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1 COLUNA VERTEBRAL Região cervical: 7 vértebras. Região torácica: 12 vértebras. Região lombar: 5 vértebras. Região sacral: 5 vértebras fundidas entre si. Região coccígea: 4 vértebras fundidas entre si. A coluna vertebral consiste de uma série de ossos chamados vértebras, que se encontram sobrepostas umas às outras. Porém, situando-se entre uma vértebra e outra existe um disco fibrocartilagíneo, o disco intervertebral, que constitui a articulação entre os corpos das vértebras adjacentes, permite vários movimentos da coluna vertebral e, entre outras funções, atua como um amortecedor de choques. As vértebras são denominadas de acordo com suas localizações no corpo. As sete vértebras cervicais (CI à CVII), por exemplo, estão localizadas na região do pescoço; as doze vértebras torácicas (TI à TXII) estão localizadas na região do tórax; e as cinco vértebras lombares (LI à LV) estão localizadas na região dorsal mais inferior. Além disso, cinco vértebras sacrais (SI à SV) fundem-se em um único osso, o sacro, que forma a parede posterior da pelve e quatro ou cinco pequenas vértebras coccígeas (CoI à CoIV) fundem-se em um cóccix, o osso da cauda. Assim, pode-se afirmar que, antes da fusão das vértebras, a coluna vertebral é formada por 33 ossos. A coluna vertebral é flexível porque é composta de muitas partes ligeiramente móveis, as vértebras. Por outro lado, sua estabilidade depende dos ligamentos e músculos. Desde a cabeça até a pelve, a coluna suporta progressivamente mais peso. As vértebras tornam-se progressivamente maiores em direção inferior até o sacro, e daí se tornam sucessivamente menores. Cada vértebra superior à última lombar é mais alta do que aquela que está imediatamente superior a ela. O comprimento da coluna vertebral mede cerca de 2 /5 da altura total do corpo. As regiões mais móveis da coluna vertebral são, na sequência, as regiões lombar, cervical e torácica. A coluna vertebral desempenha quatro funções importantes: constitui um suporte estrutural para a cabeça, o tórax e os músculos do dorso; forma uma conexão com o cíngulo do membro inferior; aloja e protege a medula espinal, já que esta se estende desde o encéfalo até a região lombar; e proporciona flexibilidade para o corpo. Curvaturas da coluna vertebral A coluna vertebral apresenta 4 curvaturas sagitais, isto é, no sentido ântero-posterior. São elas as curvaturas cervical, torácica, lombar e sacrococcígea (sacral), que são evidentes em radiografias de perfil. As curvaturas torácica e sacrococcígea (sacral) são denominadas curvaturas primárias, porque apresentam a mesma direção da curvatura da coluna vertebral fetal, ou seja, são convexas posteriormente. As curvaturas primárias decorrem da diferença de altura entre as partes anteriores e posteriores dos corpos vertebrais. As curvaturas secundárias cervical e lombar iniciam-se após o nascimento e são devidas, principalmente, à diferença na espessura entre as partes anteriores e posteriores dos discos intervertebrais. As curvaturas secundárias são convexas anteriormente e assim compensam as curvaturas primárias que persistem nas regiões torácica e sacrococcígea (sacral). A curvatura cervical torna-se proeminente em torno do terceiro ou quarto mês após o nascimento, quando a criança começa a suportar e a girar a cabeça, e ambas as curvaturas cervical e lombar, acentuam-se em torno de 1 ano de idade, com o início da postura ereta. A curvatura lombar é mais proeminente na mulher. Essas curvaturas centralizam a cabeça sobre o corpo, proporcionando assim, o equilíbrio necessário para andarmos em uma posição ereta. Além disso, elas absorvem os choques na deambulação e auxiliam a proteger a coluna de uma fratura, tornando-a mais forte. Uma curvatura acentuada da coluna vertebral de convexidade posterior (curvatura primária) é comumente denominada cifose, enquanto uma de convexidade anterior (curvatura secundária) é denominada lordose. Uma curvatura lateral da coluna para direita ou para esquerda é denominada escoliose. Esta