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A GESTÃO EDUCACIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES

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A GESTÃO EDUCACIONAL E SUAS IMPLICAÇÕES PARA A 
ORGANIZAÇÃO E O DESENVOLVIMENTO DO TRABALHO ESCOLAR. 
 
 Ionara Bezerra Nelson* 
narinha.b@hotmail.com 
 
 
 
RESUMO 
 
Este trabalho tem por objetivo investigar a gestão educacional e suas implicações para a 
organização e o desenvolvimento do trabalho escolar. A pesquisa foi organizada sob a 
ótica de: Luck (1997) que considera a gestão educacional como fato que vem ocorrendo 
no contexto das organizações e do sistema de ensino, como parte de um esforço 
fundamental para a mobilização, organização e articulação do desempenho humano e 
promoção da interação coletiva. Bem como Catani e Gutierrez (2003), os quais afirmam 
que a participação democrática se baseia no exercício do diálogo entre as partes. Por 
conseguinte Libâneo (2001), conclui que atualmente, o modelo democrático-
participativo tem sido influenciado por uma corrente teórica que compreende a 
organização escolar como cultura e identidade organizacional. Foi realizado um 
levantamento bibliográfico observacional, com o objetivo de proporcionar a 
fundamentação teórica para desenvolver um estudo mais abrangente sobre gestão 
escolar. Nos quais incidirá as implicações da gestão educacional na falta de 
oportunidade de formação e capacitação dos gestores educacionais; no relacionamento 
interpessoal com os colaboradores de escola e no desenvolvimento de habilidades e 
competências. São objetos deste artigo o conceito de gestão educacional, como novo 
paradigma da organização do trabalho escolar; os instrumentos de ação gestora para a 
organização do trabalho escolar e a gestão democrática. 
 
Palavras-Chave: Gestão Educacional. Trabalho Democrático. Organização Escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
_________
 
*
 Geógrafa – Universidade Estadual do Piauí – UESPI; Graduada em Gestão e Supervisão 
Escolar – Faculdade Santo Agostinho – FSA; Graduada em Pedagogia pela Universidade 
Federal do Piauí – UFPI. 
 
 
2 
INTRODUÇÃO 
 
A pesquisa intitulada “A gestão educacional e suas implicações para a 
organização e o desenvolvimento do trabalho escolar”, representou um estudo temático 
sobre a gestão escolar, a partir de uma nova visão de organização do trabalho e 
desenvolvimento das ações democráticas do gestor e supervisor em sintonia com a 
equipe escolar. Atualmente a realidade está marcada pelas desigualdades sociais, 
incertezas e tensões. Desta forma a escola necessita rever sua organização para atingir 
seu real objetivo que é ensinar, democratizando os conhecimentos da ciência e da 
tecnologia. Assim, não é mais possível trabalhar de forma fragmentada e hierarquizada, 
é preciso que os membros da escola se apropriem da nova perspectiva de se trabalhar 
em equipe e de fato apliquem esta teoria na prática do cotidiano escolar. 
Foi a partir destas implicações que surgiu a necessidade de buscar respostas para 
a seguinte problemática: Como é desenvolvida a gestão educacional para a organização 
e o desenvolvimento do trabalho escolar? Diante desse problema levantado, a pesquisa 
tem como objetivo geral investigar a gestão educacional e suas implicações para o 
desenvolvimento do trabalho escolar. Desta forma, pretende-se dar uma contribuição 
acadêmica e social ao tema, pois a gestão educacional é o pilar do desenvolvimento ou 
retrocesso dos resultados educacionais. Ela faz acontecer e mover esse processo que 
repercutirá durante toda vida do cidadão, pois toma decisões que direcionam o andar 
educacional, logo merece atenção e investigação detalhada. 
Esse artigo encontra-se especificamente fundamentado numa pesquisa de cunho 
bibliográfico observacional, com o objetivo de proporcionar esclarecimentos teóricos 
mais abrangentes sobre o tema em questão. 
 
