Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
17/12/2013 1 Padrões, Calibradores e Controles e Controle e Gestão da Qualidade Prof. Dr. Killarney Ataide Soares Padrões, Calibradores e Controles - Definição: são substâncias obtidas a partir de uma substância pura, dissolvidas em água (normalmente). I - Padrões - Funções: 1) Em métodos manuais; 2) Como calibradores em algumas metodologias específicas. Padrões, Calibradores e Controles - Métodos manuais: dosagem do padrão para cálculo da substância que se deseja. 1.1 – Funções dos padrões - Como calibradores: limitações em aparelhos automatizados (viscosidade � repetitividade� calibração ruím). Padrões, Calibradores e Controles - Nos próprios kits; 1.2 – Onde são encontrados os padrões - Atualmente: têm pouca aplicação em semi e automação plena; - Têm concentrações conhecidas; - Funciona como um “balizador” para o técnico. 17/12/2013 2 Padrões, Calibradores e Controles - Usado como amostra; 1.3 – O padrão como um balizador - Porém, com concentração conhecida; - Substância de referência; - O resultado da dosagem prediz a sensibilidade do aparelho. Padrões, Calibradores e Controles 1.3 – O padrão como um balizador Ácido Úrico Solução padrão contendo 6 mg/dL de AU. Dosagem no aparelho Resultado 6,0 ± 0,6 indica aparelho calibrado Resultado com mais de 10% de erro indica necessidade de calibração. Padrões, Calibradores e Controles R: cálculo de um fator de correção. COMO LIBERAR UM RESULTADO DE UM PACIENTE APÓS UMA LEITURA INCORRETA DO PADRÃO? - O FC considera o correto valor do padrão; - É o quociente entre o valor esperado (correto) e o valor obtido no aparelho; Padrão de Glicose: [ ] de 100 mg/dL Valor fictício da dosagem no aparelho do Padrão de Glicose: 70 mg/dL Fator de correção = Valor Esperado Valor Real = 100 / 70 = 1,4 (Fator correção) Todas as dosagens liberadas pelo aparelho deverão assim ser multiplicadas pelo FC para corrigir a leitura. Padrões, Calibradores e Controles Exemplo: Situação emergencial: uma glicose de 65 mg/dL será multiplicada pelo FC (1,4 neste caso) e ajustada para 91 mg/dL. 17/12/2013 3 Padrões, Calibradores e Controles - Definição: são substâncias de matriz protéica (ao invés de mineral) com um ou mais solutos presentes na sua composição. II – Calibradores - Função: participar da calibração de metodologias bioquímicas. - Calibrações em aparelhos semi e completamente automáticos. Padrões, Calibradores e Controles - Matriz: é o meio onde está disperso a substância; 2.1 – A matriz dos calibradores - Soro humano ou bovino: mais próximo da amostra do paciente (viscosidade); - Características influenciam na calibração: � Viscosidade � pH � [ ] de solutos (NaCl) p.e. Padrões, Calibradores e Controles a) Nos kits: HDL, Fe e CK; 2.2 – Onde são encontrados b) Em separado: adquiridos do mercado. “Multicalibradores”. - Liofilizados: desidratados � estabilidade variável; - Conservação: � Liofilizado: geladeira (2 a 8ºC)/até 6m; � Reconstituído: Freezer (-20ºC)/15 dias Padrões, Calibradores e Controles - De acordo com o INMETRO, é o conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistemas de medição ou valores representados por uma medida materializada ou material de referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões. 2.3 – Calibração 17/12/2013 4 Padrões, Calibradores e Controles - Modos de calibração: a) Calibração Pontual – determina-se o valor de uma constante K com um único padrão, a qual expressa a relação entre a medida instrumental e a concentração do analito de interesse. 2.3 – Calibração Padrões, Calibradores e Controles - Modos de calibração: b) Calibração Multipontual: método mais empregado. Consiste na calibração multipontual com até 5 níveis de concentração, podendo apresentar uma relação linear (sensibilidade constante) ou não-linear (sensibilidade é função da concentração do analito). 2.3 – Calibração Padrões, Calibradores e Controles - Em termos práticos: é o processo de “regulagem” ou aferição do aparelho. Deve haver correlação do instrumento de medição com a quantidade de soluto presente num calib. 2.3 – Calibração - Objetivo: corrigir distorções nas leituras/análises, regulando a transmitância e a absorbância de cada substância. Padrões, Calibradores e Controles - A calibração é uma maneira de “lembrar” o aparelho qual a absorbância de determinada substância. 2.3 – Calibração - Frequência de calibração: depende do método, da qualidade do kit, do aparelho... - Pode ser diária, semanal ou até mensal nos aparelhos/kits mais confiáveis. 