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Resumo Matériais Dentários

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Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
1 
PROPRIEDADES DOS MATERIAIS 
PROPRIEDADES MECÂNICAS 
As propriedades mecânicas são geralmente expressas 
em unidades de tensão e/ou deformação. Elas podem 
representar medidas de: 
- Deformação elástica ou reversível (limite de 
proporcionalidade, resiliência e módulo de 
elasticidade) 
- Deformação plástica ou irreversível (percentual de 
alongamento e dureza) 
- Combinação de deformação plástica e elástica tal 
como a tenacidade e o limite de escoamento. 
 
• Tensão 
É a força por unidade de área que atua em um dado 
plano de um material submetido a uma aplicação de 
carga. A tensão tipicamente diminui em função da 
distância da área da força ou pressão aplicada. Sempre 
que uma tensão estiver presente, uma deformação 
será induzida. As distribuições de tensão em um sólido 
elástico, raramente são constantes ou uniformes. 
- Tensão de tração: produzida por uma força de tração. 
É a força de tração por unidade de área perpendicular 
à direção da força. Causada por uma carga que tende a 
esticar ou alongar um corpo. Está sempre 
acompanhada por uma deformação de tração. Pode 
ser gerada quando estruturas são flexionadas. Ex.: 
morder uma bala toffee que gruda nos dentes com os 
molares e tentar abrir a boca. 
- Tensão de compressão: produzida por uma força 
compressiva, quando um corpo é colocado sob uma 
carga que tende a comprimi-lo ou encurtá-lo. Está 
associado à uma deformação compressiva. Ex.: apertar 
os dentes. 
- Tensão de cisalhamento: produzida por uma força de 
cisalhamemento ou de flexão. É aquela que tende a 
resistir ao deslizamento de uma porção de um corpo 
sobre outra. Também podem ser produzidas pela 
torção de um material. É improvável de acontecer na 
boca. 
* Uma força de flexão pode produzir todos os três 
tipos de tensão em uma estrutura, mas na maioria dos 
casos, a fratura é decorrente do componente de 
tração. 
** A tensão da cavidade oral é a tensão complexa, que 
é a junção de dois tipos de tensão. 
*** Resistência é o nível médio de tensão no qual um 
material exibe certo grau de deformação plástica inicial 
ou no qual acontece a fratura. A resistência depende 
da taxa de desenvolvimento da tensão, do formato do 
corpo de prova, do tamanho do corpo de prova, do 
acabamento da superfície (que controla o número e 
tamanho relativo dos defeitos da superfície), do 
número de ciclos de tensão, e o ambiente no qual o 
material é testado. A resistência diminui com a 
existência de áreas de concentração de tensão. 
 
• Deformação 
Variação de comprimento por unidade de 
comprimento de um objeto submetido à uma tensão. 
Variação da forma do objeto. 
- Deformação elástica: reversível; o objeto recupera 
totalmente a sua forma inicial quando a força é 
removida. Resultado do esticamento, mas não da 
ruptura de ligações atômicas e moleculares de um 
sólido ordenado. 
- Deformação plástica: deformação permanente do 
material, que nunca se recupera à sua forma inicial 
quando a força é removida. Se o material for 
deformado por uma tensão com intensidade superior a 
do limite de proporcionalidade e inferior a necessária 
para a fratura, a remoção da força aplicada reduzirá a 
tensão à zero, mas não reduzirá a deformação à zero. 
Ocorreu uma deformação permanente. 
 
• Resistência 
É o nível médio de tensão em que um material exibe 
certa quantidade de deformação plástica (limite de 
escoamento) ou o ponto em que ocorre fratura 
(resistência máxima). A resistência depende: 
- da taxa de deformação 
- da forma do corpo de prova 
- do acabamento superficial 
- do meio no qual o material é testado 
A resistência de um material pode ser descrita por uma 
ou mais das seguintes propriedades: 
- Limite de proporcionalidade (a tensão acima da qual 
não há mais proporcionalidade entre a tensão aplicada 
e a deformação) 
- Limite elástico (tensão máxima que um material pode 
suportar antes de apresentar deformação plástica) 
- Limite de escoamento ou tensão de prova (tensão 
necessária para produzir uma dada quantidade de 
deformação plástica) 
- Resistência máxima à tração, ao cisalhamento ou à 
compressão e resistência à flexão. 
* Ponto de fratura: resistência máxima suportada por 
um corpo antes de fraturar-se. O ponto de fratura 
encontra-se no máximo de deformação plástica que o 
material aguenta. Ocorrem exceções em casos de 
fadiga do material. 
 
• Tensão de flexão 
É aquela que ocorre com a presença de dois pontos 
fixos ou um ponto fixo, podendo haver tensões de 
tração e compressão ao mesmo tempo. Tensões de 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
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Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
2 
flexão ocorrem em PPF de dois ou de três elementos. 
- Três elementos: a prótese é submetida à aplicação de 
carga em três pontos, onde os pontos finais são fixos e 
uma força é aplicada entre eles. As tensões de tração 
se desenvolvem na porção gengival da prótese e as 
tensões de compressão na região oclusal. 
- Dois elementos: a prótese é suportada apenas em 
uma extremidade; há uma carga ao longo de qualquer 
parte da seção sem suporte. A tensão máxima de 
tração se desenvolve na superfície de oclusão ou na 
superfície que se torna mais convexa indicando uma 
ação de alongamento. A tensão de compressão se 
desenvolve na porção gengival a prótese. 
 
 
 
 PROPRIEDADES MECÂNICAS BASEADAS NA 
DEFORMAÇÃO ELÁSTICA 
 
• Flexibilidade 
O corpo flexível é o que possui alto módulo de 
elasticidade e alto limite elástico (valor acima do qual a 
o material não volta ao estado normal quando a força 
é removida). Desejável em restaurações e peças 
protéticas. A flexibilidade máxima é definida como a 
deformação por flexão que ocorre quando o material é 
tensionado até seu limite de proporcionalidade. 
 
• Módulo elástico (módulo de Young) (E) 
Descreve a rigidez relativa de um material, medida pela 
inclinação da porção reta da região elástica do 
diagrama tensão-deformação. Quanto maior o módulo 
de elasticidade maior a rigidez do material. 
Corresponde à tensão de compressão dividida pelo 
valor correspondente da deformação. 
Módulo de elasticidade = rigidez. O material 
restaurador deve ter o módulo de elasticidade 
compatível com a estrutura dentária. Se for menor, o 
material quebra e se for maior, o dente quebra. Isso 
promove o desgaste fisiológico da restauração. 
 
• Limite de proporcionalidade (P) 
É o ponto final da reta; limite no qual as tensões são 
diretamente proporcionais às deformações. Até o 
limite de proporcionalidade, as deformações são 
elásticas ou reversíveis. Dá-nos a carga máxima que o 
material suporta uma tensão sendo que ao cessar a 
tensão, o material retorna ao seu estado inicial. 
A tensão elástica é proporcional à deformação elástica, 
por isso no gráfico tensão-deformação, a curva se inicia 
como uma linha reta; ao longo desta linha, o material 
se comporta elasticamente e retorna à sua forma e 
tamanho inicial no instante que a força é removida. 
Quando certo valor de tensão aplicada, 
correspondente ao ponto P, é excedido, o gráfico deixa 
e ser linear e o valor da tensão deixa de ser 
proporcional à deformação. 
 
A região da linha reta representa a deformação elástica 
reversível, porque a tensão permanece abaixo do limite de 
proporcionalidade. A inclinação da região linear, então 
constitui a medida da rigidez relativa de um material. A 
região curva do gráfico representa uma deformação plástica 
irreversível que não se recupera. Quando começa a se 
descrever uma parábola, não há mais proporcionalidade. 
 
• Resiliência 
Quantidade de energia absorvida por uma unidade de 
volume de uma estrutura quando esta é tensionada 
até seu limite de proporcionalidade. A resiliência é a 
área sob a região elástica da curva tensão-deformação. 
Capacidade que um material tem de suportar tensões 
sem transferir as mesmas para ocorpo adjacente. A 
dentina humana é um material altamente resiliente. 
* Um material restaurador deve apresentar um 
módulo de elasticidade moderadamente alto e uma 
relativa baixa resiliência, limitando assim a deformação 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
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Materiais dentários I 
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elástica que é produzida. 
 
• Tenacidade (T) 
Quantidade de energia de deformação elástica e 
plástica necessária para fraturar um material. É a 
medida da energia requerida para causar trincas 
críticas em um material. A tenacidade é a área total 
sob a curva tensão-deformação, da tensão zero até o 
limite de fratura. Quanto maior a tenacidade, maior é a 
resistência de um material. 
 
• Limite elástico 
Se uma pequena tensão de tração for aplicada em um 
fio, ele retornará ao seu comprimento original quando 
a carga for removida. Se a carga for progressivamente 
aumentada em pequenos incrementos e então 
liberada após cada aumento de tensão, em dado 
momento obteremos um valor de tensão em que o fio 
não retorna ao seu comprimento original após a 
remoção da carga. Este é o ponto onde foi atingido o 
limite elástico. É a maior tensão a que um material 
pode ser submetido de tal modo a retornar às suas 
dimensões originais quando a força é removida. 
 
• Fadiga 
O material fraturar-se abaixo da resistência máxima 
que ele possui. Falha por produção de fratura 
prematura de um objeto por tensões muito abaixo da 
resistência à tração devido a defeitos microscópicos 
causados por cargas cíclicas. Valores de tensão muito 
abaixo da resistência máxima à tração podem produzir 
a fratura prematura da prótese dental, uma vez que 
defeitos microscópicos crescem lentamente após 
vários ciclos de tensões. 
Para materiais frágeis com superfície rugosa, o limite 
de resistência à fadiga é menor do que os materiais 
com superfícies polidas. 
 
• Fragilidade 
É o material que se fratura próximo ao limite de 
proporcionalidade. Incapacidade relativa de sofrer 
deformação plástica antes de sofrer fratura. Um 
material frágil não é necessariamente um material 
fraco, pois ele pode ter um limite de proporcionalidade 
muito elevado. 
 
• Ductilidade e Maleabilidade 
- Ductilidade: capacidade de suportar uma grande 
deformação permanente sob carga de tração, antes de 
sofrer fratura. 
- Maleabilidade: capacidade de o material suportar 
uma deformação permanente considerável sem 
ruptura sob compressão, tal como ocorre durante a 
laminação de uma chapa. 
 
