Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade Departamento de Administração Disciplina EAD0521-Comportamento Organizacional Prof. Dr. Lindolfo Galvão de Albuquerque Os fins podem justificar os meios utilizados por um líder? Conceituamos liderança como habilidade para influenciar pessoas na direção de um objetivo. No entanto, não é dito se essa capacidade deve ser usada para o bem ou para o mal. Em contrapartida aos benefícios da posição de líder (status, poder, salários elevados etc.), esses gestores também enfrentam muitas questões éticas em seu dia a dia no trabalho. Com relação a esse tema, será que os fins, os objetivos traçados previamente, justificam os meios utilizados pelos líderes? Muitos dos gestores que ocupam ou ocuparam essas posições ficaram famosos por utilizar práticas um tanto quanto questionáveis para influenciar os membros de suas equipes. Dentre essas táticas, ganharam destaque a manipulação, a agressividade verbal, a intimidação física, a mentira, o medo e o controle por meio de supervisão rígida. Alguns deles obtiveram grande sucesso, ao passo que outros caíram no esquecimento. Vejamos alguns exemplos: • O ex-CEO da General Electric (GE), Jack Welch, considerado um dos maiores presidentes da história da companhia e responsabilizado por muitos por tirar a companhia do marasmo e fazê-la voltar a crescer, tinha um método meritocrático muito claro. Os funcionários da empresa eram avaliados anualmente e divididos em três grupos: os 20 por cento melhores recebiam recompensas, os 70 por cento intermediários recebiam um feedback para descobrir como melhorar e os 10 por cento piores eram demitidos da empresa; • No início de 2009, em plena crise econômica mundial, o presidente da Embraer, Frederico Curado, anunciou a demissão de 20 por cento da força de trabalho da companhia, de um total de 4.200 trabalhadores. Ele justificou a medida dizendo que ela era fundamental para garantir a sobrevivência da empresa e a manutenção dos outros postos de trabalho, mas enfrentou muitas dificuldades impostas pelos sindicatos e pela Justiça do Trabalho; • Os executivos Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles, sócios da maior cervejaria do mundo, a AB Inbev, são conhecidos no mundo dos negócios pelas práticas meritocráticas de todas as empresas que controlam. Tais técnicas, entretanto, também semeiam a competição em suas organizações e colaboram para a geração de um clima de excessiva busca de resultados, que muitas vezes reflete-se em uma relação pouco cordial entre chefes e subordinados. Universidade de São Paulo Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade Departamento de Administração Disciplina EAD0521-Comportamento Organizacional Prof. Dr. Lindolfo Galvão de Albuquerque Questões 1. O que é mais importante quando as pessoas avaliam um líder: suas ações ou os resultados que ele conquista? E o que deveria ser mais importante em sua opinião? 2. O quanto do sucesso de um líder é conseqüência da sorte ou de outros fatores que estão fora do controle do gestor? 3. Os empregados, os acionistas e a sociedade tendem a perdoar mais facilmente os líderes que adotam práticas antiéticas, mas que obtêm bons resultados? 4. Você acha que é possível um líder ser ético e conseguir conduzir a empresa que comanda a bons resultados? Fonte: ROBBINS, S.; JUDGE, T. A.; SOBRAL, F. Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2010, p.391.
Compartilhar