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2012.1 - Aulas Materiais II - Unidade III

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III UNIDADE 
 
Polímeros 
 
1 – Introdução 
 
o Material molecular constituído por vários meros. 
o Obtido através de um monômero. 
 
2 – Polimerização 
 
 I – Adição: 
 
- Ex.: Produção do polietileno, cloreto de polivinila (PVC), 
tetrafluorcarbono (Teflon), poliestireno. 
 
- Os monômeros são adicionados, um de cada vez, na cadeia principal 
e não ocorre a formação de subprodutos. 
 
 II – Condensação: 
 
 - Os reagentes são diferentes dos meros. 
 
 - Ocorre a formação de subprodutos como a água. 
 
 - Ex.: epóxi, poliéster. 
 
3 – Estrutura dos materiais poliméricos 
 
 I – Tipos de estruturas moleculares 
 - Estrutura Linear (Ex.: polietileno de alta densidade) 
 
 - Estrutura ramificada (Ex.: polietileno de baixa densidadade) 
 
 - Estrutura com ligações cruzadas (Ex.: borracha vulcanizada) 
 
- Estrutura em rede ou tridimensional (Cada mero forma três ligações 
covalentes – tridimensional; ex.: epóxi, fenol formaldeído) 
 
 II – Estrutura cristalina e estrutura amorfa 
 
 - O polímero pode ser totalmente amorfo ou parcialmente cristalino 
 
 - Fatores que afetam o grau de cristalinidade 
 
a) Taxa de resfriamento: Uma taxa de resfriamento mais lenta favorece 
a cristalização. 
 
b) Complexidade da cadeia: Cadeias mais simples tendem a 
apresentar um maior grau de cristalinidade. 
 
c) Estrutura molecular: Polímeros com cadeias lineares tendem a 
apresentar um maior grau de cristalinidade em relação aos 
polímeros com cadeia ramificada, com ligações cruzadas e em 
relação aos polímeros em rede. Esses polímeros apresentam uma 
estrutura totalmente amorfa. 
 
4 – Propriedades Mecânicas 
 
 I – Mecanismo de deformação elástica 
 
- Com a aplicação da tensão ocorre o estiramento das cadeias que voltam a 
condição inicial quando a carga é retirada. 
 
- Um polímero amorfo, como o elastômero, apresenta uma capacidade de 
sofrer deformação elástica maior que o polímero parcialmente cristalino, pois 
as cadeias da região amorfa podem ser esticadas em um nível bem superior a 
das cadeias da região cristalina. 
 
II – Mecanismo de deformação plástica 
 
- A deformação plástica ocorre quando o nível de tensão aplicada provoca um 
deslocamento das cadeiras tão intenso, que elas não retornam a condição 
inicial após a retirada da carga. Na medida em que a tensão vai aumentando, 
as cadeias vão se orientando na direção da tensão aplicada. Após certo nível 
de tensão passa a ocorrer a ruptura dos cristalitos (no caso do polímero 
parcialmente cristalino) em pequenos segmentos, que juntamente com as 
cadeias da região amorfa vão se orientando na direção da tensão aplicada, até 
ocorrer a ruptura do material. 
 
III – Curva tensão x deformação 
Curva característica de um 
polímero dúctil. 
 
- Parâmetros obtidos a partir 
da curva de tensão x 
deformação: 
 
 a) Módulo de elasticidade: 
Tensão = módulo de 
elasticidades x deformação. (É 
obtida a partir da curva da região elástica). 
 
b) Limite de escoamento 
 
c) LRT (Máxima tensão em tração): corresponde a tensão onde ocorre 
a ruptura. 
 
d) Ductilidade 
% Al = [(Lf – Lo) / Lo] x 100 %RA = [(Ao – Al) / Ao] x 100 
 
- Formato da curva de tensão x deformação para um polímero 
dúctil: após a tensão necessária para manter a deformação constante, 
diminui devido à ocorrência do empescoçamento ou constricção que 
diminui a área da seção transversal. No entanto, com a continuação do 
carregamento passa a ocorrer o alinhamento das cadeias, o que 
intensifica as ligações secundárias existentes entre elas, aumentando 
assim a carga necessária para deformar o material a uma taxa 
constante. 
 
