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A EXPANSÃO COMERCIAL E MARÍTIMA, O MERCANTILISMO E O ESTADO ABSOLUTISTA A crise do sec XIV não se deve apenas a peste negra, mas reflete também a incapacidade de atender a toda demanda da época, gerando pressão sobre os recursos disponíveis, principalmente novas terras O impacto do declínio da população gerou alguns problemas no feudo, como pouca mão de obra disponível para cultivos, e como havia poucos trabalhadores os senhores feudais aumentaram a pressão sob o trabalho destes, gerando revoltas dos servos – porém essa queda de trabalhadores poderia ser um bom fator aos servos que podiam barganhar alguns recursos Com a diminuição do preço dos grãos houve aumento de demanda de outros setores, e também a produção manufatureira foi beneficiada Após o fim da crise do sec XIV, houve aumento da procura de áreas fora da Europa, categorizando uma expansão comercial e marítima, a referencia das rotas do comércio eram aquelas já utilizadas no sec XII A CIDADE MEDIEVAL: A ORGANIZAÇÃO DO COMÉRCIO E DO ARTESANATO Algumas cidades foram preservadas do império romano, outras foram criadas; segundo PIRRENE, sugere que as novas cidades foram construídas por uma reunião de comerciantes em torno das muralhas dos castelos feudais, porém com o passar do tempo outra muralha seria construída ; DOBB dizia que uma das hipóteses do surgimento das cidades estaria no fato de alguns senhores feudais concediam alguns privilégios aos comerciantes em troca de ajuda(necessidades) ao feudo – neste tempo os habitantes já eram homens livres Nas cruzadas alguns comerciantes obtinham privilégios sobre as áreas conquistadas – Para PIRRENE o resultado das cruzadas foi ter dado ao povo italiano domínio sobre o mar mediterrâneo e em menor grau ao povo da Catalunha Houve uma rota do comércio que ligava o norte da Itália até flandres, assim havia feiras ao longo da rota para despachar as mercadorias Como se organizava a atividade econômica e administrativa dessas cidades ? não havia servidão, embora muitas dessas cidades tenham se estabelecido em torno dos senhores feudais, com o passar do tempo ganhou-se autonomia, comprada pelos comerciantes junto com o senhor feudal Como os comerciantes haviam conquistado a autonomia perante os senhores feudais, a forma de governo era caracterizada pelo fato de pessoas ligadas a corporações urbanas estarem no governo(sem nobres e assalariados) O governo tentava regular a economia de forma a evitar a concorrência entre os produtores da mesma cidade, e das cidades vizinhas PIRRENE categorizou uma forma de manifestação como “revoluções democráticas” que era uma forma da população protestar contra a intervenção governamental em prol dos produtores, para que pagasse menores salários para que os produtores, que eram aqueles que governavam, obtivessem maiores lucros - essa forma de revolução gerou alguns resultados Nota-se mudança das formas de governo passando para uma forma mais oligárquica, que atende aos interesses de comerciantes A partir do sec XV com a procura de novas rotas marítimas por parte dos europeus, que fizzesse com que o mercado de luxo do oriente fosse diretamente acessado pelos europeus, culminou em outro resultado, que foi a descoberta de novos territórios, e o colonialismo mercantilista EXPANSÃO MARÍTIMA, COMERCIAL E COLONIAL WALLERSTEIN, dizia que a expansão europeia foi papel chave para o contorno da crise do feudalismo no sec XIV A expansão permitiu ocupar os trabalhadores evitando revoltas, e compensar a nobreza pela queda de sua riqueza e renda QUAIS OS MOTIVOS LEVARAM A ESTA EXPANSÃO TERRITORIAL ? WALLERSTEIN não nega a busca por ouro e especiarias, mas no longo prazo, combustíveis, alimentos e matérias primas foram motivos mais marcantes PORTUGAL foi um dos países pioneiros na expansão marítima, e se deveu principalmente a busca de alimentos – foi favorecida também pela precoce centralização do poder, que apoiou a expansão marítima e comercial As colonizações tinham um objetivo claro que era de remeter riquezas ás metrópoles Se no sec XVI Espanha e Portugal obtiveram grandes êxitos nas conquistas de novos territórios, no sec XVII Holanda, França e Inglaterra passaram a dominar Amsterdam além de centro comercial passou a ser um central de grandes banqueiros Portugal iniciou um período marcado por disputar de novas áreas em colônias e também pelo uso do comercio marítimo que integrava fluxos comerciais – toda estas mudanças se deve também ao fato dos novos estados nacionais terem se implementado e apoiado tais mudanças, surgindo assim o mercantilismo O MERCANTILISMO O estado financiou empreendimentos que buscavam novas áreas no novo mundo por exemplo; O PRINCIPAL ASPECTO FOI O ESTADO ADOTAR MEDIDAS QUE FICARAM CONHECIDAS COMO MERCANTILISMO HECKSCHER, propôs que o mercantilismo fosse entendido como uma fase na historia da política econômica - não foi um sistema econômico como feudalismo ou capitalismo – é uma fase na historia da política econômica em que o governo propôs um modo de política econômica que fizesse dele mesmo mais rico e mais poderoso, e não aumentar a riqueza e o poder dos seus súditos; Caracteriza ainda como um sistema