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Conceito Analítico de Crime - Direito Penal

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Conceito analítico de crime: Evolução do conceito analítico -> 1° conceito de crime vem da Teoria Casualista que existiu no final do séc XIX e princípio do séc XX , sendo os principais nomes os prof°s Von Liszt e Beling. Para eles o crime se subdividia em duas dimensões : 
- objetiva (tipicidade e antijuridicidade)
- subjetiva (culpabilidade = dolo e culpa + imputabilidade)
No causalismo a tipicidade era uma mera descrição abstrata do crime; A antijuridicidade era a simples contrariedade do fato a norma ; A culpabilidade era puramente psicológica, ou seja, vínculo do agente que se dá ou pelo dolo ou pela culpa.
Neokantismo existiu no primeiro terço do séc XX. O nome mais forte desta teoria foi Mezger , para eles o crime se subdivide em :
 - fato típico 
- antijurídico: formal e material
- culpável: imputabilidade, dolo ou culpa, exigibilidade de conduta diversa.
A antijuridicidade por sua vez possuía duas dimensões: formal (contrariedade a norma) e material (lesão, ofensa a um bem jurídico penal ).
A culpabilidade por sua vez possuía três elementos: imputabilidade, dolo ou culpa, exigibilidade de conduta diversa. 
Teoria da Valoração paralela na espera do profano no Neokantismo -> ter consciência do que é crime, do que é licitude. O Dolo no neokantismo era a consciência do fato mais a consciência da Licitude.
O Finalismo surgiu entre 1945 a 1960.
Essa é a definição de crime que devemos usar:
Crime segundo a Teoria do Finalismo (Prof.° Hans Welzel) -- > têm três dimensões:
Tipicidade (fato típico) -- > 
Objetiva: Conduta, resultado naturalístico, nexo causal, adequação típica. 
Subjetiva: 
- Dolo Elemento Cognitivo (conhecimento). Volitivo (vontade).
 -Culpa.
Antijuridicidade (Anti Jurídico): contrariedade à norma, ofensa a um bem jurídico penal. O C.P. usa o termo “ilicitude”.
Culpabilidade (culpável) -- > também é chamada de Juízo de Reprovação Social.
Imputabilidade
Potencial consciência da ilicitude
Exigibilidade de Conduta diversa
Exclui a ilicitude Art. 23 -> não há crime quando atua em caso de estado de necessidade, legítima defesa, estrito cumprimento do dever legal e exercício regular de direito.
Estudo da Tipicidade
É o primeiro requisito do crime, não devemos confundir tipo legal com tipo penal, nem tudo que está no tipo legal consta no tipo penal.
Funções do tipo penal:
- Função de fundamentação do crime.
- Função de delimitação do crime: (é o que escreve a postura, sendo certo, que se não há uma descrição de conduta, não há o que se falar em crime).
Modalidades de tipo penal:
- Tipo incriminador: é aquele que descreve o delito, ou seja, é o que incrimina.
- Tipo não incriminador: são aqueles que não descrevem crimes, se subdividindo em: 
 * Tipo penal não incriminador declaratório: são aqueles que somente declaram (aspectos do ”jus puniendi”).
 * Tipos não incriminador permissivos: são aqueles que justificam uma conduta.
 * Tipos não incriminadores esculpantes: são aqueles que preveem causa de exclusão da culpabilidade.
- Tipo fundamental ou básico:
Tipo fundamental é aquele que descreve os requisitos essenciais do crime. São elementares do crime e geralmente se encontram no caput.
Tipo derivado é aquele que possui conexão com tipo fundamental, cumprindo a função de aumentar ou diminuir a pena.
Ex: Latrocínio não é crime doloso contra a vida, pois a intenção inicial é apenas subtrair o bem alheio. É derivado do Art.123.
Tipo autônomo é aquele que possui vínculo com o tipo fundamental, mas descreve o crime de forma absolutamente autônoma, não dependendo do tipo fundamental para sua aplicação fática.
Ex: Art.123 CP infanticídio ( situação em que a própria parturiente, em virtude de circunstâncias psicológicas e emocionais, mata o filho), este tipo de crime se liga ao homicídio Art.121, porém é tratado separadamente no Art.123.
Tipo fechado é aquele que não exige nenhum juízo de valor. Ex: matar alguém – neste caso matar tem interpretação estrita.
Tipo aberto é aquele que exige um juízo de valor. Ex: Art 233 – ato obsceno – neste caso obsceno tem interpretação ampla.
Conduta é a ação ou omissão humana consciente e voluntária dirigida a uma finalidade cuja existência pressupõe um comportamento humano. Ex: facadas que mataram alguém sã atos do agente, enquanto matar foi a conduta.