17/12/2013 5 Padrões, Calibradores e Controles - Multicalibradores: são usados para várias substâncias; 2.3 – Calibração - Usam-se calibradores em dupla: um com dosagem normal e outro com dosagem alta/patológica. - Definem-se 2 pontos� linearidade. - Medição de absorbâncias (2 ou 3) obtendo- se a média. Padrões, Calibradores e Controles a) Curva de calibração externa ou curva analítica: Quando se usam métodos instrumentais, é necessário calibrar, freqüentemente, os instrumentos usando uma série de amostras (padrões), cada uma em uma concentração diferente e conhecida do analito. 2.3.1 – Métodos de calibração Padrões, Calibradores e Controles a) Curva de calibração externa ou curva analítica: quando é necessário calibrar, freqüentemente, os instrumentos usando uma série de amostras (padrões), cada uma em uma concentração diferente e conhecida do analito. b) Adição de padrão; c) Padrão interno. 2.3.1 – Métodos de calibração Padrões, Calibradores e Controles 2.3.1 – Métodos de calibração 17/12/2013 6 Padrões, Calibradores e Controles - Substância que indica a interferência de outras espécies na amostra e os traços de analito encontrados nos reagentes usados na preservação, preparação e análise. - O branco também permite detectar se analitos provenientes de amostras previamente analisadas estão contaminando as novas análises. 2.4 – Branco Padrões, Calibradores e Controles a) Branco de método: é uma amostra que contém todos os constituintes exceto o analito, e deve ser usada durante todas as etapas do procedimento analítico. b) Branco para reagente: sem o preparo definitivo; c) Branco de campo: relacionado ao local no qual ocorrerá a reação; 2.4 – Branco: tipos Padrões, Calibradores e Controles a) Branco de método: deve sempre ser subtraído do valor verificado, a fim de aproximar-se do valor real. A obtida – A Branco = A corrigida (+ próxima do real) 2.4 – Branco: tipos Até a próxima!!! 17/12/2013 7 Controle e Gestão da Qualidade - Definição: são substâncias utilizadas para fins de aferição da qualidade de um método. III – Controles - Função: mostrar, de maneira quantitativa, se um método de dosagem fornece resultado confiável. - Referem-se à exatidão e à precisão. 3.1 – Exatidão É a conformidade de uma medida com o valor real. O valor medido pelo aparelho reflete com grande certeza o valor real da substância. Porém, é fruto de uma medida apenas... E se tentarmos repetir? Controle e Gestão da Qualidade 3.2 – Precisão É a conformidade de uma medida com outra medida. A referência é a própria medida. Repetitibilidade. Toda dosagem feita, seja pela manhã, seja à noite, no dia seguinte, deverá apresentar o mesmo resultado. Controle e Gestão da Qualidade PROBLEMA… Valor real de uma glicose sanguínea: 126 mg/dL. Uma leitura em espectrofotômetro dessa amostra verificou dosagem de 140 mg/dL. Neste caso, houve exatidão?PERGUNTA… Controle e Gestão da Qualidade 17/12/2013 8 PROBLEMA… Valor real de uma glicose sanguínea: 126 mg/dL. Três dosagens feitas na sequência verificou dosagens de: 140, 138 e 145 mg/dL. Neste caso, houve exatidão? PERGUNTA… Houve precisão? Controle e Gestão da Qualidade PROBLEMA… Valor real de uma glicose sanguínea: 126 mg/dL. Três leituras feitas na sequência verificaram dosagens de: 125, 120 e 129 mg/dL. Neste caso, houve exatidão? PERGUNTA… Houve precisão? Controle e Gestão da Qualidade 3.3 – O diagnóstico ideal: exatidão com precisão É a conformidade da medida com o valor real, sendo possível a repetição, a qual terá valores próximos. A meta é ser exato num dia e exato e preciso nos outros. Ou seja, repetir os valores corretos diariamente! Controle e Gestão da Qualidade - São etapas com maior probabilidade de apresentarem erros. 3.4 – Etapas críticas - Armazenamento, validade, reconstituição, aliquotamento, congelamento e descongelamento para uso. Controle e Gestão da Qualidade 17/12/2013 9 - Controles: são liofilizados. 3.4 – Etapas críticas - Armazenamento inicial: refrigeração (2-8ºC); - Reconstituição: com água destilada tipo I ou II. Nunca água do tipo III ou IV (contaminação bacteriana); - Medição com pipeta graduada ou automática. - Pipetas pequeno volume x Volume grande Controle e Gestão da Qualidade - Aliquotamento: em quantidades mínimas a serem usadas. 