- Tipos de curva tensão deformação: 
 
A – Polímero dúctil 
B – Polímero frágil 
C – Elastômero 
 
 
 
 
 
 
A – Polietileno de alta 
densidade 
B – Polietileno de baixa 
densidade 
 
 
IV - Fatores que afetam a RM dos polímeros 
 
a) Temperatura: Com a elevação da temperatura aumenta o nível de vibração 
das moléculas, diminuindo assim a intensidade das ligações entre as cadeias. 
Como consequência, diminui a RM e aumenta a ductilidade. A exceção são os 
termofixos. 
 
b) Peso molecular: Polímeros com maior PM apresentam cadeias mais longas e, 
portanto, com uma maior frequência de entrelaces entre as cadeias, o que 
eleva a RM. 
 
 
c) Grau de Cristalinidade: O aumento do grau da cristalinidade eleva a RM, 
porque na região cristalina as cadeias estão mais alinhadas, o que aumenta a 
intensidade das ligações secundárias. 
 
d) Estiramento: O polímero é tensionado em tração, aumentando assim o 
alinhamento das cadeias, o que eleva a RM. No entanto, esse alinhamento 
deixa de ocorrer com a elevação da temperatura. 
 
e) Tratamento térmico de recozimento: O aquecimento e posterior resfriamento 
elevam a RM e diminui a ductilidade do polímero. 
 
5 – Temperatura de fusão (TF) e Temperatura de transição vítrea (TG) 
 
- Temperatura de fusão: É a temperatura acima da qual o polímero no estado 
cristalino passa a apresentar uma estrutura amorfa (sem ordenamento de 
longa distância). A Tf só ocorre na região cristalina. 
 
- Temperatura de transição vítrea: É a temperatura acima da qual um 
polímero que se apresenta no esato vítreo (rígido, frágil) passa a apresentar o 
comportamento de um sólido borrachoso, isto é, o módulo de elasticidade 
diminui significativamente. Apresenta uma grande capacidade de sofrer 
deformação elástica e, além da deformação elástica, pode sofrer também 
deformação plástica. A Tg só ocorre na região amorfa. 
 
A – Polímero cristalino 
B – Polímero amorfo 
C - Polímero parcialmente cristalino 
 
 
 
 
 
 
- Fatores que afetam a TF: 
o A presença de grupos volumosos na cadeia principal e na cadeia 
lateral diminui a flexibilidade da cadeia elevando assim a Tf; 
o A presença de ligação polar entre as cadeias eleva a intensidade 
das ligações secundárias entre as cadeias, elevando assim a Tf; 
o Estrutura molecular: a presença de uma estrutura linear favorece a 
elevação da Tf em relação a estrutura ramificada, pois a presença 
de ramificações diminui a intensidade da ligação secundária entre 
as cadeias, o que favorece a vibração das cadeias. A presença de 
ligações cruzadas eleva a Tf. 
 
- Fatores que afetam a TG: 
o São os mesmos fatores que afetam a Tf, sendo que quanto menos 
flexíveis forem as cadeias, maior também será a Tg. 
o No entanto, para os polímeros que tem um grande número de 
ramificações, a Tg pode ser maior que os polímeros com estrutura 
linear. Isso ocorre porque nos polímeros com grande numero de 
ramificações, a mobilidade acaba diminuindo significativamente e 
sobrepõe ao efeito da maior distancia entre as cadeias principais. 
 
6 – Efeito Viscoeslático 
 
 Introdução: 
I - Temperatura abaixo da Tg: o polímero amorfo apresenta apenas 
deformação elástica; 
 
II - Temperatura muito elevada: apresenta um comportamento 
viscoso (a deformação depende do tempo e é totalmente 
irreversível); 
 
III - Temperatura intermediária: apresenta um comportamento 
viscoelástico. 
 