CONCEITO DE GESTÃO EDUCACIONAL, COMO NOVO PARADIGMA DA 
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ESCOLAR 
 
No Brasil, menos de um ano após a promulgação da Constituição democrática de 
1988, assistiu-se o início da nova ordem econômica, social e política prevista pela Carta 
Magna. O orçamento participativo, o voto, os conselhos municipais, o incentivo 
permanente à organização da sociedade civil e o fortalecimento dos meios alternativos 
de comunicação como os rádios, jornais e televisões comunitárias são alguns dos 
 
 
3 
importantes mecanismos de democracia direta e de participação direta do cidadão e de 
grupos de cidadãos na construção da democracia no país. 
Nesse contexto de grandes tranformações na esfera econômica, social, política, 
científica, cultural e, principalmente tecnológica, a educação não poderia ficar à 
margem de tais mudanças, sendo mera expectadora. No plano educacional começa a 
desenvolver idéias associadas a um ensino significativo, interdisciplinar e pela busca da 
qualidade, tendo como objetivo principal a formação crítica e participativa do cidadão. 
As discussões acerca dessas novas concepções educacionais deram origem a uma vasta 
literatura jurídica que visa orientar, organizar, normatizar e estabelecer princípios 
pedagógicos inovadores condizentes com o modelo atual de sociedade. A Lei de 
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 9.394/96), Parâmetros Curriculares do 
Ensino Médio e Ensino Fundamental (1999), Plano Nacional de Educação (Lei 
10.172/2001), Plano Nacional do Livro Didático (PNLD - Decreto nº 91.542, de 
19/8/85), Constituição Federal do Brasil (1998), entre outros, são alguns desses 
documentos norteadores dos pressupostos teóricos sobre educação. 
 “A formação do aluno deve ter como alvo principal a aquisição de 
conhecimentos básicos, a preparação científica e a capacidade de utilizar as diferentes 
tecnologias relativas às áreas de atuação”. (Parâmetros Curriculares Nacionais do 
Ensino Médio, 1999). 
O conceito de Gestão Escolar é relativamente recente e de extrema importância, 
na medida em que desejamos uma escola que atenda às atuais exigências da vida social: 
formar cidadãos críticos, oferecendo, ainda, a possibilidade de apreensão de 
competências e habilidades necessárias e facilitadoras da inserção social. Isto permite 
pensar gestão no sentido de uma articulação consciente entre ações que se realizam no 
cotidiano da instituição escolar e o seu significado político e social. Para fim de melhor 
entendimento, costuma-se classificar a Gestão Escolar em 3 (três) áreas, funcionando 
interligadas, de modo integrado ou sistêmico: 
1. Gestão Pedagógica - Estabelece objetivos para o ensino, gerais e específicos. 
Define as linhas de atuação, em função dos objetivos e do perfil da comunidade e dos 
alunos. Propõe metas a serem atingidas. Elabora os conteúdos curriculares. Acompanha 
e avalia o rendimento das propostas pedagógicas, dos objetivos e o cumprimento de 
metas. Avalia o desempenho dos alunos, do corpo docente e da equipe escolar como um 
todo. 
 
 
4 
Suas especificidades estão enunciadas no Regimento Escolar e no Projeto 
Pedagógico (também denominado Proposta Pedagógica) da escola. Parte do Plano 
Escolar (ou Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar) também inclui elementos da 
gestão pedagógica: objetivos gerais e específicos, metas, plano de curso, plano de aula, 
avaliação e treinamento da equipe escolar. O Diretor é auxiliado nessa tarefa pelo 
Coordenador Pedagógico (quando existe). 
2. Gestão Administrativa - Cuida da parte física (o prédio e os equipamentos 
materiais que a escola possui) e da parte institucional (a legislação escolar, direitos e 
deveres, atividades de secretaria). Suas especificidades estão enunciadas no Plano 
Escolar (também denominado Plano Político Pedagógico de Gestão Escolar, ou Projeto 
Pedagógico) e no Regimento Escolar. 
3. Gestão de Recursos Humanos - Sem dúvida, lidar com pessoas, mantê-las 
trabalhando satisfeitas, rendendo o máximo em suas atividades, contornarproblemas e 
questões de relacionamento humano fazem da gestão de recursos humanos o fiel da 
balança - em termos de fracasso ou sucesso - de toda formulação educacional a que se 
pretenda dar consecução na escola. Direitos, deveres, atribuições - de professores, corpo 
técnico, pessoal administrativo, alunos, pais e comunidades - estão previstos no 
Regimento Escolar. 
A organização acima - gestões pedagógica, administrativa e de recursos 
humanos - correspondem a uma formulação teórica, explicativa, pois, na realidade 
escolar, as três não podem ser separadas mas, isto sim, devem atuar integradamente, de 
forma a garantir a organicidade do processo educativo. 
A LDB/96, em seus artigos 14 e 15, apresenta as seguintes determinações: 
 
