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Fundamentos de Macroeconomia

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FUNDAMENTOS DE MACROECONOMIA
Índice
CONCEITO DE MACROECONOMIA 
 FUNDAMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
 INSTRUMENTOS DE POLITICA ECONÔMICA
 CORRENTES DE PENSAMENTO ECONÔMICO
CONCEITO DE MACROECONOMIA
A Macroeconomia é o ramo da teoria econômica que estuda a determinação e o comportamento dos grandes agregados nacionais. Portanto, estuda o comportamento da economia como um todo.
A parte relativa à determinação e medição das variáveis macroeconômicas é a CONTABILIDADE SOCIAL, que refere-se a valores já efetivados, realizados (como na contabilidade privada). Dizemos que são valores definidos EX POST (a posteriori, após realizados).
A parte do comportamento dos agregados, de como são afetados pela política econômica, de como são previstos, é a TEORIA MACROECONÔMICA propriamente dita, que considera valores planejados, teóricos, aos quais chamamos de valores EX ANTE (a priori, antecipados). Ou seja, são valores previstos para as variáveis macroeconômicas, ao início de um dado período.
Tópicos abordados em Macroeconomia
 Contabilidade Nacional: definição e medição do PIB, Índices de Inflação, Emprego, Consumo Agregado, Poupança Agregada, Investimento Agregado, Agregados Monetários, Taxa de Juros, Exportações, Importações, Taxa de Câmbio.
 Instrumentos de Política Macroeconômica:
 -Política Monetária
 -Política Fiscal
 -Políticas Externas:
 -Política Cambial
 -Política Comercial
 -Política de Rendas
 Análise Agregada de Mercados:
 -Mercado de Bens e Serviços, 
 - Mercado Monetário, 
 - Mercado de Trabalho 
 - Mercado Externo (Macroeconomia Aberta)
 Macroeconomia x Microeconomia
 Macroeconomia: trata dos agregados globais, para o país como um todo: produção, renda emprego, inflação, exportações/importações globais, agregados financeiros, etc.
 Microeconomia: trata de agregados parciais: de um lado, milhares de consumidores de um dado produto, 
que se constitui na demanda ou procura de mercado; de outro lado, as empresas, que se constitui na oferta de mercado.
Teoria Macroeconômica x Teoria de Desenvolvimento Econômico
Teoria de Desenvolvimento Econômico: estuda modelos de desenvolvimento que levem à elevação do padrão de vida (bem estar) da coletividade. Trata de questões estruturais, de longo prazo (crescimento da renda per capita, distribuição de renda, evolução tecnológica, qualificação da mão de obra, questões ambientais, etc.). 
Teoria Macroeconômica: preocupa-se mais com as questões conjunturais, de curto prazo, principalmente com o nível de atividade, de emprego e dos preços(inflação). 
FUNDAMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
 Objetivos de Política Econômica 
O objetivo geral da política econômica é a melhoria contínua do padrão de vida e de bem-estar da coletividade. Especificamente, isso significa: 
CRESCIMENTO DO NÍVEL DE RENDA E EMPREGO
É o principal objetivo: crescimento contínuo e estável da renda e do emprego (não “vôos de galinha”, como no Governo José Sarney)
DISTRIBUIÇÃO JUSTA DA RENDA
Remunerar as pessoas de acordo com sua capacitação, mas também proporcionar melhor qualidade de vida para os que não tiveram oportunidades. 
ESTABILIZAÇÃO DA TAXA DE INFLAÇÃO
Condição necessária para um crescimento econômico contínuo e estável, e para uma melhor distribuição de renda. 
A escolha do objetivo de política econômica é decidida no âmbito do poder político. Cabe aos economistas levar a cabo a orientação geral dada pelo poder político, utilizando os instrumentos de política econômica da forma mais eficiente (minimizando custos, maximizando benefícios). 
Interessante observar que a partir de 2004, com exceção de 2009, o Brasil atingiu os três objetivos ao 
mesmo tempo: crescimento econômico, estabilidade de preços, e melhoria distributiva. Anteriormente, os 
períodos de maior crescimento econômico (Pós-Guerra, Juscelino, Milagre Econômico 1967/1973), 
tínhamos ao mesmo tempo altas taxas de inflação e piora da distribuição de renda (que os críticos do 
Milagre Econômico denominaram Teoria do Bolo: “crescer, para depois distribuir”). No Governo 
Itamar/FHC foram atingidos dois dos três objetivos: estabilidade de preços, com o Plano Real, e melhoria 
distributiva, com programas de transferência de rendas (aumentos reais do salário-mínimo, Bolsa Escola, 
Vale Gás, Bolsa Alimentação, consolidados e rebatizados como Bolsa Família por Lula), mas com taxas de 
crescimento relativamente baixas nesse período.
Conflito de Objetivos de Política Econômica (Erros ou Custos?) 
Milagre Econômico 1967/1973: a economia cresceu em média 10% ao ano, mas com piora da distribuição de 
 renda. (“Teoria do Bôlo”: primeiro crescer, para depois distribuir renda)
Segundo os críticos (Maria Conceição Tavares, Celso Furtado, Rodolfo Hoffmann), o Governo, cujo ministro era Delfim Netto, praticou a Teoria do Bolo (crescer primeiro, para depois distribuir). A defesa do Governo foi que a piora da distribuição de renda deveu-se à escassez de mão-de-obra qualificada, e abundância de trabalhadores de baixa qualificação, o que teria feito com que, com o rápido crescimento econômico, os mais qualificados tivessem aumentos de renda relativamente maiores do que os demais. Ou seja, todos tiveram aumento de renda, e portanto melhoraram seu padrão de vida, mas os “ricos ficaram mais ricos, e os pobres menos pobres”. 
 O “brazilianist” Albert Fishlow, da Universidade da Califórnia em Berkeley foi quem deu início a esse debate, através de um estudo onde dividiu os trabalhadores em 10 classes de renda por salários-mínimos (dez “decis”, no jargão estatístico), e comprovou a piora na distribuição de renda no período. 
Entretanto, como que comprovando a justificativa do Governo, o próprio estudo dele mostra que houve um aumento da renda real (e portanto do padrão de vida) em todos os 10 extratos de renda.
 Posteriormente, o economista Carlos Geraldo Langoni, da FGV-RJ, orientado pelo próprio ministro Delfim Netto, mostrou, através de um estudo econométrico, como a piora da distribuição de renda deveu-se basicamente pela escassez de mão-de-obra qualificada e abundância de mão-de-obra de baixa qualificação.
Governo Lula em 2003: a elevação da taxa de juros SELIC permitiu retomar o controle da inflação, mas provocou um 
aumento da taxa de desemprego (trade off).
A manutenção de juros elevados, embora tenha desestimulado o consumo e o investimento em 2003, aumentando o desemprego, permitiu ao governo recuperar o controle da inflação, que havia se elevado ao 
final de 2002, em função da instabilidade gerada pelo receio do mercado de que ocorreria uma mudança 
radical de política econômica, com a vitória do PT. Em 2002, houve uma corrida ao dólar, que provocou um, desvalorização do real (o dólar chegou a quase 4 reais). O custo dos produtos importados elevou-se, 
impactando nos custos de produção, que foram repassados aos preços finais. Esse “repasse” de variações 
cambiais sobre as taxas de inflação é chamado de pass through ou repasse cambial. Trata-se de uma 
relação direta: desvalorizações do real tendem a elevar a inflação, e valorizações tendem a reduzi-la. 
Já em 2003 ocorreu uma relação inversa entre inflação e desemprego. Políticas de estabilização de preços, com o objetivo de controlar os gastos do setor privado (consumo da população, investimentos das empresas (como por exemplo elevações dos juros), normalmente provocam aumentos da taxa de 
desemprego. É o chamado “trade off” (relação inversa entre taxas de inflação e taxas de desemprego).
É interessante observar que o Governo Lula cumpriu o que havia prometido na “Carta ao Povo Brasileiro”, que assinou em junho de 2002, quando a crise cambial se acentuou. Apesar de favorito nas pesquisas, o PT, receoso de perder uma eleição praticamente ganha, também se preocupou com a intranquilidade do mercado. Nessa carta, Lula se comprometeu a manter a essência da política econômica do governo anterior, qual seja: 
 a)respeitar contratos (não reestatizar empresas privatizadas no governo FHC, honrar dívidas interna 
 e externa)
 b) obedecer a Lei de Responsabilidade Fiscal, implantada em 2000 no Governo FHC
 c) manter a política de estabilidade de preços (o chamado tripé metas de inflação + câmbio flutuante + 
 superávit primário).
 A partir dessa Carta, nasce a figura do “Lula Paz e Amor” e o “Lulismo”. Essa postura “neoliberal” contrariou as teses estabelecidas no Congresso do PT de novembro de 2001, que pregava 
a) a moratória da dívida externa;
b) renegociação da dívida interna (no fundo, moratória);
c) re-estatização de empresas privatizadas no Governo FHC (sistema Telebrás, Vale, Embraer, siderurgia, etc), e;
d) controles de preços, dos juros, do câmbio, da remessa de lucros, etc. Inclusive, causou a saída de cerca de 110 economistas do PT, a maioria filiando-se ao PSOL. 