 Módulo de relaxamento viscoelástico (ER (t)) 
 
I - No polímero viscoelástico ocorre a relaxação das cadeias com o 
tempo, diminuindo assim a RM do polímero. 
 
II - Er (t) = Tensão necessária para manter deformação constante / 
Deformação inicial 
 
 Fluência viscoelástica (EL (t)) 
 
I - EL = tensão constante / deformação no tempo 
 
II - Depende da temperatura. (Aumenta temperatura, aumenta 
deformação.). 
 
III - Como só ocorre na região amorfa, é mais significativonos polímeros com menor grau de cristalinidade, como nos 
elastômeros que são totalmente amorfos. 
 
7 – Polímeros termoplásticos e polímeros termofixos 
 
 Os polímeros termoplásticos apresentam uma diminuição da RM e da 
rigidez com a elevação da temperatura. Já nos polímeros termofixos 
ocorre a formação de ligações cruzadas com a elevação da 
temperatura, tornando o polímero mais rígido e menos dúctil. 
 Os polímeros termofixos são menos dúcteis e tenazes, mas são mais 
rígidos e mais resistentes a elevação da temperatura e a degradação. 
 
 Os termoplásticos são recicláveis, enquanto que a reciclagem é difícil 
para os termofixos. 
 
8 – Processamento 
 
 Tipos de conformação: 
 
I - Prensagem por compressão: 
 
 O polímero é colocado em molde aquecido e é 
submetido à pressão. 
 
 Prensagem com transferência: o polímero é previamente 
pressurizado em um molde e é injetado sob pressão no 
molde delimitado. 
 
 Esse método é mais adequado para termofixo, pois 
esses polímeros podem ser retirados do molde ainda 
aquecidos, não sendo necessário esperar que o molde 
seja resfriado. 
 
II - Injeção: 
 
 Utilização da injetora: o polímero, através da ação de um 
pistão é forçado a passar através do bico da injetora e é 
injetado no molde; 
 
 É utilizado para termofixo e termoplásticos; 
 
 No termofixo, a cura ocorre no molde e, para acelerar a 
cura, o molde é aquecido. Já no termoplástico, o molde é 
resfriada para acelerar o resfriamento do polímero, que 
diferente do termofixo, apresenta baixa consistência 
mecânica quando é encontrado aquecido 
 
III – Extrusão: 
 
 O polímero é forçado a passar através do bico da 
injetora, só que não é injetado no molde. É utilizado para 
obter produtos com seção transversal constante, como 
tubos e placas. Só é utilizado na moldagem de 
termoplásticos. 
 
9 – Degradação de materiais poliméricos 
 
I - Inchamento e dissolução 
 
o Moléculas de solução aquosa penetram entre as cadeias poliméricas e 
separam essas cadeias, diminuindo assim a intensidade das ligações 
secundárias entre as cadeias, o que diminui significativamente a rigidez e a 
RM do polímero. Esse fenômeno é denominado de inchamento. A dissolução 
ocorre durante e após o inchamento. 
 
o Os polímeros são mais susceptíveis a esses fenômenos quando apresentam 
estrutura similar a do meio. 
 
II - Quebra das cadeias principais 
 
o Causadas pelo rompimento da ligação covalente 
 
o Com o rompimento das ligações covalentes, as cadeias diminuem de 
extensão, ocorrendo assim a diminuição da RM e da tenacidade. Com o 
rompimento das ligações nas cadeias principais pode também ocorrer a 
formação de ligações cruzadas entre as cadeias, tornando o polímero mais 
rígido, mas no entanto o polímero fica menos flexível e menos resistente ao 
impacto. 
 
o Fatores que causam o rompimento das cadeias: 
 Radiação, como a radiação solar, raios gamas, raios-x, etc; 
 Reação com o ozônio (O3); 
 Degradação térmica: elevação da temperatura aumenta o nível 
de vibração de cadeias causando o rompimento das ligações 
covalente nas cadeias principais. 
 
