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Direito Processual Penal I apostila

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1 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
MATERIAL DIDÁTICO DA DISCIPLINA DE DIREITO PROCESSUAL PENAL I** 
2º Semestre de 2017 – Prof.ª Ana Paula do Vale Fossali Paranhos 
UNIDADE I- INTRODUÇÃO AO DIREITO PROCESSUAL PENAL. SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS. PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E 
CONSTITUCIONAIS 
CONCEITO DE DIREITO PROCESSUAL PENAL: 
• ESTADO - ente soberano - poder de ditar as regras de convivência - NORMAS - manter a paz e garantir a proteção aos BENS JURÍDICOS. 
• Estado – não é um poder institucionalizado, mas titular de um poder. 
• INFRIGÊNCIAS ÀS NORMAS DE CARÁTER PENAL - punições. 
• Sendo desrespeitada - surge direito de punir (jus puniendi). 
• Forma de aplicação da pena - imediata e arbitrariamente? Sem conferir ao acusado as devidas oportunidades de defesa? 
• Necessárias provas da prática do crime – QUAIS? 
• Ao final poderá condenar ou absolver. 
• CONFLITO DE INTERESSES - ESTADO (jus puniendi) e o INFRATOR (direito de defesa constitucionalmente garantido - garantia de 
liberdade). 
• SOLUÇÃO LIDE - só após apresentação de uma acusação formal pelo titular do direito de ação. 
• Recebida a acusação – início da ação penal – regras: PROCEDIMENTOS 
• DIREITO PROCESSUAL PENAL - conjunto de princípios e normas que disciplinam a persecução penal para a solução das lides penais. 
• Dispositivos que regulamentam o Processo Penal: 
* CR/88 - princípios que garantem o pleno direito de defesa do acusado (princípio do contraditório, da ampla defesa, da presunção de 
inocência, da vedação das provas ilícitas etc.); regras que disciplinam os órgãos encarregados da persecução penal e o âmbito de sua 
atuação (polícia judiciária, Ministério Público); alcance da competência de certos órgãos jurisdicionais (Juizado Especial Criminal, 
Tribunal do Júri, Tribunais de Justiça e Superiores nos casos de foro especial por prerrogativa de função etc.), outros dispositivos de 
interesse processual penal (permissão de prisão provisória nos casos admitidos em lei, possibilidade de liberdade provisória quando não 
houver vedação legal, inafiançabilidade de certos crimes, vedação de determinados tipos de pena, imprescritibilidade de algumas infrações 
penais etc.) 
* CPP – Decreto-Lei n.º 3.689/41 – maior número de regras 
* Leis Especiais – Lei de Drogas, Lei de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Lei n.º 9.099/95. 
 
SISTEMAS PROCESSUAIS PENAIS: 
• Existem três espécies de sistemas processuais penais: 
SISTEMA INQUISITIVO 
• Típico das ditaduras. 
• Cabe a um só órgão acusar e julgar. O juiz dá início à ação penal e, ao final, ele mesmo profere a sentença. E a isonomia? 
• Muito criticado: E a imparcialidade? 
• Antes CR/88 – admitido Contravenções penais (art. 17 do Decreto-lei n. 3.688/41) e crimes de homicídio e lesões corporais culposos (Lei n. 
4.611/65) - PROCESSO JUDICIALIFORME 
Art. 17. A ação penal é pública, devendo a autoridade proceder de ofício. 
 
• Banido com a CR/88 - art. 129, I - MP titular exclusivo da ação pública. 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
(...) 
 
SISTEMA ACUSATÓRIO 
• Ninguém poderá ser chamado a juízo sem uma acusação. 
• Existe separação entre os órgãos - acusação e o julgamento. 
• Garantia da imparcialidade do julgador. 
• Assegura a plenitude de defesa e o tratamento igualitário (isonomia) das partes. 
• ISONOMIA – posição de equilíbrio no processo – idênticas oportunidades de intervenção. 
• Iniciativa órgão acusador = defesa tem sempre o direito de se manifestar por último. 
• Produção das provas é incumbência das partes. 
2 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
SISTEMA MISTO OU INQUISITIVO GARANTISTA 
• Há uma fase investigatória e persecutória preliminar conduzida por um juiz. 
• Não é inquérito policial (natureza administrativa e presidido por autoridade policial). 
• Em seguida passa-se à fase acusatória - assegurados os direitos do acusado e a independência entre acusação, defesa e juiz. 
• Tal sistema tem origem no Código de Processo Penal francês de 1908 e, atualmente é adotado em diversos países europeus. 
• Característica marcante - Juizado de Instrução, fase preliminar instrutória presidida por juiz. 
 
SISTEMA ADOTADO NO BRASIL 
• Sistema acusatório – separação entre função acusatória (MP crimes de ação pública) e a julgadora. 
• Não é um sistema acusatório PURO. 
• Há exceções com relação à produção das provas apenas pelas partes. 
• Vejam alguns exemplos: 
Art. 28. Se o órgão do Ministério Público, ao invés de apresentar a denúncia, requerer o arquivamento do inquérito 
policial ou de quaisquer peças de informação, o juiz, no caso de considerar improcedentes as razões invocadas, fará 
remessa do inquérito ou peças de informação ao procurador-geral, e este oferecerá a denúncia, designará outro órgão 
do Ministério Público para oferecê-la, ou insistirá no pedido de arquivamento, ao qual só então estará o juiz obrigado a 
atender. 
 
• O art. 28 do CPP foi recepcionado pela CR/88? 
Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício: (Redação dada pela 
Lei nº 11.690, de 2008) 
I – ordenar, mesmo antes de iniciada a ação penal, a produção antecipada de provas consideradas urgentes e 
relevantes, observando a necessidade, adequação e proporcionalidade da medida; (Incluído pela Lei nº 11.690, de 
2008) 
II– determinar, no curso da instrução, ou antes de proferir sentença, a realização de diligências para dirimir dúvida 
sobre ponto relevante. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
• E o art. 156 do CPP? Não seria inconstitucional, principalmente o inciso I? 
• Mas o princípio da verdade real? E o princípio da proteção – art. 5°, caput, CR/88? Proteção dos bens jurídicos relevantes pelo legislador. 
• Mais exemplos: 
Art. 209. O juiz, quando julgar necessário, poderá ouvir outras testemunhas, além das indicadas pelas partes. 
§1º Se ao juiz parecer conveniente, serão ouvidas as pessoas a que as testemunhas se referirem. 
§2º Não será computada como testemunha a pessoa que nada souber que interesse à decisão da causa. 
 
Art. 212. As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que 
puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida. 
(Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
Parágrafo único. Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição. (Incluído pela Lei nº 
11.690, de 2008) 
 
Art. 404. Ordenadodiligência considerada imprescindível, de ofício ou a requerimento da parte, a audiência será 
concluída sem as alegações finais. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
Parágrafo único. Realizada, em seguida, a diligência determinada, as partes apresentarão, no prazo sucessivo de 5 
(cinco) dias, suas alegações finais, por memorial, e, no prazo de 10 (dez) dias, o juiz proferirá a sentença. (Incluído 
pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 385. Nos crimes de ação pública, o juiz poderá proferir sentença condenatória, ainda que o Ministério Público 
tenha opinado pela absolvição, bem como reconhecer agravantes, embora nenhuma tenha sido alegada. 
 