Plano Real: reduziu a inflação de dois dígitos mensais para um dígito anual, mas aumentou a vulnerabilidade externa, devido à valorização do real (“âncora cambial”).
Um grande erro de Política Econômica
Plano Cruzado (fevereiro 1986): abono salarial, concedido após o congelamento de preços. 
O congelamento de preços elevou o poder aquisitivo dos trabalhadores, elevando rapidamente o consumo, e fez com que a capacidade produtiva atingisse seu limite potencial.
O grande erro foi a concessão de um abono salarial de 8% a todos os trabalhadores, dado que a demanda já estava bastante aquecida, devido ao próprio congelamento. 
Consequências: 
- elevou mais ainda o Consumo Agregado: 
- os custos da mão de obra se elevaram, mas, como as empresas não puderam repassar esse aumento para seus preços, baixaram a qualidade (“maquiagem”, etc.)
Após a 2ª. Crise do petróleo, no período 1979/1983, a economia mundial e a brasileira começaram a recuperar-se. A taxa de crescimento superou os 7% ao ano, fazendo com que a produção praticamente atingisse sua capacidade máxima. Entretanto, como o consumo cresceu mais que a produção, a taxa de 
inflação elevou-se rapidamente para 17% no mês de fevereiro de 1986, com tendência ascendente. Daí a necessidade do Plano Cruzado, criado no Governo Sarney, com o congelando os preços, concebido pela equipe do Ministro Sayad.
Esse congelamento elevou o poder aquisitivo da população, aumentando ainda mais o consumo, o que já vinha ocorrendo desde 1984.
 Já sobre a gestão do Ministro Dilson Funaro, mais influente junto ao partido do Governo (PMDB), cometeu-se o grande erro de conceder um abono salarial geral de 8%, elevando ainda mais o consumo agregado. Para a oposição, teria ocorrido um “estelionato eleitoral” (termo criado por Delfim Netto), pois o objetivo real do 
PMDB, partido da situação, seria vencer as eleições para governadores em novembro de 1986 (o que aliás conseguiram). É a política interferindo na economia. 
Como a capacidade produtiva já estava no limite, aumentou os custos de mão de obra, mas as empresas não puderam repassar aos preços dos produtos, que estavam congelados. O aumento dos custos salariais levou as empresas a “maquiar produtos”, baixando sua qualidade. Numa certa altura, criou-se uma expectativa que os preços seriam liberados a qualquer momento, o que fez com que muitos estocassem produtos (“bois no pasto”), que passaram a faltar no mercado, com prateleiras de supermercados praticamente vazias.
Com isso, na gestão do Ministro Funaro, com a economia mundial crescendo a mais de 4% ao ano, o Brasil foi o único país do mundo a declarar moratória em 1987. 
Observamos que:
A avaliação de que seriam erros ou custos é influenciada por juízos de valor, da posição partidária e corrente de pensamento econômico do analista;
b) Tudo tem um custo em economia: “não existe almoço grátis” (famosa frase de Milton Friedman, Prêmio Nobel 
 de Economia)
Problemas em algumas análises econômicas no Brasil 
Criticar, sem apresentar soluções alternativas
 Viés ideológico 
Criticar, sem apresentar a solução alternativa. Em muitas análises econômicas, percebe-se a ênfase na “problemática”, sem muito compromisso com a “solucionática”. Como tudo tem um custo em economia, fica mais fácil apontar os problemas (custos), do que apresentar soluções. 
 Viés ideológico. Os economistas normalmente estão associados a alguma corrente ideológica ou partidária, levando a um debate acirrado, em especial na América Latina, região com mais presença de governos de esquerda, onde a divisão entre economistas é mais radical (ortodoxos x heterodoxos, 
 neoliberais x desenvolvimentistas). Essas visões acabam evidentemente visando as análises econômicas, dependendo da linha de pensamento do analista. 
Voltaremos a essa questão no tópico “Correntes de Pensamento Econômico”. 
INSTRUMENTOS DE POLÍTICA ECONÔMICA
Instrumentos de Política Econômica
POLÍTICA FISCAL: - Política Tributária
 - Política de Gastos Públicos
 POLÍTICA MONETÁRIA: 
 - emissões
 - reservas compulsórias 
 - redesconto
 - open market
 - regulamentação do mercado
 POLÍTICAS EXTERNAS: 
 - Política Cambial 
 - Política Comercial
 POLÍTICA DE RENDAS: - Controles de preços e salários
A Política Fiscal tem um processo de implementação mais lento que as demais 
 políticas, pois depende de: 
 - aprovação do Poder Legislativo (Congresso Nacional, Assembléias Legislativas, Câmara dos Vereadores);
 - obedecer ao Princípio da Anterioridade, pelo qual a maioria das medidas fiscais, envolvendo gastos e principais impostos, só podem ser implementadas a partir do ano seguinte à sua aprovação legal.
Isso é necessário, porque a Política Fiscal provoca impactos distributivos e na estrutura econômica mais acentuados que as demais políticas, por discriminar regiões, setores e grupos da população (classes de renda). 
CORRENTES DE PENSAMENTO ECONÔMICO NO BRASIL
Correntes de Pensamento Econômico no Brasil: Resumo 
NEO-LIBERAIS (MONETARISTAS)
 -Governo é o “Guardião” da moeda. Governo deve cuidar da regulação do mercado (setor financeiro, defesa da concorrência, agências reguladoras) e investir em bens públicos (justiça, segurança, defesa nacional, educação, saneamento básico, etc), deixando os demais investimentos a cargo do setor privado 
-Economia de Mercado: o setor privado é mais eficiente.
-Abertura Comercial (Globalização)
KEYNESIANOS 
-Governo além das funções acima, deve também ser condutor do crescimento. Complementa o setor privado, com investimentos em infraestrutura, incentivos fiscais, financiamentos, parcerias público-privadas (PPP), etc. 
-Estado terceiriza para o setor privado, não estatiza (não cria empresas estatais)
-Economia de Mercado, mas Governo induzindo investimentos, utilizando intensamente a Política Fiscal (daí serem também chamados de Fiscalistas)
-Abertura Comercial (Globalização)
SOCIALISTAS, MARXISTAS, ESTRUTURALISTAS (CEPALINOS)
-Estatizantes: segundo essa corrente ” o Estado preocupa-se com o social, enquanto as empresas privadas preocupam-se apenas com o lucro”
-Protecionistas/Nacionalistas: prioridade ao mercado interno. Barreiras alfandegárias para proteger a indústria nacional.
-Controles de preços (exemplo: gasolina, tarifas de energia elétrica, transportes públicos, etc ). Os mais radicais também são favoráveis ao controle de juros, câmbio e remessa de lucros. 
“Mainstream”:
 (Núcleo central do pensamento econômico mundial: duas vertentes econômicas, dentro do sistema
 capitalista). Predomina em países desenvolvidos e nos principais países emergentes: BRICS, Sudeste da Ásia, Austrália, Nova Zelândia, Chile, México, Colômbia, etc.)
 -Monetaristas: FGV-RJ, PUC-RJ, USP,
 IBMEC-RJ, INSPER-SP
 -Keynesianos: FGV-SP, PUC-RJ, USP
América Latina
(com algumas exceções, como Chile,Perú, Colômbia e México). Forte presença no Brasil (principalmente), Cuba, Bolívia, Venezuela, Equador, Nicarágua, Uruguai). Inclui também a Argentina peronista (estatizante, e sindicalista). Essas correntes incluem a maioria dos economistas do atual Governo, bem como a quase totalidade dos economistas das universidades públicas (exceto USP) e das PUCs (exceto PUC-RJ e PUC-MG), sob liderança da UFRJ e UNICAMP. 