III- Aditivos 
 
o Plastificantes: são materiais orgânicos com baixo peso molecular, que 
penetram entre as cadeias, reduzindo a intensidade das ligações secundárias 
entre as cadeias, tornando assim o polímero mais flexível. Ex.: O uso de 
plastificante torna o PVC flexível; 
 
o Estabilizadores: são aditivos orgânicos que absorvem preferencialmente a 
radiação solar, tornando o polímero mais resistente ao rompimento das 
cadeias. Ex.: Uso de estabilizados no PVC e policarbonato; 
 
o Resinas borrachosas: elevam a tenacidade do polímero sem diminuir a sua 
rigidez. Ex.: Tubulações de PVC; 
 
o Aditivos de carga e/ou reforço: diminuem o custo e/ou elevam a RM. Ex.: 
Negro de fumo adicionado na borracha (aumento da RM e rigidez); sílica e pó 
de madeira/serragem (diminuição do custo); fibras de vidro. 
o Adição de plastificante controlada (aditivos): tornam polímero mais flexível 
(aumenta distâncias das cadeias); Ex. Pneu – negro de fumo. 
 
o Aditivos: pó de serragem, sílica. 
 
o Aditivos anti-chamas: dificultam reação de combustão. Ex.: Grama sintética, 
polímeros usados em avião. 
 
Compósitos 
 
1 – Classificação 
 
 
 
 
2 – Compósitos Particulados 
 
I - Compósitos com partículas grandes: 
As partículas por apresentarem maior dureza e RM inibem a 
deformação da matriz, elevando assim a RM em relação ao material 
constituído apenas pela matriz. 
Ex.: Matriz de borracha, contendo negro de fumo como partícula 
concreto cermeto (matriz de Co ou Ni contendo partículas de WC e/ou 
TaC). 
II - Compósitos por dispersão: 
As partículas pequenas o suficiente para interagir com as discordâncias, 
e por dificultarem o movimento desses efeitos, elevam a RM da matriz. 
A presença das partículas eleva também a resistência à elevação da 
temperatura e ao desgaste por abrasão. 
Ex.: Super liga de Ni (matriz) e partículas de TrO2; ligas de Al (matriz) e 
partículas de Al2O3. 
III - Compósitos fibrosos: 
 Efeito do comprimento da fibra: 
 
o Além de inibir a deformação da matriz, a fibra colabora 
também com a elevação da RM do compósito, pelo de fato 
de haver uma transferência da carga aplicada da matriz para 
a fibra. No entanto, essa transferência só é significativa a 
partir de um comprimento critico (Lc). 
 
 Lc = LRT da fibra x Diâmetro da fibra / 2 x Força de 
interação entre a fibra e a matriz 
 
 Se L for maior que 15 vezes Lc  compósito 
com fibra continua. Caso contrário, será um 
compósito com fibra descontinua. Geralmente 
Lc é aproximadamente 1mm. 
 
o Os compósitos com fibras continuas apresentam a vantagem 
da maior RM devido a maior transferência de carga, já o 
compósito com fibra descontinuas é mais fácil de ser 
processado por ser mais flexível, o que possibilita a 
obtenção de peças mais complexas. 
 
 Efeito da orientação da fibra: 
 
o Nos compósitos com fibras alinhadas paralelamente (grau 
máximo de alinhamento). A RM será bastante elevada 
quando a tensão for aplicada na direção longitudinal da fibra. 
No entanto, a RM diminui significativamente quando a tensão 
for aplicada em uma direção mais próxima da direção 
transversal. 
 
o Compósito com fibra alinhadas são mais eficientes em 
relação a RM, quando a tensão é aplicada em uma única 
direção. Quando a tensão é aplicada em varias direções, os 
compósitos com fibras orientadas aleatoriamente são mais 
eficientes. 
 