unificador, pois ao propor a consolidação do estado, o mercantilismo lutava contra o universalismo(presente pela igreja católica- era uma força universal que lutava contra a segmentação de território, pois poderia se contrapor ao poder da igreja) e o particularismo medieval, que era que cada território tinha suas próprias normas e características, pois isso restringia a construção de uma unidade política de grandes dimensões que unificassem as normas HECKSCHER vê o mercantilismo da forma interna, em que ele dizia que um dos aspectos era o caráter unificador, em que trata de afirmar o estado diante dos seus súditos. E o Externo, em que tratava de afirmar um estado perante outro estado – assim o caráter bélico está altamente presente – os fins do mercantilismo era unificação e poder do estado, e se utilizava de metalismo, balança comercial favorável, protecionismo e colonialismo. DOBB dizia que além do poder do estado, havia interesses privados na política mercantilista O mercantilismo se valia do monopólio, da intervenção estatal para tentar manter os preços “sob controle” tentando evitar ao máximo que a elevação de metais no país gerasse aumento do preço de todos os produtos e anulassem os ganhos advindos da balança comercial favorável O mercantilismo não seria apenas um mecanismo para fortalecer o estado, é também um instrumento para promover acumulo de capital; o colonialismo também se enquadra ai – a metrópole alem de absorver as riquezas das colônias, através do pacto colonial obtinha monopólio para com a comercialização da sua colônia, assim os preços cobrados eram sempre altos O trabalho nas colônias se caracterizava por serem compulsório, e o monopólio do comercio eram os fundamentos da exploração colonial - eram compulsórios pois as grandes áreas poderia favorecer aos indivíduos ali presentes criaram sua própria terra, e o objetivo de produzir mercadorias pro comercio europeu seria inviabilizado, e também havia o modo de cultura de terras do plantation (modo escravista) DOBB caracteriza o sistema mercantil como sendo um sistema de exploração regularizado pelo estado, feito pelos comerciantes e que teve papel importante na industria nascente: foi uma era de acumulação de capital primitiva O ESTADO ABSOLUTISTA WALLERSTEIN, afirmava que nos séculos XII e XIII já havia algum processo de centralização política, que viabilizou a emergência de monarcasabsolutistas O estado absolutista faz parte da transição: feudalismo-capitalismo Como o estado absolutista se insere na transição? Uma das hipóteses é que os comerciantes se juntaram aos monarcas pois os senhores feudais não apoiavam tal tipo de negócio –HUBBERMAN: OS comerciantes queriam que houvesse unificação de medidas, cobranças, e pesos para seus comércios, e devido a fragmentação territorial dos feudos, este processo era mais complicado, assim se juntaram aos nobres que tinham pretensões de se tornarem reis para conseguirem tal beneficio, e assim ajudou-os com recursos - EMBORA, este benefício seja especifico, os comerciantes não “odiavam” os senhores feudais, pois vendiam a eles seus produtos, era apenas uma forma de tentarem melhorar seu comercio PERRY ANDERSON, diz que a monarquia absoluta é um estado feudal, pois o estado absoluto é um instrumento para a manutenção da ordem feudal, pois depois da crise alguns controles do senhor sobre o camponês foram perdidos, pois enfraqueceu o momento em que o camponês dava o seu excedente de produção, e que o mantinha ali preso por uma ordem política legal, e o camponês não mais trabalhava nas terras do senhor feudal, assim o estado absolutista através de seu poder bélico, assumiu a coerção político legal, garantindo aos senhores feudais a sua dominação sobre o campesinato – o estado absolutista não entrava em conflito com o capital mercantil, mas sim havia grandes influencias, e era sobredeterminado pela expansão dos comerciantes(capitalismo) Como o estado absolutista conciliava as diferenças entre a aristocracia feudal e os comerciantes? ANDERSON, diz que: o absolutismo conseguia proteger e dar privilégios as duas classes antagonistas POULANTZAS, diz que o estado absolutista também pode ser reconhecido como um estado capitalista, motivos: soberania do estado (não há as restrições do período feudal sobre território); sistema jurídico escrito com regras do direito publico; exército(exército mercenário a serviço do poder central); burocracia(cargos públicos com a função de servir o estado e a população) – a função do estado absolutista é de produzir uma nova forma de produção, a produção capitalista O que reter da discussão entre o estado para POULANTZAS E ANDERSON? 1)estado absoluto tinha alguma autonomia em relação a aristocracia feudal e a burguesia mercantil;2) o estado absoluto sufocou a relação de poder da aristocracia feudal porém foi necessário para conter as revoltas camponesas que colocava em risco as relações feudais;3)ações do estado absoluto ajudaram a burguesia em vários aspectos como por exemplo aumento do comercio e das finanças de modo a aumentar os lucros;4)o estado absoluto foi agente ativo na transição do feudalismo para o capitalismo
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