Art. 497. São atribuições do juiz presidente do Tribunal do Júri, além de outras expressamente referidas neste Código: 
(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
(...) 
3 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
V – nomear defensor ao acusado, quando considerá-lo indefeso, podendo, neste caso, dissolver o Conselho e designar 
novo dia para o julgamento, com a nomeação ou a constituição de novo defensor; (Redação dada pela Lei nº 11.689, 
de 2008) 
 
• Haveria inconstitucionalidade nestes artigos? 
• Para alguns o art. 129, I, CR/88 se limita a proibir o juiz de desencadear a ação penal – não de determinar a produção de provas necessárias 
ao esclarecimento da verdade real. 
• Exemplos práticos para saber qual sistema processual adotamos: 
1- MP deixa de arrolar testemunha chave em uma ação de latrocínio. O juiz poderia colher seu depoimento? 
2- Na audiência o MP pergunta apenas sobre um dos 2 crimes que denunciou – o juiz poderia complementar a inquirição? 
3- O juiz pode determinar diligências que podem beneficiar uma das partes, tanto a acusação quanto a defesa. 
• No sistema acusatório puro quais seriam as decisões finais do juiz, nestes casos? 
 
PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS E CONSTITUCIONAIS: 
• PRINCÍPIO – base para a interpretação das normas. 
• PRINCÍPIOS PROCESSUAIS PENAIS – informativos basilares do Processo Penal (respaldo constitucional ou construção doutrinária e 
jurisprudencial). 
• I) PRINCÍPIOS REGENTES - reguladores de todo o sistema. 
1- Devido Processo Legal – art. 5º, LIV e LV, CR/88 
• Respeito ao devido processo legal = cumprimento dos princípios penais e processuais penais. 
Art. 5º. (...) 
(...) 
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal; 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
• Algumas ofensas ao devido processo legal: 
1- Denúncia ou queixa sem os requisitos do art. 41, CPP. 
Art. 41. A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação 
do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol 
das testemunhas. 
 
2- Recebimento da inicial acusatória sem prova de materialidade do crime imputado nas infrações que deixam vestígios. 
Art. 158.Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não 
podendo supri-lo a confissão do acusado. 
 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova testemunhal 
poderá suprir-lhe a falta. 
 
3- Inobservância do procedimento previsto em lei. 
4- Interrogatório do réu sem a presença de defensor, constituído ou nomeado. 
5- Processo conduzido por juiz suspeito ou impedido. 
6- Indeferimento no interrogatório do réu, de perguntas feitas pelos advogados dos demais corréus. 
7- Decreto de prisão preventiva sem o exame quanto à possibilidade de aplicação de medidas cautelares diversas da prisão. 
 
2- Dignidade da Pessoa Humana – art. 1º, III, CR/88 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito 
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
(...) 
III - a dignidade da pessoa humana; 
 
• Fim do Estado Democrático de Direito: cultuar dignidade humana (respeito à individualidade X poder estatal) e combate à criminalidade; 
segurança. 
4 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
II) CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS (EXPLÍCITOS) 
1- Concernentes ao Indivíduo 
1.1- Presunção Inocência ou Estado de Inocência – art. 5º LVII, CR/88 
Art. 5º. (...) 
(...) 
LVII - ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória; 
 
• Conectado à prevalência do interesse do réu e à imunidade à autoacusação. 
• Efeitos práticos: 
a) ônus da prova cabe à acusação - princípios da prevalência do interesse do réu (in dubio pro reo ou favor rei) e imunidade contra a 
autoacusação. 
b) medidas cautelares restritivas da liberdade APENAS se efetivamente necessárias. 
Súmula 444, STJ - É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. 
 
Súmula 347, STJ - O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão. 
 
• HC 82.078/MG 2009 e HC 126.292/SP 2016. 
* Princípio do In Dubio pro Reo ou Favor Rei – art. 386, VII, CPP 
Art. 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
VII – não existir prova suficiente para a condenação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
• Apenas diante de certeza quanto à responsabilização penal do acusado pelo fato praticado é que poderá operar-se a condenação. 
• MITIGADO: CONSELHO DE SENTENÇA – JÚRI 
• Não há a prevalência deste princípio quando do: Recebimento da Denúncia e Decisão de Pronúncia 
1.2- Ampla Defesa – art. 5º, LV, CR/88 
Art. 5º. (...) 
(...) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
• Aplicado ao Processo Penal em geral, permitindo ao acusado o exercício da AUTODEFESA, juntamente com a DEFESA TÉCNICA. 
• Desdobramentos: 
- Direito à informação – conhecimento dos atos do processo a fim de que possa exercer sua defesa; 
- Bilateralidade (Contraditoriedade) – as partes devem ser ouvidas pelo juiz – participar da formação do seu convencimento. 
- Direito à prova legalmente produzida ou obtida. 
Outros direitos decorrentes deste princípio: 
• Assistência Jurídica integral e gratuita: 
Art. 5º. (...) 
(...) 
LXXIV - o Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos quecomprovarem insuficiência de recursos; 
 
• Direito de se manifestar sempre após a acusação. 
Art. 402. Produzidas as provas, ao final da audiência, o Ministério Público, o querelante e o assistente e, a seguir, o 
acusado poderão requerer diligências cuja necessidade se origine de circunstâncias ou fatos apurados na instrução. 
(Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 403. Não havendo requerimento de diligências, ou sendo indeferido, serão oferecidas alegações finais orais por 20 
(vinte) minutos, respectivamente, pela acusação e pela defesa, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a 
seguir, sentença. (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 534. As alegações finais serão orais, concedendo-se a palavra, respectivamente, à acusação e à defesa, pelo 
prazo de 20 (vinte) minutos, prorrogáveis por mais 10 (dez), proferindo o juiz, a seguir, sentença. (Redação dada pela 
Lei nº 11.719, de 2008). 
5 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
• Não é um direito ilimitado! Vejamos alguns casos concretos: 
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido 
juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. (Redação dada 
pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 
• Proibição de utilização – não fere a ampla defesa! 
Art. 265.(...) 
§2º Incumbe ao defensor provar o impedimento até a abertura da audiência. Não o fazendo, o juiz não determinará o 
adiamento de ato algum do processo, devendo nomear defensor substituto, ainda que provisoriamente ou só para o 
efeito do ato. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
• Ausência injustificada – nomeação de defensor – não fere a ampla defesa! 
• Cuidado! Súmula 523, STF 
Súmula 523, STF. No Processo Penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o anulará 
se houver prova de prejuízo para o réu. 
 
• Apresentação intempestiva de rol de testemunhas – preclusão não fere a ampla defesa. 
• Omissão de apresentar resposta à acusação – nomeação de defensor – não preclui 
Art. 396-A. (...) 
§2º Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado, não constituir defensor, o juiz nomeará 
defensor para oferecê-la, concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
Art. 55. Oferecida a denúncia, o juiz ordenará a notificação do acusado para oferecer defesa prévia, por escrito, no 
prazo de 10 (dez) dias. 
§2° As exceções serão processadas em apartado, nos termos dos arts. 95 a 113 do Decreto-Lei no 3.689, de 3 de 
outubro de 1941 - Código de Processo Penal. 
 
