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FLUXO DE PRODUÇÃO E DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES Iuri Pinheiro Machado Patos de Minas - MG Doenças “(re)emergentes” • Streptococcus • Haemophillus parasuis • Circovirose • Mycoplasma hyorhinis • Influenza • Disenteria suína AUMENTO DA SUSCEPTIBILIDADE DOS REBANHOS Doenças multifatoriais • Pneumonia por Mycoplasma • Rinite atrófica • Pleuropneumonia por App • Complexo de Doenças Respiratórias Crônicas (PRDC) AUMENTO DA SUSCEPTIBILIDADE DOS REBANHOS Alto índice de exploração • Maior taxa de reposição externa de matrizes • Redução da idade de desmame e do vazio sanitário • Plantéis maiores e maior concentração de granjas em determinadas regiões • Lotação máxima de instalações e redução do vazio sanitário (produtividade) AUMENTO DA SUSCEPTIBILIDADE DOS REBANHOS INSTABILIDADE DE MERCADO NA CRISE: • REDUÇÃO “forçada” DE CUSTOS – nutrição – vacinas e medicamentos – assistência técnica – mão de obra • REPRESAMENTO DE ANIMAIS 1° DEFINIR META DE PRODUÇÃO: N° de animais vendidos/semana O QUE CONSIDERAR NA CONCEPÇÃO DE UM PROJETO DE GRANJA ? 1° DEFINIR META DE PRODUÇÃO: N° de animais vendidos/semana O QUE CONSIDERAR NA CONCEPÇÃO DE UM PROJETO DE GRANJA ? Depende: • Mercado • Viabilidade econômica • Expectativa de ganho financeiro • Otimização de recursos 2° DEFINIR PRODUTIVIDADE: N° de matrizes necessárias para atingir a meta de produção Total de vendidos/fêmea/ano O QUE CONSIDERAR NA CONCEPÇÃO DE UM PROJETO? 2° DEFINIR PRODUTIVIDADE: N° de matrizes necessárias para atingir a meta de produção Total de vendidos/fêmea/ano “Uma das fases mais importantes na concepção do projeto” O QUE CONSIDERAR NA CONCEPÇÃO DE UM PROJETO? TOTAL DE VENDIDOS/FÊMEA/ANO • Partos/semana • Desmamados por parto • Mortalidade na creche e terminação Depende: Gerenciamento, mão-de-obra, genética, sanidade, nutrição... PRODUTIVIDADE SUBESTIMADA: Falta de espaço na creche e terminação PRODUTIVIDADE SUPERESTIMADA: A granja aumenta o plantel para compensar o baixo n° de vendidos. Falta de espaço na gestação e maternidade. TOTAL DE VENDIDOS/FÊMEA/ANO Define-se primeiro o n° de matrizes ! ... Depois adequa-se a produção às necessidades e oportunidades de mercado e à expectativa de lucro. O QUE INFELIZMENTE OCORRE, NA MAIORIA DAS VEZES ? • Produzidos/matriz/ano • Peso e idade de abate • Idade desmame • Períodos de vazio sanitário O QUE CONSIDERAR NA ELABORAÇÃO DE UM PROJETO? • desempenho da fêmea • desempenho do leitão • custo de instalação • custo nutricional pós-desmama DEFINIÇÃO DA MELHOR IDADE AO DESMAME PREMISSAS PARA DEFINIR O FLUXO DE PRODUÇÃO (CC) • Intervalo entre lotes: 07, 14, 21 ou 28 dd • Idade média de desmame: 21 ou 28 dd; • Idade de saída da creche: 63 ou 70 dd; • Idade de venda dos suínos produzidos (mercado): de 150 dd ou mais. • Período de vazio sanitário em cada setor: de 04 a 07 dd Premissas técnicas (exemplo): N° de matrizes produtivas: 1150 Partos/fêmea produtiva/ano: 2,53 Taxa de reposição anual: 45% Idade média de entrada das marrãs: 145 dias Idade média de cobertura das marrãs: 215 dias DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES DE GESTAÇÃO E MATERNIDADE (N° DE ESPAÇOS) Ocupação da baia-matern./parto: 31 dias - 24 dias de lactação (idade máxima) - 07 dias de pré-parto, limpeza e vazio • N° de partos/semana: 56 1150 matrizes x 2,53 p/p/a = 2909 partos/ano 2909 partos / 52 semanas = 56 partos/semana • Necessidade de espaços: 4,5 lotes (31 dias / 7 dias) 4,5 lotes x 56 partos= 252 espaços de maternidade MATERNIDADE GAIOLAS EXTRAS DE MATERNIDADE (?) Leitões desmamados/parto situação real GAIOLAS EXTRAS DE MATERNIDADE (?) Leitões desmamados/parto • 14,1 nascidos vivos/parto = 13,08 desm. • Tetos funcionais ? Média de 12,5 ? • Sala de 28 celas=déficit de 16 tetos ao desmame • Mães de leite são inevitáveis Marrãs de Reposição* Estoque médio de marrãs de reposição: 1150 matrizes produtivas x 45% = 518 marrãs/ano 518 / 52 semanas = 10 marrãs/semana Intervalo da entrada até a cobrição = 10 semanas 10 marrãs/semana