pode ser funcional ou estrutural. A escoliose funcional, relacionada com a utilização do membro superior ou com a desigualdade da ação muscular durante o andar, ocorre na região torácica e não está presente até a parte média ou final da infância. Sua concavidade está geralmente voltada para a esquerda, com curvas compensatórias de concavidade voltada para a direita nas regiões cervical e lombar. Em indivíduos sinistros estas curvas estão invertidas. A escoliose estrutural é anormal. Surge durante a infância e torna-se progressivamente mais grave, devido a um crescimento desigual de certas vértebras. Quando a escoliose é muito acentuada pode comprimir órgãos abdominais e também pode diminuir a expansão da caixa torácica prejudicando, portanto, a respiração. Essas anormalidades podem ser decorrentes de um defeito genético, ou podem se desenvolver em resposta a uma doença ou à má postura. Partes de uma vértebra. A vértebra é um osso irregular que contém diversos acidentes ósseos. Uma vértebra típica consiste de um corpo vertebral, um arco vertebral e vários processos. Cada vértebra apresenta: dois processos transversos, quatro processos articulares e um processo espinhoso. Corpo vertebral - é a parte que dá força e suporta o peso. É representado por um segmento de cilindro e consiste principalmente de osso esponjoso que contém medula óssea vermelha. A parte compacta nas margens das superfícies superiores e inferiores do corpo é o local mais espesso da vértebra e forma um anel. Os corpos vertebrais articulam-se entre si por um disco intervertebral. Posteriormente ao corpo, está o arco vertebral que, juntamente com a superfície posterior do corpo, forma as paredes do forame vertebral. Estas paredes envolvem e protegem a medula espinal. O arco vertebral compõe-se de pedículos, direito e esquerdo, e lâminas, direita e esquerda. Numa coluna vertebral intacta, um conjunto de forames vertebrais forma o canal vertebral. Um processo espinhoso projeta-se posteriormente de cada arco vertebral, na junção das duas lâminas. Os processos transversos projetam-se, a cada lado, na junção do pedículo e da lâmina do arco vertebral. Estes processos servem como pontos de fixação muscular. Os processos articulares superior e inferior, a cada lado, 2 apresentam as faces articulares superior e inferior, respectivamente. Estes processos se destinam à articulação das vértebras entre si. Uma incisura vertebral profunda está presente na margem inferior de cada pedículo e uma incisura vertebral rasa na margem superior de cada pedículo. Duas incisuras adjacentes, em conjunto com o corpo interveniente e o disco intervertebral, formam um forame intervertebral que dá passagem a um nervo espinal e seus vasos sanguíneos. As radiografias para a demonstração das vértebras são frequentemente tiradas em incidências posterior e lateral. As incidências oblíquas podem ser necessárias para a demonstração dos forames intervertebrais, das articulações entre as faces articulares e da parte interarticular. O atlas e o áxis, especialmente o dente e as articulações atlanto-axiais, podem ser demonstrados mais claramente numa radiografia obtida através da boca aberta. Vértebras cervicais Caraterizam-se pela presença de um forame em cada processo transverso, denominado forame transversário que dá passagem à artéria vertebral (exceto na CVII), às veias vertebrais e ao plexo simpático. A primeira vértebra cervical (CI), denominada atlas, sustenta o crânio e permite que você incline sua cabeça fazendo que “sim”. Ela recebeu essa denominação a partir da figura mitológica grega, Atlas, que carregava o mundo sobre seus ombros. A segunda vértebra cervical (CII), chamadaáxis, tem uma projeção que se encaixa dentro do atlas e atua como um pivô ou um eixo para o atlas, em torno do qual o atlas gira e leva consigo o crânio. O áxis permite que sua cabeça rotacione de um lado para o outro quando você diz “não”. O atlas e o áxis são vértebras cervicais especializadas e a sétima vértebra é transicional. Atlas (CI) O atlas não apresenta