IV - Curva de Deformação x Força para um compósito 
 
- A fase fibra por ser rígida e frágil e é representada por uma reta 
inclinada, apresentando apenas a região elástica. 
- Já a fase matriz, além da região elástica, apresenta também uma 
região de deformação plástica. Essa fase apresenta também uma região de 
deformação plástica. Essa fase apresenta uma deformação final superior a 
da fase fibra e LRT inferior. 
- O compósito apresenta um comportamento intermediário. 
V – Compósito com matriz polimérica 
- Matriz: éster vinilico, poliésteres, polietileno. Apresentam menor custo e 
geralmente são utilizados na presença de fibra ou partículas de vidro. 
- Epóxi: melhor desempenho, mas maior custo e são utilizadas na presença 
de fibras de carbono ou aramida. 
 
3 – Principais tipos de fibras ou partículas 
 
I - Fibras ou partículas de vidro: Menor custo, maior disponibilidade, RM 
(RM especifica) suficiente para varias aplicações, mas insuficiente para 
aplicações que exigem elevada RM.II - Fibras de carbono: Maior RM e resistência a temperatura, custo mais 
elevado. 
 
III - Fibras de aramida: RM superior a da fibra de vidro, próxima a 
de alguns tipos de fibra de carbono, proporciona elevada tenacidade. 
 
4 – Compósitos com matriz metálica 
 
- Principais objetivos da adição da fase descontinua: elevar a resistência a 
elevação da temperatura, elevar a resistência mecânica especifica e elevar a 
resistência ao desgaste por abrasão. 
- Ex.: Super liga de Ni (matriz) e fibra de W; matriz de liga de Al e fibras de C e 
alumínio; matriz de Ni e partículas de WC. 
- Principais matrizes: super liga de Ni, ligas de Al, Cu e Mg. 
- Principais fases descontinuas: fibras de W, Al2O3, uisqueres de C, SiC, SiN e 
partículas de WC, WTa, etc. 
5 – Compósitos com matriz cerâmica 
 
 A principal função da fase descontinua é elevar o K IC (resistência à fratura 
quando uma trinca esta presente) da matriz, dificultando a propagação da 
trinca. 
 
 Ex.: Matriz de ZrO2 e Al2O3 e fase descontinua constituída por partículas 
de ZrO2, uisqueres de SiC e SiN. 
 
 Mecanismo de elevação do KIC: 
 
o Transformação do ZTE de uma estrutura tetragonal em estrutura 
monoclínica, que ao aumentar o volume, comprime as faces da 
trinca, dificultando a sua propagação. 
o Os uisqueres dificultam a propagação da trinca, por tornar a 
trajetória da trinca mais irregular, por formar entre as faces da trinca 
e por distribuir melhor as tensões na extremidade da trinca. 
 
 
Corrosão 
 
1 – Introdução 
 
 É um fenômeno de superfície, caracterizado pela perda de material devido a 
ocorrência de reações químicas. 
 
 Na corrosão eletroquímica ocorre o fluxo de elétrons do anodo para o catodo. 
Já na corrosão química, esse fluxo não ocorre porque o anodo e o catodo 
estão localizados no mesmo local. 
 
2 – Principais reações de oxidação e redução 
 
o Reação de oxirredução: 
M  Mn+ + n e- 
o Reação de redução: 
H+ + 1e-  H 
H+ + 1e-  H 
 
(n/4) O2 + (n/2) H2O + n e
-  n OH 
3 – Definições 
 
 Catodo: local onde ocorre a reação de redução. 
 Anodo: local onde ocorre a reação de oxidação. 
 Ia (corrente anódica): fluxo de íons metálicos da superfície do metal 
para o meio 
 Ic (corrente catódica): fluxo de íons (agentes oxidantes) do meio para a 
superfície do metal 
 I (densidade de corrente) = I / Área (mA/cm²) 
4 – Produtos da Corrosão 
 
 Dissolvem-se no meio; 
 
 Formação de filmes superficiais, principalmente óxidos e hidróxidos 
metálicos, que são aderentes e compactos o suficiente para inibir a 
H2 
corrosão (filmes passivos). 
 
o Ex.: Fe3O4, óxido hidróxido de Cr, Al2O3, NiO2, Nb2O5. 
 
