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1 Palestra na FEA-USP – 15 de maio de 2017 Banco Central e Política Monetária no Brasil Maurício Barreto Campos 2 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central do Brasil Histórico Missão Funções Estrutura Política Monetária no Brasil Metas de Inflação O Copom Mecanismos de Transmissão da Política Monetária Implementação da Política Monetária Estrutura da apresentação 3 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil O Banco Central do Brasil, autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, foi criado em 31.12.64, com a promulgação da Lei nº 4.595. O Banco Central iniciou suas atividades em março de 1965, uma vez que a Lei nº 4.595 entrou em vigor 90 dias após sua publicação. Antes da criação do Banco Central, as funções típicas de autoridade monetária eram desempenhadas conjuntamente pela Superintendência da Moeda e do Crédito - SUMOC, pelo Banco do Brasil - BB e pelo Tesouro Nacional. Banco Central do Brasil Histórico 4 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Sistema Financeiro Nacional SISTEMA Conselho Monetário Nacional (CMN) – Composto pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento, Orçamento e Gestão e Presidente do Banco Central – Estabelece as metas de inflação, regras prudenciais e política de crédito SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL Conselho Nacional de Seguros Privados - CNSP Conselho Monetário Nacional - CMN Comissão de Valores Mobiliários - CVM Fundos de Investimento Banco Central do Brasil - - BCB Corretoras e Distribuidoras de TVM Cooperativas de Crédito Conselho Nacional de Previdência Complementar - CNPC Bancos Outros intermediários financeiros Bolsas de valores, mercadorias e derivativos Corretoras e distribuidoras de TVM 5 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Missão do Banco Central do Brasil Assegurar a estabilidade do poder de compra da moeda e um sistema financeiro sólido e eficiente. Banco Central do Brasil 6 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Monopólio de emissão • A Casa da Moeda • Gestão do meio circulante Banco dos Bancos • Recebe os depósitos (reservas) dos bancos • Emprestador de última instância • Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB) Banqueiro do Governo • Conta Única do Tesouro Nacional • Administra as reservas internacionais • Representação junto a organismos internacionais Funções do Banco Central 7 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Supervisor do Sistema Financeiro • Regulação • Supervisão direta e indireta Executor da Política Cambial • Regime de Câmbio Flutuante • Zelar pelo bom funcionamento do mercado de câmbio Executor da política Monetária Funções do Banco Central 8 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Diretoria Colegiada Presidência Diretorias Administração – Dirad Assuntos Internacionais e Gestão de Riscos Corporativos – Direx Fiscalização – Difis Organização do Sistema Financeiro e Resolução – Diorf Política Econômica – Dipec Política Monetária – Dipom Regulação – Dinor Relacionamento Institucional e Cidadania – Direc Banco Central do Brasil 9 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central do Brasil Independência X Autonomia Operacional Autonomia de fato X Autonomia de direito 10 Banco Central e Política Monetária no Brasil Banco Central e Política Monetária no Brasil Política Econômica Conjunto de políticas realizadas pelo governo com a finalidade principal de influenciar a trajetória de crescimento de uma economia, com equilíbrio interno (baixa inflação e pleno emprego) e externo (balanço de pagamentos). Políticas Fiscal Monetária Cambial Política Econômica no Brasil – pilares básicos Metas de inflação Superávit primário Câmbio flutuante Política Econômica 11 Banco Central e Política Monetária no Brasil Metas de Inflação Metas de Inflação no Brasil – Criação: Decreto 3.088, de 21.06.1999 – Objetivo: ancorar expectativas inflacionárias – Instrumento de política monetária: taxa de juros (Selic) – Metas para 2017: 4,5% +/- 1,5 p.p.; 2018: 4,5% +/- 1,5 p.p. – Prestação de contas: audiências regulares no Congresso e carta aberta ao Ministro da Fazenda, em caso de descumprimento da meta. 12 Banco Central e Política Monetária no Brasil Metas de Inflação Características de um Regime de Metas de Inflação: 1. Escolha do índice de inflação: índice cheio ou núcleo de inflação • IPCA (1 a 40 SM) 2. Definição da meta: pontual ou intervalar, com banda. No caso da banda, ainda existe a alternativa de ter ou não uma meta central • Intervalo com meta central 3. Horizonte da meta: definição do período de referência para avaliar o cumprimento da meta para a inflação • Ano calendário 4. Transparência: formas de comunicação da autoridade monetária visando informar a sociedade sobre condução do regime de metas. • Atas do Copom, Relatório Trimestral de Inflação, etc. 13 Banco Central e Política Monetária no Brasil Metas de Inflação 14 Banco Central e Política Monetária no Brasil Metas de Inflação 15 Banco Central e Política Monetária no Brasil Mecanismos de Transmissão da Política Monetária Alteração no valor dos ativos Canal do crédito Canal do câmbio 16 Banco Central e Política Monetária no Brasil Alteração no valor dos ativos Título que paga R$100 no vencimento com prazo de um ano. No momento 1, um ano antes do vencimento, a taxa de juros é 8% a.a. O preço do título é dado por: 𝑃𝑃1 = 1001+0,08 = 92,6 No momento 2, no dia seguinte, a taxa de juros se altera para 10% a.a. Simplificando, o preço do título é dado por: 𝑃𝑃2 = 1001+ 0,1 = 90,9 Com a elevação da taxa de juros, o preço do título caiu de R$92,6 para R$90,9. 17 Banco Central e Política Monetária no Brasil Mecanismos de Transmissão da Política Monetária 18 Banco Central e Política Monetária no Brasil Mecanismos de Transmissão da Política Monetária 19 Banco Central e Política Monetária no Brasil Mecanismos de Transmissão da Política Monetária 20 Banco Central e Política Monetária no Brasil Mecanismos de Transmissão da Política Monetária 21 Banco Central e Política Monetária no Brasil Mecanismos de Transmissão da Política Monetária 22 Banco Central e Política Monetária no Brasil Implementação da Política Monetária Recolhimentos Compulsórios Operações de Redesconto Operações de Mercado Aberto 23 Banco Central e Política Monetária no Brasil Operações de Redesconto O redesconto é um mecanismo pelo qual as instituições financeiras podem tomar empréstimos ao Banco Central. Esses empréstimos podem ter como objetivo atender necessidades momentâneas de liquidez ou resolver dificuldades mais sérias, quandoa autoridade monetária cumpre a sua função de emprestador de última instância. Modernamente a regulação da liquidez do sistema bancário não se faz com redesconto e sim com operações de mercado aberto, que permitem maior flexibilidade na execução da política monetária. 24 Banco Central e Política Monetária no Brasil Operações de Redesconto Operações de até quinze dias úteis: • Podem ser renovadas até o limite de 45 dias úteis. • São usadas na hipótese de descasamento de curto prazo no fluxo de caixa, não caracterizado como problema de desequilíbrio estrutural. • A contratação e a recontratação ocorre no âmbito de competência do titular da diretoria de Política Monetária • Dependem da apresentação, pela instituição interessada, de projeção detalhada de seu fluxo de caixa diário, demonstrando as necessidades de fundos previstas para o período da operação. • O custo desse tipo de operação é de Selic + 2% a.a. 25 Banco Central e Política Monetária no Brasil Operações de Redesconto Operações de até noventa dias corridos: • Podem ser renovadas desde que o prazo total não ultrapasse 180 dias corridos. • Servem para viabilizar ajuste patrimonial de instituição financeira com desequilíbrio estrutural. • Aprovação pela Diretoria Colegiada do BCB tanto da contratação quanto da recontratação. • Deve apresentar demonstrativo das necessidades de caixa projetadas para o período da operação e programa de reestruturação visando a sua capitalização ou venda do controle acionário, firmado pelo acionista controlador, a ser implementado no período da operação. • O custo desse tipo de operação também é de Selic + 2% a.a. 26 Banco Central e Política Monetária no Brasil Recolhimentos Compulsórios O Banco Central pode estabelecer alíquotas de recolhimento compulsório sobre certas operações bancárias. Os recursos sujeitos a recolhimento, que podem ou não ser remunerados, ficam imobilizados, não podendo a instituição deles se utilizar para as suas operações. É por meio dos compulsórios que o Bacen regula o multiplicador monetário. Influência no spread bancário. 27 Banco Central e Política Monetária no Brasil Operações de Mercado Aberto As operações de mercado aberto são conduzidas pelo Banco Central de forma integrada com os demais instrumentos de política monetária, com o propósito de controlar as taxas de juros e a evolução dos agregados monetários. Essas operações consistem na compra ou na venda de títulos públicos federais em circulação (a partir de maio de 2002, o Banco Central foi proibido de emitir títulos). Além das operações de mercado aberto, existem os leilões primários de colocação de títulos públicos federais, que também têm impacto monetário. 