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Prof. M.e Thiago Lopes dos Santos Mecânica dos Solos e Fundações Universidade Paulista INTRODUÇÃO CISALHAMENTO DIRETO Qualquer obra de engenharia que envolve conhecimentos geotécnicos deve necessariamente responder a pergunta, pode ocorrer a ruptura? Para respondê-la, deve-se equacionar diversas solicitações envolvidas na obra e verificar se o solo resiste a estas solicitações, determinando- se a resistência ao cisalhamento mobilizada pelo solo. INTRODUÇÃO A resistência de qualquer material é a maior tensão que o mesmo pode suportar. Se a tensão aplicada excede a sua resistência, a ruptura acontece. Em solos, pode-se mostrar que a ruptura dos mesmos se dá preferencialmente por cisalhamento, em planos onde a razão entre a tensão cisalhante e a tensão normal atinge um valor crítico. Estes planos são denominados de planos de ruptura e ocorrem em inclinações tais, que são função dos parâmetros de resistência do solo. INTRODUÇÃO CISALHAMENTO DIRETO A resistência do solo forma, juntamente com a permeabilidade e a compressibilidade, o suporte básico para resolução dos problemas práticos da engenharia geotécnica. É necessário conhecer a resistência do solo, para: - estabilidade de taludes; - capacidade de carga de fundações; - empuxos de terra sobre estruturas de contenção; - escavações de túneis - camadas de pavimentos rodoviários CISALHAMENTO DIRETO CISALHAMENTO DIRETO DEFINIÇÃO DE RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Define-se como resistência ao cisalhamento do solo como a máxima tensão de cisalhamento que o solo pode suportar sem sofrer ruptura. a resistência ao cisalhamento depende da interação entre as partículas, e esta interação pode ser dividida em duas categorias: I) Resistência Atritiva (ATRITO); II) Resistência coesiva (COESÃO). RESISTÊNCIA ATRITIVA A resistência friccional, conferida ao solo pelo atrito interno entre as partículas, pode ser demonstrada de forma simples fazendo uma analogia com o problema de deslizamento de um corpo rígido sobre uma superfície plana horizontal, conforme mostrado. RESISTÊNCIA ATRITIVA A resistência ao deslizamento (τ) é proporcional à força normal aplicada (N), segundo a relação: T = N . f Onde: “f” é o coeficiente de atrito entre os dois materiais. Para solos, esta relação é escrita na forma: τ = σ . tg φ Onde: “φ” é o ângulo de atrito interno do solo, “σ” é a tensão normal e “τ” a tensão de cisalhamento. RESISTÊNCIA COESIVA Dependendo da mineralogia do solo, a atração química que pode haver entre essas partículas é capaz de ocasionar uma resistência que independe da tensão normal atuante no plano de cisalhamento, o que constitui uma coesão verdadeira. A coesão é uma característica típica de solos muito finos (siltes plásticos e argilas) e tem-se constatado que ela aumenta com: a quantidade de argila e atividade coloidal (Ac); relação de pré- adensamento; diminuição da umidade. RESISTÊNCIA DOS SOLOS Nos solos estão presentes os fenômenos de atrito e coesão, portanto, determina-se a resistência ao cisalhamento dos solos (τ), segundo a expressão: τ = c + σ . tg φ Onde: “τ” é a resistência ao cisalhamento do solo, "c" a coesão ou intercepto de coesão, "σ" a tensão normal vertical e "φ" o ângulo de atrito interno do solo. RESISTÊNCIA DOS SOLOS Como princípio geral, deve ser fixado que o fenômeno de cisalhamento é basicamente um fenômeno de atrito e que, portanto, a resistência ao cisalhamento dos solos depende, predominantemente, da tensão normal ao plano de cisalhamento. τ = σ . tg φ CÍRCULO DE MOHR O estado de tensões em todos os planos passando por um ponto podem ser representados graficamente em um sistema de coordenadas em que as abscissas são as tensões normais (σ) e as ordenadas são as tensões de cisalhamento (τ), conforme a figura. O círculo de Mohr tem seu centro no eixo das abscissas. Desta forma, ele pode ser construído quando se conhecerem as duas tensões principais, ou as tensões normais e de cisalhamento em dois planos quaisquer. Conhecendo-se σ1 e σ3 traça-se o círculo de Mohr. A inclinação (α) do plano principal maior (PPM), permite determinar o ponto P (pólo), traçando-se por σ1 uma reta com esta inclinação. CÍRCULO DE MOHR CÍRCULO DE MOHR ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Em Laboratório: Cisalhamento Direto; Compressão Simples (Não confinada) Compressão Triaxial Em Campo: Ensaio da Palheta (Vane Test) ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Ensaio de cisalhamento direto Aplica-se a tensão normal num plano e verifica-se a tensão cisalhante que provoca a ruptura. ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Ensaio de cisalhamento direto rápido - esse se caracteriza pela aplicação simultânea inicial da tensão normal (σ) constante e cisalhante (τ) que deverá aumentar gradativamente até a ruptura do corpo de prova. Ensaio de cisalhamento direto adensado rápido - aplica-se a tensão normal (σ) e após a estabilização das deformações verticais devido à essa tensão que será mantida constante sobre o corpo de prova, aplica- se a tensão cisalhante (τ), crescente até a ruptura. Ensaio de cisalhamento direto lento - a tensão normal (σ) é aplicada e, após o adensamento da amostra, a tensão cisalhante (τ) é aplicada, gradativamente, até a ruptura (permitindo dissipação das pressões neutras), com uma diferença fundamental dos ensaios rápido e adensado rápido, a velocidade de aplicação da tensão cisalhante (τ) e/ou a velocidade de deformação do corpo de prova devem ser mínimas, da ordem de 10 mm/min. ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Em geral o ensaio é realizado com deformação horizontal controlada Velocidade Constante; Como não há controle ou medida de poropressão O ensaio é realizado sob condições drenadas ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Ensaio de compressão triaxial Consiste num estado hidrostático de tensões e de um carregamento axial. ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO O Ensaio de compressão triaxial pode ser: Ensaio adensado drenado (CD) - ensaio S (Slow – lento) Ensaio adensado não drenado (CU) - ensaio R (rapid – rápido pré- adensado) - Ensaio não adensado não drenado (UU) - ensaio Q (quick – rápido)- ENSAIOS DE DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Ensaio de compressão simples É uma simplificação do ensaio triaxial, onde σ3=0. Mecânica dos Solos EXEMPLO 1 As tensões principais de um elemento de solo são 100kPa e 240kPa. Determine: a) As tensões que atuam em um plano que determina um ângulo de 30° com o plano principal maior. b) A inclinação do plano em que a tensão normal é de 200kPa e a tensão de cisalhamento nesse plano. c) Os planos em que ocorre a tensão cisalhantes de 35kPa e as tensões normais nesse plano. d) A máxima tensão de cisalhamento, o plano em que ela ocorre e a tensão normal nesse plano DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Mecânica dos Solos EXEMPLO 1 As tensões principais de um elemento de solo são 100kPa e 240kPa. Determine: a) As tensões que atuam em um plano que determina um ângulo de 30° com o plano principal maior. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Mecânica dos Solos EXEMPLO 1 As tensões principais de um elemento de solo são 100kPa e 240kPa. Determine: b) A inclinação do plano em que a tensão normal é de 200kPa e a tensão de cisalhamento nesse plano.DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Mecânica dos Solos EXEMPLO 1 As tensões principais de um elemento de solo são 100kPa e 240kPa. Determine: c) Os planos em que ocorre a tensão cisalhantes de 35kPa e as tensões normais nesse plano. DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Mecânica dos Solos EXEMPLO 1 As tensões principais de um elemento de solo são 100kPa e 240kPa. Determine: d) A máxima tensão de cisalhamento, o plano em que ela ocorre e a tensão normal nesse plano DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Mecânica dos Solos EXEMPLO 2 Dois ensaios de cisalhamento direto foram realizados com uma areia, obtendo-se os seguintes resultados: amostra 1: tensão normal = 100kPa, tensão cisalhante de ruptura = 65kPa; amostra 2: tensão normal = 250kPa, tensão cisalhante de ruptura = 162,5kPa. Determine: Qual o ângulo de ruptura? Em um ensaio de cisalhamento direto com uma pressão confinante de 100kPa, qual é a tensão de ruptura? DETERMINAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO CISALHAMENTO Prof. M.e Thiago Lopes dos Santos Mecânica dos Solos e Fundações Universidade Paulista
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