NOMES MAIS CONHECIDOS: 
“Mainstream”
 Neoliberais/ortodoxos/monetaristas:
 Affonso Celso Pastore (USP) 
 José Alexandre Scheinkman (Princeton)
 Maílson da Nóbrega (CEUB-Brasília)
 Eduardo Giannetti da Fonseca (Ex-USP, INSPER)
 Alexandre Schwartzman (USP, Ex-Diretor do Banco Central)
 Keynesianos:
 Delfim Netto (USP)
 José Serra (Engenharia USP, Phd. Cornell-USA)
 Luiz Carlos Bresser Pereira (Bacharel em Direito, Doutor em Economia FGV-São Paulo)
 Yoshiaki Nakano (FGV-São Paulo)
 Luciano Coutinho (Cornell/UNICAMP, Presidente BNDES)
 Luiz Carlos Mendonça de Barros (Engenharia USP, Economia UNICAMP)
 José Roberto Mendonça de Barros (Economia USP)
 Antonio Correia de Lacerda (PUC-SP)
 Meio termo (de formação keynesiana -PHd. MIT/Harvard/Yale, mas mais neoliberais no Governo FHC): 
 Pedro Malan (PUC-RJ)
 Gustavo Franco (PUC-RJ) 
 Armínio Fraga (PUC-RJ) 
 Ilan Goldstajn (PUC-RJ)
 Edmar Bacha (PUC-RJ)
 André Lara Rezende (PUC-RJ)
 Persio Arida (USP)
 
 Socialistas/Marxistas/EstruturalistaS(Cepalinos)/desenvolvimentistas/HETERODOXOS
 Dilma Roussef (UFMG,UFRGS, UNICAMP)
 Fernando Pimentel (UFMG, Ex- Ministro Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior)
 Guido Mantega (UNICAMP, Ministro da Fazenda)
 Luiz Gonzaga Belluzzo (bacharel em Direito USP, Doutor Economia UNICAMP) 
 Fernando Haddad (bacharel em direito, Mestre em Economia USP, Prefeito de São Paulo)
 Marcio Pochmann (UNICAMP)
 Paul Singer (USP, Secretário de Economia Solidária do Governo Federal) 
 Leda Paulani (USP, Secretária do Planejamento da Prefeitura de São Paulo)
 Reinaldo Gonçalves (UFRJ) 
 Correntes de pensamento econômico
NEOLIBERAIS (MONETARISTAS, ORTODOXOS)
Prioridade ao mercado: o Governo é o “guardião” da moeda (cuida da liquidez, taxa de juros, câmbio, inflação), deixando ao setor privado (mercado) a produção de bens e serviços 
Governo é também o responsável pela regulação do mercado (defesa da concorrência, Agências 
Reguladoras de Empresas Públicas), pela tributação, e pelo fornecimento de “bens públicos” (justiça, segurança, defesa nacional, educação básica, saneamento, vacinação, etc.)
 Economia de mercado. Privatistas (contra estatização de empresas) 
 Favoráveis à Abertura Comercial (globalização)
Além da estabilização da moeda, cabe ao Governo a responsabilidade pela regulação da ordem econômica e social, e pelo fornecimento de bens públicos. Portanto, não se trata de um “Estado Mínimo”, como os economistas estatizantes (“heterodoxos”, “desenvolvimentistas”), apregoam particularmente no Brasil.
Correntes de pensamento econômico
SOCIALISTAS, MARXISTAS, ESTRUTURALISTAS (CEPALINOS), “ECONOMIA POLÍTICA” 
 Comando do Estado, inclusive produzindo bens e serviços. Contra a privatização de empresas estatais.
 Protecionistas/Nacionalistas: proteção à indústria nacional, prioridade ao mercado interno. Críticos da globalização (Consenso de Washington: a abertura comercial teria como objetivo favorecer multinacionais americanas”).
 Muitos se dizem “pós-keynesianos”. A diferença é que Keynes defendia o Estado como complemento ao setor privado, mas não a criação de empresas estatais. Segundo Keynes, o Estado deve terceirizar, estimular o setor privado, mas não estatizar. 
 KEYNESIANOS 
Prioridade ao setor privado, à economia de mercado, mas o Estado não deve ser apenas o “guardião da moeda”, e deve estimular o desenvolvimento econômico, através de políticas focalizadas em determinados segmentos (Políticas Industriais, atuação do BNDES, subsídios às exportações, etc.). Uso intenso (ativo) da política fiscal (daí também serem chamados de FISCALISTAS e ATIVISTAS) 
 Estado terceiriza, não estatiza empresas (orienta investimentos, mas o Estado não produz).
 Economia de Mercado. Não são contra privatizações
 Favoráveis à Abertura Comercial (globalização)
Seguidores dos ensinamentos do economista inglês John Maynard Keynes. Segundo esse economista, o mercado sozinho não teria condições de tirar a economia da grande depressão que ocorreu com a crise de 1929. Apenas com grandes investimentos públicos, (ou seja, política fiscal expansionista) principalmente em obras públicas (estradas, pontes, etc.), que empregam grande contingente de trabalhadores, a economia se recuperaria. É o conhecido efeito multiplicador keynesiano: um investimento do governo de, por exemplo, 100 milhões, em obras públicas, aumenta a renda dos trabalhadores da construção civil e dos fornecedores de insumos, que aumentam seu consumo (alimentos, lazer, shopping, feira, padaria, etc.), que se transforma em aumento de renda e de consumo desses setores. A moeda vai passando de mãos em mãos, e os 100 milhões iniciais podem transformar-se em 300, 400 milhões de aumento de renda e, consequentemente, do emprego. 
A nível mundial, a matriz teórica é a Universidade de Harvard, nos USA, e Oxford, na Inglaterra.
Delfim Netto: Uma política monetária e cambial mais corajosa despertaria o “espírito animal” dos empresários, e iniciaria um “círculo virtuoso” de crescimento. E isso seria possível sem pressionar a inflação, já que o próprio mercado a manteria sob controle, dado que a capacidade produtiva (oferta agregada) provavelmente cresceria na mesma proporção da demanda agregada. Teríamos assim crescimento econômico em equilíbrio dinâmico, com baixa inflação.
 “Estado é o condutor, mas quem faz o crescimento é o setor privado”.
“Desenvolvimentistas“
Particularmente na América Latina, mas com mais intensidade no Brasil, as correntes mais à esquerda (socialistas, marxistas, estruturalistas-cepalinos, economia política, etc.) costumam auto-denominar-se de Desenvolvimentistas” ou “Heterodoxos”.
São estatizantes, adeptos do intervencionismo estatal, e contra privatização de empresas estatais. São críticos do sistema capitalista, de uma economia comandada pelo mercado. Denominam os adeptos da economia de mercado de “Ortodoxos”, “Monetaristas”, Neoliberais”
Contra políticas anti-inflacionárias, “ortodoxas”, as quais, segundo eles, se preocupariam apenas com o controle da inflação, sacrificando o emprego e o crescimento econômico. Insinuam que os economistas “ortodoxos” teriam pouca preocupação com a questão social.
Frases típicas dessa corrente de pensamento econômico:
Celso Furtado: “Não há desenvolvimento sem inflação”
Dilma Roussef (2005, Ministra Governo Lula), criticando a política do Ministro Palocci: 
- “Qual o problema com inflação de 15% ao ano?
- “A política do Banco Central é rudimentar”
Nem sempre é fácil a distinção, porque tem keynesianos que também se intitulam “heterodoxos”, 
(por exemplo, Bresser Pereira, da FGV-SP) e economistas de esquerda e desenvolvimentistas (como Guido Mantega), dizendo-se “keynesianos” ou “pós-keynesianos”. O que ambos querem é diferenciar-se dos neoliberais monetaristas. Tem ainda os chamados nacional-desenvolvimentistas,que não são de esquerda, mas são corporativistas e estatizantes, normalmente ligados às universidades públicas, liderados pela UFRJ.
A Presidente Dilma Roussef tem esse perfil “desenvolvimentista”, estatizante e intervencionista, como aliás seus ministros da área econômica (Guido Mantega, Miriam Belchior, Fernando Pimentel), o Ministro da Casa Civil Aloísio Mercadante e o Secretário do Tesouro Arno Augustin. O grau de intervenção aumentou em seu governo, principalmente no setor financeiro, setor elétrico, combustíveis, setor automotivo, etc. Essa já era sua postura (“brizolista”, “bolivariana”) como ministra de Minas e Energia e posteriormente da Casa Civil do Governo Lula. Principalmente por sua influência, as Agências Reguladoras (ANEEL, ANATEL, etc), criadas no Governo FHC, perderam sua autonomia a partir do governo petista. A justificativa dada pelo governo na ocasião foi de que as negociações com setores estratégicos, como energia elétrica, mineração, portos, aeroportos, estradas, etc., deveriam ser tratadas a nível de Ministérios, e não com agências de perfil eminentemente técnico. Essa postura acabou “politizando” as negociações com grandes projetos de infraestrutura, gerando insegurança para os investidores, que teriam o risco de ter contratos alterados ao sabor de interesses políticos, mudanças de ministros, etc., pois que não contam mais com a garantia dada pelas agências autônomas. Uma frase comum que surgiu desde então é que, “o Partido Comunista Chinês dá mais segurança aos investidores do que o governo do Brasil”.
Mas a Presidente Dilma foi forçada a repensar sua posição quanto às privatizações, devido à baixa taxa de investimento e consequentemente baixa taxa de crescimento do país (“pibinhos”). Devido ao viés ideológico estatizante, o governo petista deixou de realizar os investimentos requeridos para melhoria da infraestrutura, priorizando as chamadas despesas correntes ou de custeio ((salários do funcionalismo público, salário mínimo, aposentados, Bolsa Família, etc), de evidente apelo eleitoral. 
Negligenciou assim as despesas de capital (investimento em infraestrutura). Com essa postura, deixou de tirar proveito do período de maior “boom” da economia mundial que se tem notícia (2003/2007), quando então tinha todas as condições e recursos para fazer as duas coisas, desde que em parceria com o setor privado. 