Art. 14 – Os sistemas de ensino definirão as normas da gestão 
democrática do ensino público na educação básica, de acordo com 
as suas peculiaridades e conforme os seguintes princípios: 
I. participação dos profissionais da educação na elaboração do 
projeto pedagógico da escola; 
II. participação das comunidades escolar e local em conselhos 
escolares ou equivalentes. 
Art. 15 – Os sistemas de ensino assegurarão às unidades escolares 
públicas de educação básica que os integram progressivos graus 
 
 
5 
de autonomia pedagógica e administrativa e de gestão financeira, 
observadas as normas de direito financeiro público. 
 
Cabe aqui, nesta regulamentação o princípio da autonomia delegada, pois esta lei 
decreta a gestão democrática com seus princípios vagos, no sentido de que não 
estabelece diretrizes bem definidas para delinear a gestão democrática, apenas aponta o 
lógico, a participação de todos os envolvidos. Nesse ínterim, o caráter deliberativo da 
autonomia assume uma posição ainda articulada com o Estado. 
É preciso que educadores e gestores se reeduquem na perspectiva de uma ética e 
de uma política no sentido de criar novas formas de participação na escola pública, tais 
como ouvindo, registrando e divulgando o que alunos e comunidade pensam, falam, 
escrevem sobre o autoritarismo liberdade da escola pública e as desigualdades da 
sociedade brasileira. É tecendo redes de falas e de registros, ações e intervenções que 
surgirão novos movimentos de participação ativa e cidadã. 
Na realidade existem escolas com excelentes condições físicas e materiais, em 
que os alunos vivenciam um ensino conservador; outras, em que o trabalho consciente 
de professores competentes perde-se no conjunto de ações pedagógicas desarticuladas; 
outra ainda que embora tenha uma proposta pedagógica avançada e bem articulada, não 
conseguem traduzi-la em ações efetivas, por falta de harmonia coletiva e 
comprometimento conjunto de seus profissionais. Outras, ainda mais, em que é indicada 
a ocorrência de grande participação dos pais e trabalho de equipe de seus profissionais, 
sem, no entanto, ocorrerem bons resultados de aprendizagem dos alunos (LUCK, 1997). 
Estas escolas adotam a concepção técnico-científica baseada na hierarquia de cargos e 
funções visando à racionalização e fragmentação do trabalho, a eficiência dos serviços 
escolares, que tende a seguir princípios e métodos da administração empresarial. 
Em relação ao processo de comunicação Catani e Gutierrez (2003), enfocam que 
a participação democrática se baseia no exercício do diálogo entre as partes. Esta 
comunicação ocorre, em geral, entre pessoas com diferentes formações e habilidades, ou 
seja, entre agentes dotados de distintas competências para a construção de um plano 
coletivo e consensual de ação. 
Desta forma há uma compreensão de que tem faltado uma visão global de escola 
como uma instituição social e uma percepção geral da teia de relações entre os vários 
componentes que participam das articulações educacionais para a promoção da 
 