FATORES DE CONCENTRAÇÃO DE TENSÕES 
A causa na redução da resistência é a presença de 
pequenos defeitos microscópicos ou microestruturais 
na superfície ou na estrutura interna. Esses defeitos 
localizados em áreas sujeitas a tensões de tração são 
críticos em materiais friáveis. A intensidade de tensão 
aumenta de acordo com o comprimento do defeito, 
especialmente quando ele está orientado 
perpendicularmente à direção das tensões de tração; 
os defeitos na superfície induzem maiores tensões do 
que os defeitos de mesmo tamanho nas regiões 
internas. Todo local onde se concentra tensões tem 
mais riscos de fratura. As áreas de concentração de 
tensões podem ser causadas por: 
- Defeitos microscópicos ou microestruturais na 
superfície (pior de todos) ou na estrutura interna do 
corpo. 
- Porosidades 
- Rugosidades 
- Vazios ou inclusões internas 
- Bruscas alterações de formato 
- Interface de união – diferença no módulo elástico ou 
coeficiente de expansão térmica 
* As forças de tração tem maior influência na 
concentração de tensões do que as forças de 
compressão. 
 
 
 
 
 
 
PROPRIEDADES FÍSICAS DOS MATERIAIS 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
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Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
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• Viscosidade 
É a resistência ao escoamento. A resistência ao 
escoamento é controlada pelas forças de atrito interno 
entre os átomos dentro do liquido. A viscosidade é a 
medida de consistência de um fluido e sua 
incapacidade de escoamento. Ex.: materiais de 
moldagem. 
- Fatores que influenciam a viscosidade: 
- Temperatura: normalmente seu aumento diminui a 
viscosidade 
- Deformações anteriores/tixotropia: material que 
escoa frente à aplicação de uma força sobre o mesmo. 
Ex.: poliéter. 
- Tempo de trabalho 
→ Materiais pseudoplasticos: a viscosidade diminui 
com o aumento da taxa de deformação até alcançar 
um valor praticamente constante. 
→ Materiais dilatantes: tornam-se mais rígidos à 
medida que a taxa de deformação aumenta. 
→ Materiais plásticos: comportam-se como um corpo 
rígido até que um valor mínimo de tensão de 
cisalhamento seja aplicado sobre eles. Ex.: Ketchup. 
→ Materiais tixotrópicos: líquido que se torna menos 
viscoso e mais fluido sob a aplicação repetida de 
pressão é denominado tixotrópico. 
* A viscosidade determina a forma como se trabalha 
com o material. 
 
• Creep e escoamento 
Quando um metal é mantido à temperatura próxima a 
sua temperatura de fusão e fica submetido a uma 
carga constante, a deformação resultante aumenta 
com o tempo. Deformação plástica dependente do 
tempo de um material sob carga estática ou tensão 
constante. O material escoa permanentemente. Ex.: 
restaurações de amalgama. 
 
• Abrasão e resistência a abrasão 
A abrasão constitui um complexo mecanismo no 
ambiente oral que envolve a interação de vários 
fatores. Abrasão é o desgaste. A dureza de um material 
constitui apenas um dos muitos fatores que afetam o 
desgaste das superfícies do esmalte dos dentes em 
contato. Outros fatores importantes que influenciam 
no desgaste são: força de mordida, frequência de 
mastigação, abrasividade da dieta, composição dos 
líquidos intra-orais, variações da temperatura, 
rugosidade da superfície, propriedades físicas dos 
materiais, irregularidades superficiais, presença de 
partículas de impureza duras, pequenos sulcos 
anatômicos, sulcos ou cristas. 
 
• Cor e percepção da cor 
A intensidade da luz refletida e as imensidades 
combinadas dos comprimentos das ondas presentes na 
luz incidente e refletida determinam as propriedades 
visuais (matiz, luminosidade e croma). 
Pelo fato de a resposta neural estar envolvida na 
visibilidade da cor, o constante estímulo de uma única 
cor pode resultar em fadiga da cor e diminuição do 
poder de resposta do olho. 
Para descrever de modo preciso a percepção de um 
raio de luz refletido de um dente ou superfície 
restaurada, três variáveis devem ser consideradas: 
- Matiz: descreve a cor dominante de um objeto. 
(vermelho, azul... normalmente designado por uma 
letra). Isso se refere às ondas de comprimento 
dominantes presentes nas distribuições espectrais. 
- Luminosidade ou brilho: quantidade de claro ou 
escuro que a cor possui, pode ser medida 
independentemente do matiz. 
- Croma ou saturação: intensidade da cor. 
Os fatores que interferem na percepção real das cores, 
de um modo geral, incluem baixa ou elevada 
intensidade de luz, fadiga dos receptores de cor, sexo, 
idade, memória e aspectos culturais. 
 
Seleção de cores e fluorescência: 
- metamerismo: objetos que aparentam ter uma cor 
sob um tipo de luz podem aparentar diferenças sob 
outra fonte de luz. 
- Fontes de luz: a seleção de cores de resina deve ser 
feita sob duas ou mais fontes de luz, sendo uma delas 
luz do dia e os procedimentos laboratoriais devem ser 
feitos sob as mesmas condições de luminosidade. 
- Fluorescência: a estrutura dental natural absorve luz 
de comprimentos de onda muito curtos para serem 
visíveis ao olho humano. Esses comprimentos de onda 
são referidos como radiação quase ultravioleta. A luz 
do sol, lâmpadas de flash fotográfico, certos tipos de 
lâmpadas a vapor e luzes ultravioletas utilizadas em 
iluminações decorativas são fontes de luz que contêm 
quantidades substanciais de radiação quase 
ultravioleta. 
A energia que o dente absorve éconvertida em luz 
com comprimentos de ondas maiores, e nesse caso, o 
dente se torna uma verdadeira fonte de luz. O 
fenômeno é chamado de fluorescência. A luz emitida, 
uma cor branco-azulada. A fluorescência dá uma 
contribuição definitiva para a luminosidade e a 
aparência vital do dente humano. Uma pessoa com 
próteses unitárias cerâmicas ou restaurações de resina 
composta sem agentes fluorescentes aparenta não ter 
tais dentes, quando vista sob uma luz negra em uma 
boate. 
 
PROPRIEDADES TERMOFÍSICAS 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
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Materiais dentários I 
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5 
 
• Condutividade térmica 
Medida termofísica da transferência de calor através 
de um material por meio do fluxo de energia. 
Coeficiente de condutividade térmica, é a quantidade 
de calor, expressa em calorias por segundo, que passa 
por um material de 1cm de espessura com uma área 
de 1cm² quando a temperatura diferencial entre as 
superfícies perpendiculares ao fluxo de calor da 
amostra é 1K. 
- Condutores: materiais com alta condutividade 
térmica (metais) 
- Isolantes: materiais de baixa condutividade térmica 
(resina) 
* A velocidade de fluxo do calor pela estrutura é 
proporcional à área pela qual o calor é conduzido. Se 
houver porosidade na estrutura, a área disponível para 
condução será reduzida, assim como também haverá 
redução na velocidade do fluxo do calor. 
 
• Difusidade térmica 
Quantifica a variação da temperatura com o tempo à 
medida que o calor flui pelo material. É a medida da 
velocidade que um corpo com temperatura 
heterogênea atinge o estado de equilíbrio térmico. 
Capacidade de propagar o calor em várias direções, e 
não apenas em sentido único. Todo material com alta 
difusidade térmica tem alta condutividade térmica, 
mas o inverso não é verdadeiro. 
O calor necessário para aumentar a temperatura de 
um material em certo valor depende de seu calor 
específico e da densidade. 
A espessura de um revestimento é um fator mais 
importante para o isolamento térmico do que a 
difusidade térmica. Na cavidade oral, as temperaturas 
variam muito. Sob estas condições de falta de 
equilíbrio, a transferência de calor através do material 
diminui o gradiente de temperatura. 
 
• Coeficiente de expansão térmica 
Alteração no comprimento por unidade do 
comprimento original do material quando a 
temperatura é aumentada em 1K. É o coeficiente que 
afere o grau de expansão e contração de um 
corpo/material, face à mudança de temperatura, 
portanto o ideal é que o coeficiente de expansão 
térmica seja o mais próximo da estrutura dentaria, que 
é o cimento de ionômero de vidro. 
A restauração dentária pode se expandir ou contrair 
mais que os dentes durante alterações de 
temperatura; portanto, a restauração pode sofrer 
infiltração marginal ou se descolar do dente. 
 
PROPRIEDADES QUÍMICAS 
 
• Deslustre e corrosão 
Deslustre → descoloração da superfície do metal; 
perda do brilho. Na cavidade oral, o deslustre ocorre a 
partir da formação de depósitos duros ou macios na 
superfície da restauração. Os cálculos são os principais 
depósitos duros, e suas cores variam do amarelo claro 
ao marrom. Os depósitos claros são as placas e os 
filmes formados principalmente por microorganismos 
e sujeiras. Manchas ou descolorações surgem de 
pigmentos produzidos por bactérias, de drogas que 
contem elementos químicos, como ferro ou mercúrio e 
da adsorção de restos de alimento. 
Corrosão → processo em que ocorre a deterioração do 
metal causado pela reação com o meio. A taxa de 
corrosão aumenta com o tempo; em tempo devido, a 
corrosão causa desintegração acentuada e catastrófica 
do corpo do metal Além disso, o ataque corrosivo, que 
é extremamente localizado, pode induzir a falha 
mecânica rápida da estrutura, mesmo que ocorra 
pequena perda real de volume do material. 
* O deslustre é sempre uma etapa precursora da 
corrosão. O filme que produz o deslustre, pode com o 
tempo acumular elementos ou compostos que atacam 
quimicamente a superfície do metal. 
- Uma quantidade limitada de corrosão em torno da 
região marginal da restauração de amalgama pode ser 
benéfica, desde que os produtos da corrosão tendam a 
selar o espaço marginal e inibam a entrada de fluidos 
orais e bactérias. 
→ Aspectos que facilitam o deslustre ou a corrosão: 
temperatura e suas flutuações, umidade, variações de 
pH, adesão de resíduos de alimentos. 
 