nem corpo, nem processo espinhoso. Consiste de duas massas laterais conectadas por um arco anterior curto e um arco posterior longo. O arco anterior apresenta anteriormente um tubérculo anterior para a inserção do ligamento longitudinal anterior. Posteriormente, o arco anterior apresenta uma faceta, a fóvea do dente, para o dente do áxis. O ligamento transverso do atlas insere-se a cada lado em um tubérculo na junção da superfície posterior do arco anterior com a massa lateral. O arco posterior apresenta o sulco da artéria vertebral em sua superfície superior. O primeiro nervo cervical também ocupa este sulco. Posteriormente, o arco posterior apresenta um pequeno tubérculo posterior para a inserção do ligamento nucal. O forame intervertebral para o segundo nervo cervical está formado por uma incisura na superfície inferior do arco posterior juntamente com a incisura correspondente do áxis. Cada massa lateral apresenta uma face articular superior para o côndilo occipital e uma face articular inferior para a articulação com o áxis. As faces articulares superiores permitem os movimentos de flexão e extensão da cabeça nas articulações atlanto-occipitais. Os processos transversos, que estão relacionados com as veias jugulares internas e com os nervos acessórios, são longos e as extremidades correspondem aos tubérculos posteriores dos processos transversos das vértebras cervicais típicas. A ponta de cada um pode ser percebida indistintamente através da pele por uma pressão profunda num ponto médio entre a extremidade do processo mastóide e o ângulo da mandíbula. Áxis (CII) O áxis é caracterizado pelo dente do áxis que se projeta em direção superior a partir do corpo. Ele se articula, anteriormente, com o arco anterior do atlas. Posteriormente, está separado do ligamento transverso por uma bolsa sinovial. O ligamento do ápice do dente ancora a ponta do dente à margem anterior do forame magno, os ligamentos alares prendem este às margens laterais do forame magno. Lateralmente ao dente, o corpo apresenta, a cada lado, uma face articular superior para a articulação com a face articular inferior da massa lateral do atlas. A superfície inferior do áxis apresenta duas faces articulares inferiores para a articulação com os processos articulares superiores da terceira vértebra cervical. Elas estão dirigidas anterior e inferiormente. O processo espinhoso bífido pode ser palpado inferiormente à protuberância occipital externa. O processo transverso do áxis apresenta um tubérculo na extremidade. Terceira a sexta vértebras cervicais (CIII-VII) Apresentam um corpo pequeno e largo e um forame vertebral triangular. Os processos espinhosos são bífidos. Nas junções dos pedículos e lâminas do arco vertebral, cada vértebra apresenta processos articulares superiores e inferiores. Estes processos apresentam faces articulares superiores, voltadas superior e posteriormente, e inferiores, voltadas inferior e anteriormente. Cada processo transverso encontra-se perfurado por um forame transversário e termina lateralmente em duas projeções, os tubérculos anterior e posterior. Estes estão conectados por uma ponte óssea sulcada. Devido ao fato de o tubérculo anterior corresponder à costela torácica, e o tubérculo posterior ao processo transverso das vértebras torácicas, a barra de conexão é frequentemente denominada de barra costotransversa. O tubérculo anterior da sexta vértebra cervical é grande sendo denominado tubérculo carótico, devido ao fato da artéria carótida comum poder ser comprimida de encontro a ele. Os sulcos para os ramos anteriores dos nervos espinais estão localizados nas faces superiores das barras costotransversas. Cada uma das barras costotransversas das cinco vértebras cervicais mais inferiores apresenta frequentemente um tubérculo escaleno médio, para a inserção de uma parte do músculo escaleno médio. As margens superiores dos corpos vertebrais elevam-se posteriormente e, sobretudo, lateralmente, e encontram-se deprimidas anteriormente. As margens elevadas são, com frequência, denominadas uncos do corpo. O primeiro nervo cervical emerge entre o crânio e o atlas e cada nervo cervical, exceto o oitavo, deixa o canal vertebral superiormente à vértebra numerada correspondente. O oitavo nervo cervical emerge superiormente à primeira vértebra torácica. Os nervos espinais restantes emergem inferiormente à vértebra numerada correspondente. O ramo anterior de cada nervo cervical passa posteriormente ao forame transversário de uma vértebra cervical típica. O ramo posterior passa em torno da parte anterior do processo articular. 