 Formação de filmes superficiais porosos e de baixa aderência, que não 
inibem significativamente a corrosão. 
 
o Ex: Fe2O3 (ferrugem) 
5 – Potencial de Equilíbrio 
 
 No potencial de equilíbrio Ia = Ic 
 Potencial de corrosão (E ion): é o potencial de equilíbrio na presença de 
agentes oxidantes 
 Potencial de equilíbrio reversível: é o potencial de equilíbrio na ausência 
de agentes oxidantes. O metal com maior E ion apresenta maior 
resistência a corrosão. 
6 – Tipos de Corrosão 
 
I - Corrosão galvânica: 
 
 
 Fatores que afetam a corrosão galvânica: 
 
a) Diferença de nobreza (diferença de resistência à corrosão) 
entre o anodo e o catodo: quanto maior for essa diferença, 
maior será a corrosão do anodo; 
 
b) Relação entre a área do catodo e a área do anodo: quanto 
maior for essa relação mais acentuada será a corrosão do 
anodo. 
 
 Medidas para evitar ou atenuar a corrosão galvânica: evitar o 
contato direto entre as duas partes, isolar a região. 
 
II - Corrosão por aeração diferencial 
 
o Ocorre quando o material apresenta regiões com diferentes 
concentrações de oxigênio, na presença de um eletrólito. 
 
o Catodo: região com maior concentração de oxigênio, ocorre a 
reação de redução; 
o Anodo: região com menor concentração de oxigênio. Ocorre a 
oxidação. 
 
o Fenda: é uma abertura dentro da qual ocorre a retenção do 
eletrodo em contato com o metal. 
 
o Em determinados metais, como as ligas ferrosas, a presença da 
fenda promove a ocorrência de uma intensa corrosão por 
aeração diferencial. 
 
o Medidas de proteção: 
 Evitar acúmulo de H2O ou de resíduo sólido em 
superfície metálica; 
 Evitar a presença de fendas, uso de material de 
redução; 
 Isolamento da região sujeita a corrosão por 
aeração diferencial, usado, por exemplo, em fitas 
poliméricas adesivas. 
 
III - Corrosão por pite 
 
o Pite: cavidade com elevação relação comprimento/diâmetro. 
 
o Causado pela presença de H2O e íons halogênios: Cl, I, Ba. 
 
o Medidas de proteção: 
 Evitar o contato do metal com o íon hidrogênio; 
 Utilizar revestimentos impermeabilizantes, que evitam o contato 
da H2O com o metal; 
 Ex.: Epóxi (até 100ºC), silicatos de etila e metila. 
 Utilizar revestimento metálicos ou cerâmicos; 
 Ex.: Revestimentos de Ni, Cr e Al2O3, sílica; 
 Uso de inibidores solúvel em solução; 
 Proteção catódica: provoca a redução do metal a ser protegido e 
como consequência não ocorre a reação. 
 
IV - Corrosão sob tensão 
 
o Ocorre quando o metal em um meio agressivo é submetido a uma 
tensão estática. Essas tensões podem ser residuais, como as tensões 
causadas por deformação plástica e é causada por soldagem. 
 
o A região tensionada atua como anodo e a não tensionada como catodo. 
 
o A presença de tensão intensifica o processo corrosivo, e a presença da 
corrosão acentua o efeito causado pela aplicação da tensão; 
 
o Medidas de proteção: 
 Tratamento para alívio de tensões; 
 Isolar a região tensionada do meio agressivo, através de 
revestimentos protetores; 
 Proteção catódica; 
 Uso de inibidores. 
 