• Corrosão eletroquímica 
Presença de dois metais distintos com diferentes 
potenciais elétricos em um meio eletrolítico adequado. 
Por exemplo: uma célula é sempre formada por um 
catodo, um anodo e um eletrólito. O anodo pode ser 
uma restauração de amalgama, o catodo uma 
restauração de liga de ouro e a saliva o eletrólito. O 
anodo é a superfície onde os íons positivos são 
formados, reação de oxidação, com a produção de 
elétrons livres. No catodo, é onde ocorrem as reações 
de redução, que consomem elétrons livres produzidos 
no anodo. O eletrólito pode ser a saliva, que supre o 
catodo com os íons necessários e movimenta os 
produtos de corrosão do anodo. 
Esta célula eletroquímica é simples, como uma bateria, 
mas é capaz de produzir sensação de dor. 
Para que haja um processo de corrosão eletroquímica, 
é necessário que haja uma produção balanceada de 
elétrons por reações de oxidação no anodo e o 
consumo dos eletrons por reação de redução no 
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6 
catodo. 
Em restaurações, a corrosão é contínua. Normalmente, 
o aumento da concentração de íons no meio previne a 
corrosão por saturação. Na cavidade oral, os íons 
dissolvidos são constantemente dissolvidos pela saliva 
e fluidos, alimentos e escovação. 
Vários tipos de corrosão eletroquímica são possíveis no 
meio oral, porque a saliva, apesar de ser um eletrólito 
fraco, contem sais. As propriedades eletroquímicas da 
saliva dependem da concentração de seus 
componentes, pH, tensão superficial e da sua 
capacidade de tamponamento. 
→ Proteção contra a corrosão: polimento das 
restaurações, hábitos de higiene, controlar a dieta, 
evitar drogas e fumo. 
 
• Solubilidade 
Propriedade do material que se dissolve na presença 
de um liquido. Medida simples do grau que um 
material se dissolve em um dado fluido. 
 
• Erosão 
O desgaste erosivo é causado por partículas duras se 
chocando contra a superfície do substrato, carregadas 
por uma corrente de líquido ou de ar. Processo que 
associa eventos químicos de dissolução e uma ação 
mecânica moderada. O aumento da solubilidade 
diminui a resistência à erosão e diminui a vida útil do 
material. 
 
• Liberação de componentes 
- Materiais em ambiente aquoso absorvem água por 
difusão 
- Componentes do material podem ser perdidos para 
os fluidos orais por um processo de lixiviação. 
Desvantagens: alterações nas propriedades do material 
e liberação de componentes tóxicos 
Vantagens: efeito bactericida, liberação de fluoretos, 
etc. 
 
PROPRIEDADES BIOLÓGICAS 
 
O material não pode ser prejudicial ao paciente nem 
aos profissionais envolvidos. Tomar cuidado com 
materiais que sejam tóxicos, alergênicos, 
carcinogênicos e irritantes. 
- Durante a mistura, os materiais tendem a ser mais 
reativos, mais irritantes. 
- Um material pode ser tolerado por um paciente e ser 
irritante para outro. Ficar atento à relação 
paciente/material e custo/beneficio. 
 
AMALGAMA DENTAL 
 
Amalgama → liga que contém mercúrio como um de 
seus componentes. Como o mercúrio é líquido à 
temperatura ambiente, ele pode ser misturado a 
metais sólidos. 
Amalgama dental → liga de Ag, Sn, Cu, e outros 
elementos (Zn, Pd, etc) 
* As ligas para amalgama usadas na odontologia 
contem predominantemente Ag e Sn. 
 
• Causas de insucesso do amalgama: preparo incorreto 
da cavidade, preparo incorreto doamalgama ou 
alterações pulpares, fraturas ou outras patologias. 
 
VANTAGENS DO AMALGAMA 
- adaptabilidade às paredes cavitárias 
- resistência aos esforços mastigatórios 
- tempo de avaliação clinica 
- insolúvel no meio bucal 
- alterações dimensionais toleradas pelos dentes 
- superfície brilhante 
- fácil manipulação 
- escultura fácil e imediata 
- polimento final satisfatório 
- tolerância pelo tecido gengival 
- durabilidade 
- bom custo-beneficio 
- simplicidade técnica 
- condutibilidade menor que metais puros 
- fácil eliminação quando necessária sua remoção na 
cavidade 
 
LIMITAÇÕES DO AMALGAMA 
- estética 
- fragilidade 
- corrosão e à ação galvânica 
- defeitos marginais 
- não reforça a estrutura dental enfraquecida 
- toxicidade e difícil descarte 
 
LIGAS DE AMALGAMA 
As ligas são o pó antes da reação com o mercúrio. 
Podem ser: 
- Partículas irregulares ou limalhas: produzidas pela 
moagem ou fresagem de um lingote da liga de 
amalgama. 
- partículas esféricas: produzidas pela atomização da 
liga liquida em uma câmara preenchida com um gás 
inerte 
- mistura de limalha e esferas 
 
 
COMPOSIÇÃO DA LIGA 
São classificadas em alto teor de cobre ou baixo teor 
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de cobre (convencionais). A especificação 1 da ADA 
exige que as ligas contenham predominantemente 
prata e estanho. Pode haver quantidades menores de 
cobre, zinco, ouro, e mercúrio. A composição das ligas 
convencionais era: 
Prata: no mínimo 65% 
Estanho: no máximo 27 a 29% 
Cobre: no máximo 6% 
Zinco: no máximo 2% 
Mercurio: no máximo 3% 
 
- As ligas com mais de 0,01% de zinco são as ligas para 
amlgama dental contendo zinco. As ligas com menos 
de 0,01% são as ligas para amalgama dental sem 
zinco. 
- Para produzir o amalgama, o mercúrio é misturado 
com o pó da liga para amalgama. O pó pode ser 
produzido em formato de limalhas ou em formato 
esférico. Pode ainda ser uma mistura dos dois. 
- O procedimento de mistura do mercúrio com a liga é 
a trituração. Durante esse processo, o mercúrio 
dissolve a superfície das partículas da liga, e algumas 
fases novas são formadas. A transformação da liga em 
uma massa plástica pelo mercúrio é seguida pela presa 
e endurecimento, quando o mercúrio liquido é 
consumido na formação de novas fases sólidas. 
 
• Fatores que governam a qualidade das restaurações 
de amalgama 
- seleção da liga 
- relação mercúrio-liga 
- procedimentos de trituração 
- técnica de condensação 
- integridade marginal 
- características anatômicas 
- acabamento final 
 
• Sistema prata-estanho 
O diagrama mostra as fases, de 0% a 100% de 
concentração de estanho e suas respectivas fases, que 
são denominadas em letras gregas. As ligas com alto 
teor de cobre possuem uma faixa estreita de 
composições que está dentro das áreas β + γ e γ. 
 
* A reação principal que ocorre após a trituração 
ocorre entre Ag3Sn e Hg. Os outros elementos da liga, 
especialmente o Cu, desempenham papel no conjunto 
de microestruturas finais do amalgama. 
 
• Ag 
- Aumenta a resistência da restauração 
- Diminui o escoamento do amalgama sob forças da 
mastigação 
- Aumenta a expansão de presa 
 
• Sn 
- presente em cerca de 25% 
- facilita a amalgamação a temperatura ambiente 
- reduz a expansão da prata 
- em quantidade acima de 27% aumenta a contração e 
diminui a resistência da liga, além de aumentar o 
escoamento. 
 
• Cu 
- substitui parcialmente a Ag 
- aumenta a resistência 
- diminui o escoamento e a corrosão 
- até 6% em ligas convencionais 
- acima de 6% e até 30% em ligas de alto teor de Cu 
- melhoria nas propriedades mecânicas finais do 
amalgama 
- diminui a quantidade de fase γ2 
- reduz o creep do amalgama 
- melhora a integridade marginal 
 
• Zn 
- agente desoxidante durante a fusão da liga 
- reduz formação de outros óxidos – metal de sacrifício 
 
• Hg 
- em pequenas quantidades 
- pre-amalgamadas 
- tempos de trabalho e de presa mais curtos 
 
• In 
- aumento da resistência e à compressão e à fratura 
- diminui o creep do amalgama 
- diminui a quantidade de Hg necessária para a 
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amalgamação 
- sua presença pode reduzir o brilho e aumentar a 
rugosidade superficial 
 
 
 
LIGAS COM BAIXO TEOR DE COBRE 
- Ligas de prata-estanho são muito frágeis e difíceis de 
triturar, a menos que uma pequena parte de cobre 
substitua uma parte da prata. 
- Um maior conteúdo de cobre aumenta a dureza e a 
resistência da liga prata-estanho 
- A função do zinco é agir como antioxidante (metal de 
sacrifício). Ligas sem zinco são mais frágeis e os 
amalgamas tendem a apresentar menor plasticidade. 
- As reações principais que ocorrem em ligas de baixo 
teor de cobre produzem fases de liga incluindo a fase 
cúbica do corpo centrado Ag2Hg3 (γ1) e a fase 
hexagonal Sn7-8Hg (γ2). Como a solubilidade da prata no 
mercúrio é maior que a do estanho, a fase Ag2Hg3 
precipita primeiro que a fase Sn7-8Hg. As fases Sn-Hg 
são genericamente designadas γ2. 
- As ligas de baixo teor de cobre normalmente são 
misturadas com mercúrio na proporção 1:1. Essa 
quantidade não é suficiente para consumir as 
partículas de pó completamente, como consequência, 
partículas não consumidas estão presentes no 
amalgama cristalizado. Assim, nas fases γ1 e γ2, em 
amalgamas de baixo teor de cobre encontra-se 
partículas não reagidas. 
- As propriedades físicas do amalgama endurecido 
dependem das porcentagens relativas de cada uma das 
fases estruturais. Quanto maior o numero de partículas 
Ag-Sn não reagidas, mais resistente o amalgama vai 
ser. 
- A reação entre Cu3Sn (fase ε) e γ2 também ocorre e 
leva à formação de Cu6Sn5 (fase η’). Devido ao baixo 
conteúdo de cobre, a maior parte da fase γ2 
permanece na matriz. 
- η é a fase de Cu6Sn5 que aparece em temperaturas 
mais altas, e η’ é a fase com a mesma composição que 
aparece em temperaturas mais baixas (temperatura 
ambiente). 
- A fase γ2 é menos resistente a corrosão. 
- A reação entre Cu3Sn e a fase γ2 leva a formação de 
Cu6Sn5, devido ao baixo teor de cobre, a maior parte da 
fase γ2 permanece na matriz. A adição de mais de 6% 
de cobre em peso pode reduzir ou eliminar a fase γ2 
pela formação da fase Cu-Sn. 
- Necessita de mais Hg para a reação 
- A adição de cobre: melhoria nas propriedades 
mecânicas, resistência à corrosão e redução na fase γ2 
- Propriedades mecânicas: γ > γ1 > γ2 
- Escoamento: γ2 > γ1 > γ 
- Corrosão: γ2 > γ1 > γ 
Ag3Sn + Hg → Ag2Hg3 + Sn7-8Hg + Ag3Sn não reagida 
 