Só agora a presidente percebeu que as privatizações (“concessões”, na terminologia petista), ao passar a maior parte dos investimentos em infraestrutura para o setor privado, não significa que o governo federal deixe de praticar suas políticas sociais. 
O Brasil, mesmo com o fraco desempenho recente da economia mundial, poderia hoje estar crescendo acima de 4% ao ano, como os demais emergentes (BRICS e demais países da América Latina), e não menos de 2%, como atualmente. Essa é a maior crítica à política econômica do governo do PT (Lula/Dilma), que não aproveitou completamente o excepcional momento da economia mundial, antes da crise do Lehman Brothers(2008).
Contabilidade Social
Objetivo: medição dos agregados macroeconômicos de todo o país.
Existem dois sistemas principais: Sistema de Contas Nacionais, de Richard Stone e Simon Kusnetz, e Matriz Insumo-Produto, de Wassily Leontief.
O Sistema de Contas Nacionais adota o método contábil das partidas dobradas, e considera apenas as transações com bens e serviços finais, excluindo bens e serviços intermediários (que são absorvidos nos bens e serviços finais).
A Matriz Insumo-Produto, ou Matriz de Relações Inter-setoriais, ou ainda Matriz de Leontief, é um sistema de dupla entrada, e é mais completo, considerando tanto bens e serviços finais, como bens e serviços intermediários. Cada setor é relacionado duas vezes: em linha (o que cada setor vende) e em coluna (o que cada setor compra).
Sistema de Contas Nacionais
De acordo com o Manual da ONU, adotado por todos os países, o Sistema de Contas Nacionais apresenta cinco contas principais: 
Produto Interno Bruto (transações das empresas) 
Renda Nacional Disponível (transações das famílias)
Transações Correntes com o Resto do Mundo
Acumulação de Capital (Poupança e Investimento) 
Conta Corrente das Autoridades Públicas 
Características: 
-método contábil de partidas dobradas 
-considera apenas bens e serviços finais, excluindo bens e serviços intermediários
Pressupostos:
As contas procuram medir a produção corrente. Não são considerados bens produzidos em período anterior. Nos casos de transações com bens usados, considera-se apenas a remuneração do vendedor (que é remuneração a um serviço corrente, independente se o bem é ou não novo);
As contas referem-se a um fluxo (trimestral ou anual). Os agregados correspondem a variáveis fluxo, que são variações ao longo de um dado período. 
A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como unidade padrão de agregação, permitindo agregar bens e serviços fisicamente diferentes, a partir dos respectivos preços. Significa que as Contas Nacionais não registram os Agregados Monetários (empréstimos, depósitos, open market), que ficam a cargo do Banco Central, mas apenas os Agregados Reais (produto agregado, consumo agregado, investimento agregado, exportações e importações agregadas, etc)
O Fluxo Circular de Renda
O Fluxo Circular de Renda ilustra o processo de formação e distribuição do produto e renda gerados pela atividade econômica num dado período, e é a base da montagem dos Sistemas de Contabilidade Social.
Para a definição dos principais agregados macroeconômicos, supõe-se inicialmente uma economia simplificada, tendo como agentes apenas as famílias e as empresas, fechada e sem governo, e depois agregam-se os demais agentes, na seguinte sequência:
 Economia a 2 setores, sem formação de capital, fechada e sem governo 
 Economia a 2 setores, com formação de capital, fechada e sem governo
 Economia a 3 setores, incluindo o governo
 Economia a 4 setores, incluindo o setor externo (economia aberta)
Economia a 2 setores, sem formação de capital
Existem três óticas de mensuração: Produto Nacional (PN), Renda Nacional (RN) e Despesa Nacional (DN).
São três formas alternativas de medir o resultado da atividade econômica de um país, num dado período (normalmente trimestre e ano).
O PN é medido a partir das empresas produtoras e vendedoras. A RN é medida a partir das famílias, e na DN a medição é feita junto aos compradores dos bens e serviços das empresas, num dado período.
O Produto e a Despesa Nacional são medidos a partir das transações no Mercado de Bens e Serviços (Ótica do Produto e da Renda), enquanto a Renda Nacional é medida a partir do Mercado de Fatores de Produção (Ótica dos Rendimentos). 
Veremos que as três alternativas, conceitualmente diferentes, levam ao mesmo resultado numérico. 
 Produto Nacional (PN)
O PN é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em determinado período de tempo.
PN = pi qi
 i = 1,2,3,...n bens e serviços finais 
 p = preço unitário médio do ano
 q = quantidade de bens e serviços finais
 pi qi = faturamento do setor de atividade i
O PN agrega os três setores de atividade:
Setor primário: agricultura, pecuária, pesca e extração vegetal 
Setor secundário: indústria, extração mineral
Setor terciário: serviços, comércio, transportes, comunicação, sistema financeiro
Produto Nacional (PN)
São excluídos do PN:
Bens e serviços intermediários
Economia Informal (Sonegação)(*)
Atividades ilegais (Economia Subterrânea) (*): o PN deve medir a atividade socialmente útil
O valor dos bens de segunda-mão (**) 
(*) Pelo Manual da ONU, o Produto Nacional deve medir a atividade socialmente útil. Entretanto, países como Holanda, Finlândia, Suécia, Noruega, Áustria, Reino Unido e Itália incluem no cálculo do Produto Nacional estimativas do contrabando, prostituição e tráfico de drogas. 
(**) Entretanto, a remuneração dos vendedoresé incluída, independente do produto ser novo ou usado, fazendo parte da produção do Setor Terciário ou de Serviços 
Renda Nacional (RN)
A RN é a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços, em um dado período de tempo. Mostra como a renda é distribuída entre os proprietários dos fatores de produção, que fazem parte das Famílias:
Salários(w): remuneração dos serviços do fator trabalho ou mão-de-obra. (w vem do inglês wages)
Aluguel(a): remuneração dos serviços do fator terra (ou recursos naturais)
Juros(j): remuneração dos serviços do fator capital financeiro aplicado pelas famílias nas empresas
Lucros e dividendos(l): remuneração dos serviços do fator capital físico (prédio e instalações). Também é entendido como remuneração do fator capacidade empresarial
Despesa Nacional (DN)
A DN é o valor de todas as despesas realizadas pelos agentes: consumidores, empresas, governo e estrangeiros na compra de bens e serviços finais, num determinado período de tempo. A medição é feita junto aos compradores.
Neste modelo simplificado, a 2 setores, sem formação de capital, é igual a
DN = Despesas de Consumo (C)
ECONOMIA A 2 SETORES, SEM FORMAÇÃO DE CAPITAL
Identidade Básica das Contas Nacionais
Como não existem estoques, tudo que é produzido, é vendido:
PN Ξ DN
Como no agregado, as transações com bens intermediários são excluídas, pois se anulam entre empresas, tudo que as empresas recebem pelas suas vendas de bens e serviços (DN) é gasto com pagamentos a fatores de produção (RN=w+j+a+l). 
Portanto, PN Ξ DN Ξ RN
Papel dos lucros: nas contas nacionais, os lucros e dividendos são interpretados como um custo de produção para as empresas, e como remuneração da capacidade gerencial de seus proprietários ( que fazem parte das Famílias) e, portanto, parte da Renda Nacional. É o que permite a identidade acima.
Medição prática do Produto/Renda Nacional: Valor adicionado
A forma mais prática de medir-se o resultado da atividade econômica é através do conceito de Valor Adicionado, ou Valor Agregado.
VALOR ADICIONADO: É a renda (riqueza) agregada por cada setor de atividade, em cada etapa do processo de produção.
V.A.= RECEITA DE VENDAS - COMPRAS DE BENS E SERV. INTERMEDIÁRIOS
A Receita de Vendas, ou Faturamento, é chamada, nas Contas Nacionais, de Valor Bruto da Produção (VBP).
O Valor Adicionado é medido basicamente a partir de notas fiscais (ICMS,IPI).
Medição prática do Produto/Renda Nacional: Valor adicionado
 TRIGO FARINHA PÃO
Receita de Vendas
 (Valor Bruto da Produção) 100 400 1.000 PN=DN=1.000 
 b) Compras Intermediárias 0 100 400
 c) VALOR ADICIONADO (a-b) 100 300 600 = 1.000 = RN
Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo)
Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha)
Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão)
(*) Vendas diretas aos consumidores finais (farinha) e exportações (trigo, farinha), são consideradas como bens e serviços finais, e não intermediários. Outro exemplo: os pneus vendidos para a indústria automobilística é um produto Intermediário. Se vendido ao consumidor final, ou exportado, é um produto final
Alternativas de medição do Produto/Renda Nacional
Portanto, como os 3 Mosqueteiros, que são 4, existem 3 óticas mas 4 formas diferentes de medir o resultado econômico de um país, todas conduzindo a um mesmo valor numérico:
Soma dos produtos finais das empresas produtoras 
 Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional 
 Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros
 Soma de valores adicionados dos setores de atividade 
O órgão responsável pelas Contas Nacional no Brasil é o IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
Economia a 2 setores, com formação de capital
ECONOMIA FECHADA, SEM GOVERNO E COM FORMAÇÃO DE CAPITAL
Hipóteses:
As Famílias, além de consumir, também poupam;
As Empresas, além de produzir bens de consumo, produzem bens de capital.
