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Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – GERIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1 1 MED RESUMOS 2011 NETTO, Arlindo Ugulino. SEMIOLOGIA AVALIAÇÃO CLÍNICA DO IDOSO (Professora Januária Medeiros de Queiroga) A avaliação clínica do idoso difere das outras especialidades, pois ela não se restringe somente a realização de um exame voltada para um grupo de patologias específicas; na Geriatria, espera-se realizar uma avaliação completa da função orgânica e ainda avaliação do estado mental do paciente. Além disso, é importante salientar que a avaliação clínica do paciente idoso deve ser multidisciplinar, envolvendo diversos outros profissionais da saúde tais como: Psicólogos, Fisioterapeutas, Terapeuta Ocupacional, Fonoaudiólogos. Com isso, podemos dizer que a avaliação completa do Idoso é feita através da abordagem de uma equipe multidisciplinar, tendo como intenção avaliar todas as funções físicas e mentais desse paciente. A forma com que o médico geriatra faz a avaliação desses pacientes é denominada de Avaliação Geriátrica Ampla (AGA), que se diferencia das demais abordagens semiológicas por ser complementada por Escalas de Avaliação voltadas para o idoso. Em resumo, a AGA consiste, basicamente, na análise dos seguintes parâmetros: I. Anamnese II. Exame físico III. Escalas de Avaliação: complementam a anamnese Finalidades: diagnosticar patologias utilizando como base critérios pré-estabelecidos na literatura. Avaliar as funções: Física Cognitiva Emocional Social ANAMNESE A anamnese não difere dos conceitos básicos da semiologia médica e, portanto, é composta pelos seguintes tópicos: 1. Identificação: Nome; Idade; Sexo; Estado civil; Naturalidade. 2. Queixa principal (QP) e duração: é a principal queixa que levou o paciente a procurar o médico. 3. História da doença atual (HDA): é a parte principal da anamnese e costuma ser a chave-mestra para se chegar ao diagnóstico de certas patologias. Neste momento, devemos determinar o início do sintoma (época, modo, causa desencadeante), duração, características do sintoma na época em que teve início (caráter do sintoma; localização corporal e irradiação; intensidade; fatores desencadeantes, de piora ou de melhora; relação da queixa com funções do organismo), evolução, repercussões do problema sobre a vida do paciente, relação com outras queixas, situação do sintoma no momento atual; etc. 4. Interrogatório sistemático: constitui um complemento da história da doença atual. Permite levantar possibilidades e reconhecer enfermidades que não guardam relação com o quadro sintomatológico registrado na HDA. Também ajuda a confirmar ou afastar possibilidades diagnósticas sugeridas pelos sintomas presentes. Sugere-se a sistematização proposta a seguir: Sintomas gerais; Cabeça e pescoço; Tórax; Sistema gastrintestinal; Sistema genitourinário; Sistema hemolinfopoiético; Sistema endócrino e metabólico; Sistema musculoesquelético; Sistema nervoso; Exame psíquico e avaliação das condições emocionais. 5. Antecedentes pessoais fisiológicos Antecedentes de quedas no último ano Independência para atividades de vida diária (AVD): banho, alimentação, deambulação; Queixa de solidão; Antecedente de viuvez Aposentadoria 6. Antecedentes Pessoais Patológicos Doenças da Infância (embora geralmente não se lembram). Doenças apresentadas na vida adulta Cirurgias Hospitalizações: época, diagnóstico Medicações atuais e passadas Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – GERIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1 2 7. Antecedentes Familiares Histria de Demncia na famlia Hipertenso Diabetes Depresso 8. Hábitos e costumes Tabagismo Alcoolismo Dependncia de drogas ou frmacos OBS1: Na HDA geritrica percebe-se uma dificuldade maior para se estabelecer uma cronologia correta da doen a atual, uma vez que, na maioria das vezes, os pacientes tm uma tendncia de fugir da queixa principal, correlacionando com histrias paralelas muitas vezes sem importncia clnica. Entretanto, nos pacientes idosos, esse fato tem grande importncia, pois geralmente