LIGAS COM ALTO TEOR DE COBRE 
- O alto teor de cobre dificulta a produção de limalhas, 
por isso essas ligas são frequentemente vendidas em 
esferas. 
- Existem dois tipos de ligas com alto teor de cobre: pó 
de mistura de partículas dispersas e pó de fase única, 
todos os dois contendo mais que 6% em peso de cobre. 
Pode ser obtido: 
 
- Ligas em fase dispersa: 1/3 ou 28% de liga 
convencional (Ag3Sn) tipo limalha misturada a 2/3 ou 
28% de liga eutética (Ag3Cu2) de formato esferoidal: 
quando o mercúrio é misturado com o pó de uma liga 
de fase dispersa, a prata nas partículas esféricas Ag-Cu 
e a prata e estanho das partículas Ag-Sn são dissolvidos 
pelo mercúrio. Cristais de γ1 e γ2 se formam, da mesma 
forma que acontece nas ligas de limalha. O estanho 
dissolvido no mercúrio se difunde para a superfície das 
partículas de liga Ag-Cu e reage com o cobre para 
formar uma camada de cristais de fase η’ na superfície. 
η’ da superfície das partículas Ag-Cu também contem 
cristais de γ1 já que essas duas fases se formam 
simultaneamente. γ1 é a matriz, a fase que agrega as 
partículas de liga não reagidas. A fase γ2 não se forma 
junto com η’, mas reage mais tarde com o cobre para 
formar partículasde Ag-Cu gerando quantidades 
adicionais de η’. A fase γ2 pode ser removida 
adicionando aproximadamente 11,8% de cobre ao pó 
da liga. 
Ag3Sn + Ag-Cu + Hg → Ag2Hg3 + Sn7-8HG + Ag-Cu não reagida 
+ Ag3Sn não reagida 
 
 
- Ligas de composição única: os componentes 
principais de liga de composição única são geralmente 
prata, cobre e estanho. O conteúdo de cobre varia de 
13 a 30%. São incluídas pequenas ligas de índio ou 
Cu6Sn5 + Ag2Hg3 + Ag-Cu 
não reagida (reação de 
estado sólido secundária) 
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paládio nessas ligas. Várias fases são encontradas em 
cada partícula de ligas de composição única, incluindo 
a fase β (Ag-Sn), fase γ (Ag3Sn) e fase ε (Cu3Sn). 
Algumas ligas podem conter uma porção de fase η’. 
Quando trituradas com o mercúrio, prata e estanho 
das fases Ag-Sn se dissolvem. Os cristais da fase γ1 
crescem, formando uma matriz que agrega as 
partículas da liga parcialmente dissolvidas. Os cristais 
de η’ formam redes de cristais prismáticos nas 
superfícies das partículas de liga, dispersas na matriz. 
Pouca ou nenhuma γ2 é formada 
[Ag3Sn + Cu3Sn] + Hg → Ag2Hg3 + Cu6Sn5 + Ag3Sn e 
Cu3Sn não reagidas 
 
OBS.: a fase γ2 é a fase mais frágil do material. É 
responsável pela formação dos produtos de corrosão e 
pelo creep. Tem menor resistência aos esforços da 
mastigação e está relacionada ao manchamento da 
estrutura dentária. 
 
LIGAS A BASE DE GÁLIO 
Tentativa de substituir o mercúrio. 
 
Símbolos das fases Composição 
γ Ag3Sn 
γ1 Ag2Hg3 
γ2 Sn7-8Hg 
ε Cu3Sn 
η e η’ Cu6Sn5 
 
CONFIGURAÇÃO DO PÓ 
A reação começa na interface partícula/mercúrio. A 
configuração física e condições da partícula 
influenciam o processo de presa. 
 
• Partículas de limalha X Partículas esféricas 
- Limalha: Um lingote da liga é recozido para reter uma 
fase uniforme, então é colocado numa máquina de 
moagem equipada com pontas ou brocas de corte. O 
pó é lavado com solução ácida para aumentar a 
reatividade das superfícies da partícula. 
- Esférica: O metal liquefeito é atomizado e adquire o 
formato de gotas bem finas em uma câmara 
preenchida com gás inerte. 
→ amalgamas compostos de limalha, apresentam 
maior resistência do que amalgamas de partículas 
esféricas. Os amalgamas de partículas esféricas são 
bem plásticos e escoam sob o condensador, sendo 
difícil de compactar. Ligas esféricas requerem menos 
mercúrio que limalhas porque o pó de partículas 
esféricas apresenta menor área de superfície por 
volume do que a limalha. Amalgamas com menores 
quantidades de mercúrio apresentam melhores 
propriedades. 
→ as ligas de composição única, cada partícula tem a 
mesma composição química. Geralmente são 
partículas esferoidais e sem zinco. Presentes apenas a 
fases γ (Ag3Sn) e ε (Cu3Sn). 
 
• Tamanho das partículas 
Partículas menores tem maior área de superfície e 
requer maior quantidade de mercúrio. O tamanho das 
partículas pode afetar o acabamento, pois durante a 
escultura, partículas maiores podem ser puxadas para 
fora da matriz, produzindo uma superfície bastante 
rugosa. Menores tamanhos médios de partícula 
tendem a produzir endurecimento mais rápido, com 
valor de resistência inicial mais alto. 
 
MANIPULAÇÃO CLÍNICA DO AMÁLGAMA 
• Relação mercúrio/liga 
A quantidade de mercúrio presente deve ser o 
suficiente para produzir uma massa coesa e plástica 
depois da trituração, mas deve ser baixa o suficiente 
para que a quantidade de mercúrio na restauração 
final seja aceitável e não precise ser removido. 
- Proporcionamento do mercúrio e da liga: hoje 
usamos cápsulas pré preparadas e descartáveis, 
contendo alíquotas pré proporcionadas de mercúrio e 
liga, que ficam separados fisicamente no interior da 
capsula. Deve-se ativar a capsula para que o mercúrio 
entre em contato com a liga, antes de colocar no 
triturador. Não se deve adicionar mercúrio depois do 
termino da trituração. 
 
• Trituração 
Objetiva permitir a amalgamação apropriada do 
mercúrio e da liga. Sempre há uma camada de óxidos 
formada na superfície das partículas que dificulta a 
difusão do mercúrio na liga. A camada de óxidos é 
removida por abrasão quando as partículas de liga e o 
mercúrio são triturados. 
 
• Tempo de mistura e consistência da mistura 
Definido de acordo com a consistência desejada. 
- Supertrituração resultante de velocidade ou tempo 
de trituração maior que o recomendado, resulta em 
uma mistura amolecida que fica aderida à superfície da 
cápsula. Superfície mais brilhante, formato da massa 
achatado e tempo de trabalho mais curto com maior 
contração de cristalização. Menor tempo de trabalho; 
Fratura das fases recém-formadas; Menor resistência 
coesiva do material. 
- Subtrituração resulta em uma mistura endurecida e 
esfarelada. O amalgama vai resultar em uma 
restauração enfraquecida e sua superfície ficará com 
uma consistência granulosa depois da escultura, 
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aumentando a possibilidade de corrosão e 
manchamento. Distribuição ineficiente do mercúrio na 
liga. Partículas não molhadas pelo Hg; Redução da 
resistência coesiva do material. 
- Amalgama corretamente triturado: devido à fricção 
entre as partículas durante a trituração, a mistura de 
amalgama deve estar morna quando é removida da 
cápsula. Forma arredondada, superfície brilhante e lisa. 
 
• Condensação 
Objetiva compactar a liga dentro da cavidade 
preparada de modo que a maior densidade possível 
seja alcançada, com mercúrio suficiente para assegurar 
a continuidade da fase de matriz (Ag2Hg3) ao redor das 
partículas de liga remanescentes. Isso resulta na 
diminuição da concentração de mercúrio e da 
porosidade no amalgama cristalizado. 
A condensação na cavidade deve ser iniciada logo. O 
campo operatório deve ser mantido completamente 
seco durante todo o procedimento. A condensação 
requer a presença de quatro paredes e um assoalho, 
sendo necessário o uso de matriz em alguns casos. 
- Procedimento: a condensação se inicia no centro do 
preparo, e então a ponta do condensador é inclinada 
para as paredes da cavidade. A força necessária 
depende do formato das partículas. Após a 
condensação de cada incremento, a superfície deve ter 
uma aparência brilhante, indicando que há mercúrio 
suficiente presente na superfície para difundir-se e 
promover a adesão entre diferentes incrementos. 
Quanto maior o tempo decorrido entre a mistura e a 
condensação, mais fraco o amalgama se torna. A 
condensação de um material que já começou a 
cristalizar leva a fratura e desintegração da matriz em 
formação. Além disso, quando a mistura já perdeu uma 
parte da sua plasticidade, fica fisicamente mais difícil 
de condensar o material, e o resultado é uma maior 
quantidade de poros e camadas não coesivamente 
aderidas. 
- Pressão de condensação: governada pela área da 
ponta do condensador e a força exercida pelo 
operador. Quanto menor a ponta, maior a pressão. 
- Escultura: deve começar quando o amalgama estiver 
suficientemente cristalizado, de modo a oferecer certa 
resistência ao instrumento cortante. A superfície 
esculpida da restauração é rugosa e fosca, podendo 
apresentar corrosão com o tempo. Por isso há a 
necessidade do polimento final, para que a superfície 
fique lisa e uniforme. 
* Excesso de mercúrio na manipulação altera as 
propriedades mecânicas, aumenta a quantidade de 
fase γ2, aumenta o tempo de cristalização da liga, 
dificuldade de adaptar o material na cavidade. 
 