V - Fragilização por H 
 
o É causada pela penetração no metal do hidrogênio na forma atômica; 
 
o No interior do metal podem ocorrer reações químicas envolvendo o H 
que causam a presença de gases que ao expandirem provocam o 
tensionamento do material; 
 
o Fonte de hidrogênio atômico: soldagem por fusão, recapagem em 
solução ácida, eletrodeposição, H2S, entre outros. 
 
o Medidas de proteção: 
 Utiliza o material adequado (consultar as curvas de Nelson para 
verificar as condições de temperatura e concentração de H, 
necessárias para causar a fragilização por H no material analisado). 
 Evitar o contato do material com a fonte de H 
 
7 – Medidas de proteção contra a corrosão 
 
 - Revestimentos metálicos protetores 
 
 - Mecanismos de proteção 
 
I - Proteção anódica: 
 
o O revestimento apresenta uma resistência à corrosão superior a do 
substrato. 
 
 Vantagens: permite a proteção em meios altamente agressivos. 
 
 Desvantagens: formação de uma pilha galvânica com o metal a 
ser protegido, atuando como anodo, na ocorrência de falhas no 
revestimento. 
 
 Ex. de revestimento usados na proteção do aço: Cr, Ni, Cu, 
Al, ligas de Ni-P, ligas de Fe-Cr-P. 
 
II - Proteção catódica: 
 
o O revestimento apresenta uma resistência a corrosão inferior a do 
substrato a ser protegido. 
 
 Desvantagens: vida útil baixa em meios agressivos. 
 
 Desvantagens: geralmente apresenta menor custo em 
relação aos depósitos mais nobres, como Ni e Cr; na 
ocorrência e falhas, o depósito atua como anodo (anodo de 
sacrifício), causando a redução da região do substrato em 
contato com o meio agressivo. 
 
 Ex. de revestimento usados na proteção do aço.: Zn, Mg,Zn-Ni, Zn-Al, Zn-Fe, ligas de Al. 
 
o No caso do Zn, este pode atuar como catodo em relação ao aço, 
caso a temperatura fique acima de 60ºC. 
 
III - Aplicação do revestimento metálico 
 
o Gladização: uma chapa fina de um material com elevada 
resistência à corrosão e conectado ao substrato através da 
soldagem, laminação a quente ou detonação. Ex.: Substrato de 
ligas de Al (chapa protetora de Al comercialmente puro). 
 
IV - Imersão a quente ou a fogo: 
 
o O substrato é colocado no interior de um banho constituído pelo 
metal de deposição no estado fundido. 
 
 Vantagens: depósito de elevada aderência com espessura 
relativamente elevada; 
 
 Desvantagens: depósito irregular, dificuldade em obter 
depósito com 2 ou mais elementos de liga; 
 
 Ex.: Depósito de Ni, Al, Cr, Zn, Al-Zn em um substrato de 
aço. 
 
V - Eletrodeposição 
 
o O substrato é conectado ao terminal negativo de uma fonte de 
corrente, recebendo elétrons, e, portanto, torna-se susceptível a 
ocorrência das reações de redução na sua superfície. 
 
 Vantagens: permite a deposição de ligas com vários 
componentes, depósitos com bom acabamento, depósito em 
substrato com geometria complexa; 
 
 Desvantagens: possibilidade de causar fragilização por H, 
só permite depositar metais que passam a ser encontrados 
na forma de sal, baixa aderência de vários depósitos no 
substrato de aço. 
 
VI - Aspersão térmica ou metalização 
 
o Utilização da pistola de aspersão térmica. Dentro desse 
equipamento o metal na forma de pó ou arame é fundido através de 
um gás a alta pressão e injetado sobre a superfície do substrato. 
 
o Dependendo da fonte de aquecimento, pode ser por chama, por 
arco ou plasma (gás ionizado através da passagem de corrente). 
 
 Vantagem: permite a deposição localizada não alterando a 
microestrutura do substrato; depósito de elevada aderência. 
 
 Desvantagem: o depósito é limitado a poucos metais e 
ligas. 
 
 Ex.: Al, Wc, Al-Zn, Al-Fe, Ni-Cr.

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