3.4 – Etapas críticas - Armazenamento do aliquotado: congelamento (2-8ºC); - Monitoramento do freezer: termômetros de máxima/mínima e “resetáveis”; - Aliquotamento: frascos plásticos, não reativos, com tampa. Controle e Gestão da Qualidade - Descongelamento: deve ser realizado 1 única vez. 3.4 – Etapas críticas - Descongelamento: de maneira natural, sem aquecimento artificial; Controle e Gestão da Qualidade Controle de Qualidade - Gestão da Qualidade: planejar, controlar, garantir,manter e melhorar. Generalidades - Controle de qualidade é a busca pelo exato e pelo preciso. - É parte da Gestão da Qualidade. Busca atender aos requisitos de qualidade. - Instrumento medição � Estatística (Desvio- padrão, média, mediana, tendência, nível de signficância etc.) 17/12/2013 10 - Controle de qualidade = minimização dos erros pela prevenção. O erro como aprendizado - Todas as etapas são passíveis de erros; “Erro é a parcela indesejável de uma tarefa.” (H. Kume). - Erros aleatórios (imprevisíveis) x Erro sistemático ou erro de Bias (previsíveis). Controle de Qualidade - Erros sistemáticos: pipeta descalibrada (todas as medidas sofrem o mesmo erro). O erro como aprendizado - Erros aleatórios� imprecisão/inexatidão - Erros aleatórios: medição errada por desatenção; cálculo errado de uma fórmula; - Erros sistemáticos� inexatidão; � É mais fácil de ser reparado, notado e quantificado! Controle de Qualidade � Má escolha do método analítico; � Desvio do procedimento prescrito (modificar etapas, reagentes etc.); � Usar calibrador mal preparado na calibração; � Equipamento com defeito (filtros, lâmpada, cubetas sujas, energia elétrica inconstante etc. ); � Erros em cálculos aritméticos; � Erros na transmissão e interpretação dos dados. O erro como aprendizado - Causas de erros em laboratórios: Controle de Qualidade - Ficar repetindo o controle na esperança do valor ficar dentro do intervalo. O que não se fazer em CQ - Trocar frequentemente de fabricante (de reagentes, de equipamentos, de controles). - Usar os limites preditos pelo fabricante da substância controle. Cada laboratório pode e deve ter o seu limite. Controle de Qualidade 17/12/2013 11 - Manter a estabilidade dos reagentes, equipamentos e demais insumos. O que se deve fazer em CQ - Rejeitar valores muito acima ou abaixo dos controles, buscando a causa dos erros e sua eliminação. - Calcular as médias e os desvios-padrões estabelecidos no laboratório. Controle de Qualidade R: Gráfico de Levey-Jennings - Levey e Jennings (1950): adaptação de técnicas de CQ da indústria para o laboratório clínico. - Busca estabelecer os limites aceitáveis de variação . COMO ACOMPANHAR AS MEDIDAS OBTIDAS NO MEU LABORATÓRIO? Controle de Qualidade - Levey e Jennings: diferenças entre as duplicatas + as médias em gráficos gaussianos. - Passos para a confecção do gráfico: 1) Medir, em duplicatas, as amostras (com concentrações conhecidas) e anotar os resultados; 2) Subtrair um valor de uma duplicata da outra; 3) Anotar os resultados da subtração e ao final, realizar a média desses resultados. 4) De posse dos valores do ítem 2 e 3, colocá-los na fórmula do Desvio-padrão. Controle de Qualidade Uma característica importante da distribuição normal é que, quanto maior a amostragem, mais uniformemente as ocorrências se distribuem à medida que se afastam da média central. A medida desta uniformidade é o "desvio padrão", um valor que quantifica a dispersão dos eventos sob distribuição normal, ou seja, a média das diferenças entre o valor de cada evento e a média central, conforme a definição: Controle de Qualidade Acima temos a fórmula do desvio-padrão onde, Xi = valor do evento (uma dosagem, por exemplo); X = média das subtrações (de todas as dosagens em duplicata); n = número de eventos (quantas dosagens foram realizadas). 17/12/2013 12 A curva de Gauss: demonstra a distribuição normal de determinado evento. Mapa de Levey-Jennings - Os valores obtidos por Levey e Jennings: acompanhamento diário. - Até 3 vezes o DP; - O gráfico de Levey-Jennings: acompanhamento da eficiência do método/aparelho; - É a ferramenta mais importante no CQ. Controle de Qualidade Mapa de Levey-Jennings - Cada valor do Controle dosado no aparelho é colocado no gráfico (diariamente); - É então traçada uma linha ligando todos os valores daquela semana/mês; - São traçadas retas em cada nível de desvio- padrão: quanto maior o nível, mais distante do valor real do controle; - Num gráfico de LJ trabalha-se com 1,2 e 3 Desvios-padrões. Controle de Qualidade Figura 3: Mapa de Levey-Jennings. Exemplo de dosagens de colesterol durante 28 dias. Note que o valor do controle é 198,75 (linha azul clara central). 