PROPRIEDADES DO AMALGAMA 
 
• Estabilidade dimensional 
O amalgama pode se contrair ou se expandir 
dependendo da sua manipulação. Contração pode 
levar a infiltração, acumulo de placa e caries ou a 
protrusão da restauração. Expansão excessiva pode 
causarpressão pulpar e sensibilidade. 
- Quando a liga e o mercúrio são misturados, ocorre 
contração, conforme as partículas são dissolvidas. O 
volume final da fase γ1 é menor do que a soma das 
ligas e do mercúrio na mistura inicial (a contração se 
desenvolve durante a fase γ1). Conforme os cristais de 
γ1 crescem, eles se chocam uns contra os outros. Se 
houver mercúrio liquido o suficiente para que a matriz 
continue plástica, o choque entre os cristais de γ1 gera 
expansão. Depois que a matriz de γ1 endurece, o 
crescimento dos cristais não é mais capaz de forçar a 
matriz a se expandir. A reação continua com os cristais 
de γ1 crescendo em direção aos interstícios contendo 
mercúrio. 
- A expansão vai acontecer se houver mercúrio 
suficiente presente quando a alteração dimensional 
começa. 
- A manipulação com quantidade insuficiente de 
mercúrio favorece a contração, como ocorre para 
relações mercúrio/liga menores e forças de 
condensação maiores. 
- Os procedimentos de manipulação que aceleram a 
presa e o consumo rápido de mercúrio também 
favorecem a contração (maior tempo de trituração e 
partículas menores). Da mesma forma, partículas 
maiores favorecem a expansão. 
- Quando amalgamas contendo zinco ou cobre são 
contaminados com umidade durante a trituração ou 
condensação, ocorre uma expansão significativa de 3 a 
5 dias depois da inserção, e pode continuar por meses 
– expansão tardia. Essa expansão é causada pelo 
hidrogênio, produzido pela ação eletrolítica 
envolvendo zinco na água. O hidrogênio não se 
combina com o amalgama formando depósitos na 
massa, aumentando a pressão interna e causando o 
creep do amalgama, produzindo a expansão. 
 
• Resistencia mecânica 
O amalgama é muito mais fraco sob tração do que sob 
compressão. A resistência do amalgama é uma função 
do volume de partículas de liga não consumidas e fases 
contendo mercúrio, e da densidade e profundidade de 
defeitos. 
- subtrituração ou supertrituração levam à diminuição 
da resistência de ligas convencionais e de alto teor de 
cobre. 
- Pouco mercúrio, gera uma massa seca e granulosa, 
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com superfície rugosa e cheia de irregularidades 
susceptível à corrosão. 
- Muito mercúrio promove a formação de maior fração 
de fase γ2, aumentando a susceptibilidade à fratura. 
- Boas técnicas de condensação devem causar o 
afloramento do mercúrio e resultam em menores 
frações volumétricas da fase de matriz. Maiores 
pressões de condensação são necessárias para 
minimizar porosidades e fazer aflorar o excesso de 
mercúrio de amalgamas de limalha. As ligas esféricas 
devem ser condensadas com menor pressão para 
alcançarem resistência adequada. 
- Vazios e porosidades reduzem a resistência à 
compressão depois da presa. Causada por falta de 
plasticidade decorrente de condensação tardia ou 
subtrituração, que leva à formação de porosidades no 
amalgama final. 
 
• Creep 
Ocorre quando um material sólido sofre deformação 
plástica sob pressão 
- Relaciona-se com a degradação marginal de 
amalgamas com baixo teor de cobre. Quanto maior o 
valor do creep, maior o valor de deformação marginal 
observado. 
- o creep leva o amalgama a escoar com o tempo, 
protraindo na margem da restauração se não estiver 
suportado. Quando um amalgama escoa, é a fase γ1 
que sofre deformação plástica. 
- maiores taxas de creep são esperadas para 
amalgamas de baixo teor de cobre com maiores 
frações volumétricas da fase γ1 
- a presença da fase γ2 aumenta a taxa de creep 
- a presença de zinco reduz o creep 
- Além da ausência da fase γ2, as taxas reduzidas em 
amalgamas de alto teor de cobre de composição única 
se relacionam aos bastonetes da fase η’ agirem como 
barreiras à deformação da fase γ2. 
 
• Resistência a corrosão e ao manchamento 
- a tendência de manchamento da formação de sulfato 
de prata na superfície não afeta as propriedades 
mecânicas do amalgama 
- a corrosão tem efeitos negativos nas propriedades do 
amalgama. Os produtos de corrosão mais comuns são 
óxidos e cloretos de estanho, encontrados na interface 
dente-amalgama e no meio do corpo da restauração. 
- a fase η’ é menos suscetível a corrosão do que a fase 
γ2 dos amalgamas convencionais, por isso o processo 
de corrosão das ligas com alto teor de cobre são mais 
limitadas, apesar de serem encontrados produtos de 
corrosão. A fase γ2 está implicada em falhas marginais 
e corrosão ativa em ligas convencionais, mas isso não 
ocorre em ligas com alto teor de cobre. 
- sempre que uma restauração de ouro é colocada 
junto com uma de amalgama, a corrosão do amalgama 
pode ser esperada como resultado da diferença de 
força eletromotriz dos dois materiais. O processo de 
corrosão pode liberar mercúrio livre que pode 
contaminar e enfraquecer a restauração de ouro. 
- um amalgama de alto teor de cobre é catódico em 
relação ao amalgama convencional 
- Responsável por alterações estéticas nos dentes 
(manchamento); 
- Não uso do verniz cavitário, em caso de ligas 
convencionais; 
- Superfícies não polidas: retenção de placa e mais 
propensas à corrosão; 
- Pode comprometer a resistência à fratura e a 
integridade marginal. 
 
• Flow 
- deformação progressiva do amalgama sob constante 
aplicação de uma força progressiva. 
 
• Porosidades do amalgama 
Em qualquer material, a presença de porosidades 
reduz suas propriedades; 
- Podem surgir em função de falhas: 
- No proporcionamento, com excesso de Hg 
- no processo de manipulação manual 
- pressão insuficiente na condensação 
- pressão insuficiente na brunidura 
- porosidades superficiais na escultura 
- polimento inadequado. 
 
* Se o amalgama é condensado de forma apropriada, a 
infiltração diminui conforme a restauração envelhece 
na boca. Isso pode ser causado pelos produtos de 
corrosão que se formam na interface entre o dente e a 
restauração, selando a interface e prevenindo a 
infiltração. A presença de cálcio e fósforo e a 
desmineralização da estrutura dental adjacente à 
restauração de amalgama também sugerem 
fortemente a existência de uma interação biológica 
com o processo de corrosão. A acumulação de 
produtos de corrosão é mais lenta para ligas de alto 
teor de cobre. 
 
 Alterações dimensionais do amalgama 
- Expansão: trituração e condensação insuficientes; 
expansão tardia em razão da contaminação tardia por 
umidades em ligas contendo zinco. A restauração pode 
protruir ficando as margens sem apoio e suscetíveis a 
fratura. 
 
- Escultura e acabamento não adequados da 
restauração e a remoção inadequada da camada de 
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mercúrio da superfície pode resultar em bordas finas 
de amalgama estendendo sobre o esmalte que podem 
fraturar. 
 
- a ausência da fase γ2 suscetível a corrosão na 
microestrutura de ligas de alto teor de cobre é tida 
como o principal fator de resistência à degradação 
marginal. 
 
 
PADRÕES DE AVALIAÇÃO DOS MATERIAIS 
ODONTOLÓGICOS 
 
Especificações: São documentos que relacionam as 
características, propriedades e composição básica dos 
materiais. 
• Novas especificações são sempre desenvolvidas. 
• Especificações existentes são periodicamente 
revisadas. 
• Padronizam dispositivos para testes. 
• Avaliação de propriedades físicas, químicas, 
mecânicas e biológicas. 
• Define critérios de fabricação e armazenamento dos 
materiais. 
 
A maioria dos produtos em odontologia é considerada 
como dispositivo; incluindo produtos vendidos ao 
público como escova, fio dental e adesivos para 
dentaduras. 
Dispositivo: “Qualquer instrumento, aparelho, 
implemento, máquina, artifício, implante ou reagente 
in vitro empregado para diagnóstico, cura, mitigação, 
tratamento ou prevenção de uma doença no homem,e 
que não alcance nenhum de seus objetivos principais 
através de ação química que aconteça no interior do 
corpo humano e de outros animais e que não dependa 
da sua metabolização para alcançar algum de seus 
principais objetivos.” 
 
Tipos de Testes: 
Ensaios Mecânicos: Resistência à tração, compressão, 
cisalhamento, dureza. 
 
Ensaios Físico-Químicos 
monitoramento das reações químicas, características 
estruturais. 
 
BIOCOMPATIBILIDADE DOS MATERIAIS 
ODONTOLOGICOS 
Biomaterial: qualquer material empregado como 
dispositivo biomédico, visando à interação com 
sistemas biológicos (estimulando a reparação de 
qualquer tecido, órgão ou função do organismo). 
Materiais Biocompatíveis: 
• Não devem ser prejudiciais à polpa e aos tecidos 
moles 
• Não devem conter substâncias tóxicas dispersíveis 
que possam ser liberadas e absorvidas pelo sistema 
circulatório causando reação tóxica sistêmica 
• Devem ser livres de agentes potencialmente 
sensibilizantes que possam causar reações alérgicas 
• Não devem ter potencial carcinogênico 
 
Tipos de Testes: 
•Testes Primários: avaliações citotóxicas, 
genotoxicidade, mutações gênicas, cultura de Células 
de tecidos 
• Testes Secundários: toxicidade sistêmica, toxicidade 
à inalação, irritação e sensibilidade na pele, reações a 
implantes. 
• Testes Pré-Clínicos: mamíferos não roedores 
Preparos cavitários dos dentes para simulação de 
procedimentos clínicos 
• Testes em Humanos: mais precisos, mais demorados 
e precisam de aprovação de comitês de ética 
TCLE 
 
TIPOS DE RESTAURAÇÃO 
Diretas 
• Diretamente nos dentes 
• Dentes com menores perdas estruturais 
• Preparos cavitários retentivos 
• Cl I, Cl II, Cl III... 
• Resina Composta 
• Amálgama 
 
Indiretas 
• Fase Laboratorial 
• Dentes com maiores perdas estruturais 
• Preparos cavitários expulsivos 
• RMF 
• Cerâmicas 
 
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR 
Odontoblastos maduros: processos citoplasmáticos se 
estendem para o interior dos túbulos dentinários 
 
- DENTINA 
Composição: 
50% de minerais, 20% de água e 30% de matriiz 
orgânica 
- Quanto mais próximo à polpa, mais numerosos são os 
túbulos e maiores são seus diâmetros. À medida que se 
aproximam do esmalte, esses valores diminuem. 
 