3 Sétima vértebra cervical (CVII) Caracteriza-se por apresentar um processo espinhoso proeminente, que não se bifurca, mas que termina num tubérculo que dá inserção ao ligamento nucal. Esta vértebra é conhecida como vértebra proeminente. O processo transverso é grande, o tubérculo anterior está ausente e o forame transversário, pequeno, raramente dá passagem à artéria vertebral. Vértebras torácicas As vértebras torácicas suportam as costelas e são normalmente em número de doze. Da segunda à oitava, as vértebras torácicas apresentam características similares e podem ser consideradas como típicas. A primeira e as da nona à décima segunda apresentam características especiais. Primeira vértebra torácica (TI) Assemelha-se a uma vértebra cervical. A cabeça da primeira costela articula-se com a fóvea costal superior, circular e completa, a cada lado do corpo, próximo à sua margem superior. A cabeça da segunda costela articula-se com a fóvea costal inferior, pequena, na margem inferior do corpo da primeira vértebra torácica e com a fóvea costal superior da segunda vértebra torácica. O processo espinhoso, mais horizontal que o das outras vértebras torácicas pode ser mais proeminente que o da sétima vértebra cervical. Segunda a oitava vértebra torácica (TII – VIII) O desenho do corpo vertebral tem a forma de um feijão ou de um rim e o forame vertebral é circular. As fóveas costais superior e inferior, de forma semicircular, estão localizadas nas margens superiores e inferiores da junção do corpo e do arco vertebral. A fóvea costal superior, maior, juntamente com o disco intervertebral, situado superiormente, e a fóvea costal inferior da vértebra suprajacente, formam um encaixe para a cabeça da costela correspondente. Os pedículos são curtos e comprimidos a cada lado e a lâmina do arco vertebral inclina-se inferior e posteriormente. O processo espinhoso é longo e delgado e inclina-se em direção inferior e posterior, sobrepondo-se ao processo espinhoso da vértebra subjacente. Ele termina num tubérculo pequeno, facilmente palpável, que se localiza ao nível do disco intervertebral situado inferiormente à vértebra subjacente. O processo transverso, que se estende lateral, posterior e superiormente é longo, arredondado e forte. A fóvea costal do processo transverso, situada na frente da extremidade de cada processo transverso, articula-se com o tubérculo da costela correspondente. As faces articulares superiores, dispostas num plano coronal, estão voltadas posteriormente, enquanto as faces articulares inferiores se voltam anteriormente. Nona vértebra torácica (TIX) Possui, de cada lado, somente uma única fóvea costal, a superior, que se articula com a metade inferior dacabeça da nona costela. Uma fóvea costal inferior, semicircular, pequena, está ocasionalmente presente. Décima vértebra torácica (TX) Apresenta fóveas costais, semicirculares, grandes, para a décima costela, mas não para a décima primeira costela. As fóveas costais dos processos transversos estão voltadas superiormente. O processo espinhoso é algumas vezes curto, de tal forma que uma ligeira depressão está localizada posteriormente a ele. Décima primeira vértebra torácica (TXI) Apresenta o corpo semelhante ao de uma vértebra lombar. Fóveas costais, circulares, completas, são observadas superiormente, prendendo-se ao pedículo. Não há fóveas costais dos processos transversos. Décima segunda vértebra torácica (TXII) Apresenta fóveas costais, circulares, completas, localizadas principalmente no pedículo. Os