1.3- Plenitude de Defesa – art. 5º, XXXVIII, “a”, CR/88 
Art. 5º. (...) 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
 
• Efetividade e primor na atuação da defesa técnica (juízes leigos). 
• Possível a inovação da tese defensiva na tréplica. 
2- Concernentes à Relação Processual 
2.1- Contraditório - art. 5º, LV, CR/88 
Art. 5º. (...) 
(...) 
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contraditório e 
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes; 
 
• Não é ilimitado: uma parte irá se manifestar por último; no caso, a defesa, antes do julgamento, em observância à ampla defesa. 
• Relacionado às partes (acusação e defesa). 
• Oportunidade de ter ciência dos fatos alegados pela parte contrária, ou seja, de resposta na mesma intensidade e extensão: apresentar sua 
versão, produzir provas e acompanhar as provas produzidas pela outra parte. 
Art. 409. Apresentada a defesa, o juiz ouvirá o Ministério Público ou o querelante sobre preliminares e documentos, em 
5 (cinco) dias.(Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 
Art. 479. Durante o julgamento não será permitida a leitura de documento ou a exibição de objeto que não tiver sido 
juntado aos autos com a antecedência mínima de 3 (três) dias úteis, dando-se ciência à outra parte. (Redação dada 
pela Lei nº 11.689, de 2008) 
 
• Contraditório Diferido ou Postergado: 
6 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
- Decretação da Prisão Preventiva – art. 282, §3º, CPP 
Art. 282. (...) 
§3º Ressalvados os casos de urgência ou de perigo de ineficácia da medida, o juiz, ao receber o pedido de medida 
cautelar, determinará a intimação da parte contrária, acompanhada de cópia do requerimento e das peças necessárias, 
permanecendo os autos em juízo. (Incluído pela Lei nº 12.403, de 2011). 
 
- Sequestro de Bens Imóveis – art. 125, CPP 
Art. 127. O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou do ofendido, ou mediante representação da 
autoridade policial, poderá ordenar o seqüestro, em qualquer fase do processo ou ainda antes de oferecida a denúncia 
ou queixa. 
 
- Interceptações Telefônicas – Lei n.º 9.296/96 
- Medidas Protetivas de Urgência – art. 19, §1º Lei n.º 11.340/06 
Art. 19. (...) 
§1º As medidas protetivas de urgência poderão ser concedidas de imediato, independentemente de audiência das 
partes e de manifestação do Ministério Público, devendo este ser prontamente comunicado. 
 
* Princípio da Isonomia 
• As partes, em juízo, devem contar com as mesmas oportunidades. 
• Exceção: existência de uma finalidade razoavelmente proporcional ao fim visado – Princípio do In dubio pro Reo ou Favor Rei – arts. 
386, VII e 621, CPP – interesse do acusado tem prevalência sobre a pretensão punitiva estatal. 
• Foro Privilegiado: proteção da função ou cargo públicos. 
 
3- Concernentes à Atuação do Estado 
3.1- Juiz Natural e Imparcial - art. 5º, LIII e XXXVII, CR/88 
Art. 5º. (...) 
LIII - ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente; 
 
Art. 5º. (...) 
XXXVII - não haverá juízo ou tribunal de exceção; 
 
• Juiz Natural - previamente estipulado pelas leis, que atue com imparcialidade. 
• Decorrência: não haverá Tribunal ou Juízo de Exceção – criado após o crime para julgar determinado réu. 
* Imparcialidade – instrumentos para resguardá-la (exceção suspeição ou impedimento) – nem sempre o juiz natural, é imparcial! 
* Varas Especializadas ou Varas do Júri (?) 
• Para garantir a imparcialidade – art. 95, CR/88 
Art. 95. Os juízes gozam das seguintes garantias: 
I - vitaliciedade, que, no primeiro grau, só será adquirida após dois anos de exercício, dependendo a perda do cargo, 
nesse período, de deliberação do tribunal a que o juiz estivervinculado, e, nos demais casos, de sentença judicial 
transitada em julgado; 
II - inamovibilidade, salvo por motivo de interesse público, na forma do art. 93, VIII; 
III - irredutibilidade de subsídio, ressalvado o disposto nos arts. 37, X e XI, 39, § 4º, 150, II, 153, III, e 153, § 2º, I. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
 
• Ferem este princípio: 
1- Processo e julgamento na Justiça Comum de crime sujeito à competência da Justiça Militar. 
2- Processo e julgamento por juiz de direito de quem tem foro privilegiado. 
3- Desaforamento Júri – excesso de serviço – art. 428, CPP. 
3.2- Publicidade – arts. 5º, XXXIII, LX e 93, IX, CR/88 
Art. 5º. (...) 
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse 
coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo 
seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado; 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
(...) 
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o 
exigirem; 
Art. 93. (...) 
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena 
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
• Limpidez e lisura dos atos processuais, praticados publicamente. 
* Base idônea para a fiscalização do Judiciário – maior legitimidade. 
* Direito à Intimidade – equilíbrio entre os direitos e garantias individuais (sigilo processual). 
CPP: 
Art. 201. (...) 
§6º O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, 
podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações 
constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, 
de 2008) 
 
Art. 485. Não havendo dúvida a ser esclarecida, o juiz presidente, os jurados, o Ministério Público, o assistente, o 
querelante, o defensor do acusado, o escrivão e o oficial de justiça dirigir-se-ão à sala especial a fim de ser procedida a 
votação. (Redação dada pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§1º Na falta de sala especial, o juiz presidente determinará que o público se retire, permanecendo somente as pessoas 
mencionadas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 2008) 
§2º O juiz presidente advertirá as partes de que não será permitida qualquer intervenção que possa perturbar a livre 
manifestação do Conselho e fará retirar da sala quem se portar inconvenientemente. (Incluído pela Lei nº 11.689, de 
2008) 
 
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos 
e tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora 
certos, ou previamente designados. 
 
3.3- Vedação das Provas Ilícitas – art. 5º, LVI, CR/88; arts. 155 e 157 do CPP 
Art. 5º. (...) 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas 
em violação a normas constitucionais ou legais. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
(...) 
§3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão 
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
• Princípio ético 
• Servem para cercear (limitar) o poder estatal e seus agentes na atividade persecutória penal. 
• Licitude na apuração dos fatos. 
• Flexibilização – utilização eventual condenação de pessoa inocente, para garantir absolvição – princípio da proporcionalidade/sopesamento – 
Liberdade X Intimidade 
• Provas Ilegítimas – violação de normas legais. Ex. interrogatório sem advogado – art. 185, CPP e art. 5º, LV, CR/88 – Um perito apenas - art. 
159, §1º, CPP – nulidade (?). 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• Provas Ilícitas – violação de normas constitucionais. Ex. interceptação telefônica sem ordem judicial – art. 5º, XII, CR/88 
3.4- Economia Processual – art. 5º, LXXVIII, CR/88 
Art. 5º. (...) 
LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que 
garantam a celeridade de sua tramitação. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
• Somente status constitucional em 2004 (Emenda 45/2004 – art. 5º, LXXVIII da CR/88). 
• Cautela no Processo Penal – justiça rápida (evitar prescrição) X ampla defesa. 
• Conectado à duração razoável do processo e à duração razoável da prisão cautelar. 
3.5- Regentes do Tribunal do Júri – art. 5º, XXXVIII, CR/88 
Art. 5º. (...) 
XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que lhe der a lei, assegurados: 
a) a plenitude de defesa; 
b) o sigilo das votações; 
c) a soberania dos veredictos; 
d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
3.5.1 – Sigilo das votações 
• Garantia da decisão em sala privativa, sem acesso do público, votos secretos – tranquilidade – Fere o princípio da publicidade? 
• Qual o objetivo deste princípio? 
3.5.2 – Soberania dos Veredictos 
• Tribunal togado não pode modificar decisão relativa à questão de mérito (absolver ou condenar). 
• Nem por Revisão Criminal. 
• Erro: deferimento para remeter o caso a nova apreciação pelo Tribunal Júri. 
3.5.1 – Competência Crimes Dolosos contra Vida – arts. 121 ao 127, CP - MÍNIMA 
• Pode ser ampliado, mas não restringido. 
3.6- Legalidade Estrita da Prisão Cautelar – art. 5º, LXI, LXII, LXIII, LXIV, LXV, LXVI 
Art. 5º. (...) 
LXI - ninguém será preso senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada de autoridade judiciária 
competente, salvo nos casos de transgressão militarou crime propriamente militar, definidos em lei; 
LXII - a prisão de qualquer pessoa e o local onde se encontre serão comunicados imediatamente ao juiz competente e 
à família do preso ou à pessoa por ele indicada; 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a 
assistência da família e de advogado; 
LXIV - o preso tem direito à identificação dos responsáveis por sua prisão ou por seu interrogatório policial; 
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária; 
LXVI - ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a liberdade provisória, com ou sem fiança; 
 