Tipos de dentina: 
• Dentina Primária: formada antes da erupção dos 
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Materiais dentários I 
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dentes 
• Dentina Secundária: se forma devido a estímulos de 
baixa intensidade, decorrentes da função biológica 
normal 
• Dentina Terciária: desenvolve-se na presença de 
irritações mais intensas como cárie e preparo cavitário 
 
- POLPA 
• Tecido conjuntivo frouxo altamente especializado, 
inervado e vascularizado, responsável pela vitalidade 
do dente 
• Efeito de confinamento na câmara pulpar coronária e 
canais radiculares 
•Funções: nutritiva e protetiva 
 
MATERIAIS RESTAURADORES 
Devem ser compatíveis com os tecidos dentários e 
devem ter ótima capacidade de vedamento, pois os 
seguintes fatores são prejudiciais: 
H3PO4 (ácido fosfórico) 
monômeros residuais Danos ao dente 
estímulos termoelétricos 
 
PROTEÇÃO DO COMPLEXO DENTINOPULPAR 
A indicação de agentes de proteção é determinada por: 
1. Profundidade da cavidade 
• Determinada pela dentina remanescente após a 
remoção da cárie e preparo cavitário 
• Dentina: excelente isolante térmico, barreira físico-
química contra a penetração de bactérias e toxinas. 
• 0,5mm de dentina = redução de 75% da toxicidade 
do material 
•1,0mm de dentina = redução de 90% da toxicidade do 
material 
* Cavidades superficiais: aquém, ao nível ou 
ultrapassando ligeiramente a junção amelodentinaria. 
Remoção de defeitos estruturais do esmalte. 
** Cavidades rasas: lesões incipientes onde a parede 
de fundo está localizada de 0,5 a 1,0mm além da 
junção amelodentinária. 
*** Cavidades médias: 1 a 2mm além da junção 
amelodentinária. 
**** Cavidades profundas: ultrapassam metade da 
espessura da dentina. Apenas 0,5mm de dentina 
remanescente. 
***** Cavidades bastante profundas: assoalho 
dentinario a menos de 0,5mm da polpa. Tonalidade 
rósea e presença de microexposições pulpares. 
 
2. Idade do paciente 
- Pacientes idosos: câmara pulpar com volume 
diminuído, devido à formação de dentina secundaria. 
O volume de tecido pulpar aos 55 anos de idade é 
cerca de 1/5 do volume aos 25. 
- Pacientes jovens: câmara pulpar e túbulos dentinários 
mais amplos 
 
3. Condição pulpar 
Testes de sensibilidade pulpar. 
 
MATERIAIS PARA A PROTEÇÃO DO 
COMPLEXO DENTINOPULPAR 
 
- Vernizes Cavitários 
- Materiais à Base de Ca(OH)2 
- Cimentos Ionômero de Vidro 
- Cimentos à Base de ZnO / Eugenol 
- Cimentos à Base de ZnO sem Eugenol 
- Sistemas Adesivos 
 
FORRADORES CAVITARIOS 
 Agentes protetores aplicados em espessura mínima 
(menor que 0,5 mm). O hidróxido de cálcio é o 
ingrediente principal em vários materiais para 
forramento e na formulação base de cimentos porque 
é antimicrobiano, tem alto pH, e estimula a formação 
de dentina terciária ou reacional sobre a polpa 
traumatizada para protegê-la a longo prazo. 
- o pó de hidróxido de cálcio é suspenso em um 
solvente com agente espessante; quando aplicado no 
soalho da cavidade, o solvente evapora, e deixa uma 
camada fina de hidróxido de cálcio. 
- o forramento não tem resistência mecânica suficiente 
ou capacidade isolante térmica, mas pode neutralizar 
ácidos que poderiam migrar em direção à polpa. 
- o hidróxido de cálcio forma carbonato de cálcio e se 
torna inativo, como resultado da exposição ao dióxido 
de carbono no sangue e nos fluidos orais, causando o 
decréscimo de sua atividade antimicrobiana. 
- o hidróxido de cálcio é solúvel em água e não pode 
ser deixado nas margens de uma cavidade preparada, 
senão esta perderá o selamento com a dissolução do 
material 
- muitas formulações de forramento são baseadas na 
adição de hidróxido de cálcio a oxido de zinco eugenol 
de baixa viscosidade, cimento ionômero de vidro ou 
cimentos resinosos. 
- materiais de forramento a base de hidróxido de cálcio 
são muito usados para capeamento pulpar e como 
curativos 
 
BASES PROTETORAS 
Camadas mais espessas (0,5 a 2,0mm) de um ou mais 
agentes protetores para forrar e reconstruir assoalhos 
cavitários. São aplicadas abaixo de materiais 
restauradores para proteger a polpa de traumatismos 
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térmicos, choques galvânicos e irritação química. 
- Cimentos de fosfato de zinco e oxido de zinco 
eugenol são os melhores isolantes por apresentarem 
baixa condutividade térmica. As capacidades isolantes 
dos materiais à base de policarboxilato, ionômero de 
vidro e hidróxido de cálcio também se encontram 
nessa faixa. 
- o baixo pH do cimento de fosfato de zinco pode 
forçar o uso de um material para forramento para 
proteger a polpa 
- hidróxido de cálcio, oxido de zinco eugenol, 
policarboxilato e cimento de ionômero de vidro forma 
barreiras efetivas contra a penetração de constituintes 
irritantes de materiais restauradores. Quando o 
ionômero de vidro é aplicado como base, deve ser 
aplicado um forramento de hidróxido de cálcio antes. 
- os materiais restauradores devem ser aplicados 
depois da presa inicial da base. 
- para restaurações de amalgama, hidróxido de cálcio e 
oxido de zinco eugenol são boas opções. 
- para restaurações de ouro indica-se fosfato de zinco, 
policarboxilato e cimento de ionômero de vidro. 
 
VERNIZES CAVITÁRIOS 
- Composição: 
Resina natural Copal / Colofônia 
 
Resina sintética 
 
Solvente orgânico 
 
 
Os vernizes são compostos de gomas naturais – tais 
como o copal, rosin ou resina sintética – dissolvidas em 
solventes orgânicos. O verniz forma uma camada bem 
fina no dente conformeo solvente evapora. Vernizes 
tem alta concentração de solventes, por isso devem ser 
aplicadas pelo menos duas camadas para que forme 
uma película contínua. A aplicação de verniz reduz a 
infiltração de fluidos irritantes através de pequenas 
fendas marginais e diminui a irritação pulpar. Os 
vernizes também protegem o dente da penetração de 
produtos de corrosão do amalgama nos túbulos 
dentinários. Vernizes são contraindicados quando são 
usados materiais adesivos tais como o cimento de 
ionômero de vidro ou agentes de união adesivos para 
restaurações de compósito. 
 
Indicações: 
• Sob as restaurações de Amálgama, mesmo em ligas 
com alto conteúdo de cobre 
• Sobre materiais de presa lenta como os cimentos 
ionoméricos 
• Em preparos antes da cimentação de restaurações 
metálicas indiretas com cimento fosfato de zinco 
• Sobre restaurações metálicas para evitar 
temporariamente a sensibilidade devida ao galvanismo 
Contra Indicações: 
• Sob restaurações em Resina Composta. 
• Sob restaurações ou preenchimentos de Cimentos 
Ionoméricos 
 
Modo de Aplicação: 
• Aplicar com pincel descartável em duas camadas, 
esperando o tempo de evaporação do solvente 
• Evitar margens cavitárias 
 
CIMENTOS 
Cimentação: é o uso de uma substância modelável que 
tem como objetivo selar ou cimentar duas partes. 
Cimento é a substância que une duas superfícies. Em 
Odontologia, os cimentos são usados como agentes de 
cimentação, material restaurador estético, isolante 
térmico, restaurador temporário, protetor pulpar. 
 
Podem ser apresentados na forma pó-líquido e na 
forma pasta-pasta, de forma que a mistura dos dois 
componentes da início a uma reação química. 
Os líquidos são ácidos (doadores de prótons) e os pós 
são bases (alcalinos), compostos de vidros ou óxidos 
metálicos. 
A reação entre o pó e o líquido é uma reação ácido-
base. 
 
CIMENTOS PARA CIMENTAÇÃO 
Provêm adesão mecânica, como os usados para 
próteses fixas, restaurações temporárias e pinos e 
núcleos usados para retenção de restaurações. 
Microscopicamente, as superfícies do dente e da 
prótese são rugosas e o cimento preenche as 
irregularidades entre ambas as superfícies para formar 
uma camada contínua e livre de espaços vazios, o que 
microscopicamente leva ao travamento de uma 
superfície contra a outra para resistir as forças de 
cisalhamento que podem deslocar a peça. 
Para escolher um cimento para uma aplicação 
específica, o clínico deve considerar as propriedades 
físicas e biológicas do cimento e as características de 
manipulação do cimento, tais como tempo de 
trabalho, tempo de presa, consistência e facilidade de 
remoção de excessos de material. 
- Interface de cimentação 
Os agentes de cimentação são desenvolvidos para 
preencher os espaços microscópicos entre uma peça 
protética e o dente preparado. Cada superfície 
apresenta uma rugosidade microscópica com picos e 
vales, e apenas contatos pontuais são observados 
entre os picos. As áreas que não estão em contato 
Clorofórmio 
Éter 
Acetona 
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devem ser preenchidas pelo cimento para prevenir o 
fluxo de fluidos orais e invasão bacteriana. O cimento 
deve escoar sob pressão e molhar as superfícies. Um 
agente de cimentação deve formar um filme continuo 
sem formar vazios. 
- Retenção friccional: quanto menores os vales, e mais 
contatos nos picos, maior será a retenção friccional e 
menor o numero de cimento gasto para cimentação. A 
ação do cimento é de interposição nesses pequenos 
espaços. O cimento precisa de fluidez e escoamento 
para cumprir esses requisitos. Ele tem que formar 
entre as duas superfícies uma película fina, 
característica essencial. Se tiver um mau escoamento 
não forma a película fina e se não tiver fluidez, não 
consegue preencher os espaços entre os picos e vales. 
Ao tomar presa, o cimento vai dificultar o 
deslocamento das superfícies. 
 
MATERIAIS À BASE DE Ca(OH)2 
- Tipos: 
Hidróxido de Cálcio P. A. (Suspensão e Solução) (NÃO 
SÃO CIMENTOS) 
Cimentos de Hidróxido de Cálcio (Auto Ativados e Foto 
Ativados) 
 
- Propriedades: 
•Estimula a produção de dentina 
•Ação antibacteriana 
•pH elevado ( neutralização de ácidos) 
 
- Mecanismo de Ação: 
Elevação do pH causa necrose superficial que estimula 
a formação de células de defesa induzindo o reparo 
Capeamento Pulpar 
 
Cimentos à base de Ca(OH)2Auto Ativados: 
- Composição: 
Pasta Base: Dióxido de Titânio ( 56,7%) 
Glicol salicilato 
Pigmento 
Hidróxido de Cálcio 
Pasta Catalisadora: Etiltolueno -sulfonamida 
 
- Propriedades: 
•Resistência suficiente para suportar as pressões de 
condensação em restaurações de amálgama 
•Alta solubilidade em meio bucal (ação terapêutica do 
cimento x dissolução e fratura abaixo de restaurações 
à amálgama) 
- Manipulação: 
Partes iguais das duas pastas são dispensadas em bloco 
especial ou placa de vidro e faz-se a espatulação. 
 