processos articulares inferiores assemelham-se aos das vértebras lombares. O processo espinhoso é curto e horizontal. Três processos ou tubérculos estão presos nos locais dos processos transversos: superiormente, um processo mamilar; inferiormente, um processo acessório e, no pedículo, um processo costiforme. Todos esses três processos correspondem a processos similares nas vértebras lombares. O processo mamilar da décima segunda vértebra torácica é maior, está num plano diferente da primeira vértebra lombar e projeta-se em direção posterior a partir do processo articular superior. Semelhante aos outros processos mamilares, ele serve para inserções musculares. As faces articulares da décima primeira e da décima segunda vértebras torácicas são assimétricas. Frequentemente, a face articular direita é achatada, enquanto a esquerda é côncava e se assemelha às faces articulares lombares. Esporões ósseos encontram-se amiúde presentes no ligamento amarelo que conecta as vértebras torácicas. Estes esporões, que se projetam em direção inferior a partir da lâmina, ocorrem quase que inteiramente nas vértebras torácicas, principalmente na décima. 4 Vértebras lombares (LI – LV) Distinguem-se por apresentarem: grande tamanho, ausência de fóveas costais e de forames transversários, processo espinhoso quadrilátero e processos transversos finos que recebem a denominação de processos costiformes. As vértebras lombares apresentam as seguintes características comuns: corpos reniformes, forame vertebral triangular, pedículos curtos e espessos, lâminas curtas, espessas e desiguais e processo espinhoso quadrilátero, em forma de machado, que se estende horizontalmente em direção posterior. As faces articulares superiores são côncavas medialmente, enquanto as inferiores são convexas lateralmente. As articulações formadas por elas estão, desta maneira, praticamente no plano sagital. Os processos mamilares projetam-se em direção posterior a partir dos processos articulares superiores. Os longos e finos processos costiformes estendem-se lateral e posteriormente. Pequenos processos acessórios projetam-se em direção inferior a partir da face inferior do processo costiforme, na sua junção com a lâmina do arco vertebral. A primeira vértebra lombar apresenta os processos acessórios mais distintos, o processo costiforme menor e o pedículo mais estreito. A quinta tem um corpo em forma de cunha, processos costiformes espessos e rugosos e um processo espinhoso mais arredondado. Da segunda à quarta, os pedículos tornam-se mais espessos, os processos mamilares menores, a espessura do corpo aumenta e as faces articulares tornam-se mais variáveis. A assimetria das faces articulares e os problemas articulares destas e de outras faces podem ser os fatores determinantes das dores lombares inferiores. Quinta vértebra lombar (LV) É a maior vértebra. Apresenta processos costiformes maciços, fortes, cada um dos quais se prende a todo o pedículo adjacente e ao corpo. O corpo é mais espesso anterior que posteriormente, forma esta associada à proeminência do ângulo lombossacral. Os processos articulares inferiores encontram-se amplamente separados um do outro e suas faces articulares estão voltadas anterior e lateralmente. Sacro (SI – SV) É formado por cinco vértebras que se fundem, no adulto, para formar um osso em forma de cunha, o qual pode ser palpado na região dorsal inferior. A fusão começa entre 16 e 18 anos de idade e usualmente está completa por volta dos 25 anos de idade. A fusão é tal que os processos transversos de cada vértebra se reúnem, nas partes correspondentes das vértebras, laterais aos forames intervertebrais, formando os forames sacrais, que se encontram completamente cercados por osso ou cartilagem. O sacro articula-se superiormente com a quinta vértebra lombar e lateralmente com os ossos do quadril. Apresenta faces pélvica e dorsal e duas partes laterais. A face pélvica, côncava e lisa, está voltada inferior e anteriormente. Sua parte mediana apresenta-se cruzada por quatro linhas transversas. Estas