• CONTROLE judicial das prisões em geral, em especial, as cautelares. 
• Aplicação Preceitos Garantistas Constitucionais (família, advogado e silêncio). 
• Rigoroso CONTROLE pelo juiz em relação ao tempo da prisão cautelar. 
III) CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS (IMPLÍCITOS) 
1- Concernentes à Relação Processual 
1.1- Duplo grau de jurisdição – art. 5º, §2º, CR/88 - implícito 
Art. 5º. (...) 
§2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos princípios 
por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte. 
 
Convenção Americana dos Direitos Humanos 
Artigo 8º - Garantias judiciais 
(...) 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
2. Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente 
sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em plena igualdade, às seguintes garantias mínimas: 
(...) 
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior. 
 
• Se concretiza mediante a interposição de recursos – revisão de decisões proferidas por juízes ou tribunais sujeitos à sua jurisdição. 
• Possibilidade de todo condenado ter acesso a um recurso. 
• Foro Privilegiado (?) – não é proteger indivíduos determinados, mas a função pública ou cargo. 
• Preparo (?) – art. 806, §2º, CPP - Querelante 
2- Concernentes à Atuação do Estado 
2.1- Promotor Natural e Imparcial - art. 5º, LIII, CR/88 
• Órgão Acusatório predeterminado para cuidar de determinados crimes; assim, busca-se sua atuação imparcial. 
• Ninguém será processado... 
• Todo acusado tem o direito de saber, com definição antecipada, aquele que personificará o Estado-Acusador. 
• Imparcial – pode requerer arquivamento do IP e absolvição. 
2.2- Legalidade ou Obrigatoriedade da ação penal e, como consequência, indisponibilidade da ação penal – arts. 17, 42 e 576, CPP 
Art. 17. A autoridade policial não poderá mandar arquivar autos de inquérito. 
 
Art. 42. O Ministério Público não poderá desistir da ação penal. 
 
Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que haja interposto. 
 
• O MP tem o dever de oferecer a denúncia, desde que exista justa causa (suporte mínimo de prova) – ação pública. 
• Após o oferecimento, não pode desistir da ação 
• Flexibilização - Transação Penal (?) – DISCRICIONARIEDADE REGRADA – Nova modalidade de processo penal: consensual (não 
imposição de pena – viés restaurativo). 
• Importante – autoridade policial tem obrigação de instaurar IP – ação pública. 
• AÇÃO PRIVADA – princípio da oportunidade 
2.3- Oficialidade – arts. 129, I e 144, §4º, CR/88 e art. 4º do CPP 
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público: 
I - promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei; 
(...) 
 
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da 
ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos: 
§4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as 
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
 
Art. 4º A polícia judiciária será exercida pelas autoridades policiais no território de suas respectivas circunscrições e 
terá por fim a apuração das infrações penais e da sua autoria. (Redação dada pela Lei nº 9.043, de 9.5.1995) 
Parágrafo único. A competência definida neste artigo não excluirá a de autoridades administrativas, a quem por lei 
seja cometida a mesma função. 
 
• O Estado é o detentor do monopólio punitivo. 
• Proibição de particulares fazerem justiça com as próprias mãos. 
• AÇÃO PRIVADA - Vítima pode ingressar, em alguns casos, com a ação penal (sem executar e aplicar diretamente a sanção). 
• Exceção: legítima defesa. 
* Princípio da Oficiosidade – art. 5º, §§4º e 5º e 24, CPP 
Art. 5º Nos crimes de ação pública o inquérito policial será iniciado: 
I- de ofício; 
II- mediante requisição da autoridade judiciária ou do Ministério Público, ou a requerimento do ofendido ou de quem 
tiver qualidade para representá-lo. 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
§4º O inquérito, nos crimes em que a ação pública depender de representação, não poderá sem ela ser iniciado. 
§5º Nos crimes de ação privada, a autoridade policial somente poderá proceder a inquérito a requerimento de quem 
tenha qualidade para intentá-la. 
 
Art. 24. Nos crimes de ação pública, esta será promovida por denúncia do Ministério Público, mas dependerá, quando 
a lei o exigir, de requisição do Ministro da Justiça, ou de representação do ofendido ou de quem tiver qualidade para 
representá-lo. 
 
• A autoridade policial e o MP têm o dever de agir de ofício visando a apuração de crimes de ação pública. 
2.4- Intranscendência 
• A pena não passará da pessoa do delinquente. 
• Ligado aos princípios penais da culpabilidade e da responsabilidade penal. 
2.5- Vedação da dupla punição e do duplo processo pelo mesmo fato – Ne Bis In Idem 
• Não se permite que o acusado seja processado novamente por fato já apreciado pelo Judiciário. 
• Pacto de São José da Costa Rica – Convenção Americana sobre Direito Humanos – art. 8º, n. 4 
Art. 8º (...) 
4. O acusado absolvido por sentença passada em julgado não poderá ser submetido a novo processo pelos mesmos 
fatos. 
 
• Proibição da revisão em prol da sociedade. 
IV) MERAMENTE PROCESSUAIS (EXPLÍCITOS OU IMPLÍCITOS, CONFORME O CASO) 
1- Concernentes à Relação Processual 
1.1- Busca da Verdade Real ou Material ou Substancial – art. 5º, LXIII, CR/88 e art. 566, CPP – Outros arts. 156, 186, 197, 201, 209, 
234, 242, 404, CPP 
Art. 5º. (...) 
LXIII - o preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe asseguradaa 
assistência da família e de advogado; 
 
Art. 566. Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade 
substancial ou na decisão da causa. 
 
• O juiz jamais se contentará com o silêncio do réu (não importa confissão, nem prejuízo à defesa) 
• O juiz busca a prova tanto quanto as partes, para que se apure a verdade. 
• O juiz deve aproximar-se, ao máximo, da verdade plena! 
• O juiz deve buscar as provas para atingir este princípio (?) 
• Não pode implicar em violação aos direitos e garantias estabelecidos na CR/88: 
• Exceções: 
• inadmissibilidade dados com quebra do sigilo bancário sem observância dos requisitos legais; 
• inadmissibilidade de provas obtidas por busca e apreensão domiciliar não autorizada pelo juiz, salvo flagrante, desastre e socorro – 
consentimento do morador; 
• descabimento de Revisão Criminal em prol da sociedade – mesmo com novas provas contra o réu; 
• testemunhas – art. 207, CPP. 
Art. 5º. (...) 
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização 
pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 
XI - a casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em 
caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial; 
(...) 
LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos; 
 
1.2- Oralidade (conectado à concentração, imediatidade e identidade física do juiz) – art. 399, §2º, CPP 
Art. 399. (...) 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
§2º O juiz que presidiu a instrução deverá proferir a sentença. (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008). 
 