Introduziremos os conceitos de Poupança, Investimento, Depreciação, Estoques, Investimento Bruto e Investimento Líquido
POUPANÇA AGREGADA (S)
A Poupança Agregada é a parcela da Renda Nacional não gasta no período. Na realidade, as famílias podem gastar sua renda em consumo, importações, impostos. Neste modelo simplificado, supõe-se que as famílias só gastam em bens de consumo:
S = RN – C
S = Poupança Agregada(S do inglês Saving)
RN= Renda Nacional = w + j + a + l
C = Consumo Agregado
De toda a renda recebida pelas famílias (RN), o que elas não gastam em bens de consumo, é definido como Poupança Agregada.
INVESTIMENTO AGREGADO (I)
O Investimento Agregado é gasto com bens que aumentam a capacidade produtiva da economia, para a geração de Consumo e Renda Futura. Também chamado de Taxa de Acumulação de Capital.
O Produto Nacional (PN) é composto pela produção de Bens de Consumo (C) e de Bens de Capital (I)
PN = C + I e portanto I = PN – C
Ou seja, o Investimento Agregado é o aumento do estoque de capital físico, da capacidade produtiva da economia, para aumentar o produto e a renda futura.
Outra maneira de definir Investimento, no sentido econômico: é o gasto em bens para consumo futuro. Ou seja, gastos no período corrente, para aumentar o consumo e a renda futura. 
Componentes do Investimento
Os bens que são produzidos no período corrente, que não foram consumidos no mesmo período, são os bens de capital e os estoques:
Ibk = Investimento em bens de capital (máquinas, equipamentos, prédios novos). Inclui os gastos com a expansão da empresa, e investimentos na construção civil. Nas Contas Nacionais, é chamado de Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF)
E = Variação de estoques no período (diferença entre os estoques do fim do período com o início do período): 
ΔE = Et – Et-1
Inclui tanto estoque de produtos acabados como matérias-primas. Em Economia, os estoques são interpretados como um investimento realizado num dado período, que permitirá aumentar a produção e o consumo nos períodos seguintes.
Mais observações sobre o investimento:
Não se deve confundir Investimento no sentido vulgar com investimento no sentido econômico. Na Macroeconomia, aplicações em ações e produtos financeiros são transferências entre agentes, e, de per se, esses valores não representam aumento da capacidade produtiva, do estoque de capital físico da Economia.
O investimento em ativos de segunda mão (imóveis, veículos) não é contabilizado como investimento agregado, sendo apenas uma transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”. Esses bens já foram computados no passado. 
Os bens de consumo duráveis (TV, automóveis), embora não sejam consumidos no presente e gerem fluxo de serviços no futuro, são considerados como consumo, e não como investimento (há controvérsias).
Conceito de Depreciação (d): 
Depreciação é o “consumo” (desgaste) do estoque de capital físico, em dado período. Parte do estoque de capital vira sucata, ou torna-se obsoleto.
O conceito de depreciação traz a diferenciação entre Investimento e Produto em termos Brutos ou Líquidos: 
Investimento Bruto (IB) x Investimento Líquido (IL)
IL = Acumulação Líquida de Capital = Diferença entre novos investimentos (IB) e a depreciação (d)
Produto Nacional Bruto (PNB) x Produto Nacional Líquido (PNL)
A identidade S = I “ex-post”
Como: 
S = RN – C
I = PN – C
PN = RN
Segue-se que
Ou seja, por definição, na Contabilidade Nacional, em termos ex post, a Poupança Agregada é igual ao Investimento Agregado.
Vejamos dois exemplosde como ocorre essa identidade contábil. 
Vamos supor que PN = RN = 100, e que as empresas só produzam bens de consumo.
Com o resultado da venda de seu produto (PN=100), as empresas remuneram as famílias (RN=100). 
Mas vamos supor adicionalmente que as famílias decidem consumir apenas 80 (C=80), e portanto poupar 20:
S = RN – C = 100 – 80 = 20
Portanto, parte do PN = 100 não foi vendida às famílias, sobrando 20 de estoques. Assim:
I = E = 20
Conclui-se que,
S = I = 20
Vamos supor agora que as empresas produzem 70 de bens de consumo (C) e 30 de bens de capital (I)
PN = C + I = 70 + 30 = 100
Esses 100 recebidos pelas empresas serão pagos às famílias, como remuneração (inclusive o lucro). 
Portanto, RN = 100 
Como só foram produzidos 70 de bens de consumo, esse é o máximo que as famílias podem consumir, e poupando 30. 
Conclui-se que
 S = I = 30 
A identidade S=I ex post é uma relação contábil, que deve-se à forma como são definidos S e I. 
Isso não significa que a poupança do período foi toda destinada a investimento desse período, ou que todo investimento do período foi financiado pela poupança do mesmo período. Como tratam-se de definições contábeis, não interessa qual a destinação da poupança, e como foi financiado o investimento (pode ter sido financiado por empréstimos, poupanças passadas, e até por parte da poupança do período). 
ECONOMIA A 3 SETORES, INCLUINDO O SETOR PÚBLICO
Receita Fiscal
Impostos indiretos (Ti): incidem sobre bens e serviços. Ex.: ICMS, IPI.
Impostos diretos (Td): incidem sobre as pessoas (físicas e jurídicas). Ex.: IR, IPTU.
Contribuições à previdência social: encargos trabalhistas recolhidos de empregados e empregadores.
Outras receitas do governo: taxas, multas, pedágios
Gastos do Governo
Gastos com ministérios, secretarias e autarquias: 
Financiados com receitas provenientes de dotações orçamentárias.
Gastos com transferências e subsídios:
Aposentadorias, Programas Assistencialistas (Bolsa Família, Seguro Desemprego, Subsídios setoriais, etc.) 
Gastos das empresas e sociedades de economia mista: 
Financiados pelas receitas oriundas da venda de bens e serviços no mercado. No Sistema de Contas Nacionais, são consideradas dentro da conta das empresas, e não como Governo. 
Produto Nacional a preços de mercado e a custo de fatores
Produto Nacional a preços de mercado (PNpm): é medido a partir dos valores pagos pelo consumidor. 
Produto nacional a custo de fatores (PNcf = RNcf): é medido a partir dos valores pagos que refletem os custos de produção, antes de serem oferecidos no mercado. Assim, é a própria remuneração dos fatores (w + j + a + l), ou seja, a própria Renda Nacional.
Entre a “saída da fábrica”, e o preço que o consumidor paga, devem ser acrescidos à RNcf (os Impostos Indiretos (Ti)(*), tipo ICMS, IPI, assim como devem ser subtraídos os Subsídios do Governo dado aos produtores, para cobrir parte dos custos, e assim reduzir o preço ao consumidor final
(*) Os Impostos Diretos (Td) incidem sobre a renda dos proprietários dos fatores de produção, e já estão incluídos na RNcf, ou seja, acrescidos nos salários, juros, aluguéis e lucros
ECONOMIA A 4 SETORES, INCLUINDO O SETOR EXTERNO
Exportações (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e serviços. São os gastos do setor externo com nossas empresas.
Importações (M): são as aquisições de bens do exterior. Parte da renda gerada no país que “vaza” para fora.
Renda recebida do exterior (RR): renda devido à produção de nossas empresas operando no exterior.
Renda enviada ao exterior (RE): parte do que foi produzido internamente não pertence aos nacionais (Ex.: capital e tecnologia). A remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de remessa de lucro, royalties, juros.
Renda líquida de fatores externos: 
 No Brasil, a renda líquida de fatores externos é chamada de Renda Líquida Enviada ao Exterior, e é negativa. 
Produto Nacional Bruto(PNB) x Produto Interno Bruto (PIB)
Produto Interno Bruto (PIB): é a renda devida à produção dentro dos limites territoriais do país.
Produto Nacional Bruto (PNB): renda que pertence efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior de estrangeiras localizadas no Brasil.
Fórmula final da Despesa Nacional
No modelo simplificado (Economia a 2 setores, sem formação de capital), vimos que DN = C. Introduzindo formação de capital, Governo e setor externo, a fórmula completa é:
Como trata-se da DN com nosso PN, ou seja, o que brasileiros gastam com as empresas nacionais, as importações (M) devem ser excluídas. Como os componentes importados estão incluídos nos 4 componentes de despesa (C(Consumo, I(Investimento), G(Gastos do Governo, X(Exportações)), elas são excluídas da DN pelo seu total. 
A Despesa Nacional é apresentada a preços de mercado, já que referem-se a vendas finais. 