linhas marcam as fusões e indicam os níveis dos discos intervertebrais. Quatro pares de forames sacrais anteriores, situados nas extremidades das linhas, dão passagem aos ramos anteriores dos primeiros nervos sacrais e aos seus vasos sanguíneos. A face dorsal, rugosa e convexa, dirige-se superior e posteriormente. Os processos espinhosos das três ou quatro vértebras sacrais superiores estão modificados para formar uma crista sacral mediana. O sulco sacral a cada lado da crista representa a fusão das lâminas. A fusão dos processos articulares forma as cristas sacrais mediais. Quatro pares de forames sacrais posteriores, laterais às cristas sacrais mediais, dão passagem aos ramos posteriores dos nervos sacrais e aos vasos sanguíneos que os acompanham. As cristas sacrais mediais projetam-se inferiormente como os cornos sacrais que limitam o hiato sacral, uma fenda em forma de V invertido, situada imediatamente inferior à crista sacral mediana. Os cornos sacrais articulam-se com os cornos coccígeos. Anestésicos podem ser injetados através do hiato sacral, um procedimento conhecido como anestesia caudal. A parte lateral é a parte do sacro lateral aos forames. Ela consiste de processos transversos fundidos entre si. Os processos transversos estão marcados por uma série de elevações e formam a crista sacral lateral, lateralmente aos forames sacrais posteriores. A parte superior da parte lateral apresenta a face auricular, em forma de uma orelha, que se articula com o ílio. A tuberosidade sacral, onde se prendem os ligamentos interósseos sacroilíacos, limita posteriormente a face auricular. A base da superfície superior do sacro apresenta o promontório (margem anterior da superfície superior do corpo da primeira vértebra sacral), o canal sacral, com as asas direita e esquerda (superfícies superiores das partes laterais) e dois processos articulares superiores com os processos mamilares. O canal sacral tem início na base e termina no hiato. Quatro grandes aberturas em cada lado se dividem e terminam como forames sacrais anteriores e posteriores. O canal sacral contém o saco dural e o filamento da dura-máter, a parte mais inferior da cauda equina e o filamento terminal. O ápice do sacro está separado do cóccix por um disco intervertebral, porém pode se fundir. A curvatura sagital do sacro do homem é bastante uniforme, enquanto a da mulher é mais aguda inferiormente. O sacro da mulher é amplo e curto, e a sua superfície pélvica está voltada mais em direção inferior. A face auricular do sacro do homem inclui da primeira à terceira vértebra sacral, enquanto, na mulher, encontra-se limitada somente à primeira e à segunda vértebra sacral. Cóccix (CoI – CoIV) Localiza-se ligeiramente superior ao ânus. Têm a forma semelhante a uma cunha e é formado pela fusão(usualmente entre 20 e 30 anos) das vértebras coccígeas, geralmente das últimas quatro. Apresenta uma base, um ápice, faces pélvica e dorsal e duas margens laterais. Frequentemente consiste de quatro segmentos, algumas vezes cinco e outras três. A primeira vértebra apresenta curtos processos transversos que se conectam com o sacro, e dois cornos coccígeos, que se conectam com os cornos sacrais. O primeiro segmento está parcialmente ou inteiramente fundido com o sacro. O segundo segmento pode mover-se sobre o primeiro, mantendo este movimento mesmo se o primeiro está fundido com o sacro, um aspecto que se torna importante durante o parto. O terceiro e o quarto segmentos são rudimentares. As articulações entre o segundo e o terceiro e entre este e o quarto são algumas vezes móveis. 