• Em prol da celeridade, busca-se a palavra oral sobre a escrita. 
• Concentração dos atos em audiência única. 
• Imediatidade = contato direto do juiz com a prova. 
• Identidade física do juiz = o juiz que faz a instrução julga a causa. Exceções: juiz convocado para atuar junto aos Tribunais, licenciado, 
afastado por qualquer motivo, promovido ou aposentado. 
 
1.3- Indivisibilidade da Ação Penal Privada 
• Se houver mais de um agressor, não cabe à vítima escolher contra ingressará com a demanda, deve fazê-la contra todos, sob pena de 
ocorrer a extinção da punibilidade de todos. 
• Na AÇÃO PÚBLICA - o MP, de acordo com o princípio da obrigatoriedade, DEVE atuar contra todos os corréus, não lhe cabendo contra qual 
demandar. 
1.4- Comunhão da Prova 
• A prova no PP pertence a todos, que podem livremente explorá-la. 
2- Concernentes à Atuação do Estado 
2.1- Impulso Oficial 
• Característica do Processo Penal, não se contenta com a inércia das partes. 
• Uma vez ajuizada será impulsionada até chegar ao fim, com a decisão de mérito. 
• Não se extingue o Processo Penal porque alguma das partes quedou-se inerte. 
2.2- Persuasão Racional ou da Obrigatoriedade de Motivação das Decisões Judiciais – art. 93, IX, CR/88 e art. 155 e 381, CPP 
Art. 93. (...) 
IX- todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob pena 
de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou 
somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o 
interesse público à informação; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
Art. 155. O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo 
fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas 
cautelares, não repetíveis e antecipadas. (Redação dada pela Lei nº 11.690, de 2008) 
 
Art. 381. A sentença conterá: 
I- os nomes das partes ou, quando não possível, as indicações necessárias para identificá-las; 
II- a exposição sucinta da acusação e da defesa; 
III- a indicação dos motivos de fato e de direito em que se fundar a decisão; 
IV - a indicação dos artigos de lei aplicados; 
V - o dispositivo; 
VI - a data e a assinatura do juiz. 
 
• O julgador pode formar livremente sua convicção, ao avaliar as provas, mas deve fundamentar sua decisão. 
• Racionalidade com que se formou o veredicto. 
• Diferente do Júri – “de acordo com a consciência e os ditames da justiça” – art. 472, CPP 
2.3- Colegialidade 
• A partir do segundo grau, as decisões de mérito devem ser tomadas por um grupo ou turma de magistrados. 
• Não há mais decisão singular. 
 
UNIDADE II- LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO E NO TEMPO. INTERPRETAÇÃO DA LEI. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAÇO: 
• Processo Penal - território nacional - Decreto-lei n. 3.689/41 - CPP. 
Art. 1º. O processo penal reger-se-á, em todo o território brasileiro, por este Código, ressalvados: 
(...) 
 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• PRINCÍPIO DA TERRITORIALIDADE - dispositivos do CPP aplicam-se a todas as ações penais que tramitem pelo território brasileiro. 
• LUGAR DO CRIME – art. 6º, CP – Teoria Mista ou da Ubiquidade 
EXCEÇÕES À INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO PREVISTAS EM SEU ART. 1º: Incisos - hipóteses em que CPP não terá aplicação – 
mesmo que o fato tenha ocorrido no território nacional. 
Art. 1º. (...) 
I - os tratados, as convenções e regras de direito internacional; 
 
• Firmados pelo Brasil - aprovação por decreto legislativo e promulgação por Decreto presidencial - afastam a jurisdição brasileira. 
• Infrator será julgado em seu país de origem. 
• Delito praticado por agentes diplomáticos e, em certos casos, por agentes consulares. 
• DIPLOMATAS – Chefe Embaixador – representam o Estado nas questões públicas e políticas no exterior. 
• Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas (promulgada pelo Decreto n. 56.435/65). 
• Art. 31, §1º - os agentes diplomáticos gozam de imunidade de jurisdição penal no ESTADO ACREDITADO (onde exercem suas atividades), 
não estando, porém, isentos da jurisdição do ESTADO ACREDITANTE (país que representam). 
• Função primordial missões diplomáticas: representar o Estado acreditante perante o Estado acreditado (art. 3º, a, da Convenção). 
• Imunidade de jurisdição é plena – ainda que não estejam no exercício de suas funções. 
• Estendem-se aos familiares que com ele vivam no Estado acreditado (art. 37, § 1º). 
• Pessoal técnico e administrativo - responsáveis pelo trabalho doméstico - gozam desta imunidade - fato ocorra no desempenho das funções,e desde que não sejam brasileiros nem tenham residência permanente no Brasil (art. 37). 
• Art. 32 da Convenção - Estado acreditante, a seu critério, pode renunciar à imunidade de jurisdição dos seus agentes diplomáticos e das 
pessoas que gozam de imunidade nos termos do art. 37. 
• CÔNSULES – Chefe Cônsul-Geral – patrocinam interesses privados dos seus respectivos nacionais – função notarial/registro: nascimento, 
óbitos, procurações – auxiliam em situações de vulnerabilidade. 
• Convenção de Viena sobre Relações Consulares (promulgada pelo Decreto n. 61.078/67). 
• Art. 43, tópico 1 - os funcionários e empregados consulares possuem imunidade de jurisdição, desde que referente a atos criminosos 
cometidos no exercício das funções consulares. 
• Os cônsules não representam o Estado acreditante e sim os interesses (comerciais, econômicos, culturais, científicos) deste Estado e de 
seus cidadãos perante o Estado receptor. 
TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
• Art. 5º, §4º, CR/88 
§4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
• Mesmo que o delito seja cometido no território brasileiro - denúncia ao Tribunal Penal Internacional, o agente poderá ser entregue à jurisdição 
estrangeira. 
• Criado em julho de 1998 pela Conferência de Roma. 
• Brasil adesão - Decreto Legislativo n. 112/2002 - promulgado pelo Decreto n. 4.388/2002. 
• Art. 5º, tópico1 - o Tribunal Penal, com sede em Haia, é órgão permanente com competência para o processo e o julgamento dos crimes mais 
graves, que afetem a comunidade internacional no seu conjunto. 
• Terá competência para processar e julgar: a) os crimes de genocídio; b) crimes contra a humanidade; c) crimes de guerra; d) o crime de 
agressão. 
• As três primeiras categorias estão expressamente definidas nos arts. 6º, 7º e 8º do Decreto. 
• Os crimes de agressão deverão ainda ser definidos (art. 5º, tópico 2). 
LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da 
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei; 
 
• Conflito entre normas constitucionais - art. 5º, LI e §4° 
• Doutrina - “entrega” ≠ “extradição” 
• Entrega - envio de um indivíduo para um Organismo Internacional não vinculado a nenhum Estado específico 
• Extradição - envio de um indivíduo para um determinado Estado estrangeiro. 
Art. 1º. (...) 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
II - as prerrogativas constitucionais do Presidente da República, dos ministros de Estado, nos crimes conexos com os 
do Presidente da República, e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, nos crimes de responsabilidade 
(Constituição, arts. 86, 89, §2º, e 100); 
 
• Crimes de natureza político-administrativa - não delitos comuns. 
• Julgamento: Legislativo. 
• Consequências: perda do cargo, cassação do mandato, a suspensão dos direitos políticos etc. 
• Condenação não gera reincidência nem o cumprimento de pena na prisão. 
• Regras – CR/88 e em leis especiais. 
Art. 52, CR/88. Compete privativamente ao Senado Federal: 
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade, bem como os 
Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza 
conexos com aqueles; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99) 
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça e do 
Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União nos crimes de 
responsabilidade; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
• Procedimento: Lei n. 1.079/50. 
• Tema de Direito Constitucional 
Art. 1º. (...) 
III - os processos da competência da Justiça Militar; 
 