 
6 
qualidade da educação. Visão e percepção estas capazes de promover uma sintonia 
pedagógica de que muitas das melhores instituições educacionais estão carentes. Essa 
sintonia seria promovida, estimulada e orientada sob a liderança do diretor do 
estabelecimento de ensino, juntamente com sua equipe gestora, voltada para a 
dinamização e coordenação no processo participativo para atender, na escola, as 
demandas educacionais da sociedade dinâmica e centrada na tecnologia e 
conhecimentos. 
A partir das relações harmônicas estabelecidas e da interação entre gestores, 
coordenadores pedagógicos, professores, funcionários, alunos, pais e comunidade, a 
escola vai adquirindo traços culturais próprios, desenvolvendo uma cultura 
organizacional, para isso também é preciso que os professores acreditem que há outras 
formas de se organizar e gerir uma escola e desta forma conhecer as teorias 
organizacionais que permeiam as novas tendências de gestão escolar, precisam assim, 
ter clareza de que há objetivos e metas a serem traçados, para o alcance do que de fato a 
escola contemporânea possa atingir seu álibi. 
O principal desafio da escola é a complexidade do processo de ensino que, para 
seu desenvolvimento e aperfeiçoamento, faz-se necessário a participação consciente da 
equipe gestora e de toda a comunidade escolar. Para tanto, a escola define seus 
objetivos, suas metas estratégicas e os planos de ação para alcançá-los conjuntamente. 
Preocupados principalmente com o crescimento individual de cada um, a escola deve 
criar uma identidade organizacional através de uma estratégia de relacionamento com a 
comunidade escolar, visando à melhoria na qualidade do ensino e a participação dos 
pais através também de reuniões comemorativas consideradas importantes pela 
comunidade, pois se ela é tímida em relação a uma aproximação da escola, cabe a 
direção dar o primeiro passo e a partir daí a própria comunidade decidir a freqüência de 
seus encontros. Desta forma Libâneo (2001), diz que atualmente, o modelo 
democrático-participativo tem sido influenciado por uma corrente teórica que 
compreende a organização escolar como cultura e identidade organizacional. Esta 
corrente afirma que a escola não é uma estrutura totalmente objetiva, calculável, 
independente das pessoas, ao contrário, ela depende muito das experiências subjetivas 
das pessoas e de suas interações sociais, ou seja, dos significados que as pessoas dão as 
coisas em quanto significados socialmente produzidos e mantidos. 
 
 
7 
Pimenta (1993), fala que o resultado que a escola pretende que é de contribuir 
para o processo de humanização do aluno- cidadão consciente de si no mundo, capaz de 
ler e interpretar o mundo no qual está e nele inserir-se criticamente para transformá-lo - 
não se consegue pelo trabalho parcelado e fragmentado da equipe escolar- à semelhança 
da produção de um carro, onde um grupo de operários aperta cada parafuso, sempre da 
mesma maneira, conforme o que foi concluído fora da linha de montagem, mas sim com 
o trabalho coletivo. Neste, há contribuição de todos no todo e de todos no de cada um. 
A especialização de um não é somada a especialização de outro, mas ela colabora com e 
se nutre da especialização do outro, visando a finalidades comuns. 
 
OS INSTRUMENTOS DE AÇÃO GESTORA PARA A ORGANIZAÇÃO DO 
TRABALHO ESCOLAR 
 
O processo de organização e desenvolvimento escolar dispõe de funções, 
propriedades comuns ao sistema organizacional de uma instituição, com base nas quais 
se definem ações e operações necessárias ao funcionamento institucional. Libâneo 
(2005), fala que são quatro as funções constitutivas desse sistema: planejamento, 
organização, direção e avaliação. O planejamento consiste em ações e procedimentos 
para tomada de decisões a respeito de objetivos e de atividades a serem realizadas em 
razão desses objetivos. É um processo de conhecimento e de análise da realidade escolar 
em suas condições concretas, tendo em vista a elaboração de um plano ou projeto para a 
instituição. Desta forma, todaorganização precisa de um plano de trabalho que indique 
os objetivos e os meios de sua execução, superando a improvisação e a falta de 
direcionamentos. 
A atividade de planejamento resulta no projeto pedagógico-curricular, estes 
propõem uma direção política e pedagógica para o trabalho escolar, elabora metas, 
prevê as ações, institui procedimentos e instrumentos de ação. A ausência deste 
instrumento no âmbito escolar implicará no comprometimento eficaz e satisfatório no 
processo de ensino e aprendizagem, além da decadência nas articulações educacionais. 
A organização geral do trabalho refere-se à racionalização do uso de recursos 
humanos, materiais, físicos e financeiros e à eficiência na utilização desses recursos e 
dos meios de trabalho. A organização incide diretamente na efetividade do processo de 
ensino e aprendizagem, à medida que garante as condições de funcionamento da escola. 
 