5 Desenvolvimento e ossificação da coluna vertebral As vértebras começam a se desenvolver durante o período embrionário como condensações mesenquimais em torno da notocorda. Posteriormente, as condensações mesenquimais se condrificam, e a cartilagem assim formada é substituída por osso, através da ossificação endocondral. DISCO INTERVERTEBRAL Os discos intervertebrais são discos fibrocartilagíneos que formam as articulações entre os corpos das vértebras adjacentes. O disco mais superior está entre CII e CIII e, o mais inferior, no interior do cóccix. Cada disco intervertebral apresenta uma parte periférica, resistente, o anel fibroso, e uma parte central, altamente hidratada, o núcleo pulposo. Os discos estão separados dos ossos, superior e inferiormente, por duas placas finas de cartilagem hialina, que cobrem as faces superior e inferior do corpo vertebral. O núcleo pulposo, que ocupa o centro do disco, é branco, brilhante e semigelatinoso. O núcleo é altamente plástico, comporta-se como um fluido e é mantido sob esta forma pelas placas cartilagíneas e pelo anel fibroso. O anel fibroso consiste de uma série de lamelas de feixes colágenos, que estão dispostas de uma forma espiral. As fibras mais externas do anel misturam-se com os ligamentos longitudinais anterior e posterior; a fibrocartilagem está presente na lamela mais interna. Com o avançar da idade, todo o disco tende a tornar-se fibrocartilagíneo e as diferenças estruturais entre o núcleo e o anel se perdem. Os discos atuam como amortecedores, impedindo qualquer atrito entre as vértebras e amortecendo o choque associado aos atos de correr, saltar e andar. O núcleo pulposo funciona como um mecanismo de absorção de choque, equilibra as tensões, é importante na troca de líquido entre os discos e os capilares das vértebras e o eixo de movimento entre duas vértebras adjacentes passa através dele. A hidratação do núcleo pulposo é que permite ao disco funcionar como um amortecedor durante os movimentos. O anel fibroso mantém os corpos vertebrais unidos e dá estabilidade, permite o movimento entre os corpos vertebrais, atua como um ligamento controle e é um mecanismo de absorção de choque. As fibras resistentes do anel fibroso inserem-se nas margens das vértebras, proporcionando rigidez à estrutura da coluna vertebral. Os discos intervertebrais apresentam um alto conteúdo de água, que é máximo ao nascimento e diminui com o avançar da idade. As alterações diurnas no conteúdo aquoso provavelmente são responsáveis por uma variação diurna na estatura, que frequentemente diminui durante o dia. A diminuição no conteúdo aquoso com a idade, juntamente com outros fatores, resulta num afinamento permanente dos discos e numa diminuição permanente na estatura. Os discos estão sujeitos a alterações patológicas que podem ser a hérnia do núcleo pulposo (hérnia de disco) com uma consequente compressão das estruturas nervosas adjacentes. Os discos são responsáveis por cerca de um quarto do comprimento da coluna vertebral. Eles são mais finos na região torácica e mais espessos na região lombar, onde as desordens discais são mais comuns. Os discos lombares e cervicais são mais espessos anterior que posteriormente e, assim, contribuem para as curvaturas secundárias dessas regiões. Como os discos se tornam mais finos com a idade, estas curvaturas são alteradas. Nos pacientes idosos, a região cervical da coluna vertebral está comumente retificada. O disco intervertebral forma um dos limites anteriores do forame intervertebral. Os nervos cervicais e torácicos que passam através do forame localizam-se posteriormente ao disco, numa posição que pode ser comprimida por uma protrusão póstero-lateral de um núcleo pulposo herniado. A maior parte dos nervos lombares, todavia, emergem superiormente ao disco. A diminuição na altura do disco resulta no estreitamento do forame intervertebral. Tal estreitamento é uma causa potencial de compressão nervosa espinal. Profª Drª Cíntia Bovi Binotti - 31/08/13 Bibliografia sugerida: DANGELO, J. G.; FATTINI, C. A. Anatomia humana sistêmica e segmentar. 3. ed. rev. São Paulo: Atheneu, 2011. 757p. Capítulo: 19. MOORE, K. L.; DALLEY, A. F.; AGUR, A. M. R. Anatomia orientada para a clínica. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010. 1104p. Capítulo: 4. GARDNER, E.; GRAY, D. J.; O´RAHILLY, R. Anatomia: estudo regional do corpo humano. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1988. 815p. Capítulos: 48,49.
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