Fórmula Final da Poupança Agregada
Como vimos, a Poupança Agregada é a parcela da renda que as famílias recebem, mas não gastam em consumo, num dado período. No modelo simplificado, a fórmula era
 S = RN – C 
Com o modelo completo, da renda RN recebida, parte é gasta internamente (C ), parte vai para o Governo (T(Impostos)), e parte gasta com produtos importados(M). A fórmula final da Poupança fica:
Onde 
S = Poupança (S do inglês Saving) 
RN = Renda Nacional recebida pelas famílias = w + j + a + l
C = Consumo Agregado
T = Total de Impostos (Arrecadação Tributária)
M = Importações 
Identidade Básica das Contas Nacionais
Como PN = RN= DN, segue a identidade:
Essa identidade vale para todas as definições do PN (PIB, PNB, a custo de fatores ou a preços de mercado). Por exemplo: 
A apresentação mais comum é a seguinte:
 
A preços de mercado.
Observações adicionais sobre as Contas Nacionais no Brasil 
Depreciação: No Brasil, não é calculada a depreciação. Assim, todos os agregados estão em termos brutos, não líquidos (PIB, Investimento Bruto, etc). Não temos PIL, Investimento Líquido.
Excedente Operacional Bruto (EOB). Não temos no Brasil o cálculo dos itens juros(j), alugueis (a) e lucros(l) separadamente. Mas, como temos o total de salários pagos, esses 3 componentes são calculados conjuntamente pela diferença entre a Renda Nacional Bruta (cujo valor global é obtido pelo Valor Adicionado) e o total de salários, originando o conceito de Excedente Operacional Bruto (EOB), igual a
PIB trimestral x PIB anual: Por volta de março/abril, divulga-se uma estimativa do PIB e seus componentes do ano anterior. O cálculo final do PIB anual só é divulgado após 2 anos.
 Ao longo do ano, calcula-se o PIB trimestral, que é uma amostra que não inclui todas as regiões do país. 
PIB Efetivo x PIB Potencial
PIB Efetivo: é o PIB efetivamente calculado para um dado período. É o PIB real ou deflacionado, descontada a inflação do período.
PIB Potencial: É o PIB que seria obtido, se todos os recursos produtivos disponíveis (mão-de-obra, capital) estiverem sendo utilizados, sem causar inflação. É o crescimento potencial de um país, se a capacidade produtiva e a mão-de-obra estiverem sendo plenamente utilizadas, e que não esteja pressionando os preços. 
Em outras palavras, o PIB potencial é o que equilibra a Demanda com a Oferta Agregada de bens e serviços 
Valores a preços correntes (valores nominais) x Valores a preços constantes (valores reais)
PIB CORRENTE (OU PIB NOMINAL OU PIB MONETÀRIO)
 PIB a preços correntes do próprio ano. Contém as variações de preços (inflação) ao longo do tempo. 
PIB REAL (OU PIB DEFLACIONADO)
O PIB real supõe preços constantes em algum ano, chamado ano-base. 
 Vamos supor o PIB dos últimos 3 anos, e 2010 como ano base:
 PIB nominal 2012 = p2012. q2012 PIB real 2012 = p2012.q2012
 PIB nominal 2013 = p2013. q2013 PIB real 2011 = p2012.q2013 
 PIB nominal2014 = p2014. q2014 PIB real 2012 = p2012.q2014 
 Como os preços mantiveram-se constantes no ano de 2012, o PIB real mede a variação real (q), livre do efeito da inflação. Ou seja, o PIB real mede o crescimento econômico efetivo do país. 
 PIB a preços constantes de determinado ano ou mês. Como supõe inflação zero, a taxa de crescimento do PIB real reflete o crescimento real da economia, ou seja, a variação a quantidade real de bens e serviços colocados à disposição da coletividade, refletindo a melhoria de seu padrão de vida. 
Deflacionamento
Método prático para transformar séries monetárias a preços correntes, em valores reais a preços constantes, obtendo-se assim o crescimento real da série, livre do efeito da inflação.
Para deflacionar o PN (PIB) nominal, deve-se utilizar um índice de preços (chamado de Deflator), e dividir o PIB corrente por esse índice (no caso, o Índice Geral de Preços- IGP), e multiplicar por 100, ano a ano, assim:
A lógica é a seguinte: como o numerador contém preços correntes, quando dividimos por um índice de preços, estamos “cortando” os preços tanto do numerador como do denominador, e ficamos então apenas com a variação real, sem a influência dos preços.
 Esse é um procedimento que deve ser adotado em qualquer série econômica a preços correntes (faturamentos, custos, depósitos, etc.).
 O índice de preços (deflator) considerado deve ser específico para cada setor de atividade. Por exemplo, o valor da produção agrícola deve ser deflacionado pelo índice de Preços Agrícolas, o faturamento do setor 
automobilístico deve ser deflacionado pelo Índice de Material de Transporte, etc. 
Deflacionamento: Exemplos
 
Por convenção estatística internacional, todo número-índice é multiplicado por 100 (não se trata de porcentagem), e o ano ou mês-base é sempre igual a 100. Rigorosamente, a base é igual a 1, mas aí teríamos, nos demais meses, números como 1,03, 1,11, 1,53, etc. Multiplicando por 100, fica 103, 111, 153, números de mais fácil “visualização”. 
Deflacionamento: Taxa real de juros (Fórmula de Fischer)
A fórmula ou Equação que permite deflacionar taxas (em %) nominais (correntes), e determinar taxas reais, livres do efeito da inflação.
Exemplo: Supondo uma taxa de juros SELIC de 11% (taxa nominal, determinada pelo COPOM) e uma taxa de inflação prevista de 6,0% para o ano, a taxa real de juros esperada seria:
Como veremos na parte do Setor Externo, a fórmula de Fischer também é aplicada para determinarmos a taxa real de câmbio, a partir da taxa nominal (corrente) de câmbio.
Deflacionamento: Exercício 
Pede-se calcular as duas últimas colunas
Coluna 1: receitas nominais (a preços correntes)
 Coluna 2: Os valores são referenciados ao mês base (janeiro). Assim, a inflação cresceu 30% em fevereiro, em relação a janeiro, e 40% em março, em relação à janeiro. Para calcular a variação entre fevereiro e março, divide- se o índice de março (140) pelo de fevereiro (130), e coloca-se em porcentagem 
 Coluna 3 = x 100 
Coluna 4 = Calculada mês a mês a partir da Coluna 3 (faturamento real): divide-se um mês pelo anterior, e coloca-se em porcentagem (x 100). Como não foi dada a informação sobre dezembro, a taxa de crescimento em janeiro é desconhecida 
Mudança de base de comparação
O mês ou ano base pode ser alterado. Por exemplo, no exercício acima, se por algum motivo quisermos mudar o mês base de comparação para março, uma simples “regra de 3” resolve:
março = 100
fevereiro = 130 está para x, assim como 140 está para 100
janeiro = 100 está para x, assim como 140 está para 100 com o que os Índices de preços passam para:
janeiro = 71,43
fevereiro = 92,86
março = 100
 Dividindo-se as receitas correntes (Coluna 1) por esse índice, obteremos o faturamento real, a preços constantes de março. Tanto as taxas de inflação, como as taxas de crescimento real não se alteram, qualquer que seja o mês ou ano base.
Principais Índices de Preços
 IPCA-IBGE - Índice de Preços ao Consumidor Amplo. Reflete a variação mensal de preços para famílias com renda até 40 salários mínimos, em 11 regiões metropolitanas e Distrito Federal. Utilizado para fixar a meta de inflação.
IPC-FIPE - mede a variação semanal nos últimos 30 dias dos preços dos bens e serviços consumidos pelas famílias que ganham até 10 salários mínimos, no Município de São Paulo
IGP-FGV - Índice Geral de Preços. Compõe-se de 3 índices:
 60% Índice de Preços por Atacado (IPA)
 30% Índice de Preços ao Consumidor (IPC)
 10% Índice Nacional do Custo da Construção (INCC)
Diferença entre IGP-DI (Disponibilidade Interna) e IGP-M (Mercado):
 IGP-DI- preços coletados do 1° ao último dia do mês
 IGP-M - preços coletados de 21° do mês anterior a 20° do 
 mês atual. Apresenta 3 prévias (decêndios)
Diferença entre IPCA e IGP: O IGP sofre mais diretamente o efeito de variações cambiais, por incluir preços de insumos no atacado (bens tradables (*) no comércio exterior). O IPCA, de varejo, tem maior participação de bens no-tradables (*) (aluguel, domésticas, serviços médicos, etc.), que não sofrem influência imediata das variações cambiais, por não serem transacionados no comércio exterior. 
(*) Bens comercializáveis e não comercialiazáveis no comércio internacional. Também chamados de “tradeables” e “no tradeables”, ou ainda “non tradeables”. 
PIB em dólares correntes
PIB em dólares correntes: preços em dólares, à taxa de câmbio corrente
 PIBBrasil = PUS$Brasil x qBrasil
 PIBChina= PUS$China x qChina
 PIBUSA = PUS$USAqUSA
 (P US$ = preços na moeda nacional (reais no Brasil, yuan na China, dólar nos Estados Unidos, etc. convertidos em dólares pela taxa de câmbio corrente)
O PIB em dólares correntes não é o mais adequado para comparações internacionais, pois reflete a interferência na política cambial de cada país, que por sua vez não necessariamente representa o poder de compra da população do país.