17/12/2013 13 Figura 4: Interpretando o Mapa de Levey-Jennings: O valor circulado em vermelho indica que o controle, no dia 5, mostrou um resultado bem abaixo do valor real (-2 Desvios-padrões), o que pode indicar necessidade de calibração! Figura 5: Interpretando o Mapa de Levey-Jennings: . Os valores circulados em verde indicam que o controle, nos dias 18 a 24 mostrou resultados muito próximos do valor real. Esta rotina é a ideal. Indica exatidão com precisão (repetitibilidade). Regras múltiplas de Westgard - 5 regras de controle e critérios de decisão (ou regras controle); - Diferença em relação ao gráfico Levey- Jennings: 1 único critério (limites controle X + - 2DP ou 3DP); - Função: maior sensibilidade no CQ. Alertar ou rejeitar a leitura de um analito. Controle de Qualidade Regras múltiplas de Westgard - Vantagens: � � nível de falsas rejeições � � sensibilidade na identificação de erros - Desvantagens: � Mais complicado se fazer. Controle de Qualidade 17/12/2013 14 Regras múltiplas de Westgard - Tipos de regras: a) 12s: alerta. Controle ultrapassa 2DP; b) 13s: rejeição. Cont. ultrapassa 3DP; c) 22s: rejeição. 2 cont. ultrapassam 2DP; d) R4s: rejeição: 1 cont. ultrapassa 2DP e o outro ultrapassa -2DP (na mesma corrida); e) 41s: rejeição. 4 cont. ultrapassam 1DP; f) 10x: rejeição. 10 cont. acima ou abaixo consecutivamente. Controle de Qualidade Regras múltiplas de Westgard Controle de Qualidade REJEIÇÃO!ALERTA! Regras múltiplas de WestgardControle de Qualidade REJEIÇÃO! Regras múltiplas de Westgard Controle de Qualidade REJEIÇÃO! 17/12/2013 15 Regras múltiplas de Westgard Controle de Qualidade Teminologias em CQ (RDC 302/2005) - Amostra controle: monitorar a estabilidade e a reprodutibilidade de um sistema analítico nas condições de uso na rotina. - Calibração: Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a correspondência entre valores indicados por um instrumento, sistema de medição ou material de referência, e os valores correspondentes estabelecidos por padrões. Controle de Qualidade - Procedimento Operacional Padrão: documento que descreve as formas como as atividades são executadas e que determina os modelos de registro das mesmas. - Rastreabilidade: capacidade de recuperação do histórico, da aplicação ou da localização de uma entidade por meio de identificações registradas. - Registro: documento que prova cada atividade realizada ou um resultado obtido. Controle de Qualidade Teminologias em CQ (RDC 302/2005) - Ação corretiva: atividade que visa eliminar as causas de uma não-conformidade, um defeito ou situação indesejável, evitando a sua repetição. - Não-conformidade: não atendimento a um requisito especificado. Controle de Qualidade Teminologias em CQ (RDC 302/2005) 17/12/2013 16 - Controle Interno de Qualidade: processo que utiliza os resultados de um único laboratório com propósitos de CQ. - Características: + Controle intralaboratorial + Tem a finalidade de garantir a reprodutibilidade (precisão) + Verificar a calibração + Realizada diariamente Controle de Qualidade Teminologias em CQ (RDC 302/2005) Teminologias em CQ (RDC 302/2005) - Controle externo de Qualidade: avaliação do desempenho de sistemas analíticos através de ensaios, análise de padrões certificados e comparações entre amostras-controle de vários laboratórios. + Interlaboratorial + Verifica a exatidão em relação à média + A amostra-controle tem [ ] desconhecida + Ao final, cada laboratório recebe o resultado na forma de menção: Controle de Qualidade Teminologias em CQ (RDC 302/2005) - Controle externo de Qualidade: + Ao final, cada laboratório recebe o resultado na forma de menção: BOM: resultados dentro da média ou dentro de 1DP; ACEITÁVEL: a variabilidade está dentro da média mais ou menos 2DP; INACEITÁVEL: a variabilidade está fora da média mais ou menos 2DP. Controle de Qualidade Teminologias em CQ (RDC 302/2005) - Ensaios de Proficiência: é um tipo de Controle Externo de Qualidade. Interlaboratorial, verifica a exatidão em relação à média. A amostra-controle tem concentração desconhecida. + As amostras-controle são enviadas periodicamente + O agrupamento é definido por metodologia e por equipamentos utilizados a fim de realizar as comparações interlaboratoriais + Exemplos: PNCQ (SBAC) e PELM (SBPC). Controle de Qualidade
Compartilhar