pode indicar distrbios mentais, ou algumas vezes, a “dor” pode ser somente um motivo para aten o. EXAME FSICO GERAL A avalia o do estado geral do paciente, da hidrata o, dos sinais de insuficincia de rgos ou sistemas fundamental para a correta interpreta o das patologias na faixa etria idosa. Durante o exame fsico geral do paciente idoso, devemos proceder, pelo menos, com a avalia o cardiovascular, respiratria, abdominal e neurolgica. Os dados obtidos ao exame fsico devem ser complementadas com os achados as escalas. ESCALAS DE AVALIAO Essas escalas so utilizadas principalmente para realiza o de pesquisas cientficas, ou ainda, para avalia o se o idoso necessita ou no de um cuidador. Alm disso, elas podem servir como critrios diagnsticos de certas patologias. Dessa forma, podemos dizer que as escalas de avalia o tm como inten o principal avaliar a capacidade funcional do idoso. As duas escalas de avalia o geral mais utilizadas so as de Katz e Barthel. O ndice de Katz, por exemplo, foi utilizado para avalia o das AVDs relacionadas com os cuidados pessoais. composto por 06 atividades bsicas: banho, vestir-se, higiene pessoal, transferncia, continncia e alimenta o. Uma pontua o 6 indica que o idoso independente, ou seja, possui habilidade para desempenhar tarefas cotidianas. Uma pontua o 4 indica uma dependncia parcial, podendo o idoso requerer ou no auxlio. Uma pontua o igual ou inferior a 2 implica na necessidade de assistncia, indicando uma dependncia importante. Outras escalas mais especficas so utilizadas na geriatria com o intuito de diagnosticar certas condi es de anlise subjetiva, como a depresso, a demncia de Alzheimer, a demncia vascular, alm do Mini Exame do Estado Mental, que consiste em um teste neurolgico e de cogni o bastante simples, tanto na sua aplica o quanto na sua interpreta o. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – GERIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1 3 ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA (YESAVAGE) É uma escala de fácil aplicação, podendo ser executada em cerca de 5 a 15 minutos, sendo ela aplicada pelo médico e direcionada ao paciente. Ela consta de 30 perguntas com respostas de Sim ou Não. As perguntas devem ser respondidas de acordo com os acontecimentos da última semana. De acordo com os resultados, podemos interpretá-los da seguinte forma: Normal: 5 (±4) Leve: 14 (±6). Intensa: 23 (±5). MINI EXAME DO ESTADO MENTAL (MEEM) O MEEM consiste em um teste padronizado que pode ser utilizado durante a anamnese para uma avaliação um pouco mais profunda do paciente. É um teste bastante simples, tanto na sua aplicação quanto na sua interpretação. O Miniexame do Estado Mental, frequentemente usado para quantificar a função cognitiva, é limitado pela falta de um elemento de linguagem verdadeiro e pela incapacidade de teste para a maioria das disfunções do lobo frontal, por exemplo. Além disto, o nível de escolaridade, evidentemente, interfere nos resultados do exame, sendo sempre o bom senso levado em consideração. Tem, portanto, como intenção avaliar o estado mental do paciente, baseando-se na realização de perguntas e testes pré-determinados. O total possível é de 30 pontos; dizemos que o paciente está dentro do padrão de normalidade quando possui uma pontuação entre 24 a 30 pontos e anormal com pontuação inferior a 24, devendo-se assim iniciar uma investigação mais específica. Arlindo Ugulino Netto; Luiz Gustavo Barros; Yuri Leite Eloy – GERIATRIA – MEDICINA P8 – 2011.1 4 Esta escala tem, entretanto, algumas limita es, como o nível de escolaridade, o que pode variar a pontuao obtida mesmo na ausncia de patologias especficas. Desta forma, atualmente, faz-se algumas corre es quanto aos seus pontos de corte. Observe: Total de 30 pontos possveis 26 – 30: normal Pontuação < 25: investigar Limita es: Corre o do ponto de corte segundo o nvel de escolaridade: - 13 pontos para analfabetos - 18 pontos para indivduos entre 1-7 anos - 26 pontos para indivduos com 8 ou mais anos Tem baixa sensibilidade para pacientes com dficits discretos
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