28 Banco Central e Política Monetária no Brasil Operações de Mercado Aberto Vantagens: – O Bacen pode comprar e vender títulos do governo no volume que quiser; – As operações de mercado aberto ocorrem por iniciativa do Bacen, ao contrário das operações de redesconto, de iniciativa dos bancos; – Podem ser realizadas em pequenas etapas, permitindo ajustes exatos nas reservas bancárias; – Permite ajustar as reservas numa base contínua, à medida que a taxa de juros se altera e que são recebidas novas informações sobre o impacto dos fatores de mercado sobre as reservas; 29 Banco Central e Política Monetária no Brasil Operações de Mercado Aberto Taxa Selic – taxa média ponderada e ajustada das operações de financiamento por um dia, lastreadas em títulos públicos federais e cursadas no sistema Selic na forma de operações compromissadas O Banco Central estima diariamente o nível de liquidez Fatores condicionantes da base monetária – Conta única do Tesouro – Setor externo – Redesconto – Recolhimentos compulsórios – Operações com títulos públicos federais Operações definitivas e operações compromissadas 30 Banco Central e Política Monetária no Brasil Recolhimentos Compulsórios Recolhimentos compulsórios – alíquotas Período Recursos Depósitos Posição DI das Soc. De Exigibilidade adicional à vista a prazo Habitacional Rural vendida Arrendamento Recursos Depósitos Poupança de câmbio Mercantil à vista a prazo 2008 Set 45% 15% 20% 20% - 15% 1/ 8% 8% 10% Out 42% " " " - " 5% 5% " Nov " " " 15% - " " " " 2009 Jan " " " " - 0% 2/ " 4% " Set " 13,5% " " - " " " " 2010 Mar " 15% " " - " 8% 8% " Jun 43% " " 16% - " " " " Dez " 20% " " - " 12% 12% " 2011 Abr " " " " 60% 3/ " " " " Jun " " " 17% " " " " " Jul " " " " 60% 4/ " " " " 2012 Jul 44% " " " " 4/ " 6% " " Set " " " " " 4/ " 0% " " Out " " " " " 4/ " " 11% " Dez " " " " " 5/ " " " " 2013 Jul " " " 18% 0% 5/ " " " " 2014 Jul 45% " " 19% 0% 5/ " " " " Out " " " 13% " " " " " 2015 Jun " " 24,5% 15,5% " " " " 5,5% Ago " 25%6/ " " " " " " " 2017 Jan " 36%7/ " " " " " 0%7/ " 1/ Inclui, também, 100% da variação, se positiva, da base de cálculo definida em 31 de janeiro de 2008. 2/ Os Depósitos Interfinanceiros captados de sociedades de arrendamento mercantil foram incluídos na base de cálculo da exigibilidade do recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo. 3/ Sobre a soma das posições vendidas (saldo diário) menos as posições compradas deduzidas do menor valor entre US$3 bilhões e o Patrimônio de Referência Nível I. 4/ Sobre a soma das posições vendidas (média móvel de cinco dias úteis consecutivos) menos as posições compradas deduzidas do menor valor entre US$1 bilhão e o Patrimônio de Referência Nível I. 5/ Sobre a soma das posições vendidas (média móvel de cinco dias úteis consecutivos) menos as posições compradas deduzidas do valor de US$3bilhões. 6/ A partir do período de cálculo de 31 de agosto a 4 de setembro de 2015. 7/ A partir do período de cálculo de 24 a 28 de abril de 2017. Poupança 31 Banco Central e Política Monetária no Brasil Decisões do Copom Meta Selic 32 Banco Central e Política Monetária no Brasil IPCA 33 Banco Central e Política Monetária no Brasil Inflação abr/90 6.821,3 jun/94 4.922,5 mar/90 82,4 jun/94 47,4 nov/02 3,0 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 de z/ 80 de z/ 82 de z/ 84 de z/ 86 de z/ 88 de z/ 90 de z/ 92 de z/ 94 de z/ 96 de z/ 98 de z/ 00 de z/ 02 de z/ 04 de z/ 06 de z/ 08 de z/ 10 de z/ 12 de z/ 14 %% Inflação - IPCA IPCA - acum 12 m IPCA - mês Fonte: IBGE Plano Real Plano Collor mar/86 Plano Cruzado jun/87 Plano Bresser jan/89 Plano Verão 34 Banco Central e Política Monetária no Brasil Padrões Monetários no Brasil Data Denominção Equivalência com o padrão anterior Anterior a 1942 Réis 1942 Cruzeiro corte de 3 zeros Cr$ 1000 réis = Cr$ 1 1967 Cruzeiro Novo corte de 3 zeros NCr$ Cr$1000 = NCr$1 1970 Cruzeiro Cr$ 1986 Cruzado corte de 3 zeros Cz$ Cr$1000 = Cz$1 1989 Cruzado Novo corte de 3 zeros NCz$ Cz$1000 = NCz$1 1990 Cruzeiro Cr$ 1993 Cruzeiro Real corte de 3 zeros CR$ Cr$1000 = CR$1 1994 Real CR$2750 = R$1 R$ 35 Banco Central e Política Monetária no Brasil Obrigado! Banco Central e Política Monetária no Brasil��Maurício Barreto Campos Número do slide 2 Número do slide 3 Número do slide 4 Número do slide 5 Número do slide 6 Número do slide 7 Número do slide 8 Número do slide 9 Número do slide 10 Número do slide 11 Número do slide 12 Númerodo slide 13 Número do slide 14 Número do slide 15 Número do slide 16 Número do slide 17 Número do slide 18 Número do slide 19 Número do slide 20 Número do slide 21 Número do slide 22 Número do slide 23 Número do slide 24 Número do slide 25 Número do slide 26 Número do slide 27 Número do slide 28 Número do slide 29 Número do slide 30 Número do slide 31 Número do slide 32 Número do slide 33 Número do slide 34 Número do slide 35
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