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1 AGÊNCIAS REGULADORAS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS ATIVIDADE REGULATÓRIA A função normativa sempre foi exercida por inúmeros órgãos da Administração Publica, em menor ou maior alcance, com ou sem fundamento constitucional. Ao bem da verdade e, tal qual ocorrer com as Agências Reguladoras norte americanas, a própria lei que institui tais entes já lhes confere poder normativo e regulador. Regular, no caso, significa organizar determinado setor afeto à Agência, bem como controlar as entidades que atuam nesse setor. Para Calixto Salomão Filho "engloba toda forma de organização da atividade econômica através do Estado, seja a intervenção através da concessão de serviço publico ou o exercício do poder de policia. 2 Assim, dentro dessa função reguladora, pode-se considerar a existência de dois tipos de Agências Reguladoras no Brasil: �As que exercem o poder de polícia, com imposição de limitações administrativas, fiscalização e repressão, tais como a ANVISA, a ANS e a ANA. �As que regulam e controlam as atividades que constituem objeto de concessão, permissão ou autorização de serviço publico (telecomunicações, energia elétrica, transporte, etc.) ou para a concessão ou exploração de bem publico (petróleo ou outras riquezas minerais e rodovias, por exemplo). Em ambos os casos, o regime especial vem definido na respectiva lei instituidora, dizendo respeito, em regra, a maior autonomia em relação à Administração Direta e a estabilidade de seus dirigentes. Além disso, a Agência Reguladora não se sujeita à revisão de seus atos por autoridade integrante da Administração direta, mas apenas perante o Poder Judiciário. Ressalta-se, ainda, sua autonomia econômico financeira, por meio de receitas próprias destinadas a dotar a entidade de meios para o desempenho de suas funções. 3 Quanto à estabilidade de seus dirigentes, pode-se afirmar que administração da Agência é atribuída a titulares de cargo em comissão investidos em mandato com prazo determinado, excluída a exoneração a qualquer tempo (ad nutum). A Lei 9.986/2000 uniformiza essa forma de provimento, determinando que os mesmos serão escolhidos pelo Chefe do Poder Executivo, com dependência de aprovação do Senado Federal (art. 52, III, f, CF). Vale lembrar que as Agências Reguladoras são dirigidas em regime de colegiado – Conselho Diretor ou Diretoria – composta por Conselheiros ou Diretores, sendo um deles o Presidente (também Diretor-Geral ou Diretor- Presidente). O mandato é estabelecido pela Lei instituidora de cada Agência (art. 6º). 4 Os membros do Conselho-Diretor ou Diretoria serão: �Brasileiros (natos ou naturalizados); �De reputação ilibada; �Formação universitária; e �Elevado conceito no campo de especialidade dos cargos para os quais serão nomeados. Ainda quantos aos Conselheiros/Diretos, o art. 8º da Lei 9.986/2000 prevê a chamada quarentena, de conteúdo moralizador, pois impede o ex-dirigente de exercer atividade ou prestar qualquer serviço no setor regulado pela respectiva agência, por um período de quatro meses – durante esse período continuará vinculado à agência, fazendo jus a remuneração compensatória.
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