 
8 
Sua presença ou ausência interfere na qualidade das atividades de ensino (LIBÂNEO, 
2005). 
É necessário, portanto, que todos os aspectos da vida escolar sejam devidamente 
contemplados na organização geral de escola, ao longo de todo ano letivo. A 
organização geral diz respeito: condições físicas, materiais, financeiras; assistência 
pedagógico-didática ao professor; serviços administrativos, de limpeza e de 
conservação; horário escolar, matrícula, distribuição de alunos por classes; normas 
disciplinares; contatos com os pais, etc. 
A direção e a coordenação correspondem a tarefas agrupadas sob o termo gestão. 
A gestão refere-se a todas as atividades de coordenação e de acompanhamento do 
trabalho das pessoas, envolvendo o cumprimento das atribuições de cada membro da 
equipe, a realização do trabalho de forma coletiva, a manutenção do clima de trabalho, 
avaliação do desempenho. Essa definição aplica-se aos dirigentes escolares, mas é 
igualmente aplicável aos professores, seja em seu trabalho na sala de aula, seja, quando 
são investidos de responsabilidades no âmbito da organização escolar. 
Dirigir e coordenar significa, no entanto, assumir, no grupo, a responsabilidade 
por fazer a escola funcionar mediante o trabalho conjunto. Para isso, compete a quem 
dirige assegurar a execução coordenada e integral de atividades dos setores e dos 
indivíduos da escola, o processo participativo de tomada de decisões e a articulação das 
relações interpessoais na escola (LIBÂNEO, 2005). 
A formação do gestor escolar é imprescindível e implicará diretamente no 
processo de grandes mudanças, inovações e desafios na escola. A premissa da formação 
desse líder reside em nível superior, bem como cursos de formação contínua. O sistema 
de ensino se responsabiliza em promover cursos de capacitação para preparação de 
gestor escolar, pois tem a tarefa de monitorar resultados (planejar, implementar o 
projeto político pedagógico, promover integração escola-comunidade e também fazer 
negociações, mobilizar os envolvidos na educação e ainda manter a comunicação e 
diálogo abertos). Portanto o trabalho de gestão requer competências, liderança, presteza 
e comprometimento. 
A avaliação é função primordial do sistema de organização e de gestão. Ela 
supõe acompanhamento e controle das ações decididas coletivamente, sendo este último 
a observação e a comprovação dos objetivos e das tarefas, a fim de verificar o estado 
real do trabalho desenvolvido. A avaliação permite pôr em evidência as dificuldades 
 
 
9 
surgidas na prática diária, mediante a confrontação entre o planejamento e o 
funcionamento real do trabalho. Visa ao melhoramento do trabalho escolar, pois, 
conhecendo a tempo as dificuldades, podem-se analisar suas causas e encontrar meios 
de sua superação. 
O controle e a avaliação dependem de informações concretas e objetivas sobre o 
andamento dos trabalhos, tendo como base o projeto pedagógico-curricular e ações 
efetivas praticadas pelos vários elementos da equipe escolar. Para a coleta de 
informações, o diretor pode subsidiar-se da observação dos resultados de projetos 
executados na escola, do acompanhamento das atividades em salas de aula e no recreio, 
de entrevistas pessoais com professores e com outros servidores, de reuniões 
sistemáticas ou extraordinárias, de encontros informais com o pessoal docente, técnicos 
e administrativos. Portanto o acompanhamento e o controle comprovam os resultados 
do trabalho, evidenciam os erros, as dificuldades, os êxitos e os fracassos relativos ao 
que foi planejado. A avaliação das atividades implica análise coletiva dos resultados 
alcançados e a tomada de decisões sobre as medidas necessárias para solucionar as 
deficiências encontradas (LIBÂNEO, 2005). 
A repercussão deste instrumento de ação gestora incidirá na qualidade do ensino, 
nos índices que demonstrarão o perfil geral da escola e, por outro lado, dará suporte aos 
reparos e consertos de possíveis contratempos detectados durante o processo. 
Toda instituição escolar além dos instrumentos de ação para pôr em prática o 
desenvolvimento do trabalho, necessita também de uma estrutura de organização 
interna, geralmente prevista no Regimento Escolar ou em legislação específica estadual 
ou municipal. Libâneo (2001) fala que a estrutura organizacional de escolas se 
diferencia conforme a legislação dos Estados e Municípios e, obviamente, conforme as 
concepções de organização e gestão adotada, mas pode-se apresentar a estrutura básica 
com todas as unidades e funções típicas de uma escola, como: conselho escolar, direção, 
setor técnico-administrativo, setor pedagógico, instituições auxiliares e corpo docente. 
Libâneo (2001) relata que o conselho de escola tem atribuições consultivas, 
deliberativas e fiscais em questões definidas na legislação estadual ou municipal e no 
regimento escolar. Essas questões, geralmente, envolvem aspectos pedagógicos, 
administrativos e financeiros, sua função básica é democratizar as relações de poder. Na 
direção, o diretor coordena, organiza e gerencia todas as atividades da escola, auxiliado 
pelos demais componentes do corpo de especialistas e de técnico-administrativo, 
 
