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MODELO DE INDENIZAÇÃO DE FOLGA E RSR INACABADO

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Não há dúvidas que o labor nos dias destinados à folga é, em qualquer hipótese, horas extras que devem ser remuneradas com adicional de 100% (dobro).
No entanto, o art. 4º, II e o art. 6º, I da Lei 5.811/72 preveem que o labor em cada turno de 12 horas ou a permanência de cada período de 24 horas de sobreaviso, seja na escala normal, seja na escala extraordinária (a Lei não faz qualquer distinção), dão direito a 24 horas consecutivas de folga que, se não concedidas, deverão ser indenizadas pelo empregador (compensação de obrigação de fazer determinada por imperativo legal), conforme previsão do art. 247 do Código Civil, verbis:
“Art. 247. Incorre na obrigação de indenizar perdas e danos o devedor que recusar a prestação a ele só imposta, ou só por ele exequível. ”
Ou seja, se o empregado sujeito ao regime de 14 x14 permanece embarcado, p.ex., 16 dias, fará jus às horas extraordinárias laboradas nos dois dias excedentes ao limite (14 dias), bem como fará jus à concessão das folgas geradas pelo labor nestes dias ou indenização correspondente a título de perdas e danos, correspondente à jornada de 1 dia de trabalho por folga não concedida.
Isto porque o salário do empregado remunera a jornada normal de trabalho, que é integralmente cumprida nos 14 dias de embarque. Tudo que excede é labor extraordinário. Já o direito à folga decorre de imposição legal, consequência do trabalho realizado a bordo.
Assim, deverá a Reclamada ser condenada ao pagamento das folgas decorrentes do labor excedente ao 14º dia de embarque, calculadas sobre o valor integral da hora diurna (“salário base”, acrescido das demais verbas de natureza salarial, na forma da Súmula 264 do TST) e acrescidos os reflexos das mesmas nos repousos, tudo de todo o decorrer da relação empregatícia, bem como as integrações e reflexos devidamente listados no tópico III da fundamentação.
RSR
O que se requer é a nulidade da cláusula da norma coletiva que prevê que o pagamento dos dias laborados excedentes ao 14º de embarque ou durante a folga compensatória seja calculado com base no divisor de 30 dias do mês, por ofensa à disposição literal do Artigo 64 da CLT.
Pois, se, os 14 dias de folga se constituem em “dias úteis não trabalhados” não serão computados no cálculo do divisor de horas extras, que inclui os dias de repouso remunerado, na forma da parte final do caput do art. 64 da CLT e seu § 1º:
“Art. 64 - O salário-hora normal, no caso de empregado mensalista, será obtido dividindo-se o salário mensal correspondente à duração do trabalho, a que se refere o art. 58, por 30 (trinta) vezes o número de horas dessa duração.” (como, no regime geral, se divide por 30, inclui-se os DSR)
“Parágrafo único - Sendo o número de dias inferior a 30 (trinta), adotar-se-á para o cálculo, em lugar desse número, o de dias de trabalho por mês.” (g.n.)
Assim, sendo os RSR dias de descanso remunerado, fazem parte do divisor de horas extras, ao contrário dos dias úteis não trabalhados. Para demonstrar o alegado, basta verificar como se obtém o divisor 220, aplicável ao regime de 44 horas semanais: São 44 horas laboradas em 6 dias de trabalho semanal (44 dividido por 6 = 7,33333 horas, equivalente a 7h20min). 7,33333 multiplicado por 30 dias no mês (inclui-se, pois, o RSR), equivale justamente a 220.
Desta forma, caso seja dado validade à cláusula, a consequência lógica é que os reflexos das horas extras (ou “dias”) nos RSR será de 100%, pois a sistemática de cálculo das horas extras prevista na norma coletiva considera não exclui os dias úteis não trabalhados, levando à conclusão lógica que considera a folga compensatória de embarque como RSR´s.

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