• Crimes militares - Código de Processo Penal Militar (Decreto-Lei n. 1.002/69). 
Art. 1º. (...) 
IV - os processos da competência do tribunal especial (Constituição, art. 122, no 17); 
 
• Constituição de 1937 - tribunal especial julgava delitos políticos ou contra a economia popular - Tribunal de Segurança Nacional (Lei n. 244/36). 
• Deixou de ter aplicação - art. 5º, XXXVII, CR/88 - veda os tribunais de exceção. 
• Hoje: crimes políticos - competência da Justiça Federal (art. 109, IV, da CF). 
• Crimes contra a economia popular - Justiça Estadual. 
Art. 1º. (...) 
V - os processos por crimes de imprensa. (Vide ADPF nº 130) 
 
• STF - Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF n. 130-7/DF) - declarou que referida lei não foi recepcionada pela CR/88. 
• Antigos crimes Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/67) enquadrados, quando possível, na legislação comum - apuração CPP. 
EXCEÇÕES À INCIDÊNCIA DO CÓDIGO DE PROCESSO DECORRENTES DE LEIS ESPECIAIS 
• Normas do CPP obsoletas - legislador optou por aprovar algumas leis especiais. 
• Exemplos: 
* Lei n. 11.343/2006; 
* crimes falimentares - procedimento Lei n. 11.101/2005; 
* infrações de menor potencial ofensivo - Lei n. 9.099/95. 
EXTRATERRITORIALIDADE DA LEI PENAL E TERRITORIALIDADE DA LEI PROCESSUAL 
• Quando uma infração penal é cometida fora do território nacional, em regra não será julgada no Brasil. 
• Exceções - extraterritorialidade da lei penal brasileira em que será aplicada a lei nacional embora o fato criminoso tenha se dado no exterior. 
Exemplos: crime contra a vida ou a liberdade do Presidente da República (art. 7º, I, a, do Código Penal). 
• Trâmite da ação penal observará as regras do CPP - ação irá tramitar no Brasil. 
 
LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO 
• Art. 2º, CPP - Princípio da Imediata Aplicação da Lei Processual Penal. 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da 
lei anterior. 
 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• Os novos dispositivos processuais podem ser aplicados a crimes praticados ANTES de sua entrada em vigor. 
• Exemplos: 
* Lei n. 11.719/2008 - citação com hora certa; 
* Lei n. 11.689/2008 – revogou recurso do protesto por novo júri. 
• Não importa se a nova lei é favorável ou prejudicial à defesa. 
• E o art. 5º, XL, CR/88? 
Art. 5º, CR/88 (...) 
XL - a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu; 
 
• Lei processual - considera a data da realização do ato e não a do fato delituoso. 
• Prazo: se a lei entra em vigor quando o prazo para orecurso já havia se iniciado, deverá ser admitido o maior deles. 
Art. 3º, da Lei de Introdução ao Código de Processo Penal (Decreto-lei n. 3.931/41) - o prazo já iniciado, inclusive 
o estabelecido para a interposição de recurso, será regulado pela lei anterior, se esta não prescrever prazo menor do 
que o fixado no Código de Processo Penal. 
 
• Natureza penal ou processual da norma - deve ser verificada de acordo com seu conteúdo e não pelo instrumento legislativo em que está 
contida. 
• Exs.: Art. 144 do CP – Pedido de Explicação em Juízo – Crimes contra a Honra. 
• NORMAS HETEROTÓPICAS. 
• Leis Especiais – tratam de determinados crimes - contêm normas de direito material e também processual. 
• Ex.: Lei n. 11.343/2006. 
• Critérios para verificar se uma norma tem conteúdo penal ou processual: 
a) aquela que cria, extingue, aumenta ou reduz a pretensão punitiva ou executória do Estado tem natureza penal. 
Exemplos: 
* lei que cria ou revoga causa extintiva da punibilidade, que aumenta ou reduz a pena, que altera o prazo prescricional ou decadencial 
(aumentando-o ou diminuindo-o), que cria ou revoga causa interruptiva ou suspensiva da prescrição etc. 
* novas leis que alteram o regime de cumprimento de pena ou os requisitos para a obtenção de benefícios como o sursis, penas alternativas, 
livramento condicional etc., já que interferem na pretensão executória estatal; 
b) aquela que gera efeitos exclusivamente no andamento do processo, sem causar alterações na pretensão punitiva estatal, tem conteúdo 
meramente processual. 
Exemplos: 
* a que cria novas formas de citação; que trata dos prazos procedimentais ou recursais; 
* que estabelece o número máximo de testemunhas; 
* que dispõe sobre a forma e o momento da oitiva das testemunhas ou do interrogatório do acusado em juízo etc. 
CONTROVÉRSIA - natureza das regras atinentes à liberdade provisória, com ou sem fiança, e à prisão provisória (preventiva, temporária) - 
para alguns, têm natureza material e, para outros, meramente processual. 
Distinção 
* Nova lei, após a prática do delito, cria nova hipótese justificadora de prisão preventiva - o agente, na vigência deste novo dispositivo, realiza 
o ato que se enquadra em tal hipótese de prisão cautelar, poderá ela ser decretada. Ex.: Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) hipótese 
de prisão preventiva para garantir a execução de medida protetiva de urgência. 
* Se o acusado está preso preventivamente e a nova lei revoga a hipótese que justificava sua custódia, deverá ser solto, uma vez que a 
prisão provisória se prolonga no tempo e a entrada em vigor da nova lei atinge, portanto, ato ainda em execução. 
* Caráter afiançável de uma infração penal e as consequências disso decorrentes - data de sua prática - característica inerente ao crime. 
Ex.: quando alguém comete um delito afiançável, imediatamente surge o direito ao benefício e, consequentemente, à liberdade provisória. Se 
entra em vigor, no dia seguinte, lei que torna a conduta inafiançável, o juiz deverá arbitrar a fiança - direito à liberdade era líquido e certo. 
NORMAS HÍBRIDAS OU MISTAS 
• Possuem conteúdo concomitantemente penal e processual – geram consequências em ambos os ramos do Direito. 
• Art. 5º, XL, CR/88, a lei nova deve retroagir sempre que for benéfica ao acusado, não podendo ser aplicada, ao reverso, quando puder 
prejudicar o autor do delito cometido antes de sua entrada em vigor. 
• Retroatividade – lei posterior mais benéfica 
• Ultratividade – lei anterior mais benéfica. 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• Decadência e perempção - regulamentados CPP e no CP: 
* têm natureza processual - impedem a propositura ou o prosseguimento da ação privada; 
* ao mesmo tempo, têm natureza penal - geram a extinção da punibilidade. 
• Se uma nova lei aumentar o prazo decadencial? 
• SUSPRO (art. 89 da Lei n. 9.099/95) - tem natureza híbrida: 
* natureza processual - gera a suspensão da ação em andamento; 
* natureza penal - extinção da punibilidade - cumprimento de todas as condições durante o período de prova. 
• Se uma nova lei tornar maiores os requisitos para a obtenção deste benefício? 
VALIDADE DOS ATOS ANTERIORMENTE PRATICADOS 
Art. 2º A lei processual penal aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da 
lei anterior. 
 