 
10 
atendendo às leis, regulamentos e determinações dos órgãos superiores do sistema de 
ensino e às decisões no âmbito da escola assumida pela equipe escolar e pela 
comunidade. Já o setor técnico-administrativo responde pelas atividades do meio que 
asseguram o atendimento dos objetivos e funções da escola. Este setor responde pelos 
serviços da secretaria escolar, limpeza, vigilância e atendimento ao público. 
O setor pedagógico compreende as atividades de coordenação pedagógica e 
orientação educacional. As funções desses especialistas variam conforme a legislação 
estadual e municipal, sendo que em muitos lugares suas atribuições ora são unificadas 
em apenas uma pessoa, ora são desempenhadas por professores. No setor de instituições 
auxiliares, muitas escolas possuem associação de pais e mestres (APM), o grêmio 
estudantil dentre outros órgãos. Por último vem o corpo docente que é constituído pelo 
conjunto dos professores em exercício na escola, que tem como função básica realizar o 
objetivo prioritário da escola, o ensino e a aprendizagem. 
 
GESTÃO DEMOCRÁTICA 
 
Diante dos processos, estrutura e organização da gestão educacional já 
enfatizado, torna-se importante reforçar que o assunto sobre gestão democrática 
encontra-se respaldado na Constituição Federal/1988 em artigo 206, no inciso VI e VII: 
“o ensino será ministrado com base nos seguintes princípios: gestão democrática do 
ensino público e garantia de padrão de qualidade”, como também na LDB/96 em seu 
artigo 3 º, inciso VIII, que reza sobre a gestão democrática do ensino público como um 
dos princípios e fins da educação nacional . Bem como ainda em seu art. 14 e 15 já 
mencionados. 
 Averigua-se, no entanto que, com a denominação de gestão oque se vivencia na 
realidade é simplesmente uma nova óptica de organização e direção de instituições, 
tendo em mente a sua transformação e de seus processos, mediante a transformação de 
atuação, de pessoas e de instituições escolares, de modo que sejam efetivas na 
promoção da educação e de seus alunos. 
 Desta forma, a gestão democrática é vista como um novo enfoque teórico-
metodológico, visto que também se encontra tanto na constituição federal e também na 
LDB/96, como modelo a ser seguido nas escolas. No entanto, nada adianta os gestores 
saberem o que existe na lei, se estes não tiverem consciência de aplicá-las de fato. 
 
