é necessário à 
seleção da doença e do (s) alvo (s). Segue a validação desse alvo e a descoberta do 
composto modelo. O composto modelo, ou “lead” é a molécula líder que 
desencadeia o medicamento. Não necessariamente esta primeira molécula será a 
que vai ganhar o mercado. Chega-se então a etapa pré-clínica, onde serão testados. 
A primeira parte desta etapa é realizada em modelos animais e posteriormente o 
FDA concede o IND, ou seja, a autorização para testes em humanos. A partir daí 
seguem-se quatro fases: 
• Fase I: estudos farmacológicos, 
• Fase II: testes de eficácia clínica (preliminar) 
• Fase III: ensaios clínicos (extensos e decisivos). Depois dessa fase o 
FDA pode conceder o NDA e o medicamento começa a ser comercializado. 
• Fase IV: comercialização e aumento do público/estudo. 
Todos esses passos resultam em um período mínimo de 9 anos para que 
um novo medicamento chegue ao mercado, além de um custo inicial altíssimo para 
os laboratórios farmacêuticos. Existem, por conta disso, discussões acerca dos 
medicamentos em que a indústria farmacêutica pretende investir e a 
farmacogenética pode ser uma ferramenta importante nesses casos. Discutiremos 
isso mais adiante, no módulo 4 (Aspectos éticos e sociais da farmacogenética). 
 
Registro de Medicamentos no Brasil 
 
Os medicamentos, no Brasil, são registradosna Anvisa, por sua Gerência-
Geral de Medicamentos (GGMED). Esta inclui a Gerência de Medicamentos Novos, 
Pesquisa e Ensaios Clínicos (GEPEC), a Gerência de Medicamentos Similares 
(GEMES), a Gerência de Medicamentos Genéricos (GEMEG), a Gerência de 
Medicamentos Isentos, Fitoterápicos e Homeopáticos (GMEFH), a Unidade de 
Produtos Biológicos e Hemoderivados (UPBIH), a Unidade de Produtos Controlados 
(UPROC) e a Unidade de Farmacovigilância (UFARM). À exceção das duas últimas, 
as demais têm, entre suas atribuições, o registro de medicamentos, a avaliação de 
 
 
 
 
 
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alterações e inclusões pós-registro e a renovação. Novos medicamentos, portanto, 
podem ser registrados em diferentes partes da GGMED. 
O termo “medicamento novo”, sem outra adjetivação, é, na prática, utilizado 
para se referir os medicamentos novos com princípios ativos sintéticos e semi-
sintéticos, associados ou não, que são os avaliados pela GEPEC. Quando se utiliza 
o termo “medicamento novo” sem outro complemento não se está referindo, 
portanto, a produtos biológicos, fitoterápicos, homeopáticos, medicamentos ditos 
“específicos”, medicamentos isentos de registro, e nem tampouco a cópias 
(genéricos e similares). 
A avaliação de um dossiê de registro costuma ser dividida em três partes: 
análise farmacotécnica, análise de eficácia, e análise de segurança. A análise 
farmacotécnica inclui a verificação de todas as etapas da fabricação do 
medicamento desde aquisição dos materiais, produção, controle de qualidade, 
liberação, estocagem, expedição de produtos terminados e os controles 
relacionados. Essa análise é feita por técnicos da própria Anvisa, em geral 
farmacêuticos, sendo rara a solicitação de pareceres a consultores externos. 
O mesmo não ocorre quanto às avaliações de eficácia e segurança, feitas 
por meio da análise de estudos pré-clínicos (ou não-clínicos) e clínicos, estes 
subdivididos em fases I, II, III e, eventualmente, IV, nos casos de medicamentos já 
registrados em outros países para os quais dados de farmacovigilância pós-mercado 
já são disponíveis. 
 
Análise farmacotécnica 
 
Pode ser dividida em duas etapas, a primeira delas consistindo em se 
conferir se toda a documentação exigida para o registro consta no processo. A 
segunda etapa é a análise propriamente dita do dossiê de registro, que é composto: 
a) Por uma parte documental, composta por: formulários de petição de 
registro, comprovante de recolhimento da taxa de fiscalização, Licença de 
Funcionamento da empresa, Certificado de Responsabilidade Técnica, notificação 
 
 
 
 
 
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da produção de lotes-piloto (para produtos nacionais), Certificado de Boas Práticas 
de Fabricação e Controle (BPFC) emitido pela Anvisa. 
b) Pelo Relatório Técnico, que deve conter todas as informações referentes 
aos estudos clínicos e a parte farmacotécnica. É na análise farmacotécnica que são 
avaliadas a bula (quanto à sua estrutura), a estabilidade do produto, as informações 
técnicas do(s) princípio(s) ativo(s), a farmacodinâmica, a farmacocinética, toda a 
produção do medicamento e todo o controle de qualidade do produto. 
Nesse cenário de acompanhamento dos ensaios clínicos de sua aprovação 
até o registro, talvez seja cabível que determinados medicamentos possam ter uma 
aprovação acelerada, ou seja, antes da conclusão de estudos fase III, o que 
atualmente não tem sido aceito pela Anvisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
------------------FIM DO MÓDULO II----------------- 
 
	Receptores e relações entre concentração e resposta 
	 
	Farmacocinética 
	Farmacodinâmica 
	Desenvolvimento e uso regulamentado de Medicamentos 
	Registro de Medicamentos no Brasil

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