x 10 semanas = 100 espaços p/ marrãs * Esta categoria de fêmea pode ser alojada em área específica, quarentena ou barracão de gestação DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES Reposição/Gestação/Machos Total de reprodutores na granja: 1270 cabeças 1150 matrizes produtivas (gestação, lactação, vazias) 100 marrãs de reposição 20 machos (IA e rufiões) Espaço Repos./gest = 1270 – EM + AC + RT EM – Espaço de maternidade AC – Área de circulação RT – Reserva técnica DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES Área de circulação no desmame : 120 espaços • desmama em área específica = 2 lotes semanais (120) Reserva Técnica (3,0%): 40 espaços • Queda temporária de produtividade ex: taxa de parição cai de 90 para 87% passa de 62 para 64 coberturas semanais. 01 cobertura = 18 a 20 matrizes produtivas • Aumento temporário da reposição renovação do plantel, atraso de entrada de leitoas • Atraso na venda de descartes DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES 1270 cabeças alojadas + 120 espaços de Área de Circulação + 40 espaços de Reserva Técnica 1430 espaços totais 1430 – 252 celas parideiras = 1178 espaços para fêmeas em reposição, IDC, gestação e machos DIMENSIONAMENTO DE INSTALAÇÕES Espaço Reposição gestação = 1270 – EM + AC + RT Pontos críticos no fluxo de produção relacionados ao manejo PONTOS CRÍTICOS NO FLUXO • GESTAÇÃO (plantel = cada cobertura semanal são + 19 fêmeas no plantel ) – alvo de cobertura – taxa de parto – taxa de reposição Reposição do plantel REPOSIÇÃO (PONDERAR) DESCARTES: • Condição física e saúde • Produtividade • Ordem de parto • Fêmeas de risco (retornadas e abortadas) DISPONIBILIDADE DE LEITOAS EM CONDIÇÕES • Idade e peso • cio PLANEJAMENTO DA REPOSIÇÃO PigCHAMP RELATORIO DE TAXA DE PARICAO GRANJA: ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------ SEMANA:PORCAS SUPOSTA PRENHEZ SEMANA COB 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16+ TX P 25 – 31 MARÇO 01 – 07 ABRIL 08 – 14 ABRIL 15 – 21 ABRIL 22 – 28 ABRIL 29 – 05 MAIO 06 – 12 MAIO 13 – 19 MAIO 20 – 26 MAIO 27 – 02 JUNHO 03 – 09 JUNHO 10 – 16 JUNHO 17 – 23 JUNHO 24 – 30 JUNHO 01 – 07 JULHO 08 – 14 J 61 61 58 58 57 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 55 90% 59 59 59 57 56 56 56 55 55 55 55 55 55 55 55 52 88% 58 58 58 55 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 91% 63 62 58 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56 56..... 57 57 54 54 53 53 53 53 53 53 53 53 53 53 ......... 59 59 54 53 53 53 53 53 52 52 52 52 52 .............. 58 58 58 55 55 55 55 55 55 55 55 55 ................... 61 61 57 56 56 56 56 54 54 54 54 ........................ 59 59 54 52 52 52 52 52 52 52 ............................. 62 61 60 58 58 58 58 58 58 .................................. 59 59 53 52 52 52 52 52 ....................................... 63 63 60 58 58 58 58 ............................................57 57 54 54 54 54 ................................................. 59 59 58 58 58 ...................................................... 61 61 56 56 ........................................................... 60 60 59 ................................................................ Pré- descarte – Definição do n-º de matrizes a descartar e necessidade de marrãs para reposição. MAL PLANEJAMENTO DA REPOSIÇÃO Consequencias imediatas: • Não cumprimento do alvo de cobertura • Antecipação de desmames para cumprir alvo; • Aproveitamento de fêmeas que deveriam ser descartadas; Consequencias posteriores: • Alta taxa de descarte pós cobertura • Queda na taxa de parição • Leitegadas pequenas • Queda na produtividade e rentabilidade PONTOS CRÍTICOS NO FLUXO • MATERNIDADE (partos/gaiola/ano) – idade ao desmame – número de partos – período de vazio sanitário Período de lactação X Desempenho Reprodutivo BAIXA IDADE DE DESMAME • Maternidade sub-dimensionada (mais de 13 giros/gaiola/ano) • Falta de planejamento de reposição (cumprir alvos de cobertura) • Variabilidade nas coberturas (“serrote”) PERÍODO DE LACTAÇÃO CURTO X DESEMPENHO REPRODUTIVO • Diminuição da taxa de concepção (retornos ao cio); • Diminuição do número de nascidos totais na próxima parição PERÍODO DE LACTAÇÃO X ANESTRO E/OU CIO ANOVULATÓRIO Matrizes com período de lactação inferior a 16 dias apresentam uma manifestação de cio pós-desmama de 35%, sendo que destas apenas 78% efetivamente ovulam. (Gaustad-Aas,2004) PERÍODO DE LACTAÇÃO X DESEMPENHO SUBSEQUENTE (NT) F on te : I nt eg ra ll Foi demonstrado um aumento de 3 pontos percentuais na taxa de parição e 0,6 leitões no número de nascidos totais com período de lactação acima de 3 semanas. (Gaustad-Aas,2004) PERÍODO DE LACTAÇÃO X DESEMPENHO SUBSEQUENTE (TAXA DE PARTO) PONTOS CRÍTICOS NO FLUXO (CRECHE) INFLUÊNCIA DA IDADE (PESO) AO DESMAME SOBRE O DESEMPENHO NA CRECHE Idade 12 d. 15 d. 18 d. 21 d. Peso(kg) 4,2 4,9 5,7 6,5 Cons. (g/d) 426 512 562 653 GPD (g/d) 299 a 367 b 408 b 476 c C.A 1,42 1,39 1,38 1,38 Peso 42 d. pós-desm. 16,9 a 20,3 b 22,6 b 25,8 c Fonte: Main et al. (2002) CUIDADO COM A MÉDIA ! 1,9 3,8 13,1 15,0 16,0 16,9 1,9 0,9 5,4 1,30,80,81,3 13,0 7,8 0 4 8 12 16 20 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 >26 (D on ov an e D rit z, 2 00 0) Distribuição da idade ao desmame, cuja meta era a média de 21 dias IDADE DE DESMAMA – MÉDIA OU MÍNIMA? Idade de Desmama % de Mortalidade GPMD (g) (desm. + 42 dd) GPMD até o Abate (g) 12 5,25 299 580 15 2,82 368 616 18 2,11 409 637 21 0,54 474 687 DRITZ et ali 2004 O PESO INICIAL NÃO É TÃO IMPORTANTE QUANTO A IDADE DE DESMAMA (DRITZ 2002). • Leitões mais pesados entre 12 a 15 dias tem o mesmo peso que os leitões mais leves, desmamados aos 16 a 18 dias. – Aos 42 dias a diferença entre eles é de 2,0 Kg, favorável aos leitões mais velhos. Arraçoamento • Aproveitar o potencial máximo de conversão • Estímulo ao consumo À vontade com disponibilidade contínua À vontade com vários tratos CRECHE COCHO AUTOMÁTICO: ALIMENTAÇÃO À VONTADE DESPERDÍCIO DESPERDÍCIO DESPERDÍCIO O que considerar? • Vazio sanitário • Idade de transferência e venda • Tamanho do lote • Subdivisões (baias) • Densidade (m2/animal) • Forma de arraçoamento CRECHE / RECRIA / TERMINAÇÃO PARÂMETROS RECOMENDÁVEIS Creche até 63 dias de vida: Piso 100% ripado: 0,30 m2/cabeça Piso parcialmente ripado: 0,35 m2 Saída aos 70 dias: aumentar 0,05 m2 PARÂMETROS RECOMENDÁVEIS Terminação: 0,01 m2/kg venda Exemplo: 110kg = 1,1 m2 Se recria separada (até 110 dias de vida) = 0,65 m2 • Otimização de espaço • Barracões separados • Grupos de mesmo tamanho • Manter baias iguais ou dividir a recria em 2 na terminação • All in – All out e vazio sanitário RECRIA E TERMINAÇÃO SEPARADAS Dentro da recria e da terminação • Salas separadas(parede) semanalmente ou bisemanal • Valas de dejetos separadas Baias menores • Melhor sanitariamente • Dificultam automação • Custo maior da instalação (divisórias, corredores) RECRIA E TERMINAÇÃO SEPARADAS CÁLCULO DE NO DE LOTES NA TERMINAÇÃO Peso saída de creche: 25 kg Peso de abate: 110 kg GPD de terminação: 0,870 kg Dias de ocupação na fase: 98 dias {(110-25) / 0,870} = 14 lotes Vazio sanitário: 7 dias (1 lotes) SISTEMAS DE ALIMENTACÃO PARA TERMINAÇÃO • MANUAL – fornecimento manual a cada trato • SEMI-AUTOMÁTICO (tulha) – abastecimento manual ou automático e consumo à vontade • AUTOMÁTICO – abastecimento automático e consumo programado – Múltiplos tratos seca – Líquida Restrição alimentar SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO SISTEMAS DE ALIMENTAÇÃO Restrição alimentar COCHO SEMI-AUTOMÁTICO: ABATECIMENTO AUTOMÁTICO OU MANUAL E ALIMENTAÇÃO À VONTADE RESERVATÓRIOS ADAPTADOS EM COCHOS TIPO CALHA Alimentação líquida SISTEMA MÚLTIPLOS TRATOS SISTEMA MÚLTIPLOS TRATOS CONSIDERAÇÕES FINAIS • Dimensionamento deve respeitar a fisiologia e o potencial produtivo futuro; • Manejo adequado a cada tipo de projeto; • Na terminação o desenho das instalações está diretamente relacionado ao tipo de equipamento de alimentação; MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO! Iuri Pinheiro Machado iuri@integrall.org
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