 
11 
Portanto o desenvolvimento e a organização da gestão bem como da escola em si 
depende muito da equipe de gestores que estão dirigindo o ambiente escolar, pois cada 
pessoa possui crenças e conseqüentemente um comportamento diferente que influi 
diretamente na forma de se trabalhar. 
A escola tem por finalidade desenvolver um espaço onde se vivencia a plenitude 
da democracia que vem implicar a construção de uma política pública voltada para 
participação efetiva de diretores, professores, alunos, pais e comunidade intencionando 
a formulação e implementação da gestão democrática de maneira harmoniosa. 
Esse tipo de gestão traz como benefícios a construção do currículo por parte da 
própria escola o que provoca a permanente formação dos profissionais da educação e 
também o fortalecimento da presença da escola na comunidade que a circunda 
possibilitando-lhe intervenção voltada para a melhoria da realidade social, econômica e 
cultural da região. 
A gestão escolar tem como aliada um princípio constitucional de 
democratização: autonomia da escola. Atrelado a esta autonomia, encontramos os 
recursos administrado pela escola, a liderança do gestor e a participação da comunidade, 
os quais são os pilares que proporcionam a eficácia da escola. A autonomia proporciona 
o processo de gestão participativa. Por conseguinte ela está atrelada à capacidade de 
tomar decisões compartilhadas além de estar comprometida com o todo, voltando-se ao 
uso do talento e a competência organizada coletivamente e ao mesmo passo que é 
articulada. 
A autonomia possui dimensões financeiras, políticas, administrativas e 
pedagógicas que para atingir a eficácia devem ser desenvolvidas concomitantemente de 
forma interdependente e recíproca. 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Portanto, para que ocorra o desenvolvimento do trabalho escolar é preciso que os 
gestores tenham uma visão abrangente, ou seja, uma percepção geral nas relações entre 
os vários componentes que participam das articulações educacionais, para que desta 
forma consigam orientar-se através do novo paradigma de que norteiam o trabalho 
escolar. Esse paradigma se encontra fundamentado no trabalho democrático e 
participativo entre os membros das instituições. A partir dessas características 
 
 
12 
intelectuais absorvidas pelos gestores, é que estes irão construir com a escola traços 
culturais próprios sobre as funções gerais constitutivas do sistema, como: planejamento, 
organização, direção e avaliação. 
Para que de fato a escola organize suas ações é imprescindível que os gestores 
trabalhem com a sensibilização dos professores, esclarecendo a estes as metas e os 
objetivos a serem alcançados na instituição educacional. Assim, diante da 
conscientização do trabalho em conjunto de toda a equipe escolar, é que resultará em 
uma melhor comunicação da própria instituição com a comunidade. Contudo, é preciso 
que a escola seja um exemplo de organização democrática para a sociedade, pois é desta 
forma que alcançaremos o desenvolvimento do educando e seu preparo para o exercício 
da cidadania e sua verdadeira qualificação para o trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
REFERÊNCIAS 
 
Brasil, Ministério da Educação, Secretaria de Educação Média e Tecnológica. 
Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio./Ministério da Educação. Secretaria de 
Educação Média e Tecnológica. -Brasília: Ministério da Educação, 1999. 
 
CATANI, Afrânio Mendes. GUTIERREZ, Gustavo Luis. Participação e gestão escolar: 
conceitos e potencialidades. In: FERREIRA, Naura S. Carapeto (org.). Gestão 
democrática da educação: atuais tendências, novos desafios. 4.ed. São Paulo: Cortez, 
2003. 
 
CONSTITUIÇÃO, Brasil (1988). Brasília: Senado Federal, 2008. 
 
Em Aberto (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v1,n1,Nov.1981) – 
Brasília:O Instituto,1981. 
 
LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar, políticas, estrutura e organização. 2.ed. 
São Paulo: Cortez, 2005. 
 
_______. Organização e gestão da escola: teoria e prática. Goiânia: Alternativa, 2001. 
 
LUCK, Heloísa. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. 3.ed. São Paulo: 
Vozes, 1999. 
 
RAMOS, Marise Nogueira; PARAN, Rosiver. Ensino Médio: Construção Política. In: 
ARRAIS, César Henrique. Sínteses das salas temáticas/coordenação. Brasília: 
Secretaria de Educação Média e Tecnológica, 2003. 
 
OLIVEIRA, D.A. Gestão democrática na educação. São Paulo: Cortez, 1998. 
 
PIMENTA, Selma Garrido. Questões sobre a organização do trabalho na escola. 
16.ed. São Paulo: FDE, 1993.

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