Cimentos de Hidróxido de Cálcio Fotoativados 
- Composição: 
Hidróxido de Cálcio 
Sulfato de Bário 
Resina Dimetacrilato de Uretana 
Iniciadores ativados por luz visível 
 
- Propriedades: 
•Aumento da resistência à compressão 
•Redução da solubilidade em água 
•Resistência à dissolução em ácido 
•União com materiais restauradores fotoativados 
•Não aderem à dentina 
- Indicações: 
Limpeza de cavidades 
Proteção pulpar direta ou indireta 
Cimentação de provisórias 
 
CIMENTOS À BASE DE ÓXIDO DE ZINCO E EUGENOL 
Usado para cimentação e restaurações provisórias 
devido à suas qualidades terapêuticas e pH neutro. 
- Pode ser apresentado na forma pó/líquido ou 
pasta/pasta. No sistema de pasta/pasta, o pó de óxido 
de zinco faz parte da pasta base e o eugenol faz parte 
da pasta catalisadora. 
 
- Reação de presa: 
Começa quando a água na solução de eugenol hidrolisa 
o óxido de zinco para formar hidróxido de zinco. O 
hidróxido de zinco e eugenol sofrem quelação e 
solidificam. A reação de presa é lenta, mas pode ser 
acelerada em ambiente quente e úmido. 
Reação ácido–base formando um sal, no meio aquoso 
ZnO + H2O -> Zn(OH)2 
Zn(OH)2+ 2HE -> ZnE2+ 2H2O 
Forma o eugenolato de zinco e há a liberação de água. 
Essa reação é autocatalítica, pois a própria água 
liberada faz com que a reação seja acelerada. 
- O ambiente úmido para esta reação é fornecido pela 
dentina; a temperatura intrabucal acelera a reação. 
 
- Composição: 
Pó: Óxido de Zinco 
Resina de Terebentina 
Estearato de Zinco 
Acetato de Zinco 
Líquido: Eugenol 
Azeite de Oliva ou algum tipo de óleo essencial 
(forma o veículo que facilita a manipulação e 
dá adequada plasticidade ao material) 
 
- Cimentos para restaurações provisórias: 
> Restaurações provisórias temporárias (15 dias) – 
óxido de zinco eugenol tradicional 
> Restaurações provisórias intermediarias (meses): 
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óxido de zinco eugenol reforçado (maior plasticidade e 
resistência a abrasão, pela adição de polímeros). 
 
- Cimentação endodôntica: para obturar o canal 
radicular, o material precisa de uma fluidez grande e 
tempo longo de trabalho, de 20 a 40 minutos. É um 
cimento definitivo. 
 
- Pasta-pasta: agente cimentante provisório, material 
de moldagem, cimento cirúrgico. 
 
* O eugenol tem ação analgésica desde que não entre 
em contato com tecido conjuntivo, porque em contato 
com o tecido conjuntivo é caustico, causando necrose. 
 
Eugenol livre residual interfere com a polimerização de 
resinas compostas ou cimentos resinosos 
- Indicações: 
•Restaurações temporárias e intermediárias (duram 
apenas algumas semanas) 
•Bases para isolamento térmico (caiu em desuso 
porque não tem espessura suficiente) 
•Cimentação temporária e permanente (permanente 
só cimentação endodôntica)•Obturação de canais radiculares 
•Cimentos periodontais 
•Materiais de moldagem 
* Os atributos antimicrobianos são uma vantagem 
deste cimento. São excelentes para cimentar coroas 
acrílicas e próteses fixas provisórias. Restaurações 
provisórias duram apenas algumas semanas. Elas 
selam os túbulos dentinarios contra a invasão de 
substancias e microorganismos e sedam a polpa, 
porém podem causar necrose pulpar não devendo ser 
diretamente usados sobre a polpa. Não devem ser 
usados para cimentação provisória de próteses fixas 
definitivas. Quando é misturado até uma consistência 
de massa de vidraceiro, serve efetivamente como 
material restaurador com duração de até um ano. 
 
- Manipulação 
A espatulação em placa de vidro resfriada retarda a 
presa e permite a obtenção de consistência mais 
espessa, mas a placa não deve apresentar temperatura 
abaixo do ponto de orvalho, caso contrário, a 
condensação de água no cimento pode acelerar a 
reação. 
- Dispensação do material imediatamente antes do 
uso. 
1. Proporcionamento do pó em uma placa de 
vidro Com a devida colher medida 
2. Compactação do pó formando um retângulo 
3. Divisão do pó em 2 partes iguais 
4. Proporcionamento do líquido 
5. Espatulação vigorosa até obter consistência de 
massa de vidraceiro – o po é levado ao líquido 
 
- O uso da placa grossa como base ajuda na dissipação 
do calor gerado pela atrição durante a espatulação. 
 
CIMENTOS À BASE DE ÓXIDO DE ZINCO SEM EUGENOL 
- Composição: 
Pó: Óxido de Zinco 
Cera de Abelha 
Líquido: Azeite de Oliva 
Vaselina 
Ácido Oléico 
- O eugenol inibe a polimerização de resinas 
compostas. 
- Indicações: 
Pacientes sensíveis ao eugenol 
Restaurações Adesivas 
 
•Cimentação Provisória quando a intenção é fazer uma 
cimentação adesiva 
•Cimentos Periodontais 
•Restaurações Temporárias 
 
CIMENTO FOSFATO DE ZINCO 
Constituído de um pó e líquido que são misturados. O 
pó contem 75% de oxido de zinco e 13% de oxido de 
magnésio, na forma de um pó muito fino misturado a 
componentes radiopacos. O líquido é composto por 
38% de ácido fosfórico, 2% de fosfato de alumínio e em 
alguns casos, fosfato de zinco. O líquido controla o pH 
e a taxa de reação ácido-base com o pó. 
Composição: 
Pó: Óxido de Zinco 90% 
 Óxido de Magnésio 
 Óxido de Silício (carga) 
Líquido: Ácido fosfórico 
Água 
Fosfato de 
Alumínio 
Fosfato de Zinco 
- sofre reação acido-base formando um sal. O fosfato 
de zinco esta presente no liquido para facilitar a 
mistura das partes. 
- a alta acidez inicial fez esse material cair em desuso 
como base. 
- quanto maior a espessura, menor a resistência desse 
material. Por isso não é uma boa base, além da alta 
acidez. Também não é usado para cimentação de 
bandas ortodônticas pela acidez. 
 
- Reação de presa: 
O ácido fosfórico dissolve o óxido de zinco, que então 
reage com o fosfato de alumínio para formar um gel de 
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aluminofosfato de zinco ao redor das partículas de 
óxido de zinco que permaneceram não dissolvidas. O 
cimento endurecido contém oxido de zinco que não 
reagiu encapsulado numa matriz amorfa de 
aluminofosfato de zinco. A perda de água do líquido 
aumenta o tempo de presa, enquanto a incorporação 
de água adicional durante a mistura acelera a presa. 
Reação ácido–base que produz um sal e acontece em 
meio aquoso. 
H3PO4 -libera íons de Zinco para o meio 
AlPO4-reage com o Zinco produzindo um gel de Fosfato 
de Alumínio e Zinco sobre a superfície das partículas 
não reagidas 
- quanto mais precipitação de sal, maior a 
neutralização da porção ácida. A reação é lenta e tende 
a total neutralidade 72h após a reação. 
 
- Manipulação: 
 A reação entre o óxido de zinco e o ácido fosfórico é 
exotérmica e requer mistura cuidadosa para minimizar 
o efeito da geração de calor. O pó de óxido de zinco 
deve ser dispensado numa placa de vidro e dividido em 
diversas porções. O líquido só deve ser dispensado na 
placa depois de o pó estar dispensado, dividido e 
pronto para mistura, porque a água do liquido pode 
evaporar, aumentando o tempo de presa. 
Recomenda-se o resfriamento da placa de vidro. 
> Mistura: deve ser iniciada pela incorporação da 
menor parte do pó ao líquido, usando uma espátula 
fina e movimentos de espatulação rápidos. Uma 
grande área da placa deve ser usada para dissipar o 
calor. Cada incremento deve ser misturado de 15 a 20 
segundos antes de misturar o próximo. O tempo de 
mistura total deve ser de 1,5 a 2 minutos. Depois de 
terminada a espatulação, o cimento deve ser recolhido 
na placa e a espátula usada para puxar um fio de 
cimento que deve alcançar 12 a 19mm antes de 
quebrar. 
 
- usar a espátula número 24 flexível 
 
- Controle do tempo de trabalho (retardar a presa): 
> reduzir a proporção pó/líquido para produzir uma 
mistura mais fina. O problema é que essa alteração 
gera um pH inicial mais baixo. 
> porções menores de pó devem ser aglutinadas nos 
primeiros incrementos: isso retarda a taxa de reação 
dos incrementos subsequentes. O calor gerado pela 
reação pode ser suficientemente dissipado durante a 
espatulação. Se uma grande quantidade de calor é 
liberada de uma vez, acelera a reação. 
> prolongar o tempo de espatulação do ultimo 
incremento de pó, destruindo a matriz em formação 
> temperatura de mistura mais baixa, que retarda a 
reação entre o pó e o líquido, atrasando a formação da 
matriz. A temperatura da placa deve estar acima do 
ponto de orvalho, para que a água da condensação não 
reduza a resistência à compressão e à tração do 
cimento fosfato de zinco. O processo de resfriamento 
da placa resulta em um cimento com menos 
viscosidade ao fim da espatulação. 
 
- Retenção: 
Não apresenta retenção química às estruturas dentais 
ou protéticas; sua adesão é exclusivamente mecânica. 
 