PIB em dólares PPP
PIB em dólares PPP (Purchasing Power Parity): produção do país, medida a preços das mercadorias nos USA (país base, ou de referência).
 PIBPPP Brasil = PUS$USA x qBrasil (preços em US$ nos USA)
 PIBPPP China = PUS$USA x qChina
 PIBPPPUSA = PUS$USA x qUSA 
O PIB PPP, inspirado no Índice Big Mac da revista The Economist, é a forma mais adequada para comparações internacionais, já que todos os países têm a mesma base de referência, qual seja, os preços das mesmas mercadorias e serviços nos Estados Unidos, multiplicados pelas quantidades de bens e serviços produzidas em cada país. 
 Como são os mesmos preços para todos os países, o PIB PPP representa então uma estimativa da variação real da atividade econômica dos países, independente de variações de sua política cambial.
Embora ainda seja incompleto, pois só são incluídos apenas aqueles bens e serviços que sejam produzidos e consumidos em todos os países, a ONU, que criou essa estatística, prefere utilizar o PIB PPP na comparação entre países, do que o PIB em dólares correntes, que sofrem muita influência da interferência do governo no câmbio (por exemplo, desvalorizações cambiais para beneficiar as exportações, como faz a China, e fazia o Brasil, com as chamadas maxi-desvalorizações cambiais nos tempos do Ministro Delfim Netto, ou ainda a 
 “âncora cambial”, valorização do real, do Plano Real). Nesses casos, a taxa de câmbio corrente não refletia a taxa de equilíbrio da economia, que seria obtida se não houvesse intervenção no câmbio. 
PIB vários países – 2007
IDH - Índice de Desenvolvimento Humano
O IDH – Índice de Desenvolvimento Humano mede o grau de desenvolvimento sócio-econômico dos países. Constitui-se de uma média aritmética de 3 índices, variando de 0 a 1 (quanto mais próximo de 1, maior o padrão de desenvolvimento humano):
-Índice de Expectativa de Vida
-Índice do RNB per capita (em dólares PPP)-Índice de Educação (média composta pela média dos anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais) e anos de escolaridade esperada).
Desenvolvimento Humano Muito Elevado: 25% maiores
Desenvolvimento Humano Elevado: 25% seguintes
Desenvolvimento Humano Médio: 25% seguintes
Desenvolvimento Humano Baixo: 25% menores
Como vimos anteriormente, a Renda Nacional Bruta (RNB), que é o mesmo que Produto Nacional Bruto (PNB), representa a renda que efetivamente pertence aos brasileiros, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) considera toda a renda gerada dentro dos limites territoriais do país, inclusive por ativos pertencentes aos estrangeiros, como lucros das multinacionais, juros da dívida externa, royalties.
Portanto, a RNB é igual a:
RNB = PIB + renda recebida do exterior – renda enviada ao exterior.
A diferença entre a renda recebida e a enviada ao exterior é chamada de Renda Líquida de Fatores Externos-RLFE. No Brasil, como é negativa, é chamada de Renda Líquida Enviada ao Exterior. -RLE. 
IDH – Brasil 2013 
Esperança de vida ao nascer 73,9 anos
Média de anos de escolaridade adulta 7,2 anos
Anos de escolaridade esperada 15,2 anos
RNB per capita (PPP) US$ 14.275
Classificação IDH 790. (entre 187 países)
(Desenvolvimento Humano Elevado) Classificação RNB per capita 740. (entre 187 países)
FONTE: PNUD – Relatório de Desenvolvimento Humano 2014
IDH Brasil –1980/2013 
 
 
FONTE: Relatório de Desenvolvimento Humano, PNUD, 2014 
Déficit e Dívida Pública
Dívida Pública 
Valor acumulado até um dado momento do tempo. É o estoque, o saldo total da dívida pública interna e externa.
Superávit/Déficit Público (NECESSIDADE DE FINANCIAMENTO DO SETOR PÚBLICO-NFSP)
Variação da dívida durante um certo período (no mês, no trimestre, no ano). 
Os dois conceitos incluem as 3 esferas de Governo (União, Estados e Municípios), Administração Direta, Autarquias, Empresas Estatais e Previdência Social.
Déficit e Dívida Pública
NFSP-RESULTADO NOMINAL OU TOTAL
NFSP-RESULTADO PRIMÁRIO
Para o mercado financeiro e para os investidores em geral, a manutenção de superávits primários indica que o Governo está no bom caminho fiscal, arrecadando mais do que gastando, se excluídos os juros da dívida, que foi “herdada” de governos passados.
O superávit primário representa uma reserva da arrecadação fiscal para garantir pagamentos e amortizações da dívida pública.
Déficit e Dívida Pública: Brasil
A manutenção do superávit primário permite quedas da relação dívida/PIB, e assim do chamado Risco-Brasil. Aumenta a demanda por títulos do governo brasileiro, reduzindo a taxa de juros, e alongando os prazos de pagamento da dívida. Essa política permitiu ao Brasil atingir o Investment Grade (Grau de Investimento), junto às agências de risco (Standard & Poor’s, Fitch, Moody’s)
Para reduzir a dívida pública, é necessário um superávit nominal (total), o que só será obtido quando o superávit primário superar o total de juros da dívida pública. Ou seja, a arrecadação deve superar todos os gastos do governo, inclusive juros. 
Mantendo-se a política de superávits primários, e a inflação controlada, a tendência é chegar-se a um ponto onde possa ser possível chegar ao déficit nominal zero, quando a dívida se estabiliza, ou até gerar superávits totais (nominais), com o que a dívida pública começa a se reduzir, pois:
-pelo lado da despesa pública, os gastos do Governo com juros tendem a cair;
-pelo lado da receita, a redução dos juros estimulará o nível de atividade, o consumo e o investimento, e portanto, tende a aumentar a arrecadação.
A crítica, no Brasil, é que os superávits primários vêm sendo obtidos através do aumento da arrecadação, e não da queda das despesas do governo.
Conceitos de Desemprego
DESEMPREGO CONJUNTURAL
Situação onde a economia não está operando com pleno-emprego dos seus recursos, gerando capacidade ociosa e desemprego da mão-de-obra. Por exemplo, o desemprego causado por políticas anti-inflacionárias, de controle da demanda agregada (o chamado “trade off”).
DESEMPREGO ESTRUTURAL OU TECNOLÓGICO
A evolução tecnológica da capital-intensiva tende a levar ao desemprego de mão-de-obra. Por exemplo, o desemprego gerado pelo processo de globalização.
Antigamente, era chamado de desemprego marxista. 
TAXA NATURAL DE DESEMPREGO (ou DESEMPREGO FRICCIONAL)
 É o desemprego provocado pela mobilidade temporária da mão-de-obra, ao mudar de emprego, de região. 
 Também chamada de Taxa de desemprego de Pleno-Emprego. 
DESEMPREGO DISFARÇADO OU OCULTO
Ocorre quando a produtividade marginal da mão-de-obra é zero. Por exemplo, numa agricultura de subsistência, a transferência de trabalhadores da do campo para as cidades não diminui o produto agrícola, e contribui para ocupar os trabalhadores nas cidades, mesmo que em funções de pouca especialização (limpeza, obras,etc.).
Os trabalhadores não registrados (economia informal) encaixam-se nessa situação.
Componentes da Taxa de Desemprego IBGE
A taxa de desemprego do IBGE, também chamada taxa de desocupação, constitui-se dos seguintes componentes:
-População economicamente ativa (PEA): maiores de 10 anos, que procuraram emprego 
-Trabalho precário (economia informal): autônomos sem registro formal, mas que auferem renda
-Desalentados: não procuraram emprego nos últimos 30 dias. São excluídos da PEA, e portanto da taxa de desemprego
Taxa de Desemprego x Nível de Emprego
Taxa de Desemprego ou de Desocupação: 
Dados coletados nas residências. Inclui emprego informal
Fonte: IBGE, nas seis principais Regiões Metropolitanas 
Nível de emprego: dados coletados junto às empresas. 
Corresponde à Oferta de Emprego, ou Oferta de Postos de Trabalho pelas empresas, com carteira assinada (emprego formal).
Dado a baixa taxa de crescimento do país (“pibinhos”), a oferta de emprego ou de postos de trabalho pelas empresas ainda vem crescendo, mas cada vez menos. Entretanto, como a taxa de crescimento da PEA, ou seja, gente procurando emprego, é baixa (1% ao ano), a baixa oferta de empregos ainda não está causando desemprego. Mas, a continuar o baixo crescimento econômico, a tendência é começar a aumentar a taxa de desemprego. 
PIB – Taxas de Crescimento 1950/2014
 
Tanto no período FHC, como no primeiro mandato do Governo Lula, o Brasil cresceu cerca de um terço a menos do crescimento mundial. A diferença é que o governo FHC atravessou um período onde ocorreram cerca de seis crises externas (México 1995, Ásia 1997, Rússia 1998, Argentina 1999, World Trade Center 2001, Crise das Bolsas nos Estados Unidos 2001), além do “apagão” em 2001 (os níveis mais baixos de reservatórios de água no Brasil desde os anos 30). 