• Os atos anteriores não necessitam ser repetidos. 
• Exemplo: Art. 212, CPP modificado pela Lei n. 11. 690/2008 - perguntas diretamente às testemunhas. 
 
INTERPRETAÇÃO DA LEI (HERMENÊUTICA) 
• Buscar o significado do texto legal – são vários métodos. 
• Depende - dúvida que se coloca em relação ao dispositivo. 
FORMAS DE INTERPRETAÇÃO: 
• Quanto à Origem: diz respeito ao responsável pela interpretação. 
a) autêntica: dada pela própria lei; 
Exemplos: §§ 4º e 5º, do art. 150, CP; §4º, art. 327, CP. 
b) doutrinária: feita pelos estudiosos, professores e autores de obras de direito, por meio de seus livros, artigos jurídicos, palestras, conferências 
etc. 
c) jurisprudencial: interpretação realizada pelos tribunais e juízes em seus julgamentos – em especial STF e STJ responsáveis pela 
interpretação final dos dispositivos constitucionais e da legislação em geral. 
• Quanto ao Modo: diz respeito ao aspecto considerado pelo intérprete na busca do real significado da norma: 
a) gramatical: leva em conta o sentido literal das palavras contidas no texto legal. 
Art. 121. (...) 
§1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta 
emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
 
b) teleológica: busca descobrir o significado da norma mediante análise dos fins a que se destina o dispositivo; 
* Lei n. 12.015/2009 
c) histórica: avalia os debates que envolveram a aprovação da norma e os motivos que levaram à apresentação do projeto que nela culminou. 
* Exposição de Motivos dos Códigos e das leis é muitas vezes esclarecedora quanto a este aspecto; 
* Lei n. 8.072/90 
d) sistemática: busca o significado da norma por sua integração com os demais dispositivos de uma mesma lei ou com o sistema jurídico como 
um todo. 
* Art. 216, parágrafo único, CP – Até 1/3 
• Quanto ao Resultado: diz respeito ao alcance dado pelo intérprete ao dispositivo. 
a) declarativa: conclui que a letra da lei corresponde exatamente àquilo que o legislador pretendia regulamentar; 
* Exemplo: art. 141, III, CP – várias pessoas – mais do que duas – quando a lei quer dizer duas é expressa. 
b) restritiva: o texto legal abrangeu mais do que o legislador queria, de modo que o intérprete reduz o seu alcance no caso concreto; 
* Exemplo: art. 806, §2º, CP – preparo – E o MP? 
c) extensiva: conclui que o legislador adotou redação cujo alcance fica aquém de sua real intenção. 
Exemplo: art. 260 do CPP (Acusado e Indiciado) 
CASO CONCRETO – STF - AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE (ADI 2096) - ART. 94 DO ESTATUTO DO IDOSO 
Art. 94. Aos crimes previstos nesta Lei, cuja pena máxima privativa de liberdade não ultrapasse 4 (quatro) anos, aplica-
se o procedimento previsto na Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995, e, subsidiariamente, no que couber, as 
disposições do CódigoPenal e do Código de Processo Penal. (Vide ADI 3.096-5 - STF) 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
 
• Pena máxima igual ou inferior a 4 anos e superior a 2 – não são aplicáveis as medidas despenalizadoras da Lei n. 9.099/95. 
• A Lei n. 9.099/95 só prevê sua aplicação a crimes que têm pena máxima de 2 anos. 
• Decisão do STF - métodos interpretativos: 
a) somente o procedimento sumaríssimo incide nos crimes contra idosos que tenham pena superior a 2 anos e não superior a 4 - 
interpretação gramatical; 
b) a interpretação, embora pareça restritiva, é, em verdade, declarativa - o STF entendeu que a letra da lei corresponde exatamente ao 
que o legislador pretendeu; 
c) no que se refere aos fins a que a lei se destina - interpretação teleológica - a intenção do legislador era tornar mais célere o 
procedimento judicial tendo em vista a especial condição do idoso, adotando, por isso, o procedimento sumaríssimo; 
d) art. 71 do Estatuto - assegurada prioridade na tramitação dos processos em que figure como parte ou interveniente pessoa idosa - 
interpretação teve também caráter sistemático 
 
INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA E EXTENSIVA 
Art. 3º A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento dos 
princípios gerais de direito. 
 
• INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA - o texto legal diz menos do que pretendia o legislador - o intérprete estende o alcance do dispositivo a esta 
hipótese não mencionada expressamente 
* Outro exemplo - art. 581, XVI, CPP (Suspensão do Processo e SUSPRO) 
• INTERPRETAÇÃO ANALÓGICA - dentro do próprio texto legal, após uma sequência casuística, o legislador se vale de uma fórmula 
genérica, que deve ser interpretada de acordo com os casos anteriores 
* Art. 80, CPP - separação de processos quando as infrações forem cometidas em tempo e local diversos, para não prolongar a prisão de um 
dos acusados, pelo excessivo número de réus ou por outro motivo relevante. 
 
INTEGRAÇÃO DA NORMA PROCESSUAL PENAL 
• Suprir lacunas em casos de omissão. 
Art. 4º da Lei de Introdução ao Código Civil. Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a 
analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
 
• ANALOGIA - quando não há dispositivo na legislação regulamentando determinado tema – deve-se utilizar outro preceito legal que trate de 
hipótese semelhante para que a questão não fique sem solução. 
Súmula 696, STF. Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se 
recusando o promotor de justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se 
por analogia, o art. 28 do Código de Processo Penal. 
 
• Ao contrário do Direito Penal – só é admitida a analogia in bonam partem (em favor do réu), em matéria processual penal não existe esta 
limitação, pois é necessário que haja eficácia na persecução penal, que não pode restar prejudicada pela omissão legislativa. 
• Diferença entre ANALOGIA e INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA: analogia é forma de integração da lei decorrente de lacuna do direito, de 
omissão legislativa em torno de determinado assunto. Interpretação extensiva é forma de interpretação da lei, que confere maior alcance a 
determinado dispositivo. Ex.: o art. 581, I, do CPP prevê o cabimento de recurso em sentido estrito contra a decisão que rejeita a denúncia 
ou queixa, sendo que, por interpretação extensiva, entende-se que abrange também as hipóteses de rejeição do aditamento. 
• COSTUMES - Usos comuns, aplicados em todos os juízos, no tramitar das ações penais, ainda que não previstos expressamente na 
legislação. 
* Exemplos: 
- dar vista ao MP em inquérito que apura ação privada; 
- concessão prazo às partes para localizarem testemunhas não encontradas pelo Oficial de Justiça etc. 
• PRINCÍPIOS GERAIS DO DIREITO - regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não 
escritas. 
• Alguns foram erigidos à condição de norma constitucional - princípio do estado de inocência, do contraditório e da ampla defesa. 
• Outros continuam não escritos, mas unanimemente aceitos - princípio da verdade real, do favor rei etc. 
* Exemplos: não é raro que juízes defiram diligência requerida pela defesa, apesar de não amparadas expressamente no texto legal 
 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL 
• Origem das normas processuais. 
• FONTES MATERIAIS - entidades criadoras do direito - fontes de criação ou de produção – União, subsidiariamente Estados e DF. 
• Direito Processual 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
(...) 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias 
relacionadas neste artigo. 
 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: 
(...) 
XI - procedimentos em matéria processual; 
 
• Estados – quando há alguma lacuna – competência residual - Ex. Regime Disciplinar Diferenciado. 
• Processo de criação da norma - aprovação do projeto de lei pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal - sanção pelo Presidente. 
• FONTES FORMAIS - fontes de revelação ou de cognição - meios pelos quais o direito se exterioriza. 
a) fontes formais imediatas – leis; CR/88; legislação infraconstitucional (leis ordinárias, complementares); tratados, convenções e regras de 
direito internacional aprovados pelo CN 
b) Fontes formais mediatas: analogia, costumes, princípios gerais de direito e as súmulas vinculantes do Supremo Tribunal Federal. 
Art. 103-A, CR/88. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços 
de seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua 
publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à 
administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou 
cancelamento, na forma estabelecida em lei”. 
 