- Probriedades: 
Baixa solubilidade em água, mistura acídica, resistente 
e rígido. 
•Consistência e Espessura de Película: 
Peliculas de consistência fluida apresentam pH baixo e 
podem causar injuria pulpar. Porém, películas espessas 
não são bem adaptadas levando ao insucesso do 
tratamento. 
Pressão de espatulação 
•Resistência à compressão = 104 MPa 
•Resistência à tração diametral = 5 MPa 
•Módulo de Elasticidade = 13 GPa 
 
CIMENTO POLICARBOXILATO DE ZINCO 
Exibe adesão química ao dente. Não são usados para 
procedimentos restauradores pela sua opacidade. 
São apresentados como sistema pó-líquido e tomam 
presa por meio de uma reação ácido-base. 
O líquido é uma solução aquosa de ácido poliacrilico ou 
um copolímero de acido acrílico com outros ácidos 
carboxílicos tais como o ácido itacônico. 
O pó contém principalmente oxido de zinco com um 
pouco de oxido de magnésio, oxido de estanho, oxido 
de bismuto e/ou alumina. 
Pó: Óxido de Zinco 
 Óxido de Magnésio 
 Fluoreto Estanoso 
Líquido: Ácido Poliacrílico 40%(aq) 
Ácido Itacônico 
 
- Reação de presa: 
A presa começa com a dissolução das partículas de pó 
pelo ácido, que libera íons de zinco, magnésio e 
estanho; esses se ligam aos grupos carboxílicos 
formando ligações cruzadas. Como resultado, uma 
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matriz tridimensional com fase policarboxilato é 
formada, encapsulando a porção não reagida das 
partículas. O cimento endurecido de policarboxilato de 
zinco é uma matriz de gel amorfa na qual as partículas 
de pó que não reagiram estão dispersas, como 
também ocorre com o cimento de fosfato de zinco. O 
pH do líquido do cimento é baixo (1,7). O pH aumenta 
rapidamente de 3 para 6 enquanto a reação de presa 
progride. 
O tempo de presa demora de 6 a 9 minutos. 
Ácido Poliacrílico: dissolução e liberação de íons de Zn, 
Mg e Sn 
Os íonsunem-se à cadeia polimérica através dos 
grupos carboxílicos formando um sal de ligação 
cruzada 
 
- Adesão: 
Adere-se quimicamente à estrutura dental. O ácido 
poliacrílico se liga aos íons cálcio da superfície do 
esmalte e da dentina. A adesão ao esmalte é melhor 
do que à dentina, devido à maior concentração de íons 
cálcio no esmalte. 
 
- Manipulação: 
O líquido deve ser dispensado apenas na hora da 
mistura para não evaporar água e aumentar muito sua 
viscosidade. O pó deve ser rapidamente aglutinado no 
líquido. Um tempo de manipulação muito longo pode 
resultar em um cimento muito viscoso. O cimento deve 
ser usado antes de perder o brilho superficial, porque 
isso significa que ainda há grupos de ácido carboxílico 
livres na superfície para garantir boa adesão ao dente. 
 
•Resfriamento da placa de vidro ou do pó 
•Adicionar o pó ao líquido em grandes quantidades 
•Espatular em 30s 
•Usar a menor área de placa possível 
•Usar a mistura enquanto apresentar brilho superficial 
 
 
- Tempo de trabalho: 
2,5 minutos; espatular em 30 segundos. O uso de 
placa resfriada aumenta o tempo de trabalho, embora 
leve a viscosidade do ácido poliacrílico a aumentar, 
dificultando a espatulação. Espatulação e 
assentamento rápidos reduzem a viscosidade do 
cimento e asseguram assentamento completo. 
 
- Propriedades: 
Resistência à compressão menor que a do cimento de 
fosfato de zinco. Maior elasticidade. Dissolvido em 
ácidos e a redução da relação pó-líquido aumenta a 
solubilidade. Produzem irritação mínima à polpa. O 
maior tamanho de suas moléculas limita a penetração 
do acido nos túbulos dentinários, contribuindo para a 
excelente biocompatibilidade e baixa sensibilidade pós 
operatória do cimento de policarboxilato. 
•Adesão: grupos carboxílicos + Ca2+ (quelação) 
•Espessura de película: maior viscosidade que o 
Fosfato de Zn, mas são tixotrópicos (espessura 
adequada) 
•Resistência à Compressão: 55MPa 
•Resistência à tração: 30 à 40%> que Fosfato de Zn 
•ME<< Fosfato de Zn 
•Menos friável que o Fosfato de Zn 
 
Tempo de Trabalho e Tempo de Presa: 
Tempo de Trabalho: 2,5 min 
Tempo de presa: 6 a 9 min 
Biocompatibilidade: 
pH = 1,7 ( rapidamente neutralizado pelo pó) 
Ácido Poliacrílico = moléculas maiores = < difusão 
 
CIMENTO IONÔMERO DE VIDRO 
Estética do cimento de silicato somado ao fato de 
conter flúor na sua composição + a biocompatibilidade 
e adesão química à estrutura dental do policarboxilato. 
 
Cimento ionômero de vidro é o nome genérico para 
materiais que tomam presa por meio da reação entre o 
pó de vidro e o ácido poliacrílico. O uso do acido 
poliacrílico torna o cimento de ionômero de vidro 
capaz de aderir à estrutura dental. O cimento de 
ionômero de vidro é translúcido 
- Cimentos de ionômero de vidro são usados para 
restaurações estéticas de dentes anteriores, por 
exemplo cavidades classe III e V, como cimentos para 
cimentação, como adesivos para aparelhos 
ortodônticos e restaurações provisórias, como selantes 
de fossulas e fissuras, material para forramento e base 
e como material de preenchimento. 
 
 
- Classificação dos cimentos ionômeros de vidro: 
Tipo I: cimentação de coroas, pontes e brackets 
ortodônticos. Partículas com granulação fina. Quanto 
menores as partículas, maior a fluidez e maior a 
capacidade de escoamento. 
Tipo IIa: cimentos restauradores estéticos. Partículas 
de granulação maior. Precisam ter transparência para 
cumprirem sua função estética. 
Tipo IIb: cimentos restauradores reforçados. Reforçado 
com metal (perdendo a função estética) ; 
reconstruções de paredes internas de um preparo, 
núcleos de preenchimento. 
Tipo III: material de base e forramento. Resistentes e 
radiopacos; selamento de fossulas e fissuras. 
 
Baixado por Renan Augusto (renanaugusto77@yahoo.com.br)
lOMoARcPSD|10082523
Materiais dentários I 
Karolina Viana 
 
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Indicações gerais do ionômero de vidro: selamento, 
forramento, restaurações classe III e V, restaurações 
classe I e II incipientes (interproximal sem 
comprometimento da crista marginal), erosão e 
abrasão, cimentação, núcleos de preenchimento, ART 
(tratamento restaurador atraumatico). 
 
- Composição do vidro: 
A composição do vidro pode variar, mas alguns 
elementos como sílica, calcia, alumina (óxidos de 
silício, cálcio e alumínio, respectivamente) e flúor estão 
sempre presentes. A proporção de alumina/sílica é 
crucial para a reatividade com o ácido poliacrílico. 
Óxidos de metais de alta massa atômica como o bário, 
estrôncio e outros são adicionados para aumentar a 
radiopacidade. 
 
- Composição do líquido: 
Soluções aquosas de ácido poliacrílico eram usadas, 
mas tais líquidos apresentavam alta viscosidade e 
pequeno prazo de validade, ao fim do qual formavam 
um gel espesso. 
Atualmente o componente líquido é formado de 
copolímeros dos ácidos itaconico, maleico ou 
tricarboxilico 
 O acido tartarico é adicionado ao liquido para 
controlar a taxa de reação e permitir a utilização de 
uma maior gama de tipos de vidro, além de melhorar 
as características de manipulação, diminuir a 
viscosidade, aumentar o prazo de validade antes que o 
espessamento do liquido aconteça, aumentar o tempo 
de trabalho, e diminuir o tempo de presa. 
 
- Reação de presa 
Quando o pó e o líquido são misturados, o acido 
começa a dissolver o vidro liberando íons de cálcio, 
alumínio, sódio e flúor. A água serve como meio de 
reação. Os íons cálcio formam ligações cruzadas entre 
as cadeias do ácido poliacrílico; no decorrer de 24h, os 
íons cálcio são substituídos por íons alumínio. Íons 
sódio e flúor não participam de ligações cruzadas no 
cimento. Alguns dos íons sódio podem substituir os 
íons hidrogênio nos grupos carboxílicos, e íons flúor 
são dispersos na matriz tridimensional do cimento. A 
fase com ligações cruzadas se forma hidratada com o 
tempo conforme a maturação progride. As porções 
não dissolvidas das partículas de vidro são recobertas 
por um gel rico em sílica que se forma na superfície das 
partículas. Assim, o cimento endurecido consiste de 
partículas de vidro não dissolvidas recobertas com uma 
camada de gel de sílica, por sua vez embebidas em 
uma matriz de polissais de cálcio e alumínios 
hidratados, contendo flúor. 
 
- Mecanismo de adesão 
Ionômeros de vidro aderem à estrutura dental por 
meio da quelação dos grupos carboxílicos dos ácidos 
poliacrilicos com o cálcio na apatita do esmalte e da 
dentina, de maneira semelhante ao cimento de 
policarboxilato. 
O acido poliacrilico não pode promover a 
desmineralização, ele tem baixo poder de penetração. 
Isso se explica pelo fato de que o CIV usa os íons cálcio 
para se aderir na superfície do dente. 
Para adesão adequada, a superfície deve estar limpa e 
deve-se aumentar a energia de superfície para o 
cimento molhar completamente as paredes. 
O coeficiente de expansão térmica linear deve estar 
próxima ao esmalte e dentina (diz respeito às 
contrações e retrações que o material sofre com 
mudanças de temperatura. O coeficiente de expansão 
linear do cimento de ionômero de vidro é quase igual 
ao da dentina. 
Apesar do pH acido inicial, é biocompativel, porem em 
cavidades profundas, para não causar resposta pulpar, 
colocar primeiro cimento de hidróxido de cálcio. 
A biocompatibilidade é devida ao alto peso molecular 
do ácido poliacrílico que faz com que ele seja um ácido 
mais fraco e menos irritante; baixa capacidade de 
penetração; menor potencial desmineralizante. 
 
- Manipulação 
Para fazer uso do ionômero de vidro como agente 
cimentante, toda a superfície deve estar limpa e seca, 
a superfície interna da prótese deve estar preparada 
com um agente cimentante com os excessos 
removidos. 
Para restaurações, a superfície do ionômero de vidro 
deve estar protegida para evitar desidratação ou 
exposição prematura à saliva 
- superfícies dentais limpas são essenciais para a 
adesão prolongada. A limpeza pode ser feita com uma 
pasta de pedra pomes. 
- O condicionamento pode ser feito com ácido 
fosfórico (34% a 37%)

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