Elementos da conduta:
1° Exteriorização do pensamento: movimento corpóreo ou abstenção indevida de um movimento. “cogitationes poenam nemo paritur” não se pune alguém pelo pensamento.
2° Consciência.
3° Voluntariedade, deve ser produto da vontade consciente. Atos reflexos (rotuliando), ou coação física irresistível, são involuntários, logo, irrelevantes.
 Formas de conduta:
Ação é uma conduta positiva que se manifesta por um movimento corpóreo. Nesses crimes (também chamados de comissivos) a norma penal é proibitiva.
Crime Comissivo é aquele que precisa de um fazer.
Omissão é uma conduta negativa consistente na abstenção indevida de um movimento. Nesses crimes, a norma penal é mandamental ou imperativa (determina uma ação punindo aquele que omite). Ex: Omissão de socorro.
Fases de realização da conduta
Fase Interna:
1) Pela representação e pela antecipação mental do resultado a ser alcançado.
2) Pela escolha dos meios a serem utilizados.
3) Pela consideração dos efeitos colaterais ou concomitantes a utilização dos meios escolhidos.
Fase Externa:
Exteriorização do arquitetado mentalmente, ou seja, é a realização no mundo exterior.
Nexo de causalidade é o elo necessário que une a conduta praticada pelo agente ao resultado por ela produzido. Teorias que surgiram :
Teoria da Causalidade Adequada: “Prof° Von Kries desenvolveu essa teoria”, por esta teoria causa é a condição necessária e adequada para determinar a produção do evento. Nem todas as condições são causas, mas apenas aquelas mais apropriadas para realização do evento.
Teoria da Relevância Jurídica: Entende como causa a condição relevante para o resultado, sendo irrelevante tudo aquilo que for imprevisível para o homem prudente, no momento da prática da ação.
Teoria da Equivalência dos Antecedentes causais também conhecida como Teoria Conditio Sine Qua Nom (é a condição sem a qual o resultado não aconteceria)“Prof° Von Buri”, considera como causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, ou seja, todos os fatos que antecedem o resultado se equivalem, desde que indispensáveis para sua ocorrência.
O Prof° Thyrén desenvolveu um estudo chamado Processo Hipotético de eliminação.
Estudo, obra: processo hipotético de eliminação – Professor Thyrén
Segundo este processo, para considerarmos com fato, causa do resultado é preciso que façamos um exercício mental, seguindo os seguintes passos:
Pensar no fato que entendemos como influenciador do resultado.
Suprimir este fato da cadeia causal.
Se como consequência da supressão o resultado se modificar é sinal que o fato suprimido deverá ser considerado como causa do resultado.
Concausas podem ser:
Absolutas;
Preexistentes. Ex: alguém atirou, mas a vítima morreu envenenada, retirando o tiro do evento morte, verifica-se que inevitavelmente a morte ocorreria, portanto responderá apenas pelo seu dolo (tentativa de homicídio).
Concomitantes. Ex: A e B sem coautoria e com armas diferentes atiram em C. O tiro de B acertou o coração da vítima o que resultou em sua morte, enquanto que o tiro de A acertou o braço. Mesmo que o tiro de A tivesse acertado região letal, A responderia pelo seu dolo (tentativa de homicídio), segundo o processo hipotético. O B responderia por homicídio consumado.
Superveniente; Ex: A desfere facada em B causando-lhe ferimento grave. Minutos depois o prédio desaba, provocando a morte de B. No fim, A responde pelo seu dolo (porque a intenção de A era só ferir portanto foi lesão corporal).
Absoluta : Em todas as hipóteses o agente vai responder pelo seu dolo.
Relativas;
1. Preexistentes. Ex: A da facada em B em região não letal,querendo a sua morte. A sabe que B é hemofílico (é uma pessoa que qualquer ferimento pode morrer de tanto sangrar), resultando em morte, o A responde de acordo com o seu dolo, se era matar responde por homicídio consumado ou se era lesar sabendo da condição de hemofílico responde por lesão corporal seguida de morte ou se ele não sabia da condição de hemofílico irá responder somente por lesão corporal. 
2. Concomitantes. Ex: A, sabendo que B está sofrendo um ataque cardíaco, atira na direção de B, que, por se assustar no momento do ataque cardíaco, venha morrer. A responderá pelo seu dolo.
3. –Superveniente ( mais cobrada em concurso ). Ex: A desfere um soco em B desejando causar-lhe lesão. B socorrido por uma Ambulância vem a falecer a caminho do hospital, em virtude de acidente automobilístico. A responde por lesão corporal. Art.13 do C.P. Quando falamos por si só nos termos do parágrafo 1° do Art.13 devemos lembrar do desdobramento natural da ação (ou físico, ou anatomopalógico) que poderão ser imputados ao agente.

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