• Polêmico – alguns entendem a Súmula Vinculante como sendo fonte imediata. 
• Outros dizem que o teor das súmulas vinculantes pode até se sobrepor ao texto legal - descumprimento justificará reclamação perante o 
STF. 
 
UNIDADE III- INQUÉRITO POLICIAL 
1- CONCEITO: 
• Procedimento investigatório - prática infração penal - série dediligências - objetivo obter elementos de prova para o titular da ação penal. 
• Delito cometido - Estado – por meio da polícia judiciária - provas iniciais - autoria e materialidade 
• Titular da ação penal (Ministério Público ou ofendido) – oferecimento denúncia ou queixa-crime. 
• Oferecidas - IP as acompanhará - Juiz irá receber – havendo indícios suficientes de autoria e materialidade. 
• Recebidas - IP acompanha a ação penal. 
• Destinatário imediato do IP – MP ou Ofendido. 
• Destinatário mediato do IP – Juiz. 
 
1.1- IP e TCO 
• IP - apurar infrações penais que tenham pena superior a 2 anos. 
• TCO - art. 69 da Lei n. 9.099/95 – pena máxima de até 2 anos – art. 61, Lei n.º 9.099/95. 
Art. 69. A autoridade policial que tomar conhecimento da ocorrência lavrará termo circunstanciado e o encaminhará 
imediatamente ao Juizado, com o autor do fato e a vítima, providenciando-se as requisições dos exames periciais 
necessários. 
Parágrafo único. Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao juizado ou 
assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de 
violência doméstica, o juiz poderá determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de 
convivência com a vítima. (Redação dada pela Lei nº 10.455, de 13.5.2002)) 
 
• Infração de menor potencial ofensivo – complexidade – IP - encaminhado ao Juizado Especial Criminal. 
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** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• Lembrar - art. 41 da Lei Maria da Penha (Lei n. 11.340/2006) – IP 
Art. 41. Aos crimes praticados com violência doméstica e familiar contra a mulher, independentemente da pena 
prevista, não se aplica a Lei n.º 9.099, de 26 de setembro de 1995. 
 
1.2- APURAÇÃO DO CRIME DE LESÃO CULPOSA NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR 
• Lesão corporal culposa na direção de veículo automotor (art. 303 da Lei n. 9.503/97 — CTB) - um dos que ocorrem com maior frequência no 
país. 
Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: 
Penas - detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para 
dirigir veículo automotor. 
Parágrafo único. Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço) à metade, se ocorrer qualquer das hipóteses do §1° do art. 
302. (Redação dada pela Lei nº 12.971, de 2014) (Vigência) 
 
• Pena máxima é de 2 anos - autoridade policial - TCO. 
• Veja o art. 291, CTB – APPCR – para a lavratura do TCO não é necessária prévia representação – posteriormente colhida no JespCrim 
• Exceções – parágrafo único do art. 291, CTB: 
Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores, previstos neste Código, aplicam-se as normas 
gerais do Código Penal e doCódigo de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a 
Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. 
§1º Aplica-se aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei n.º 9.099, de 26 
de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 11.705, de 2008) 
I - sob a influência de álcool ou qualquer outra substância psicoativa que determine dependência; (Incluído pela Lei nº 
11.705, de 2008) 
II - participando, em via pública, de corrida, disputa ou competição automobilística, de exibição ou demonstração de 
perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente; (Incluído pela Lei nº 11.705, de 
2008) 
III - transitando em velocidade superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinqüenta quilômetros por hora). 
(Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) 
§2º Nas hipóteses previstas no §1º deste artigo, deverá ser instaurado inquérito policial para a investigação da infração 
penal. (Incluído pela Lei nº 11.705, de 2008) 
 
2- CARACTERÍSTICAS 
A) Realizado pela Polícia Judiciária (Polícia Civil ou Federal) 
• Presidência do IP fica a cargo da autoridade policial (delegado de polícia ou da Polícia Federal) 
• Realização das diligências - auxiliado por investigadores de polícia, escrivães, agentes policiais etc. 
Art. 144. (...) 
§1º A polícia federal, instituída por lei como órgão permanente, organizado e mantido pela União e estruturado em 
carreira, destina-se a:" (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) 
I - apurar infrações penais contra a ordem política e social ou em detrimento de bens, serviços e interesses da União 
ou de suas entidades autárquicas e empresas públicas, assim como outras infrações cuja prática tenha repercussão 
interestadual ou internacional e exija repressão uniforme, segundo se dispuser em lei; 
II - prevenir e reprimir o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o contrabando e o descaminho, sem prejuízo da 
ação fazendária e de outros órgãos públicos nas respectivas áreas de competência; 
III - exercer as funções de polícia marítima, aeroportuária e de fronteiras; (Redação dada pela Emenda Constitucional 
nº 19, de 1998) 
IV - exercer, com exclusividade, as funções de polícia judiciária da União. 
(...) 
§4º Às polícias civis, dirigidas por delegados de polícia de carreira, incumbem, ressalvada a competência da União, as 
funções de polícia judiciária e a apuração de infrações penais, exceto as militares. 
(...) 
 
19 
 
** Este material tem como referências bibliográficas as doutrinas abaixo e, de forma alguma, tem como objetivo substituí-las, mas tão somente servem para direcionar as aulas da disciplina de Direito Processual Penal I 
1- PACELLI, Eugênio. Curso de processo penal. 18 ed. ver. e ampl. atual. de acordo com as leis n. 12.830, 12.850 e 12.878, todas de 2013. São Paulo: Atlas, 2014. 
2- NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de processo penal e execução penal. 11. ed. rev. e atual. Rio de Janeiro: Forense, 2014. 
3- Reis, Alexandre Cebrian Araújo. Direito processual penal esquematizado/Alexandre Cebrian Araújo Reis e Victor Eduardo Rios Gonçalves; coordenador Pedro Lenza. São Paulo: Saraiva, 2012. 
• Cargo de delegado - autoridade de carreira – concursados - não é mais possível a nomeação de delegados de polícia, sem concurso, por 
autoridades políticas. 
• MP - podem acompanhar as investigações do inquérito (art. 26, IV, da Lei n. 8.625/93) e até instaurar procedimentos investigatórios criminais 
na promotoria. 
Art. 26. No exercício de suas funções, o Ministério Público poderá: 
(...) 
IV - requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial e de inquérito policial militar, observado o 
disposto no art. 129, inciso VIII, da Constituição Federal, podendo acompanhá-los; 
 
• Contudo - instaurado IP no âmbito da Polícia Civil - Presidência - delegado de polícia - em hipótese alguma - órgão do Ministério Público. 
• Se determinado promotor de justiça acompanhar as investigações do inquérito – pode propor a ação penal. 
Súmula n. 234, STJ 
“A participação de membro do Ministério Público na fase investigativa criminal não acarreta seu impedimento ou 
suspeição para o oferecimento da denúncia”. 
 
• Crime militar – IPM – Responsabilidade da Polícia Militar ou das Forças Armadas (dependendo do autor da infração). 
• Não será instaurado IP - crime cometido

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