Por outro lado, no governo Lula, entre os anos 2003/2007, a economia mundial apresentou o maior crescimento já verificado da história, pelo menos nos últimos 100 anos (média de 5% ao ano). Esse crescimento da economia mundial, associado à manutenção dos fundamentos econômicos e dos programas sociais do governo anterior, foram certamente fatores decisivos para que o Brasil conseguisse no governo Lula retomar o crescimento econômico, mantendo a inflação estabilizada, e contínua melhoria da distribuição de renda do Brasil. 
 No primeiro mandato do governo Lula, o Brasil cresceu menos que a economia mundial, por força de três fatores:
-Em 2003, a necessidade de retomar o controle da inflação, que havia crescido muito em 2002 por força da insegurança do mercado quanto ao resultados das eleições, com consequente aumento do desemprego (o já citado trade off) 
-A perda de autonomia das agências reguladoras, e tendência estatizante da equipe econômica (Dilma Roussef e Guido Mantega), o que inibiu os investimentos em infraestrutura;
- Episódios como o mensalão, aloprados, Correios, etc., que também paralizaram muitos investimentos no país, dada a indefinição da situação política.No segundo mandato, a partir de 2007, o Brasil cresce acima do crescimento mundial, apesar da crise deflagrada pela queda do Lehman Brothers em 2008/9. O Brasil recuperou-se rapidamente, em parte devido à política anticíclica com política monetária e fiscal expansionistas, corretamente aplicada pelo ministro Guido Mantega,
A Presidente Dilma tentou, em 2011, implementar uma nova política econômica, denominada nova matriz macroeconômica, (ou, academicamente, “modelo de consumo de massa”) que consistiu em estimular intensamente a Demanda Agregada, através da redução da taxa de juros SELIC para 7,25%, do aumento do crédito dos bancos públicos, de isenções tributárias, e do aumento dos gastos públicos, com programas dirigidos às classes de renda mais baixa. Contava que, com esses incentivos ao aumento do consumo, ocorreria uma rápida resposta do setor produtivo privado (ou seja, da Oferta Agregada), estimulando-o a investir. Isso não ocorreu, devido ao fato da mão de obra estar praticamente toda empregada, às péssimas condições de logística e infraestrutura, mas provavelmente também devido à falta de confiança na condução da atual política econômica (intervencionista e estatizante). 
Na realidade, o excesso de Demanda sobre a Oferta Agregada vem ocorrendo persistentemente desde 2006 (queda do Ministro Palocci, substituído por Guido Mantega), e acentuando-se em 2008/9 (política anticíclica, como combate à crise do Lehman Brothers – aliás, procedimento correto, para aquele momento), e exacerbada em 2010, por ocasião das eleições presidenciais, dada a necessidade de eleger uma candidata desconhecida. 
Uma vez eleita, a presidente não só manteve, como acentuou essa estratégia (crescimento da Demanda maior que o crescimento da Oferta Agregada), resultando em maior pressão sobre a taxa de inflação, e aumento das importações. E, para tentar manter a inflação dentro do limite da meta de inflação (6,5%), mantém controlado o preço da gasolina e das tarifas de energia, o que gerou enormes desajustes nos setores de petróleo, etanol e setor elétrico. Essa estratégia vem resultando nos atuais “pibinhos”, o que revela o fracasso da “nova matriz macroeconômica” (também chamado, nas faculdades de economia, “modelo de consumo de massa”). 
O Coeficiente ou Índice de Gini é uma das medidas para avaliar o grau de distribuição de renda. Varia de 0 a 100%: quanto maior o índice, maior a concentração de renda do país. É calculado a partir da Curva de Lorenz (ver Gremaud, Vasconcellos e Toneto Jr. - Economia Brasileira Contemporânea”, 7ª. Edição, Editora Atlas, 2008, pags.71/73 
A distribuição de renda do Brasil, apesar de ser ainda a terceira pior entre os países emergentes e desenvolvidos, (ganha da África do Sul e Colômbia), vem melhorando gradativamente, nas duas últimas décadas, com destaque para os últimos 12 anos.
O Índice ou Coeficiente de Gini é uma das medidas mais utilizadas para avaliar o grau de distribuição de renda. 
Varia de 0 a 1: quanto menor o índice, melhor a distribuição de renda do país. 
Como revela o gráfico, a distribuição de renda do Brasil, apesar de ser ainda a segunda pior entre os países emergentes e desenvolvidos (perde apenas para a África do Sul), vem melhorando gradativamente a partir de 1994 (Plano Real), com a estabilização da taxa de inflação, (melhorando o poder aquisitivo dos trabalhadores), ao lado de programas sociais (Bolsa-Escola, Bolsa-Alimentação, Vale-Gás) e elevações do salário mínimo em termos reais. 
Essa política foi mantida e ampliada no Governo Lula, com outro nome (Bolsa-Família), que triplicou o número de beneficiários (de cerca de 4 milhões de famílias para 14 milhões). Paralelamente, a melhoria desse indicador deveu-se também ao grande aumento dos gastos em termos reais (acima da inflação) com os salários de funcionários públicos federais, funcionários de estatais federais (Petrobrás, Correios, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal), aposentados em geral e salário mínimo. No Governo FHC, os salários de instituições federais foram reajustados pela taxa de inflação do ano anterior, o que apenas mantinha sua renda em termos reais.
Balanço de Pagamentos
Registro contábil de todas as transações de um país com o resto do mundo.
O Balanço de Pagamentos é um fluxo, definido num dado período (mês, ano). Não mostra o estoque (saldo, nível) da dívida externa, mas sua variação no período.
A. Balança Comercial
B. Serviços e Rendas 
C. Transferências Unilaterais Correntes 
D=(A+B+C) BALANÇO DE TRANSAÇÕES CORRENTES (ou: Saldo em Conta Corrente do Balanço de Pagamentos)
E. Conta Capital e Financeira
F. Erros e Omissões
G = (D+E+F) BALANÇO DE PAGAMENTOS
E = -G = VARIAÇÃO DE RESERVAS
(A) Balança Comercial
Exportações FOB 
Importações FOB
FOB = FREE ON BOARD. Sem custos de seguros e fretes. Estes entram separadamente na 
 Conta de Serviços e Rendas.
CIF = COST, INSURANCE, FREIGHT. Inclui o custo de seguros e fretes. 
No Balanço de Pagamentos, medido pelo Banco Central, o valor das exportações e importações são consideradas em termos FOB, ou seja, não considera os custos de embarque (fretes, seguros e taxas).
Nas Contas Nacionais, medidas pelo IBGE, as exportações e importações incluem os custos de embarque, e são denominadas em termos CIF.
A nivel macroeconômico, utilizam-se tanto CIF como FOB.
Em algumas transações empresariais, considera-se ainda o termo CF (Cost and Freight), sem os seguros. 
(B) Conta de Serviços e Rendas (saldos líquidos)
Juros da Dívida Externa
 Lucros e Dividendos, inclusive Lucros Reinvestidos no país por empresas multinacionais
 Fretes
 Seguros
 “Royalties”
 Viagens Internacionais 
Essa conta era chamada anteriormente de Balanço ou Balança de Serviços.
(C) Transferências Unilaterais Correntes (Donativos) (saldo líquido)
Remessas de residentes, sem contrapartida de bens ou serviços (dekasseguis, etc.)
 Ajuda entre países (doações, catástrofes)
(D) Balanço de Transações Correntes
(Saldo em Conta-Corrente)
É o total de mercadorias e serviços.
Soma de:
(A) Balança Comercial + (B) Serviços e Rendas + (C) Transferências Unilaterais Correntes 
(E) Conta Capital e Financeira
 Investimentos Diretos Estrangeiros
 Reinvestimentos de multinacionais no país
 Empréstimos ao setor privado
 Financiamentos oficiais para o desenvolvimento
 Empréstimos do FMI para regularização
 Amortizações
 Capitais de curto prazo (mercado financeiro)
Essa conta era anteriormente chamada de Movimento de Capitais ou Balanço de Capitais
(F) Erros e omissões
 Diferenças entre os registros do Banco Central e dos órgãos de comércio exterior.
 O FMI aceita que essa conta atinja no máximo 5% da soma de exportações e importações do país. 
(G) Balanço de Pagamentos
 Soma de: 
 D) Balanço de Transações Corrente + E) Conta Capital e Financeira + F) Erros e Omissões 
(H) Variação de Reservas 
Equivalente à conta “Caixa” das empresas. Também chamada de Haveres e Obrigações 
 com o Exterior.
 É a contra-partida contábil (Método das Partidas Dobradas) de todas as contas do Balanço de 
 Pagamentos. 
Exemplo: Exportações: 
Crédito: Exportações FOB Débito: Var. de Reservas 
Balanço de Pagamentos: Exercício

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